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RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 MOCAMBIQUE

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Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-1 
X - DÍVIDA PÚBLICA 
10.1 – Enquadramento Legal 
A Dívida Pública compreende as obrigações financeiras assumidas com entidades públicas e 
privadas, dentro ou fora do território nacional, em virtude de leis, contratos, acordos e 
realização de operações de crédito, pelo Estado. 
Compete ao Ministério das Finanças celebrar, em representação do Estado, acordos 
financeiros que acarretem assunção de dívida pública e zelar pela sua implementação, gerir a 
dívida interna e externa, e garantir a correcta cobrança e contabilização dos contravalores 
gerados pela utilização de financiamentos externos, nos termos das alíneas c), e) e f) do n.º 2 
do Decreto Presidencial n.º 22/2005, de 27 de Abril, que define as atribuições e competências 
do Ministério das Finanças. 
No Ministério das Finanças, a Direcção Nacional do Tesouro – DNT é o órgão que executa as 
funções acima indicadas. Relativamente à Divida Pública, a DNT tem, nos termos do artigo 6 
do Diploma Ministerial n.º 152/2005, de 21 de Julho, do Ministro das Finanças, que publica o 
Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças, de entre outras funções, zelar pelo equilíbrio 
financeiro do Estado (alínea a)), assegurar, em coordenação com o Banco de Moçambique, a 
planificação e controlo da dívida externa do País (alínea g)), gerir a dívida pública interna e 
externa (alínea h)), realizar e gerir as operações de crédito público (alínea i)), assegurar a 
celebração de acordos financeiros nacionais e internacionais que acarretem a assunção da 
dívida pública, bem como a sua contabilização (alínea n)). 
A CGE deve conter informação sobre os activos e passivos financeiros e patrimoniais do 
Estado, pelo disposto na alínea e) do artigo 47 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o 
Sistema de Administração Financeira do Estado – SISTAFE. Quanto à estrutura, a mesma 
deve conter uma discriminação das fontes de financiamento, nos mapas de financiamento 
global do Orçamento do Estado, pelo preceituado na alínea b) do n.º 1 do artigo 48 da mesma 
lei, e dos activos e passivos financeiros existentes no início e no final do ano, nos termos da 
alínea g) do mesmo número. 
A Lei n.º 1/2012, de 13 de Janeiro, que aprovou o Orçamento do Estado de 2012, estabelece, 
nos n.ºs 1 e 2 do artigo 8, as condições em que o Governo está autorizado a contrair 
empréstimos internos e externos. O artigo 10 desta lei autoriza o Governo a emitir garantias e 
avales, no valor de 183.500 mil Meticais. 
10.2 – Considerações Gerais 
No documento “Estratégia de Médio Prazo para Gestão da Dívida Pública 2012-2015”, a DNT 
estabelece, como visão, manter a dívida pública do País sustentável e reduzir, gradualmente, a 
dependência externa, através do alargamento da base tributária, da capitalização do sector 
produtivo e da promoção do mercado interno de capitais. 
A variação da Dívida Pública, no período de 2008 a 2012, é apresentada no quadro a seguir. 
 
 
 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-2 
Quadro n.º X.1 – Dívida Pública - Variação 
Dívida
Pública 2008
% do
PIB 2009
% do
PIB 2010
% do
PIB 2011
% do
PIB 2012
% do
PIB 
Var. 
(%)
12/08
Externa 92.733 22,6 115.232 28,1 122.754 29,9 127.577 31,1 142.028 34,6 53,2
Interna 7.446 1,8 11.914 2,9 18.747 4,6 22.330 5,4 23.738 5,8 218,8
Total 100.179 24,4 127.146 31,0 141.501 34,5 149.907 36,5 165.766 40,4 65,5
Fonte: Mapa I-3 da CGE (2008 - 2012).
 Memória: PIB 410.339
(Em mil Meticais)
 
No quinquénio, a Dívida Pública teve um crescimento de 65,5%. A Dívida Pública Interna 
registou um incremento de 218,8%, mais que triplicando no período, e a Externa, 53,2%. Não 
obstante o aumento considerável da Dívida Pública Interna, conforme pode ser observado no 
Quadro n.º X.2, a proporção da Dívida Pública Externa em relação ao total do endividamento 
público manteve-se, à média de 88,2%1. Em 2012, o peso desta correspondeu a 85,7% do total. 
Quadro n.º X.2 – Dívida Pública - Peso 
Dívida
Pública 2008
Peso 
% 2009
Peso 
% 2010
Peso 
% 2011
Peso 
% 2012
Peso 
%
Externa 92.733 92,6 115.232 90,6 122.754 86,8 127.577 85,1 142.028 85,7
Interna 7.446 7,4 11.914 9,4 18.747 13,2 22.330 14,9 23.738 14,3
Total 100.179 100,0 127.146 100,0 141.501 100,0 149.907 100,0 165.766 100,0
(Em mil Meticais)
Fonte: Mapa I-3 da CGE (2008 - 2012).
 
Em termos de desembolsos, constata-se, no Quadro n.º X.3 e Gráfico n.º X.1, que os 
instrumentos de Dívida Interna assumiram, em 2012, um peso substancialmente superior ao da 
Dívida Externa, representando os Bilhetes do Tesouro (BT´s) 52,9% dos desembolsos de 
2012. Este instrumento implica um serviço da dívida relativamente mais oneroso, por ser um 
instrumento de curto prazo. 
Quadro n.º X.3 – Dívida Pública - Desembolsos 
Designação 2011 Peso
 % 2012
Peso
 %
Multilateral 6.109.833 14,5 9.988.286 22,5
Bilateral 10.189.250 24,1 7.756.307 17,5
Total da Dívida Externa 16.299.083 38,5 17.744.593 40,0
Obrigações do Tesouro 2.618.617 6,2 3.150.112 7,1
Bilhetes do Tesouro 21.500.000 50,9 23.500.000 52,9
Outros 1.862.770 4,4 0 0,0
Total da Dívida Interna 25.981.387 61,5 26.650.112 60,0
Total da Dívida 42.280.470 100,0 44.394.705 100,0
Fonte: Mapa I-3 da CGE (2011 - 2012).
(Em mil Meticais)
 
 
 
 
 
