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FUNDAMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR (4)

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FUNDAMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR
(Programa da Disciplina)
Capítulo I – Estratégia e Comércio Exterior
Capítulo II – Marketing e Comércio Exterior
Capítulo III – Logística e Comércio Exterior
Capítulo IV – Gestão da Qualidade e Comércio Exterior
Capítulo V – O Ambiente Internacional de Comércio
Capítulo VI – O Comércio Exterior Brasileiro
Capítulo VII – Conceitos Básicos de Comércio Exterior
Capítulo VIII – A Prática do Comércio Exterior
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Avaliação
Primeira Prova:
Prova vale 8,0 pontos, assim distribuídos:
Primeira questão é dissertativa / específica (2,0 pontos).
Segunda questão consiste na marcação de afirmações verdadeiras (V) ou falsas (F), sendo que quatro afirmações devem ser classificadas, e cada afirmação acertada confere 0,5 ponto ao aluno (total de 2,0 pontos).
Terceira questão consiste no preenchimento de lacunas com a palavra correta. Serão quatro frases em que, em cada uma delas, uma palavra será substituída por uma lacuna, cabendo ao aluno preencher a lacuna com a palavra correta. Cada acerto confere 0,5 ponto ao aluno (total de 2,0 pontos).
Quarta questão consiste em marcar a opção correta. Serão elaboradas quatro sub questões em que, em cada uma delas, o aluno deverá marcar a alternativa correta entre quatro opções fornecidas. Cada acerto confere 0,5 ponto ao aluno (total de 2,0 pontos).
Trabalho vale 2,0 pontos: Relatório de informações do sítio do Portal Brasileiro de Comércio Exterior (www.comexbrasil.gov.br). O trabalho deve ser entregue de forma INDIVIDUAL e MANUSCRITA (aproximadamente três páginas de caderno grande).
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Segunda Prova:
Prova vale 10,0 pontos, elaborada a partir do banco de dados.
Terceira Prova:
Prova vale 10,0 pontos, elaborada a partir do banco de dados.
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Capítulo I – Estratégia e Comércio Exterior
01) "O bem se faz melhor se antecipado e o mal é menos mal se previsto" (Paulo Roberto Motta).
02) Estratégias e táticas constituem conceitos diferentes, embora complementares.
03) O planejamento decorrente da estratégia deve ser levado a cabo com racionalidade, mas também com intuição (desde que testada). Isso serve para se pensar os mercados internacionais a serem explorados.
04) Resumo dos módulos da Gestão Estratégica:
	
	Planejamento Estratégico
	
	Organização Estratégica
	
	Direção Estratégica
	
	Controle Estratégico
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Desenvolvimento Estratégico
05) As forças que dirigem a concorrência em uma indústria são:
	
	
	Entrantes
Potenciais
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Fornecedores
	
	Concorrentes
na
Indústria
	
	
Compradores
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Bens / Serviços
Substitutos
	
	
06) As três estratégias que podem ser decorrentes da análise das forças competitivas são:
Liderança no custo total.
Diferenciação.
Enfoque.
07) A empresa que opta por um meio termo sofre de uma cultura empresarial indefinida e de um conjunto conflitante de arranjos organizacionais e sistemas de motivação.
08) A estratégia genérica escolhida deve ser a mais adequada às virtudes da empresa e a que seja mais difícil de ser replicada pelos concorrentes.
09) A Matriz BCG, criada pelo Boston Consulting Group, é uma técnica para se medir desempenho e perspectivas para as unidades estratégicas de negócios.
10) A matriz:
	
Crescimento
	
Elevado
	
Estrela
	
Pontos de Interrogação (Crianças Problemas)
	de Mercado
	
Baixo
	
Vacas Leiteiras
	
Abacaxis (Porcaria)
	
	
	
Elevada
	
Baixa
	
	
	
