Grátis
44 pág.

Apostila estrutura anatomica e química da madeira
Denunciar
5 de 5 estrelas









2 avaliações
Enviado por
Deborah Regina Alexandre
5 de 5 estrelas









2 avaliações
Enviado por
Deborah Regina Alexandre
Pré-visualização | Página 3 de 9
diâmetro maior e comprimento relativamente menor do que as do lenho tardio. Portanto o lenho inicial é menos denso do que o tardio (Figura 8). Nas regiões de clima tropical, onde não há estações bem definidas, os anéis que se formam no caule podem não corresponder aos períodos anuais de crescimento, como também pode ocorrer o aparecimento de mais de um anel de crescimento durante o ano. Pode-se avaliar, com certa precisão, a idade de uma árvore do grupo das gimnospermas, pela contagem dos anéis de crescimento, no plano de topo, em um disco obtido do caule, rente ao solo. Nas madeiras de angiospermas, de regiões tropicais, a contagem dos anéis de crescimento é muito difícil ou até Figura 8 – Traqueídeo de um lenho inicial e do lenho tardio. impossível e, geralmente, não corresponde à idade da árvore. FISIOLOGIA DA ÁRVORE das célula na árvore é a condução de líquidos, susten Traqueídeo de lenho inicial Traqueídeo de lenho tardio As principais funções s tação do vegetal e condução, transformação e armazenamento de substâncias nutritivas. 12 Crescimento imento das árvores é devido à presença de tecidos designados meris tema apical, que é o responsável pelo crescimento em altura, repres ristema cambial, tecido constit podem amadurecer e se transformarem diretamente em xilema stituem o câmbio são denominadas iniciais cambiais e ação de todo sistema é realizado graças às iniciais célula do O cresc temas (do grego meristos = divisível), dotados de capacidade de produzir novas células. O meris enta uma porção ínfima da árvore e localiza-se no ápice do tronco e ramos. Por meio de sucessivas divisões celulares, novas células são acrescentadas para baixo, enquanto o tecido meristemático vai sendo deslocado para cima. As células produzidas pelo meristema apical vão constituir os tecidos primários, como por exemplo, a medula, o córtex, a epiderme etc. Nas plantas jovens, há uma predominância de crescimento apical, o que explica a forma cônica de muitas espécies como o pinheiro-do-paraná enquanto jovens. O crescimento em diâmetro deve-se ao me uído por uma camada de célula que se localiza entre o floema (casca interna) e o alburno. Essas células ou floema, ao se dividirem em novas células que se diferenciam nos vários constituintes da madeira. As células que con são de dois tipos: as iniciais fusiformes e as iniciais radiais. As primeiras são alongadas e as segundas são ligeiramente arredondadas. As iniciais fusiformes são responsáveis pela form axial do caule (fibras, traqueídeos, parênquima axial e elementos de vasos) e as iniciais radiais originam o sistema radial (raios). O crescimento em diâmetro do caule fusiformes que se dividem tangencialmente em duas células. Uma delas permanece meristemática como a cambial inicial e a outra cresce, se divide uma ou mais vezes diferenciando-se em célula madura do floema ou xilema. A formação de novas células dá-se da seguinte maneira: em uma câmbio (célula-mãe ou inicial) surge uma parede num plano tangencial (periclinal), originando duas células mais estreitas, absolutamente idênticas no inicio. Uma das duas células mantém o seu caráter embrionário e sofre um aumento de tamanho tornando-se uma célula-mãe original. A outra célula se diferenciará em um elemento constituinte ou do lenho (xilema) ou do floema (casca interna). Se a 13 célula que mantém o seu caráter embrionário é a mais externa das duas, a outra célula contígua irá constituir o xilema. Se for a mais interna, a outra irá formar o floema (Figura 9). Uma vez formada, a nova célula xilemática irá sofrer um processo de ssura do xilema é muito superior à do floema devido às inicias élulas parenquimáticas (raios e parênquima axial), que armaz as são altamente influenciados por condições diferenciação que envolve modificações na forma e tamanho, até se constituir num dos elementos típicos do lenho em questão, conforme determinação do código genético que a originou. c – Célula Mãe X – Célula Madura de Xilema Figura 9 – Esquema de divisão celular do câmbio para o crescimento em 2 (a , b) – Célula Mãe de Xilema e seus derivados a X1 (a , a1 , b , b1) , X P e P1 – Células Mãe de Floem espessura do tronco: c – câmbio; P – floema; X = xilema. (Fonte: Panshin & Zeeuw, 1980). A espe cambiais produzirem maior numero de células mãe de xilema do que de floema. Além disso, após um período de aproximadamente um ano, o floema perde a sua atividade, se desloca para o exterior, vindo a constituir a casca externa que se descama periodicamente. Com exceção das c enam substâncias nutritivas e apresentam grande longevidade, apenas as células mais jovens do lenho próximas ao câmbio são células vivas, apresentando núcleos e conteúdo celular. As demais morrem precocemente, perdendo o seu protoplasma; tornam-se simplesmente tubos ocos, nos quais apenas a estrutura da parede celular é mantida. Portanto os meristem climáticas, fato que origina a formação dos anéis de crescimento. 14 Os dois meristemas, apical e cambial, estão intimamente ligados, formando um sistema fisiológico único na árvore, e as camadas de crescimento no tronco são como uma série de cones sobrepostos uns sobre os outros. Eis por que é importante, para se determinar a idade da árvore, que a amostra seja retirada a pouca altura do fuste (Figura 7). Condução de líquidos As substâncias retiradas do solo pelas raízes (água e sais minerais) ascendem na forma de seiva bruta pelas regiões externas do alburno. Ao atingir as partes do vegetal que possuem clorofila, principalmente nas folhas, são transformadas pelo processo da fotossíntese em substâncias nutritivas, que descem pelas regiões internas da casca (floema), pelas células especiais: os tubos crivados (angiospermas) e as células crivadas (gimnosperma), nutrindo a árvore (Figura 10). Figura 10 – Condução de líquidos no tronco (Fonte: Burger & Richter, 1980) As células que desempenham por excelência a função de condução de líquidos no lenho das gimnospermas e angiospermas são os traqueídeos axiais e os vasos, respectivamente. Ao contrário dos traqueídeos e dos vasos, que assumem a função de condução após sua morte, as células do floema, responsáveis pelo transporte da seiva elaborada, são células vivas, translocando os nutrientes pela pressão osmótica de seus protoplasmas. 15 O armazenamento das substâncias nutritivas é feito nos tecidos parenquimáticos: medula, parênquima axial e parênquima radial ou raios. Ocasionalmente, fibras vivas, também podem armazenar sustâncias nutritivas. Condução da seiva bruta: a teoria mais aceita atualmente para explicar a condução da seiva bruta é a da coesão-tensão, na qual a perda de água por transpiração atuaria como uma força de sucção de água. A perda de água por transpiração nas folhas faz com que suas células fiquem com força de sucção aumentada, Com isso, tendem a absorver, por osmose, água do xilema, onde a concentração é menor. A água passa então do xilema para as células do colênquima das folhas. Como as moléculas de água ficam muito coesas, elas permanecem unidas entre si e são puxadas sob tensão. Forma-se, assim, uma coluna contínua de água no interior do xilema, desde as raízes até as folhas. Sob essas condições, a água é absorvida do solo rapidamente, mesmo por raízes mortas, ou até mesmo sem a presença de raiz. Se cortarmos transversalmente o caule de uma planta e o mergulharmos em água, esta subirá até as folhas. É o que acontece quando colocamos ramos de flores em vasos