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População e Amostra População, em Estatística, é o nosso objeto de estudo. Pode ser que estejamos interessados em analisar coisas ou em analisar pessoas. Assim, se o nosso objeto de estudo são árvores frutíferas, essa é a nossa população. Mas, nem sempre, conseguimos acessar todos os elementos de determinada população. Seria impossível, por exemplo, acessarmos todas as árvores frutíferas do mundo. Então, delimita-se a área de estudo para uma parte dessa população. Por exemplo, vamos estudar as árvores de frutas cítricas que são cultivadas no município de Picos, no Estado do Piauí. Essa é a nossa Amostra. Resumidamente, Amostra é uma parte da População que está sendo objeto de estudo. Estatística Descritiva e Estatística Indutiva A Estatística se divide em Estatística Descritiva e Estatística Indutiva. A Descritiva (ou Dedutiva) tem o objetivo de descrever e analisar os dados de determinada população ou de uma amostra dessa população. Tais dados são obtidos por meio de questionários, entrevistas e medições. A Indutiva (ou Inferência Estatística) tem como propósito se preocupar com o raciocínio necessário para, a partir dos dados obtidos, tirar conclusões gerais. Assim, a estatística Indutiva, a partir de uma amostra, nos permite tirar conclusões sobre a população da qual aquela amostra pertence. A isso denominamos Inferência Estatística. Após a realização de uma pesquisa, o estatístico (o pesquisador) tem em mãos uma série de dados totalmente desordenados. São os chamados Dados Brutos. Normalmente, os dados brutos não nos permitem visualizar facilmente o resultado da pesquisa. Assim, devemos colocar esses dados em ordem numérica, crescente ou decrescente, para termos um Rol. Com isso, identificamos com mais facilidade o que temos em mãos. Suponhamos, entretanto, que esses dados sejam muitos e que assumam diversos diferentes valores. Como devemos fazer para trabalharmos com facilidade esses dados? A resposta a essa pergunta é simples: devemos dispor esses dados em uma tabela, ou seja, devemos distribuir esses dados em linhas e colunas. Para tal, uma nova definição se faz necessária: frequência. Frequência absoluta Frequência absoluta é o número de vezes que cada resultado ocorreu durante uma pesquisa. Representaremos a frequência pela letra f. Ao construirmos uma tabela onde em cada linha mostramos o valor do dado em uma coluna e o número de vezes de sua ocorrência em outra coluna, estamos construindo uma Distribuição de Frequências. Como exemplo, vejamos uma tabela 1, onde representamos, em um grupo de 30 pessoas, as idades das mesmas (a variável X). Tabela 1 – Idades de um grupo de pessoas Idade (X) Frequência (f) 18 3 19 4 20 7 21 8 22 4 23 4 Fonte: dados obtidos em uma turma do 2º ano de Administração do Centro Universitário Uninter O método estatístico A Estatística Descritiva nos permite fazer um estudo completo e detalhado sobre determinada população ou sobre uma amostra dessa população. Para tal, devemos obedecer 8 fases a que denominamos Método Estatístico. A primeira fase consiste em definir o problema, ou seja, deixar claro o que se pretende pesquisar. A segunda fase, é a delimitação desse problema, ou seja, definir onde se pretende realizar a pesquisa para a obtenção dos dados e, consequentemente, com que tipo de coisas (ou pessoas). Uma vez sabendo o que e onde realizaremos a pesquisa, temos a terceira fase que consiste em definir como se procederá para a realização da pesquisa: faremos simples observações, distribuiremos um questionário, faremos entrevistas? Estamos então prontos para a quarta fase que consiste na coleta dos dados, ou seja, na obtenção dos dados. Tais dados serão a seguir tabulados, ou seja, organizados. Essa é a quinta fase a que chamamos de apuração dos dados. Já temos os dados em