Participação
	
no Mercado
 
11) O diagrama BCG aponta para decisões de participação futura da empresa nas diversas Unidades Estratégicas de Negócios:
A estrela deve ser bem tratada e reforçada.
Os abacaxis devem ser liquidados, a menos que haja razões fortes para mantê-los.
As vacas leiteiras devem controlar severamente seus investimentos e enviar os fundos excedentes à administração central.
As crianças problemas devem ser analisadas para se determinar se vale a pena fazer nelas o investimento necessário para transformá-las em estrelas. 
12) Atualmente, o ambiente é dotado de incertezas e turbulências.
13) À medida que uma organização se torna maior e se envolve mais com negócios internacionais, cresce a importância do ambiente geral.
14) Todas as empresas utilizam alguma forma de tecnologia para executar suas operações e realizar suas tarefas. A tecnologia utilizada pode ser rudimentar ou sofisticada. 
15) Deve-se harmonizar, nas organizações, o potencial concorrencial com o potencial empreendedorial.
16) Uma metodologia interessante para elaborar o planejamento estratégico de uma organização compreende cinco fases seqüenciais: diagnóstico estratégico, missão, objetivos e desafios, projetos e planos de ação, controle e avaliação de resultados.
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Capítulo II – Marketing e Comércio Exterior
17) O Marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais.
18) O Marketing global é uma possibilidade para um número de organizações cada vez maior.
19) Algumas mudanças que afetam o Marketing são:
Mudança tecnológica.
Globalização.
Desregulamentação.
Privatização.
Aumento do poder do cliente.
Customização.
Concorrência ampliada.
Convergência setorial.
Transformação no varejo.
Desintermediação.
20) O Marketing de Relacionamento tem como meta construir relacionamentos de longo prazo mutuamente satisfatórios com partes chaves – clientes, fornecedores, distribuidores e outros parceiros de Matketing – a fim de conquistar ou manter negócios com elas.
21) Os quatro “pês” do mix de Marketing são:
Produto (variedade de produtos, qualidade, design, características, nome da marca, embalagem, tamanhos, serviços, garantias, devoluções).
Preço (preço de lista, descontos, concessões, prazo de pagamento, condições de financiamento).
Promoção (promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações públicas, marketing direto).
Praça (canais, cobertura, variedades, locais, estoque, transporte).
22) Para ter sucesso, a organização deve buscar vantagens competitivas fora de suas operações, nas cadeias de valor de seus fornecedores, distribuidores e clientes. Atualmente, muitas organizações têm formado parcerias com fornecedores e distribuidores para criar uma rede de entrega de valor superior.
23) Pesquisa de Marketing é a elaboração, a coleta, a análise e a edição de relatórios sistemáticos de dados e descobertas relevantes sobre uma situação específica de Marketing enfrentada por uma organização.
24) As vendas da organização não revelam seu desempenho em relação aos concorrentes. Para isso, a gerência deve monitorar a participação de mercado.
25) A organização deve medir a satisfação com regularidade porque a chave para reter clientes está em satisfazê-los. Um alto nível de satisfação e encantamento cria um vínculo emocional com a marca ou com a organização, não apenas uma preferência racional.
26) Além de acompanhar as expectativas e a satisfação do cliente em relação ao valor, as organizações precisam monitorar o desempenho dos concorrentes nessas mesmas áreas.
27) A customização de massa é a capacidade que determinada organização tem de preparar em massa produtos, serviços e comunicações projetados para atender às necessidades individuais de cada cliente.
28) Cultura, subcultura e classe social são fatores particularmente importantes no comportamento de compra. Além dos fatores culturais, o comportamento do consumidor é influenciado por fatores sociais, como grupos de referência, família, papeis sociais e status.
29) A American Marketing Assotiation define marca como “um nome, termo, sinal, símbolo ou design, ou uma combinação de tudo isso, destinados a identificaros produtos ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores para diferenciá-los dos outros concorrentes”.
30) O desenvolvimento do ciclo de vida do produto apresenta cinco estágios: Desenvolvimento do produto; Introdução; Crescimento; Maturidade; Declínio.
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Capítulo III – Logística e Comércio Exterior
31) A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e da informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor.
32) O conceito básico para o bom funcionamento do sistema logístico é o bom atendimento ao cliente.
33) O lead time é responsabilidade do sistema logístico. Depende de suprimentos, do planejamento e controle da produção e do sistema de distribuição.
34) Sobre os lead times, pode-se dizer que, através da reengenharia de processos e da qualidade total, procura-se minimizar as esperas evitáveis, já que pouco se pode fazer em relação às inevitáveis. Tem crescido, ainda, o uso do benchmarking.
35) Sobre a relação entre logística e globalização, alguns aspectos caracterizam o fenômeno da globalização:
Extensão geográfica do mercado consumidor.
Rapidez das informações.
Consumidor exige, cada vez mais, produtos e serviços personalizados.
A mudança do paradigma de emprego e das estruturas de produção.
36) A competição torna-se mais acirrada, e ocorre em quatro níveis: qualidade, confiabilidade, flexibilidade e inovação.
37) A expansão das montadoras japonesas para o mercado norte americano é um bom exemplo de eficiência logística. Baseou-se em quatro tarefas em seqüência:
Diferenciação em preço e qualidade.
Adoção do modelo just in time.
Investimento nos canais de distribuição (uso de navios e instalação de revendas).
Criação de fábricas próprias ou joint ventures.
38) Atualmente, os maiores mercados potenciais encontram-se em países emergentes.
39) Usualmente, as cadeias logísticas possuem a seguinte configuração:
	Pensar globalmente
	