 
1(92,6+90,6+86,8+85,1+85,7)/5 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-3 
Gráfico n.º X.1 – Dívida Pública – Desembolsos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Quadro n.º X.3. 
Pelo disposto no n.º 1 do artigo 47 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, Lei do SISTAFE, se 
a proposta do Orçamento do Estado não for aprovada, no início do ano económico a que se 
destina, é reconduzido o Orçamento do ano anterior, mas não é estabelecido em que medida o 
Governo pode autorizar a emissão e contratação de dívida pública flutuante, fundada, directa e 
indireta, nem de que forma os empréstimos públicos realizados deverão integrar, com efeitos 
ratificatórios, o Orçamento do Estado do exercício a que respeitam. 
O Manual de Registo da Dívida da DNT, trata das operações de gestão da Dívida Pública, por 
via de substituição entre a emissão das diferentes modalidades de empréstimo, reforço das 
dotações para amortização de capital ou pagamento antecipado, total ou parcial, de 
empréstimos já contraídos, a conversão de empréstimos existentes, nos termos e condições da 
emissão ou do contrato, ou por acordo com os respectivos titulares, quando as condições 
correntes dos mercados financeiros assim o aconselharem, porém as mesmas não se encontram 
previstas no quadro normativo da gestão da Dívida Pública. 
10.3 – Dívida Externa 
A Dívida Externa é aquela que é contraída pelo Estado junto de outros Estados, organismos 
internacionais, ou outras entidades de direito público ou privado, com residência ou domicílio 
fora do País, e cujo pagamento é exigível fora do território nacional. 
Esta inclui dois grupos de créditos: os contraídos com organismos internacionais ou outras 
entidades de direito público ou privado, designados de multilaterais, e os obtidos junto dos 
Estados, denominados bilaterais. 
Apresenta-se, no Gráfico n.º X.2, a evolução da Dívida Pública Externa, observando-se que a 
distribuição entre a Dívida Bilateral e a Multilateral variou, no quinquénio em consideração, 
assumindo, sempre, a Dívida Multilateral, uma proporção superior à Bilateral. 
Em 2012, a Dívida Multilateral foi de 2.926,9 milhões de Dólares Americanos, enquanto a 
Bilateral situou-se em 1.902,4 milhões de Dólares Americanos, totalizando 4.829,3milhões de 
Dólares Americanos. 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
Multila teral Bila teral Obrigações do 
Tesouro
Bilhetes do 
Tesouro
Outros
14,5
24,1
6,2
50,9
4,4
22,5
17,5
7,1
52,9
0
2011
2012Pe
rc
en
ta
ge
m
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-4 
Gráfico n.º X.2 – Evolução do Stock da Dívida Pública Externa 
Câmbio: 1 USD = 29,41 Meticais. 
Fonte: Anexo Informativo 6 da CGE (2008-2012).
1.835,4
2.554,5
2.436,5
2.679,8 2.926,9
1.801,2 1.969,7
1.307,0
1.709,5 1.902,4
3.636,6
4.524,2
3.743,5
4.389,3
4.829,3
0,0
1.000,0
2.000,0
3.000,0
4.000,0
5.000,0
6.000,0
2008 2009 2010 2011 2012
Em
 
M
ilh
õe
s 
de
 
D
ól
a
re
s
Multilateral
Bilateral
Dívida 
Pública 
Externa
 
Observa-se, no Gráfico n.º X.2 que, no quinquénio 2008-2012, a Dívida Pública Externa, que 
inclui a dívida Multilateral e a Bilateral, cresceu, de 2008 a 2009, tendo decrescido, em 2010 
e, nos dois anos subsequentes, registou um incremento, ao passar de 3.743,5 para 4.829,3 
milhões de Dólares Americanos. 
Gráfico n.º X.3 – Stock da Dívida Pública Externa por Tipo de Moeda 
Fonte: DNT - Relatório da Dívida de 2012. 
Como se mostra no Gráfico n.º X.3, em 2012, o stock da Dívida Pública Externa teve a 
seguinte distribuição, por moedas, 44,0%, em SDR2, 22,0%, em USD, 15,0%, em EUR, 
13,0%, em FUA3, 4,0%, em RMB4, e 2,0%, em outras moedas (KWD5, JPY6 e IDB7). 
 
2
 SDR - Direitos Especiais de Saque 
3
 FUA - Moeda de Unidade de Conta do FAD 
4
 RMB - Moeda Chinesa 
5
 KWD - Dinar do Kuwait 
6
 JPY - Yen Japonês 
7
 IDB - Dinnar Islâmico 
EUR
18,0%
IDB
1,0%
JPY
2,0%
USD
32,0%
SDR
41,0%
Outros
6,0%
2011
18%
IDB
1%
JPY
2%
USD
32%
SDR
41%
RMB
4,0% FUA
13,0%
EUR
15,0%
USD
22,0%
SDR
44,0%
Outros
2,0%
2012
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-5 
Foram detectadas divergências entre as informações da variação da Dívida Pública, constantes 
do relatório emitido pela DNT, e as do Mapa I-3 da CGE de 2012, conforme se observa no 
Quadro X.4, a seguir. 
Quadro n.º X.4 – Divergências na Variação da Dívida Pública de 2012 
Dívida Pública 
Externa
Dívida a 
31/12/2011 Desembolsos Amortizações
Desembolsos 
líquidos
Dívida a 
31/12/2012 
calculada
Variação 
cambial/ 
cancelamento
Dívida a 
31/12/2012 
efectiva
Multilateral 2.505,4 339,5 - - - - 2.926,9
Bilateral 1.709,1 239,9 - - - - 1.899,5
TOTAL 4.214,4 579,3 0,0 0,0 0,0 0,0 4.826,4
Fonte: Anexo 1 e 2 do Relatório da Dívida Pública de 2012.
Dívida Pública 
Externa
Dívida a 
31/12/2011 Desembolsos Amortizações
Desembolsos 
líquidos
Dívida a 
31/12/2012 
calculada
Variação 
cambial/ 
cancelamento
Dívida a 
31/12/2012 
efectiva
Multilateral 2.679,8 339,5 39,3 300,1 2.979,9 -53,1 2.926,9
Bilateral 1.709,1 239,9 17,7 222,2 1.931,2 -28,9 1.902,4
Total 4.388,9 579,3 57,0 522,3 4.911,2 -81,9 4.829,2
Fonte: Mapa I-3 da CGE.
Câmbio em 2011: 1 USD = 29,0685 Meticais. 
Câmbio em 2012: 1 USD = 29,41 Meticais. 
Relatório da 
Dívida 
Pública
CGE Relatório da Dívida Pública CGE
Dívida a 
31/12/2011
Dívida a 
31/12/2012
Multilateral 2.505,4 2.679,8 2.926,9 2.926,9 -174,4 0,0
Bilateral 1.709,1 1.709,1 1.899,5 1.902,4 0,0 -2,9
Total 4.214,4 4.388,9 4.826,4 4.829,2 -174,4 -2,9
(Em milhões de Dólares)
Variação da Dívida Pública em 2012 - CGE 
Variação da Dívida Pública em 2012 - DNT - Relatório da Dívida Pública
Dívida a 31/12/2011 Dívida a 31/12/2012
Dívida Pública 
Externa
Diferença
(Em milhões de Dólares)
Diferenças entre Relatórios da Dívida - DNT e CGE
(Em milhões de Dólares)
 
