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DIREITO ADMINISTRATIVO

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AULA 01 – 22/01/2014
BEM PÚBLICO
Conceito de domínio público
→ sentido amplo: todos bens públicos ou privados que estão sobre o controle do Estado
→ sentido estrito: aqueles bens que estão à disposição para uso público (bens de uso comum do povo)
Conceito de bem Público
→ é aquele bem pertencente a pessoa jurídica de direito público
• administração direta (U, E, M, DF)
• autarquias, fundação pública de direito público
Obs.: na pessoa jurídica de direito privado, seus bens seguirão o regime de bem público se estiverem diretamente ligado a prestação de serviço público (doutrina majoritária). P. da Continuidade, se retirar o bem o serviço para.
→ bem de sociedade de economia mista e empresa pública se explora atividade econômica, é privado. Se for prestadora de serviço público é público.
→ bem de EP e SEM são penhoráveis
→ bem de EP e SEM prestadora de serviço público em regra é penhorável, só terão a proteção (impenhorável) aqueles que estiverem diretamente ligados a prestação de serviço público.
→ ADPF 46 – serviço postal
* Empresa de Correios e Telégrafos (EP): não penhora, tem tratamento diferenciado, tratamento de fazenda pública, porque tem exclusividade (não monopólio) de serviço postal. Seus bens são impenhoráveis.
Obs.: monopólio e exclusividade: monopólio atividade econômica e exclusividade serviço público.
→ para a posição minoritária, só é bem público o bem pertencente as pessoas jurídicas de direito público (José dos Santos).
Classificação de bem público
I) quanto à titularidade
→ federais: pertencentes a União – art. 20, CF (exemplificativo) – decreto-lei 9.760/46
Art. 20, CF - São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2º - A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
→ estaduais: art. 26, CF – exemplificativo
Art. 26, CF - Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
→ distritais: competência somatória (estados + municípios)
→ municipais: fora da CF – norma infraconstitucional
II) quanto à destinação
a) uso comum do povo
→ bem do domínio público, estão a disposição da coletividade.
→ para o seu uso normal não precisa de autorização.
→ uso sem distinção
→ ex.: ruas, praças, praias, estradas, logradouros públicos
→ destinação pública
→ o Estado pode regulamentar sua utilização, ex.: praças com grades.
→ art. 5º, XVI, CF – direito de reunião – pode o Estado impedir que aconteça, observando a supremacia do interesse público. A jurisprudência diz que pode impedir, mas tem que dar outra opção, indicar outro local, outro horário, mas que dê a mesma visibilidade para a reunião. 
Art. 5º, XVI, CF - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
b) uso especial (bem do patrimônio administrativo)
→ o Estado conserva para prestação de serviços públicos
→ instrumentos do Estado (aparelho estatal)
→ ex.: repartições públicas, escolas, hospitais, terras de silvícolas, navios militares, aeroporto.
→ podem ser utilizados individualmente, mas o Estado é quem define o uso. 
→ destinação pública 
c) dominical
→ não tem finalidade pública
→ residual
→ conservar como particular, pois não tem objetivo público
→ ex.: terras devolutas, bens móveis inservíveis, repartições públicas desativadas, dívida ativa.
→ para a maioria bem dominical é sinônimo de bem dominial
→ para minoria bem dominical (espécie) é diferente de bem dominial (gênero) 
→ são alienáveis na condição da lei 
Regime Jurídico
a) inalienabilidade
→ não é absoluta, é relativa
→ alguns autores dizem alienável de forma condicionada (relativa)
→ uso comum e especial em regra são inalienáveis
→ dominicais em regra alienáveis
→ afetação (consagração) e desafetação (desconsagração)
→ houve afetação com a nova prefeitura (ganhou finalidade pública), e houve desafetação com a prefeitura velha (perdeu finalidade pública). 
→ para haver a afetação pode ser feita de qualquer forma, através de lei, ato administrativo, ou simples uso do bem.
→ para haver desafetação (uso comum em dominical) não pode ser de qualquer forma, para a maioria só pode ser por lei ou ato administrativo previamente autorizado por lei. 
→ para haver desafetação (uso especial em dominical) não pode ser de qualquer forma, só por lei, ato administrativo ou em razão de um evento da natureza.
→ o uso afeta o bem, mas o simples não uso não desafeta.
→ Maria Silvia (minoria) qualquer forma afeta e desafeta.
Requisitos para alienar bem público
→ art. 17, lei 8.666
→ bem desafetado
Art. 17, lei 8.666 -  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; 
d) investidura; 
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa,aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009)
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; 
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. 
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário. 
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:  (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
§ 2º-A.  As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
§ 3o  Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
 
• imóvel
→ se for de pessoa jurídica de direito público precisa de autorização legislativa
→ demonstrar o interesse público, fundamentar
→ avaliação prévia
→ licitação (regra) – concorrência (regra), excepcionalmente leilão, art. 19, lei 8.666, decisão judicial ou dação em pagamento. 
Art. 19, lei 8.666 - Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
→ excepcionalmente contratação direta, art. 17, lei 8.666, licitação dispensada (não pode licitar)
• móveis:
→ art. 17, lei 8.666
→ declaração de interesse público
→ avaliação prévia
→ licitação – se inservíveis (não servem mais), apreendidos e empenhados, leilão, art. 22, lei 8.666. 
→ até o limite de R$ 650.000,00 (art. 17, § 6º), leilão.
Art.17, § 6o, lei 8.666- Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
→ passou de R$ 650.000,00, será concorrência.
→ licitação dispensadaem algumas hipóteses do art. 17, lei 8.666
Obs.: ADI 927, foi discutida a competência da união para legislar sobre licitação e contratos (art. 22, XXVII, CF – legislar sobre normas gerais, serve para todos os entes). Mas a lei 8.666 contém alguns artigos que regulam normas específicas, como o artigo 17 (algumas alíneas), que é interpretado somente para a união. O STF entendeu constitucional, pela interpretação conforme. 
b) impenhorabilidade
→ decorre da inalienabilidade relativa
→ bem público não pode ser objeto de penhora (garantia do juízo), arresto (cautelares típicas, proteger bens indeterminados) e sequestro (cautelares típicas bens determinados)
→ a garantia de que o Estado cumprirá a obrigação, será através de precatório, art. 100, CF.
Art. 100, CF - Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).   (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
c) impossibilidade de oneração
→ não pode ser objeto de direito real de garantia
→ penhor: fora do juízo - móvel
→ hipoteca: fora do juízo - imóvel
→ anticrese: o credor utiliza o patrimônio do devedor com o propósito de cumprir a obrigação.
d) imprescritibilidade
→ prescrição aquisitiva, aquisição pelo uso do tempo, usucapião (não pode) – art. 183, § 3º, CF, art. 191, parágrafo único, CF, súmula 340, STF.