	Fazer regionalmente
	
	Operar localmente
	
Visão
	
(
	Estratégia
Operacional
	
(
	
Implementação
	
(
	Valor
do
Negócio
40) A utilização da internet será cada vez mais decisiva para a realização de vendas, da mesma forma que vendas para áreas não urbanas crescerão. Este é um grande desafio da logística contemporânea.
41) O modelo clássico de relacionamento entre comprador e fornecedor deve ser repensado, evoluindo para o comakership.
42) No caso da Toyota, abrir fábricas nos locais em que possui os maiores mercados faz parte de sua estratégia, pois a empresa deve decidir qual será a capacidade de produção de cada fábrica uma vez que isso exerce um forte impacto no sistema de distribuição planejado. De um lado, todas as fábricas são equipadas apenas para a produção local. De outro, todas as fábricas são capazes de suprir qualquer mercado.
42) A empresas possuem seis opções básicas de meios de transporte: via aérea; caminhão; trem; navio; dutos; transporte eletrônico.
43) Em termos de compras, um aspecto que merece importância é saber selecionar os fornecedores. Cada fornecedor deve ser avaliado em termos de potencialidades, instalações e qualidade dos produtos.
44) O tipo de embalagem que interessa ao setor de compras é a do transporte. Existem duas categorias usuais:
As embalagens retornáveis (os cestos metálicos, caixas e engradados de madeira reforçados, contentores de metal ou de plásticos), quando planejadas adequadamente, têm longa vida de uso; geralmente levam a marca do fornecedor e, no caso de um não retorno ou de avaria, o valor da embalagem é debitado ao cliente comprador.
As não retornáveis geralmente são construídas de madeira, papelão ondulado, plástico ondulado, sacos multifolhados de papel, tambores de fibra, etc. Normalmente, essas embalagens já estão inclusas no preço do produto, e qualquer modificação desejada será acrescentada no preço final de venda.
45) O “Custo Brasil” ainda é muito discutido. Nossos impostos são elevados; nossos controles, complexos; nossa competitividade, baixa. Os meios de transporte são grandemente afetados por tudo isso. É preciso encontrar formas mais inteligentes, fáceis e sem burocracia para competir na economia global.
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Capítulo IV – Gestão da Qualidade e Comércio Exterior
46) Sobre informações organizacionais, pode-se dizer que dados em demasia podem atrapalhar, ao invés de facilitar o progresso das organizações.
47) Uma organização não nasce com uma cultura, ela se transforma ao longo do tempo em uma cultura.
48) Em termos de empresas, tanto vender como comprar constituem algo complementar, uma vez que alguém somente compra alguma coisa quando tem uma necessidade, assim como uma empresa deve vender seus produtos para satisfazer as necessidades de alguém, que em seu conjunto constitui o mercado. Este é um conceito fundamental para a empresa, posi sua sobrevivência depende em grande parte de sua capacidade em satisfazer às necessidades de seu mercado, constituindo dessa forma sua razão de ser, sua missão, seu negócio.
49) Na competição econômica global da sociedade da informação, a qualidade e a capacidade de inovação dos recursos humanos devem responder pelo diferencial competitivo das organizações e países.
50) Atualmente, é essencial entender a arquitetura da tecnologia dos clientes e dos fornecedores com os quais devem ser interligados os sistemas internos das organizações, a que uma organização pode vir a associar-se / contratar, e dos concorrentes com os quais a organização, talvez, crie uma joint venture para enfrentar competidores mais fortes, inclusive do exterior.
51) O verdadeiro critério da boa qualidade é a preferência do consumidor (atendimento de necessidades).
52) O que realmente garante a sobrevivência das organizações é a garantia de sua competitividade. No entanto, estas coisas estão todas interligadas: a garantia de sobrevivência decorre da competitividade, a competitividade decorre da produtividade e esta, da qualidade.
53) O Controle da Qualidade Total é um sistema administrativo aperfeiçoado no Japão, a partir de ideias americanas ali introduzidas logo após a Segunda Guerra Mundial.
54) A meta mais imediata de uma organização é a sua sobrevivência à competição internacional.
55) Cada organização deve comparar os seus ítens de controle com os melhores do mundo (benchmark). Enquanto houver diferença, haverá problemas.
56) Alguns exemplos de grandes problemas que as empresas costumam lidar são:
Alto índice de reclamações dos clientes.
Alto índice de refugo na inspeção final.
Erros de faturamento.
Perda de produção por parada de equipamento.
Perda de market share.
Excessivo tempo de compras.
57) Segundo Vicente Falconi, as normas da International Satandards Organization (ISO), na linha ISO-9000, são insuficientes para garantir a competitividade das organizações brasileiras no futuro.
58) O conceito de “Cadeia Competitiva” é fundamental para o êxito das organizações.
59) Nas organizações modernas do mundo, a padronização é considerada a mais fundamental das ferramentas gerenciais.
60) Basicamente, o gerente deve fazer as seguintes perguntas:
Quem é o meu cliente (interno e externo)?
Que quer o meu cliente?
Que devo fazer para satisfazer o meu cliente?
Como fazer com que minha equipe faça exatamente aquilo que foi projetado para a satisfação do meu cliente?
Como fazer para atingir os meus objetivos de qualidade, custo, atendimento, moral e segurança?
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Capítulo V – O Ambiente Internacional de Comércio
61) As relações econômicas entre os diferentes países têm sido, ao longo da história, objeto de vários acordos que regulamentam as transações comerciais: uns levando a uma maior liberalização, outros por algum tipo de condicionamento (Souza, página 64).
62) Na Inglaterra, em 1.815, os grandes proprietários de terra levaram ao Parlamento de Londresa estabelecer barreiras à importação de cereais vindos do continente europeu promulgando as célebres Corn Laws, logo contestadas por Devid Ricardo e John Stuart Mill. Eles argumentaram que, além de contribuir para um aumento geral no preço dos alimentos, tais leis ajudariam a concentrar a riqueza nas mãos de setores mais atrasados da economia. Mais tarde, com a fundação da Anti Corn Law League na cidade de Manchester, não por acaso berço da Revolução Industrial Inglesa, foi criado um movimento contrário a esse protecionismo que conduziu, em 1.846, à revogação da lei (Souza, página 64).
