Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TOXICODINÂMICA Prof. Esp. Fabrício Moreira Costa TOXICODINÂMICA 1.Conceitos A Toxicodinâmica estuda os mecanismos da ação tóxica exercida por substâncias químicas sobre o sistema biológico, sob o ponto de vista bioquímico e molecular. Os dados obtidos são fundamentais para: A avaliação do risco ; Estabelecer procedimentos preventivos e estratégias de tratamentos; Desenvolver produtos específicos. TOXICODINÂMICA Os dados obtidos também podem ser utilizados como ferramentas científicas. A molécula ativa interage com o sitio molecular por meio de diferentes reações que são determinadas pelas características físico- químicas e estruturais do agente químico e do sítio molecular. No caso de medicamentos, é importante ressaltar os conceitos de reações adversas e de intoxicação. TOXICODINÂMICA A favor do efeito contra o efeitoXenobiótico L I B E R A Ç Ã O Molécula - Alvo Absorção Distribuição reabsorção Bioativação Eliminação Re-distribuição Excreção Desintoxicação TOXICODINÂMICA As toxicidades provocadas por xenobióticos podem ser classificadas em agudas e crônicas A intoxicação aguda: É decorrente de uma única exposição ou de exposições múltiplas ao agente tóxico, num período de 24 horas; A avaliação é feita utilizando-se pelo menos 3 espécies animais, sendo uma não roedora. Os parâmetros mais utilizados para expressar o grau de toxicidade aguda de substâncias químicas são a DL50 e a DL10. TOXICODINÂMICA Também temos as doses efetivas ou eficazes 50% (DE50)ou 90% (DE90). Os índices chamados índice terapêutico (IT) e Margem de Segurança (MS), que são calculados conforme expressões: IT= DL50 MS= DL10 – DE90 .100 DE50 DE90 Quanto maior o IT ou MS, menor será o risco de promover intoxicação. TOXICODINÂMICA A intoxicação Crônica: Resulta das exposições repetidas com o agente tóxico, num período de tempo prolongado, de meses ou anos. Exposições prolongadas podem promover efeitos lentos e graves, como são os casos de mutagenicidade e carcinogenicidade. TOXICODINÂMICA 2. Agentes tóxicos Apresentam estruturas químicas das mais variadas e podem ser classificadas utilizando-se critérios diferentes: Químico – Aminas aromáticas; Físico – líquido; Bioquímico – causador de metemoglobinemia; Farmacológico – d-tubocurarina. TOXICODINÂMICA A exposição dos seres vivos aos agentes tóxicos ocorre por várias maneiras, entre elas: A exposição ocupacional; A exposição pelo meio ambiente; Por medicamentos; Exposição a bebidas e alimentos. TOXICODINÂMICA 3. Seletividade de ação Todas as substâncias químicas tóxicas produzem seus efeitos alterando as condições fisiológicas e bioquímicas normais das células. Compostos do tipo ácido ou base atuam indistintamente sobre qualquer órgão, causando irritação e corrosão nos tecidos de contato. TOXICODINÂMICA Outros compostos são mais seletivos no seu modo de ação e causam danos a um tipo de órgão ou estrutura, chamado estrutura –alvo, sem lesar outros. As estruturas-alvo são moléculas protéicas que exercem importantes funções no organismo, tais como enzimas, moléculas transportadoras, expressão gênica, canais iônicos e receptores. TOXICODINÂMICA As diferenças fisiológicas e bioquímicas ex.: agricultura. Na medicina, os antibióticos são uteis pela toxicidade seletiva que eles possuem sobre os microorganismos causadores da doença. Ex. Penicilinas e as cefalosporinas TOXICODINÂMICA A diferença entre o conteúdo de enzimas de biotransformação, como exemplo temos a (glutationa S-transferase) -Aflatoxina B1. Agentes químicos , por características físico- químicas, possuem seletividade específica para determinados tecidos onde se acumulam, ex.: flúor. TOXICODINÂMICA É importante ressaltar que a intensidade da intoxicação depende também do tecido atingido. Capacidade funcional de reserva, ex.: retirada de um dos rins ou remoção de parte do pulmão. TOXICODINÂMICA 4. Mecanismos Gerais Podem ser divididos principalmente: 4.1. Interações de agentes tóxicos com receptores. Os receptores são elementos sensoriais no sistema de comunicações químicas que coordenam a função de todas