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Uso de Antibióticos em Cirurgia Julhode 2002 R n t ib iOt iCOP ro fi Ia H ia - - em cirurgia Ano I · NS!2 · Vol I ousodeantibióticosemcirurgiavemsofrendo grandesmodificaçõesdesdeadécadade1960.O adventoeo conhecimentodaaçãoprofilática desenvolveram-senesteperíodo,emquetambém tivemosumgrandeaprendizadocomacapacidadeda bactériadedesenvolvere transmitirresistênciaa novos fármacos.O efeitoindesejáveldosantimicrobianos,a possibilidadedeaaçãobactericidaliberarendotoxinas devidoàdestruiçãodaparedebacterianaeo conheci- mentodequenãoadiantaestenderaprofilaxiacomo objetivodepreveniro aparecimentodeinfecção, particularmentenosprocedimentosinvasivos, tornaramracionalo usodaantibioticoprofilaxia.O crivodo tempoeasevidênciasestabelecidasna literaturaconsolidarama maioriadosprincípiosque sãodiscutidosnesteprograma. I I L TCBC/PEEdmundoMachadoFerraz ... o Antibioticoprofilaxia em.cirurgia A infecçãopós-operatóriacontinuaarepresentarumgrandedesafiopara cirurgiõeseprofissionaisdesaúde,Suaincidênciavariadecirurgiãopara cirurgião,dehospitalparahospital,deumadeterminadacirurgiaparaoutrae, principalmente,depacienteparapaciente(!), Introdução No arsenaldemedidaspararedução dastaxasde infecçãocirúrgica,a utilizaçãoapropriadado antibiótico exercepapeldedestaque.Visaprevenir o desenvolvimentodeumainfecção, que,nocaso,ocorrenosítio operatório. Osantibióticossãoprescritoscom finalidadeprofiláticaoucurativadeum processoinfeccioso. Usoprofilático- Quandosedeseja prevenirinfecçãoporumagente conhecidooufortementesuspeito,emum pacientequeseencontreem riscode contraí-Ia.Podeserfeitoemdoseúnica,ter curtaduração(menosde24h)ou se estenderporaté24h-48h. Uso curativo - Quandoo antibiótico for prescritoparaumasituaçãoemque o processoinfecciosoestiver estabelecido.Podeserempíricoou baseadonoantibiograma.Podeserde curtaou longaduração. O usodeagenteantibióticodemodo profiláticosistêmicoconstituiumaquestão controvertidaentreoscirurgiões, essencialmenteporcausadeumafaltade compreensãodosprincípiosbásicos envolvidos.A decisãodeusar antibioticoterapiaprofilática,no entanto, deveserbaseadano pesodaevidênciade possívelbenefícioemrelaçãoao pesoda evidênciade possíveiseventosadversos.A utilizaçãoinadequadado antibiótico profiláticoelevao índicede infecçãoe implicaumcustodesnecessárid2-5).O uso inadequadode umantimicrobiano determina,alémdasconseqüências imediatasda máutilizaçãono paciente específico,umcomprometimento importanteparatodaa comunidade hospitalar,poispodeproduzirou pioraros efeitosdaresistênciabacter~na. De maneirageralpodemosenumerar algumasevidênciasque devemser seguidasquandoda utilizaçãoda antibioticoterapiaprofilática: 1) utilizá-Iaapenasemcirurgiasque comprovadamentetenhamsuastaxasde infecçãoreduzidaspelaadministraçãodo antibiótico; 2)utilizaragentesdeprimeiralinha; 3)obterníveisséricosmáximosde antibióticosnomomentodeexposiçãodo agenteinfectante(momentocirúrgico); 4) limitarautilizaçãodoantibiótico profiláticoàduraçãodacirurgia.Nãohá evidência,nagrandemaioriadas cirurgias,dequeautilizaçãopós- operatóriareduzaastaxasdeinfecção; 5)selecionarumantimicrobianoqueseja ativocontraamaioriadosagentes infectantesdeumadeterminadacirurgia. Indicações A utilizaçãodeantibióticoprofiláticonas