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QI. APOSTILA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

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PRINCIPAIS TEMAS SOBRE 
IMPROBIDADE 
ADMINSITRATIVA 
 
Prof. Fabrício Bastos 
Promotor de Justiça - MPRJ 
 
 
 
 
 
1 SUJEITOS DO ATO DE IMPROBIDADE 
 
Os sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa são aqueles que praticam o ato ímprobo, 
figurando no polo passivo da ACP por ato de improbidade. São eles: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, 
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo 
anterior. 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo 
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de 
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
Já os sujeitos passivos, são vítimas do ato de improbidade, nos termos do artigo 1º da LIA, podendo 
ser pessoa jurídica de direito público ou privado. Neste último caso, quando o ato de improbidade é 
praticado contra o patrimônio de entidades que recebem benefício público, o autor do ato responderá 
por improbidade administrativa. 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor 
ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, 
de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação 
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento 
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de 
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, 
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas 
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, 
a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres 
públicos. 
Destacam-se alguns julgados: 
 
 
Os agentes políticos municipais se submetem aos ditames da Lei de Improbidade 
Administrativa, sem prejuízo da responsabilização política e criminal estabelecida 
no Decreto-Lei 201/1967. Acórdãos. AgRg no REsp 1425191/CE,Rel. Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,Julgado em 10/03/2015,DJE 
16/03/2015 AgRg no AREsp 353745/RO,Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, 
SEGUNDA TURMA,Julgado em 03/03/2015,DJE 10/03/2015 
 
Improbidade Administrativa: Ministro do STF e Competência O Tribunal, por 
maioria, resolvendo questão de ordem suscitada em petição, firmou sua 
competência para julgar ação por ato de improbidade administrativa ajuizada 
contra atual Ministro do STF, à época Advogado-Geral da União, e outros, na qual 
se lhe imputam a suposta prática dos crimes previstos nos artigos 11, I e II, e 12, 
III, da Lei 8.429/92. Reportando-se à orientação fixada pela Corte na Rcl 2138/DF 
(pendente de publicação), entendeu-se que distribuir competência para juiz de 1º 
grau para julgamento de ministro da Corte quebraria o sistema judiciário como 
um todo. Os Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello 
fizeram ressalvas. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio, relator, que, na linha 
de seu voto na citada reclamação, e salientando estar definida a competência do 
Supremo de forma exaustiva na Constituição (art. 102), considerava ser do juízo 
da 9ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal a competência para o 
processamento e julgamento da ação. Em seguida, o Tribunal, por maioria, 
determinou o arquivamento da petição, em relação ao referido Ministro desta 
Corte, haja vista o fato de ele não mais ocupar o cargo de Advogado-Geral da 
União, e a descida dos autos ao mencionado juízo de 1ª instância, relativamente 
aos demais acusados. Vencido, também nessa parte, o Min. Marco Aurélio que, 
asseverando tratar-se de ação de natureza cível, tendo em conta a ressalva 
contida no art. 37, § 4º, da CF, e reconhecendo a independência das esferas cível, 
penal e administrativa, não extinguia o feito quanto ao Ministro do STF. Pet 3211 
QO/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 13.3.2008. (Pet-3211) 
DIREITO ADMINISTRATIVO. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA LEI DE 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA A ESTAGIÁRIO. O estagiário que atua no 
serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não, está 
sujeito a responsabilização por ato de improbidade administrativa (Lei 
8.429/1992). De fato, o conceito de agente público, constante dos artigos 2º e 3º 
da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), abrange não apenas os 
servidores públicos, mas todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou 
 
 
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer 
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na 
Administração Pública. Assim, na hipótese em análise, o estagiário, que atua no 
serviço público, enquadra-se no conceito legal de agente público preconizado pela 
Lei 8.429/1992. Ademais, as disposições desse diploma legal são aplicáveis 
também àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a 
prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou 
indireta. Isso porque o objetivo da Lei de Improbidade não é apenas punir, mas 
também afastar do serviço público os que praticam atos incompatíveis com o 
exercício da função pública. REsp 1.352.035-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, 
julgado em 18/8/2015, DJe 8/9/2015. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. APLICAÇÃO DA PENA DE 
PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA A MEMBRO DO MP EM AÇÃO DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. É possível, no âmbito de ação civil pública de 
improbidade administrativa, a condenação de membro do Ministério 
Público à pena de perda da função pública prevista no art. 12 da Lei 
8.429/1992. Inicialmente, deve-se consignar que é pacífico o entendimento 
jurisprudencial do STJ no sentido de que a Lei 8.429/1992 é aplicável aos agentes 
políticos, dentre os quais se incluem os magistrados e promotores (REsp 
1.249.531-RN, Segunda Turma, DJe 5/12/2012; REsp 1.205.562-RS, Primeira 
Turma, DJe 17/2/2012; e AIA 30-AM, Corte Especial, DJe 28/9/2011). O fato de a 
LC 75/1993 e a Lei 8.625/1993 preverem a garantia da vitaliciedade aos 
membros do MP e a necessidade de ação judicial para aplicação da pena de 
demissão não induz à conclusão de que estes não podem perder o cargo em razão 
de sentença proferida na ação civil pública por ato de improbidade 
administrativa. Isso porque, conquanto a lei estabeleça a necessidade de ação 
judicial específica para a aplicação da perda do cargo, as hipóteses previstas nas 
referidas normas dizem respeito a fatos apurados no âmbito administrativo, daí 
porque se prevê a necessidade de autorização do Conselho Superior do Ministério 
Público para o ajuizamento da ação judicial (art. 57, XX, da LC 75/1993 e § 2º do 
art. 38 da Lei 8.625/1993). Nesse sentido, a ação civil específica acima 
mencionada em nada interfere nas disposições da Lei 8.429/1992, até mesmo 
porque o § 2º do art. 2º do Decreto-Lei 4.657/1942 (LINDB) dispõe que: "A lei 
nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não 
revoga nem modifica a lei anterior". Com efeito, a previsão legal de que o 
Procurador-Geral de Justiça ou o Procurador-Geral da República ajuizará ação 
 
 
civil específica para a aplicação da pena de demissão ou perda do cargo, nos casos 
elencados na lei, dentre os quais sedestacam a prática de crimes e os atos de 
improbidade, não obsta que o legislador ordinário, cumprindo o mandamento do 
§ 4º do art. 37 da CF, estabeleça a pena de perda do cargo do membro do MP 
quando comprovada a prática de ato ímprobo, em ação civil pública própria para 
sua constatação. Na legislação aplicável aos membros do MP, asseguram-se à 
instituição as providências cabíveis para sancionar o agente comprovadamente 
ímprobo e, nos exatos termos das garantias que prevê, exige o ajuizamento de 
ação judicial específica para tanto. Na nominada Lei de Improbidade 
Administrativa (Lei 8.429/1992), o legislador amplia a legitimação ativa, ao 
prever que a ação será proposta "pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica 
interessada" (art. 17). Não há, portanto, competência exclusiva do Procurador-
Geral. Dessa forma, não há somente uma única via processual adequada à 
aplicação da pena de perda do cargo a membro do MP. Assim, a demissão ou 
perda do cargo por ato de improbidade administrativa (art. 240, V, "b", da LC 
75/1993) não só pode ser determinada por sentença condenatória transitada em 
julgado em ação específica, cujo ajuizamento deve ser provocado por 
procedimento administrativo e é da competência do Procurador-Geral, conforme 
se extrai da Lei 8.429/1992, c/c com o parágrafo único do art. 208 da LC 75/1993, 
como também pode ocorrer em decorrência do trânsito em julgado da sentença 
condenatória proferida em ação civil pública prevista na Lei 8.429/1992. Essa 
conclusão é decorrência lógica do comando inserto no caput do art. 12 da Lei 
8.429/1992: "Independentemente das sanções penais, civis e administrativas 
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade 
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato". REsp 1.191.613-MG, Rel. 
Min. Benedito Gonçalves, julgado em 19/3/2015, DJe 17/4/2015. 
Em resumo: 
 