Art. 183, § 3º, CF - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Súmula 340, STF - Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
AULA 02 – 05/02/2014
Aquisição de bem público
→ compra/venda
→ doação
→ permuta
→ desapropriação
→ usucapião
→ direito hereditário (testamento, herança jacente)
→ ação de execução – adjudicação, arrematação (não pacífico)
→ objeto do crime, art. 91, perdimento de bens
→ lei de improbidade, lei 8.429/92
→ parcelamento do solo urbano (loteamentos, tem que ter ruas, praças)
→ acessão natural (aluvião, avulsão, álveo abandonado)
→ abandono de bens
Gestão de bem público
→ formas de uso: 
a) fins naturais do bem
• uso normal: rua como rua – não precisa de consentimento
• uso anormal: rua para festa – precisa de consentimento
b) generalidade
• utilização comum:
→ para a generalidade (coletividade), ex.: escola universidade pública
→ uso sem distinção, gratuidade
• utilização especial
→ uso especial remunerado – ex.: museus, teatros
→ uso especial privativo: vai utilizar como se fosse dele
- institutos próprios do direito privado, ex.: locação, arrendamento.
I) Autorização de uso
→ concedida no interesse do particular
→ para eventos ocasionais e temporários
→ ato unilateral (a adm. decide sozinha), discricionário (conveniência e oportunidade) e precário (a adm. pode retomar a qualquer tempo sem indenização)
II) Permissão de uso
→ interesse público e privado
→ ato unilateral, discricionário e precário
→ mais constante e menos solene que a autorização
III) Concessão de uso de bem público
→ interesse público
→ contrato administrativo – licitação
→ ex.: restaurantes em hospital público, universidade
• utilização compartilhada
→ está a disposição da coletividade mas ao mesmo tempo utilizado por uma empresa privada
→ ex.: telefone público (orelhão), outdoor (em área pública)
Bens Específicos
→ art. 20, CF - São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; 
→ terra devoluta: surgiu a partir do fim do regime de capitanias hereditárias,
- eram terras sem dono
- não é demarcada (se for demarcada deixa de ser terra devoluta)
- pertencem aos estados, excepcionalmente algumas pertencem a União (interesse nacional)
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
→ terreno marginal corresponde a metros dos rios navegáveis
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
→ zona contigua: de 12 a 24 milhas, o Brasil exerce poder de polícia
→ zona econômica exclusiva: de 12 a 200 milhas. Os recursos naturais pertencem a União. 
→ plataforma continental: embaixo da água, os recursos naturais pertencem a União.
VI - o mar territorial;
→ 1º faixa – 12 milhas
→ o Brasil exerce soberania
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
→ corresponde a 33 metros a contar da preamar média (média da maré alta)
→ foi fixado em 1850
→ se a água avança o terreno de marinha desaparece
→ se a água recua e a faixa aumenta, essa área é chamada de acrescido de marinha.
→ utilizado via enfiteuse (as que já existem), paga laudêmio (transferência de domínio) e foro anual.
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2º - A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres (não é da União), designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE
Direito de propriedade
→ de usar, gozar, usufruir, dispor e reaver o bem com quem quer que ele esteja.
→ exercido em caráter absoluto (proprietário com liberdade), exclusivo (usa só) e perpétuo.
Intervenção
→ art. 5º, XX e XXIII, CF.
→ intervenção é uma exceção a regra.
→ para os autores mais modernos dizem que tem como fundamento o exercício do poder de polícia em sentido amplo (obrigação de fazer, não fazer e suportar), ressalvada a hipótese de desapropriação (pois o Estado adquire o bem). A doutrina tradicional entende o poder de polícia em sentido estrito (obrigação de não fazer).
Fundamentos
→ supremacia do interesse público
→ pratica de uma ilegalidade
Duas formas de intervenção
a) restritiva: restringe o direito (absoluto, exclusivo ou perpétuo), mas não há retirada do direito.
•Limitação administrativa
→ é a atuação do poder público em caráter geral e abstrata que vai atingir proprietários indeterminados.
→ ex.: a beira mar só pode 6 andares
→ o fundamento é o poder de polícia
→ ligada as regras de segurança, salubridade, estéticas, defesa nacional, ambientais.
→ não há dever de indenizar, em regra.
→ o judiciário pode rever no que tange a legalidade em sentido amplo
→ diferença entre limitação administrativa e limitação civil: no interesse protegido, um público outro privado respectivamente.
→ restriçãodo caráter absoluto
AULA 03 – 17/02/2014
• Servidão administrativa
→ direito real sobre coisa alheia
→ possui caráter perpétuo, enquanto existir interesse público a servidão vai existir.
→ pode ser constituída de três formas diferentes:
- lei*
- acordo		sempre condicionada à registro (para dar publicidade), pois 
- decisão judicial quem compra leva junto a servidão.
* se o registro serve para dar publicidade, então por lei não há necessidade de registrar, pois a lei já a dá. (doutrina moderna)
→ utilizada para prestação de serviços públicos, ex.: energia elétrica, tubulação de gás...
→ há uma restrição do caráter exclusivo, alguém passa a utilizar o bem junto como proprietário.
→ relação de dominação: dominante é o serviço e o serviente será o bem
→ necessita de autorização legislativa genérica
→ se houver dano efetivo haverá indenização
→ a servidão pode gravar bens públicos e privados
Diferenças entre servidão e limitação
	servidão
	limitação
	proprietário determinado
	proprietário indeterminado
	ato específico
	ato geral e abstrato
	com indenização
	não indeniza
	relação de dominação
	não existe
	caráter exclusivo
	caráter absoluto
	servidão administrativa
	servidão civil
	utilidade serviço sobre bem
	bem sobre bem
	interesse público
	interesse privado
• Requisição
Art. 5º, XXV, CF - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
→ pode requisitar bens móveis, imóveis e serviços
→ guerra e paz
→ temporária, enquanto estiver presente o iminente perigo
→ restringe o caráter exclusivo
→ a indenização é ulterior, se houver dano.
	requisição
	limitação
	iminente perigo
	
	proprietário determinado
	proprietário indeterminado
	requisição
	servidão
	iminente perigo
	
	temporariedade
	perpétua
	relação de dominação
	
* quando os bens forem móveis e fungíveis o instituto é a requisição. ex. governo requisita roupas de uma fábrica e frangos de frigorífico para desabrigados. Mas se as roupas forem sua, não, aí é desapropriação (infungível).
• Ocupação temporária
→ duas hipóteses:
- evitar desapropriação desnecessária: pesquisa de minério e pesquisa arqueológica, se encontrar desapropria se não devolve.