mãos e já os temos organizados. Agora, então, vem a sexta fase que é a apresentação desses dados ou em forma de tabela ou em forma de gráfico. Como nenhuma pesquisa é feita por acaso, cabe agora a quem solicitou a pesquisa a análise dos dados obtidos. Essa é a sétima fase, que consiste em realizarmos o cálculo de medidas. Por último, como oitava fase, temos a interpretação dos dados que foram analisados, pois temos em mãos as tabelas (ou gráficos) e os resultados das medições feitas. • Tabela Voltemos à tabela 1, que é uma apresentação dos dados obtidos em uma pesquisa. Observemos que a tabela é constituída por três partes: a) Cabeçalho, que identifica a tabela b) Corpo, com os dados distribuídos em linhas e colunas c) Rodapé, que nos mostra a fonte desses dados Mas suponhamos que ao invés de 6 valores para a variável X tivéssemos obtido 60 valores. Nesse caso, como proceder para a montagem de uma tabela? Quando o número de linhas é grande (20 ou mais), costumamos agrupar os valores obtidos na pesquisa em intervalos (ou classes), de tal forma que toda as classes tenham a mesma amplitude (o mesmo tamanho). Nesse caso, alguns conceitos novos surgem e precisamos conhecê-los: a) Limite inferior de um intervalo (ou classe) b) Limite superior de uma classe c) Amplitude de uma classe d) Ponto médio de um intervalo e) Intervalo aberto f) Intervalo fechado Para que você entenda bem esses conceitos, vamos representar uma distribuição de frequências (tabela 2) com os resultados de uma prova realizada por 80 pessoas, cujas notas variaram de 0 a 10 em intervalos de 0,1 (um décimo). Tabela 2 – Resultados da prova de Estatística Aplicada Notas (X) Frequência (f) 0 1 4 1 2 8 2 3 10 3 4 12 4 5 12 5 6 14 6 7 10 7 8 5 8 9 3 9 10 2 Fonte: dados obtidos em uma turma do 2º ano de Administração do Centro Universitário Uninter. Observe que todo intervalo tem um limite inferior (à esquerda) e um limite superior (à direita). Todo intervalo tem a mesma amplitude. Para saber o tamanho da amplitude, basta subtrair o limite superior do limite inferior de um intervalo qualquer. No exemplo, cada intervalo tem amplitude igual a 1 (um). O primeiro intervalo tem como limite inferior o 0 (zero) e como limite superior o 1 (um). O segundo intervalo tem como limite inferior o 1 (um) e como limite superior o 2 (dois). Como saber em qual desses intervalos se enquadra uma pessoa que tenha tirado 1 (um) na prova? Como cada resultado só pode ser atribuído a um intervalo, definiremos intervalo aberto e intervalo fechado. Quando um intervalo é aberto à esquerda ou à direta ou dos dois lados, isso significa dizer que os valores limites correspondentes não pertencem ao intervalo. Analogamente, se um intervalo é fechado à esquerda ou à direita ou dos dois lados, isso significa dizer que os valores limites correspondentes pertencem ao mesmo. Na representação da tabela 2, o primeiro intervalo é assim representado: 0 1 Essa representação nos indica que o 0 (zero), que é o limite inferior, pertence ao intervalo, mas o 1 (um), que é o limite superior, não pertence ao mesmo. Dizemos que esse intervalo é fechado à esquerda e aberto à direita. Observe na tabela 2 que o décimo intervalo, do 9 ao 10, é fechado tanto à esquerda quanto à direita. Vamos agora analisar o sexto intervalo, cujo limite inferior é o 5 e cujo limite superior é o 6. Nesse intervalo, temos 14 pessoas. Como saber o quanto cada uma dessas pessoas tirou na prova? Não sabemos. Sabemos, entretanto, que as notas dessas pessoas são valores que vão do 5 ao5,99. Ou seja, quem tirou 6 faz parte do intervalo seguinte, pois esse intervalo é aberto à direita. Se não sabemos exatamente quanto cada uma dessas 14 pessoas tirou na prova, que valor utilizar para o cálculo, por exemplo, da média da turma? Quando os dados são agrupados em intervalos (ou classes), supõe-se