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05_Nocoes_de_Direito_Constitucional

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1 
 
 
capa
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dos princípios fundamentais. ......................................................................................................... 1 
Dos direitos e garantias fundamentais: dos direitos individuais e coletivos, dos direitos sociais, da 
nacionalidade e dos direitos políticos ................................................................................................. 3 
Da organização do Estado: Da organização político-administrativa, da União, dos Estados 
Federados, dos Municípios, do Distrito Federal, dos Territórios ...................................................... 31 
Da organização dos Poderes: do Poder Legislativo: do Congresso Nacional, das atribuições do 
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos deputados e dos senadores e 
do processo legislativo ...................................................................................................................... 49 
Do Poder Executivo: do Presidente e do Vice-Presidente da República, das atribuições do Presidente 
da República e da Responsabilidade do Presidente da República.................................................. 59 
Do Poder Judiciário: disposições gerais, do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de 
Justiça, dos Tribunais e Juízes Eleitorais ......................................................................................... 64 
Questões.. ..................................................................................................................................... 69 
Respostas.. ................................................................................................................................... 76 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
 
- Apostila (concurso e cargo); 
 
- Disciplina (matéria); 
 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
 
- Qual a dúvida. 
 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 1 
 
 
 
A seguir, há se estudar os quatro primeiros artigos da Constituição Federal, que trazem os princípios 
fundamentais da República Federativa do Brasil. Para tanto, convém a análise de cada dispositivo 
separadamente, para sua melhor compreensão. 
 
Art. 1º, CF. Reproduzamos o dispositivo, para facilitar o entendimento do leitor: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Os “princípios fundamentais” da República Federativa do Brasil estão posicionados logo no início da 
Constituição pátria, após o preâmbulo constitucional, e antes dos direitos e garantias fundamentais. 
Representam as premissas especiais e majoritárias que norteiam todo o ordenamento pátrio, como a 
dignidade da pessoa humana, o pluralismo político, a prevalência dos direitos humanos, a harmonia 
entre os três Poderes etc. 
Há se tomar cuidado, contudo, para eventuais “pegadinhas” de concurso. Se a questão perguntar 
“quais são os fundamentos da República Federativa do Brasil”, há se responder aqueles previstos no 
art. 1º, caput, CF. Agora, se a questão perguntar “quais são os objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil”, há se responder aqueles previstos no art. 3º. Por fim, se a questão perguntar 
“quais são os princípios seguidos pelo Brasil nas relações internacionais”, há se responder aqueles 
previstos no art. 4º, da Lei Fundamental. 
 
Significado de “República Federativa do Brasil” (art. 1º, caput, CF). Com efeito, a expressão 
“República Federativa do Brasil”, usada no art. 1º, caput, CF, revela, dentre outras coisas: 
A) A forma de Estado: o Brasil é uma federação, isto é, o resultado da união indissolúvel de Estados-
membros, dos Municípios e do Distrito Federal. Inclusive, por força do art. 60, §4º, I, CF, a forma 
federativa de Estado é cláusula pétrea constitucionalmente explícita. 
B) A forma de governo: O Brasil é uma república. 
 
Significado de “Estado Democrático de Direito” (art. 1º, caput, CF). Ato contínuo, o mesmo art. 1º, 
caput, prevê que esta união indissolúvel dos membros da federação constitui-se um “Estado 
Democrático de Direito”, Estado este que representa o resultado de uma revolução histórica, por ser o 
sucessor, nesta ordem, dos Estados Liberal e Social. 
 
Significado de “soberania” (art. 1º, I, CF). Significa poder político, supremo e independente. 
Soberania, aqui, tem significado de “soberania nacional”. É totalmente diferente da “soberania popular”, 
de que trata o parágrafo único, do art. 1º, CF, segundo a qual todo poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição. 
 
Dos Princípios Fundamentais 
Prof. Me. Ricardo Pinha Alonso 
 
 
 2 
 
Significado de “cidadania” (art. 1º, II, CF). É o direito de ter direitos. O cidadão, por meio da 
cidadania, pode contrair direitos e obrigações. 
 
Significado de “dignidade da pessoa humana” (art. 1º, III, CF). A dignidade humana é o elemento 
mais forte que a Constituição Federal consagra a um ser humano, apesar de independer desta 
consagração constitucional para que o ser humano tenha o direito à existência digna. 
Consiste a dignidade numa série de fatores que, necessariamente devem ser observados para que o 
homem tenha condições de sobrevivência. Não é à toa que a dignidade da pessoa humana tem “status” 
de sobreprincípio constitucional, isto é, está acima até mesmo dos princípios (é o entendimento que 
prevalece na doutrina). 
 
Significado de “valores sociais do trabalho e da livre iniciativa” (art. 1º, IV, CF). É o 
reconhecimento de que adotamos o capitalismo (iniciativa privada), mas um “capitalismo humanista”, 
isto é, fortemente influenciado pelos valores sociais do trabalho. É exatamente por isso, p. ex., que os 
arts. 7º e 8º, da Constituição Federal, consagram uma série de direitos aos trabalhadores e rurais. É 
exatamente por isso também, p. ex., que não se pode impor pena de trabalhos forçados, que se 
considera o trabalho escravo crime, e que se exige que o trabalho deve ser justamente remunerado de 
acordo com sua complexidade. 
Significado de “pluralismo político” (art. 1º, V, CF). Por ser o Brasil um país cuja identidade é 
resultante da miscigenação étnica, religiosa, racial, ideal, o pluralismo político assegura que todas estas 
nuanças sejam devidamente respeitadas, constituam elas ou não uma maioria. É dizer, desta forma, 
que o pluralismo político representa o respeito às minorias, também. 
 
Art. 2º, CF. Reproduzamos o dispositivo, para facilitar o entendimento do leitor: 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário. 
 
São três os Poderes da República, a saber, o Executivo (ou Administrativo), o Legislativo e o 
Judiciário, todos independentes e harmônicosentre si. 
Por independência, significa que cada Poder pode realizar seus próprios concursos, pode destinar o 
orçamento da maneira que lhe convier, pode estruturar seu quadro de cargos e funcionários livremente, 
pode criar ou suprimir funções, pode gastar ou suprimir despesas de acordo com suas necessidades, 
dentre inúmeras outras atribuições. 
Por harmonia, significa que cada Poder deve respeitar a esfera de atribuição dos outros Poderes. 
Assim, dentro de suas atribuições típicas, ao Judiciário não compete legislar (caso em que estaria 
invadindo a esfera de atuação típica do Poder Legislativo), ao Executivo não compete julgar, e ao 
Executivo não compete editar leis (repete-se: em sua esfera de atribuições típica). 
Essa harmonia, também, pode ser vista no controle que um Poder exerce sobre o outro, na 
conhecida “Teoria dos Freios e Contrapesos”. 
É óbvio que cada Poder tem suas funções atípicas (ex.: em alguns casos o Judiciário legisla) (ex. 2: 
em alguns casos o Legislativo julga). Isso não representa óbice, todavia, que a atuação funcional de 
cada Poder corra de maneira independente, desde que respeitada a harmonia de cada um para com 
seus “Poderes-irmãos”, obviamente. 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
Dos direitos e garantias fundamentais: dos direitos individuais e coletivos 
 
CAPITULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
 
O artigo 5º “caput” traz expressamente a demonstração de igualdade e paridade dos 
indivíduos que integram a sociedade, bem como aqueles que não tenham nacionalidade 
brasileira, mas se encontram no território nacional, sendo garantido a estes a inviolabilidade 
dos direitos que impregnam o animus jurídico constitucional e, por conseguinte, garantem uma 
existência social harmônica. A constituição destaca os direitos à Vida, à Liberdade, à 
Igualdade, à Segurança e à Propriedade. 
No inciso I temos a reafirmação do conceito de igualdade entre os indivíduos, em especial a 
igualdade de gênero, onde se demonstra a igualdade, em direitos e obrigações, entre homens 
e mulheres. O constituinte foi enfático para demonstrar a relevância jurídica do Direito a 
Igualdade, que não deve encontrar qualquer tipo de barreira social ou legal em virtude de 
qualquer circunstância. 
Em seu inciso II temos a expressão legislativa que consagra o Princípio da Legalidade, onde 
nenhum membro da sociedade será submetido a qualquer tipo de situação ou terá que realizar 
qualquer ato senão em virtude de disposição legislativa, ou seja, todos estão subsumidos a Lei 
e não deverão suplantá-la, a Lei é a fronteira social da Constituição Federal, aplicando-se ao 
próprio Estado, já que a Constituição de 1988 criou um Estado “de direito”. 
Todos os indivíduos são livres para agir em sociedade dentro dos limites normativos 
(princípio da autonomia das vontades). Por isso é possível afirmar que a regra constitucional 
garante à sociedade o direito à liberdade e à autonomia privada, sendo que dentro das balizas 
do Estado o comportamento positivo ou negativo do indivíduo da sociedade é plenamente 
permitido. 
No inciso III encontramos a defesa do direito à vida, também do direito a segurança e da 
dignidade da pessoa humana. Ninguém poderá ter a sua integridade moral ou física afetada 
por meio de tortura ou a qualquer tipo de tratamento desumano ou degradante, garantindo-se 
aos indivíduos que o ordenamento jurídico não se valerá de meios perniciosos para fazer valer 
a vontade do ente Estatal e que esta não permitida que os indivíduos se valham da mesma 
conduta. É, acima de tudo, determinação para respeito à dignidade da pessoa. 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
 
Dos direitos e garantias fundamentais: dos direitos individuais e 
coletivos, dos direitos sociais, da nacionalidade e dos direitos políticos. 
Prof. Ricardo Pinha Alonso 
 
 
 4 
 
O inciso IV trata ainda do conceito constitucional de liberdade, confirmando a liberdade de 
consciência e a liberdade de manifestação de ideias e opiniões, vedando-se ao propagador o 
anonimato. Este conceito possui o condão de garantir ao indivíduo a liberdade de exteriorizar 
suas opiniões, mas ao mesmo tempo sujeita-lo às consequências das mesmas, podemos 
enxergá-lo como uma faca de dois gumes e o inciso subsequente trata exatamente da 
complementação desta disposição. Assim, a liberdade, como sempre, está acompanhada da 
responsabilidade pelo exercício arbitrário do direito à manifestação. 
 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização 
por dano material, moral ou à imagem; 
O dispositivo complementa a condição de liberdade de consciência contida no inciso 
antecedente. Trata-se do direito de represália aos atos provenientes da liberdade de 
manifestação de pensamento, ou seja, a liberdade de um indivíduo existe na proporção em que 
não afeta a liberdade e os direitos dos demais membros da sociedade. 
 Consagra-se, pois, o direito à resposta, munindo o afetado da possibilidade de receber 
indenização material ou moral a imagem por danos dimanados pela exposição de 
pensamentos que inferem diretamente na sua esfera de direito. 
 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício 
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas 
liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades 
civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
 
Os incisos VI, VII e VIII tratam do Direito a liberdade de consciência e de crença. Tal 
disposição constitucional garante à sociedade civil organizada o direito de exercer as 
liberdades atinentes a sua consciência em sentido amplo, ou seja, todas as características que 
envolvem a formação intelectual e moral do indivíduo, sendo esta de cunho ideológico, político 
ou religioso. A crença traz um aspecto restrito as condições afetas ao caráter religioso do 
individuo. 
A Constituição assevera que é assegurado a todos a possibilidade de exercer sua doutrina 
religiosa e a defesa dos templos onde estes grupos se reúnem, sendo esta liberdade ao culto, 
que é a forma de expressão da doutrina religiosa, ademais é assegurada a prestação da 
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. 
Por fim, garante-se que ninguém será privado de seus direitos por motivo de suas 
características religiosas ou por convicção filosófica ou politica, nestes termos podemos 
compreender que os direitos se estendem de forma uniforme e igualitária entre os membros de 
uma sociedade, não podendo ser obstaculizados de forma arbitrária. 
 O inciso VIII traz a disposição de que se as convicções acima elencadas forem utilizadas 
para se eximir de alguma prestação contida em Lei e, portanto, extensiva a todos da 
sociedade, deverá cumprir uma prestação alternativa contida na legislação. Caso a pessoa se 
negar até mesmo a cumprir a prestação alternativa ela terá os seus direitos políticos 
suspensos, como determina o art. 15 da ConstituiçãoFederal. Essa possibilidade é conhecida 
“escusa de consciência”. 
 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
 
Neste inciso consagra-se o direito de liberdade de expressão, tangendo sua potencialidade 
máxima, onde são abrangidas todas as esferas de exercício da capacidade de cognição 
humana, quais sejam, a atividade intelectual, artística, científica e de comunicações. 
 