cirurgiaslimpasounaquelas potencialmentecontaminadasnãodiminui ataxadeinfecçãodaferidacirúrgica(2'5). Nestestiposdecirurgia,osbenefíciosda antibioticoprofilaxianãosesobrepõemaos riscos,nãosendo,portanto,recomendada asuautilizaçãd6.10). Éimportanteconsiderar,noentanto,que algumascirurgiaslimpasnãosecomportam comotalecursamcomumaaltataxade infecçãodeferida.Entreestascirurgias destacam-seashernioplastiasincisionaiseas esplenectomiasdepacientesesquistos- somóticos(2,11).Nestestiposdecirurgia passamosautilizarantibioticoprofilaxia,de preferênciacomcefazolina,apenasdurante o procedimento. Keighley<12),em1977,postulouqueo antibióticoprofiláticodeveserprescrito emtrêsocasiões: 1)quandoo riscodecontaminação bacterianaéalto(cirurgiasnostratos gastrintestinal,geniturinárioe respiratório,entreoutras); 2)quandoacontaminaçãonãoéfreqüente masosriscosdeinfecçãosãoaltos (amputaçãoporenfermidadevascular, utilizaçãodepróteseseválvulas,enxertos); 3)quandoacontaminaçãonãoé freqüentemaso hospedeiroestá imunocomprometido(transplantes, quimioe radioterapia). Oscritériosdeindicaçãodeantibióticosão: 1. Nascirurgiaslimpasepotencialmente contaminadasemqueo riscodeinfecção dosítiocirúrgicoédeaté5%nãohá indicaçãodousodeantibiótico.Contudo, nasseguintessituaçõesrecomenda-sea profilaxia(doseúnica,depreferência): - pacientesacimade70anos; - desnutridos; - imunodeprimidos; - urgências; - implantedeprótesesetelas; - cirurgiasdemama(7); - esplenectomia(hipertensãoportal esquistossomóticaY2,11); - hernioplastiaincisional{2,11); - pacientesportadoresdedoença reumática,diabetesdescompensado, obesidademórbida,hérnias multirrecidivadas,imunossupressão, radioterapiaprévia,uremia, hepatopatiasepneumopatias; - cirurgiacardíaca(13); - cirurgiadaaortaedegrandesvasos(13). 2. O usoprofiláticodoantimicrobiano ficaria,então,reservadoparaascirurgias contaminadas,cujoriscodeinfecçãoé de10%.Algunsautoresnão recomendamo usodeantibióticosem cirurgiasproctológicasorificiais(15). 3. Outraexceçãoéacirurgiaeletiva conservadoradoestômago(vagotomia comousemdrenagem)empacientes comúlceraduodenal.Nestescasos,a hiperacidezgástrica,quenormalmente acompanhaestetipodepaciente,diminui demaneirasignificativaadensidade bacteriana,resultandoemmenores índicesdeinfecçãopós-operatória{l1). I L Princípios da antibioticoprofilaxia A escolhadoantibióticoprofilático geralmenteécausadediscussão,pois inúmerassãoaspublicaçõesqueatestama eficiênciadosmaisdiversosprocedimentos. É importantequeo antibiótico,quando administradodemaneiraprofilática, obedeçaaosprincípiosbásicosda profilaxia(2,4): 1.Espectro- Escolherumantibiótico queserelacionecomaflorabacterianaa serencontradaequenãovádeencontro aoperfildesensibilidadebacteriológica identificadonohospital.Éessencial conheceramicrofloraprocedentedos isolamentosnainfecçãodosítiocirúrgico emcadahospital,assimcomoo perfilde sensibilidadedestasbactérias.A microflora dosítiocirúrgicoévariáveldehospitalpara hospital.Hospitaisdealtacomplexidade tendemaapresentarumperfil microbiológicomaisagressivoe resistente quandocomparadoscomoshospitaisde primeiraIinha(14).Conhecerasensibilidade destesgermesfacilitaaescolha antimicrobiana.Emmuitoscasos,porém, hánecessidadedeassociar antimicrobianos,Nestasocasiõesdeve-se teremmenteafarmacocinéticadas drogas,paraqueefeitosantagônicossejam evitados.Sinergismoocorrequandoa fusãodeduasoumaisdrogasapresenta efeitosuperioraodecadauma isoladamente.Aassociaçãodepenicilinas oucefalosporinascomumaminoglicosídeo éumexemplodesinergismo.Nãose devemassociar,portanto,antibióticos bactericidascombacteriostáticos.Estaé umaassociaçãoantagônica(p.ex.: cefalosporinas+cloranfenicol).Noentanto estesprincípiossãocontestadosna prática(15). 