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1 Trabalho de conclusão de Curso de Pós-Graduação (Especialização) em Engenharia de Segurança do Trabalho PREMISSAS DE UM SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA NUMA INDÚSTRIA CERÂMICA NA CIDADE DE ITAMARAJU-BAHIA Alexandre Henrique Ohlsen 1 Benevaldo Guilherme Nunes 2 Erick Marques Reis de Souza 3 Joelma de Fatima Fernandes 4 José Roberto Silvestre 5 RESUMO Este artigo objetiva examinar a possibilidade de implantação de um sistema de gestão integrada de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente – QSSM, em uma empresa do ramo de Cerâmica Vermelha, em conformidade com os requisitos das normas NBR ISO 9001, NBR ISO 14001 e OHSAS 18001. Como metodologia de trabalho, foram efetuadas visitas técnicas, com aplicação de questionários envolvendo os sistemas de gestão, e o consequente diagnóstico da empresa em estudo de caso. Adicionalmente, foi elaborado estudo bibliográfico envolvendo a indústria cerâmica e as normas que envolvem os sistemas de gestão em estudo. Neste sentido, ao serem observados de formas distintas, o Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, o Sistema de Gestão Ambiental – SGA e o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde, apresentaram várias deficiências, bem como dificuldades e oportunidades para implantação do Sistema de Gestão Integrada – SGI. Entre as vantagens de aplicação do SGI, é possível destacar a adequação para manter-se em um mercado competitivo, que cada vez mais exige soluções de preservação do meio ambiente e seu entorno, de responsabilidade com a segurança e saúde de todos os seus funcionários, e a certificação da qualidade dos produtos comercializados e dos seus colaboradores. 1 Graduado em Engenharia Elétrica. Email: alexandre.ohlsen@gmail.com. 2 Graduado em Engenharia Agronômica pela UFRRJ, especialista em Gestão Ambiental - FINOM, especialista em Gestão de Arranjos Produtivos – UFBA, especialista em Georreferenciamento – CEPLAC. Email: nunesbahia@hotmail.com. 3 Graduado em Engenharia de Petróleo pela Universidade Federal do Espiríto Santo – UFES. Email: eng_erick@hotmail.com. 4 Graduada em Engenharia Ambiental - Centro Universitário de Formiga - UNIFOR-MG, Perita Judicial Ambiental (Globo Verde Ambiental). Email: eng.joelma@gmail.com. 5 Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Bandeirante São Paulo – UNIBAN. Email: jrsilvestre63@gmail.com. 2 Trabalho de conclusão de Curso de Pós-Graduação (Especialização) em Engenharia de Segurança do Trabalho PALAVRAS-CHAVE: Segurança e Saúde no Trabalho; Qualidade; Meio Ambiente; Gestão Integrada; Indústria Cerâmica. ABSTRACT This academic paper aims to explore the possibility of implementing an integrated management system including quality, health, safety and environment - QSSM - in a company that operates in the “Red Ceramics” sector, as required by NBR ISSO 9001, NBR ISSO 14001 and OHSAS 18001. Methodology of work included technical visits, questionnaires regarding management systems and the corresponding diagnosis of the company under review. Additionally, a bibliographic study was made involving ceramics' industry and the standards related to management systems under analysis. In this context and by observing different Quality Management System (QMS), Environment Management System (EMS) and Safety and Health Management System (S&HMS), it was possible to analyse their deficiencies as well as difficulties and opportunities of implementing an Integrated Management System (IMS). Adaptation to remain operating in a competitive market, which increasingly requires actions and solutions to preserve the environment and its surroundings; improvement of company’s responsibility regarding safety and health of its employees; and quality certification of commercialized products and employees are some of the advantages worth highlighting. KEYWORDS: Safety and Health at Work; Quality; Environment; Integrated management; Ceramic Industry. 3 1 INTRODUÇÃO A indústria de cerâmica é constituída, em quase sua totalidade, por empresas de pequeno e médio porte nas quais frequentemente apresentam entraves em inovações tecnológicas e em seu desenvolvimento organizacional. Seus produtos são formados por blocos, telhas e outros, e muitas vezes apresentam falhas no processo de produção gerando prejuízos na qualidade do produto final. (MEDEIROS, 2006). Segundo SESI (2007), o Brasil apresenta mais de 10 mil estabelecimentos produzindo mais de 2 bilhões de peças e empregando mais de 300 mil pessoas. Na região do Extremo Sul da Bahia que envolve um total de 21 municípios, o local em que apresenta a indústria cerâmica mais pujante é o município de Itamaraju – Bahia, principalmente por exibir as empresas constituídas por longo tempo e possuírem as maiores produções de telhas, blocos cerâmicos e outros. Diante disso, será apresentado um estudo de caso sobre a implantação de um Sistema de Gestão Integrada (SGI) em uma empresa de produção Cerâmica. Este estudo utilizará como referência as seguintes normas: NBR ISO 9001, NBR ISO 14001 e OHSAS 18001 e ainda, diversos trabalhos com temas relacionados à produção Cerâmica no âmbito proposto. O estudo tem como principal objetivo realizar uma análise sobre os sistemas de gestão de uma empresa de cerâmica, utilizando como referência as normas certificadoras, e por final, apontar as dificuldades para implementação do SGI e dos benefícios na aplicação deste. Tendo como específicos apresentar os aspectos e impactos significativos identificados sobre cada sistema. Este trabalho será imprescindível para alcançar objetivo sugerido e ainda poderá ser utilizado como fonte de pesquisa e orientação para demais empresas do ramo cerâmico sobre o assunto em questão em seus ambientes organizacionais. . 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Histórico da Indústria Cerâmica 4 O processo de produção da cerâmica constitui-se de um método artificial e dos mais antigos desenvolvidos pelo homem. A cerâmica, cujo nome origina-se do grego “Keramos” (terra ou argila queimada), é produzida através da argila que é um material que apresenta grande resistência quando elevado a altas temperaturas. As primeiras cerâmicas de que se têm relatos são encontradas já na pré-história, destacando os vasos de barro que apresentavam cor de argila natural e eram escurecidas por óxidos de ferro. As cerâmicas para a construção e a cerâmica artística com características industriais surgiram na antiguidade em grandes centros comerciais. Recentemente, passou por uma vigorosa etapa após a Revolução Industrial. (ANFACER, 2016). No Brasil, a cerâmica tem seus primórdios na Ilha de Marajó. De acordo com estudos arqueológicos, a presença de produção de artefatos cerâmicos marajoara demonstrava a avançada cultura indígena, nesta ilha, por aproximadamente cinco mil anos atrás. (ANFACER, 2016). Após a colonização portuguesa, esse processo de produção cerâmica passou por um processo de modificações, com