 5 
 
Tal disposição veda a censura e a limitação da expressão de ideias, livros, peças teatrais, 
músicas, revistas, internet, trabalhos científicos, jornais e demais periódicos, ilidindo a 
possibilidade de que o que era realizado pelo regime ditatorial da história recente do Brasil 
fosse retomado, havendo o controle das expressões de ideais dos membros da sociedade. 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
O inciso X traz a disposição relativa aos direitos da privacidade. Ninguém poderá ter a sua 
intimidade, a sua vida privada, a sua honra e a imagem que tem perante a sociedade, 
maculadas por outrem, ou seja, trata-se da tutela da honra em sentido amplo, compreendendo 
todas as características morais que envolvem a personalidade de alguém. 
Para um entendimento esmiuçado do tema podemos subdividir os tópicos destacados no 
título normativo. Temos a intimidade que está vinculada a concepção restrita da honra, onde se 
encontram as características pessoais do cerne do indivíduo, sendo portanto onde a esfera de 
proteção deste direito é mais contundente. Trata-se da paz interior, da condição mínima de 
existência conscienciosa harmônica de alguém. 
Já o termo vida privada diz respeito ao comportamento do individuo dentro de seu círculo 
pessoal de convivência, uma esfera de proteção mais periférica de suas características, onde 
desenvolve sua vida em função daqueles que estão próximos e que compartilham de sua 
convivência. 
O termo imagem das pessoas vincula-se aos atos que os indivíduos realizam publicamente, 
sendo uma esfera de proteção menos severa, onde o comportamento de alguém segue as 
regras de conduta moral e ética de um determinado grupo social. 
A violação destes direitos importa na possibilidade de ressarcimento de danos causados a 
qualquer uma das esferas de proteção da vida do indivíduo, podendo-se exigir dano material 
ou afeto à moral que foram lesados por terceiros. 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
O inciso XI trata do direito a propriedade, mais especificamente a propriedade privada, 
garantindo a inviolabilidade de domicílio, sendo a morada de um indivíduo o local onde este 
deve ter paz para viver de maneira harmônica, sendo que qualquer tipo de perturbação que 
suplante a vontade do indivíduo deve ser repelida. Tem-se como conceito do termo “casa” uma 
gama abrangente de locais a serem considerados, tais como, quartos de hotel, escritórios, 
áreas de comércio e industriais que não são liberadas ao público e até mesmo a boleia do 
caminhão (local onde o caminhoneiro dorme durante suas viagens). 
No entanto existem ponderações a este direito, visto que não existe uma hierarquia ou 
prevalência dos princípios e direitos constitucionais aqui estudados. Trata-se da possibilidade 
de mitigação do direito de propriedade em face de circunstâncias especiais, quais sejam, no 
caso de flagrante delito ou desastre que tenha acometido a casa, também para prestar socorro 
a quem esteja necessitando, mesmo que se encontre em seu domicílio e por fim por intermédio 
de decisão judicial, desde que seja realizada durante o dia. 
A Direito brasileiro considera a expressão “durante o dia” pelo critério cronológico, sendo o 
dia o espaço de tempo compreendido entre 06:00 horas e 18:00 horas, também considera o 
conceito físico-astronômico, que leva em conta o nascer e o pôr do sol como parâmetros para 
quantificar o tempo contido no dia, culminando com o critério misto, onde se verifica a questão 
cronológica, bem como as condições de nascer e por do sol, visando um critério que possibilite 
total proteção ao domicílio. 
 
 
 6 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de 
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal; 
 
Esse inciso garante ao indivíduo o direito ao sigilo das informações postais, limitando o 
direito a informação e concretizando o direito a privacidade, estendido aos atos postais, atos 
que envolvem o serviço de comunicações, bem como os que utilizem outros meios de canal de 
transmissão de informação, como a internet e comunicações telegráficas. 
O direito só poderá ser suplantado por intermédio de ordem judicial, ou nos casos em que a 
Lei determinar, com a finalidade de realizar investigação criminal ou desenvolver a instrução do 
processo penal Firma-se, portanto uma relação de inviolabilidade relativa, desde que não haja 
interesse público envolvido, o sigilo de comunicações em aspecto geral do indivíduo é 
preservado pela norma constitucional. 
 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
 
O inciso XIII garante o direito de livre exercício de profissão, não podendo ser vedado ou 
limitado o exercício de uma profissão sem justa causa, ou no caso específico em que sejam 
necessários o cumprimento de certos requisitos que atendam a qualificação para o exercício de 
determinado mister, como é o caso da advocacia, onde a Lei federal restringe o exercício 
àqueles que compõe o quadro de advogados da Ordem dos Advogado do Brasil, tendo que ser 
aprovados em um sistema probatório para tal. 
 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional; 
 
Este inciso garante a todos os indivíduos o direito à informação, seja este o direito de 
informar, ou seja, transmitir e expor a informação àqueles que dela necessitam ou buscam, 
bem como o direito de receber a informação e ser informado daquilo que lhe convém. 
 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
O dispositivo constitucional trata da liberdade de locomoção dos membros da sociedade, 
garantindo a eles a entrada, a saída e a permanência destes em território nacional, com seus 
bens, desde que o país se encontre em tempo de paz. Este inciso é autoexplicativo, não 
necessitando um aprofundamento maior em seu texto. 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de 
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades 
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
 
Os incisos XVI, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI, tratam do direito de reunião e de associação. 
Garantem à sociedade civil organizada a possibilidade da formação de grupos que 
 
 7 
 
compactuem dos mesmos ideais, sendo estes de qualquer natureza, desde que este tipo de 
reunião e associação para manifestação de seus interesses seja realizada de maneira pacífica, 
sem que seja para fins paramilitares. 
Para que a reunião tome forma deve ser informada aos órgãos e autoridades competentes., 
Deve ser realizada em locais públicos, desde que não frustrem outra reunião já programada. 
Podemos destacar a diferenciação entre os conceitos de reunião e de associação, sendo que o 
aspecto temporal é o fator principal desta diferenciação, visto que ambos são manifestações de 
opiniões, no entanto as reuniões são direcionadas para um momento e situação específica (a 
exemplo temos as marchas de descriminalização das drogas, a marcha da família, dentre 
outras), já as associações tem um caráter constante de erigir uma linha cronológica fixa de 
existência enquanto for de interesse de seus associados. 
As associações e cooperativas podem ser formadas, dentro da égide normativa, sem que 
seja necessária a anuência ou interferência estatal em seu funcionamento. As associações 
poderão ter suas atividades suspensas em função de decisão judicial transitada em julgado e 
até mesmo serem dissolvidas se assim for determinado por ação judicial após o transito em 
julgado. 
Não é permitido que alguém se associe ou continue associado compulsoriamente, visto que 
violaria suas liberdades. Ademais, cumpre ressaltar que em casos especiais, em havendo 
expressa autorização dos associados, a associação poderá representá-los judicial e 
extrajudicialmente, desde que os assuntos estejam conexos a finalidade para qual a 
associação foi criada. 
 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados 
os casos previstos nesta Constituição; 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade 
produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 
 
Os incisos XXII, XXIII, XIV, XXV e XXVI, fazem menção ao direito à propriedade e suas 
nuances, o direito a propriedade é um dos principais motivadores da criação das normas, visto 
que a partir do momento do choque dos ditos “direitos privados” que foi necessária a criação de 
um “poder público” para regulamentar e formalizar os parâmetros nos quais a sociedade 
deveria se organizar em função dos direitos de cada indivíduo. 
Partindo do pressuposto acima asseverado e, levando-se em consideração a evolução do 
Direito até o momento em que nos encontramos, podemos afirmar que é imprescindível que o 
Direito a Propriedade, mesmo que seja iminentemente privado, atenda a sua função social. 
Vale dizer, a destinação do bem deve estar alinhada às diretrizes dos planos diretores de certa 
área e até mesmo para fins de atender a necessidade social de reforma agrária e habitação. 
Ainda dentro do tratamento acerca da propriedade podemos destacar as possibilidades de 
interferência do estado na esfera do Direito de Propriedade, quais sejam, a requisição da 
propriedade e a desapropriação da propriedade. 
A requisição da propriedade importa na licença de uso do terreno particular pelo poder 
público, desde que seja comprovada a existência de iminente perigo público, a propriedade não 
é afetada em sua integralidade sendo que apenas persiste uma relação temporária de 
ocupação e, no caso de ocorrência de danos ao patrimônio particular, será possível a busca de 
indenização ulterior pelos danos causados durante a ocupação. 
A desapropriação da propriedade é mais abrangente que a requisição, atingindo o direito em 
sua plenitude, representando uma transferência compulsória do Direito do particular para o 
 