O Governo, em sede do contraditório, referiu que “esta situação é explicada pelas seguintes 
razões: 
• A elaboração do Relatório da DNT foi feita na base de informações recebidas dos 
credores (Multilaterais e Bilaterais). Considerando que a elaboração deste documento 
deve ser feita até final do I Trimestre do exercício seguinte àquele a que diz respeito, 
não é possível incorporar todas as informações devido ao atraso que se tem verificado 
no seu envio por parte de alguns credores. 
• O Mapa I-3 da CGE de 2012 foi elaborado num período posterior ao I Trimestre de 
2013, numa altura em que a DNT já tinha a informação dos credores e reconciliada. 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-6 
Conforme se pode aferir, as divergências referidas pelo TA na sua análise, resultam do facto 
de o Relatório da DNT ser elaborado na base de dados ainda preliminares enquanto que o 
Mapa I-3 da CGE é elaborado na base de dados definitivos, reconciliados com os credores”. 
Considerando as razões apresentadas pelo Executivo, é de recomendar que, no Relatório da 
Dívida Pública da Direcção Nacional do Tesouro, se adite a informação de que os dados são 
de carácter provisório. 
O Relatório da Dívida Pública a 31/12/2012 é omisso no que respeita às variações adicionais 
do stock da dívida, nomeadamente as amortizações, variações cambiais e cancelamentos. 
Relativamente a estas omissões, o Governo, pronunciando-se no exercício do direito do 
contraditório do presente Relatório, informou que a elaboração de relatórios e boletins da 
dívida pública obedece a uma estrutura – padrão que não integra demonstrações e/ou cálculos, 
para o apuramento do stock. 
Verificam-se discrepâncias relativamente às informações do Relatório da Dívida Pública da 
DNT e da Conta Geral do Estado, nos valores da Dívida Multilateral, em 2011, e da Dívida 
Bilateral, relativamente a 2012, de 174,4 e 2,9 milhões de USD, respectivamente. 
No ano 2011, a diferença justifica-se, essencialmente, pela não inclusão da dívida com o FMI 
no Relatório da Dívida da DNT, a partir desse ano, inclusive, enquanto a não menção daquela 
dívida, na CGE8, só ocorreu em 2012. 
Sobre as razões da não inclusão da dívida com o FMI, no relatório por si emitido, a DNT 
informou que isso deveu-se ao facto de o Banco de Moçambique ser equiparado a uma 
empresa pública. 
Esta justificação não é procedente porque a dívida contraída com o FMI não faz parte do 
quadro da Dívida Pública da CGE. Ela não tem as características de uma dívida de 
financiamento ao funcionamento da actividade operacional de uma empresa pública, mas antes 
tem como objectivo financiar despesas de natureza pública dos órgãos e instituições do 
Estado. 
No concernente a esta matéria, o Governo, no seu contraditório, referiu que a diferença 
indicada pelo Tribunal Administrativo resultou da inclusão da dívida do FMI na CGE, cujo 
valor, entretanto, foi expurgado no relatório da DNT. 
As alegações produzidas pelo Executivo reforçam a análise efectuada e a conclusão formulada 
no sentido de que a dívida com o FMI deve ser apresentada na Conta Geral do Estado. 
O crescimento da Dívida Pública Externa ocorreu da conjugação dos efeitos do aumento dos 
desembolsos líquidos e por via de variações cambiais e/ou cancelamentos. Em virtude de a 
informação não ser desagregada, não é possível avaliar em quanto essas diferenças cambiais 
influenciaram nas alterações dos montantes da Dívida ou nos benefícios dos cancelamentos 
via perdão da dívida. No entanto, observa-se que houve um valor de 81,9 milhões de Dólares 
Americanos não relativos aos desembolsos líquidos que contribuíu para a variação da Dívida 
Pública Externa. 
Analisa-se, nos pontos seguintes, com mais detalhe, a evolução de cada um destes dois grupos 
de crédito.8
 Foi colocada a negativo no Anexo Informativo 6 da CGE de 2012, como tendo sido cancelada e/ou perdoada. 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-7 
10.3.1 – Dívida Multilateral 
Da informação do Anexo Informativo 6 da CGE de 2012, em que é apresentado o stock da 
Dívida Pública Externa, por grupo de credores, reportada a 31 de Dezembro, elaborou-se o 
Quadro n.º X.5, a seguir, em que constam os valores da Dívida Multilateral com os diferentes 
parceiros, de 2008 a 2012, em milhões de Dólares Americanos9. 
Quadro n.º X.5 – Evolução da Dívida Multilateral 
Valor Peso
 (%) Valor
Peso
 (%) Valor
Peso
 (%) Valor 
Peso
 (%) Valor 
Peso
 (%)
BADEA 63,7 3,5 75,8 3,0 19,0 71,8 2,9 -5,3 76,8 2,9 6,9 77,8 2,7 1,3
BEI 34,3 1,9 76,3 3,0 122,5 104,7 4,3 37,2 122,1 4,6 16,6 128,1 4,4 4,9
BID 36,4 2,0 50,9 2,0 39,9 39,0 1,6 -23,4 45,3 1,7 16,2 68,1 2,3 50,3
FAD 327,9 17,9 520,2 20,4 58,6 480,6 19,7 -7,6 428,5 16,0 -10,8 605,9 20,7 41,4
FIDA 96,9 5,3 121,9 4,8 25,8 106,5 4,4 -12,6 110,2 4,1 3,4 114,4 3,9 3,8
IDA 1.149,5 62,6 1.548,1 60,6 34,7 1.494,4 61,3 -3,5 1.599,6 59,7 7,0 1.808,3 61,8 13,0
NDF 73,3 4,0 97,2 3,8 32,6 82,4 3,4 -15,2 81,9 3,1 -0,6 80,9 2,8 -1,2
OPEC 43,7 2,4 52,6 2,1 20,4 47,4 1,9 -9,9 41,0 1,5 -13,6 43,3 1,5 5,6
FMI 9,7 0,5 11,5 0,4 18,1 9,7 0,4 -15,4 174,4 6,5 1.697,9
- 0,0 100,0
Total 1.835,4 100,0 2.554,5 100,0 39,2 2.436,5 100,0 -4,6 2.679,8 100,0 10,0 2.926,8 100,0 9,2
Câmbio (2012) 1 USD = 29,41 Meticais. 
(Em milhões de Dólares)
Var. 
(%) 
10/09
2010 2012 Var. 
(%) 
12/11
2011 Var. 
(%) 
11/10
Fonte: Anexo Informativo 6 da CGE (2008 - 2012).
Mutuante
2008 2009 Var. 
% 
09/08
 Dívida Multilateral - CGE
Ano 2008 2009
Var. 
(%)
09/08
2010
Var. 
(%)
10/09
2011
Var. 
(%)
11/10
2012
Var. 
(%)
12/11
Total 1.835,9 2.228,7 17,6 2.446,5 8,9 2.505,4 2,4 2.926,8 14,4
Fonte: DNT - Relatório da Dívida Pública (2008 - 2012)
 Dívida Multilateral - DNT
 
 
No exercício de 2012, a Dívida Multilateral é de 2.926,9 milhões de Dólares Americanos, o 
que significou um crescimento de 9,2%, em relação ao exercício de 2011, em que se traduziu 
em 2.679,8 milhões de Dólares Americanos. O aumento deveu-se, essencialmente, à dívida 
com o mutuante IDA, de 1.808,3 milhões de Dólares Americanos. 
Assinala-se, também, o aumento do stock da dívida com o BID e o FAD, com uma variação 
positiva de 50,2% e 41,4%, respectivamente. Em termos de peso no stock global da Dívida 
Multilateral, os mais representativos foram o IDA e o FAD, que têm, no seu conjunto, um 
peso de 82,5%, do total, em 2012. 
10.3.2 – Dívida Bilateral 
Mostra-se, no Quadro n.º X.6, que a Dívida Bilateral, em 2012, foi de 1.902,4 milhões de 
Dólares Americanos, correspondendo a um aumento de 11,3%, em relação ao exercício de 
2011, em que foi de 1.709,5 milhões de Dólares Americanos. 
 