 
 
 
1.1 Conceito Inelástico 
O alcance da lei de improbidade administrativa sofre algumas restrições, pois o conceito de ato de 
improbidade administrativa, segundo o STJ, deve ser entendido como conceito inelástico, no sentido 
de que o ato deve ser contra a administração pública, conforme decidido no REsp. 1.558.038/PE. 
DIREITO ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E CONDUTA 
DIRECIONADA A PARTICULAR. Não ensejam o reconhecimento de ato de 
improbidade administrativa (Lei 8.429/1992) eventuais abusos 
perpetrados por agentes públicos durante abordagem policial, caso os 
ofendidos pela conduta sejam particulares que não estavam no exercício de 
função pública. O fato de a probidade ser atributo de toda atuação do agente 
público pode suscitar o equívoco interpretativo de que qualquer falta por ele 
praticada, por si só, representaria quebra desse atributo e, com isso, o sujeitaria 
às sanções da Lei 8.429/1992. Contudo, o conceito jurídico de ato de improbidade 
administrativa, por ser circulante no ambiente do direito sancionador, não é 
daqueles que a doutrina chama de elásticos, isto é, daqueles que podem ser 
ampliados para abranger situações que não tenham sido contempladas no 
momento da sua definição. Dessa forma, considerando o inelástico conceito de 
improbidade, vê-se que o referencial da Lei 8.429/1992 é o ato do agente público 
frente à coisa pública a que foi chamado a administrar. Logo, somente se 
classificam como atos de improbidade administrativa as condutas de servidores 
públicos que causam vilipêndio aos cofres públicos ou promovem o 
enriquecimento ilícito do próprio agente ou de terceiros, efeitos inocorrentes na 
hipótese. Assim, sem pretender realizar um transverso enquadramento legal, mas 
SUJEITOS DO ATO DE 
IMPROBIDADE 
Sujeito ATIVO 
(passivo na ACP) 
AGENTES PÚBLICOS 
(art. 2º) 
Beneficiários (diretos 
ou indiretos - art. 3º) 
Sujeito PASSIVO 
(ativo na ACP) 
ENTE da ADM. 
PÚBLICA 
Direta 
Indireta 
Entidade beneficiária 
 
 
apenas descortinar uma correta exegese, verifica-se que a previsão do art. 4º, "h", 
da Lei 4.898/1965, segundo o qual constitui abuso de autoridade "o ato lesivo da 
honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com 
abuso ou desvio de poder ou sem competência legal", está muito mais próxima do 
caso - por regular o direito de representação do cidadão frente a autoridades que, 
no exercício de suas funções, cometerem abusos (art. 1º) -, de modo que não há 
falar-se em incidência da Lei de Improbidade Administrativa. REsp 1.558.038-
PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 27/10/2015, DJe 
9/11/2015. 
1.1.1 Críticas: 
Segundo o Prof. Fabrício Bastos, o raciocínio do STJ não coaduna com os fins da norma: 
a) Na tipologia dos atos de improbidade, nem sempre haverá dano ao erário. A tipicidade 
penal não deve ser trazida para o campo da improbidade, pois o rol dos atos é 
exemplificativo, nos termos dos artigos 9º ao 11. 
b) No âmbito do enriquecimento ilícito, não se traduz em dano ao patrimônio público. 
c) O artigo 11 trata da violação aos princípios da Administração Pública e também não 
representa dano ao erário. 
 
2 CONCEITO DE AGENTE PÚBLICO 
O conceito de agente público é mais amplo que o descrito no artigo 327 do CP, em que o agente 
político pode ser inserido. 
Desse modo, o atente político, segundo a maioria da doutrina e bastante difundida na jurisprudência, 
pode ser responsabilizado por atos de improbidade. 
Pergunta-se: Os chefes do executivo respondem por improbidade e por crime de responsabilidade? 
Existem duas teses sobre a aplicação da LIA e da LCR: 
1ª Corrente: Responde exclusivamente pela Lei de Crimes de Responsabilidade, por aplicação do 
princípio da especialidade e da vedação ao bis in idem – art. 9º da Lei 1.079/50 c/c art. 85, V da CR/88 
– Ato de improbidade é crime de responsabilidade. 
Neste caso, eles consideram que um fato não poderia ser punido por dois regimes sancionatórios, sob 
pena da incidência do bis in idem. 
Essa tese foi encampada pelo STF na Reclamação 2138, por maioria dos votos, vedando-se o bis in 
idem. 
2ª Corrente: São dois regimes sancionatórios diversos, devendo ser aplicados ao mesmo fato. 
 
 
É a tese dominante na doutrina e bastante difundida na jurisprudência: 
 
Os Agentes Políticos sujeitos a crime de responsabilidade, ressalvados os atos 
ímprobos cometidos pelo Presidente da República (art. 86 da CF) e pelos Ministros 
do Supremo Tribunal Federal, não são imunes às sanções por ato de 
improbidade previstas no art. 37, § 4º da CF. Acórdãos REsp 1191613/MG,Rel. 
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 19/03/2015,DJE 
17/04/2015 
 
 PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
EM RECURSO ESPECIAL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELEMENTO 
SUBJETIVO DO TIPO ÍMPROBO. REEXAME DOS REQUISITOS DE 
ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE 
SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS ACÓRDÃOS CONFRONTADOS. APLICAÇÃO DA LEI 
DE IMPROBIDADE AOS AGENTES POLÍTICOS. ACÓRDÃO EMBARGADO EM 
HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SÚMULA 168/STJ. 1. A Corte 
Especial firmou compreensão segundo a qual não cabem embargos de divergência 
com a finalidade de discutir eventual equívoco quanto ao exame dos requisitos de 
admissibilidade de recurso especial, tais como aqueles referentes à deficiência de 
fundamentação, ausência de prequestionamento, ao reexame de provas, à 
necessidade de interpretação de cláusulas contratuais. 2. A jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça é assente quanto à aplicação da Lei de 
Improbidade Administrativa aos agentes políticos. Incidência do óbice da 
súmula 168/STJ. 3. Agravoregimental não provido. (STJ – AgRg EREsp 
1294456/SP) 
 