63) Nos Estados Unidos observou-se a situação inversa, pois a defesa do livre cambismo – e consequentemente de políticas antiprotencionistas – feita pelos produtores de algodão, escravistas do Sul, tinha como objetivo evitar que uma proteção da indústria em forma de lei pudesse provocar retaliações dos ingleses que deixariam de lhes comprar o algodão. Também essa situação só foi alterada em 1.862, durante a Guerra da Secessão, com a aprovação da Morrill Tariff pelo presidente Lincoln, que protegeu a indústria americana com tarifas de forma a poder competir com a concorrência externa (Souza, página 64).
64) Deveremos atender que políticas comerciais de protecionismo ou de liberalização devem ter sempre presente a finalidade, ou seja, o que se quer proteger ou liberalizar, e ser criteriosamente adotadas (Souza, página 65).
65) Questões como a integração política, econômica e social estão presentes de forma inequívoca nas agendas dos estados soberanos. Têm sido observadas iniciativas crescentes em esferas regionais, objetivando, acima de tudo, fortalecer a presença de tais países no cenário multilateral do comércio (Faro e Faro, página 263).
66) Nesse contexto, foram observadas experiências bem sucedidas, a exemplo da União Europeia, como também tentativas frustrantes, tais como a ALCA, o que acaba sendo natural, porque a integração entre as nações, na realidade, é um processo extremamente complexo, cujos frutos tendem a ser colhidos ao longo prazo (Faro e Faro, página 263).
67) A Convenção de Viena, de 1.969, sobre o direito de tratados procurou suprir as necessidades das nações interessadas em promover maior aproximação, oferecendo a esses países as condições ideais para a edificação dos processos de integração econômica (Faro e Faro, página 264).
68) A despeito do crescimento da postura liberalizante na segunda metade do século XX, a postura protecionista não se distanciou do papel de instrumento ameaçador para o comércio mundial, muito pelo contrário. Na década de 70, por exemplo, evidenciou-se de forma muito clara a utilização de políticas restritivas à atividade comercial pelas nações desenvolvidas, baseadas, sobretudo, na imposição de barreiras destinadas a dificultar o acesso aos países periféricos de seus mercados (Faro e Faro, página 264).
69) Adicionalmente a essa postura, alguns efeitos que resultaram no fenômeno da globalização contribuíram para estimular a formação dos blocos regionais. A inovação tecnológica, por exemplo, que permitiu uma redução significativa nos custos de operações financeiras, promoveu uma verdadeira transformação no mercado internacional (Faro e Faro, página 264).
70) Há quem afirme que a consolidação de um processo de integração regional teria suas justificativas baseadas em questões muito mais políticas que econômicas. Na medida em que a economia mundial fora destruída por duas grandes guerras e um mundo polarizado surgira, com os Estados Unidos, representando o poder hegemônico de um lado, e a União das Repúblicas Soviéticas, do outro, somente um processo de integração regional nos moldes da União Europeia poderia esculpir um modelo capaz de assegurar a paz mundial (Faro e Faro, página 265).
71) O fato é que a formação de blocos econômicos sinaliza uma liberdade de comércio muito grande, em que as vantagens comparativas dos estados partícipes dessa união afiguram ser bastante proveitosas. Todavia, nem tudo são flores. Alguns acordos de integração econômica, como justificativa para obtenção de um grau maior de desenvolvimento, surgem com propósitos muito mais protecionistas do que liberalizantes (Faro e Faro, página 265).
72) De acordo com o grau de interdependência presente em uma integração, é possível verificar estágios diferenciados que vão desde a elaboração e ratificação de acordos comerciais (com alcance bastante limitados), até a integração econômica total. As possibilidades são: acordos comerciais preferenciais; área de livre comércio; união aduaneira; mercado comum; união econômica; integração econômica total (Faro e Faro, página 265).
73) Nos acordos comerciais preferenciais, dois ou mais países pactuam a redução parcial ou total das tarifas aduaneiras, limitadas ao comércio de uma lista de mercadorias previamente definidas em razão do interesse de cada nação signatária. Esses acordos ainda podem contemplar negociações setoriais e de infra estrutura, com o objetivo de manter um ritmo satisfatório de avanço nas relações comerciais, não se obrigando, no todo, em eliminar de forma integral as tarifas aplicadas no intercâmbio comercial. Alguns analistas classificam como “rasa” essa etapa de integração por se tratar de negociações primárias, que compreendem apenas aspectos comerciais com reduzido grau de amplitude (Faro e Faro, página 266).
74) A Área de Livre Comércio, também conhecida como Zona de Livre Comércio, é uma etapa de processo de integração em que os países associados se comprometem a eliminar as barreiras tarifárias no comércio recíproco, mantendo as suas políticas comerciais de forma independente em relação às nações não signatárias. Embora nesse estágio não se evidencie a prática de uma tarifa externa que seja comum a todos os membros, costuma-se observar um esforço muito grande no sentido de estabelecer mecanismos de controle com o objetivo de impedir que produtos originários e procedentes de terceiros países ingressem no território dos estados associados em condições extremamente favoráveis, e possam causar danos à produção interna, utilizando-se como meio de acesso para tal o país que esteja oferecendo as menores alíquotas na cobrança dos direitos aduaneiros (Faro e Faro, página 266).