 
9
 Conversão na base da taxa de câmbio de 1 USD=29,41 Meticais, conforme Mapa I-3 da CGE 2012. 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-8 
Quadro n.º X.6 – Evolução da Dívida Bilateral 
Valor Peso (%) Valor
Peso
 (%) Valor
Peso
 (%) Valor
Peso
 (%) Valor
Peso
 (%)
Clube de Paris 720,0 40,0 302,7 15,4 -58,0 484,8 37,1 60,2 674,5 39,5 39,1 678,7 35,7 0,6
Austria - - - - - - - - - - - 1,3 0,1 -
Alemanha 2,1 0,3 1,5 0,5 -27,9 2,2 0,2 45,2 0,2 0,0 -90,7 0,0 0,0 -100,0
Brasil 16,6 2,3 18,7 6,2 13,0 16,6 1,3 -11,5 15,8 0,9 -4,4 15,2 0,8 -4,1
Espanha 22,2 3,1 18,7 6,2 -15,9 17,0 1,3 -9,0 6,5 0,4 -61,7 8,9 0,5 36,9
França 57,4 8,0 52,7 17,4 -8,1 38,4 2,9 -27,1 36,1 2,1 -6,0 31,9 1,7 -11,7
Japão 132,1 18,3 0,0 0,0 -100,0 128,7 9,8 - 139,2 8,1 8,2 29,8 1,6 -78,6
Portugal 346,3 48,1 46,8 15,5 -86,5 140,4 10,7 200,1 333,2 19,5 137,3 448,3 23,6 34,5
Rússia 143,3 19,9 164,2 54,3 14,6 141,5 10,8 -13,8 143,4 8,4 1,3 143,3 7,5 0,0
Outros 1 081,2 60,0 1 667,0 84,6 54,2 822,2 62,9 -50,7 1 035,1 60,5 25,9 1 223,6 64,3 18,2
Angola 61,5 5,7 70,5 4,2 14,6 61,5 4,7 -12,7 30,8 1,8 -50,0 30,8 1,6 0,0
Argélia 408,4 37,8 684,2 41,0 67,5 0,0 0,0 -100,0 - - - - - -
Bulgária 57,8 5,3 66,2 4,0 14,6 57,8 4,4 -12,7 57,8 3,4 0,0 57,8 3,0 0,0
China 2,9 0,3 142,1 8,5 4 799,8 45,0 0,0 0,0 232,1 13,6 415,8 342,5 18,0 47,6
Dinamarca 0,0 0,0 25,0 1,5 0,0 44,9 3,4 79,7 56,9 3,3 26,8 86,8 4,6 52,6
Hungria 0,8 0,1 0,0 0,0 -100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -8,9 0,0 0,0 0,0
Índia 28,0 2,6 73,7 4,4 163,1 90,9 7,0 23,4 111,0 6,5 22,2 128,2 6,7 15,5
Iraque 230,6 21,3 264,2 15,9 14,6 230,6 17,6 -12,7 230,6 13,5 0,0 230,6 12,1 0,0
Ex-Jugoslávia 10,0 0,9 11,5 0,7 14,6 10,0 0,8 -12,7 3,7 0,2 -62,8 13,5 0,7 262,8
Kuwait 37,1 3,4 49,9 3,0 34,4 37,4 2,9 -24,9 39,6 2,3 5,8 46,6 2,4 17,6
Líbia 208,4 19,3 238,9 14,3 14,6 208,4 15,9 -12,7 221,7 13,0 6,4 221,7 11,7 0,0
Polónia 21,7 2,0 24,9 1,5 14,6 21,7 1,7 -12,7 21,7 1,3 0,0 21,7 1,1 0,0
Roménia 14,0 1,3 16,0 1,0 14,6 14,0 1,1 -12,7 14,0 0,8 0,0 14 0,7 0,0
República Checa 11,3 0,7 - - - -
Coreia do Sul 3,8 0,2 - 29,6 1,6 679,1
Total 1 801,2 100,0 1 969,7 100,0 9,4 1 307,0 100,0 -33,6 1 709,5 100,0 30,8 1 902,4 100,0 11,3
2012 Var.
 (%)
 11/12
(Em milhões de Dólares)
Var.
 (%)
 11/10
2010 Var.
 (%)
 10/09
2011
Dívida Bilateral - CGE
Câmbio 1 USD=29,41 Meticais (2012).
Fonte: Anexo Informativo 6 da CGE (2008 - 2012).
Mutuante
2008 2009 Var. 
(%)
 09/08
Ano 2008 2009
Var. 
(%)
 09/08
2010
Var. 
(%)
 10/09
2011
Var. 
(%)
 11/10
2012
Var. 
(%)
 12/11
Total 1 801,2 1 736,8 -3,7 1 370,9 -26,7 1 709,1 19,8 1 899,5 10,0
Fonte: DNT - Relatório da Dívida Pública (2008-2012).
Dívida Bilateral - DNT
 