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE CONTRA 
GOVERNADOR DE ESTADO. DUPLO REGIME SANCIONATÓRIO DOS AGENTES 
POLÍTICOS: LEGITIMIDADE. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: 
RECONHECIMENTO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STJ. PROCEDÊNCIA 
PARCIAL DA RECLAMAÇÃO. 1. Excetuada a hipótese de atos de improbidade 
praticados pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se dá em 
regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma constitucional 
 
 
alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de 
qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4.º. Seria 
incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional 
que impusesse imunidade dessa natureza. 2. Por decisão de 13 de março de 2008, 
a Suprema Corte, com apenas um voto contrário, declarou que “compete ao 
Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra seus membros” (QO 
na Pet. 3.211-0, Min. Menezes Direito, DJ 27.06.2008). Considerou, para tanto, que 
a prerrogativa de foro, em casos tais, decorre diretamente do sistema de 
competências estabelecido na Constituição, que assegura a seus Ministros foro por 
prerrogativa de função, tanto em crimes comuns, na própria Corte, quanto em 
crimes de responsabilidade, no Senado Federal. Por isso, "seria absurdo ou o 
máximo do contrassenso conceber que ordem jurídica permita que Ministro possa 
ser julgado por outro órgão em ação diversa, mas entre cujas sanções está 
também a perda do cargo. Isto seria a desestruturação de todo o sistema que 
fundamenta a distribuição da competência" (voto do Min.Cezar Peluso). 3. Esses 
mesmos fundamentos de natureza sistemática autorizam a concluir, por 
imposição lógica de coerência interpretativa, que norma infraconstitucional não 
pode atribuir a juiz de primeiro grau o julgamento de ação de improbidade 
administrativa, com possível aplicação da pena de perda do cargo, contra 
Governador do Estado, que, a exemplo dos Ministros do STF, também tem 
assegurado foro por prerrogativa de função, tanto em crimes comuns (perante o 
STJ), quanto em crimes de responsabilidade (perante a respectiva Assembleia 
Legislativa). É de se reconhecer que, por inafastável simetria com o que ocorre em 
relação aos crimes comuns (CF, art. 105, I, a), há, em casos tais, competência 
implícita complementar do Superior Tribunal de Justiça. 4. Reclamação 
procedente, em parte. (STJ – Recl 2790-SC dezembro/2009) 
 
Improbidade Administrativa: Ministro do STF e Competência O Tribunal, por 
maioria, resolvendo questão de ordem suscitada em petição, firmou sua 
competência para julgar ação por ato de improbidade administrativa ajuizada 
contra atual Ministro do STF, à época Advogado-Geral da União, e outros, na qual 
se lhe imputam a suposta prática dos crimes previstos nos artigos 11, I e II, e 12, 
III, da Lei 8.429/92. Reportando-se à orientação fixada pela Corte na Rcl 2138/DF 
(pendente de publicação), entendeu-se que distribuir competência para juiz de 1º 
grau para julgamento de ministro da Corte quebraria o sistema judiciário como 
um todo. Os Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello 
fizeram ressalvas. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio, relator, que, na linha 
 
 
de seu voto na citada reclamação, e salientando estar definida a competência do 
Supremo de forma exaustiva na Constituição (art. 102), considerava ser do juízo 
da 9ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal a competência para o 
processamento e julgamento da ação. Em seguida, o Tribunal, por maioria, 
determinou o arquivamento da petição, em relação ao referido Ministro desta 
Corte, haja vista o fato de ele não mais ocupar o cargo de Advogado-Geral da 
União, e a descida dos autos ao mencionado juízo de 1ª instância, relativamente 
aos demais acusados. Vencido, também nessa parte, o Min. Marco Aurélio que, 
asseverando tratar-se de ação de natureza cível, tendo em conta a ressalva 
contida no art. 37, § 4º, da CF, e reconhecendo a independência das esferas cível, 
penal e administrativa, não extinguia o feito quanto ao Ministro do STF. Pet 3211 
QO/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 13.3.2008. (Pet-3211) 
 
Breve resumo, conforme a maioria da doutrina e grande parte da jurisprudência: 
 
3 LITISCONSÓRCIO 
 
Existe litisconsórcio necessário entre o agente público e o particular, que concorre 
de algum modo para a prática do ato ímprobo? 
Segundo o STJ, o particular não responde sozinho por ato de improbidade. Contudo, ele entende que 
não existe litisconsórcio entre agente público e particular. 
A
G
EN
TE
 P
O
LÍ
TI
C
O
 
SUJEITO AO REGIME DE CRIME 
DE RESPONSABILIDADE 
 
EXECUTIVO 
 (detentor de mandato - 
 REsp 949.452/SP) 
Respondem pelo DUPLO 
REGIME 
Dec. Lei 201/67 
 ou L. 1.079/50 
Ato de Improbidade 
Presidente da República só 
responde por C. 
RESPONSABILIDADE 
(art. 85 CR/88) 
NÃO SUJEITO AO REGIME DE 
CRIME DE RESPONSABILIDADE 
LEGISLATIVO 
SIM, respondem por ato de 
improbidade 
Salvo, artigo 29, §3º CR/88 - 
Presidente da Câmara 
 
 
É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa 
exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente 
público no polo passivo da demanda. I. Acórdãos. AgRg no AREsp 
574500/PA,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em 
02/06/2015,DJE 10/06/2015, REsp 1282445/DF,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES 
MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 24/04/2014,DJE 21/10/2014. 
Nas ações de improbidade administrativa, não há litisconsórcio passivo necessário 
entre o agente público e os terceiros beneficiados com o ato ímprobo. Acórdãos: 
AgRg no REsp 1421144/PB,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA 
TURMA, Julgado em 26/05/2015,DJE 10/06/2015. REsp 1261057/SP,Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, Julgado em 05/05/2015,DJE 
 
 
4 TIPOLOGIA DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
A lei de improbidade administrativa trouxe um rol exemplificativo1 dos atos de improbidade 
As sanções por ato de improbidade administrativa estão previstas no artigo 37, §4º e nos incisos I ao 
III do artigo 12. 
 
Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da 
ação penal cabível. 
 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas 
na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às 
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de 
acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). 
 
1
 Fenômeno também chamado de tipicidade aberta 
 
 
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função 
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa 
civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar 
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, 
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja 
sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; 
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou 
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, 
perda da função pública, suspensão dos direitos políticosde cinco a oito anos, 
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de 
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica 
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; 
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da 
função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento 
de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e 
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. 
Observação: 
O artigo 12 prevê a aplicação cumulativa das sanções, mas deve ser casuisticamente e de forma 
fundamentada, nos termos do artigo 489, §1º c/c art. 492 do NCPC (legitimidade argumentativa – 
maior ônus do magistrado ao fundamentar as suas decisões). 
 