- art. 36, DL 3.365/41 (norma geral sobre desapropriação)
É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.
O expropriante prestará caução, quando exigida.
→ restringe caráter exclusivo
→ instituto temporário
→ pode gerar dever de indenizar se houver dano
• Tombamento
→ DL 25/37
→ serve para manter a conservação, manutenção da identidade de um povo
→ tombamento cultural, histórico, artístico e paisagístico.
→ restringe o caráter absoluto (liberdade)
→ restringe o caráter perpétuo
→ competência:
- material: todos os entes, cumulativa (art. 23, CF)
- legislativa: concorrente (art.24, CF) – União sobre normas gerais e estados e DF sobre normas específicas. Município não tem norma legislativa.
→ art. 216, § 1º, CF – obrigação da sociedade de realizar manutenção do patrimônio.
→ para proteção de patrimônio tombado temos duas medidas, a ação popular como a ação civil pública.
→ Obrigações inerentes ao tombamento:
- conservação: condicionada a autorização prévia e não danificar o patrimônio, se reformar sem autorização configura crime de dano e possibilidade de multa. Se o proprietário não tiver condições financeiras, tem que comunicar a autoridade para assumir essa responsabilidade. 
- direito de preferência (transferência): primeiro a União
- não pode ser exportado: mas pode ser levado para exposições fora do país.
- quando realizado em bem público, se torna inalienável, só podendo ser transferido para o ente que tombou.
- em caso de extravio ou furto o proprietário tem 5 dias para comunicar
- suportar a fiscalização
- o vizinho não pode colocar placas, cartazes que impeça a visibilidade do patrimônio.
→ modalidades de tombamento:
I) quanto à constituição
 - voluntário: quando pede ou quando concordar
- compulsório (ofício): quando acontece independentemente da vontade do proprietário
II) quanto à eficácia
- provisório: instauração do processo, dá ao proprietário todas as obrigações.
- definitivo: após o processo
III) quanto aos destinatários
- geral: atinge vários bens, destinatários indeterminados.
- individual: destinatário determinado
IV) quanto aos bens
- bens móveis/imóveis
- bem público/privado: quanto ao bem público para a maioria não há uma ordem a ser observada.
→ o decreto estabelece o procedimento para tombamento
→ não gera obrigação de indenizar, é possível se o poder público constituir uma obrigação de fazer.
b) supressiva: desapropriação – o dono deixa de ser dono, retira direitos.
→ desapropriação indireta: o Estado retira os elementos, mas não utiliza dos meios corretos de uma desapropriação.
• Desapropriação: 
→ forma de aquisição originária, independe da anuência do proprietário
Competência:
→ legislativa – União (art. 22, II, CF)
→ material:
» todos os entes políticos (inclusive procedimento)
» DL 3.365/41, art. 3º, administração indireta (autarquias, fundações públicas, SEM e EP) e delegados (concessionárias, permissionárias e autorizativas de serviços). Tem competência somente para a fase executiva.
Elementos:
I) objeto
→ bens móveis e imóveis
→ bens corpóreos e incorpóreos
→ bens públicos e privados: art. 2º, § 2º, DL 3.365/41, bem público, União pode desapropriar bens dos estados e municípios. O estado pode desapropriar os bens dos seus municípios. Ao município resta os bens privados. NÃO PODE INVERTER
→ espaço aéreo 
→ subsolo
→ não pode ser objeto de desapropriação: personalidade, direito autoral, vida, imagem e alimentos.
II) sujeito ativo
III) pressuposto (fundamento)
IV) indenização – reposição do patrimônio
V) procedimento administrativo
AULA 04 – 06/03/2014 
Modalidades
a) desapropriação comum/geral/ordinária
Art. 5º, XXIV, CF - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
Fundamentos: 
• necessidade: DL 3.365/41 – art. 5º - urgente
• utilidade: DL 3.365/41 – art. 5º - sem urgência
• interesse social: art. 2º, lei 4.132/62 – ligada a redução de desigualdade social
 Art. 5º, 3.365 - Consideram-se casos de utilidade pública:
 a) a segurança nacional;
 b) a defesa do Estado;
 c) o socorro público em caso de calamidade;
 d) a salubridade pública;
 e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência;
 f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;
 g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
 h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
 i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)
 j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
 k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;
 l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentose outros bens moveis de valor histórico ou artístico;
 m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;
 n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;
 o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária;
 p) os demais casos previstos por leis especiais.
 § 1º - A construção ou ampliação de distritos industriais, de que trata a alínea i do caput deste artigo, inclui o loteamento das áreas necessárias à instalação de indústrias e atividades correlatas, bem como a revenda ou locação dos respectivos lotes a empresas previamente qualificadas (Incluído pela Lei nº 6.602, de 1978)
 § 2º - A efetivação da desapropriação para fins de criação ou ampliação de distritos industriais depende de aprovação, prévia e expressa, pelo Poder Público competente, do respectivo projeto de implantação". (Incluído pela Lei nº 6.602, de 1978)
 § 3o Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
Art. 2º, 4.132 - Considera-se de interesse social:
I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico;
II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO;
III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola:
IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias;
V - a construção de casa populares;
VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;
VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais.
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. (Incluído pela Lei nº 6.513, de 20.12.77)
§ 1º O disposto no item I deste artigo só se aplicará nos casos de bens retirados de produção ou tratando-se de imóveis rurais cuja produção, por ineficientemente explorados, seja inferior à média da região, atendidas as condições naturais do seu solo e sua situação em relação aos mercados.
§ 2º As necessidades de habitação, trabalho e consumo serão apuradas anualmente segundo a conjuntura e condições econômicas locais, cabendo o seu estudo e verificação às autoridades encarregadas de velar pelo bem estar e pelo abastecimento das respectivas populações.
→ todos os entes podem executar a desapropriação
→ todos os bens passíveis podem ser objeto de desapropriação
→ indenização prévia: paga, depois entra no bem. Justa (o quanto vale) e em dinheiro.
Obs.: desapropriação de reforma agrária pode aparecer na desapropriação comum ou por sancionatória. 
→ desapropriação ordinária por interesse social, os bens podem ser vendidos posteriormente, art. 4º, lei 4.132/62
- o administrador não pode vender como quiser, existe uma destinação para estes bens, duas categorias: 
» desapropriação por zona (extensiva) – desapropria com o objetivo de venda 
» desapropriação para urbanização ou industrialização – 
Artigo 4º, 4.132 - Os bens desapropriados serão objeto de venda ou locação, a quem estiver em condições de dar-lhes a destinação social prevista.
b) desapropriação extraordinária/sancionatória
• descumprimento de função social da propriedade
→ art. 5º, XXII e XXIII, CF
Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
i) desapropriação rural (para reforma agrária) – art. 184 e 191, CF, lei 8.629/93 e LC 76/93 (concurso federal) e LC 88/96.