75) Na etapa de integração econômica denominada União Aduaneira, busca-se estabelecer uma política comercial uniforme que venha balizar o relacionamento dos players junto a terceiros países não associados, baseada na fixação de uma tarifa externa comum. Trabalha-se, também, pela aproximação gradativa dos dispositivos legais vigentes em cada um desses estados membros, em um esforço para que não sejam observadas assimetrias extremas que possam comprometer a integração (Faro e Faro, página 266).
76) O Mercado Comum corresponde a um estágio muito mais intensivo de integração. Caracteriza-se pelo livre fluxo da mão de obra, bens, serviços e capital. A política comercial passa a ser executada de forma semelhante entre os seus membros, provendo a desregulamentação do comércio intra bloco, a vigência de tarifas externas comuns e a negociação conjunta com terceiros países (Faro e Faro, página 267).
77) A União Econômica apresenta-se como uma das etapas mais avançadas do processo de unificação regional, evidencia-se uma harmonização das políticas monetária e fiscal. Observa-se, também, um forte grau de convergência nas políticas externa e de defesa, além da substituição das autoridades monetárias nacionais por uma autoridade econômica central e supranacional, encarregada de elaborar e executar as políticas econômicas (Faro e Faro, página 267).
78) A Integração Econômica Total configura-se no estágio final do processo de aproximação regional das nações. A figura do poder supranacional nesta fase é indiscutível. A soberania individual é deixada de lado em favor de uma unidade que representa uma harmonização bem mais intensa quanto à elaboração e à aplicação das políticas sócio econômicas. Essa etapa de integraçãopressupõe uma perfeita mobilidade de fatores de produção e o liberalismo do comércio de bens e serviços (Faro e Faro, página 267).
79) Apenas a título de ilustração, apresentamos, a seguir, alguns exemplos dos mais importantes blocos econômicos, caracterizados por acordos plurilaterais. São eles (Faro e Faro, página 268):
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL): constituído em 1.991, é formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e, desde 2.005, conta também com a Venezuela, em fase de adesão (Bolívia, Chile e Peru são considerados países associados).
Associação Latino Americana de Integração (ALADI): é formada pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA): estabelecido em 1.989, entrou oficialmente em vigor em 1.994. É formado pelo México, Estados Unidos e Canadá.
Associação de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (APEC): contempla a participação da Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Filipinas, Cingapura, Taiwan, Tailândia e Estados Unidos.
80) Vários organismos e acordos buscam regular as reações comerciais entre países, quase sempre procurando facilitar fluxos de mercadorias ou regulamentar proteção a países menos desenvolvidos (Souza, página 65).
81) Os organismos que regulam o comércio internacional podem ser de âmbito privado ou supranacional, tendo respectivamente como funções principais a promoção do equilíbrio do comércio global e a resolução de disputas resultantes das práticas comerciais entre os seus membros (Souza, página 65).
82) Os principais organismos de características supranacionais intervenientes no comércio internacional e dos quais o Brasil é parte interessada e integrante desde a sua fundação são (Souza, página 65): Organização Mundial do Comércio (OMC), 1.995; Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), 1.964.
83) Vários tratados bi ou multilaterais têm sido firmados entre diversos países e blocos econômicos. Entre esses acordos, o de maior alcance que ainda hoje serve de trave mestra à regulamentação do comércio internacional é o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), a que o Brasil aderiu desde o seu início em 1.947. Ele foi sendo modificado até que em 1.994 serviu de base ao estabelecimento da Organização Mundial de Comércio – OMC (Souza, página 65).
84) Figura “Características dos Tratados Internacionais de Comércio” (Souza, página 66).
85) Como principal propósito, o acordo do GATT 94, base da formação da Organização Mundial do Comércio, prevê que seus aderentes criem condições que conduzam à liberalização do Comércio Mundial; em seu âmbito, desde sempre, foi negociada a progressiva eliminação das barreiras que dificultam as trocas de mercadorias entre os países. As reações de todos os países – desenvolvidos ou em desenvolvimento – impondo impedimentos aos avanços na liberalização comercial têm sido uma constante e não têm permitido um avanço significativo na consolidação dos princípios em que se baseou o acordo (Souza, página 66).
86) A OMC, com sede em Genebra, na Suíça, é de vital importância às economias emergentes em geral e em particular aos países em desenvolvimento que nela têm representação majoritária e necessitam de regulamentações aceites internacionalmente para promover seu desenvolvimento; tornou-se fórum de excelência para a defesa de seus interesses, uma vez que as decisões são tomadas por consenso (Souza, página 66).
87) Destaque também para a Unctad, ao criar, com base no comércio internacional, condições de desenvolvimento para países mens desenvolvidos. A Câmara de Comércio Internacional (CCI) estabelece normas não compulsórias, mas geralmente atendidas, para facilitar aos operadores o entendimento dos processos (Souza, página 67).
88) A Rodada de Doha, de 2.001, ainda não obteve consensos (Souza, página 67).
89) Após a Primeira Guerra Mundial e durante largos anos o comércio internacional não se desenvolveu, a produção industrial diminuiu e o mundo debateu-se, em 1.929, com a maior crise mundial até então sentida, com a consolidação do protecionismo (Souza, página 67).
90) Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lideram um conjunto de reformas liberalizantes. São criados o Banco Mundial (BIRD), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e é discutida a criação da Organização Internacional do Comércio (OIC), ligada à Organização das Nações Unidas (Souza, páginas 67 e 68).
91) O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) nasce em 1.948, concebido pela Carta de Havana, em 1.946. O GATT visava impulsionar a liberalização comercial e combater práticas protecionistas adotadas desde a década de 1.930 (Souza, página 68).