O valor da Dívida Bilateral apresentado no Anexo Informativo 6 da CGE difere do constante 
do Relatório da Dívida Pública da DNT, com excepção do ano de 2008, como se pode ver do 
Quadro n.º X.6. 
Relativamente a esta situação, o Governo, no exercício do contraditório, afirmou que “as 
divergências resultam do facto de o Relatório da DNT ser elaborado na base de dados ainda 
preliminares enquanto que o Mapa I-3 da CGE é elaborado na base de dados definitivos, 
reconciliados com os credores”. 
No exercício de 2012, Moçambique não contraíu dívidas com a Alemanha, Argélia, Hungria e 
República Checa. 
10.3.3 – Créditos Externos contraídos em 2012 
Moçambique foi qualificado, em 1998, para a iniciativa HIPC, Iniciativa dos Países Pobres 
Altamente Endividados, tendo, na sequência, beneficiado de reescalonamentos e alívios da 
dívida, em 2001, e de um alívio adicional, através da MDRI-Alívio da Dívida Multilateral, em 
2005. 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-9 
No esforço de manutenção da sua dívida em níveis sustentáveis, o Governo de Moçambique 
contraiu empréstimos externos concessionais destinados a projectos de investimento, até 2010, 
caracterizados por taxas de juro mais baixas que as taxas de mercado e períodos de reembolso 
relativamente mais longos, complementados por períodos de graça que podem chegar a 15 
anos. 
Em Junho de 2010, o FMI aprovou o Instrumento de Apoio a Políticas (“Police Support 
Instrument” – PSI) para o triénio 2010-2013. O PSI é um instrumento não financeiro de apoio 
a países de baixos rendimentos (“Low Income Countries” – LIC) que tem como objectivo o 
aconselhamento, monitoria e validação das políticas económicas, consolidando o desempenho 
económico dos países aderentes. Os resultados da avaliação desse instrumento servem de 
indicador para os doadores e investidores avaliarem o grau de empenho das políticas públicas 
do País.“O PSI de Moçambique visa a manutenção da estabilidade macroeconómica e a redução da 
pobreza através da capacitação institucional em matéria de gestão económica; a melhor 
focalização das despesas prioritárias; o fortalecimento da gestão da dívida; a eficiência do 
sector financeiro e a melhoria do ambiente de negócios e da competitividade”10. 
Ao abrigo do PSI de Moçambique, que vigorou até Junho de 2013 (o seu fecho culminou com 
a 6.ª avaliação do FMI, dando espaço a um novo PSI para um novo triénio), o Governo 
moçambicano qualificou-se para a obtenção de empréstimos não concessionais, que 
contemplam condições menos favoráveis, associadas a taxas de juro em vigor no mercado. A 
4.ª avaliação do FMI, ao abrigo do PSI, elevou o limite para esta categoria de empréstimos, de 
USD 900 milhões para USD 1.500 milhões. 
A justificação para a contracção de empréstimos não concessionais assenta no facto de as 
receitas internas, donativos e empréstimos concessionais serem insuficientes para o Governo 
realizar o seu programa de infra-estruturas, determinante para o desenvolvimento económico. 
Na sequência do novo limite estabelecido pela 4.ª avaliação do FMI, foram contraídos 
empréstimos no valor de 1.320,1 milhões de Dólares Americanos, que correspondem a 88,0% 
do montante autorizado de 1.500 milhões de Dólares Americanos. 
10.4 – Dívida Interna 
Dívida Interna é a contraída pelo Estado junto de entidades de direito público ou privado, com 
residência ou domiciliadas no País e cujo pagamento é exigível dentro do território nacional. 
De acordo com o Mapa I-3 da CGE, a Dívida Interna é constituída pelas rubricas Banco 
Central, Outros Bancos e Instituições Financeiras, Obrigações do Tesouro e Outros, e regista o 
total de 26.650.112 mil Meticais, em desembolsos efectuados no ano. 
10.4.1 – Bilhetes do Tesouro emitidos em 2012 
Os Bilhetes do Tesouro são um importante instrumento de financiamento do Estado e de 
intervenção monetária. São emitidos pelo Banco de Moçambique, no quadro de medidas de 
política monetária, para financiar défices temporários de Tesouraria do Estado, gerados pela 
sazonalidade da receita fiscal ou eventuais atrasos nos desembolsos dos parceiros de 
cooperação. 
 
10
 Comunicado de Imprensa n.º 13/231, Fundo Monetário Internacional, Washington, D.C. 20431 EUA, 24 de Junho de 2013. 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-10 
Na sequência da autorização concedida ao Governo, pelo artigo 8 da Lei Orçamental de 2012, 
o Diploma Ministerial n.º 37/2012, de 4 de Abril, do Ministro das Finanças, fixa o montante 
máximo de Bilhetes do Tesouro a ser utilizado durante o exercício económico de 2012, em 
15.000.000.000 de Meticais. 
No exercício em apreço, foram emitidos 23.500.000.000 Meticais de BT´s, cujo detalhe é 
apresentado no quadro a seguir, por meses de emissão. 
Quadro n.º X.8 – Detalhe dos Bilhetes do Tesouro Emitidos em 2012 
Emissão Acumulado
26-01-2012 3.000.000.000 3.000.000.000
20-02-2012 2.500.000.000 5.500.000.000
23-04-2012 3.000.000.000 8.500.000.000
16-05-2012 2.500.000.000 11.000.000.000
22-05-2012 2.000.000.000 13.000.000.000
18-07-2012 3.000.000.000 16.000.000.000
10-08-2012 2.500.000.000 18.500.000.000
11-10-2012 3.000.000.000 21.500.000.000
06-11-2012 2.000.000.000 23.500.000.000
Total 23.500.000.000
ValorData
(Em Meticais)
 
 
O valor máximo fixado foi ultrapassado no dia 18 de Julho de 2012, com a emissão de BT´s 
no montante de 3.000.000 Meticais. Assim, esta e as restantes emissões foram feitas sem 
cobertura legal, visto que o limite só viria a ser rectificado em 28 de Dezembro, através do 
Diploma Ministerial n.º 335/2012, do Ministro das Finanças, para 28.000.000.000 de Meticais. 
10.4.2 – Obrigações do Tesouro emitidas em 2012 
As Obrigações do Tesouro são títulos emitidos pelo Estado para financiamento do défice 
orçamental, assim como para o refinanciamento e substituição de títulos mais onerosos. 
Quadro n.º X.9 – Evolução das Obrigações do Tesouro e Respectivos Juros no 
Quinquénio 2008 - 2012 
Obrigações do 
Tesouro 2008 2009 2010 2011 2012
Var. 
(%)
12/08
Dívida 4.268.420 4.049.869 4.991.070 7.375.887 10.525.999 146,6
Juros 678.480 455.562 443.562 656.308 1.115.354 64,4
Juros/Dívida % 15,9 11,2 8,9 8,9 10,6 -33,3
(Em mil Meticais)
Fonte: Mapa I-3 da CGE (2008 - 2012).
 