 8 
 
poder público, desde que seja comprovada a necessidade ou utilidade pública, ou o interesse 
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro. 
Nos casos de necessidade ou utilidade pública, bem como no caso de interesse social, 
desde que não persista qualquer conduta omissiva ou comissiva do agente que pode ter dado 
causa ao instituto da desapropriação, sendo que no caso de subordinação do direito privado ao 
público, com a consequente perda dos direitos de propriedade do particular, caberá o 
pagamento prévio em dinheiro da indenização do valor relativo ao direito atingido. 
Ainda cabe ressaltar que no caso da desapropriação, quando decretada em função do 
interesse social é possível a ocorrência da desapropriação-sanção, que consiste na 
desapropriação em função de algum ato comissivo ou omissivo do agente particular que 
confrontam e desrespeitam a função social da propriedade. Nesse caso, em se averiguando a 
existência da “culpa” do desapropriado a indenização será prévia, mas não será em dinheiro, 
sendo concedidos títulos públicos em seu lugar. 
 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de 
suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e 
voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que 
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e 
associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua 
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes 
de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
 
Os incisos XXVII, XXVIII e XXIX, tratam dos direitos relativos à propriedade intelectual do 
indivíduo, ou seja, o direito sobre as produções provenientes do intelecto humano, dentro de 
suas esferas de criação, sendo que o direito de utilização, publicação e reprodução de suas 
obras é exclusivo daqueles que os detiverem, sendo transmissível a seus herdeiros pelo tempo 
fixado por lei. 
A constituição garante a proteção aos direitos nas participações individuais em obras 
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusiva nas atividades desportivas. 
Garante igualmente o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que 
criarem ou que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações 
sindicais e associativas. 
Por fim a Constituição garante aos criadores os direitos reflexos de suas criações, 
assegurando aos inventores da área industrial o privilégio temporário para utilização da 
invenção, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes 
de empresas e aos símbolos e signos que a representam, sempre tendo em vista o interesse 
social e o desenvolvimento tecnológico do País. 
 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira 
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei 
pessoal do "de cujus"; 
 
Os incisos XXX e XXXI tratam do direitoa herança, onde a norma constitucional garante os 
direitos de propriedade dos bens deixados pelos familiares falecidos por meio da sucessão, 
dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação infraconstitucional, regulamentando 
inclusive a transmissão de bens estrangeiros situados no território nacional, desde que 
beneficie o cônjuge e os filhos brasileiros, quando a lei estrangeira não lhe for mais favorável. 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
 
 9 
 
Este inciso guarda relação intima com o princípio de acesso a justiça, visto que a 
Constituição garante que o ente estatal deverá tutelar, na forma das disposições normativas a 
defesa dos consumidores, sendo este direito garantido pela edição da Lei 8.078/90, 
denominada Código de Defesa do Consumidor. 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; 
 
O inciso XXXIII faz menção ao direito de informação garantido ao individuo, para obter do 
poder público qualquer tipo de informações, sendo estas de caráter pessoal ou de interesse 
coletivo. Trata-se da transparência que o poder público deve manter em relação aos membros 
da sociedade, devendo as informações serem prestados no prazo estipulado por lei, sendo 
incutida a quem descumpri-la pena de responsabilidade, ressalvando-se as informações 
sigilosas indispensáveis a segurança da sociedade e do Estado. 
 
 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou 
abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento 
de situações de interesse pessoal; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
As regras constantes dos incisos XXXIV, XXXV, XXXVI XXXVII dão sustentáculo a todo 
ordenamento jurídico pátrio. Garantem a todos os indivíduos da sociedade a possibilidade de 
acesso ao poder judiciário para resolução efetiva de todos os casos concretos levados ao 
conhecimento da jurisdição, estes incisos tratam do mais básico dos conceitos que sustentam 
a sistemática do judiciário, a possibilidade de levar ao conhecimento do juiz os problemas 
enfrentados em função da vicissitude do dever. 
É garantido o direito de petição e de certidão a todos, onde é possível, independente do 
pagamento de taxas o peticionamento para defesa de direitos ou contra o abuso de poder e a 
ilegalidade, como também a obtenção de informações e esclarecimentos, por meio de 
certidões, sobre todas as temáticas relativas ao interesse do individuo. 
A Constituição garante a Inafastabilidade do Poder Judiciário, ou seja, este não pode afastar 
sua responsabilidade de resolver os enfrentamentos que são levados ao seu conhecimento, 
mesmo que não exista uma disposição normativa específica em que se enquadre a situação a 
ser julgada, o juiz deverá valer-se dos princípios gerais de direito, da analogia e dos 
direcionamentos consuetudinários para prolatar a sentença. 
Outrossim, é resguardado o princípio do juiz natural, onde não será possível a criação de 
tribunais de exceção, devendo o fato ser processa por tribunais com competência jurisdicional 
previamente estabelecida e por um juiz que esteja devidamente revestido dos pressupostos 
que garantem uma justa decisão para a demanda, sendo defeso, vedado, proibida a criação de 
tribunais e direcionamento de magistrados para conhecer e julgar um caso específico (a 
exemplo disto temos o Tribunal de Nuremberg, criado para julgar os crimes de guerras 
cometidos pelo regime alemão durante a Segunda Guerra Mundial). 
Por fim cabe salientar a garantia à segurança jurídica dos atos atinentes a manifestação do 
Poder Judiciário, onde o direito adquirido, aquele que se incorporou de maneira plena a esfera 
de direitos de indivíduo, o ato jurídico perfeito, aquele ato de manifestação de vontade de 
conteúdo jurídico que tomou forma sem descumprir os parâmetros normativos, a moral e os 
bons costumes e a coisa julgada, a imutabilidade de uma decisão proferida pelo judiciário, não 
 
 10 
 
devendo esta ser atingida por nenhum outro procedimento ou processo judicial, não devem ser 
desconsiderados para a eficaz aplicação da justiça. 
 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
Este inciso é a expressão normativa da existência do Tribunal do Júri, que será incumbido 
de realizar o julgamento dos crimes dolosos atentatórios contra a vida, sendo garantida a 
plenitude da defesa do acusado, o sigilo de votação dos jurados e a soberania dos veredictos 
colhidos de suas decisões, a competência do Tribunal do Júri só será ilidida no caso de 
disposição legal expressa, quando o acusado tiver um foro privilegiado. 
 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal; 
 
O inciso XXXIX traz de forma implícita a reafirmação do princípio da legalidade, 
relacionando-o com a esfera do direito penal, visto que não existirá a tipificação de um crime 
sem a existência de uma Lei que defina determinado ato ou conduta como um fato criminoso. 
 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
 
Este inciso ressalta a legalidade que impregna a esfera do direito penal, tendo em vista a 
irretroatividade da lei para causar prejuízo para um indivíduo, ou seja, alguém que foi 
condenado ou acusado de um crime só responderá pelas circunstâncias normativas 
estipuladas na época em que o fato ocorreu, não podendo lei posterior ao fato prejudicar sua 
condição. 
 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de 
reclusão, nos termos da lei; 
 
Os incisos XLI e XLII trazem as cominações de crimes como atos atentatórios aos direitos e 
liberdades fundamentais dos indivíduos, bem como a prática do crime de racismo, sendo este 
último inafiançável e imprescritível, sendo passível de pena de reclusão nos termos da lei. 
Podem ser considerados atos atentatórios às liberdades fundamentais quaisquer atos que 
atinjam os direitos fundamentais de qualquer indivíduo dentro da sociedade, independente do 
caráter do dano causado. 
 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo 
evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
 
Os dispositivos constitucionais em análise tratam dos crimes a serem considerados 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, sendo estes o crime de tortura, o tráfico de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos pela lei, 
respondendo por eles os mandantes, os executores e aqueles que podendo evita-los se 
omitiram. 
 