O princípio da congruência é aplicado na Ação Civil Pública por ato de improbidade 
administrativa? 
O juiz não está vinculado ao pedido de aplicação das sanções da LIA, constante da inicial, mas deve 
fundamentar suas decisões. Nesse sentido, o STJ: 
O magistrado não está obrigado a aplicar cumulativamente todas as penas 
previstas no art. 12 da Lei 8.429/92, podendo, mediante adequada 
fundamentação, fixá-las e dosá-las segundo a natureza, a gravidade e as 
consequências da infração. AgRg no AREsp 538656/SE,Rel. Ministro NAPOLEÃO 
 
 
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 23/06/2015,DJE 05/08/2015. 
AgRg no AREsp 239300/BA,Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, 
Julgado em 24/03/2015,DJE 01/07/2015 
5 RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE 
 
Aplica-se a responsabilidade objetiva aos atos de improbidade? 
No âmbito da improbidade, afasta-se de forma peremptória a responsabilidade objetiva, significa 
dizer que o elemento subjetivo deve ser investigado. 
É inadmissível a responsabilidade objetiva na aplicação da Lei 8.429/1992, 
exigindo- se a presença de dolo nos casos dos arts. 9º e 11 (que coíbem o 
enriquecimento ilícito e o atentado aos princípios administrativos, 
respectivamente) e ao menos de culpa nos termos do art. 10, que censura os atos 
de improbidade por dano ao Erário. I. Acórdãos: AgRg no REsp 
1500812/SE,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA 
TURMA,Julgado em 21/05/2015,DJE 28/05/2015; AgRg no REsp 968447/PR,Rel. 
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 
16/04/2015,DJE 18/05/2015; REsp 1238301/MG,Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, 
PRIMEIRA TURMA, Julgado em 19/03/2015,DJE 04/05/2015; AgRg no AREsp 
597359/MG,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em 
16/04/2015,DJE 22/04/2015; REsp 1478274/MT,Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em 03/03/2015,DJE 31/03/2015 
A tese dominante é a do dolo genérico. Assim, não precisa demonstrar o especial fim de agir. 
O ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei 8.429/92 não 
requer a demonstração de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, mas exige 
a demonstração de dolo, o qual, contudo, não necessita ser específico, sendo 
suficiente o dolo genérico. Acórdãos AgRg nos EDcl no AREsp 033898/RS,Rel. 
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 02/05/2013,DJE 
09/05/2013; REsp 1275469/SP,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. 
p/ Acórdão Ministro SÉRGIO KUKINA,PRIMEIRA TURMA,Julgado em 12/02/2015, 
DJE 09/03/2015; AgRg no AREsp 562250/GO,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 
SEGUNDA TURMA, Julgado em 19/05/2015,DJE 05/08/2015; AgRg no AREsp 
560613/ES, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, Julgado em 
20/11/2014 , DJE 09/12/2014, AgRg no REsp 1500812/SE,Rel. Ministro MAURO 
 
 
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,Julgado em 21/05/2015,DJE 
28/05/2015 
 
6 REGIME JURÍDICO DA PRESCRIÇÃO 
a) A prescrição consiste no instituto que obsta o exercício da pretensão. No âmbito da 
improbidade administrativa não há incidência da prescrição nas ações que buscam o 
ressarcimento ao erário, nos termos do §5º do artigo 37 da CR/88: 
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por 
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as 
respectivas ações de ressarcimento. 
No mesmo sentido, STJ: 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE. LEGITIMIDADE. MP. Trata-se de recurso 
especial em que se questiona a legitimidade do Ministério Público para a 
propositura de ação civil pública por ato de improbidade administrativa, bem 
como a imprescritibilidade do prazo para o ajuizamento de tal ação. A Turma 
reiterou o entendimento de que o Ministério Público é legítimo para ajuizar ação 
civil pública por ato de improbidade administrativa e, sendo essa ação de caráter 
ressarcitório, é imprescritível. Ressalte-se que a distinção entre interesse público 
primário e secundário não se aplica ao caso. O reconhecimento da legitimação 
ativa encarta-se no próprio bloco infraconstitucional de atores processuais a 
quem se delegou a tutela dos valores, princípios e bens ligados ao conceito 
republicano. Precedentes citados do STF: MS 26.210-DF, DJ 10/10/2008; do STJ: 
REsp 1.003.179-RO, DJ 18/8/2008; REsp 861.566-GO, DJ 23/4/2008; REsp 
764.278-SP, DJ 28/5/2008; REsp 705.715-SP, DJ 14/5/2008, e REsp 730.264-
RS. REsp 1.069.723-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 19/2/2009. 
 
b) O prazo para a incidência da prescrição nas ações coletivas é de 5 anos, nos termos dos 
artigos 27 do CDC, Art. 21 da LAP, artigo 25, LAC, artigo 23, LIA. 
Por outro lado, em recente julgamento o STF entendeu que em se tratando de lesão ao erário 
decorrente de ilícito civil (não oriunda de ato de improbidade), o prazo é de 5 anos. 
 
 
Ementa: CONSTITUCIONAL E CIVIL. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. 
IMPRESCRITIBILIDADE. SENTIDO E ALCANCE DO ART. 37, § 5º, DA 
CONSTITUIÇÃO. 1. É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública 
decorrente de ilícito civil. 2. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 
669069, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 
03/02/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-082 
DIVULG 27-04-2016 PUBLIC 28-04-2016) 
c) A propositura da ação coletiva INTERROMPE a prescrição para as ações individuais. 
d) Tese da imprescritibilidade nas ações essencialmente coletivas (tese doutrinárias 
dominante) 
e) Início flexível da contagem do prazo: No âmbito LIA não se aplica o artigo 189 do CC, 
pois o conhecimento do fato e da autoria são os marcos da contagem do prazo 
prescricional, nos termos do artigo 27 do CDC c/c artigo 25 da LAC. 
 
f) Causa interruptiva: Segundo o artigo 202, I do CC, art. 240, CPC, art. 8º da LEF e art. 174, 
parágrafo único do CTN, o ato que ordena a citação (despacho liminar positivo) 
interrompe a prescrição. No entanto, segundo o STJ, a propositura da ação de 
improbidade interrompe a prescrição. 
 
A ausência de notificação não gera nulidade. 
A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no art. 17, § 7º, da 
Lei de Improbidade Administrativa, só acarreta nulidade processual se houver 
comprovado prejuízo (pas de nullité sans grief). I. Acórdãos. EREsp 
1008632/RS,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA 
SEÇÃO,Julgado em 11/02/2015,DJE 09/03/2015; AgRg no REsp 1336055/GO,Rel. 
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,Julgado em 10/06/2014,DJE 
14/08/2014; REsp 1101585/MG,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
Rel. p/ Acórdão Ministro BENEDITO GONÇALVES,PRIMEIRA TURMA,Julgado em 
21/11/2013,DJE 25/04/2014;A presença de meros indícios implica no recebimento da inicial, pois nessa fase, in dubio pro societate. 
 
 
 
A presença de indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o recebimento 
fundamentado da petição inicial nos termos do art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 
8.429/92, devendo prevalecer, no juízo preliminar, o princípio do in dubio pro 
societate. Acórdãos AgRg no AREsp 604949/RS,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, 
SEGUNDA TURMA,Julgado em 05/05/2015,DJE 21/05/2015. AgRg no REsp 
1466157/MG,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA 
TURMA,Julgado em 18/06/2015,DJE 26/06/2015. 
 
