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Micro-história

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: TEORIA DA HISTÓRIA
DOCENTE: DURVAL MUNIZ ALBUQUERQUE JUNIOR
DISCENTE: YULLY KARINE FÉLIX RESENDE
 
FICHAMENTO REFERENTE AO TEXTO: Micro-história e além: uma conclusão
NATAL, 2013.
As trajetórias de Grendi, Levi e Ginzburg são reveladoras da riqueza da micro-história italiana. Elas lançam luz, de fato, não apenas sobre as diversidades das perspectivas em jogo, mas também sobre os parâmetros principais a partir dos quais um rico debate intelectual se desenvolveu nas últimas décadas, com desdobramentos ainda em curso, dentro e fora da Itália.
Enquanto empreendimento coletivo, o debate em torno da micro-história teve seu período mais intenso entre o final dos anos 1970 e meados da década seguinte, quando seus personagens mais importantes dirigiam e redigiam os Quaderni Storici. Um empreendimento que se estendeu, do mesmo modo, à coleção einaudiana Microstorie, que se iniciou em 1981. Um tanto paradoxalmente, essa "fase áurea" aconteceu em um momento em que a própria expressão microstoria era uma fórmula que ainda procurava encontrar seu conteúdo e significado.
De acordo com o historiador genovês, não teria havido uma micro-história, mas duas, que se distinguia a partir da construção do seu próprio objeto. Por um lado, havia antes de tudo uma reflexão em torno da microanálise, que partia da história social, afirmando a centralidade do estudo das relações inter-pessoais na investigação histórica. Por outro lado, uma micro-história "cultural", que partiria de outra ordem de discussões e referências, perseguindo objetivos distintos. Era a interpretação do episódio a partir de sua inserção em um "contexto de natureza histórico-cultural" que definia essa outra forma de pensar a micro-história, em que a leitura de um caso de riqueza singular permitiria "ilustrar de um lado, um problema historiográfico particular (por exemplo, as relações entre cultura de elite e cultura popular) e,de outro, a cultura de uma época (mais do que a de um grupo social específico)".
Essa tensão entre os dois "corações" da micro-história foi reconhecida desde seus primeiros passos na Itália. O que os separavam não eram, certamente, diferenças secundárias ou irrelevantes, mas, ao contrário, divergências importantes na forma de pensar a realidade social e a própria história.
Em um comentário precoce sobre as diferença que existiam no coração do debate sobre a micro-história, Bernardo Farolfi resumia a oposição nos termos seguintes: "Se em Guinzburg a historiografia se configura como hermenêutica ou arte da interpretação, em Grendi ambiciona se torna ciência social rigorosa." As diferenças entre ambas seriam, de acordo com Farolfi, ainda mais profundas, na medida em que, "para Guinzburg, a sociedade, ontem e hoje, é opaca, indecifrável, oculta para si mesmo e para o observador". Já a abordagem de Grendi partia da convicção de que " a sociedade pode reultar, na sua organização e nos seus processos de funcionamento, relativamente transparente, desde que, no lugar dos obsoletos critérios ideológicos (...), o observador saiba dotar-se de uma instrumentação analítica mais refinada".
Faltava, por certo, aos micro-historiadores, objetivos institucionais conjunto, ou o impulso de fazer "escola". Entretanto, é possível identificar, para além daquelas diferenças, elementos de diálogo, preocupações comuns e, sobretudo, o impulso partilhado de enfrentar de modo não-dogmático o desafio de pensar as possibilidades de olhar a história através do "microscópio".
Foi Grendi que, pensando sobre o caráter coletivo e a identidade fragmentária que o termo "micro-história" havia constituído, afirmou que o elemento unificador dessas posições distintas poderia ser encontrado em certa "comunidade de estilo", isto é, a partir de um núcleo comum de preocupações gerais, que passavam pela reflexão sobre " a história como pratica, apoiada exigência teórica forte e preocupada essencialmente com resultados analíticos".
Também Giovanni Levi apontou, em 1990, para aquelas que lhe pareciam ser as "questões e posições comuns" que davam alguma unidade ao projeto da micro-história: "a redução da escala, o debate sobre a racionalidade, a pequena indicação como paradigma científico, o papel do particular (não, entretanto, em oposição ao social), a atenção à capacidade receptiva e à narrativa, uma definição específica do contexto e a rejeição do coletivismo".