as células no organismo TOXICODINÂMICA As respostas pelos órgãos são rápidas ou lentas, dependendo da estrutura molecular e dos mecanismos de transdução envolvidos. A ligação entre o receptor e o ligante é normalmente reversível: R + S RS TOXICODINÂMICA Ex: a atropina e a escopolamina ligam ao receptor muscarínico bloqueando a ação da acetilcolina. A d-tubocurarina ligam aos receptores nicotínicos da placa terminal. A d-tubocurarina possuem estrutura com o amônio quaternário Os músculos respiratórios são os últimos a serem afetados e os primeiros a se recuperarem após a suspensão da ação do curare. TOXICODINÂMICA 4.2. Interferência nas funções e membranas excitáveis A manutenção e a estabilidade das membranas excitáveis são essenciais à fisiologia normal dos tecidos. Ex: fluxo de íons através de axônio neuronal, que é caracterizados pela entrada de íon sódio e saída de potássio através de membranas. No Brasil o peixe Baiacu, possui tetrodotoxina, efeitos: fraqueza muscular evolui para paralisia completa e morte. TOXICODINÂMICA As toxinas botulínicas produzidas pelo microorganismo clostridium botulinum complexam-se irreversivelmente ao axônio terminal colinérgico, bloqueando a acetilcolina. A α-bungarotoxina que bloqueia os receptores da acetilcolina pós-sinápticos, causando paralisia muscular. TOXICODINÂMICA 4.3.Inibição da fosforilação oxidativa Substâncias capazes de desenvolver efeitos adversos interferindo com a oxidação de carboidratos na síntese de ATP. A oxidação de ferro na hemoglobina (metemoglobina)pelos nitritos. As conseqüências da depleção de ATP incluem efeitos como interferência com a integridade da membrana, o funcionamento de bombas iônicas e a síntese protéica. TOXICODINÂMICA 4.4. Complexação com biomoléculas 4.4.1. Componentes enzimáticos Os inseticidas fosforados inativam as enzimas colinesterases e reforçam os efeitos da estimulação dos nervos colinérgicos pela acetilcolina endógena. Monóxido de carbono, reduz o transporte de oxigênio nos tecidos. TOXICODINÂMICA 4.4.2. Proteínas Os metabólitos resultantes das reações de fase I da biotransformação são, geralmente, intermediários eletrofílicos que interagem com os sítios nucleofílicos das macromoléculas celulares. Exs: a) Aflatoxina B1: os ratos possuem menos glutationa s transferase do que o camundongos. b) Paracetamol: é oxidado na primeira fase da reação, o metabolito tóxico é uma quinoneimina ligada ao glutationa. TOXICODINÂMICA 4.4.3. Lipídios Um dos principais mecanismos de morte celular é a peroxidação lipídica. que compreende uma série de reações químicas envolvendo a deterioração oxidativa dos ácidos graxos poliinsaturados. TOXICODINÂMICA 4.4.4. Ácidos nucléicos. A ligação do DNA a substâncias exógenas altera a expressão de produtos gênicos essenciais e necessários para a sobrevivência celular, podendo causar a morte , ou dar origem a um câncer. Podem haver reparos intracelulares que podem reverter estas alterações . TOXICODINÂMICA 4.5. Perturbação de homeostase cálcica o cálcio funciona como segundo mensageiro na regulação de muitas funções intracelulares vitais. Alteração na homeostase cálcica intracelular resulta: Elevado influxo de cálcio; Liberação de íon cálcio; Inibição de seu efluxo. TOXICODINÂMICA 5. fatores determinantes da intoxicação Todos os efeitos tóxicos são conseqüentes das alterações fisiológicas e bioquímicas normais dos órgãos. A extensão da lesão é diretamente proporcional à concentração do agente tóxico. TOXICODINÂMICA A toxicocinética é dependente de inúmeros fatores entre os quais: A via de acesso do agente; Propriedades físico-químicas; Estado fisiopatológico do individuo. TOXICODINÂMICA A gravidade do efeito tóxico varia muito conforme o órgão afetado. A elucidação dos mecanismos básicos da toxicidade, assim como estudos sobre os fatores que modificam a intensidade dos efeitos tóxicos de xenobióticos são essenciais à toxicologia. TOXICODINÂMICA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS OGA, S..Fundamentos de Toxicologia.3.ed são Paulo: Atheneu, 2008. Professor Fabrício Moreira Costa TOXICODINÂMICA
Compartilhar