que todas as pessoas desse intervalo tenham obtido a mesma nota. Qual? O ponto médio do intervalo. E como calcular o ponto médio do intervalo? Calcula-se a média aritmética dos dois valores limites do intervalo, não levando em conta se o intervalo é aberto ou se é fechado. No nosso exemplo, o ponto médio do sexto intervalo é 5,5 uma vez que esse valor é a média aritmética entre 5 e 6. É bem verdade que introduzimos aqui um conceito ainda não estudado por nós: a média aritmética. Como calcular a média aritmética entre dois valores? Basta somar esses dois valores e dividir o resultado por 2. • Frequência Acumulada Verificamos que nesse sexto intervalo da tabela 2 temos f = 14, ou seja, o resultado 5,5 ocorreu 14 vezes. Vamos agora introduzir um novo conceito: frequência acumulada. Como obter a frequência acumulada? Observe que para o primeiro intervalo tivemos 4 pessoas (f = 4) com notas entre 0 e 1. Somando-se a essas 4 pessoas as 8 pessoas (f = 8) que obtiveram notas entre 1 e 2 (segundo intervalo), já acumulamos 12 pessoas. E assim por diante. Verifique que a frequência acumulada total é igual a 80. Veja a tabela 3. Tabela 3 – Resultados da prova de Estatística Aplicada, com frequência acumulada Notas (X) Frequência (f) Frequência acumulada (fa) 0 1 4 4 1 2 8 12 2 3 10 22 3 4 12 34 4 5 12 46 5 6 14 60 6 7 10 70 7 8 5 75 8 9 3 78 9 10 2 80 Fonte: dados obtidos em uma turma do 2º ano de Administração do Centro Universitário Uninter Séries estatísticas Vamos agora falar um pouco sobre Séries Estatísticas? O que é isso? Uma série estatística nada mais é que uma tabela à qual é associado um critério que a especifica. Temos: a) Série temporal, que é aquela cujo critério que a especifica é o tempo. b) Série geográfica, que é aquela cujo critério que a especifica é o local. c) Série específica, que é aquela cujo critério que a especifica é o fato (o fenômeno em observação). d) Série mista, que é aquela na qual temos dois ou três critérios (dentre tempo, local e fato) simultaneamente presentes. Uma série estatística, ou seja, uma tabela, resume perfeitamente o resultado de uma pesquisa qualquer que tenha sido o critério adotado. Mas há pessoas que preferem visualizar esses resultados em um gráfico. Assim, é comum utilizarmos os dados de uma tabela para construir o gráfico correspondente. Que tipo de gráfico utilizar? Isso é você quem decide. Utilize o gráfico de sua preferência, dentre aquelas que consegue construir com facilidade utilizando as ferramentas do software instalado em seu computador. Os mais utilizados são o de setores (conhecido como pizza), o de colunas e o de barras. Há, ainda, o chamado histograma, que é um gráfico construído a partir de um gráfico de colunas. Para exemplificar, vamos representar os dados da tabela 2 em um gráfico de colunas. Ver gráfico 1. Gráfico 1 – Exemplo de gráfico de colunas Fonte: elaborado pelo autor 4 8 10 12 12 14 10 5 3 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 N Ú M ER O D E A LU N O S NOTAS OBTIDAS NOTA OBTIDA NA PROVA DE ESTATÍSTICA 0 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a 5 5 a 6 6 a 7 7 a 8 8 a 9 9 a 10 Os mesmos dados representados em um gráfico de barras estão mostrado no gráfico 2. Gráfico 2 – Exemplo de gráfico de barras Fonte: elaborado pelo autor Finalmente, representemos esses dados em um gráfico de setores, o conhecido gráfico em forma de pizza. Ver gráfico 3. Gráfico 3 – Exemplo de gráfico de setores (pizza) Fonte: elaborado pelo autor 0 2 4 6 8 10 12 14 16 1 3 5 7 9 Número de alunos N o ta s d o s al u n o s Número de alunos por nota 0 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a 5 5 a 6 6 a 7 7 a 8 8 a 9 9 a 10 4 8 10 12 12 14 10 5 3 2 Resultados da prova de Estatística 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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