2.Toxicidade- Atoxicidadedadroga deveserconsideradanomomentoda profilaxia.Éporestemotivoque,assim comoaOrganizaçãoMundialdeSaúde (OMS)(5),CondoneWittmann(2)ea SurgicallnfectionSociety(4)não recomendamo usodeaminoglicosídeos comoagentesprofiláticos.Nospacientes alérgicosàscefalosporinasdeve-seoptar poroutrasdrogas.A vancomicinasó deveráserutilizadanaprofilaxiaquando dapresençadereaçõesde hipersensibilidadeàspenicilinasealergias àscefalosporinas(19). 3. Risco de alterar a flora bacteriana- Estaéaprincipalcondição quefavorecearesistênciabacteriana. Nesteponto,o papeldeumCCIHé primordialparaestimularousode antibióticosdeprimeiralinha.A utilização demultidosesdeantibióticosnaprofilaxia cirúrgicapodedeterminaro desenvolvimentodecepasresistentesdeS.epidermidi14).Adoseúnicaétão eficientenaprofilaxiaquantoregimesde váriasdosesdeantibióticos. 4.Farmacocinétka-Conhecera farmacocinéticadadrogaéessencialparaa corretaprofilaxia.Dadoscomo concentraçãoinibitóriamínima,meia-vida, metabolização,viadeexcreçãoedose inicialdevemserlevadosemconsideração. Deve-seadministraroantibióticoo mais próximopossíveldomomentodaincisãd2-5). Paraasoperaçõescesarianas,aprofilaxia deveserpostergadaatéoclampeamento docordão(8).Porcausadacurtaduraçãoda administraçãodadrogaprofilática, recomenda-seautilizaçãodedoses máximas,dentrodoperfildesegurançade cadaantibiótico.O intervalopararepetição dedosesduranteo procedimentocirúrgico deveserdeduasvezesameia-vidada droga,deformaaseremmantidosníveis sistêmicosmáximosdeantimicrobianos duranteo traumacirúrgicd2-5,13). 5.Duração- Aantibioticoprofilaxia deveserfeitaemdoseúnicaou enquantodurara cirurgia.A duraçãoda antibioticoprofilaxianão deveexceder 24h-48h,devendo,preferencialmente, cobrirapenaso períododo procedimentocirúrgico(2.5,13),Estudos têm demonstradoque a profilaxia antimicrobianaem doseúnicaé tão eficazquantoa administraçãopor tempo prolongado,sendoevidentesas desvantagensda maiorexposiçãoà toxicidadedasdrogase os efeitossobrea microfloranormal,que favorecemo crescimentode microrganismosde maior resistência(2),O antibióticoé ineficaz quando iniciadotrêshorasapóso início da cirurgia(16).A antibioticoprofilaxia peroperatórianãofaz prevençãode infecçãorespiratóriaou urinária. 6. Custo - O custoda profilaxianão devesero fator primordiala ditara escolhado antibiótico.No entanto,na opçãoentreesquemascom eficácia similar,o custodeveserconsiderado, 7.Consideraçõescirúrgicas- Determinadascirurgiastêm maior potencialde desenvolvimentode infecçãodo queoutras,assimcomo fatoresrelacionadosà técnicacirúrgica podeminfluenciarde maneira significativa.Segundoo Centerfor DiseaseControl (CDC), dos Estados Unidos,umavezquea maiorpartedas infecçõespós-cirúrgicaséadquiridana salade operações,umaboa técnicaé crucialparaa suaprevenção,e a maioria dasmedidasdeveserdirigidapara influenciaradequadamenteasequipes cirúrgicas(17).Conteet01.