Sobre a imprescritibilidade do ressarcimento ao erário por ato de improbidade: 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE. LEGITIMIDADE. MP. Trata-se de recurso 
especial em que se questiona a legitimidade do Ministério Público para a 
propositura de ação civil pública por ato de improbidade administrativa, bem 
como a imprescritibilidade do prazo para o ajuizamento de tal ação. A Turma 
reiterou o entendimento de que o Ministério Público é legítimo para ajuizar ação 
civil pública por ato de improbidade administrativa e, sendo essa ação de caráter 
ressarcitório, é imprescritível. Ressalte-se que a distinção entre interesse público 
primário e secundário não se aplica ao caso. O reconhecimento da legitimação 
ativa encarta-se no próprio bloco infraconstitucional de atores processuais a 
quem se delegou a tutela dos valores, princípios e bens ligados ao conceito 
republicano. Precedentes citados do STF: MS 26.210-DF, DJ 10/10/2008; do STJ: 
REsp 1.003.179-RO, DJ 18/8/2008; REsp 861.566-GO, DJ 23/4/2008; REsp 
764.278-SP, DJ 28/5/2008; REsp 705.715-SP, DJ 14/5/2008, e REsp 730.264-
RS. REsp 1.069.723-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 19/2/2009. 
A eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade 
administrativa não obsta o prosseguimento da demanda quanto ao pleito 
de ressarcimento dos danos causados ao erário, que é imprescritível (art. 
37, § 5º da CF). I. Acórdãos. AgRg no AREsp 663951/MG,Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em 14/04/2015,DJE 
20/04/2015 
g) Termo inicial para contagem do prazo de 5 anos: artigo 23 da LIA. 
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem 
ser propostas: 
 
 
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão 
ou de função de confiança; 
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas 
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de 
exercício de cargo efetivo ou emprego. 
III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação 
de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. 
 Com relação ao término do mandato, o STJ e a doutrina entendem que o prazo é contado do 
termino do segundo mandato, pois o TSE entende como se fosse um único mandato. 
No caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo prescricional nas 
ações de improbidade administrativa deve ser contado a partir do término do 
último mandato. I. Acórdãos. AgRg no AREsp 161420/TO,Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em 03/04/2014,DJE 
14/04/2014 
 
A contagem do prazo quando há particular e o agente titular de mandato eletivo, o prazo é contado 
de igual forma para os dois. 
O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a 
particulares que se beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente 
público que praticou a ilicitude. I. Acórdãos. AgRg no REsp 1510589/SE,Rel. 
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 26/05/2015,DJE 
10/06/2015. REsp 1433552/SP,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA 
TURMA, Julgado em 25/11/2014,DJE 05/12/2014 
 
Os tribunais superiores não reconhecem a aplicação do princípio da insignificância para os atos de 
improbidade administrativa. (MS 15917) 
 
 
 
7 COMPETÊNCIA 
Em se tratando de competência, a regra aplicável é ratione locci, nos termos dos artigos 2º da LACP e 
artigo 93 do CDC, tendo em vista que, considerando a omissão da LIA, aplica-se o microssistema da 
tutela coletiva: 
 
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o 
dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. 
 Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa 
a justiça local: 
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; 
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de 
âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil 
aos casos de competência concorrente. 
Nesse sentido, o STJ: 
PROCESSO CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DE PRIMEIRO GRAU 
PARA JULGAMENTO DE MAGISTRADOS EM AÇÃO DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. 
1. O Supremo Tribunal Federal, por meio da ADI 2.797, declarou a 
inconstitucionalidade dos parágrafos 1º e 2º do art. 84 do CPP, acrescidos por 
força da Lei n. 10.628/02. Assim, não é possível se conhecer da alegação de 
malferimento ao referido dispositivo, já que desvencilhado do ordenamento 
pátrio. 
2. "As prerrogativas de foro, pelo privilégio que, de certa forma, conferem, não 
devem ser interpretadas ampliativamente, numa Constituição que pretende tratar 
igualmente os cidadãos comuns". (Inq. 687/SP, Tribunal do Pleno, Rel. Min. Sydney 
Sanches, julgado em 25.8.1999.). 
3. Ante o princípio da igualdade, é inadmissível a interpretação ampliativa da Lei 
n. 1.079/1950 de modo a abrigar autoridades não constantes daquelas 
especificamente previstas. 
 
 
4. Cogente as normas que determinam a competência juízo de primeiro grau, não 
há que se cogitar em extinção do processo. 
Recurso especial provido. (REsp 1138173/RN, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 23/06/2015, DJe 30/06/2015) 
7.1 Agente Público detentor de foro por prerrogativa de função na seara penal 
 
No que tange ao foro competente para julgamento de atos ímprobos praticados por agentes públicos 
detentores de foro por prerrogativa de função na seara penal, há duas teses: 
1ª Tese: Regras do foro por prerrogativa é aplicável na improbidade: Defendem que esse foro na 
esfera penal dever ser estendido para a esfera da improbidade para manter a homogeneidade do 
sistema sancionatório. O STJ já decidiu nesse sentido. 
Importante salientar que, em se tratando de sanção de perda do cargo, devem-se observar as regras 
pertinentes. A título de exemplo, no caso de Governador, a perda da função pela prática de crime (art. 
92 do CP) é julgada pelo STJ. Aplicando-se o mesmo raciocínio para a sanção da perda da função no 
âmbito da improbidade, o STJ será competente para julgar o Governador em caso de Improbidade, 
com a possibilidade de perda do cargo. 
 CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE CONTRA 
GOVERNADOR DE ESTADO. DUPLO REGIME SANCIONATÓRIO DOS AGENTES 
POLÍTICOS: LEGITIMIDADE. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: 
RECONHECIMENTO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STJ. PROCEDÊNCIA 
PARCIAL DA RECLAMAÇÃO. 1. Excetuada a hipótese de atos de improbidade 
praticados pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se dá em 
regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma constitucional 
alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de 
qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4.º. Seria 
incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional 
que impusesse imunidade dessa natureza. 2. Por decisãode 13 de março de 2008, 
a Suprema Corte, com apenas um voto contrário, declarou que “compete ao 
Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra seus membros” (QO 
na Pet. 3.211-0, Min. Menezes Direito, DJ 27.06.2008). Considerou, para tanto, que 
a prerrogativa de foro, em casos tais, decorre diretamente do sistema de 
competências estabelecido na Constituição, que assegura a seus Ministros foro por 
prerrogativa de função, tanto em crimes comuns, na própria Corte, quanto em 
crimes de responsabilidade, no Senado Federal. Por isso, "seria absurdo ou o 
máximo do contrassenso conceber que ordem jurídica permita que Ministro possa 
 
 
ser julgado por outro órgão em ação diversa, mas entre cujas sanções está 
também a perda do cargo. Isto seria a desestruturação de todo o sistema que 
fundamenta a distribuição da competência" (voto do Min.Cezar Peluso). 3. Esses 
mesmos fundamentos de natureza sistemática autorizam a concluir, por 
imposição lógica de coerência interpretativa, que norma 
infraconstitucional não pode atribuir a juiz de primeiro grau o julgamento 
de ação de improbidade administrativa, com possível aplicação da pena de 
perda do cargo, contra Governador do Estado, que, a exemplo dos Ministros do 
STF, também tem assegurado foro por prerrogativa de função, tanto em crimes 
comuns (perante o STJ), quanto em crimes de responsabilidade (perante a 
respectiva Assembleia Legislativa). É de se reconhecer que, por inafastável 
simetria com o que ocorre em relação aos crimes comuns (CF, art. 105, I, a), 
há, em casos tais, competência implícita complementar do Superior 
Tribunal de Justiça. 4. Reclamação procedente, em parte. (STJ – Recl 2790-SC 
dezembro/2009) 
 
2ª Tese: Prevalece o entendimento de que é inaplicável ao ato de improbidade as regras do foro por 
prerrogativa de função. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO, CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. FORO 
POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO NAS AÇÕES DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. Os Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados não 
possuem foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade 
administrativa. Isso porque, ainda que o agente político tenha prerrogativa de 
foro previsto na CF quanto às ações penais ou decorrentes da prática de crime de 
responsabilidade, essa prerrogativa não se estende às ações de improbidade 
administrativa. AgRg na Rcl 12.514-MT, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 
16/9/2013. (Info 527) 
 
