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Equilíbrio ácido base 06

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Fundamentos do Equilíbrio Ácido-Base
	PARTE 6
	DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE
OBJETIVOS: Descrever as principais alterações do equilíbrio ácido-base. Analisar os desvios do pH. Descrever os distúrbios de origem respiratória e os de origem metabólica. Conceituar acidose e alcalose.
CONCEITOS GERAIS
Os desvios da concentração de íons hidrogênio são ocorrências relativamente comuns nos pacientes graves, nos pacientes sob regime de terapia intensiva, especialmente quando a ventilação depende de respiradores mecânicos e nos que apresentam doença significativa pulmonar ou renal, devido à interferência com os mecanismos reguladores naturais. São ainda comuns em pacientes com doenças sistêmicas severas, de qualquer natureza, em que haja comprometimento das funções metabólicas ou respiratórias.
DESVIOS DO pH
O pH é o indicador do estado ácido-base do organismo. Os desvios do equilíbrio ácido-base refletem-se nas alterações do pH do sangue.
O pH normal do sangue, situa-se entre 7,35 e 7,45. Quando o pH está abaixo do valor mínimo normal, existe acidose. Se o pH está acima da faixa normal, existe alcalose.
A prática tem demonstrado que o organismo humano tolera um certo grau de alcalose, melhor que graus idênticos de acidose.
A severidade dos distúrbios do equilíbrio ácido-base pode ser apreciada pelo grau de alteração do pH. Quanto mais baixo o pH, mais severa é a acidose; do mesmo modo um pH muito elevado, indica a presença de alcalose grave.
 
 		Figura 11. Representa o pH na acidose e na alcalose. Demonstra também os limites de tolerância do organismo aos desvios do pH.
Desvios extremos do equilíbrio ácido-base, em geral se acompanham de alterações profundas da função dos órgãos vitais e podem determinar a morte do indivíduo. Em geral, o valor mínimo do pH, compatível com a vida nas acidoses é de 6,85; nas alcaloses, o valor máximo de pH, tolerado pelo organismo é de aproximadamente 7,95, conforme representado na figura 11.
As variações da concentração dos íons hidrogênio no organismo podem ser de origem interna (endógena) ou externa (exógena).
O acúmulo de ácidos no organismo pode ser consequência da retenção do CO2 no sangue por dificuldade de eliminação nos alvéolos pulmonares, pode ocorrer em consequência do aumento da produção de ácido lático e por incapacidade de eliminação de ácidos fixos pelos rins (causas endógenas). Pode também ocorrer, em consequência da ingestão acidental de grande quantidade de ácidos, como o ácido acetil-salicílico (aspirina) ou outros agentes de natureza ácida (causas exógenas).
A redução dos ácidos no organismo pode ser consequência da eliminação excessiva do CO2 (causa endógena), da perda de ácidos fixos ou da administração excessiva de bases, como o bicarbonato de sódio, por exemplo (causa exógena).
Sempre que há tendência a desvios do equilíbrio ácido-base, o organismo intensifica a atuação dos mecanismos de compensação, na tentativa de impedir grandes desvios do pH. Nestas circunstâncias os desvios podem ser parcialmente compensados. A compensação completa do desvio, entretanto, depende da remoção da sua causa primária.
CLASSIFICAÇÃO DOS DESVIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE
		Figura 12. Classificação dos distúrbios do equilíbrio ácido-base, conforme o seu mecanismo de produção.
Os distúrbios do equilíbrio ácido-base são classificados conforme os seus mecanismos de produção. Dessa forma, as alterações podem ter origem respiratória ou metabólica. Esses desvios correspondem, portanto, a quatro tipos de alterações, relacionadas na figura 12.
Os desvios do tipo respiratório devem-se à alterações da eliminação do dióxido de carbono. Os desvios do tipo metabólico não sofrem interferência respiratória na sua produção.
Conforme a duração, os desvios do equilíbrio ácido-base podem ser agudos ou crônicos. Os distúrbios crônicos, em geral, acompanham doenças crônicas do sistema respiratório ou dos rins. Os distúrbios crônicos costumam ser de intensidade mais leve, parcialmente compensados e melhor tolerados.
 
ACIDOSES
Ocorre acidose quando a concentração de íons hidrogênio livres nos líquidos do organismo está elevada; em consequência, o pH, medido no sangue arterial, está abaixo de 7,35. As acidoses podem ser de dois tipos: acidose respiratória e acidose metabólica.
A acidose respiratória ocorre em consequência da redução da eliminação do dióxido de carbono nos alvéolos pulmonares. A retenção do CO2 no sangue que atravessa os capilares pulmonares, produz aumento da quantidade de ácido carbônico no sangue, com consequente redução do pH, caracterizando a acidose de origem respiratória.
A acidose metabólica ocorre em consequência do aumento da quantidade de ácidos fixos, não voláteis, no sangue, como o ácido lático, corpos cetônicos ou outros. O pH do sangue se reduz, devido ao acúmulo de íons hidrogênio livres; não há interferência respiratória na produção do distúrbio.
As acidoses, como distúrbio primário do equilíbrio ácido-base, são encontradas na prática clínica, mais frequentemente que as alcaloses.
ALCALOSES
Ocorre alcalose quando a concentração de íons hidrogênio livres, nos líquidos do organismo está reduzida. Em consequência, o pH medido no sangue arterial está acima de 7,45.
Conforme o mecanismo de produção, as alcaloses podem ser de dois tipos, alcalose respiratória e alcalose metabólica.
A alcalose respiratória ocorre em consequência do aumento da eliminação de dióxido de carbono nos alvéolos pulmonares. A eliminação excessiva do CO2 do sangue que atravessa os capilares pulmonares, produz redução da quantidade de ácido carbônico no sangue, com consequente elevação do pH, caracterizando a alcalose de origem respiratória.
A alcalose metabólica ocorre em consequência do aumento da quantidade de bases no sangue, como o íon bicarbonato. O pH do sangue se eleva, devido à redução de íons hidrogênio livres; não há interferência respiratória na produção do distúrbio.
As alcaloses como alterações primárias do equilíbrio ácido-base, são encontradas na prática clínica, com menos frequência que as acidoses.
RESUMO DA PARTE 6
Os desvios da concentração de íons hidrogênio são ocorrências relativamente comuns nas práticas de emergência, terapia intensiva e grandes cirurgias.
O pH indica o estado ácido-base do organismo. O pH normal do sangue oscila dentro da faixa de 7,35 a 7,45. Quando o pH do sangue é inferior a 7,35, existe acidose; quando o pH é superior a 7,45 existe alcalose.
Os valores de pH abaixo de 6,85 ou acima de 7,95 indicam acidose e alcalose extremas, respectivamente e, de um modo geral, são incompatíveis com a vida.
Os distúrbios do equilíbrio ácido-base podem ser produzidos por alterações respiratórias ou por alterações metabólicas.
Os desvios do tipo respiratório devem-se à alterações da eliminação do dióxido de carbono. Os desvios do tipo metabólico não sofrem interferência respiratória na sua produção; correspondem à produção excessiva de ácidos, dificuldade de eliminação de ácidos, perda excessiva de bases do organismo ou à perda de ácidos.
As acidoses (pH inferior a 7,35), portanto, podem ser: respiratória ou metabólica. As alcaloses (pH superior a 7,45), também podem ser respiratórias ou metabólicas, conforme a natureza da sua produção.
 
	
	 	 	 	 
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