Guinzburg sustentava a analogia de procedimentos entre a sua investigação sobre a cultura popular da Idade Moderna e suas idagações pictóricas sobre Piero della Francesca. Mais do que isso, ele também afirmava a ligação entre a redução de escala e "a proposta de novos temas, a introdução de novos métodos, a renegociação das regras de controle", isto é, aqueles problemas recorrentes em sua própria pesquisa.
A redução de escala, enquanto construção experimental do objeto de investigação, poderia fazer ver, portanto, relações e sentido que permaneceriam ocultos sob o olhar homogeneizador da "macro-história". Esse era, de todo modo, o eixo de um comentário de Giovanni Levi sobre os elementos comuns entre duas "vertentes" da contextualização micro-histórica.
A partir do princípio dos anos 1980, a micro-história havia começado a tomar forma de fato por meio de uma série de trabalhos que perseguiam alguns dos caminhos inicialmente abertos pelo debate. Uma das consequências diretas disso foi aquele quadro inicial, marcado por uma distinção mais ou menos nítida de perspectiva -- as "micro-histórias" social e cultural -- tornou-se ainda mais heterogêneo, borrando sobre modo aquela linha divisória "fugida e permanentemente imprecisa" que as separava. 
Os primeiros trabalhos que procuraram incorporar as discussões sobre a microanálise histórica foram publicadas na revista Quaderni Storic, que teve, a partir de fim dos anos 1970, vários números organizados no horizonte dessa discussão. Para delimitarmos alguns dos temas que apareceram nos anos mais importantes do debate, basta remetermos aos volumes da revista dedicados à empresa agrícola e à proto-industria (organizados por Carlo Poni), às religiões das classes populares (organizado por Guinzburg), às aldeias e o mercado de terras (de Levi e Gérard Delille), sobre as fontes criminais ou os sistemas de caridade ( Grendi). Temas amplos, como a história das mulheres e dos grupos sociais subalternos, continuaram também a frequentar as páginas da revista e a alimentar o debate sobre a micro-história.
Mas não há duvida de que o conjunto de trabalhos que construiu a referência principal do debate na Itália foi a coleção Microstorie, publicada pela editora de Turim a partir de 1981. Como empreendimento editorial, a coleção, que durou até 1993, foi uma iniciativa única, colocada sob a direção de historiadores de ofício, sendo, ao mesmo tempo um empreendimento de inegável fôlego acadêmico, e adotado da pretensão de dirigir-se a um público mais amplo do que aquele de historiadores. A heterogeneidade de títulos respondia a uma tentativa de propor um conjunto de respostas aos problemas levantados pelos debates a respeito da microanálise social e do paradigma indiciário, mas também estendia os horizontes da micro-história para além do universo italiano, propondo a leitura, sob o título de micro-história, de textos que em sua concepção original não haviam sido pensado como tal.
A passagem do livro de Queneau -- que Italo Calvino traduzira e publicara em 1967 -- havia sido, provavelmente, a fonte de inspiração ou ao menos o eco mais distante da palavra "microstoria" em italiano, cujo o uso e difusão inicial, no âmbito do debate, é atribuído a Giovanni Levi. De todo modo, esta palavra substituiu rapidamente a expressão "microanálise" (proposta e, certamente, preferida por Grendi) para definir o conjunto e os desdobramentos desse debate na Itália a partir do fim dos anos 1970, e foi escolhida para batizar a coleção einaudiana.As referências iniciais da microánalise, como aparecem nas discussões de Karl Polanyi, que havia sido tão importante para o projeto da microanálise histórica, teve reflexos seguramente menores do que aquelas primeiras discussões nos anos 1970 permitiram prever.
Alguns dos caminhos traçados inicialmente, estruturados sobre a ideia de "microanálise social" proposta por Grendi em 1976, foram trilhados em direções imprevistas, outros foram mesmo praticamente abandonados. Enquanto alguns temas cruciais nas primeiras discussões reverberaram pouco nas diversas pesquisas, vemos outras categorias e problemas tomarem espaço. Além da influência da antropologia social e sua atenção sobre a constituição dos grupos sociais, muitos dos trabalhos dos micro-historiadores sofreram influência evidente de questões lançadas pela antropologia cultural e simbólica, sobretudo a partir dos anos 1980.