a instalação de olarias, engenhos e fazendas jesuítas, onde a produção foi se aperfeiçoando, surgindo a produção de tijolos, telhas e louça para consumo diário. (ANFACER, 2016). Historicamente observa-se que a evolução nas indústrias brasileiras de cerâmica, e diversos produtos advindos destes segmentos cerâmicos, ocorreu principalmente por meio da abundância de matérias-primas naturais, fontes alternativas de energia associados à disponibilidade de tecnologias práticas embutidas nos equipamentos industriais. (ABCERAM, 2015). O setor de produção cerâmica tornou-se notório por significaruma atividade de produção de artefatos a partir de argilas que se torna muito plástico ao ser umedecido, e apresenta grande facilidade para moldar. Após ser submetida a uma secagem branda e a sombra de modo a permitir a retirada da maior parte da água, a peça moldada é submetida a altas temperaturas que lhe conferem rigidez e resistência mediante a fusão de certos componentes da massa, fixando os esmaltes das superfícies. (SEBRAE, 2012). O Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) ainda define a produção cerâmica como uma atividade artística, em que são produzidos artefatos com valor estético, ou uma atividade industrial em que são produzidos artefatos com valor utilitário. A produção de cerâmica, no entanto, ocorre em sua grande maioria, por parte das empresas de pequeno e médio porte de capital nacional. As matérias-primas responsáveis pela produção da indústria de cerâmica vermelha são advindas de jazidas de argilas, considerando a qualidade e 5 regularidade constituídas em unidades mineradoras e fornecedoras as indústrias produtoras neste ramo. (FEAM; FIEMG, 2013). O Brasil dispõe de importantes jazidas de minerais industriais de uso cerâmico cuja produção está concentrada principalmente nas regiões sudeste e sul, onde estão localizados os maiores polos cerâmicos do país. Isso ocorre devido aos seguintes motivos: maior densidade demográfica; maior atividade industrial e de agropecuária; melhor infraestrutura; melhor distribuição de renda; facilidades de matérias-primas, energia e centro de pesquisas. (ANFACER, 2012; BNB 2010). Porém, outras regiões têm apresentado certo desenvolvimento dessa indústria, em especial o nordeste, devido principalmente à existência de matéria-prima, energia viável e mercado consumidor em desenvolvimento. Segundo ANFACER, a região Nordeste do País representa 21% da produção nacional para o segmento. (ANFACER, 2012; BNB 2010). Em relação à concentração da distribuição espacial, a mesma ocorre entre os estados do Ceará, Bahia e Pernambuco, seguidos posteriormente pelos estados do Rio Grande do Norte, Maranhão e Piauí. (ANFACER, 2012). 2.2 O Processo produtivo da Indústria Cerâmica A argila é considerada a principal matéria prima para o processo de produção de cerâmicas. Segundo Bastos (2003), no processo produtivo é utilizado duas ou mais tipos de argilas para obtenção de uma massa com as características desejadas. De acordo com Santos, citado por Bastos (2003), a composição mineralógica da argila é baseada nas misturas de caulinita com ilita, caulinita com montemorilonita ou esses minerais em camadas mistas, além de um teor considerável de ferro. As argilas ideais para o processo produtivo devem apresentar as seguintes características: fácil desagregação e moldagem; granulometria fina e distribuição granulométrica conveniente; quantidade suficiente de matéria orgânica; boa plasticidade e boa resistência mecânica; apresentar baixo teor de carbonatos, sulfatos e sulfetos. (ABC, 2002). Antes de iniciar o processo produtivo, são realizadas as seguintes etapas, cronologicamente: 6 a) Extração de argila: a mesma é realizada a céu aberto, normalmente em meses com menor precipitação, podendo ser realizada manualmente ou de forma mecanizada, como pode ser observado na Figura 1; Figura 1: Extração de Argila matéria-prima para a produção cerâmica Fonte: http://www.belavistatijolos.com.br/processo.html. b) Transporte: é realizado da jazida até a fábrica. Geralmente é realizado através de caminhões basculantes (Figura 2 - a); c) Sazonamento ou estocagem: processo no qual as argilas são estocadas em pequenos lotes em camadas separadas em função de suas características, por um longo período a céu aberto, com objetivo de reduzir o excesso de matéria orgânica e sais indesejados, resultando maior homogeneidade e qualidade do material (Figura 2 - b). É recomendável que a argila, após o sazonamento, seja transportada para um pátio coberto ou recoberta com lona, evitando assim o excesso de umidade ou o ressecamento. A partir disto, o material está preparado para entrar no processo produtivo. Figura 2 – a) Transporte; b) depósito ao ar livre e sazonamento. Fonte: http://www.jtbterraplenagem.com.br/obras.html. 7 O fluxograma de todo processo produtivo na indústria cerâmica é apresentado na Figura 3. Figura 3 – Processo produtivo na indústria da cerâmica vermelha Fonte: Gottardo, 2013. O primeiro passo do processo produtivo é a mistura, na qual ocorre também o processo de desintegração de possíveis torrões. Na mistura (Figura 4 - a), os diferentes componentes são misturados mecanicamente buscando homogeneidade da massa. Figura 4 – a) Processo de mistura da massa; b) – Processo de laminação (laminador) Fonte: http://www.ceramicaprimavera.com.br/processo-produtivo.html Antes de passar pela extrusora, máquina na qual é instalada os moldes que darão o formato pretendido as peças, as massas de argilas passam pelo processo de laminação (Figura 8 4 - b). Essa etapa tem como objetivo garantir a passagem apenas de partículas menores que 4 milímetros na extrusora. A extrusão consiste em um processo de passagem das massas de argila, sob pressão, através de um bocal apropriado ao tipo de peça a ser produzida (BASTOS, 2003). O tipo de bocal utilizado definirá a obtenção de uma coluna para confecção de blocos, como apresentada na Figura 5 - a, ou em tarugos para fabricação de telhas. Na saída da extrusora, é iniciada a etapa de corte (Figura 5 - b), a qual pode ser efetuada por cortadores manuais ou automáticos. É após essa etapa que é realizada a primeira inspeção visual, na qual as peças defeituosas serão reintroduzidas na etapa de preparação de massas (na etapa de mistura). Figura 5 – a) Processo de extrusão para geração de blocos; b) Corte. Fonte: http://www.ceramicaprimavera.com.br/processo-produtivo As demais peças são encaminhadas para a etapa de secagem. Essa etapa pode ser realizada de duas maneiras: de forma natural, na qual as peças são deixadas ao ar livre ou em pátios cobertos (Figura 5 - a); e artificial, através da utilização de secadores (Figura 5 - b). Dentre as principais vantagens da secagem natural, está o menor custo, e como principal desvantagem, a dificuldade de aplicar controle de processo de produção, por depender das condições atmosféricas. (BASTOS, 2003). 