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Equilíbrio ácido base 09

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Fundamentos do Equilíbrio Ácido-Base
	PARTE 9
	ALCALOSE RESPIRATÓRIA
OBJETIVOS: Descrever a alcalose de origem respiratória e suas principais causas. Analisar as consequências da excessiva redução do dióxido de carbono e do ácido carbônico no sangue. Analisar os resultados da gasometria arterial na alcalose respiratória.
CONCEITOS GERAIS
Os quatro grandes distúrbios do equilíbrio ácido-base são de origem respiratória ou metabólica. Os distúrbios de origem respiratória decorrem de alterações da eliminação do dióxido de carbono (CO2) do sangue, ao nível das membranas alvéolo-capilares.
A eliminação respiratória regula a quantidade de dióxido de carbono no sangue e, dessa forma, regula o nível de ácido carbônico. Quando a eliminação do dióxido de carbono nos pulmões é elevada, o nível sanguíneo de ácido carbônico se reduz; há menor quantidade de íons hidrogênio livres.
A quantidade reduzida de dióxido de carbono no sangue, em consequência da hiperventilação é denominada hipocapnia.
 
O distúrbio resultante é a alcalose respiratória. A alcalose respiratória é, portanto, consequência da hiperventilação pulmonar.
CAUSAS DE ALCALOSE RESPIRATÓRIA
A alcalose respiratória é sempre consequência da hiperventilação pulmonar, tanto na sua forma aguda como na crônica. A hiperventilação pulmonar pode ser secundária a doença pulmonar ou não. A hiperventilação pode também ser devida à resposta quimioceptora do organismo em consequência de hipoxemia, disfunção do sistema nervoso central ou mecanismo de compensação ventilatória, na presença de acidose metabólica.
A hiperventilação que acompanha certos quadros de agitação psico-motora pode produzir alcalose respiratória aguda que leva a tonteiras ou desmaios.
Na terapia intensiva a alcalose respiratória é frequentemente produzida pelo uso da ventilação artificial com respiradores mecânicos. Nessas circunstâncias um leve grau de alcalose, com PCO2 entre 30 e 34mmHg contribui para reduzir o estímulo respiratório e manter o paciente ligeiramente sedado com menores doses de tranquilizantes.
Outras causas de alcalose respiratória como subproduto da hiperventilação podem ser enumeradas como: angústia, dor, febre elevada com calafrios, insuficiência hepática, meningoencefalites, sepsis e hipertireoidismo.
 Hiperventilação intencional, com níveis de PaCO2 entre 28 e 30 mmHg são utilizados clinicamente objetivando reduzir a pressão intracraniana.
ALTERAÇÕES DA FISIOLOGIA
O distúrbio primário da alcalose respiratória é a eliminação excessiva de dióxido de carbono ao nível das membranas alvéolo-capilares dos pulmões. A tensão parcial do CO2 no sangue se reduz, bem como reduz-se a quantidade de ácido carbônico e a quantidade de íons hidrogênio livres. Há o deslocamento de íons hidrogênio do interior das células para o interstício, em troca pelo potássio, cujo teor no sangue se reduz.
QUADRO LABORATORIAL
Os resultados da gasometria arterial mostram os principais achados que permitem o diagnóstico da acidose respiratória:
1. O pH está elevado (acima de 7,45);
 
 		Figura 19. Representa as alterações laboratoriais da alcalose respiratória.
 
 
2. A PCO2 está baixa (abaixo de 35mmHg).
A existência dessas duas alterações permitem firmar o diagnóstico da alcalose respiratória, conforme ilustra a figura 19.
COMPENSAÇÃO DA ALCALOSE RESPIRATÓRIA
A alcalose respiratória é um distúrbio menos severo que a acidose respiratória. Frequentemente é induzida por terapia respiratória que inclui ventilação mecânica. Quando o distúrbio se prolonga, os rins diminuem a absorção de íon bicarbonato do filtrado glomerular, promovendo maior eliminação pela urina, que se torna excessivamente alcalina.
TRATAMENTO DA ALCALOSE RESPIRATÓRIA
Em geral os quadros de alcalose respiratória são leves e de baixa gravidade. O tratamento em todos os casos consiste em remover a causa da hiperventilação. Nos casos mais severos pode ocorrer hipopotassemia, capaz de gerar arritmias cardíacas, pela entrada rápida de potássio nas células em troca pelos íons hidrogênio.
Os casos mais frequentes de alcalose respiratória severa são secundários à ventilação mecânica prolongada; o tratamento consiste em ajustar os controles do aparelho adequando a ventilação às necessidades do paciente.
RESUMO DA PARTE 9
Os distúrbios do equilíbrio ácido-base podem ser de origem respiratória ou de origem metabólica. A eliminação respiratória do dióxido de carbono é o grande regulador da concentração do ácido carbônico no organismo. Quando a eliminação do dióxido de carbono nos alvéolos pulmonares é excessiva, a quantidade de CO2 e, em consequência, a quantidade de ácido carbônico do sangue estão diminuidos. Estas circunstâncias originam a alcalose de natureza respiratória.
Devido à menor quantidade de íons hidrogênio livres, o pH se eleva. Os valores do pH superiores a 7,45 caracterizam a existência da alcalose.
A redução do dióxido de carbono no sangue é representada pela queda da sua pressão parcial (PCO2). Quando a PaCO2 é inferior a 35mmHg., configura-se a natureza respiratória da alcalose.
Em geral os quadros de alcalose respiratória ocorrem em pacientes sob ventilação mecânica nas unidades de terapia intensiva. São de instalação rápida e não há tempo para que os mecanismos de compensação sejam eficazes.
O tratamento consiste em remover as causas da hiperventilação.
Quando o distúrbio é leve e persistente a compensação renal consiste em reduzir a absorção dos íons bicarbonato do filtrado glomerular, mantendo a relação do sistema tampão constante. A urina se torna alcalina.
	
	 	 	 	 
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