 11 
 
Outrossim, assevera que são inafiançáveis e imprescritíveis os crimes cometidos pela ação 
de gruposarmados, civis ou militares, contra ordem constitucional e o Estado Democrático. 
 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas 
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
 
O artigo XLV trata da pessoalidade das penas, ou seja, ninguém poderá ser atingido ou 
responder criminalmente pela pena atribuída a outrem e nenhum juiz poderá estender uma 
cominação punitiva de um criminoso a outro, salvo nos casos em que a pena verse sobre 
obrigação de reparação do bem ou decretação do perdimento de bens, quando será possível a 
transmissão aos sucessores, até o limite do patrimônio transferido a estes. 
 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
 
O inciso XLVI traz em seu texto as penas que serão admitidas no nosso ordenamento 
jurídico, sendo elas a privação ou restrição de liberdade, a perda de bens, penas pecuniárias, a 
prestação social alternativa e a suspensão ou interdição de direitos, portanto qualquer tipo de 
imposição penal que seja divergente das elencadas neste inciso serão contrárias a norma 
constitucional. 
 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
 
Nesse inciso, a Constituição trata de delimitar a tangibilidade da sanção penal, ou seja, trata 
dos limites das penalidades a serem aplicadas pelo direito penal, não podendo existir em nosso 
ordenamento jurídico pena que atente contra a vida do individuo, salvo no caso de guerra 
declarada. 
Ademais prevê que nenhuma pena poderá ter caráter perpétuo, nem obrigar o indivíduo a 
realizar trabalhos forçados, nem que o coloque em condições de crueldade que atentam contra 
a sua dignidade e por fim as penas não podem ser de banimento para qualquer lugar em 
território nacional ou internacional. 
 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do 
delito, a idade e o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus 
filhos durante o período de amamentação; 
 
Os incisos XLVIII, XLIX e L, tratam do cumprimento da pena por aqueles condenados, sendo 
que estes deverão cumprir penas de acordo com a natureza do delito que cometeram, pela sua 
idade e pelo seu gênero, não existindo prisões mistas no Brasil. É garantido aos presos o 
respeito a sua integridade física e moral, sendo reprovável qualquer ato que atente contra sua 
integridade, independente da conduta que tenha cometido. 
 
 12 
 
Ainda cabe asseverar que será assegurado às presidiárias com filhos menores a 
permanência conjunta destes durante o período de amamentação. 
 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
Os incisos LI e LII tratam da extradição de brasileiros e de estrangeiros, não havendo a 
possibilidade de extradição de qualquer brasileiro do território nacional, salvo no caso do 
naturalizado que cometeu crime comum em momento anterior a sua naturalização, ou sendo 
comprovado o envolvimento do indivíduo com tráfico de entorpecentes e drogas afins, na forma 
da lei. 
Ao estrangeiro será garantido o asilo político e não será concedida a extradição no caso 
deste ter cometido crime político ou de opinião. 
 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
 
Este inciso, assim como o inciso XXXVII, tem relação com o princípio do juiz natural, visto 
que garante que não haverá processo, julgamento e decisão sem que haja uma autoridade 
competente para realizá-los, ou seja, sem que exista um juiz competente para o caso concreto 
não haverá a possibilidade da existência do processo judicial válido. 
 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal; 
 
Este artigo traz uma das mais importantes disposições constitucionais, tendo em vista que é 
o dispositivo normativo que dá sustentáculo a toda sistemática do poder judiciário, trata-se de 
devido processo legal, que é um conceito de conteúdo extremamente abrangente, pois engloba 
todas as esferas processuais, tanto no regime jurisdicional quando dentro da esfera 
administrativa. 
O devido processo legal preconiza a acuidade sistemática da máquina administrativa e do 
judiciário para atender as demandas que chegam a seu conhecimento, para que sejam 
revestidas de todos os princípios e normas processuais contidas nas disposições 
constitucionais e infraconstitucionais, bem como os princípios de direito atinentes ao devido 
processo, desde seu conhecimento até a decisão final. 
Por derradeiro não será possível imputar qualquer sanção, ou atribuir qualquer efeito judicial 
ou extrajudicial a alguém sem que este tenha passado pelo devido procedimento, para 
apuração dos fatos, consignação das medidas legais a serem tomadas, a colheita dos 
elementos necessários para comprovação dos fatos e por fim uma decisão fundamentada. 
 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes; 
 
O contraditório e a ampla defesa são elementos jurisdicionais que garantem as partes o 
exercício efetivo de seus direitos dentro do processo, judicial ou administrativo, sendo que o 
contraditório garante a todos o conhecimento dos atos processuais e das medidas processuais 
relativas ao processo e a ampla defesa constitui o direito do acusado a se defender por todos 
os meios aceitos pelo ordenamento jurídico, das imputações e apontamentos feitos a sua 
pessoa. 
É importante salientar que estes direitos são garantidos tanto na esfera judicial como na 
esfera administrativa, valendo-se de todos os meios e recursos inerentes ao contraditório e a 
ampla defesa, sendo assim este inciso se configura como o escudo processual trazido 
expressamente na constituição federal. 
 
 13 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
Este inciso traz a disposição que proíbe a tomada de provas obtidas ilicitamente como 
elementos para imposição de uma pena a qualquer indivíduo, as provas ilícitas não são 
admissíveis no processo. Cabe ainda salientar que além das provas ilícitas existem as provas 
ilegítimas, que foram colhidas fora dos parâmetros estabelecidos pela legislação processual, 
sendo que estas também não são aceitas no nosso ordenamento jurídico. 
Ambas as provas, tantos as obtidas de forma ilegítima ou obtidas de maneira ilegal são 
provas ilegais e, portanto, não devem ser admitidas no processo. Portanto esse inciso deve ser 
interpretado de maneira extensiva, para que seu conceito seja mais abrangente do que o 
disposto no texto normativo. 
 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
 
Esse inciso garante a presunção de inocência ou presunção de não culpabilidade a todos 
aqueles acusados por algum crime, ou seja, antes da existência de um devido processo que 
culmine com uma sentença penal condenatória não há de se falar em culpa do suposto 
criminoso. Ainda que seja considerado inocente para os fins legais aindaserá possível no 
curso do processo e atendendo aos requisitos legais a realização de prisões processuais e 
medidas cautelares. 
 
 LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei; 
 
O inciso LVIII determina que a autoridade competente só poderá requisitar a identificação 
criminal de qualquer indivíduo nos casos em que a lei permitir, ou seja, no caso de ser 
requisitada a identificação civil e tendo esta sido apresentada não haverá motivo razoável para 
identificação criminal, salvo nos casos previstos em lei (art. 3º lei nº 12.037, de 1º de outubro 
de 2009). 
 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada 
no prazo legal; 
 
O inciso LIX inciso garante que no caso de inércia do Ministério Público em relação a um 
fato criminoso levado a seu conhecimento, caberá a legitimidade da vitima para propor ação 
privada subsidiária da ação penal pública, tendo em vista o interesse direto do envolvido para 
resolução do fato criminoso. 
 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem; 
 
O inciso LX inciso expressa que o poder público deverá agir de acordo com o princípio da 
publicidade, sendo imprescindível que os atos processuais sejam públicos, salvo em casos 
específicos para garantir a intimidade dos envolvidos ou em virtude do interesse social. 
 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
 
 14 
 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança; 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; 
 
O rol encontrado entre os incisos LXI e LXVI e LXVII trata da prisão e de suas nuances 
constitucionais. A prisão só poderá ocorrer em virtude de determinação judicial escrita e 
fundamentada por autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar desde que estejam definidos em lei, no caso de se concretizar a 
prisão o detido deverá ser informado de seus direitos, será garantido a ele o acesso a 
assistência jurídica, por intermédio de um advogado e de seus familiares, devendo o juízo 
competente ser informado dos fatos relativos a prisão e o local onde o acusado está detido. O 
acusado tem o direito a obter as informações dos responsáveis pela sua prisão e pela 
realização de seu interrogatório. 
Se no caso a prisão for ilegal caberá ao juiz competente proceder com o relaxamento da 
prisão, sendo que assim que for informado da situação deverá emitir a autoridade policial a 
ordem para soltura do detido ilegalmente. Em havendo disposição de lei que garanta a 
liberdade provisória do acusado, esta deverá ser concedida mediante requisição ao juízo 
competente. 
Só existe no ordenamento jurídico pátrio a prisão civil pelo descumprimento de prestação 
alimentícia, portanto no tocante a prisão do depositário infiel o STF se manifestou de forma a 
não mais ser esta admitida em nosso ordenamento jurídico. 
 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade 
ou abuso de poder; 
 
O habeas corpus é a ação constitucional que visa proteger a liberdade de locomoção dos 
membros da sociedade quando estas forem violadas por ato ilegal ou por abuso de poder, 
podendo qualquer um se valer deste instituto constitucional de cunho penal para defender o 
seu direito de ir e vir. 
Não há necessidade de capacidade postulatória, própria dos advogados, para manejar e 
impetrar o habeas corpus, visto que a legitimidade para impetrar este remédio constitucional 
não cria óbice a qualquer pessoa e inclusive este pode ser concedido de oficio pelos juízes que 
encontrem em algum caso concreto uma situação de prisão abusiva ou ilegal. 
O habeas corpus será impetrado em face da autoridade que realizou o ato abusivo e ilegal, 
devendo ser remetido à autoridade competente para que seja concedido o alvará de soltura no 
caso de uma prisão já concretizada e o salvo conduto no caso de uma ameaça do direito de 
liberdade do indivíduo. 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados; 
 
Os incisos LXIX e LXX tratam do mandado de segurança que é o remédio constitucional de 
rito sumário e especial cuja finalidade é tutelar o direito liquido e certo não amparado por 
 
 15 
 
“habeas-corpus” ou “habeas-data”, trata-se de um mandado subsidiário, que deve ser utilizado 
quando não for possível a proteção do direito por meio dos dois outros institutos 
constitucionais. 
A legitimidade para propor o mandado de segurança é muito abrangente alcançando tanto 
as pessoas físicas como pessoas jurídicas, desde que uma pessoa ou uma entidade e até 
mesmo um ente despersonalizado sofrem uma lesão a direito liquido e certo poderão se valer 
do mandado de segurança para buscar o asilo jurisdicional para sua pretensão. 
O mandado de segurança terá no polo passivo a entidade ou o agente público que realizou o 
ato ilegal e abusivo, sendo esta da administração pública direta ou indireta e qualquer pessoa 
jurídica investida do poder público. 
Por fim cabe mencionar a possibilidade de impetração do mandado de segurança coletivo a 
ser proposto por partido político com representação no Congresso Nacional ou por organização 
sindical, por entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há 
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados, desde que 
demonstre que o seu direito líquido e certo foi alvo de uma conduta abusiva ou ilegal. 
 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
O mandado de injunção é uma ação constitucional que objetiva a regularização da aplicação 
de norma ou preceito constitucional omisso, ou de eficácia limitada, quando a norma 
constitucional não foi suficiente para atender as demandas provenientes dos anseios sociais, 
em face da lacuna ou da omissão constitucional que se insurge esta medida. 
A legitimidade para impetrar o mandado de injunção esta ligada a garantia constitucional dos 
direitos mais básicos do nosso ordenamento jurídico, em havendo um direito fundamental que 
é obstaculizado por uma omissão constitucionalhaverá a possibilidade de impetração do 
mandado de injunção, para garantir o exercício efetivo deste direito. 
O mandado deverá ser interposto em face da entidade responsável pela regulamentação do 
direito, que não tomou qualquer atitude em relação à omissão ao exercício pleno deste direito, 
sendo assim o polo passivo depende do caso concreto em que houve a omissão normativa. 
 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo; 
 
O inciso LXXII trata da ação constitucional que visa o acesso as informações relativas ao 
impetrante, sendo elas mantidas por qualquer órgão, público ou particular, desde que esteja 
em exercício de função pública, portanto a ação possibilita o acesso de informações pessoais 
contidas nos bancos de dados de todos os órgãos que contiverem ou impedirem o acesso a 
tais informações. 
A legitimidade para propor o habeas-data é de qualquer pessoa física ou jurídica que 
necessite de informações dos órgãos públicos ou privados no exercício de função pública, 
figurando no polo passivo entidades governamentais da Administração Pública Direta e Indireta 
nas três esferas, bem como instituições, órgãos, entidades e pessoas jurídicas privadas 
prestadores de serviços de interesse público que possuam dados relativos à pessoa do 
impetrante. 
 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
 
 16 
 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
Este inciso trata da Ação Popular que é uma ação constitucional que visa a tutela do 
patrimônio público em sentido amplo, englobando a moralidade administrativa, o meio 
ambiente e o patrimônio histórico e cultural, sendo uma ação isenta do pagamento de custas e 
ônus de sucumbência, salvo se demonstrada má-fé em sua proposição. 
A legitimidade para propositura paira em uma única característica objetiva, qual seja, o 
legitimado deve ter cidadania, ou seja, deve ser cidadão e estar em pleno gozo de seus direitos 
políticos, no aspecto subjetivo a pretensão deve atender a defesa dos preceitos já elencados 
acima. 
A ação deve ser interposta em face de qualquer ente da administração pública direta ou 
indireta que causa lesão ao patrimônio público. 
 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso 
além do tempo fixado na sentença; 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
 LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os 
atos necessários ao exercício da cidadania. 
 