9 Figura 6 – Secagem: a) artificial feita por secadores; b) natural em pátio coberto. Fonte: http://www.ceramicaprimavera.com.br/processo-produtivo.html e http://www.belavistatijolos.com.br/processo.html. Após o processo de secagem, as peças ficam sensíveis a choques, sendo necessário evitar durante o transporte solavancos e trepidações. É importante que as peças sejam encaminhadas o mais rápido possível para a queima, pois a argila poderá reabsorver a umidade contida no ar, deixando o material fraco. (FEAM; FIEMG, 2013). Segundo Bastos (2003), a queima ou sinterização (Figura 7) é considerada a etapa mais importante do processo produtivo, por ser responsável por promover ao produto cerâmico a transformações físicas e químicas necessárias para fornecer as propriedades necessárias, como resistência, cor, entre outras. Medeiros (2006) cita que a temperatura de queima pode variar entre 750 a 900ºC para os blocos, podendo chegar a 1200ºC no caso de tubos cerâmicos. Sua duração pode ser de alguns minutos ou até mesmo vários dias. Figura 7 – Queima Fonte: http://www.ceramicasalema.com.br/processo-produtivo 10 A resistência mecânica, a contração linear,a absorção e a porosidade das peças são aspectos adquiridos não só pela boa uniformidade e controle da massa e perfeita secagem, mas, também, a partir de uma queima controlada. Após a queima, os produtos continuam dentro dos fornos para evitar brusca mudança de temperatura, prevenindo deformações e fissuras. Assim como na etapa de queima, na qual é importante realizar uma queima controlada, também é necessário que seja efetuado um resfriamento controlado, através de uma diminuição constante da temperatura, a fim de evitar fissuras e não conformidades nas peças. Por fim, as peças podem ser armazenadas a céu aberto (Figura 8.a) ou em áreas cobertas (Figura 8.b). Nessa etapa, também é efetuado o processo de controle qualidade. Figura 8 – a) Armazenamento a céu aberto, a granel; b) Armazenamento em área coberta, em pallets Fonte: http://www.ceramicaprimavera.com.br/processo-produtivo e http://ecomaquinas.com.br/_es/noticias/930. 2.3 Sistema de gestão Segundo Chiavenatto (2000), sistema é “um conjunto de elementos interdependentes, cujo resultado final é maior do que a soma dos resultados que esses elementos teriam caso operassem de maneira isolada”. Nesse contexto, Frosini e Carvalho citados por Chaib (2005) conceituam sistema de gestão como o conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nível de complexidade, nos quais os componentes associados interagem de forma organizada para efetuar uma tarefa específica e mantém ou atingem determinado resultado. Sob o aspecto empresarial, existem três objetivos que um sistema de gestão deve apresentar: (VITERBO Jr apud CHAIB, 2005). 11 a) alcançar sucesso no mercado ocupado através da melhoria continua; b) aumentar constantemente o valor percebido pelos clientes em seus produtos e/ou serviços; c) satisfação dos funcionários como organização para contribuição social da empresa e respeito ao meio ambiente. Para atingir estes objetivos, de acordo com Chaib (2005), é necessário a adoção de um método de análise e solução de problemas, o qual seja capaz de estabelecer controle sobre cada ação. Dentre os vários métodos utilizados atualmente, grande parte é baseada no método PDCA, também conhecido como Método de Melhorias. Este método se baseia na busca pela melhoria contínua através da execução sistemática de quatro passos de forma cíclica, iniciando-se pela estruturação do processo tornando-o mensurável e repetitivo. De acordo com Andrade (2003), as letras que formam o nome do método PDCA, significam em seu idioma de origem: PLAN, DO, CHECK, ACT, significando consecutivamente, PLANEJAR, EXECUTAR, VERIFICAR, ATUAR. Na figura abaixo é descrito a sistemática de aplicação do método e o conceito aplicado em cada um dos quatros módulos: Figura 9 – Esquema geral do ciclo PDCA Fonte: Chaib, 2005 O conceito de “sistema de gestão” pode ser aplicado para vários aspectos, dentre eles, segurança e saúde, qualidade e meio ambiente, os quais serão abordados neste capítulo com objetivo de corroborar com a explanação sobre Sistema de Gestão Integrado (SGI), entre outros. Vale salientar, que os três sistemas de gestão citados acima, foram concebidos a partir do modelo de PDCA. 12 Algumas normas serão apresentadas e citadas a seguir, as quais são comumente empregadas como referência para implementação e certificação, entre elas as normas NBR ISO 9001 e NBR ISO 14001. Por esse motivo vale esclarecer que a International Organization for Standardization (ISO) é uma entidade não governamental criada em 1947 com sede em Genebra, na Suíça. Ela tem como objetivo, segundo Medeiros (2006), de “promover o desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas com a intenção de facilitar o intercâmbio internacional de bens e serviços, e para desenvolver a cooperação nas esferas intelectual, cientifica, tecnológica e de atividade econômica”. A ISO possui como signatária a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) podendo apenas esta traduzir na íntegra uma norma ISO e disponibilizá-la pra venda. (MORAES, 2010). 2.4 Sistema de gestão da Qualidade Há milênios, o conceito de “qualidade” já tem sido praticado, assim como afirma Oliveira citado por Batazim, Silva e Calarge (2011). Segundo Oliveira, o Código de Hamurabi, criado por volta de 2.150 A.C., já apresentava a preocupação com as características das moradias, principalmente nos aspectos de durabilidade e também funcionalidade, tanto que o responsável pela obra da moradia seria sacrificado caso ocorresse desabamentos. Mesmo que essa preocupação com a qualidade de bens e serviços seja antigo, apenas recentemente ela tem sido objeto de sistematização como área de pesquisa. No início era voltada apenas para a inspeção do produto final, porém, atualmente, envolve um conjunto de atividades nas empresas como um todo, fazendo destes, parte do seu planejamento estratégico. (MEDEIROS, 2006). A norma ABNT NBR ISO 9001 – Sistemas de Gestão da Qualidade é um conjunto de requisitos que tem como objetivo orientar as empresas no sistema de gestão da qualidade, com o objetivo de satisfazer os clientes, buscar a melhoria contínua e assegurar a competitividade da empresa. Esta norma pode ser aplicada a qualquer tipo e porte de empresa. A NBR ISO 9001 não especifica requisitos para bens ou serviços os quais serão comprados. Cabe à empresa definir, tornando claras as suas próprias necessidades e expectativas para o produto. 