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. DEMISSÃO 
DO SERVIÇO PÚBLICO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. NÃO 
OCORRÊNCIA. CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES 
DO STF E DO STJ. PAD. PORTARIA DE INAUGURAÇÃO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. 
CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. IMPROBIDADE 
 
 
ADMINISTRATIVA. DEMISSÃO. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PROVA NA SEARA 
ADMINISTRATIVA. DILAÇÃO PROBATÓRIA. NECESSIDADE. 1. Trata-se de 
mandado de segurança impetrado contra suposto ato ilegal do Exmº. Sr. Ministro 
de Estado da Justiça, consubstanciado na Portaria/MJ nº 732, publicada no DOU 
de 4/5/11, que em face do restou apurado nos autos do PAD 
08.650.002676/2005-16, aprovou o Parecer nº 
119/2010/CIP/CAD/CGJUDI/CONJUR/MJ, aplicando ao Impetrante a pena de 
cassação de aposentadoria do cargo de Policial Rodoviário Federal do Quadro de 
Pessoal do Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Ministério da Justiça, 
pelo enquadramento nas infrações disciplinares previstas nos arts. 117, IX e XI, 
132, IV e VI, da Lei 8.112/90. 2. "A prescrição da sanção administrativa para o 
ilícito de mesma natureza se regula pelo prazo prescricional previsto na Lei Penal 
(art. 142, § 2º, da Lei 8.112/90)" (REsp 1234317/RS, Rel. Min. MAURO CAMPBELL 
MARQUES, Segunda Turma, DJe 31/3/11). 3. Hipótese em que, nos termos do art. 
109, III, do Código Penal, o prazo prescricional na espécie é de 12 (doze) anos, 
uma vez que os fatos apurados na esfera administrativa também deram ensejo à 
instauração de processo criminal ao fim do qual o Impetrante foi condenado a 
pena de reclusão de 7 (sete) anos e 8 (oito) meses. 4. "O Pleno do Supremo 
Tribunal Federal já se manifestou pela constitucionalidade da penalidade 
administrativa de cassação de aposentadoria, tendo em vista o disposto no artigo 
41, parágrafo 1º, da Constituição da República (cf. MS 21.948/DF, Relator 
Ministro Néri da Silveira, in DJ 7/12/95)" (MS 7.795/DF, Rel. Min. HAMILTON 
CARVALHIDO, Terceira Seção, DJ 24/6/02). 5. "A portaria de instauração do 
processo disciplinar que faz referências genéricas aos fatos imputados ao servidor, 
deixando de expô-los minuciosamente, não enseja a nulidade do processo, tendo 
em vista que tal exigência deve ser observada apenas na fase de indiciamento, 
após a instrução." (MS 12.720/DF, Rel. Min. FELIX FISCHER, Terceira Seção, DJe 
30/4/08). 6. Mostra-se incabível o acolhimento de teses de cerceamento de defesa 
arguidas de forma genérica. Documento: 45520656 - EMENTA / ACORDÃO - Site 
certificado - DJe: 09/06/2015 Página 1 de 2 Superior Tribunal de Justiça 7. A 
utilização, pela Comissão Processante, do Manual de Treinamento em Processo 
Administrativo Disciplinar da CGU, de 2007, não viola o princípio da 
irretroatividade das leis, haja vista que não se trata de lei, mas de obra 
doutrinária que tem por escopo "apresentar as normas, técnicas e práticas acerca 
da condução do processo administrativo disciplinar em sede federal, com o 
enfoque no rito processual da Lei nº 8.112, de 11/12/90". 8. O direito líquido e 
certo é o que resulta de fato certo, ou seja, é aquele capaz de ser comprovado de 
plano, por documentação inequívoca. A impetração não pode fundamentar-se, 
consoante lição de Alexandre de Morais, "em simples conjecturas ou em alegações 
que dependam de dilação probatória incompatível com o procedimento do 
 
 
mandado de segurança" (Direito Constitucional , 15ª ed., São Paulo: Atlas, 2004, p. 
167). 9. A alegação genérica formulada pelo Impetrante acerca de uma suposta 
inexistência de provas da prática das condutas a ele imputadas no PAD não é 
suficiente para afastar as conclusões formuladas no relatório final da Comissão 
Processante, uma vez que estas são corroboradas pelo conjunto probatório dos 
autos administrativos, formado não apenas pelas conversas telefônicas por ele 
travadas, interceptadas por ordem judicial, mas também por depoimentos 
colhidos durante a instrução do processo administrativo. Nesse contexto, a 
impugnação dessas provas demandaria dilação probatória. 10. Mandado de 
segurança denegado. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, 
nos termos da Súmula 105/STJ. (MS 017537/DF,Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES 
LIMA, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,PRIMEIRA 
SEÇÃO,Julgado em 11/03/2015,DJE 09/06/2015) 
 
 
PROCESSO CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DE PRIMEIRO GRAU 
PARA JULGAMENTO DE MAGISTRADOS EM AÇÃO DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA. 
1. O Supremo Tribunal Federal, por meio da ADI 2.797, declarou a 
inconstitucionalidade dos parágrafos 1º e 2º do art. 84 do CPP, acrescidos por 
força da Lei n. 10.628/02. Assim, não é possível se conhecer da alegação de 
malferimento ao referido dispositivo, já que desvencilhado do ordenamento 
pátrio. 
2. "As prerrogativas de foro, pelo privilégio que, de certa forma, conferem, não 
devem ser interpretadas ampliativamente, numa Constituição que pretende tratar 
igualmente os cidadãos comuns". (Inq. 687/SP, Tribunal do Pleno, Rel. Min. Sydney 
Sanches, julgado em 25.8.1999.). 
3. Ante o princípio da igualdade, é inadmissível a interpretação ampliativa da Lei 
n. 1.079/1950 de modo a abrigarautoridades não constantes daquelas 
especificamente previstas. 
4. Cogente as normas que determinam a competência juízo de primeiro grau, não 
há que se cogitar em extinção do processo. Recurso especial provido. (REsp 
 
 
1138173/RN, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 
23/06/2015, DJe 30/06/2015 
 
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE CONTRA 
GOVERNADOR DE ESTADO. DUPLO REGIME SANCIONATÓRIO DOS AGENTES 
POLÍTICOS: LEGITIMIDADE. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: 
RECONHECIMENTO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STJ. PROCEDÊNCIA 
PARCIAL DA RECLAMAÇÃO. 1. Excetuada a hipótese de atos de improbidade 
praticados pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se dá em 
regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma constitucional 
alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de 
qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4.º. Seria 
incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional 
que impusesse imunidade dessa natureza. 2. Por decisão de 13 de março de 2008, 
a Suprema Corte, com apenas um voto contrário, declarou que “compete ao 
Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra seus membros” (QO 
na Pet. 3.211-0, Min. Menezes Direito, DJ 27.06.2008). Considerou, para tanto, que 
a prerrogativa de foro, em casos tais, decorre diretamente do sistema de 
competências estabelecido na Constituição, que assegura a seus Ministros foro por 
prerrogativa de função, tanto em crimes comuns, na própria Corte, quanto em 
crimes de responsabilidade, no Senado Federal. Por isso, "seria absurdo ou o 
máximo do contrassenso conceber que ordem jurídica permita que Ministro possa 
ser julgado por outro órgão em ação diversa, mas entre cujas sanções está 
também a perda do cargo. Isto seria a desestruturação de todo o sistema que 
fundamenta a distribuição da competência" (voto do Min.Cezar Peluso). 3. Esses 
mesmos fundamentos de natureza sistemática autorizam a concluir, por 
imposição lógica de coerência interpretativa, que norma 
infraconstitucional não pode atribuir a juiz de primeiro grau o julgamento 
de ação de improbidade administrativa, com possível aplicação da pena de 
perda do cargo, contra Governador do Estado, que, a exemplo dos Ministros do 
STF, também tem assegurado foro por prerrogativa de função, tanto em crimes 
comuns (perante o STJ), quanto em crimes de responsabilidade (perante a 
respectiva Assembleia Legislativa). É de se reconhecer que, por inafastável 
simetria com o que ocorre em relação aos crimes comuns (CF, art. 105, I, a), 
há, em casos tais, competência implícita complementar do Superior 
Tribunal de Justiça. 4. Reclamação procedente, em parte. (STJ – Recl 2790-SC 
dezembro/2009) 
 