92) Em 1.995, a Organização Mundial do Comércio (OMC) surge, assumindo as funções do GATT (Souza, página 68).
93) O GATT, e depois a OMC, advogam os seguintes aspectos: uma diminuição substancial dos direitos aduaneiros, a supressão dos carteis (oligopólios, tanto do lado da oferta com na demanda) e a organização dos mercados dos produtos base, como matérias primas e minérios (Souza, página 68).
94) A cláusula da nação mais favorecida estabelece que: “Qualquer vantagem, favor, privilégio ou imunidade concedida por uma parte contraente a um produto originário de outro país ou a ele destinado será imediata e incondicionalmente extensiva a outros produtos similares originários de territórios de qualquer outra parte contraente ou a elas destinadas” (Souza, página 69).
95) São várias as finalidades da cláusula da nação mais favorecida, podendo ser assim esquematizadas (Souza, página 69):
Sob o ponto de vista econômico – cada país deverá cobrir as suas necessidades de importação por meio das formas de aprovisionamento mais eficazes.
Sob o ponto de vista comercial – todo país deve respeitar as concessões bilaterais e passar do bilateral ao multilateral.
Sob o ponto de vista de política interna – os pequenos países recebem um tratamento igual aos países do Primeiro Mundos (um país, um voto).
96) Essa cláusula se aplica não somente aos direitos aduaneiros (impostos pagos na importação e na exportação), mas também aos sistemas de arrecadação, às regulamentações e formalidades que dizem respeito às exportações e importações e, ainda, às questões de fiscalidade interna ligadas à importação de produtos (Souza, página 69).
97) No entanto, a aplicação da cláusula da nação mais favorecida fracassou (Souza, páginas 70 e 71).
98) Críticas multivariadas ao GATT foram feitas ao longo do tempo (Souza, páginas 72 e 73).
99) Até a institucionalização da OMC, em 1.994, foram realizadas oito rodadas de negociação (Souza, página 73).
100) Entre a Rodada Uruguai, em 1.986, e a Rodada Marrocos, em 1.994, foram acordados alguns temas essenciais que contextualizaram a estrutura da OMC (Souza, página 74).
101) Citação de temas essenciais para a OMC (Souza, página 74).
102) Os princípios expressos no GATT, na sua versão “GATT 94”, no que respeita ao comércio de mercadorias, continuam a ser seguidos, mas outros aspectos foram regulamentados, como os resultantes da declaração de prejuízo – situação que poderá ser evocada por um país que por efeito de certa importação coloque em risco um determinado setor de atividade e de dumping, entre outros (Souza, página 75).
103) Citação das atividades mais significativas executadas no âmbito da OMC (Souza, página 76).
104) Definição de dumping (Souza, página 76).
105) São consideradas práticas desleais no comércio exterior de mercadorias aquelas que tenham como finalidade desestimular ou eliminar a indústria local. Tais práticas, não integradas em um sistema normal de concorrência, poderão levar à extinção determinados setores da indústria atingida (Souza, página 77).
106) Os tipos de práticas desleais no comérciointernacional serão analisadas de acordo com a forma como são utilizados pelas organizações ou pelos países infratores: salvaguarda, dumping, subsídios e medidas compensatórias (Souza, página 77).
107) A defesa comercial não é um entrave ao processo de abertura comercial. Pretende garantir clareza e equidade ao interferir nas importações pela aplicação de direitos anti dumping (eliminação da margem de dumping), de direitos compensatórios (compensando o montante de subsídios irregularmente recebidos pelos exportadores) ou ao introduzir medidas de salvaguarda (adicionais ao imposto de importação ou restrições quantitativas). Contribui para o equilíbrio do comércio internacional (Souza, página 77).
108) Citação das competências do Departamento de Defesa Comercial – DECOM (Souza, página 78).
109) Citação das competências da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX (Souza, página 78).
110) Citação da finalidade da CAMEX (Souza, página 79).
111) Organograma do DECOM (Souza, página 79).
112) Um membro da OMC poderá restringir temporariamente importações de um produto por meio de ações de salvaguarda sempre que a indústria nacional tenha prejuízo ou ameaças graves causadas por essas importações; o prejuízo nesses casos deverá ser comprovadamente elevado (Souza, páginas 79 e 80).
113) Citação dos conceitos de indústria doméstica e de prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave (Souza, página 81).
114) Considera-se que há prática de dumping quando uma organização exporta para o Brasil um produto a preço (valor de exportação) inferior àquele que aplica a produto similar nas vendas para o seu mercado interno (valor normal). Dessa forma, a diferenciação de preços já é por si só considerada prática desleal de comércio (Souza, página 81).
115) Citação de definição de produto similar (Souza, página 82).
116) O dumping poderá ser efetuado em diferentes modalidades (Souza, página 82):
Esporádico. Venda de excedentes de mercadorias sem prejuízo dos mercados normais.
Predatório. Venda com perdas para afastamento da concorrência e acesso fácil ao mercado. 
Persistente. Venda constante a preços mais baixos em u mercado do que em outro.
117) A aplicação de uma medida anti dumping que ocasiona o emprego de um direito anti dumping requer que, no âmbito de um processo administrativo, seja realizada uma investigação, com a participação de todas as partes interessadas, por meio da qual dados e informações são conferidos e opiniões são confrontadas. Isso deve ser feito para que o DECOM possa propor a aplicação de uma medida ou o encerramento de uma investigação sem imposição de medida. A investigação deverá ser conduzida de acordo com as regras estabelecidas nos acordos da OMC e na legislação brasileira. Tais regras buscam garantir a ampla oportunidade de defesa a todas as partes interessadas e a transparência na condução do processo (Souza, página 82).
118) Citação das hipóteses para que haja subsídios (Souza, página 83).
119) Citação de formas mais usuais de medidas de subsídio às exportações (Souza, páginas 83 e 84).