13 Esta norma enfatiza a necessidade de perceber a organização como um conjunto de processos responsáveis por assegurar o atendimento à satisfação dos clientes segundo uma política de qualidade e objetivos previamente estabelecidos (CERQUEIRA, 2012). O modelo do sistema de gestão da qualidade baseado em processos e adotado pela NBR ISO 9001, na versão 2000, é mostrado na Figura 10. Este modelo abrange todos os requisitos contidos nos itens da norma. Figura 10 – Modelo do Sistema de Gestão da Qualidade. Fonte: ABNT NBR ISO 9001:2000 As normas das ABNT NBR 9000 foi inicialmente publicada em 1987 no Brasil, e até o momento passaram por 4 revisões. Segundo Medeiros (2006), a primeira revisão ocorreu em 1994, sem grandes modificações estruturais. A mesma apresentava uma série de cinco normas internacionais, sobre o gerenciamento e garantia da qualidade: a) NBR ISO 9000 – Padrões da garantia e gerenciamento da qualidade para seleção e uso; b) NBR ISO 9001 – Modelo de sistemas de qualidade para garantia da qualidade em projeto, desenvolvimento, produção, instalação e serviços; c) NBR ISO 9002 – Modelo de sistemas de qualidade para garantia da qualidade em produção e instalações; d) NBR ISO 9003 – Modelo de sistemas para garantia da qualidade no teste e inspeção final; 14 e) NBR ISO 9004 – Gerência da qualidade e diretrizes dos elementos de sistema de qualidade. No ano de 2000, a norma passou por uma reestruturação mais importante, na qual as Normas NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e NBR ISO 9003 foram combinadas gerando uma única norma, a NBR ISO 9001, funcionando como única certificadora do sistema de gestão da qualidade. A terceira revisão ocorreu em 2008, sendo elaborada buscando uma maior compatibilidade com a família da norma ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental. A edição atual, NBR ISO 9001:2015, atualizou e revisou os princípios de gestão da qualidade e buscou adequar-se as novas tendências e necessidades do mercado atual. 2.5 - Sistema de gestão Ambiental A crescente escassez de recursos naturais e a preocupação com as questões ambientais impactam cada dia mais as organizações,de forma a se tornar parte fundamental dos processos a correta gestão e controle de impactos ambientais. Buscando o desenvolvimento de ferramentas de gerenciamento e controle dos aspectos ambientais foram criadas a série de normas ISO 14000. No tocante a esse conjunto de normas, a ISO desenvolveu a ISO 14001, única norma da série ISO 14000 certificável em relação ao sistema de gestão ambiental (SGA) da organização. (POMBO; MAGRINI, 2008). Em 1996, a ABNT lançou a Norma NBR ISO 14001:1996 – Sistemas de Gestão Ambiental - Requisitos com orientações para o uso, objetivando padronizar os modelos de gestão ambiental desenvolvidos por diversas organizações e especificando os requisitos de um SGA para diversos tipos e portes de organizações (PIMENTA; GOUVINHAS, 2006). A ISO 14001 visa à revisão dos processos produtivos buscando a otimização do desempenho ambiental dos processos, levando em conta fatores como controle de insumos e matérias-primas. Segundo Cerqueria (2012), o principal objetivo da norma é dar suporte a proteção ambiental e prevenção da poluição. Para Araújo, Santos e Brito (2012), a NBR ISO 14001 especifica os requisitos para implantação e certificação de um sistema de gestão ambiental (Figura 11) de forma que permita o desenvolvimento e implantação de políticas e objetivos que levem em conta aspectos ambientais. 15 Figura 11 – Modelo de Sistema de gestão ambiental. Fonte: ABNT NBR ISO 14001:2004 Pimenta e Gouvinhas (2006) citam aspectos positivos na adoção de um sistema de gestão ambiental, destacando-se: significativa correlação entre eco eficiência e lucros, principalmente relacionados à menor produção de resíduos e economia de energia, diminuição dos custos do processo produtivo; adequação com a legislação ambiental vigente; melhoria da imagem empresarial, motivação dos empregados; entre outros. O custo de implementação da NBR ISO 14001 é elevado. Segundo Miles, Munilla e Russel (1997) os custos de adoção da norma ISO 14001 assemelham-se aos custos de implementação da norma ISO 9000 de gestão de qualidade. Dessa forma, sugere-se que seja adotado inicialmente um modelo de gestão ambiental básico que possa tornar-se gradualmente mais complexo. A versão em vigor da NBR ISO 14001 foi publicada pela ABNT em outubro de 2015. O comitê técnico responsável pela elaboração das normas de gestão ambiental é o ABNT/CB- 38, responsável pela tradução da ISO 14001:2015. 2.6 Sistema de gestão de Segurança e Saúde A FUNDACENTRO, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foi criada em 1966, devido a preocupação por parte da sociedade e do governo com os altos índices de acidentes e doenças do trabalho. Este órgão foi o responsável pelas primeiras 16 pesquisas sobre saúde e segurança ocupacional, e hoje, possui a liderança na América Latina no campo da pesquisa na área de segurança e saúde no trabalho. Um dos momentos mais importantes na área de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) foi a criação da Lei Federal n° 6514/77, que alterou o Capítulo V, do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) introduzindo as leis trabalhistas com uma série de exigências com relação à saúde, segurança e medicina do trabalho. A lei n° 6514/77 determinava que o MTE emitisse normas que regulamentassem com mais detalhes os assuntos que a própria lei abordava. Dessa forma, em 1978, o MTE editou a Portaria 3214/78, que aprovou as NR’s, que constituem diversos capítulos sobre SST. Nas décadas de 80 e 90, foi perceptível uma evolução significativa no setor de SST através de alterações nas normas regulamentadoras, sobretudo nas NR's de n° 7 e nº 9, que tratavam, respectivamente, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) . Enquanto o PPRA visa à preservação da saúde e da integridade física através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais, o PCMSO busca promoção e preservação da saúde do conjunto de trabalhadores através do estabelecimento de um sistema de detecção precoce de doenças relacionadas ao trabalho. É importante ressaltar a importância do PPRA para o desenvolvimento do PCMSO, já que os riscos não eliminados são objeto de controle pelo PCMSO. Ainda na década de 90, no âmbito internacional, existia uma grande demanda e carência por parte das empresas por uma norma internacional que abordasse a gestão de segurança e saúde, e tivesse a finalidade de certificar e avaliar seus próprios sistemas de gestão nessa área. Nesse contexto, o Reino Unido foi pioneiro através da publicação da BS 8800:1996 – Guia para Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional. (CHAIB, 2005). Sob iniciativa e liderança da British Standard Intitution (BSI), órgãos certificadores se reuniram e elaboraram a BS OHSAS 18001 – Occupational Health and Safety Assesment Systems – Specification, a qual foi publicada em 1999 e que, atualmente, se encontra na segunda versão (2007). Desta forma, a norma BS OHSAS 18001:2007 é a referência mais importante, no âmbito internacional, para se organizar um sistema de gestão de Segurança e Saúde Ocupacional que possa ser certificado. Diferente das duas outras normas, que definem a gestão da qualidade e a gestão ambiental, a OHSAS não é reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), justamente por não ser uma norma ISO. Porém, a mesma mantém correspondência com as normas ABNT NBR ISO 9001, e 17 principalmente