Como se pode ver no quadro, houve, no quinquénio, uma variação no rácio juros/dívida para 
menos de 33,3%, vindo a situar-se em 10,6%, em 2012. 
No exercício em consideração, foram emitidos 3.150.112 mil Meticais, de Obrigações do 
Tesouro, representados por valores mobiliários escriturais, autorizados pelo Decreto n.º 
33/2012, de 10 de Agosto, cuja organização, colocação e demais condições de emissão 
constam da ficha técnica anexa ao Diploma Ministerial n.º 37/2012, de 4 de Abril, do Ministro 
das Finanças. 
Da análise da ficha técnica, destacam-se as seguintes informações: 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-11 
• Montante: Máximo 3.150.112 mil Meticais; 
• Prazo de emissão: 3 anos: 
• Valor nominal: 100 Meticais por obrigação; 
• Taxa de juro: indexante + 2,5%, semestrais e postcipados; 
• Taxa de juro 1.º cupão: 10,0%; 
• Da Data de reembolso: 22 de Agosto de 2015. 
No Mapa I-3, constata-se que, no ano de 2012 , o desembolso foi de 3.150.112 mil Meticais, 
significando que a emissão foi integralmente subscrita pelas instituições financeiras 
autorizadas. 
A Lei Orçamental para 2012, no n.º 1 do artigo 8, estabelece que os empréstimos internos 
observam as seguintes condições: 
a) Taxa de juro indexada à média ponderada, pelo prazo e montante das últimas seis 
colocações de Bilhetes do Tesouro, de prazo superior a sessenta dias e inferior a 
trezentos e sessenta e cinco dias, acrescidos de uma margem máxima de 2,5%; 
b) Período mínimo de amortização de três anos, com possibilidade de amortização 
antecipada. 
Estes requisitos foram cumpridos, concluindo-se, assim, que houve conformidade legal nesta 
emissão de Obrigações do Tesouro. 
10.4.3 – Outra Dívida Interna 
Na rubrica Outros, no Mapa I-3 da CGE, constam 1.201.096 mil Meticais de amortizações de 
créditos relativos a subsídio aos combustíveis, dívida assumida pelo Estado das empresas 
Vidreira/Cristalaria, TPM e LAM e a locação financeira à construção de edifícios públicos. 
A desagregação do referido valor, assim como a informação detalhada sobre o capital 
envolvido e os planos de amortização, foram apresentadas pelo Governo, em resposta ao 
Pedido de Esclarecimentos sobre a CGE de 2012 e deles se dá conta na tabela que se segue. 
Tipo de Dívida/Entidade Valor
Dívida Assumida 961.288
LAM 658.236
TPM 289.356
Vidreira/Cristalaria 13.696
Leasing - Edificios Públicos 239.808
Ministério do Trabalho 92.916
Ministério da Juventude e Desportos 49.326
Ministério da Função Pública 48.762
Ministério do Turismo 48.804
Total 1.201.096
(Em mil Meticais)
 
Os planos de amortização são relativos às dívidas das empresas Vidreira/Cristalaria, TPM e 
LAM, assumidas pelo Estado e do leasing para a construção de edifícios públicos. 
 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-12 
10.5 – Operações Financeiras Passivas e o Serviço da Dívida Pública 
As Operações Financeiras Passivas compreendem a amortização de empréstimos contraídos 
pelo Estado, a regularização de adiantamentos recebidos e a execução de avales ou garantias. 
Estas operações integram as rubricas “Empréstimos Externos”, “Empréstimos Internos 
Bancários” e “Obrigações Internas”. 
No quadro seguinte, é apresentado o resumo dos movimentos que foram registados como 
Operações Passivas, no Mapa V daCGE de 2012, relativos ao reembolso do capital dos 
empréstimos externos e internos. 
Quadro n.º X.10 – Execução das Operações Passivas 
Lei n.º
 1/2012
CGE/2012 Valor % Peso
242 Operações Passivas 2.816.147 2.816.147 2.814.648 99,9 100,0
242001 Empréstimos Externos - 1.613.552 1.613.552 100,0 57,3
242002 Empréstimos Internos - 1.202.595 1.201.096 99,9 42,7
Fonte: Mapa A anexo à Lei n.º 1/2012, de 13 de Janeiro, e Mapa V da CGE de 
2012.
(Em mil Meticais)
Código Designação
Dotações Execução
 
A execução das Operações Passivas foi de 99,9%, com realizações nas rubricas Empréstimos 
Externos e Internos, que registaram taxas de 100% e 99,9%, respectivamente. 
No quadro seguinte, apresenta-se a informação do Serviço da Dívida Pública, em 2012. 
Quadro n.º X.11 – Serviço da Dívida Pública em 2012 
Amortização
do Capital Juros Total
Amortização
do Capital Juros Total
Externa 1.676.076 1.136.082 2.812.158 9,1 56.990 38.629 95.619
Interna 25.201.096 2.989.326 28.190.422 90,9
Total 26.877.172 4.125.408 31.002.580 100,0
* Os valores em Dólares resultam da aplicação da taxa de câmbio 1 USD = 29,41 Meticais.
Dívida 
Pública
Mil Meticais * Mil Dólares
Fonte: Mapa I-3 da CGE.
Peso
%
 
No exercício em apreço, o Serviço da Dívida Pública foi de 31.002.580 mil Meticais, sendo os 
pesos das dívidas externa e interna de 9,1% e 90,9%, respectivamente. 
 O Serviço da Dívida Externa situou-se em 95.619 mil Dólares Americanos, um acréscimo de 
22.808 mil Dólares Americanos, em relação ao exercício económico de 2011, em que registou 
72.811 mil Dólares Americanos. 
Foram pagos de juros, pela Dívida Interna, 2.989.326 mil Meticais, distribuídos da seguinte 
maneira: 
• 240.000 mil Meticais, referentes à dívida, para efeitos de reforço do balanço cambial 
(regularização da conta flutuante de valores do Banco de Moçambique); 
• 788.940 mil Meticais, referentes a fluxos de BT´s que ocorrem somente a nível de 
Operações de Tesouraria; 
• 1.115.354 mil Meticais, de Obrigações do Tesouro; 
Novembro de 2013 
 
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO 
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-13 
• 845.032 mil Meticais, referentes à dívida contraída e assumida pelo Estado. 
Seguidamente, apresenta-se o gráfico ilustrativo da Evolução do Serviço da Dívida Pública, 
nos últimos 5 anos. 
Gráfico n.º X.4 – Evolução do Serviço da Dívida Pública 
 Fonte: Mapa I-3 da CGE (2008-2012). 
Observa-se no Gráfico n.º X.4, que, em 2008 e 2009, o Serviço da Dívida Pública teve um 
comportamento relativamente constante, tendo a Dívida Externa assumido um valor maior do 
que a Dívida Interna. Já nos anos seguintes, verifica-se uma inversão, com a Dívida Interna a 
assumir um valor maior, registando a sua maior diferença em 2012, ano em que a Dívida 
Interna atingiu o pico de 28.190.422 mil Meticais. 
10.6 – Avales e Garantias 
Os Avales e Garantias constituem uma forma indirecta de dívida pública, através dos quais o 
Estado assume a responsabilidade de, em caso de incumprimento do devedor, pagar a dívida 
ao credor. A emissão e gestão dos avales e garantias do Estado são efectuados pela DNT. 
Não consta qualquer informação de avales e garantias, na CGE, apesar de a Lei Orçamental 
estabelecer o limite para os avales e garantias do Estado. O limite na Lei Orçamental para 
2012 foi definido, no seu artigo 10, em 183.500 mil Meticais. 
10.7 – Parcerias Público-Privadas 
As Parcerias Público-Privadas (PPP´s) correspondem a empreendimentos em áreas de domínio 
público, excluindo o de recursos minerais e petrolíferos, ou em área de prestação de serviço 
público, no qual, mediante contrato e sob financiamento, no todo ou em parte, do parceiro 
privado, este se obriga, perante o parceiro público, a realizar o investimento necessário e 
explorar a respectiva actividade, para a provisão, de forma mais eficiente, de serviços ou bens 
cuja disponibilidade aos utentes compete ao Estado garantir. 
0
5.000.000
10.000.000
15.000.000
20.000.000
25.000.000
30.000.000
2008 2009 2010 2011 2012
1.246.589 1.291.787
7.215.096
24.370.600
28.190.422
1.709.751 1.304.906 1.827.443 2.115.874
2.812.158
Interna
Externa
m
i
l
M
e
t
i
c
a
i
s
Novembro de 2013 
 