Art. 184, CF - Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 191, CF - Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
→ competência: só a União pode desapropriar e apenas imóveis rurais.
→ indenização feita em título da dívida agrária, resgatável em até 20 anos (a terra nua, as benfeitorias em dinheiro).
→ não pode ser objeto deste tipo de desapropriação, pequena e média propriedade, desde que o proprietário não possua outra e a propriedade produtiva (art. 185, CF).
Art. 185, CF - São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
→ função social da propriedade (lei 8.269):
	- aproveitamento racional e adequado
	- recursos naturais/preservação ambiental
	- relação de trabalho
	- bem estar do proprietário e trabalhadores
ii) desapropriação urbana/urbanística (para o plano diretor)
→ art. 182, § 4º, III, CF e lei 10.257/01 (concurso municipal) 
Art. 182, § 4º, CF - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Medidas para o cumprimento do plano diretor - função social - (10.257/01):
→ edificação ou parcelamento compulsório (1 ano para projeto e 2 anos para executar)
→ IPTU com alíquota progressiva (prazo de 5 anos, até 15%)
→ última medida: desapropriação – só pode ser realizada pelo munícipio e o DF (competênciasomatória):
- o objeto tem que ser imóveis urbanos
- como é pena indeniza-se por título da dívida pública, resgatável em até 10 anos.
• tráfico ilícito de entorpecentes (desapropriação confisco ou confiscatória)
→ art. 243, CF e lei 8.257/91
→ competência da União
→ não há indenização
Art. 243, CF - As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único - Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
c) desapropriação indireta
→ alguns autores chamam de esbulho, apossamento irregular
→ forma supressiva sem formalidades (sem o procedimento necessário)
→ STJ (EREsp. 922.786), será desapropriação com estiverem presentes os seguintes requisitos:
- apossamento pelo Estado sem o devido processo legal
- afetado a finalidade pública
- irreversibilidade fática
- desvalorização total – esvaziamento econômico do bem
→ medidas para proteger o bem pelo proprietário:
- ameaça na posse – ação de interdito proibitório
- turbação na posse – ação de manutenção de posse
- esbulho da posse (apossamento) – ação de reintegração de posse
- esbulho (apossamento) mais afetação (incorporação) – não há mais chance, só ação de desapropriação indireta
→ ação de desapropriação indireta
- natureza de direito real – STJ, CC. 46.771
- competência na situação do imóvel – art. 95, CPC
Art. 95, CPC - Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.
- indenização em precatório – art. 100, CF
Art. 100, CF - Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
- prazo prescricional: a regra estava prevista no art. 10, parágrafo único do DL 3.365/41, determinava o prazo prescricional de 5 anos. Esse dispositivo foi objeto de controle de constitucionalidade, o STF em sede de cautelar suspendeu o art. 10, dizendo que 5 anos não poderia ser. O objeto dessa ADI (2260) deixou de existir (no mérito perdeu o objeto, por ser várias vezes reeditadas), então foi extinta a ação. 
Para resolver essa situação o STJ publicou a súmula 119, que entendia que prescreveria em 20 anos (CC/16). Mas em junho de 2013 a 2ª turma do STJ (em sede de recurso repetitivo – REsp. 1300442), após a mudança no código civil/02 de redução de usucapião extraordinário, esse prazo agora deve ser o mesmo do de usucapião extraordinário, ou seja, 10 anos.
- caso o proprietário perca todos os prazos, inclusive os 10 anos, o bem agora é do Estado. A regularização pelo Estado será através de uma ação de usucapião.
Procedimento administrativo de desapropriação
I) Fase Declaratória
→ o Estado manifesta a vontade de desapropriar
• instrumentos:
- decreto expropriatório (poder executivo) 
Conteúdo do decreto expropriatório: fundamento legal, identificar o bem (benfeitorias necessárias, úteis previamente autorizadas, art. 26, § 1º, DL 3.365), destinação do bem, sujeito passivo, recurso orçamentário.
Art. 26, 3.365 - No valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se incluirão os direitos de terceiros contra o expropriado. (Redação dada pela Lei nº 2.786, de 1956)
§ 1º Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a desapropriação; as úteis, quando feitas com autorização do expropriante. (Renumerado do Parágrafo Único pela Lei nº 4.686, de 1965)
Efeitos do decreto expropriatório: 
- submetido à força do Estado
- fixar as condições do bem
- o Estado tem direito de entrar no bem
- início do prazo de caducidade
- entre a fase declaratória e executiva 
- será de 5 anos se por necessidade ou utilidade pública – art. 10, DL 3.365, 1 ano de carência e pode decretar novamente.
Art. 10, 3.365 - A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. (Vide Decreto-lei nº 9.282, de 1946) 
 Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração.
 Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
- se for por interesse social – 2 anos – lei 4.132 – não há carência e não poderá decretar novamente.
Art. 3º, 4.132 - O expropriante tem o prazo de 2 (dois) anos, a partir da decretação da desapropriação por interesse social, para efetivar a aludida desapropriação e iniciar as providências de aproveitamento do bem expropriado.
- por lei de efeitos concretos (poder legislativo) – arts. 6º e 8º, DL 3.365/41
Art. 6º, 3.365 - A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da República, Governador, Interventor ou Prefeito.
Art. 8º, 3.365 - O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar os atos necessários à sua efetivação.
II) Fase Executiva
→ indeniza e entra no bem
→ amigável – acordo
→ judicial – somente quando há divergência sobre o valor ou quando o proprietário é desconhecido.
Ação de desapropriação
Possui um procedimento especial – DL 3.365/4:
- discute apenas valor e formalidades (vícios processuais)
- prova pericial pode ser antecipada
- imissão provisória na posse – entrada antecipada nesse bem pelo Estado, requisitos:
	• urgência mais depósito do valor (é o valor que o Estado quer pagar, mas hoje já há jurisprudência admitindo a interferência do juiz no valor)
AULA 05 ONLINE 
Obs.: Ex.: O Estado quer pagar R$ 100.000,00 e o proprietário quer receber R$ 500.000,00.
Se o Estado entra no bem e o proprietário fica no prejuízo, o juiz autoriza o levantamento desse valor até 80% do que o Estado queria pagar. Então pode levantar R$ 80.000,00 (dinheiro).
Na sentença o juiz reconheceu que o proprietário tinha direito a um valor de R$ 500.000,00. Com o trânsito em julgado o proprietário irá levantar os R$ 20.000,00 restantes (em dinheiro). O restante (R$ 400.000,00) serão pagos em regime de precatório.