com a de gestão ambiental ABNT ISO 14001. Isso se deve ao fato da norma OHSAS 18001 ter sido desenvolvida para ser compatível com as duas normas citadas a acima. A norma BS OHSAS 18001 fornece apenas o contexto geral para melhoria contínua no processo de gestão. Similar à norma de gestão ambiental ABNT ISSO 14001, a OHSAS não prescreve critérios específicos de desempenho da Segurança e Saúde Ocupacional, nem fornece especificações detalhadas para o projeto de um sistema de gestão. Ela define os requisitos de um Sistema de Gestão da SST, visando reduzir ou eliminar por completo os riscos envolvendo os funcionários e demais partes interessadas, independentemente do tipo e porte da empresa, das condições geográficas, culturais e sociais. Segundo Benite (2004), a BSI OHSAS 18001 é “subdividida de forma sistemática em quinze itens básicos” conforme é apresentado pela Figura 12. Figura 12 – Ciclo BSI OHSAS 18001 Fonte: Benite (2004) 2.7 Sistema de gestão Integrado Devido ao crescente aumento da pressão pela racionalização de processos de gestão dentro das organizações, o processo de integração dos Sistemas de Gestão tem sido visto 18 como uma oportunidade de redução de custos. Desta forma, o mercado passou a exigir pela integração de aspectos relacionados a custo, qualidade e consciência ecológica aliado ao fato de que esses custos e as suas respectivas ações, que envolvem os diferentes sistemas de gestão, se sobreponham gerando gastos desnecessários. O Sistema de Gestão Integrado (SGI) é definido como uma ferramenta gerencial que contribui para a melhoria do desempenho das empresas em relação às questões de Meio Ambiente, Qualidade, Segurança e Saúde no Trabalho e Responsabilidade Social, uma necessidade fundamental para as organizações, para os trabalhadores e para a sociedade como um todo.” (MORAES;VALE;ARAUJO, 2013). Viterbo Jr citado por Moraes, Vale e Araújo (2013) ressalta que além de apresentar o objetivo de reduzir acidentes, impactos ambientais e na diminuição de custos, o SGI também foca em “aumentar constantemente o valor percebido pelo cliente nos produtos ou serviçosoferecidos, no sucesso do segmento de mercado ocupado através da melhoria continua dos resultados operacionais, na satisfação dos funcionários com a organização e da própria sociedade com a contribuição social da empresa e o respeito ao meio ambiente”, objetivos citados na seção 2.4. Segundo Calixto e Quelhas (2005), a gestão integrada de sistemas trará as seguintes vantagens: a) Ter um sistema único e simplificado; b) Focar continuamente na melhoria do desempenho, aperfeiçoar a utilização dos recursos disponíveis; c) Integrar de forma crescente a qualidade, meio ambiente e SST à gestão dos negócios da empresa; d) Unificar documentos para um mesmo procedimento. Outras vantagens são apresentadas no Quadro 1 abaixo, de acordo com Chaib (2005). Quadro 1 – Benefícios na implantação do SGI. BENEFÍCIOS DESCRIÇÃO Diferencial competitivo − Fortalecimento da imagem no mercado e nas comunidades; − Pratica da excelência gerencial por padrões internacionais de gestão; − Atendimento às demandas do mercado e da sociedade em geral; Melhoria organizacional − Reconhecimento da gestão sistematizada por entidades externas; − Maior conscientização de todos; 19 − Atuação pró-ativa, evitando-se danos ambientais e acidentes no trabalho; − Melhoria do clima organizacional; − Maior capacitação e educação dos empregados; − Redução do tempo e de investimentos em auditorias internas e externas. Minimização de fatores de Riscos − Segurança legal contra processos e responsabilidades; − Segurança das informações importantes para o negócio; − Minimização de acidentes e passivos; − Identificação de vulnerabilidade nas práticas atuais. Fonte: Adaptado de CHAIB (2005). Durante a implantação de um SGI, podem surgir dificuldades no processo, como relata Sousa (2010): resistência à mudança; ausência de uma cultura propícia à disciplina e a procedimentos definidos; dificuldades na interpretação das normas relativas à qualidade, à segurança e ao ambiente; baixa adesão aos preenchimentos de registros; elevada duração temporal no processo; e existência de barreiras para comunicação entre os sistemas de gestão. O autor ainda ressalta que um processo mal conduzido de integração poderá trazer rigidez, replicação de ineficiências e choques profissionais e culturais. A integração dos sistemas de gestão podem abordar diferentes temas, como por exemplo, responsabilidade social, controle financeiro, dentre outros. Entretanto, nesse trabalho será enfocada a integração do SGSST, SGA e SGQ. Vasconcelos e Melo (2007) afirmam que até ano de 2006, não existia uma especificação com os requisitos comuns dos Sistemas Integrados de Gestão. Com o propósito de evitar os problemas gerados pelo excessivo número de especificações e de simplificar a implementação de múltiplos sistemas e sua respectiva avaliação de conformidade, a British Standards Institute (BSI), baseando-se no ISO Guide 72:2001 (guia para elaboração de normas), desenvolveu a especificação PAS 99:2006. PAS significa Publicly Available Specification (Especificação Disponível Publicamente). A criação da PAS 99 estabeleceu um modelo integrado de gestão com estrutura unificada, consistente e transparente, com o propósito de auxiliar as organizações a se beneficiarem com a consolidação dos requisitos comuns das normas de sistemas de gestão e com a gestão eficaz desses requisitos. A implementação dessa especificação pode trazer os seguintes benefícios às empresas: (VASCONCELOS; MELO, 2007). 20 a) Maior foco no negócio; b) Redução de custos e da burocracia e economia de tempo; c) Comunicação interna e externa melhorada; d) Abordagem mais holística para a gestão de riscos do negócio; e) Menos conflitos entre os vários sistemas de gestão da organização; f) Auditorias internas e externas mais eficazes e eficientes; g) Maior envolvimento e cooperação do pessoal. A PAS 99 oferece um modelo simples para integração, em uma única estrutura, de todas as normas e especificações de sistema de gestão adotadas. Contudo, é importante ressaltar que ela não garante em si a conformidade com essas outras normas de gestão. Ou seja, para que seja obtida a certificação, caso desejada, será necessário que os requisitos específicos de cada norma sejam atendidos. A estrutura da versão mais recente da especificação PAS 99, PAS 99:2012, é considerada mais adequada, por ser baseada no PDCA, refletindo dessa maneira a abordagem apresentada nas normas mais recentes promovendo uma gestão integrada mais eficaz e eficiente. . 