120) Citação da definição de país exportador (Souza, página 84).
121) A defesa comercial é tratada na OMC por comitês, em reuniões semestrais em que se discutem temas relacionados a aspectos controversos da interpretação e implementação dos acordos. O Comitê de Práticas Anti Dumping acompanha as investigações em curso abertas pelos países membros anti dumping contra exportações procedentes de outras nações ou territórios aduaneiros (Souza, página 84).
122) O Comitê de Subsídios e Medidas Compensatórias disciplina a utilização das subvenções e regulamenta as medidas que os países podem adotar para contrariar os efeitos dos subsídios (Souza, página 85).
123) O Comitê de Salvaguardas disciplina a forma como os países podem restringir temporalmente importações de produtos para proteger determinado setor de atividade de um aumento de importações de um produto que acuse ou ameace causar dano grave a esse setor (Souza, página 85).
124) Estabelecida em 1.964, a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento tem por objetivo o desenvolvimento e a integração de forma amigável dos países em desenvolvimento na economia mundial. A Unctad é um fórum privilegiado das Nações Unidas para o tratamento integrado do comércio, desenvolvimento e assuntos relacionados com as áreas de finanças, tecnologia, investimento e desenvolvimento sustentável (Souza, página 86).
125) Citação das três funções chaves da Unctad (Souza, página 86).
127) Os países desenvolvidos, membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por meio de acordo aprovado em outubro de 1.970 pela Junta de Comércio e Desenvolvimento da Unctad, estabeleceram o Sistema Geral de Preferências (SGP), mediante o qual concedem redução parcial ou total do imposto de importação incidente sobre determinados produtos, quando originários e procedentes de países em desenvolvimento (Souza, páginas 86 e 87).
128) Os produtos abrangidos pelo benefício são todos os produtos agrícolas ou industriais que constem das listas positivas dos países outorgantes beneficiários, ou não estejam expressamente mencionados em listas negativas (Souza, página 87).
129) Citação das exigências dos países outorgantes (Souza, página 87).
130) São considerados originários os bens inteiramente produzidos no país. Não obstante, podem ser utilizadas matérias primas ou partes importadas ou de origem indeterminada na composição do produto a ser exportado, desde que ele adquira o caráter originário, conforme as regras de origem estabelecidas pelo outorgante (Souza, páginas 87 e 88).
131) A condição básica é que as matérias primas ou partes importadas ou de origem indeterminada tenham sido submetidas a uma transformação substancial, ou seja, uma mudança radical de sua natureza e características. O conceito de transformação substancial é definido para os diversos produtos pelo outorgante (Souza, página 88).
132) O Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) foi criado com o objetivo de funcionar como uma instância para o intercâmbio de concessões comerciais entre os membros do Grupo dos 77 e pretende ser um instrumento para a promoção do comércio entre os membros do grupo. Tal iniciativa tem o apoio da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento – Unctad (Souza, página 89).
133) Citação sobre o Grupo dos 77 (Souza, página 89).
134) A Câmara de Comércio Internacional (CCI), entidade privada de natureza jurídica e associativa, é a única organização empresarial que representa mundialmente os interesses empresariais. Constituiu-se em 1.919, e mantém a sua sede na capital francesa (Souza, página 90).
135) Tem como objetivo atuar em favor de um comércio livre, criando instrumentos que o facilitem, com a convicção de que as relações econômicas internacionais conduzem à prosperidade das nações e à paz entre os países (Souza, página 90).
136) Entre as organizações de caráter privado que mais influenciam e normatizam as operações de comércio internacional, é a CCI a que mais instrumentos reguladores emite e aquela a cujas propostas adere o maior número de países (Souza, página 90).
137) A CCI, única organização mundial de empresas, cobre um amplo espectro: arbitragem e resolução de conflitos, defesa do livre comércio, sistema de economia de mercado, auto regulação das organizações, publicação de regras e usos uniformes, pagamentos internacionais nas diferentes modalidades, publicação de termos comerciais facilitando o entendimento das negociações internacionais e luta contra a corrupção e outros crimes comerciais (Souza, páginas 90 e 91).
138) Entre as atividades de maior relevância destacam-se a Corte Internacional de Arbitragem, a compilação e atualização de usos comerciais internacionais (Incoterms, Regras e Usos Uniformes relativos a Créditos Documentários) e a elaboração de códigos de condutasobre diversos aspectos da atividade empresarial internacional (Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, código de práticas legais em publicidade, código de boas práticas para a elaboração de estudos de mercado, regras contra a extorsão e suborno nas transações internacionais, guia para o comércio eletrônico, etc) (Souza, página 91).
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Capítulo VI – O Comércio Exterior Brasileiro
139) De uma forma natural, a política econômica tende a refletir o pensamento político partidário dominante, considerando, evidentemente, a conjuntura e os interesses nacionais previamente estabelecidos (Faro e Faro, página 03).
140) A partir da Proclamação da República, o Brasil passou a apostar na especialização da produção como forma de possibilitar uma alavancagem substancial das trocas internacionais. Na verdade, tratava-se de uma iniciativa bastante previsível, haja vista que tal ação já havia sido testada anteriormente por outros países republicanos (Faro e Faro, página 04).
141) No século XX, a evolução do comércio exterior brasileiro foi bastante influenciada em um primeiro momento por dois grandes acontecimentos internacionais: a depressão dos anos 30 e a Segunda Guerra Mundial – fatos que acabaram por desenhar estágios distintos para a trajetória de nossas trocas econômicas (Faro e Faro, página 04).
 