Indenização (como calcular):
a) valor de mercado do bem
b) danos emergentes e lucros cessantes
c) honorários advocatícios e custas processuais (só incide do que foi conquistado na sentença, no exemplo em cima de R$ 400.000,00)
d) correção monetária
e) juros compensatórios
→ compensar o período em que o proprietário ficou sem o bem em razão de imissão provisória na posse.
→ a súmula 618 do STF dizia que o juros eram de 12% ao ano, foi modificada pela MP 1.577 (hoje 2183), inseriu o art. 15-A, que fixou o juros até 6% ao ano. Isso foi objeto da ADI 2332, em sede de cautelar em 13/09/2001, o STF suspendeu a MP e restabeleceu o percentual de 12% (voltando a súmula 618). STJ publica a súmula 408.
Súmula 408, STJ - Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentesapós a Medida Provisória n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001 e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federal.
 → base de cálculo – Antes, MP 2183, em cima da diferença (500.000 – 100.000 = 400.000). Hoje, ADI 2332, o juros compensatórios incidem sobre o valor da sentença menos o que ele levantou. (500.000 – 80.000 = 420.000).
→ prazo de incidência: a partir da imissão provisória da posse até a data de expedição do precatório (art. 100, § 12, CF), depois de 2009.
Antes de 2009, os juros incidiam até a sentença. O STF analisando o § 12 do art. 100 da CF na ADI 4357 e 4425, declarou parcialmente, enquanto não se resolve aplica-se a regra antiga (modulação dos efeitos). 
Art. 100, § 12, CF - A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Obs.: tema 126 e 280, STJ. Desapropriação indireta – REsp. 1.377.357.
f) juros moratórios 
→ compensar a mora (atraso) – 6% ao ano
→ incidência dos juros, Súmula 70, STJ, a partir do trânsito em julgado (SUPERADA). Mas a MP 2183 inseriu o art. 15-B, o juros moratórios incidirão a partir do dia 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ter sido feito, conforme art. 100.
Art. 15-B, DL 3365/41 - Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito, e somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1o de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição 
Ex.: precatório expedido até julho de 2013, paga-se no ano de 2014, em 2015 começa a incidir juros moratórios.
Mas se expedido após julho de 2013, o prazo de pagamento agora é em 2015, em 2016 começará o juros moratórios.
Súmula vinculante 17 - Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.
→ não é possível cobrar cumulativamente juros compensatório e moratório, pois incidem em prazos distintos, primeiro os juros compensatórios até a expedição do precatório e depois os juros moratórios que incidem após prazo para pagamento do precatório. (tema 211, STJ)
Direito de Extensão
→ direito que tem o proprietário de ter o seu bem expropriado na totalidade, quando o remanescente ficar esvaziado de conteúdo econômico ou por área inútil.
Tredestinação
→ lícita, na desapropriação quando mudada a destinação do bem, mas é mantida uma razão de interesse público.
Retrocessão
→ o direito do proprietário de ter o bem de volta pois não lhe foi dada a destinação para qual foi desapropriada.
→ existe três correntes:
• natureza de direito real – o proprietário terá direito devolução do bem
• natureza de direito pessoal (art. 519, CC) – perdas e danos e não devolve o bem.
• Maria Sylvia defende natureza mista (real ou pessoal)
→ STJ entende a real quando não for dada a destinação prevista no ato expropriatório e não for feita a tredestinação lícita.
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
Controle
→ é a fiscalização dos atos praticados pela administração
→ revisão de atos praticados pela administração pública
→ controle político:
- controla entes políticos, controle a atividade política, o controle que um poder exerce sobre o outro, exemplos, sanção/veto (PE sobre PL), rejeição do veto (PL sobre PE), nomeação dos ministros do STF (PE sobre PJ), diversas ações judiciais (PJ sobre PE e PL), aprovação das leis orçamentárias PPA, LDO e LOA (PL sobre PE e PJ)
→ controle administrativo
- controle da atividade administrativa – controle de mecanismos jurídicos para a fiscalização, orientação, para correção da atividade administrativa.
Classificação dos tipos de controle
I) quanto ao órgão controlador
a) controle legislativo
→ é o poder legislativo conferindo a atividade de administrar dos outros
→ exerce de forma direta e indireta (através do TC)
→ Ferramentas: 
- julgamento anual das contas públicas
- fiscalização permanente da atividade administrativa
- convocar o administrador para prestar esclarecimentos
- CPI’s
- sustação dos atos normativos que exorbitem o poder regulamentar (art. 49, V, CF).
Art. 49, CF - É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
	V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
- controle de declaração de guerra e de paz
→ o tribunal de contas aparece como auxiliar do poder legislativo
- 1826 – criaram o tribunal de revisão de contas
- 1889 – surge o tribunal de contas
- 1890 – efetivamente criado
- ler CF/88
b) Controle judicial
→ é o poder judiciário revendo a atividade administrativa
→ controle de legalidade (em sentido amplo – leis, regras e princípios constitucionais) – ler ADPF 45
→ diversas ações judiciais – MS, ação popular, ação civil pública, ação de improbidade, mandado de injunção (greve de servidor, aposentadoria especial), ações ordinárias.
c) Controle administrativo
→ a própria administração realizando o controle, exercício de autotutela (súmulas 346 e 473, STF)
Súmula 346, STF - A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473, STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
→ controle de legalidade e de conveniência
→ CNJ/CNMP: controle administrativo
II) quanto à extensão
a) interno
→ acontece dentro do próprio órgão responsável por essa atividade
→ há um instrumento chamado de fiscalização hierárquica
- pressupõe a existência de hierarquia
b) externo
→ controladorias
→ controle popular – audiência pública
III) quanto à natureza
a) controle de legalidade
→ leis + regras + princípios constitucionais
→ pode ser feito pela administração e pelo judiciário
→ primeira providência é convalidar o ato, se o vício for sanável (vício de forma e competência) 
→ se não for sanável, anula o ato
→ se a retirada do ato causar mais prejuízo que a sua manutenção deve-se manter o ato – STJ, não tem jurisprudência pacífica.
b) controle de mérito
→ controle de conveniência e oportunidade
→ a administração realiza esse controle, a ferramenta é a revogação.
IV) quanto à oportunidade
→ controle prévio/preventivo - acontece antes da prática do ato, ex.: audiência pública
→ controle concomitante/sucessivo – acontece durante a prática do ato, ex.: TC avocando o processo
→ controle subsequente/corretivo – acontece após a prática do ato, ex.: poder judiciário
V) quanto à hierarquia
a) controle hierárquico
→ se baseia na hierarquia
→ mecanismo de fiscalização hierárquica
b) controle finalístico
→ verificar se o ente está atendendo a finalidade para qual foi criada
→ ferramenta é a supervisão ministerial, quando a administração direta controla a indireta. Via de regra o chefe do executivo nomeia e exonera livremente os dirigentes da indireta, salvo as agências reguladoras, Banco Central e universidades públicas.