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RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012 
 
X-14 
O princípio utente-pagador nas PPP´s significa que o preço pago pelos serviços prestados 
tenha que compensar os custos incorridos e proporcionar uma margem de lucro. Os contratos 
podem atingir o período de 30 anos, com o máximo de prorrogação de 10 anos, em 
determinados condicionalismos. 
As PPP´s devem, necessariamente, ter enquadramento orçamental apropriado, traduzidas em 
compromissos plurianuais, devendo a CGE reportar a execução e desempenho das mesmas no 
final de cada exercício económico. 
10.8 – Comparação dos valores da CGE com os constantes de Relatórios da DNT 
Foi feita uma comparação da informação constante no Relatório da Dívida Pública, da DNT e 
do Mapa I-3 da CGE, relativa ao stock da Dívida Pública e da relação Dívida Pública/PIB, de 
2012, sendo o detalhe dessa informação apresentado no quadro a seguir. 
Quadro n.º X.12 – Mapa Comparativo CGE/Relatório da DNT 
Milhões de 
Meticais USD
Milhões de 
Meticais USD
Milhões de 
Meticais
(1) (2) (3) (4) (5) (6)=(1)-(5)
"Stock" da Dívida Pública 142.027,70 4.826,38 142.136,89 4.826,35 141.942,95 84,75
"Stock" da Dívida Pública
Dívida Pública Externa
CGE DNT-Relatório da Dívida Pública
Diferença
Tabela 1 Anexo 2
Câmbio (2012) 1 USD = 29,41 Meticais.
 
Ordem Fonte 2011 2012
1 CGE (PIB: 365.334,0 milhões de Meticais (2011) e 414.339,0 milhões de Meticais (2012)) 32,47 34,61 Exclui a dívida com FMI e Institutos
2 Relatório da Dívida Pública (PIB: 371.314,9 milhões de Meticais (2011) e 414.349,0 milhões de Meticais (2012)) 30,8 34,3 Exclui a dívida com FMI e Institutos
3 Relatório da 6.ª Avaliação FMI (PIB: 12,6 milhões de Dólares (2011) e 14,2milhões de Dólares (2012)) 32,6 36,3
Fonte: CGE de 2011 e 2012 e DNT - Relatório da Dívida Pública de 2011 e 2012.
Observações
Empresas Públicas + garantias
Dívida Pública/PIB
 
Como se pode observar, o stock da Dívida Pública apresenta uma diferença de 84,75 mil 
Meticais entre o Relatório da Dívida Pública e o Mapa I-3 da CGE. No concernente à relação 
Dívida/PIB, tanto em 2011, como em 2012, os valores constantes na CGE são divergentes dos 
apresentados no Relatório da Dívida Pública, assim como no Relatório da 6.ª Avaliação do 
FMI. 
Sobre tais divergências, o Governo, no seu contraditório, afirmou que as mesmas “resultam do 
facto de o Relatório da DNT ser elaborado na base de dados ainda preliminares enquanto que 
o Mapa I-3 da CGE é elaborado na base de dados definitivos, reconciliados com os 
credores”. Referiu, ainda, que o Relatório da 6.ª Avaliação do FMI, nas análises estatísticas, 
incluí a dívida privada. 
10.9 – Défice Orçamental 
Défice Orçamental é a diferença entre as receitas e despesas do Orçamento de um dado 
período de tempo, originando a necessidade de financiamento. O sector público financia os 
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X-15 
seus défices orçamentais por duas vias: emissão de títulos de dívida pública (Obrigações do 
Tesouro e Bilhetes do Tesouro), que são adquiridos por singulares e empresas, e emissão de 
moeda (obtenção de crédito junto do Banco Central, ou venda de títulos de dívida pública ao 
Banco Central). 
O financiamento do Défice Orçamental em Moçambique é feito com recurso a donativos e 
empréstimos internos e externos. No exercício em apreço, o Governo recorreu aos 
empréstimos no mercado interno de capitais, através de Obrigações e Bilhetes do Tesouro, e a 
empréstimos externos.O Quadro n.º X.13 e o Gráfico n.º X.5, a seguir, reflectem a evolução dos donativos, 
empréstimos externos e internos. 
Quadro n.º X.13 – Evolução dos Donativos e Empréstimos Externos e Internos 
Valor Peso
 (%) Valor
Peso
 (%) Valor
Peso
 (%) Valor
Peso
 (%) Valor
Peso
 (%)
DONATIVOS 902.368 73,6 1.011.809 64,6 12,1 1.083.054 68,9 7,0 942.504 61,2 -13,0 929.672 59,3 -1,4 3,0
Para Projectos 538.169 43,9 650.287 41,5 20,8 738.188 47,0 13,5 511.166 33,2 -30,8 624.315 39,8 22,1 16,0
Não Consignados 347.877 28,4 342.975 21,9 -1,4 344.866 21,9 0,6 431.338 28,0 25,1 305.357 19,5 -29,2 -12,2
Acordos de 
Retrocessão 16.322 1,3 18.547 1,2 13,6 0 0,0 -100,0 0 0,0 0,0 0 0,0 0,0 -100,0
EMPRÉSTIMOS 
EXTERNOS 310.495 25,3 542.275 34,6 74,6 442.739 28,2 -18,4 507.094 32,9 14,5 531.656 33,9 4,8 71,2
Para Projectos 142.699 11,6 234.732 15,0 64,5 249.921 15,9 6,5 320.499 20,8 28,2 223.559 14,3 -30,2 56,7
Não Consignados 93.542 7,6 156.016 10,0 66,8 121.803 7,8 -21,9 40.005 2,6 -67,2 143.077 9,1 257,7 53,0
Acordos de 
Retrocessão 74.254 6,1 151.527 9,7 104,1 71.016 4,5 -53,1 146.591 9,5 106,4 165.019 10,5 12,6 122,2
EMPRÉSTIMOS 
INTERNOS 13.726 -.- 11.386 0,7 -.- 45.746 2,9 301,8 90.080 5,9 96,9 107.147 6,8 18,9 680,6
Títulos da Dívida 
Pública 13.726 -.- 11.386 0,7 -.- 45.746 2,9 301,8 90.080 5,9 96,9 107.147 6,8 18,9 680,6
Total 1.226.589 100,0 1.565.470 100,0 27,6 1.571.539 100,0 0,4 1.539.679 100,0 -2,0 1.568.474 100,0 1,9 27,9
Var. 
(%) 
12/08
2012
Taxa de câmbio média anual, 1 USD = 25,50 Meticais, em 2008, 25,47, Meticais, em 2009, 32,79 Meticais, em 2010, 29,07 Meticais, em 2011 e 29,41 Meticais em 2012.
(Em mil Dólares)
2011Var. 
(%) 
10/09
Var.
 (%)
 12/11
2008 Var. 
(%) 
11/10
2009 Var. 
(%)
 09/08
2010
DESIGNAÇÃO
Fonte: Mapa II-6 da CGE (2008-2012).
Gráfico n.º X.5 – Evolução dos Donativos e Empréstimos Externos e Internos 
 Fonte: Mapa II-6 da CGE (2008 - 2012).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
2008 2009 2010 2011 2012
1,1 0,8 2,9 5,9 6,8
25,3
34,6 28,2
32,9 33,9
73,6
64,6 68,9 61,2
59,3
Pe
rc
en
ta
ge
m
Donativos
E. Externos
E. Internos
 