Modelli di rischio ("Modelo de risco"), publicado na coleção Microstorie, em 1990, diferenciava-se do conjunto de trabalhos, claramente, em dois pontos: em primeiro lugar, por ter sido o único feito a partir de uma solicitação precisa dos organizadores da coleção; em segundo lugar ( mas não menos importante), porque seu autor era um conhecido médico epidemiologista italiano, Paolo Vineis.
A pergunta que surge necessariamente da leitura de Modelli di Rischio é: Em que tudo isso se ligava à micro-história? À resposta a essa questão é dedicada uma introdução ao volume, aos cuidados dos organizadores da coleção. De acordo com ela, não seria seu interesse pela história da epidemiologia e do pensamento científico que se encontrava as razões para sua publicação em Microstorie, mas em "outros lugares". Era, em primeiro lugar, "um livro útil para os historiadores que pretendem interrogar-se sobre os próprios instrumentos de análise; sobre as categorias que herdam e utilizam; sobre os modos pelos quais, com maior ou menor consciência, constroem a própria pesquisa e lhe comunicam os resultados".
O livro de Vineis propunha uma discussão interdisciplinar realmente incomum para os historiadores, acostumados a pensar que compartilham problemas dessa ordem apenas com suas "disciplinas irmãs". Mas a proposta não chegava a ser inteiramente original, pelo menos no âmbito do debate sobre a micro-história. Afinal, Carlo Guinzburg havia sugerido, alguns anos antes, que a história e a medicina enfrentavam, desde muito tempo, problemas epistemológicos comuns. Ao levar essa provocação um pouco mais longe, entretanto, Modelli di rischio expunha de modo contundente uma das características essenciais da micro-história: sua capacidade de revelar problemas teóricos novos e inexplorados.
As "trocas historiográficas" que se estabelecem entre a micro-história e outros contextos e tradições historiográficas fora da Itália poderiam ser recuperadas na dinâmica das publicações, traduções e resenhas, além de serem atestadas pela mobilidade dos pesquisadores entre as instituições de pesquisa e ensino nos diversos países. Essas dinâmicas ajudaram a da forma a um debate real sobre as proposições micro-históricas e configuram as diferentes recepções que a micro-história teve em cada lugar.
No mundo anglo-saxão e, sobretudo, nos Estados Unidos, a recepção do debate passa fundamentalmente pelo trabalho de Carlo Guinzburg, bem como suas reflexões a respeito do "paradigma indiciário". Ginzburg também foi e parece ser a referência mais importante, ainda que não única, para a leitura da micro-história na Espanha e na América Latina, onde o interesse pelo debate manifesta-se não apenas nas várias traduções, mas na atenção crítica sobre seu trabalho.
Na França a micro-história aparece antes de tudo como sinônimo de "uma interrogação sobre a história social e a construção dos seus objetos", partindo, sobretudo, daquela "microanálise social" proposta e encampada por Levi, Grendi e outros.
Empreendimento organizado por Revell e Lepetit no início da década de 1990 evidenciaram claramente o influxo da micro-história em território francês, bem como as transformações sofridas por ela nesse percurso. As discussões sobre o uso da escala nas análises da história das ciências sociais, sobre as formas de lidar com as descontinuidades entre o "micro" e o "macro", revelam o quanto o tournant critique da pesquisa histórica, proposto naqueles anos pela revista francesa, deve às questões levantadas pelo debate italiano.
Na Itália -- onde teve uma reverberação mais discreta do que se poderia imaginar -- tentou-se fixar um lugar para micro-história nas transformações culturais vividas na península. Partindo da sua critica ao historicismo desde um veio politicamente radical, ela já foi definida, por exemplo, como uma forma de "neo azionismo" historiográfico", ou como um desenvolvimento interno dos estudos de história local na Itália. Mas essas são conclusões apressadas e, ao mesmo tempo, muito limitada.
Por outro lado, não se pode negar que a micro-história respondeu, de fato, a um conjunto de referências políticas, intelectuais e historiográficas que eram. também, italianas. Os estudos de história local, tão importante no debate histórico da península a partir do anos 1950, são seguramente uma das matrizes importantes que -- direta e indiretamente -- dão sentido ao debate micro-histórico.