AULA 06 ONLINE 
PROCESSO ADMINISTRATIVO
→ lei 9.784/99
→ processo é um conjunto de atos que leva a um provimento final
→ procedimento é a forma de realizar esses atos
1) Objetivos
→ o processo é um instrumento de documentação dos atos praticados pela administração pública.→ mecanismo de fundamentação da conduta
→ instrumento de defesa
→ instrumento de transparência/controle
→ condição de forma do ato administrativo
→ conforme modelo constitucional (cumpre todos os princípios previsto na CF)
2) Princípios
• P. do Devido Processo Legal
→ art. 5º, LIV, CF - LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
→ norteador do ordenamento jurídico
→ realizar de acordo com a previsão legal
• P. do Contraditório e da Ampla Defesa
→ art. 5º, LV, CF - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
→ contraditório: conhecimento do processo
	Elementos: lógica – bilateralidade 
		 política – ninguém pode ser julgado sem antes ser ouvido.
→ ampla defesa: oportunidade de defesa
Exigências do P. da Ampla Defesa:
a) defesa prévia
→ anterior ao julgamento
→ procedimento já definido
→ sanções predefinidas 
b) produção de provas 
→ prova avaliada
→ prova lícitas (CPP e CPC) – vedadas as ilícitas
c) direito às informações do processo
→ a administração precisa viabilizar o direito de cópia, mas o custo é do interessado.
→ a maioria não se faz carga
→ o processo é público, salvo os sigilosos na forma da lei.
d) defesa técnica
→ advogado no processo 
→ PAD – lei 8.112/90, era facultativa. Depois veio a súmula 343 do STJ dizendo que era obrigatório. A matéria foi levada ao STF que editou a súmula vinculante nº 05, dizendo que era facultativo.
Súmula vinculante nº 05 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição. (Facultativo)
Súmula 343, STJ – a presença do advogado é obrigatória em todas as fases de PAD. 
e) direito de recurso
→ decisão com motivação
→ depósito prévio não pode ser exigido para interposição de recurso (súmula 373, STJ)
Súmula 373, STJ – É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula vinculante 21, STF - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula vinculante nº 03, STF - Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
→ ato inicial de aposentadoria, reforma e pensão é ato complexo, que depende de duas manifestações de vontade (administração e TCU) em órgãos diferentes. Na administração que vai haver a discussão de contraditório e ampla defesa, e não no TCU. 
O TCU não pode demorar muitos anos para decidir senão deverá dar o contraditório e ampla defesa (5 anos) – temperando a vinculante de nº 03 -.
• P. da Oficialidade
→ não precisa esperar a parte para dar início ao processo – impulso oficial (P. da Indisponibilidade do Interesse Público)
→ para a parte há o P. do Informalismo
• P. da Celeridade do Processo
Art. 5º, LXXVIII, CF - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
→ prazos definidos
• P. da Verdade Real/material
→ verdade absoluta, aquilo que realmente aconteceu
→ dicotomia formal, usava-se muito no processo civil, criada dentro do processo. Hoje superada nem a real nem a formal, na verdade o ideal é a verossimilhança. 
3) Processo
→ lei 9.784/99
→ norma geral de processo administrativo - federal
→ competência: cada ente terá a sua lei
Art. 69, lei 9.784/99 - Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
→ lei federal aplicada as administrações direta e indireta
Principais aspectos
a) processo é público, os atos devem ser publicados, salvo sigilo constitucional.
b) é proibida a cobrança de despesas processuais, salvo as previstas em lei.
c) proibidas provas ilícitas
d) os prazos processuais são contados conforme as regras processuais. Não são suspensos, salvo motivo de força maior. Só se conta dia útil se a lei o disser. No silêncio da lei o prazo é de 5 dias.
Atos do processo
→ os atos devem ser praticados em dias úteis (dias em que a repartição está funcionando) e em horário de expediente.
Obs.: atos já iniciados podem ser prorrogados, mas precisa de interesse público
→ não existe formalidade especial
→ devem ser praticados na repartição, salvo por razões de interesse público.
→ prazos: não inclui o dia do começo e inclui-se o dia do final
Obs.: no silêncio da lei o prazo é de 5 dias 
Intimação ou notificação
→ se a parte tiver que comparecer deve ser feita com antecedência mínima de 3 dias úteis
→ todas as formas permitidas em direito, ex. AR, diário oficial...
→ o não comparecimento não gera confissão ficta. Mas pode gerar a condução coercitiva.
Fases do processo 
a) instauração do processo
→ pela administração – auto de infração, portaria (PAD), declaração de necessidade (licitação).
→ a pedido do interessado – requerimento
Obs.: PAD – instaura via portaria (autoridade superior) e nomeia a comissão processante.
b) instrução do processo
→ produzir as provas necessárias
Obs.: PAD: quando a comissão é nomeada, ela faz a instrução do processo
c) direito de defesa
→ 10 dias (norma geral) corridos
d) relatório
→ resumo do processo
Obs.: PAD: antes da defesa tem o indiciamento (fechar o tipo), relatório fecha o inquérito administrativo, esse relatório tem que ser conclusivo e vincular a autoridade superior, salvo quando o relatório for contrário as provas dos autos.
e) julgamento
Obs.: PAD: quem julga é a autoridade superior
f) recurso
→ prazo de 10 dias
• Pedido de reconsideração
→ é endereçado a própria autoridade que julgou o processo
→ prazo de 5 dias para reconsiderar a decisão
→ a autoridade julgadora que entender que não é caso de reconsideração será convertido em recurso hierárquico.
→ numa única peça tem que fazer o pedido completo, os dois pedidos.
• Recurso hierárquico
→ quem julga o recurso hierárquico é a autoridade superior
→ se a autoridade superior está dentro do próprio órgão é chamado de recurso hierárquico próprio, se está em outra estrutura será recurso hierárquico impróprio
→ recurso pode chegar até 3 instâncias
→ prazo de 10 dias se a lei não determinar outros prazos
→ a autoridade superior tem o prazo de 30 dias para proferir julgamento
→ quem não quiser a reconsideração é possível ir direto para o recurso hierárquico, mas há dificuldade de saber quem é a autoridade superior.
→ se for direto para uma autoridade incompetente, esta deve encaminhar para uma autoridade competente
→ cabe reformatio in pejus
→ se não tem mais como recorrer produz a coisa julgada administrativa, não posso recorrer na via administrativa, mas nada impede que seja levada a via judicial
→ se surgir um fato novo, há a possibilidade de revisão do processo, pode ser pedida a qualquer tempo, mas não se admite reformatio in pejus.