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X-16 
No Quadro n.º X.13 e no Gráfico n.º X.5, é evidente que a composição das fontes de 
financiamento do défice orçamental tem vindo a registar um ajustamento gradual, com uma 
cada vez menor preponderância da componente de Donativos que, em 2008, 2009 e 2010, teve 
um peso de 73,6%, 64,6% e 68,9%, respectivamente, passando para uma contribuição, em 
relação ao financiamento total, de 61,2% e 59,3%, em 2011 e 2012. Registou, portanto, nestes 
dois últimos anos, decréscimos de 13,0% e 1,4%, respectivamente. Isso tem vindo a ser 
compensado por um aumento da participação dos empréstimos, quer externos, quer internos, 
que tiveram pesos de 33,9% e 6,8%, respectivamente, em 2012. 
No Quadro n.º X.14 e Gráfico n.º X.6, é apresentada a relação entre os fundos externos que 
financiaram o Orçamento do Estado e as despesas pagas, de 2008 a 2012. 
Quadro n.º X.14 – Relação entre o Financiamento Externo do Défice e o total das 
Despesas 
Descrição 2008 2009 2010 2011 2012
Var. 
(%)
12/08
Financiamento Externo 30.928 39.583 41.836 42.140 41.349 39
Despesa Total 69.695 84.876 107.085 127.935 145.245 108
 Funcionamento 37.276 43.793 59.356 70.989 83.805 125
 Investimento 28.336 35.336 43.681 51.012 53.457 89
 Operações Financeiras 4.083 5.747 4.048 5.935 7.983 96
Financiamento Externo/ 
Despesa Total (%) 44,4 46,6 39,1 32,9 28,5
Fonte: Mapa I CGE (2008-2012).
(Em milhões de Meticais)
 
Gráfico n.º X.6 – Relação entre o Financiamento Externo e o total das Despesas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conforme se observa, em 2012, a Despesa Total foi financiada por recursos externos, em 
28,5%, o que representou 4,4 pontos percentuais a menos, do que no ano anterior, e menos 
15,9 pontos percentuais, relativamente a 2008, período em que passou de um rácio de 
Financiamento Externo/Despesa Total de 44,4%, para os 28,5%, registados em 2012. 
10.10 – Sustentabilidade da Dívida 
A Sustentabilidade da Dívida ou nível de solvência é a capacidade de um país honrar as suas 
responsabilidades relativas ao serviço da dívida, sem prejuízo dos seus objectivos de 
desenvolvimento económico e social. 
Fonte : Mapa I da CGE (2008-2012).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
2008 2009 2010 2011 2012
44,4 46,6
39,1
32,9
28,5
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X-17 
Os índices de Sustentabilidade da Dívida respeitantes ao período de 2008 a 2012 são 
apresentados a seguir. 
Quadro n.º X.15 – Indicadores de Sustentabilidade da Dívida 
Descrição 2008 2009 2010 2011 2012
Dívida Pública Total 3.928,6 4.992,0 3.890,5 5.156,8 5.636,4
Dívida Externa 3.636,6 4.524,2 3.318,8 4.388,6 4.829,2
Serviço da Dívida Pública Total 115,9 102,0 275,8 311,1 1.054,2
Serviço da Dívida Externa 48,9 51,2 55,7 62,9 95,6
Receitas Correntes 1.468,6 1.800,1 1.895,9 2.138,6 3.287,9
PIB 9.382,3 10.332,7 9.857,5 12.784,5 13.952,4
Exportações 2.653,3 1.852,6 2.243,1 2.776,3 1.275,3
Exportações (Grandes Projectos) 1.851,1 1.265,0 1.668,1 2.015,3 2.194,5
Indicadores de Sustentabilidade da Dívida Pública Total
Descrição 2008 2009 2010 2011 2012
Stock da Dívida/PIB 41,9 48,3 39,5 40,3 40,4
Serviço da Dívida/PIB 1,2 1,0 2,8 2,4 7,6
Receitas Correntes/PIB 15,7 17,4 19,2 16,7 23,6
Receitas Correntes/Dívida 37,4 36,1 48,7 41,5 58,3
Serviço da Dívida/Receita Corrente 7,9 5,7 14,5 14,5 32,1
Indicadores de Sustentabilidade da Dívida Pública Externa
2010 2011 2012
40 24,8 22,2 29,5
150 67 87,2 116,7
250 111,9 103,7 116,4
20 1,7 2,4 3,4
30 2,9 2,9 3,4
Fonte: DNT - Relatório da Dívida Pública de 2010, 2011 e 2012.
Valor Actual da Dívida Externa/ PIB
Valor Actual da Dívida Externa/ Exportações
Valor Actual da Dívida Externa/ Receitas
Serviço da Dívida Externa/Exportações
Serviço da Dívida Externa/Receitas
Indicadores Macroeconómicos (Em milhões de Dólares)
(Em percentagem)
(Em percentagem)
LimitesIndicador Ano
Fonte: CGE Mapa I e I-3 (2008-2012).
Fonte: CGE Mapa I e I-3 (2008-2012).
 
 
Observa-se, no Quadro n.º X.15 que, no exercício em apreço, todos os indicadores da 
sustentabilidade da Dívida Pública Externa situaram-se dentro dos limites estabelecidos. 
Constata-se, igualmente, que embora em 2012, o peso relativo do Valor Actual da Dívida 
Externa e do Serviço da Dívida tenham sofrido um agravamento, resultante do aumento da 
necessidade de endividamento, nomeadamente de empréstimos não concessionais, como 
resultado da insuficiência das receitas internas, donativos e empréstimos concessionais para o 
Governo realizar o seu programa de infra-estruturas, determinante para o desenvolvimento 
económico do País, ainda assim, todos os indicadores encontram-se abaixo dos limites 
definidos pelas organizações internacionais, nomeadamente, a Agência Internacional de 
Desenvolvimento (IDA) do Banco Mundial (BM) e Fundo Monetário Internacional (FMI), que 
constam da última tabela, acima.

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