Os incisos LXXIV, LXXV, LXXVI e LXXVII tratam da gratuidade da assistência jurídica, do 
registro civil e da certidão de óbito àqueles que comprovarem não ter recursos suficientes para 
obtê-los, bem como denotam a gratuidade das ações constitucionais de habeas-corpus e 
habeas-data, bem como os atos necessários ao exercício da cidadania. 
Ainda cabe salientar que caberá indenização do Estado aquele que for condenado por erro 
judiciário, bem como aquele que ficar preso além do tempo estipulado em Lei. 
 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
Este inciso é parte integrante do conceito do devido processo legal, onde a necessidade de 
uma demanda que chegue ao resultado justo em tempo hábil é indispensável ao exercício da 
justiça, pois a decisão justa somente será eficaz se for tempestiva, logo a demora do processo 
importa no desrespeito ao princípio do devido processo legal. 
 
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata. 
 
A regra garante efetividade às normas que definem direitos e garantias fundamentais. O 
comando, em princípio, destina-se ao Legislativa e Executivo que devem implementar os 
direitos fundamentais e, num segundo plano, também ao Judiciário que está autorizado a 
aplicar referidos direitos, ainda que se omitam os outros dois Poderes Estatais. 
 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais 
em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
O rol de direitos o artigo 5º, embora extensão, não é exaustivo. Outros direitos são 
encontrados no bojo da Constituição, ainda que implicitamente. Ademais, os tratados 
 
 17 
 
internacionais de direitos humanos, uma vez internalizados, podem trazer para o sistema 
jurídico, outros direitos não previstos pelo artigo 5º. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
O dispositivo equipara os tratados internacionais, quando aprovados pelo mesmo 
procedimento previsto para aprovação de propostas de emendas à Constituição, a verdadeiras 
normas constitucionais. A partir dessa possibilidade, também serão consideradas normas 
constitucionais as provenientes de tratados internacionais. É possível, pois, encontrarmos 
normas constitucionais que não estão na Constituição, mas num tratado internacional. 
 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação 
tenha manifestado adesão. 
 
Dispositivo que atende às exigências internacionais no que se refere à proteção aos direitos 
humanos pelo qual, o Estado brasileiro prevê, na sua própria Constituição, estar submetido à 
jurisdição do Tribunal Penal Internacional, numa demonstração de que pretende respeitar os 
direitos humanos, também no plano internacional. 
 
Dos direitos sociais 
TITULO II – CAPITULO II DOS DIREITOS SOCIAIS 
 
A Constituição Federal ao trazer os conceitos e cominações normativas dos Direitos Sociais 
o fez com intuito de torná-los extensivos à toda população, de forma que a diretriz politica visa 
garantir que todos indivíduos estejam aptos a exercê-los na forma da lei. O grande valor social 
que se busca com os direitos sociais é o da igualdade, discriminando uma gama de direitos 
extensiva a todos os componentes da sociedade, independente de qualquer condição 
específica. 
Mais do que a igualdade como conceito abstrato os direitos sociais visam a igualdade em 
concreto, ou seja, busca diminuir a distância entre os desiguais dentro da sociedade, se 
valendo do princípio da isonomia, tem como um dos objetivos a tutela daqueles indivíduos que 
se encontram nas localidades periféricas do âmbito social, devendo agir na medida do possível 
para dirimir as discrepâncias e desigualdades sociais. 
Contudo, o Estado não tem condições econômicas, de estrutura e de infraestrutura para 
conceder a toda população brasileira os direitos inerentes aos direitos sociais, trata-se de uma 
determinação genérica do texto constitucional que ao ser veiculada, exige ações da 
Administração Pública, seja por meio de politicas públicas, seja por incentivos a entidades 
privadas ou pela criação de órgãos de assistência social, dentre outras medidas. Reconheça-
se que a total eliminação de diferençassociais, gritantes em nossa sociedade, não se dará 
num passe de mágica jurídica, mas é objetivo a ser perseguido. 
Diante da impossibilidade material da concretização destes direitos, impõe-se a análise dos 
critérios de concessão dos direitos sociais, tendo em vista a necessidade mais pungente, 
sendo que em razão da dimensão das mazelas sociais e da ausência de substrato do Estado 
para fornecer todos os direitos sociais de forma uniforme a toda sociedade é possibilitado ao 
ente estatal que faça aquilo que esta ao seu alcance, na medida do que é razoavelmente 
exigível, para buscar uma solução plausível para efetivar os direitos sociais. 
Para que os direitos sociais sejam consolidados, dentro das possibilidades e condições de 
que dispõe o estado, devem ser observados três patamares de análise. Primeiro, a 
possibilidade fática, ou seja, uma condição econômica favorável para fornecer a prestação 
social para toda sociedade; segunda, a possibilidade jurídica, que consiste na verificação de 
disposição de norma orçamentária que destine verbas para investimento em determinado setor 
dos direitos sociais e por fim a razoabilidade e a proporcionalidade na prestação, sendo preciso 
 
 18 
 
aferir se a medida a ser tomada será efetiva e necessária à população, de acordo com a 
condição material a ser enfrentada. 
Ainda dentro das asseverações primárias acerca desses direitos é importante salientar o 
conceito do mínimo existencial, assim entendido como prestações que garantam as condições 
mínimas de vida digna, das quais o Estado não pode se furtar de fornecer aos membros da 
sociedade Tal conceito vincula-se à condição mais básica de existência do ser humano social, 
baseado na dignidade da pessoa humana, na liberdade material que esta goza e no princípio 
do estado social, dentro da condição de propagador e implementador dos direitos sociais. 
Por fim, devemos salientar ainda o princípio da vedação ao retrocesso social, que preconiza 
que aos direitos fundamentais e sociais alcançados por meio de disposição legislativa ganham 
status de norma constitucional, sendo assim toda evolução que foi tangida em sede dos 
direitos afetos aos conceitos que englobam os direitos sociais não estão sujeitos à mitigação 
ou extinção. 
 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, 
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
 
O artigo 6º traz o rol dos direitos sociais a serem garantidos e tutelados pelo Estado 
brasileiro. Esses direitos são considerados como alicerce de uma sociedade organizada, são 
requisitos primordiais para que seja viável uma existência harmônica e sustentável de toda 
uma sociedade, são os direitos sociais: 
 
Direito a Educação: 
 
O Estado brasileiro se compromete em fornecer a educação básica e obrigatória dos 4 aos 
17 anos de maneira indistinta, como assevera o art. 208, inciso I da Constituição Federal, bem 
como a educação infantil em creches e escolas para crianças de até 5 anos de idade, no que 
consta no art. 208, inciso IV, disponibilizando por meio da rede pública o acesso a educação a 
todos que dela necessitarem sem qualquer encargo. 
No que diz respeito ao ensino superior o Estado brasileiro deve garantir acesso, ficando a 
cargo de cada um, por mérito próprio, superar o sistema probatório para adentrar o sistema 
superior de ensino, como discorre o art. 208, inciso V. 
Ainda cabe ressaltar que se o poder público não fornecer o estudo obrigatório, ou fornecê-lo 
de forma irregular a autoridade estará sujeita a responder em sua esfera de responsabilidade 
pelo não cumprimento das diretrizes constitucionais, como denota o § 2º do art. 208. 
 