Processo Administrativo Disciplinar – PAD – lei 8.112/90
Sindicância
→ investigação prévia (+ ou - igual o inquérito policial), pode ser inquisitiva ou investigativa. Não há preocupação com o contraditório e a ampla defesa.
→ se não houver infração será arquivado a sindicância
→ se houver infração, haverá sanção:
→ se for infração leve – punível com advertência ou suspensão de até 30 dias – nesse caso é um processo sumário e não pode ser inquisitivo (é o próprio processo de sindicância acusatória), na sindicância contraditória (acusatória) será aplicada a pena, nesse caso há contraditório e ampla defesa
→ uma sindicância deve ter a duração máxima de 30 dias prorrogável por mais 30 dias
→ infração mais grave, instaura-seo processo administrativo propriamente dito
Processo administrativo
I) Sumário
→ tem prova pré constituída (prova documental)
→ duração de 30 dias prorrogado por mais 15 dias
acumulação ilegal
→ em regra é vedada, excepcionalmente é permitida, art. 37, XVI e XVII, CF - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos privativos de médico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
→ art. 133, lei 8.112 – a administração deve dar a parte o prazo de 10 dias fazer a escolha.
→ antes de instaurar o processo chama-se a parte para optar (qual cargo) – 10 dias
→ se não optar, instaura-se o processo, se até a defesa optar, reconhece-se que está de boa-fé e será exonerado (sem pena). 
→ se não optou em hora nenhuma, ocorre a demissão de todos os cargos
abandono de cargo
→ abandonar o cargo por 30 dias consecutivos sem justificativa e com desejo de abandonar, diferente da inassiduidade habitual em que fica 60 dias intercalado sem justificativa durante 12 meses.
II – Ordinário (propriamente dito)
→ 60 dias + 60 dias
→ a autoridade tem a obrigação de instaurar o processo (vinculada)
→ através de portaria, acusação geral
→ nomear a comissão processante 
→ inquérito administrativo (instrução, defesa e relatório), decisão
→ indiciamento do servidor, aqui tem que apontar qual infração
→ defesa da infração determinada, prazo de 10 dias
→ comissão processante irá elaborar o relatório, ele vincula, salvo quando contrário as provas dos autos.
→ profere-se julgamento e abre-se a oportunidade de recurso
→ é possível afastamento do servidor – até 60 dias e com remuneração
→ é um processo punitivo
AULA 07 – 11/03/2014
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
→ o Estado aparece como sujeito responsável
→ a atividade estatal é impositiva (mais rigor para a responsabilidade)
→ a responsabilidade tem princípios próprios
Fundamento teórico 
→ ordem jurídica uma: todos respondem, inclusive o Estado.
→ condutas ilícitas – a responsabilidade civil do Estado está dentro do P. da Legalidade
→ conduta lícita – a responsabilidade civil do Estado está dentro do P. da Isonomia
Evolução
I) Teoria da Irresponsabilidade do Estado
→ o Estado se apresentava como sujeito irresponsável
→ o monarca era o dono da verdade, portanto, o Estado não respondia nunca.
II) Estado como sujeito responsável
→ sujeito responsável em situações específicas, então o Estado responde apenas em algumas situações.
→ para os administrativistas o Brasil começa sua história aqui, em situações específicas
Teoria Subjetiva
→ surge a partir do CC/16
→ só gerava dever de indenizar em condutas ilícitas
→ a vítima tem que demonstrar que existiu uma conduta estatal, que existiu dano (senão gera enriquecimento ilícito), o dano tem que estar ligado a conduta e tem que haver culpa ou dolo do agente (elemento subjetivo).
→ elementos: conduta estatal, dano, nexo causal, culpa ou dolo (do agente)
→ para excluir a responsabilidade subjetiva, basta afastar qualquer um dos elementos.
→ esta teoria teve dois momentos:
Teoria da Responsabilidade Civil Subjetiva na culpa do agente (inicialmente)
→ era preciso que a vítima indicasse de quem era a culpa (o agente).
→ o Estado então evoluiu
Responsabilidade Civil na Teoria Subjetiva na culpa do serviço (evolução)
→ agora a culpa é do serviço, a vítima não precisava mais indicar quem era o agente, bastava demonstrar que o serviço foi realizado de forma ineficaz, que o serviço não foi prestado ou foi de feito de forma atrasada.
→ foi chamada de culpa anônima, surgiu na França (faute du service)
→ buscando proteger ainda mais a vítima, o Estado evolui novamente
Responsabilidade Civil na Teoria Objetiva
→ desde 1946 no Brasil
→ o Estado passa a ser responsável nas condutas ilícitas e lícitas
→ elementos: conduta estatal, dano, nexo causal. A vítima não precisa mais demonstrar o elemento subjetivo (dolo ou culpa).
→ excludentes da responsabilidade: 
• Teoria do risco integral – não admite excludente, ex.: o sujeito pula na frente do carro oficial, o Estado responde.
• Teoria do risco administrativo (Brasil) – admite excludente, afastando qualquer um de seus elementos, ex.: culpa exclusiva da vítima, caso fortuito e a força maior (não tem conduta do Estado)
Obs.: culpa concorrente – o Estado responde de forma reduzida, não se exclui a responsabilidade do Estado, cada um paga de acordo com a sua culpa. Como não dá para medir, a jurisprudência tem fixado em 50% para cada.
→ Excepcionalmente o Brasil admite a teoria do risco integral, em casos de material bélico (guerra), substâncias nucleares e dano ambiental (existe divergência na doutrina).
→ No primeiro momento em 1946 era utilizada para danos materiais, hoje a partir da CF/88 também são indenizados os danos morais.
Comunicação entre as esferas
→ ilícito penal – ação penal – art. 66, CPP, art. 126, lei 8.112 e art. 935, CC.
→ ilícito administrativo - PAD
→ ilícito civil – ação civil
→ são independentes entre si
→ se comunicam excepcionalmente:
	a) absolvição penal: inexistência do fato e negativa de autoria. Será absolvido na esfera penal e nas outras esferas. 
Obs.: a comunicação só acontecerá nessas hipóteses, se forem outras não haverá comunicação.
→ se no processo penal ficar reconhecida alguma excludente de ilicitude, ele faz coisa julgada no processo civil (art. 65, CPP), mas não significa que será absolvido em todas as esferas.
Responsabilidade no Brasil
Art.37, CF - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
→ aqui é uma responsabilidade extracontratual (art. 37, § 6º, CF).
