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18. Simulação de autoridade para celebração de casamento

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18 
SIMULAÇÃO DE AUTORIDADE PARA 
CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO 
_____________________________ 
 
18.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO 
 CRIME 
O tipo está no art. 238 do Código Penal: “atribuir-se falsamente autoridade para 
celebração de casamento”. A pena é detenção de um a três anos, se o fato não constitui 
crime mais grave. 
Protege-se, outra vez, o casamento. 
Sujeito ativo é qualquer pessoa. Sujeito passivo é o Estado e o contraente 
ludibriado. 
 
18.2 TIPICIDADE 
18.2.1 Conduta e elementos do tipo 
O agente atribui a si mesmo a qualidade de autoridade competente para presidir a 
celebração de casamento. Em outras palavras, ele se apresenta aos nubentes como se fora a 
autoridade com o poder de celebrar o matrimônio, investido da autoridade para declará-
los casados. 
Assim agindo, o agente toma o lugar de quem tem, efetivamente, segundo a legislação, a 
qualidade para realizar o ato. Normalmente, segundo as leis estaduais, cabe ao juiz de paz 
presidir as cerimônias matrimoniais. O agente faz-se passar pela autoridade. Atribui-se, 
pois, falsamente, autoridade que não tem. 
É o engodo. O agente deve atuar dolosamente, consciente de que não tem 
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles 
 
autoridade e com livre vontade de ludibriar, de enganar, de iludir, mantendo ou levando a 
erro os nubentes e demais participantes da cerimônia. 
O tipo é subsidiário de crime mais grave. Quando o agente não se limita a realizar 
uma única simulação, mas apresenta-se, com habitualidade, como juiz de paz da cidade, 
realiza o crime do art. 328 do Código Penal, denominado usurpação de função pública. Se 
age com o fim de obter uma vantagem ilícita, em prejuízo de alguém, pode estar 
cometendo estelionato. 
 
18.2.2 Consumação e tentativa 
É crime de mera conduta. Consuma-se, portanto, quando o agente atribui-se 
falsamente a autoridade para celebrar o casamento, não sendo necessário que a celebração 
tenha início. Bastam atos anteriores que demonstrem a conduta, como, por exemplo, as 
tratativas que faz com os nubentes ou as exigências que faz a eles para a celebração, enfim, 
quaisquer ações suas que revelem a falsidade. 
A tentativa é possível quando a simulação é descoberta sem que ele consiga se 
atribuir falsamente a autoridade que pretende. 
 
18.3 AÇÃO PENAL 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, possível a suspensão 
condicional do processo penal de que trata o art. 89 da Lei nº 9.099/95.

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