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aula 13. RESPONSABILIDADE CIVIL

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Aula 13 Responsabilidade Civil
Famoso pintor se obrigou a fazer um quadro para exposição em galeria de arte, pelo preço certo de R$ 50.000,00(cinqüenta mil reais). O quadro teria que ser entregue até quinze dias antes do inicio da exposição, sob pena do pagamento de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais). Se mesmo assim o quadro não fosse entregue até o dia do início da exposição, o pintor pagaria a multa de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Como o quadro não foi entregue no prazo previsto, o dono da galeria (adquirente do quadro), três dias antes da exposição adquiriu outro quadro em substituição e moveu ação indenizatória contra o pintor, formulando os seguintes pedidos: I – pagamento de R$ 15.000,00(quinze mil reais) correspondentes à multa pelos dias de atraso na entrega do quadro; II- pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) correspondentes à multa pela não entrega do quadro; III – reparação dos danos materiais, emergentes e lucros correntes, estimados em R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) assim distribuídos: a) R$ 10.000,00(dez mil reais) pela diferença a mais pelo preço pago pela compra do quadro em substituição; b) R$ 15.000,00 (quinze mil reais) devidos pela melhor cotação dos quadros do pintor inadimplente. Dando os fatos como provados, responda se será possível a colher todos os pedidos fornecidos pelo dono da galeria, autor da ação?
Correção: A multa de R$ 1.000,00(mil reais) diários pelo atraso na entrega do quadro é cláusula penal moratória e pode ser cobrada consoante art. 411 do C.Civil, durante os dias de efetivo atraso. Como o autor comprou outro quadro três dias antes da exposição, aí cessou a mora do pintor (o quadro tornou-se inútil para o credor) e passou a haver inadimplemento. São, pois, devidos doze dias de multa, ou seja, R$ 12.000,00 (doze mil reais). A multa de R$ 30.000,00 pela não entrega do quadro é cláusula penal compensatória em razão do inadimplemento, consoante arts. 409 e 410 do C.Civil. Essa multa não pode ser exigida cumulativamente com as perdas e danos.
A cláusula penal compensatória converte-se em alternativa a benefício de credor. Vale dizer, pode o credor optar pela cláusula penal compensatória (valor da multa, que funcionará como pré-liquidação do dano) ou pelas perdas e danos, o que lhe for mais favorável, devendo neste último caso, entretanto, provar a quantia do seu prejuízo. Se preferir a pena convencional, o credor não precisará provar o seu prejuízo, sequer alegá-lo, consoante art. 416. No caso, o melhor para o autor, dono da galeria, é optar pela multa compensatória, já que superior ao valor que está pleiteando a título de perdas e danos, e para recebê-la, não precisará provar o prejuízo.
 Com relação à mora é incorreto afirmar: 
A) é o retardamento no cumprimento de uma obrigação persistindo, todavia, a possibilidade de cumpri-la; 
B) a mora será sempre do devedor; 
C) a mora ex re ocorre quando a obrigação é positiva, líquida e tem termo certo para o cumprimento; 
D) na mora ex persona é indispensável a notificação do devedor; 
E) o devedor em mora responde pelo caso fortuito e a força maior se este so correrem durante o atraso.
Resposta: LETRA B – A mora pode ser do devedor ou do credor (art. 394 do C.Civ).

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