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Fontes do Direito - LEI - IED II

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Gustavo Buzatto 
- Introdução ao Direito II - 
 
 
2. LEI 
 
1 – Conceito e Considerações Iniciais: 
Entre as fontes do Direito possui maior destaque a lei. A lei representa a principal fonte 
formal estatal do Direito, a fonte jurídica por excelência, especialmente em países de civil law, 
retirando a sua fonte material dos fatos, conflitos, anseios e valores que a sociedade oferece. 
A lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É, como regra, ato do Poder 
Legislativo (função típica), decorrente do processo legislativo (ato solene), que estabelece e 
formaliza normas de acordo com a vontade e os interesses sociais. Não pode constituir a 
expressão de uma vontade individual. Lei, portanto, é a declaração solene da norma jurídica feita 
pelo poder competente, de caráter geral, abstrato e impessoal, valendo para o futuro e editado 
com vistas a atingir número ilimitado de pessoas. 
A lei é regra de direito impositivo (deve ser obedecida), pois fonte de direitos, 
obrigações, faculdades, sanções e princípios. 
Na teoria das fontes, a lei representa o direito escrito – jus scriptum –, manifestação 
expressa, pelo poder público competente, de uma regra formulada para o futuro e 
consubstanciada em um texto. 
Há no Estado moderno uma supremacia da lei ante a crescente tendência de codificar o 
Direito para conferir maior certeza e segurança às relações jurídicas, bem como pelo fato de ser 
de mais fácil conhecimento e de contornos mais precisos, visto que se apresenta em textos 
escritos. 
 
2 – História e Etimologia do vocábulo “Lei”: 
A origem etimológica da palavra “lei” (legis) guarda algumas controvérsias. As 
diferentes opiniões se dividem, preferencialmente, entre os seguintes verbos: legere (ler), ligare 
(ligar) e eligere (escolher). 
Legere, porque os antigos tinham o costume de se reunir em praça pública, local em que 
se afixavam cópias das leis, para a leitura e comentário dos novos atos. “A lei é assim chamada 
do verbo „ler‟ e está escrita”. 
Ligare, por força da bilateralidade da norma jurídica, que liga e vincula duas ou mais 
pessoas, a uma impondo um dever e à outra atribuindo um poder. Para Santo Tomás de Aquino, 
“lei vem de ligar, porque obriga a agir”. 
Eligere, porque o legislador escolhe, entre as diversas proposições normativas possíveis, 
uma para ser objeto de lei. 
 
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Gustavo Buzatto 
- Introdução ao Direito II - 
 
3 – A Lei e os seus Sentidos: 
 
a) LEI em Sentido Amplo e em Sentido Estrito: 
Em sentido amplo, emprega-se o vocábulo “lei” para indicar o jus scriptum, ou seja, o 
direito escrito. É uma referência genérica que abrange todas as espécies normativas, 
independentemente do órgão que a expeça. Dessa forma, engloba a lei propriamente dita (ato 
do Poder Legislativo decorrente do processo legislativo), a medida provisória, a lei delegada e os 
decretos – autônomos e regulamentares (normas elaboradas pelo Poder Executivo). 
Em sentido estrito, lei é o preceito comum e obrigatório, emanado do Poder 
Legislativo, através do processo legislativo, no exercício de sua função típica e no âmbito de 
sua competência. 
 
b) LEI em Sentido Formal e em Sentido Formal-Material: 
Em sentido formal, lei é o instrumento que atende apenas aos requisitos de forma 
(processo regular de formação, poder competente, quóruns de instalação e de aprovação, etc.), 
faltando-lhe pelo menos alguma característica de conteúdo, como, por exemplo, a generalidade, 
ou carecer de substância jurídica. Ex: A aprovação, pela assembleia da Revolução Francesa, da 
lei que declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma. 
Em sentido formal-material, a lei, além de atender os requisitos de forma, possui 
conteúdo próprio do Direito, retirado dos fatos, conflitos, anseios e valores que a sociedade 
apresenta. 
 
