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130.Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

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130 
FUGA DE PESSOA PRESA OU 
SUBMETIDA À MEDIDA DE 
SEGURANÇA 
____________________________ 
 
130.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS 
DO 
 CRIME 
O art. 351 do Código Penal apresenta o seguinte tipo penal: “promover ou facilitar 
a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida à medida de segurança detentiva”. A 
pena é detenção, de seis meses a dois anos. 
O bem jurídico protegido é a administração da justiça, o interesse na execução das 
penas e medidas privativas de liberdade e das medidas de segurança contra ações que se 
voltem contra ela. 
Sujeito ativo é qualquer pessoa que realizar uma das condutas incriminadas, salvo o 
próprio preso ou internado. Sujeito passivo é o Estado. 
 
130.2 TIPICIDADE 
O caput do art. 351 descreve o tipo fundamental. Os §§ 1º e 3º, as formas 
qualificadas. O § 2º trata do concurso de crimes e o § 4º prevê a modalidade típica 
culposa. 
 
130.2.1 Conduta e elementos do tipo 
São duas as condutas incriminadas. Promover e facilitar a fuga. Promover é 
realizar, organizar e executar, é adotar as medidas necessárias para que ocorra a fuga. 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
Facilitar é tornar fácil, afastar obstáculos, remover empecilhos, colaborar, enfim, para a 
fuga realizada pelo próprio preso ou internado. 
Na primeira conduta, a iniciativa é do agente, que dirige a fuga. Na segunda 
modalidade típica, ele simplesmente colabora. Normalmente, realiza-se o tipo por meio de 
conduta comissiva, nada impedindo entretanto que o agente que tenha o dever de impedir 
a fuga facilite-a por omissão de seu dever legal. 
A prisão ou a medida de segurança deve ser legal e também estar sendo executada 
legalmente, do ponto de vista material e formal. Alcança a norma toda e qualquer espécie 
de prisão, temporária, preventiva, em virtude de pronúncia, de sentença condenatória 
recorrível e também a prisão-pena. 
A norma não alcança a promoção ou facilitação de fuga de menor internado em 
estabelecimento para cumprimento de medida socioeducativa, que não se confunde com 
prisão nem com medida de segurança. 
Deve o agente atuar dolosamente. Com consciência da legalidade da prisão ou da 
internação, sabendo que promove ou facilita a fuga e com vontade livre de agir, sem outra 
finalidade. 
 
130.2.2 Consumação e tentativa 
A consumação ocorre no momento em que se verifica a fuga da pessoa, ainda que 
por tempo curto. A tentativa é possível. 
 
130.2.3 Formas qualificadas 
No § 1º do art. 351, são previstas três modalidades típicas qualificadas, sancionadas 
com reclusão, de dois a seis anos. 
A primeira é quando o crime é praticado com o emprego de arma. Arma própria e 
arma imprópria, mas não arma de brinquedo. Não basta o porte de arma, é preciso que ela 
seja utilizada, para ameaçar ou empregar violência contra pessoa. Só incidirá a 
qualificadora quando o agente que promove ou facilita a fuga utiliza a arma. 
A segunda qualificadora ocorre quando o crime é praticado por duas ou mais 
pessoas, não se considerando o próprio preso ou o internado. 
Fuga de Pessoa Presa ou Submetida à Medida de Segurança - 3 
 
Também é qualificado o crime quando há arrombamento. É o emprego de violência 
contra coisa, portas, grades da cela, muros, enfim, qualquer obstáculo material à fuga. 
A última circunstância qualificadora está no § 3º, com pena cominada de reclusão, 
de um a quatro anos, quando o agente do crime é a pessoa responsável pela custódia ou 
guarda do preso ou internado. É, portanto, crime próprio de funcionário público. 
 
130.2.4 Concurso de crimes 
Haverá concurso material de crimes quando da violência empregada contra pessoa 
resultar lesão corporal ou homicídio, consumado ou tentado, conforme determinação 
expressa do § 2º. 
 
130.2.5 Forma culposa 
A forma culposa é prevista apenas para o funcionário público incumbido da guarda 
ou custódia do preso ou internado que, por negligência, imprudência ou imperícia, 
contribui para a fuga realizada pelo próprio ou promovida ou facilitada por terceiro. 
Só há delito quando se consuma a fuga do preso ou internado, não respondendo o 
funcionário se houver apenas tentativa. 
Indispensável a presença de nexo causal entre a conduta negligente do funcionário e 
a fuga, devendo ser demonstrada sua importância causal para a execução do delito. 
A pena é detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
130.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. Em relação à forma típica 
simples e ao delito culposo, a competência é do juizado especial criminal, possível a 
suspensão condicional do processo penal. 
Não haverá suspensão condicional do processo nas formas qualificadas.

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