Direito a Saúde: 
 
O direito a saúde talvez seja o direito que mais se aproxime do direito fundamental à vida. 
Contido no caput do art. 5º da Constituição Federal, é condição mínima que garante aos 
membros da sociedade uma vida digna. Trata-se do dever do Estado em fornecer a assistência 
médica e hospitalar a todos, bem como a prevenção para redução do risco de doença, bem 
como a promoção do acesso universal e igualitário aos serviços de saúde, como expressa o 
art. 196 da Constituição Federal. 
O Estado fornece a saúde por intermédio de políticas públicas, com programas de 
assistência, conhecido como Sistema Único de Saúde (SUS), que possui atribuição de exercer 
as atribuições constitucionais para promover as diretrizes constitucionais da melhor forma 
possível, realizando o que determina o art. 200, incisos I a VIII da Constituição Federal. 
 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e 
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e 
outros insumos; 
 
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II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem 
como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de 
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 
Direito a Alimentação: 
 
Não existe uma regulamentação detalhada a respeito desse direito, embora a Constituição 
tenha-o consagrado. Trata-se de uma proposição de caráter amplo e de conceituação abstrata. 
O direito à alimentação remete a existência digna do ser humano, onde o direito de se 
alimentar não se restringe somente ao suficiente para sobrevivência, mas sim ao necessário 
para que não faltem as condições que garantam a regularidade biológica do individuo. A 
previsão constitucional, ademais, volta-se à garantir alimentação saudável, nutritiva e livre de 
quaisquer contaminações que possam provocar problema à saúde das pessoas. 
 
Direito ao Trabalho: 
 
O Direito ao trabalho é uma das garantias mais enfatizadas pelo texto constitucional e está 
acompanhados de uma série de outros direitos e prerrogativas normativas que o acompanham 
e ampliam o âmbito de seu alcance. A Constituição Federal traz expresso nos artigos 7º ao 11 
os direitos dos trabalhadores e empregados. Um rol amplo visando sempre uma situação 
favorável para o desenvolvimento do trabalho e para diminuição dos níveis de desemprego. 
Importante registrar que a leitura dos dispositivos entre os artigos 7º e 11 da Constituição 
Federal é imprescindível. 
 
Direito a Moradia: 
 
O direito a moradia se baliza na necessidade de conceder aos membros da sociedade um 
lugar para que se fixe e posso erigir sua vida de maneira plena, possibilitando uma vida digna, 
oferecendo toda uma estrutura de saneamento básico e urbanidade para que o indivíduo possa 
viver. 
 
 
 
Direito ao Lazer: 
 
Não existe uma definição específica do direito ao lazer, no entanto compreende-se lazer 
todo aquele meio em que o membro da sociedade se insere que lhe confere conforto social, 
seja por meio da cultura, do esporte, ou de outras vertentes a serem consideradas como lazer, 
de acordo com os valores pessoais e sociais. 
 
Direito a Segurança: 
 
O direito a segurança é um dever de prestação do Estado, sendo um direito de 
responsabilidade de toda sociedade em conjunto para manutenção da mesma, conforme pode 
se extrair do art. 144 da Constituição Federal,esse direito compreende a proteção da ordem 
pública, vedando a autotutela dos membros da sociedade e a possibilidade de judicialização 
para a resolução dos enfrentamentos particulares. 
 
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A efetividade deste direito afasta a possibilidade da justiça social suplantar a égide da ordem 
jurídica, ou seja, cria uma sistematização de segurança pública para evitar que os particulares 
busquem resolver seus problemas sem a tutela do Estado, a exemplo disso temos os casos de 
violência que vem ocorrido, onde os populares amarram e comprometem a integridade física 
de supostos criminosos, para a realização da justiça com as próprias mãos. O direito a 
segurança veda a ignorância como resposta de uma injusta provocação. 
O Estado deve promover a segurança pelos meios e pelas instituições incumbidas desse 
serviço, fornecendo estrutura e infraestrutura para que o serviço seja prestado com a maior 
eficiência possível, com a finalidade de diminuir a marginalidade e a ocorrência de condutas 
que não estejam de acordo com o ordenamento jurídico, de forma preventiva ou de forma 
repressiva, levando todos os casos ao conhecimento do poder judiciário. 
 
Direito a Previdência Social: 
 
Este Direito está disciplinado nos artigos 201 e 202 da Constituição Federal, onde se 
encontram todos os institutos e conceitos que abarcam este direito, trata-se do regime geral, de 
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial. 
Este direito garante ao trabalhador que cumpriu os requisitos legais que goze da concessão 
de aposentadoria, em função das contribuições vertidas para o Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS), ou em casos específicos usufrua da concessão de benefícios relativos à 
situação em que se encontre. 
 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro 
e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no § 2º. 
 
Proteção a Maternidade e à Infância: 
 
Esse direito encontra-se disseminado por todo o texto constitucional, em diversos 
dispositivos dispersos, sendo que tem o fulcro principal de garantir aos infantes e suas 
genitoras todo o suporte para que o desenvolvimento da criança seja pleno, possibilitando que 
sejam obtidos todos os direitos inerentes a vida digna, tanto da criança como de sua mãe. 
Assistência aos Desamparados: 
 
Percebe-se pela terminologia genérica desse direito que o legislador o manejou para 
supressão de eventuais lacunas ou omissões que pudessem sobrevir em relação a gama de 
grande amplitude dos direitos sociais, portanto se municiou desse direito para garantir uma 
tutela a toda sociedade, independente das mazelas e discrepâncias sociais das quais tenham 
sido acometidas. 
Neste diapasão o artigo 203 da Constituição federal traz a conceituação de que a 
assistência social será prestada a quem dela necessitar e elenca os escopos constitucionais 
que este direito visa tutelar, que pode ser considerada uma reiteração dos conceitos do direito 
trazidos pelo art. 6º aqui estudado. 
 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
 
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II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e 
ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la 
provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: 
 
A constituição visou garantir dentro do rol dos direitos sociais as condições e incentivos para 
que os trabalhadores obtivessem uma condição favorável para o exercício de suas funções, 
fornecendo os parâmetros mínimos para que o trabalho não seja pernicioso e impróprio para o 
trabalhador, constituindo um patamar de sustentabilidade para todo o trabalhador. 
Os incisos subsequentes são os direitos que fundamentam e permitem a melhoria da 
condição social dos trabalhadores, os incisos são autoexplicativos e de conteúdo completo, 
onde é possível averiguar todas as garantias sociais ao trabalhador para que goze da plenitude 
de direitos o exercício de seu mister. Assim, necessária a leitura. 
 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos 
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
 III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas 
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, 
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração 
variável; 
 VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria; 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, 
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; 
 XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos 
termos da lei; 
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro 
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou 
convenção coletiva de trabalho; 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de 
revezamento, salvo negociação coletiva; 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à 
do normal; 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o 
salário normal; 
 XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e 
vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
 
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XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos 
termos da lei; 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos 
termos da lei; 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na 
forma da lei; 
XXIV - aposentadoria; 
 XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento

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