3 METODOLOGIA Este estudo possui um caráter exploratório, inicialmente coletou informações com pesquisas bibliográficas, propiciando conhecimento e atualização dos ensinamentos estudados. Foi utilizado ainda o método de pesquisa qualitativa com a coleta de dados com questionário estruturado de pesquisa, em contato com o proprietário e o gerente da empresa. Foi realizada uma visita (não apresentado o nome para preservação das informações) para análise e coleta de dados, tendo como ferramenta o questionário pré-elaborado (APÊNDICE A), no qual foram agrupadas as observações averiguadas e as principais formas com que estão sendo conduzidas a gestão da empresa, posteriormente se retornou para verificação de dúvidas ou exceções anteriormente não observadas. Optou-se ainda, pela escolha de uma única empresa, principalmente pelo tempo para o desenvolvimento da pesquisa, sendo observado o empreendimento como um todo. Feita visita 21 “in loco” possibilitou uma melhor compreensão do processo produtivo, da dimensão socioeconômica do empreendimento e da concepção de ações dos dirigentes. . 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A empresa apresenta uma estrutura simples de gestão, composta de Diretor Geral, que detêm a administração geral da empresa bem como o SGQ, e do Diretor Operacional que cuida mais diretamente do SGSST e SGA, contudo as ações dos mesmos se fundem nos momentos de tomadas de decisões. A referida empresa apresenta grande porte de produção, sendo que mensalmente resulta em uma produção de um milhão de peças, nos produtos telhas plan universal, telhas duplan portuguesa, telhas duplan roman, telhas duplan copeira e Blocos Furados (Lajotas, Lajota de Lage) e Cobogós, gerando 100 empregos diretos. Na tentativa de melhor qualificar, foram feitas observações de forma distintas para cada sistema de gestão, entendendo que a análise dos sistemas ajudará na percepção da aplicação da gestão integrada. 4.1 Quanto ao Sistema de gestão da Qualidade A empresa não possui nenhuma certificação, tanto para o Sistema de Gestão da Qualidade, quanto para os demais sistemas. O controle de qualidade das peças produzidas é feito de forma simplória, pelos próprios trabalhadores responsáveis pela etapa pós queima, não existindo critérios de aceitação pré-estabelecidos. Ainda no pátio de estocagem, as peças passam por outra inspeção visual antes de serem transportadas para o cliente final. As cerâmicas produzidas pela empresa são padronizadas com base na NBR 15.310 para as telhas do tipo plan e duplan, e com base na NBR 15.270 para telhas copeiras, cobogós e blocos cerâmicos. O serviço de atendimento ao consumidor é prestado através de chamadas telefônicas gratuitas, o qual recebe reclamações e/ou sugestões do consumidor e da comunidade, sendo o mesmo canal utilizado para as vendas. Apesar de a empresa apresentar um razoável empenho na melhoria do processo produtivo, adquirindo, por exemplo, extrusoras que exigem menos trabalhadores, ainda há a 22 necessidade de introduzir maior controle noseu processo. Outro fator relevante é a inexistência de procedimentos e práticas operacionais para as atividades produtivas, o que dificultaria a aplicação do Controle Operacional estabelecido pelo SGQ. Observou-se que o maior impacto no custo de produção está no transporte da extração e no material de queima, que representam os principais itens de controle por parte da gestão, não sendo observado o controle dos refugos ou retrabalho nos espaços de produção. Neste sentido, a preocupação maior no custo, e não no controle efetivo de cada etapa produtiva, demostra fragilidade no sistema de gestão da qualidade. 4.2 Quanto ao Sistema de gestão Ambiental Observou-se um comprometimento da empresa com a gestão ambiental, com o cumprimento de parâmetros como as licenças ambientais em dia e o acompanhamento sistemático de um Engenheiro de Minas, além da presença do Programa de Gestão de Riscos (PGR) e PPRA. Porém, a empresa não realiza a coleta seletiva dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), no entanto deve ser enfatizado que o poder público não dispõe da coleta dos Resíduos para a empresa. Durante o processo produtivo há grande formação de resíduos industriais que são descartados no pátio, que possui como destino o aterro ou doação para fim de material de recuperação de estradas. Tais refugos causam grande lançamento de poeiras, configurando como um dos principais impactos ambientais das atividades da empresa, que sem mecanismos de controle, pode vir a se tornar causa de doenças do trabalho. As máquinas são as principais geradoras de ruídos e a sua manutenção é feita de forma permanente em oficinas externas a indústria, sendo garantida uma manutenção sistemática das mesmas. A captação de água para indústria é realizada por meio de um poço artesiano. Já a água utilizada para consumo humano é obtida por meio de abastecimento pela concessionaria no município. O tratamento de esgoto sanitário é feito na forma de fossa séptica. O principal agente de emissões atmosféricas são os fornos, gerando inclusive no período de inversão térmica alguns transtornos. Utiliza-se como comburente diretamente refugo de eucalipto triturado e palha de café. Outro impacto significativo causado pelos fornos refere-se à temperatura nas proximidades do mesmo e a geração de cinzas. As 23 máquinas (tratores e caminhões) também geram resíduos de emissões atmosféricas dentro das características indicadas pelos fabricantes. No atendimento a emergências não foi apresentado nenhuma atividade executada com esta finalidade. 4.3 Quanto ao Sistema de gestão de Segurança e Saúde Observando a existência do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMET), observa-se que existe um apoio técnico relativo a segurança, porém de forma deficiente, pois ações mitigatórias não fazem parte do acompanhamento cotidiano, demostrando certa fragilidade à exposição aos riscos. De forma implícita, ficam os trabalhadores relegados a uma falsa segurança que se prende principalmente a um quadro de dias sem acidentes. Neste sentido, observa-se também a inexistência de Ordem de Serviço, comprovando necessariamente pouca informação junto aos trabalhadores quanto aos riscos expostos aos mesmos e descrição de EPIs recomendados para a execução das atividades envolvidas na operação. Apesar da existência da CIPA, que funciona periodicamente, a empresa não possui uma agenda fixa para as reuniões da mesma, prejudicando as ações de preventivas ou de promoção da saúde. Possui PCMSO como forma de monitoramento da saúde, com execução de exames periódicos ligados principalmente a admissão e demissão. Executa-se o PPRA, que se encontra devidamente atualizado, porém não internalizado pelos trabalhadores, o que pode elevar o risco de doenças do trabalho e ao cumprimento parcial do mesmo. Quanto aos EPI’s, estes são entregues e verificados de forma controlada e monitorada pelos coordenadores de cada Setor, garantindo o uso adequado dos mesmos e exigindo o cumprimento da legislação vigente pelos empregados. Observou-se preocupação, cuidados com as instalações e edificações; haja vista tratar- se de estruturas reformadas ou novas com boa manutenção. Porém, existem pisos irregulares com saliências e obstáculos na área de circulação. Em relação às instalações elétricas, na maioria das vezes, os serviços são executados por terceiros, os quais nem sempre possuem a visão da SST ou mesmo da norma pertinente. Um exemplo disso é a não existência de prontuário de instalações elétricas. 