(18)consideram que cirurgiascomduraçãoacimade três horasaumentamo riscode infecçãoem trêsa quatrovezesequeo usoexcessivo do bisturielétricoe a utilizaçãode drenos laminaresaumentamo riscoem duas vezes.Alémdisso,manusearostecidos delicadamente,evitarsangramentose formaçãode hematomase erradicar espaçomorto, tecidodesvitalizadoe corpo estranhosãoprocedimentos essenciaisna prevençãoda infecçãode ferida(ll,13,19).Dadoscomo tempode internaçãopré-operatóriae cuidados com a tricotomia,a anti-sepsiado campo cirúrgicoe o controlede doenças associadasapresentamimpactoimpor- tantenaprofilaxiadasinfecçõescirúrgicas. Profilaxiaantimicrobiana Emabrilde 1999,o CDC publicouum consensoem prevençãode infecçãodo sítiocirúrgicono qualsãoenfatizadosos principaispontosda profilaxia(20).Com relaçãoà utilizaçãode antimicrobianos foram reforçadosos seguintespontos: 1) utilizarantimicrobianosde maneira profiláticaapenasquandoindicadoe com basenosperfisde eficáciados patógenosque maiscomumentecausam infecçãodo sítiocirúrgicoparauma determinadacirurgiae recomendações (categoriaIA, conformeQuadro 1); 2) fazera administraçãoporvia intravenosa,de modo queseapresente em concentraçõesbactericidasno momentoda incisão.Manterníveis terapêuticosdo antimicrobianono sanguee nostecidosenquantbdurara cirurgia,ou no máximopor mais algumashorasapóso fechamentoda pele(categoriaIA); 3) antesde cirurgiascolorretaisrealizaro preparomecânicodoscólons. Administrarantimicrobianosorais,não- absorvíveis,em dosesdivididas,no dia anteriorà cirurgia(categoriaIA); 4) nasoperaçõescesarianasdealtorisco, utilizaro agenteantimicrobiano imediatamenteapóso clampeamentodo cordãoumbilical(categoriaIA); 5) não utilizarvancomicinade rotinana profilaxia antimicrobiana (categoria IB). Combasenestesprindpios,enas recomendaçõesdaUniversidadede II II o '" .~ 2 o E<lJ ÔV ;~.Q'+:Jc<t:<lJ'D o :s o '" 2' 2 Ü EQ) Ôu ~g i5 .~ « Q) -o o:s Wisconsin(2,21),do CD(2O),do Colégio AmericanodeCirurgiões(13),da OMS(5),da FederaçãoLatino-Americanade Cirurgia(14) e do ServiçodeCirurgiaGeraldo Hospital Cabeçae pescoço,semincluir boca e laringe Cabeçae pescoço,incluindo bocaelaringe Ortopédica Prótesetotaldequadrile outrasarticulações Procedimentosurológicos Histerectomiasvaginale abdominal dasClínicasdaUniversidadeFederalde Pernambuco(15),sugerimososesquemas deantimicrobianosnaprofilaxiacirúrgica contidosnosQuadros2e3. ""-- -- -------- -- .--.. Jua(jm _ _Categorias~ae,yidência IA Fortementerecomendadaparaimplantaçãocombaseemestudosexperimentais,clínicose epidemiológicosbemdesenhados IB Fortementerecomendadaparaimplantaçãocombaseemalgunsestudosexperimentais,clínicos, epidemiológicose fortesrazõesteóricas 11 Sugestivaparaimplantaçãocombaseemestudosclínicos,epidemiológicose razõesteóricas - - ----- ___ 011II____- - -- 'lu,Clro" - Esquemasdeantibioticoprofilaxiaemci~~a patógenos Flora nasal- Staphylococcus, Streptococcus pyogenes,S.pneumoniae,Moraxellae Haemophilussp. Floranormalda boca,estreptococos(aeróbios e anaeróbios),S. aureus,Peptostreptococcus, Neisseriae numerososanaeróbiosgram-negativos, incluindo Porphyromonas(Bacteroides),Prevotella (Bacteroides)Fusobacteriume Veillonella Staphylococcusepidermidis,S. aureus, COT}'nebacterium,bacilosgram-negativos