 
 
Improbidade Administrativa - Ação Civil - Competência do Magistrado de 
Primeiro Grau (Transcrições) RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO. EMENTA: 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AÇÃO CIVIL. LITISCONSORTE PASSIVO QUE 
ERA, À ÉPOCA DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL, JUIZ INTEGRANTE DE 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. PRETENDIDO RECONHECIMENTO DA 
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, POR EFEITO 
DO QUE DISPÕE O ART. 105, I, “a”, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, c/c A LEI 
Nº 10.628/2002. INADMISSIBILIDADE. DECLARAÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, EM SEDE DE 
CONTROLE ABSTRATO, DA LEI Nº 10.628/2002 (ADI 2.797/DF). COMPETÊNCIA 
DE MAGISTRADO DE PRIMEIRO GRAU. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO 
EM PARTE E, NESSA PARTE, IMPROVIDO. - Compete, ao magistrado de primeira 
instância, processar e julgar ação civil de improbidade administrativa, ainda que 
ajuizada contra autoridade pública que dispõe, nas infrações penais comuns, 
perante qualquer Tribunal judiciário, mesmo que se trate de Tribunal Superior da 
União ou que se cuide do próprio Supremo Tribunal Federal, de prerrogativa de 
foro “ratione muneris”. Doutrina. Precedentes. (STF - RE 439723/SP* - Info 572) 
7.2 Observações importantes: 
7.2.1 Ministros do STF: 
O Supremo Tribunal Federal é competente para julgar os atos de improbidade praticados pelos seus 
ministros. 
7.2.2 Crime de Responsabilidade praticado por Governador 
Nos termos da CR/88, compete ao Senado Federal o Julgamento do Presidente por crimes de 
responsabilidade. No âmbito estadual, algumas constituições preveem que a Assembleia Legislativa é 
competente para julgar os crimes de responsabilidade praticados por Governador, sob o argumento 
do princípio da simetria. 
No entanto, encontra-se pendente de julgamento a ADI 4728, que tem por objeto a 
inconstitucionalidade dos dispositivos que consagram a competência do legislativo para julgar os 
crimes de responsabilidade. 
No precedente tem por objeto a competência para julgamento do crime de responsabilidade praticado 
por Governador. A discussão também passou pelo ato de improbidade, mas o professor focará no 
crime de responsabilidade. 
Em algumas constituições estaduais, pelo princípio da simetria, o processo e julgamento desse ato 
ocorre na Assembleia legislativa, espelhando-se na CR/88 artigo 52 e prefeitos são julgados pela 
Câmara Legislativa. 
 
 
O Supremo foi instado a se manifestar sobre a constitucionalidade das constituições que aplicam o 
princípio da simetria e definiu que o artigo 78, §3º da Lei 1.079/50, deve ser observado, sendo 
competente o Tribunal Especial para julgamento dos governadores, conforme inteligência do artigo 
78, §3º da Lei 1.079/50: 
Art. 78. O Governador será julgado nos crimes de responsabilidade, pela forma que 
determinar a Constituição do Estado e não poderá ser condenado, senão à perda 
do cargo, com inabilitação até cinco anos, para o exercício de qualquer função 
pública, sem prejuízo da ação da justiça comum. 
§ 3º Nos Estados, onde as Constituições não determinarem o processo nos crimes 
de responsabilidade dos Governadores, aplicar-se-á o disposto nesta lei, devendo, 
porém, o julgamento ser proferido por um tribunal composto de cinco membros 
do Legislativo e de cinco desembargadores, sob a presidência do Presidente do 
Tribunal de Justiça local, que terá direito de voto no caso de empate. A escolha 
desse Tribunal será feita - a dos membros do legislativo, mediante eleição pela 
Assembleia: a dos desembargadores, mediante sorteio. 
 
Da leitura do referido artigo, observa-se o que o Tribunal Especial, chamado de híbrido, misto ou 
excepcional, é composto por 5 Deputados, mediante eleição, e 5 Desembargadores, mediante sorteio e 
a presidência fica a cargo do Presidente do Tribunal de Justiça. 
Destaca-se que, para o Ministro Marco Aurélio, o Tribunal Especial é inconstitucional porque viola a 
vedação constitucional ao tribunal de exceção (ex post factum), ou seja, é instalado após a prática do 
fato. 
 
 
8 MEDIDAS CAUTELARES ESPECÍFICAS 
 
As medidas cautelares de indisponibilidade de bens e afastamento do agente são chamadas de 
específicas porque tem aplicação somente no âmbito da ação de improbidade administrativa. 
8.1 Contextualização das Medidas Cautelares da LIA com o NCPC 
 Extinção dos procedimentos cautelares específicos ou especiais – cuidado: não houve extinção 
das medidas cautelares; somente os procedimentos cautelares específicos foram extintos; 
 Art. 301 prevê as medidas cautelares específicas, devendo a leitura ser em conjunto com o art. 
139, IV (poderes do juiz – determinar todas as medidas para o cumprimento da ordem 
judicial): 
 
 
 Art. 305 c/c 307 e 308 – não há necessidade do ajuizamento de duas ações. 
O CPC/73, em seus artigos 801, III, 806 e 808, I, era necessária a propositura da medida cautelare 
efetivada tal medida, era necessário o ajuizamento da ação principal, no prazo de 30 dias, da 
efetivação da medida. 
O NCPC prevê o requerimento da tutela cautelar de forma antecedente e sendo efetivada, abre-se 
prazo para o aditamento à inicial. Contudo, o artigo 17 da LIA prevê o ajuizamento de duas ações. 
Diante disso, surgiram duas teses sobre a sua aplicação. 
1ª Tese: de acordo com as regras de aplicação das normas de direito brasileiro, a Norma Geral pode 
revogar a especial quando retirar-lhe o fundamento de validade. Logo, é possível aplicação do NCPC 
no âmbito das medidas cautelares da improbidade administrativa. 
2ª Tese: permanência do artigo 17 da LIA, com base no artigo 1.046, §2º do NCPC, aplicando-se 
supletivamente o NCPC. 
 