24 Em relação ao transporte e armazenamento, é notório ser uma das principais falhas da assessoria em segurança do trabalho, por exemplo: ausência de carros com protetores de mãos, operador de equipamento de transporte sem identificação e equipamento com ausência de sinalização de macha ré. Porém, a maioria dos equipamentos encontra-se devidamente protegida e a maioria das fontes de ruídos e calor está aparentemente controlada. Em relação às doenças do trabalho, considerando as mais comuns observadas para este cenário como: Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteo Musculares, Relacionados ao Trabalho (DORT), percebe-se pouco conhecimento e informações sobre o assunto, demonstrando que as questões de ergonomia são pouco observadas. Observou-se em todas as instalações da empresa a presença de extintores de incêndio indicados por empresa de assessoria, contudo não ocorreu nenhum treinamento de combate ao incêndio, bem como alguns extintores estavam sem a devida sinalização e com datas de recarga vencidas, demonstrando falha na gestão de riscos. . 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelo ponto de vista da Gestão de Qualidade, Silva (2009), o setor cerâmico pode ser caracterizado como um mercado pulverizado e de competição predatória, caracterizado por uma maioria de clientes que não prezam pela qualidade do produto. Esse aspecto resulta no que pode ser observado na empresa: a busca pelo aumento de produção aliado a redução de custos como sendo a principal preocupação dos gestores, principalmente em tempos que a economia mostra sinais de desaquecimento. Assim, a empresa não se atenta para capacidade do SGQ em minimizar custos, agregar qualidade e controle no processo produtivo, buscando a priori a maior produção com baixo custo. A falta de aplicação de um efetivo controle envolvendo métodos de gestão da qualidade a serem observadas no chão da fábrica, no processo gerencial e com os consumidores, bem como a não existência de controle eficiente (medições, volumes, principais erros, etc.), devidamente quantificado e qualificado em todas as fases, inviabiliza a aplicação do sistema de gestão de forma efetiva. Medeiros (2006) propõe que todos os documentos para controle da qualidade sejam produzidos sob a forma de documentos internos e externos, possibilitando a geração de dados e evidências para a melhora dos processos e produtos. A falta de informações impossibilita a 25 efetuação de análises mais profundas, inviabilizando a aplicação de ações preventivas, deixando a empresa apta apenas a ações reativas no momento em que surgem os problemas, mostrando a forma empírica predominante no setor cerâmico. Como forma de minimizar os impactos tem buscado a modernização dos equipamentos e máquinas com vistas à qualidade e quantidade das peças produzidas, pagando-se um alto custo neste desenvolvimento tecnológico. No que tange ao Sistema de Gestão Ambiental, percebe-se que o atendimento a legislação ambiental vigente é imprescindível para o funcionamento da empresa, contudo, no meio ambiente laboral existe a necessidade de aprimoramento.Como propõe Grigolletti (2001), é necessário efetuar análises em relação à diminuição de perdas no processo de produção, a melhoria nas condições de trabalho e na organização do processo, já que o processo produtivo é bastante artesanal e pouco automatizado. Neste sentido, Nascimento (2007), apresenta uma proposta de análise mais profunda para avaliação dos impactos ambientais no meio físico (abiótico e biótico), no meio paisagístico e no meio antrópico, apresentando medidas mitigadoras e sistemas de monitoramento em cada impacto devidamente identificado. Desta forma, as propostas desenvolvidas no PGR e no PPRA poderiam traçar pistas e orientações para ações concretas, com vista a implementação de um sistema efetivo para Gestão Ambiental, não deixando de ressaltar a importância do envolvimento e participação de todos em busca por um ambiente saudável. Em relação ao Sistema de Gestão de Segurança e Saúde, observou-se que a empresa tem a oportunidade de programar uma defesa permanente, e não apenas um mero atendimento a legislação vigente, possibilitando ao pleno atendimento à saúde e segurança do trabalhador. (GOTTARDO, 2013). A implementação efetiva do SGSST, agregaria o pleno atendimento a legislação trabalhista, a qual possui muitas nuances e tem como principal responsável o próprio empregador, proporcionando ao colaborador a oportunidade de inferir ações que contribuam para que ambiente do trabalho não seja um ambiente insalubre. Além disso, seria evitada a ocorrência de acidentes ou incidentes, os quais geram perdas, muitas vezes irreversíveis, já que a atividade é dependente de mão de obra, a qual é passível de riscos laborais. Ainda, segundo Gottardo (2013), é preciso avaliar e conhecer os riscos e perigos para propor ações para eliminar ou neutralizar os mesmos, buscando a proteção da integridade física do trabalhador, da redução dos danos ao meio ambiente e ao patrimônio. Nesse aspecto, é imprescindível a compreensão de que os acidentes ocorrem devido a atos inseguros ou 26 condições inseguras, e da importância da aplicação das NR’s, observando o controle e identificação dos riscos ocupacionais, sempre respeitando os limites de tolerância, quando aplicáveis. Com o mercado se apresentando cada dia mais competitivo e o consumidor mais exigente, é necessário que as empresas cada vez mais priorizem a gestão sobre os negócios. Esta visão estabelece um olhar amplo com foco nos trabalhadores, no produto, nas normas, dentre outros fatores que por vezes vão além do ambiente de trabalho alcançando toda a sociedade. Assim, cria-se a necessidade de uma Gestão Integrada, visto que isolada dificulta a compreensão do todo e pode gerar complexidade para organização. Neste sentido, a integração dos sistemas possibilita uma maior eficácia e cumprimento dos ideais almejados pela empresa (BILLIG & CAMILATO, 2009). Em face da preexistência de ações que envolvem, por vezes, sistemas distintos ou em conjunto, faz-se necessário um Sistema de Gestão Integrada, possibilitando uma melhor análise para solução dos problemas. Dessa forma, estabelece-se de fato um controle para as diferentes ações, melhorando o diferencial competitivo, unificando esforços com mão de obra permitindo o início de um processo sistêmico e reduzindo custos na manutenção dos sistemas individualmente. Assim, neste processo dinâmico e evolutivo, deseja-se que os sistemas de Gestão Integrada sejam uma prática permanente no ambiente de trabalho, fazendo-se visível ao mercado e a sociedade (BILLIG & CAMILATO, 2009). Segundo BARBOSA & TORRES (2013), a busca da sustentabilidade prescinde de instrumentos organizacionais, sendo que o SGI possibilita este trabalho no sentido de convergir diferentes sistemas. A opção de implantação de um Sistema de Gestão Integrada na empresa, frente aos problemas ora enfrentados, propiciaria um aprimoramento dos sistemas preexistentes e que comumente estão parcialmente atendidos ou pouco eficazes. Neste sentido, o SGI garantiria um compromisso coletivo na busca de soluções possíveis no modelo desenvolvido. Todas as responsabilidades estão restritas unicamente aos administradores, que com a demanda continua não conseguem dar conta do fluxo. Assim, com um envolvimento coletivo na busca de soluções, os administradores poderiam focar com êxito naquilo que é a premissa maior das suas funções: a “gestão”. . 