S. aureus(predominante)e bacilos gram-negativos;estafilococos coagulase-negativose enterococos Estafilococossão responsáveispor 75%-80%das infecçõesde ferida;bactériasgram-negativas, por 1%-20% S. aureuse S. epidermidise váriosestreptococos, incluindo enterococos,causam>66%dasinfecçõesde ferida;bactériasaeróbiasgram-negativas (E. coli eProteusmirabilis),difteróidese anaeróbios comoPeptostreptococcitambémsão isolados Estafilococos Esquemasrecomendados Cefazolina Cefuroxima Sulbactam/ampicilina Cefazolina+metronidazol Cefazolina Cefuroxima Cefazolina Cefuroxima Cefazolina Cefuroxima Cefazolina Cefuroxima Cefazolina Cefuroxima Cefazolina Ampicilina Ciprofloxacino Cefazolina E. coli, outrasbactériasgram-negativas e enterococos Estafilococos,estreptococos,enterococos, lactobacilos,difteróides,E. coli, Peptostreptococci, Prevotella (Bacteroides), Porphyromonas (Bacteroides) e Fusobacterium sp. Estafilococos, estreptococos, enterococos, lactobacilos,difteróides,E. coZi, Peptostreptococci, Prevotella (Bacteroides), Porphyromonas (Bacteroides) e Fusobacterium sp. Estafilococos Cefazolina Sulbactam/ampicilina Cefazolina Esquemasdeantibioticoprofilaxiaemcirurgiageral Tipodecirurgia Patógenos Esquemasrecomendados Apendicectomia Bactériasanaeróbias(B.fragi/is)e bactérias entéricasgram-negativas(E.colí),estafilococos, enterococose Pseudomonassp. Cefoxitina Sulbactamjampicilina Piperacilina Colecistectomia E.colí,Klebsiellae enterococos;outrosbacilos gram-negativos,estreptococose estafilococos sãoocasionalmenteisolados;bactériasanaeróbias sãoincomuns,e o Clostridiumé o maisisolado Cefazolina Nãoutilizarantibiótico Tratogastrintestinalsuperior Estreptococos,lactobacilose difteróides (nasofaringe);E. colí, enterococose cãndida Cefazolina Viasbiliaresefígado E.colí,Klebsiellaeenterococos;outrosbacilos gram-negativos,bactériasanaeróbias, estreptococose estafilococossãoocasionalmente isolados Cefazolina+metronidazol Ciprofloxacino+metronidazol Colorretal Bacilosgram-negativos,anaeróbios+ E. colí e Bacteroidesfragílis Oral Sulfatodeneomicina+eritromicina 20h,18he 9hantesdacirurgia Parenteral CefoxitinaCeftriaxona+metronidazol Cefuroxima+metronidazol Gentamicina+metronidazol Transplantes E.colí,Klebsiellae enterococos;outrosbacilos gram-negativos,estreptococose estafilococos sulbactamj Ampicilina Ceftriaxona Cefuroxima Cirurgiaslimpas Estafilococos Cefazolina Cirurgiasdeobesidademórbida Estreptococos,lactobacilose difteróides (nasofaringe);E.colí,enterococose cândida estafilococos Sulbactamjampicilina Cefazolina Traumaabdominal Variável Cefoxitina Sulbactamjampicilina Cefazolina+metronidazol Outras considerações profilaxia(14).Háindíciosna literatura dequea utilizaçãodeantibiótico profiláticonãoexerceproteção contraa infecçãodo sítio operatório. Na cirurgiavideolaparoscópica,a antibioticoprofilaxiadeveserinstituída deacordocomasrecomendações contidas no Quadro 4(22,23). Cirurgiaminimamenteinvasiva Seo princípiodaantibioticoprofilaxia éaprevençãoda infecçãodo sítio cirúrgico,certamentenesta modalidadecirúrgica,emquea ferida é mínima,a preparaçãoda pele preencheriaqualquernecessidadede '" ~ê' 2 O EQ) VIou'';:;'o :c:pc: « Q)" o :5 + . - __o - 0.°--~- _.- ,~ 2' 2 O E<lJ v> o u :-g 15 .