Obs.: Por que não se pode falar de lei sob um sentido puramente material? 
 
c) LEI Substantiva e LEI Adjetiva: 
Lei substantiva ou material é a que reúne normas de conduta social que definem os 
direitos e deveres das pessoas em suas relações de vida. Ex: Leis de Direito Civil, Direito Penal, 
Direito Comercial, Direito do Trabalho, etc. 
Lei adjetiva ou formal consiste em um conjunto de regras que definem os 
procedimentos a serem observados no andamento dos processos em que os direitos são 
discutidos. Ex: Leis de Direito Processual. 
A lei substantiva é a lei principal, que deve ser conhecida por todos. Já a lei adjetiva é 
de natureza apenas instrumental e o seu conhecimento é necessário somente aos sujeitos 
participantes das ações judiciais, como advogados, juízes, promotores e servidores. 
 
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Gustavo Buzatto 
- Introdução ao Direito II - 
 
Obs.: As leis que reúnem normas substantivas e adjetivas são denominadas Institutos 
Unos. Ex: Lei de Falências. 
 
4 – Características Gerais das Leis: 
 
 Imperatividade: 
- Toda norma de conduta é um mandamento, uma ordem e, portanto, é imperativa. 
- Certas normas, contudo, imperam mais do que outras. As normas jurídicas, por serem 
formalizadas através de um processo de elaboração solene efetivado pelo Poder Público, 
imperam mais do que as normas puramente éticas ou morais. 
 
 Generalidade: 
- A generalidade implica dizer que a norma jurídica é abstrata; ela prevê e regula, 
hipoteticamente, uma série infinita de casos enquadráveis num tipo abstrato, atingindo a todos os 
seus destinatários indistintamente. 
 
 Bilateralidade ou Alteridade: 
- As normas jurídicas são bilaterais, pois regulam a conduta de um ou mais sujeitos em 
relação à conduta de outro ou de outros sujeitos. 
- A norma jurídica coloca frente a frente, pelo menos, dois sujeitos. 
- O Direito tem sua razão de existir em virtude da vida em sociedade, para regular a 
vida social e, por isso, convém ao homem enquanto ser social, que se relaciona. Perdido numa 
ilha, o náufrago não tem direitos nem deveres, porque isolado da sociedade. Daí a expressão 
alteridade, do latim alter, que significa “outro”. 
 
 Coercibilidade: 
- A norma jurídica tem, necessariamente, a chancela do Estado. 
- Ela é impositiva, é imposta à sociedade. Por isso, desfruta de coercibilidade, o que 
implica dizer que seu cumprimento pode ser efetivado até mesmo com o emprego da violência. 
- O descumprimento de uma norma jurídica de conduta pode ensejar a coerção contra o 
infrator, ou seja, o emprego da violência autorizado pelo próprio Estado. 
 
 Heteronomia ou Obrigatoriedade: 
- Tendo a lei caráter imperativo, a consequência natural de sua vigência é a sua 
obrigatoriedade. 
 
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Gustavo Buzatto 
- Introdução ao Direito II - 
 
- Do grego heteros (diverso) + nomos (regra), a heteronomia é a característica da norma 
jurídica que confere ser esta imponível em relação à vontade do destinatário, estando acima 
desta, pois a vontade do Estado prevalece, no âmbito da legalidade, sobre a vontade individual. 
- Enquanto a norma moral é autônoma, isto é, seu cumprimento é livre pelo destinatário, 
a norma jurídica é heterônoma, isto é, o seu cumprimento é obrigatório. 
- Enquanto a norma moral dirige-se de dentro para fora, isto é, o homem se autoimpõe 
um procedimento sem que sua vontade seja dirigida, a norma jurídica é heterônoma, imposta por 
um ordenamento jurídico, cuja característica é a coercitividade, a obrigatoriedade. 
- A norma jurídica, diferentemente danorma moral, não leva em conta a convicção ou o 
assentimento de seus destinatários; trata-se de um comando irresistível a ser cumprido à força, se 
necessário. O ato moral só é válido quando praticado por livre e espontânea vontade. 
- Em decorrência de sua obrigatoriedade, os termos do art. 3º da LINDB, “ninguém se 
escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. 
 
Por que a lei obriga? 
a) Teoria da Autoridade: a obrigatoriedade da lei decorre simplesmente da força da 
autoridade que a cria e a impõe. Os que criticam esta teoria afirmam que “acima da norma 
jurídica e do poder que a impôs, há uma força que torna possível a existência da norma e que é a 
vontade popular”. 
b) Teoria da Valoração: subordina a obrigatoriedade da lei ao seu conteúdo ético, ou 
seja, aos valores defendidos pela lei. 
c) Teorias Contratualistas: a norma jurídica é obrigatória se e enquanto os que devem 
obedecê-la concorrerem para a sua formação. 
d) Teorias Neocontratualistas: condicionam a obrigatoriedade à adesão ou ao 
reconhecimento dos que lhe são subordinados. 
e) Teoria Positivista: a obrigatoriedade da lei decorre do simples fato de estar 
positivada. 
 