Elementos necessários para a responsabilidade
I) sujeitos da responsabilidade
→ art. 37, § 6º, CF – pessoas jurídicas de direito público (administração direta - União, estados, municípios e DF e as indiretas – autarquias (AR, AE, AP....), fundações públicas de direito público) e de direito privado prestadora de serviço público (administração indireta – EP, SEM e fundações públicas de direito privado, concessionárias, permissionárias, autorizatárias de serviço) respondem por atos que os agentes causarem prejuízos a terceiros.
→ o Estado responde em duas condições:
• primária: o Estado responde pelo ato do seu agente
• subsidiária: quando o Estado responde por ato de agente de outra pessoa jurídica (ex.: autarquias). Primeiro para a pessoa jurídica do agente, somente se não tiver como pagar o Estado pagará. 
Obs.: responsabilidade subsidiária é diferente da responsabilidade solidária, na primeira o Estado responde se a outra PJ não responder, na segunda respondem juntas.
→ pessoa jurídicade direito privado prestadora de serviço público:
- vítima: antes, se era usuário do serviço, a responsabilidade era do art. 37, § 6º, CF – Teoria Objetiva -. O não usuário do serviço, a responsabilidade era do direito privado – Teoria Subjetiva (regra). 
- vítima – hoje a responsabilidade é objetiva em face de usuário ou não usuário, responde pelo art. 37, § 6º, CF. (RE 591.874)
II) conduta estatal
a) ato comissivo
→ o Estado fez alguma coisa, ou seja, uma ação – Teoria Objetiva
→ conduta lícita – P. da Isonomia – ex.: cemitério ao lado da casa
→ conduta ilícita – P. da Legalidade – ex.: delegado da uma surra no ladrão
b) ato omissivo
→ teoria subjetiva (mas já há rumores sobre teoria objetiva)
→ conduta ilícita – descumprimento de um dever legal
→ o serviço tem que ser prestado dentro de um padrão normal – P. da Reserva do Possível (ADPF 45)
→ se o dano era evitável, o Estado responde
c) situações de risco criadas pelo Estado
→ teoria objetiva
→ se o preso fugir do presídio no meio da cidade, o Estado responde com teoria objetiva, mas se fugiu e matou alguém a 200 km de distância, não há mais risco, então o Estado responde na teoria subjetiva, tem que observar se tem culpa ou não.
→ semáforo quebrado o Estado responde na teoria objetiva
→ se um preso mata o outro, de acordo com as condições dos presídios, a teoria é objetiva (assume o risco)
III) dano
→ o dano tem que ser jurídico – é aquele que gera lesão a um direito
→ dano certo – determinado ou determinável
→ o dano da responsabilidade civil quando for lícito, precisa ser jurídico, certo, especial (particularizado, vítima certa) e anormal (20 anos de obra).
Ação Judicial
→ vítima ajuíza ação contra o Estado (teoria objetiva), se condenado, ajuíza ação de regresso contra o agente (teoria subjetiva)
→ para o STF a vítima tem que ajuizar contra o Estado (prevalece)
→ para o STJ diz que a vítima pode escolher, contra o Estado teria o benefício da teoria objetiva, se quisesse contra o agente abriria mão do benefício e seria a teoria subjetiva
→ ajuizada ação, o Estado tem direito de regresso face ao agente, ação regressiva, só condena se comprovado culpa e dolo, teoria subjetiva.
→ Para a doutrina não cabe denunciação da lide, pois traz um fato novo, discussão de culpa ou dolo, teoria subjetiva, atrasar o processo.
→ para a jurisprudência (STJ) a denunciação da lide é possível e aconselhável, representa economia e celeridade processual.
Obs.: se o Estado denúncia da lide está assumindo a culpa, pois o agente é parte do Estado. Então o STJ diz que é escolha do Estado.
Prazo prescricional
→ para as pessoas jurídicas de direito público reparação civil o prazo prescricional de 5 anos, decreto 20.910/32.
→ CC/02 o art. 206, § 3º, V, passou a reconhecer que para a reparação civil o prazo seria de 3 anos
→ o STF diz que são 5 anos
→ o STJ defendia 5 anos, mudou para 3 anos e agora decide 5 anos de novo
→ na ação de regresso não há prescrição
Art. 37, § 5º, CF – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
AULA 08 – 16/04/2014
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
→ probidade administrativa: é aquele administrador íntegro, honrado, honesto, correto, leal – administrador probo
→ improbidade administrativa: termo técnico para se falar de corrupção administrativa, promove o desvirtuamento da função pública com desrespeito à ordem jurídica:
	• enriquecimento ilícito
	• exercício nocivo da função pública
	• tráfico de influências
	• desprestígio da maioria em benefício da minoria
Fonte constitucional da improbidade
Art. 14, § 9º, CF - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
	§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) 
Art. 15, V, CF - É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
	V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 85, V, CF - São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
	V - a probidade na administração; (processo de impeachment)
Art. 37, § 4º, CF - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
	§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Lei 8.429/92, regulamenta o artigo acima – disciplinar a improbidade
→ foi objeto de controle de constitucionalidade ADI 2182 (inconstitucionalidade formal, falha no procedimento), foi julgada improcedente. Depois houve outra ADI (4295) que discute 3 dispositivos, está pendente de julgamento.
→ alguns dizem que não tem tipicidade (o verbo), então inconstitucionalidade material.
→ a lei 8.429/92 amplia as medidas de improbidade (art. 37, § 4º, CF) – rol extenso 
→ a competência legislativa é da União, não há disposição expressa
→ a lei 8.429/92 é de âmbito nacional, serve para todos os entes
Natureza Jurídica da improbidade
→ não tem natureza penal – art. 37, § 4º, CF – não é crime, é ilícito de improbidade, as sanções são diferentes.
→ todo crime contra a administração é ato de improbidade, mas nem toda improbidade será crime contra a administração.
→ uma mesma conduta, mesma ação previsto como ilícito de improbidade na lei 8.429/92 pode também ser crime contra a administração no CP.
→ o ilícito de impropriedade não tem natureza administrativa:
	- o ilícito de improbidade possui as sanções na lei 8.429, ação judicial (multa civil, ressarcimento)
	- o ilícito administrativo as sanções estão no estatuto do servidor, PAD (advertência, suspensão, demissão)
	- por isso não tem natureza administrativa
→ ilícito de improbidade TEM natureza civil – julgada pelo STF na ADI 2797
→ a mesma conduta pode gerar:
	• um ilícito penal – CP - crime – ação penal
	• um ilícito administrativo – estatuto do servidor – infração funcional – PAD
	• um ilícito civil – lei 8.429/92 – ato de improbidade – ação civil
→ entre esses processos há a independência das instâncias, excepcionalmente haverá comunicação, em absolvição penal por inexistência de fato e negativa de autoria. art. 935, CC, art. 66, CPP e art. 126, lei 8.112.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 65, CPP - Faz coisa julgada no cível a sentença

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