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116.Tráfico de influência em transação comercial internacional

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116 
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EM 
TRANSAÇÃO COMERCIAL 
INTERNACIONAL 
____________________________ 
 
116.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO 
 CRIME 
O art. 337-C contém o seguinte tipo: 
“Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, 
relacionado a transação comercial internacional.” 
A pena: reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
O bem jurídico é o interesse estatal em que as transações comerciais internacionais 
que se façam com participação de pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, 
brasileiras, se realizem com respeito aos mesmos princípios de probidade, moralidade e 
honestidade. 
Sujeito ativo é qualquer pessoa que realizar uma das condutas incriminadas, inclusive 
um funcionário público brasileiro. 
Sujeito passivo é o Estado brasileiro, o Estado estrangeiro ou a organização 
internacional, e também o funcionário público estrangeiro e a pessoa em face da qual o 
agente realiza a conduta. 
116.2 TIPICIDADE 
O caput descreve o tipo fundamental e o parágrafo único contém uma causa de 
aumento de pena. 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
 
116.2.1 Conduta e elementos do tipo 
As condutas incriminadas são: solicitar, exigir, cobrar ou obter vantagem ou 
promessa de vantagem. Solicitar é pedir, propor, postular, rogar. Exigir é constranger, 
ordenar, impor. Cobrar é manifestar a intenção de receber de modo imperioso. Obter é 
receber efetivamente. 
O objeto da conduta é vantagem, de natureza econômica ou moral, ou promessa de 
vantagem. O agente solicita, exige, cobra ou obtém a vantagem ou sua promessa, alegando 
gozar de prestígio junto a funcionário público estrangeiro, capaz de influenciá-lo na prática 
de um ato funcional, e pretendendo a vantagem exatamente para exercer essa influência. 
Não importa se o agente tem ou não influência junto a algum funcionário 
estrangeiro, bastando que afirme isso perante a pessoa perante a qual deduz sua pretensão. 
Nem tampouco se ele chega a procurar o funcionário, para influir na prática do ato. 
Essencial, entretanto, que o agente demonstre ter capacidade para influenciar e 
alegue que o fará se receber a vantagem ou sua promessa e que consiga, efetivamente, 
impressionar a pessoa que, então, nele acredita, daí que os meios empregados devem ser 
idôneos para convencer. 
O ato a ser praticado pelo funcionário público estrangeiro deve relacionar-se com 
uma transação comercial internacional. 
O agente deve agir dolosamente. Realiza a conduta com consciência e vontade de 
obter a vantagem ou sua promessa, afirmando que exercerá da influência sobre a decisão 
do funcionário público estrangeiro. A vantagem é pretendida para si ou para outra pessoa, 
sendo este o outro elemento subjetivo do tipo. 
 
116.2.2 Consumação e tentativa 
As modalidades típicas expressas nos núcleos solicitar, exigir e cobrar revelam 
delito formal. Consumam-se com a conduta do agente. 
Já em relação à obtenção, a consumação acontece no momento em que o agente 
recebe a vantagem ou a promessa, isto é, quando a pessoa entrega ou proporciona a 
vantagem ou promete cumprir a promessa. 
Tráfico de Influência em Transação Comercial Internacional - 3 
 
A tentativa é, na prática, de difícil verificação, a não ser quando o agente solicita, 
exige ou cobra a vantagem por meio de carta que não chega ao conhecimento da pessoa a 
quem é feita. 
 
116.2.3 Aumento de pena 
Quando o agente, ao solicitar, exigir, cobrar ou obter a vantagem ou promessa, 
afirma ou insinua que parte dela será destinada ao funcionário público estrangeiro, a pena 
será aumentada de metade (parágrafo único do art. 337-C). A afirmação pode ser expressa, 
clara, induvidosa ou mesmo sub-reptícia, velada ou por mera insinuação. 
 
116.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada.

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