~« <lJ v o:s Quadro4 - Antibioticoprofilaxianacirurgiavideolaparoscópica Recomendada ·Hernioplastiascomtela·Colecistectomias com colangiografia·Cirurgiasdeobesidademórbida - Banda -Gastroplastia · Apendicectomias·Cirurgiasdasviasbiliares · Colectomias · Histerectomias A escolhadoantibiótico,aviadeinfusão eo tempodeusodoantimicrobianonão diferemdosestabelecidosnospreceitos básicosparaautilizaçãodoantibiótico profilático. Trauma A utilizaçãodaantibioticoprofilaxiano traumacontinuaaserumtemabastante polêmico,principalmentenoqueserefere àduraçãodosesquemas.A profilaxiade curtaduração(menosde24h)pareceser adequada,inclusiveemtraumasde maioresgravidadeepermanência hospitalar13).Atençãoespecialmerecem pacientescomgrandessangramentos,pois devemosassegurarníveisantimicrobianos suficientesparaumaaçãoantiinfecciosa. A coberturaantimicrobianadeveabranger bactériasaeróbiaseanaeróbias.É importante,portanto,quesereconheçao momentoouo traumaemqueum esquemacurativodeveserinstituído.O tempodeduraçãoentreo traumaeo iníciodotratamentodeterminaráo tipo deregimeantimicrobianoaserinstituído. Experiênciaem 7.327cirurgias ·Colecistectomia A utilizaçãodeantibióticoprofiláticonas colecistectomiasmereceumcomentário importante.Ferraz(1l),analisando716 colecistectomias,identificouquenão Não-recomendada ·Hernioplastiassemtela · Colecistectomiassemcolangiografia·Fundoplicaturas · Cardiomiotomias · Ooforectomias · Esplenectomias houvebenefícionautilizaçãode antibióticoprofiláticoparaa reduçãodos índicesdeinfecçãodossítioscirúrgicos superficialeprofundo.No entanto, quandodanecessidadederealizaçãode colangiografiaperoperatória,autilização doantibióticoprofiláticoreduziude maneiraestatisticamentesignificativaa incidênciadeinfecçãodeferida. ·Hernioplastia incisional A utilizaçãodeantibióticoprofilático, independentementedaaposiçãodetela, reduziudemaneiraestatisticamente significativaastaxasde infecçãodo sítio operatório. ·Esplenectomia A utilizaçãodeantibióticoprofiláticona esplenectomia,empacientesportadores deesquistossomosehepatoesplênica, reduziuastaxasdeinfecçãodosítio cirúrgico. ·Vagotomia troncular +piloroplastia A utilizaçãodeantibióticoprofiláticoem pacientesportadoresdeúlcerapépticanão acrescentouproteçãocontrao desen- volvimentode infecçãodo sítiooperatório. ·Cirurgia de cólon e reto A utilizaçãodeesquemasmistosde antibioticoprofilaxia,combinando antibióticosoraiseparenterais,tem ganhogradativamenteapreferênciada maioriadoscirurgiões.Segundopesquisa realizadacom500cirurgiões,em1979, sobreo usodoantibióticoprofiláticona cirurgiacolônica,8%utilizavam antibióticosistêmicoisoladamente,37% utilizavamantibióticooral,também isoladamente,e49%associavam antibióticosoraisesistêmicosna profilaxiadasinfecções(24). Em1990,emavaliaçãosemelhante,88% doscirurgiõespesquisadosassociavam antibióticosoraiseparenterais,enquanto que8%utilizavamantibióticossistêmicos isoladamentee3%,antibióticosorais isoladamenté2S). ·Antibiótico tópico A utilizaçãodeantibióticotópicocomo intuitodereduziraprobabilidadede desenvolvimentodeinfecçãodeferidaé temabastantecontroversonaliteratura. Como argumentodequeseconseguem altasconcentraçõeslocaisdoefeito antimicrobiano,aadministraçãolocaltem ganhoadeptos,principalmenteem cirurgiaslimpas.A escolhadoantibióticoa