5 – Formação da Lei – O Processo Legislativo: 
O processo legislativo é o processo de elaboração das normas jurídicas pelo Poder 
competente e com função típica legiferante: Poder Legislativo, com participação, em 
determinados casos, do Poder Executivo. É estabelecido pela Constituição Federal e se desdobra 
nas seguintes etapas: apresentação de Projeto (iniciativa), exame das Comissões, discussão e 
aprovação, revisão, sanção ou veto, promulgação e publicação. 
 
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Gustavo Buzatto 
- Introdução ao Direito II - 
 
1) Iniciativa da Lei: 
Iniciativa de lei é a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para apresentar 
projetos de lei ao Legislativo, podendo ser parlamentar ou extraparlamentar, e concorrente ou 
exclusiva (privativa ou reservada). É a primeira fase do processo legislativo. Representa a 
apresentação de um projeto de lei à Casa Iniciadora. 
Ver: Art. 61, caput e § 2º, da CF. 
 
2) Exame pelas Comissões técnicas, discussões e aprovação: 
Uma vez apresentado, o projeto tramita por diversas Comissões Parlamentares, às quais 
se vincula por seu objeto. Passado pelo crivo das Comissões competentes, deverá ir ao Plenário 
para discussão e votação. No regime bicameral é indispensável a discussão e aprovação do 
projeto pelas duas Casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal). 
 
3) Revisão do Projeto: 
O projeto pode ser apresentado na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal. 
Iniciado na Câmara, o Senado funcionará como Casa Revisora e vice-versa. 
Em regra, a Câmara dos Deputados atua como Casa Iniciadora (Casa Iniciadora por 
excelência) e o Senado Federal atua como Casa Revisora (Casa Revisora por excelência). O 
Senado somente atuará como Casa Iniciadora se o projeto de lei emanar desta Casa. 
Se a Casa Revisora aprovar o projeto, este será encaminhado à Presidência da República 
para sanção (ou veto), promulgação e publicação; se o rejeitar, será arquivado; se apresentar 
emenda, o projeto volta à Casa de origem para nova apreciação, sendo que se a emenda não for 
admitida, o projeto será arquivado. 
 
4) Sanção ou Veto: 
A sanção consiste na aquiescência, na concordância do Chefe do Executivo com o 
projeto aprovado pelo Legislativo. É ato de competência exclusiva do Poder Executivo: do 
Presidente da República, dos Governadores Estaduais e dos Prefeitos Municipais. 
Na esfera federal, o Presidente tem o prazo de 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. 
A sanção pode ser tácita ou expressa. A sanção tácita ocorre quando o Presidente deixa 
o prazo legal passar sem manifestação. Será expressa quando declara a concordância dentro do 
prazo legal. 
 
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Gustavo Buzatto 
- Introdução ao Direito II - 
 
Se o Presidente não concordar com o projeto de lei, vetá-lo-á. Na hipótese de veto, o 
Congresso Nacional – em sessão unicameral – disporá de 30 dias para a sua apreciação. O veto 
poderá ser rejeitado pelo Congresso pelo voto da maioria absoluta dos seus membros. 
 
5) Promulgação: 
A lei passa a existir com a promulgação, que ordinariamente é ato do Chefe do 
Executivo. Consiste na declaração formal da existência da lei. 
Se o Presidente sanciona a lei, posteriormente já a promulga. 
Se o Presidente veta o projeto de lei, sendo o mesmo rejeitado pelos Parlamentares, será 
o projeto reencaminhado à Presidência para promulgação no prazo de 48 horas. Se o Presidente 
da República não o fizer no prazo legal, competirá ao Presidente do Senado Federal fazê-lo, e se 
este também não o fizer, caberá ao Vice-Presidente da mesma Casa. 
 
6) Publicação: 
A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita por órgão 
oficial. O início de vigência pode se dar com a publicação ou após o prazo de vacatio legis, que é 
o tempo entre a publicação e o início da vigência.

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