8.2 Indisponibilidade de bens (art. 7º da LIA) 
 
A indisponibilidade de bens é uma tutela de evidência, dispensando-se a demonstração do periculum 
in mora, tendo em vista que o STJ o considera presumido, sendo necessária a presença do fumus boni 
iuris. 
ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE 
BENS. PRESENÇA DO FUMUS BONI IURIS. COMPROVAÇÃO DE EFETIVA 
DILAPIDAÇÃO PATRIMONIAL. DESNECESSIDADE. PERICULUM IN MORA 
PRESUMIDO. AGRAVO NÃO PROVIDO. 
1. Cuida-se, na origem, de Ação de Improbidade Administrativa proposta pela 
União contra os ora recorridos objetivando a condenação por ato ímprobo, em 
razão de supostas irregularidades verificadas em processo licitatório, consistentes 
na frustração do caráter competitivo do certame, relativamente ao Convênio n° 
830/2000 firmado entre o Município de Altamira/PA e a União/Ministério da 
Saúde/Fundo Nacional de Saúde, cujo objeto consistiu na aquisição de um veículo 
novo, tipo ônibus, a fim de servir ao Sistema Único de Saúde. 
2. O Juiz de 1º Grau indeferiu o pedido liminar de indisponibilidade de bens, e 
desta decisão foi interposto o presente Agravo de Instrumento pelo Parquet 
Federal. 
3. O Tribunal a quo negou provimento ao Agravo de Instrumento do ora 
recorrente e assim consignou: "No caso específico dos presentes autos, embora 
 
 
tenha vislumbrado fumus boni iuris, notadamente na vasta documentação às fls. 
25/275, que dá notícia de supostas irregularidades verificadas em processo 
licitatório, consistentes na frustração do caráter competitivo do certame," (fl.96, 
grifo acrescentado). 
4. Como bem destacado pelo Parquet Federal no seu parecer, o Juiz de 1º Grau 
reconheceu a existência do fumus bonis iuris às fls. 96. 
5. Assim, no específico caso dos autos, não há como fugir ao decreto da 
indisponibilidade, uma vez que, estando dispensada a prova da dilapidação 
patrimonial ou de sua iminência, o registro da presença do fumus boni iuris é 
suficiente para autorizar a medida constritiva. 
6. Informa o ora agravante que o Juiz de 1º Grau julgou procedente o pedido na 
Ação de Improbidade Administrativa, neste caso, com mais razão deve ser 
decretada a indisponibilidade dos bens, pois confirmou-se a existência do fumus 
bonis iuris. 
7. No mais, quanto à necessidade de rever as premissas fáticas firmadas pela 
instância ordinária, para a aferição da existência do perigo da demora, esclareço 
que isso não é necessário, pois o periculum in mora é presumido. Jurisprudência 
do STJ quanto à decretação da indisponibilidade dos bens e periculum in mora 
presumido. 
8. É firme o entendimento no STJ, de que a decretação de indisponibilidade dos 
bens não se condiciona à comprovação de dilapidação efetiva ou iminente de 
patrimônio, porquanto visa, justamente, a evitar dilapidação patrimonial futura. 
Nesse sentido: Recurso Especial Repetitivo 1.366.721/BA, Rel. Ministro Napoleão 
Nunes Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Ministro Og Fernandes, Primeira Seção, DJe 
19.9.2014; AgRg no REsp 1.314.088/DF, (...) REsp 1.373.705/MG, Rel. Ministro 
Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 25/9/2013; e REsp 1.319.484/SP, Rel. 
Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20.6.2014. 9 . Agravo 
Regimental não provido. (AgRg no REsp 1460770/PA, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/05/2015, DJe 21/05/2015) 
 
É possível a decretação da indisponibilidade de bens do promovido em ação civil 
Pública por ato de improbidade administrativa, quando ausente (ou não 
demonstrada) a prática de atos (ou a sua tentativa) que induzam a conclusão de 
risco de alienação, oneração ou dilapidação patrimonial de bens do acionado, 
 
 
dificultando ou impossibilitando o eventual ressarcimento futuro. III. Acórdãos 
AgRg no AREsp 460279/MS,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA 
TURMA,Julgado em 07/10/2014,DJE 27/11/2014. REsp 1197444/RJ,Rel. Ministro 
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 27/08/2013,DJE 
05/09/2013 
Os bens impenhoráveis não podem ser objeto de indisponibilidade de bens: 
A indisponibilidade de bens prevista na LIA pode alcançar tantos bens quantos 
necessários a garantir as consequências financeiras da prática de improbidade, 
excluídos os bens impenhoráveis assim definidos por lei. Acórdãos. AgRg no AREsp 
436929/RS,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 
21/10/2014,DJE 31/10/2014; REsp 1461892/BA,Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em 17/03/2015,DJE 06/04/2015 
Até o bem de família pode ser objeto de medida de indisponibilidade: 
Os bens de família podem ser objeto de medida de indisponibilidade prevista na 
Lei de Improbidade Administrativa, uma vez que há apenas a limitação de 
eventual alienação do bem. Acórdãos: REsp 1461882/PA,Rel. Ministro SÉRGIO 
KUKINA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 05/03/2015,DJE 12/03/2015, REsp 
1260731/RJ,Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, Julgado em 
19/11/2013,DJE 29/11/2013, AgRg no REsp 956039/PR,Rel. Ministro FRANCISCO 
FALCÃO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 03/06/2008,DJE 07/08/2008 
Os bens anteriores à prática do ato podem se tornar indisponíveis. 
Na ação de improbidade, a decretação de indisponibilidade de bens pode recair 
sobre aqueles adquiridos anteriormente ao suposto ato, além de levar em 
consideração, o valor de possível multa civil como sanção autônoma. Acórdãos 
REsp 1461892/BA,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado 
em 17/03/2015,DJE 06/04/2015. REsp 1461882/PA,Rel. Ministro SÉRGIO 
KUKINA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 05/03/2015,DJE 12/03/2015. 
 
 
 
 
8.3 Afastamento cautelar do agente público (art. 20 da LIA) 
 
Segundo o STJ, o afastamento cautelar não deve ser superior a 180 dias, pois trata-se de medida 
excepcional. 
O afastamento cautelar do agente público de seu cargo, previsto no parágrafo 
único, do art. 20, da Lei n. 8.429/92, é medida excepcional que pode perdurar por 
até 180 dias. AgRg na SLS 001957/PB,Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, CORTE 
ESPECIAL,Julgado em 17/12/2014,DJE 09/03/2015; Rcl 009706/MG,Rel. Ministro 
FELIX FISCHER, CORTE ESPECIAL, Julgado em 21/11/2012,DJE 06/12/2012 MC 
019214/PE,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, Julgado em 
13/11/2012,DJE 20/11/2012; AgRg na SLS 001498/RJ, Rel. Ministro ARI 
PARGENDLER, Rel. p/ Acórdão Ministro PRESIDENTE DO STJ,CORTE ESPECIAL, 
Julgado em 15/02/2012,DJE 26/03/2012 
INDISPONIBILIDADE DE BENS 
Pode recarir sobre BENS DE 
FAMÍLIA 
Pode recarir sobre BENS 
ANTERIORES À PRÁTICA DO 
ATO 
NÃO PRECISA DE AUDIÊNCIA 
DA PARTE CONTRÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AFASTAMENTO DO 
AGENTE 
APLICA-SE AO 
AGENTE POLÍTICO 
PRAZO MÁXIMO 
DE 180 DIAS 
Ag. Rg. na Susp. 
Seg. 1957/PB

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