serutilizadonãodiferedamaneiracomoé realizadoporviaparenteral.Ouseja,o pontofundamentaléqueoantibiótico tópicosejasensívelaopatógeno contaminantedosítiocirúrgico.No entanto,algumascaracterísticas molecularessãoessenciaisemsuaeficácia. Éimportantequeo antibióticotópico III apresenteelevadopesomolecular,baixo conteúdolipídicoepresençadecarga negativa,fatoresquedeterminamo índice deabsorçãoeaumentamotempode exposiçãodadroganaferida(26). Naferidapode-seaplicaro antibiótico tópicd27): - dissolvidoemsoluçõesisotônicas; - empó,quandoseconseguemaistempo deexposiçãoeconcentraçõesmais elevadas; - emspray. Poucosesabe,noentanto,sobreos efeitossecundáriosdestaterapia,assim comosobreosseusefeitosnos mecanismosderesistênciabacteriana. Como conhecimentoatualsobrea eficáciadousotópicodosantibióticos nãorecomendamosasuautilizaçãona profilaxiadainfecçãodosítiocirúrgico. ·Endocarditebacteriana A eficáciadaprofilaxiaantibióticana endocarditebacterianaseguidade procedimentosbucais,endoscópicosou outrosprocedimentosquepodemcausar bacteremiatransitóriaaindanãoestá totalmentecomprovada(13).Noentanto estaprofilaxiaé imperiosaprincipalmente nospacientessobriscoequesão submetidosaprocedimentoscirúrgicos contaminados.Ascondiçõesdegrande, médioepequenoriscos,deacordocoma AmericanHeartAssociation(28),são apontadasnoQuadro5. G .~ 2' 2 O E (l) Ô u :~ :.o .""c« (l)-o o V1 ::) Granderisco Riscomoderado Ou.dro5 - Condiçõesderiscoparaendocarditebacterianasegundoa AmericanHeartAssociation Pequenorisco · Portadoresdecardiopatias congênitas · História de endocardite bacterianaanterior·Portadoresdeprótesesvalvulares·Cirurgiascardiovasculares ·Ductusarteriosus·Defeitosnoseptoventrlcular·Çoarctaçãodaaorta·Cardiomiopatiahipertrófica·Carditereumática · 'Prolapso~aválvulamitral comregurgitação · Defei.fos valvulares · Cardiopatia em doença do colágeno ·Prolapsomitralsem regurgitação·Soprosfisiológicos·Implantedemarca-passo·Cirurgiasderevascularização·Antecedentesdadoençade Kawasakisemdisfunção valvular o objetivodaantibioticoprofilaxiaé a diminuiçãodabacteremia,impedindoa aderênciadebactériasaoendocárdio. Umagrandevariedadedebactérias podedeterminaraendocardite,no entantoo Streptococcusviridanseos enterococossãoosprincipaisalvosdos esquemasprofiláticos.A profilaxiadeve sevoltarparabactériasgram-positivas, e esquemascomampicilina,cefazolina, sulbactam/ampicilinae amoxacilina têmsidorecomendadoscom sucesso(14). Novos esquemas antimicrobianos Umgrandenúmerodeantimicrobianos chegaaomercadotodoano,eédifícil ... anteciparaeficáciaeosbenefíciosde drogaslançadasrecentemente.No entantoalgunsantibióticosjádisponíveis nomercadobrasileiroapresentam grandepotencialnaprofilaxiacirúrgica. Umexemploéo ertapenem,queparece tergrandepotencialnaprofilaxia cirúrgica,poisapresentapoucosefeitos colateraiseadversos,meia-vidalonga (doseúnica)egrandeespectrodeação contrabactériascomunitárias.Estas característicaspossibilitariamautilização deumúnicoantibiótico,emsomente umadose,naprofilaxiadasinfecções pós-operatórias.Nãohá,noentanto, dadosnaliteraturaquecomprovemtal pensamento,sendonecessárioumpouco maisdetempoparaavaliaresta tendência. L Referências 1. NICHOLS,R.L. Postoperative infectionsin theageof drug-resistant gram-positivebacteria.AmJ Med,v. 104,p. 11S-16S,1998.2. CONDON,R.E.;WITTMANN,D. H. Theuseofantibioticsin general surgery.CurrProbSurg,v.12,p. 807- 907,1991. 