27 REFERÊNCIAS ABC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CERÂMICA. Anuário Brasileiro de Cerâmica 2002. São Paulo: 2002.194 p. ABCERAM – Associação de Cerâmicas do Brasil. Cerâmica no Brasil - Considerações Gerais. 2015. Disponível em: http://www.abceram.org.br/site/index.php?area=2. Acesso em: 16 mar. 2016. ANDRADE, FABIO F.., 2003, O Método de Melhorias PDCA. Tese de Mestrado - POLI / USP, São Paulo, SP, Brasil. ANFACER – Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para revestimentos, louças sanitárias e congêneres. História da Cerâmica. 2016. Disponível em: http://www.anfacer.org.br/#!historia-ceramica/c207w. Acesso em: 16 mar. 2016. ARAUJO, JACKLINE A.; SANTOS, ALISSON L.;BRITO, FLAVIO J. A. DE. A Gestão Ambiental como Processo de Qualidade: de uma Proposta de Integração. 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Tese de Mestrado - POLI / USP, São Paulo, SP, Brasil. BILLIG, O. A.; CAMILATO, S. P. Sistema de gestão integrada de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde. Revista Ftec, Caxias do Sul, 2009. 28 CALIXTO, EDUARDO; QUELHAS, OSVALDO. A Gestão Ambiental como Processo de Qualidade: de uma Proposta de Integração. As vantagens da implantação de uma gestão integrada de sistemas. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 25, 2005, Porto Alegre. Anais… Bento Gonçalves: A Engenharia de Produção e a Universidade Empreendedora, 2005. CERQUEIRA, Jorge Pedreira de. Sistemas de Gestão Integrados ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, SA 8000, NBR 16001: Conceitos e Aplicações. 2.ed. Rio de Janeiro, 2012. CHAIB, E. B. D’ANGELO, 2005, Proposta para Implementação de Sistema de Gestão Integrada de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho em Empresas de Pequeno e Médio Porte: Um Estudo de Caso da Indústria Metal-Mecânica. Tese de Mestrado – COPPE / UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 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Aplicabilidade da especificação PAS 99:2006 como modelo integrado de gestão - Um estudo de caso. XXVIII INEGEP. Foz do Iguaçu – PR, 2007. VITERBO Jr, E., 1998. Sistema Integrado de Gestão Ambiental (2a ed.). São Paulo: Editora Aquariana. 31 APENDICE A – Questionário aplicado na empresa SST – OHSAS 18001 ● Número de trabalhadores(as) por sexo empregados na empresa. ● Conhecimento das Leis e Normas da Segurança e Saúde no Trabalho. ● Principal meio de transporte dos trabalhadores(as) até a empresa. ● Periodicidade dos exames médicos de SST. ● Realização de inspeção técnica no ambiente de trabalho. ● Frequência com que informam seus trabalhadores(as) sobre os riscos de trabalho e das áreas de risco da empresa. ● Acidentes de trabalho ocorridos nos dois últimos anos na empresa, qual o tipo e qual a parte do corpo atingida. ● Número de laminadores, desintegradores, alimentadores/dosadores, marombas, cortadores, prensas, fornos (qual tipo), aparelhos de solda oxiacetileno, transportadores. ● Possuem CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, Número médio de reuniões realizadas pela CIPA durante o ano. ● Como seus trabalhadores(as) possuem acesso a informações relacionadas à segurança e saúde no trabalho. ● Meios pelos quais passam a seus trabalhadores(as) informações sobre os riscos de trabalho e das áreas de risco da empresa, utilizam reuniões, palestras, treinamentos, panfletos, campanhas, etc. ● Engenheiros de segurança no trabalho, Médicos do trabalho e técnicos de segurança no trabalho atuando dentro da empresa. ● Exames médicos admissionais, exames médicos periódicos, exames médicos de mudança de função, médicos de retorno ao trabalho, exames médicos demissionais dos trabalhadores(as). ● A empresa possui sistema de sinalização que vise à prevenção de acidentes nas áreas de risco, prevenção de acidentes nas máquinas, etc. ● Os trabalhadores(as) já paralisam suas atividades quando constatam um grave e iminente risco de acidente de trabalho. ● Os trabalhadores(as) sempre utilizam equipamentos de proteção individual (EPIs). Quais luva, botina, protetor auditivo, protetor respiratório (máscara), óculos, capacete, protetor facial, outros. ● Possuem atividades em altura superior a dois metros e sempre utilizam o cinto de segurança tipo pára-quedista. ● Possuem extintores contra incêndio, quais tipos. ● Possuem estojo para primeiros socorros. ● Frequência com que utilizam água para umidificar as áreas poeirentas da empresa. ● Como é realizada a limpeza e retirada de matéria-prima e material rejeitado dos pisos dos locais de trabalho. ● Há disponibilização de armários individuais para os trabalhadores(as). ● Possuem vestiários para uso de seus trabalhadores(as) separados por sexo. ● Os trabalhadores(as) trocam suas roupas na própria empresa. ● Possuem sanitários para uso de seus trabalhadores(as) com separação de sexo. ● Os trabalhadores(as) realizarem refeições no trabalho durante o intervalo de almoço. 32 ● São optantes do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). ● Incluem medidas de SST nos contratos firmados com pessoas ou empresas terceirizadas. ● Existe algum trabalhadores(as) que recebam adicional de insalubridade, desempenham suas funções em quais locais insalubres se porventura existirem. ● Realizam trabalho noturno de produção (excluindo o “foguista”). ● Possuem ou contratam serviços elétricos de pessoas ou empresas terceirizadas. ● Possuem ou contratam serviços de transporte de produto final de pessoas ou empresas terceirizadas. ● Possuem ou contratam serviços de transporte de matéria-prima de pessoas ou empresas terceirizadas. ● Possuem ou contratam serviços de refeição dos funcionários de pessoas ou empresas terceirizadas. ● Possuem ou contratamserviços de limpeza de pessoas ou empresas terceirizadas. ● Com é realizado o transporte de matéria-prima na área produtiva. ● Como é realizado o manuseio do produto final. QUALIDADE – ISO 9000 ● Inspeção do processo produtivo. ● Inspeção do produto acabado. ● Controle da qualidade durante a produção ● Controle da qualidade nos departamentos ● A voz do consumidor ● A voz do trabalhador ● A voz da comunidade ● Preço competitivo ● Formas de economia ● Refugo / Retrabalho AMBIENTAL – ISO 14000 ● Gerenciamento de Resíduos ● Manuseio de produtos e materiais ● Agua ● Emissões atmosféricas ● Emergências ● Responsáveis
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