Edoardo Grendi apontou para a importância de se compreender a emergência do "discurso micro-histórico" a partir do contexto de sua inserção, ou melhor, sua "inscrição consciente" numa "evolução temática própria da historiografia italiana" nos anos 1970. Assim, Grendi propôs interpretar o projeto da microanálise como "uma espécie de 'via italiana' para uma história social mais elaborada (e bem mais fundamentada teoricamente) num contexto particular, fechado às ciências sociais e denominado por uma ortodoxia historiográfica que hierarquiza de maneira rígida a importância dos objetos.
As mudanças no campo da cultura e da historiografia na Itália, a partir da década de 1970, definem um dos horizontes fundamentais onde se inseriu o projeto micro-histórico. Mas a micro-história encontrou lugar, também, em um campo mais amplo de transformação.
O centro do debate passa a ser tomado, então, por aqueles temas que tinham sido veículos de "inovação" na década anterior. São tempo de pós-modernismo, pós-estruturalismo, desconstrucionismo e linguistic turn: um debate teórico que autoriza e fundamenta a prioridade aos estudos históricos sobre as representações, as identidades, a ênfase nos "discursos" e nos "textos" e a consideração da história como uma disciplina interpretativa.
A micro-história transformou-se sensivelmente desde os princípios dos debates sobre a microanálise (e, em seguida, sobre o "paradigma indiciário" em meados dos anos 1970) até os seus desenvolvimentos mais recentes. Agregou novas indagações, sem perder de vista, no entanto, os elementos centrais que articulavam todo o projeto micro-histórico: o empenho em interpretar a realidade social a partir dos próprios termos ( com o consequente esforço continuado de renovação das categorias interpretativas), questionar as fronteiras ambíguas da contextualização social e cultural, de discutir a pertinência e as consequências teóricas de explorar conscientemente as diferentes escalas de observação.
Não há dúvida de que os elementos de coerência existem, mas não são eles que definem o lugar singular ocupado pela micro-história no contexto fraturado de transformações da disciplina histórica e de renovação das suas categorias interpretativas. É a sua polêmica constante com os caminhos tomados pelo debate contemporâneos que revela, por outro lado, esse lugar.
Nos seus princípios, o elemento distintivo a justificar o projeto micro-histórico estava na reação radical às interpretações simplificadoras da realidade histórica. Esse é talvez o elemento mais presente nas relações que ela estabeleceu, ao longo das últimas décadas, com o quadro historiográfico no qual está engastada.
Se olharmos algumas das questões colocadas pela micro-história em um contextomais amplo de referências (não óbvias, de resto), vemos que o seu elemento de originalidade não está na "descoberta" de uma abordagem microanalítica. A própria expressão "micro-história", como bem lembrou Ginzburg, ainda que pareça "privada de conotações" quando foi usada por ele ou por Giovanni Levi para descrever seus trabalhos, tinha sua própria história e havia sido usada, em contextos diferentes e de modos distintos, para discutir questões semelhantes àquelas levantadas pelo debate italiano.
Mesmo o reconhecido papel inovador do trabalho de Carlo Guinzburg é inseparável da constatação da sua enorme dívida intelectual com a obra de historiadores como Marc Bloch e Aby Warburg, que haviam utilizado e refletido sobre alguns dos instrumentos intelectuais centrais que tiveram, mais tarde, papel essencial nas intervenções de Guinzburg no debate da micro-história.
A pergunta sobre o caráter inovador da micro-história e seu lugar no debate contemporâneo de ser ligeiramente deslocada: não se trata necessariamente de "descoberta" de uma forma "nova" de fazer e pensar a história, mas, sobretudo, da capacidade de restabelecer a vitalidade de questões que permaneceram em uma posição marginal, ou excessivamente abstrata, no âmbito da discussão histórica.
O interesse pela micro-história e a discussão em torno dos temas que introduziu ( ou reintroduziu) na discussão histórica produziram e continuam a produzindo análise sobre o seu significado e a sua contribuição para o debate intelectual nos últimos anos. A dinâmica das traduções, dos congressos acadêmicos. dos balanços historiográficos e teóricos demonstra, de todo modo, que os termos colocados em pauta pela micro-história tiveram um impacto inegável sobre o panorama da disciplina na últimas duas décadas.A indicação principal do vigor da micro-história talvez esteja aí: libertou questões e problemas que não poderia controlar ou resolver sozinha. A vitalidade dessas questões, retomadas em contextos diversos e com desdobramentos imprevisíveis, demonstra isso decisivamente. O debate, de fato, continua e agrega novos desafios e novas perguntas.

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