3.FERRAZ,E.M. et01.Woundinfection ratesincleansurgery:apotentially misleadingriskclassification.InfControl HospEpi,v.13,n. 8, p.457-62,1992. 4. PAGE,C. P.et01.Antimicrobial prophylaxisfor surgicalwound.Curr ProbSurg,v.128,p. 79-88,1993. 5. 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(g) Colecistectomia convencional sem colangiografia. (h) Aposição de banda gástrica por via laparoscópica (obesidade mórbida). (i) Hemorroidectomia. (j) Histerectomia por via abdominal. Quais os princípios de uma utilização adequada da antibioticoprofilaxia em cirurgia? Na profilaxia antimicrobiana de uma colecistectomia com exploração das vias biliares utilizou-se a cefazolina. A cirurgia teve seis horas de duração. Sabendo-se que a meia-vida da cefazolina é de aproximadamente 100min, qual o intervalo de tempo em que se devem administrar novas doses? (a) 1 hora. (b) 40 minutos. (c) 2 horas. (d) 3 horas. (e) 150 minutos. Na escolha de um antibiótico que tenha um bom espectrona profilaxia de uma plástica de mama, com colocação de prótesede silicone, devemos considerar que ele sejaativo principalmente contra que tipo de bactérias? (a) Gram-positivas. (b) Gram-negativas. (c) Anaeróbias gram-positivas. (d) Gram-positivas +pseudomonas. (e) Gram-positivas e gram-negativas. Assinale falso ou verdadeironas afirmativas abaixo: ( ) A profilaxia antimicrobiana é mais efetiva quando realizada com antibióticos de largo espectro. ( ) Iniciar a profilaxia antimicrobiana ao término do procedimento cirúrgico é uma atitude equivocada. ( ) Sempre que possível devemos administrar o antibiótico profilático duas horas antes do início do procedimento cirúrgico. ( ) Quanto mais grave o trauma, maior a duração da antibioticoprofilaxia. ( ) Por utilizarmos, na maioria das vezes, dose única e um único antibiótico na profilaxia das infecções, o problema da resistência bacteriana está minimizado neste tipo de propedêutica. Nos princípios básicos da antibioticoprofilaxia aprendemos que" se deve administrar o antibiótico o mais próximo possível do momento da incisão". Que momento é este? (a) 1 hora antes da cirurgia. (b) 2 horas antes da cirurgia. (c) Na indução anestésica. (d) Após a abertura do tecido celular subcutâneo. (e) Ao término da cirurgia. Respostasdo fascículoanterior: Na salade trauma do pronto-socorro. Durante o período peroperatório. Iniciar profilaxia com doseelevadae repetir doses subseqüentesa intervalos mais curtos, em função da meia- vida do antibiótico utilizado. Choque; transfusãode mais de l.S00ml de sangueou derivados;número e gravidadedas lesões;idade. Hemoterapia com ampicilina/sulbactam, ou amoxicilina/ clavulanato, ou cefoxitina. Cefalosporinasde primeira geração. Estafilococosnas fraturas de grausI, 11e IIIA e gram- negativosnas fraturasde grausIIIB e IIIC. Lesõesde partesmoles ou ósseasassociadas;necessidadede uso de prótesessintéticas. Antibioticoterapia de curta duração com amoxicilina/ clavulanato ou penicilina G +oxacilina associadasa desbridamento. Sim, profilaxia com cefalosporina de primeira geração,em doseúnica, antesda limpeza e da sutura da lesão.
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