142) Na primeira fase republicana, ou seja, até a crise de 30, nossa economia se revelou dependente das exportações de algumas commodities, não apenas café, mas também algodão, borracha, açúcar e ouro (Faro e Faro, página 04).
143) Essa dependência expressiva acabou por contribuir para a elevação dos níveis de vulnerabilidade externa da economia, uma vez que a performance comercial das commodities era reflexo direto da capacidade de absorção desses produtos pelo mercado internacional, observando-se uma oscilação dos preços justamente em decorrência desse aspecto (Faro e Faro, página 04).
144) A Grande Depressão deixou evidências de que o país não poderia ser dependente direto ou indireto das exportações de um único produto agrícola. A superproteção ao segmento cafeeiro mostrou-se insustentável e a economia interna clamava por mudanças. É nesse momento que ocorre a ruptura do modelo primário exportador como base para o desenvolvimento econômico. O processo de urbanização e de industrialização motivado pela exportação de café precisava ser revisto (Faro e Faro, página 04).
145) A Nova República surge como uma grande proposta de alteração política, mostrando que poderiam ser economizados esforços para gerar poupança e investir em uma meta prioritária dentro de um projeto nacional desenvolvimentista: a industrialização plena da economia brasileira (Faro e Faro, página 05).
146) O modelo que se desenhava recebeu a denominação de processo de substituição de importações (PSI). Consistiu na crença de que o estrangulamento externo era necessário, isto é, caberia um processo amplo de industrialização, procurando, com isso, reduzir drasticamente as compras externas, com vistas a alcançar o crescimento econômico. Inicialmente, a demanda de outros setores permaneceu sendo atendida pelas importações, que posteriormente também foram substituídas por intermédio de um aporte maior de investimentos no segmento secundário, obedecendo à seguinte sequência: bens de consumo leves, bens de consumo duráveis, bens intermediários e bens de capital (Faro e Faro, página 05).
147) A ideia de nacionalização dos gestores brasileiros, empregada em diferentes estilos até 1.964, trouxe prejuízos para o desempenho do setor externo, que mostrou desequilíbrios por um bom tempo, além de contribuir para a desestabilização da economia interna. O Programa de Ação Econômica do Governo (1.964 – 1.966), elaborado por Otávio Gouveia de Bulhões e Roberto Campos, continha metas estabilizadoras que buscaram eliminar os focos internos de estrangulamento que inibiram o crescimento econômico brasileiro. Essas iniciativas, entretanto, engendraram maior liberalização das importações e um rápido crescimento da dívida pública, conjugados a um expressivo arrocho salarial (Faro e Faro, página 05).
148) O período do milagre econômico brasileiro (1.968 / 1.973) comportou-se como uma etapa da história da economia brasileira que se caracterizou por apresentar as maiores taxas de crescimento econômico jamais registradas (taxa média de 10 % ao ano). Nessa fase, observaram-se de forma representativa uma retomada do investimento público em infra estrutura, aumento do investimento produtivo das empresas estatais, aumento da demanda por bens duráveis, crescimento acirrado da construção civil e, finalmente, o crescimento das exportações brasileiras (Faro e Faro, página 06).
149) Pouco tempo depois, o país podia sentir a deterioração da situação fiscal e os efeitos dos desequilíbrios externos que decorreram das duas crises do petróleo. Essas tensões ocorreram sob a forma de choques de oferta. Soubemos até resistir satisfatoriamente ao primeiro choque (1.973), uma vez que ostentávamos elevadas taxas de crescimento. Os efeitos gerados pelo segundo choque (1.979), no entanto, foram muito mais devastadores. Este cenário exigia um aprofundamento da abertura política (Faro e Faro, página 06).
150) O discurso desenvolvimentista e de combate à inflação do último governo militar trouxe, na figura de Antônio Delfim Neto (em substituição a Mário Henrique Simonsen), a tentativa de reedição do milagre econômico do fim da década de 60. Entre as medidas adotadas, figuraram a maxidesvalorização de 30 % da moeda e a eliminação de alguns incentivos fiscais às exportações, além da eliminação dos depósitos prévios sobre as importações e a revogação da Lei do Similar Nacional, com vistas a viabilizar a execução de um melhor controle sobre o desempenho do comércio exterior brasileiro, por intermédio da adoção de uma política cambial e tarifária. Tais iniciativas resultaram no acirramento da crise interna como reflexo do recrudescimento da crise econômica internacional, fomentada não apenas pela segunda crise do petróleo, como também em decorrência da elevação das taxas de juros internacionais, estimuladas pelo aumento da taxa de juros norte americana (Faro e Faro, página 06).
151) Um pouco depois, o país experimentou uma sucessão de planos de estabilização econômica: Plano Cruzado (1.984), Plano Bresser (1.987), Plano Verão (1.988), Plano Collor (1.990) e Plano Real (1.994). O principal objetivo de todos esses planos consistia basicamente na busca do controle inflacionário, base para que o país retomasse o crescimento e o desenvolvimento econômico (Faro e Faro, página 07).
152) A maioria dos planos introduziu medidas de desvalorização ou valorização da moeda nacional, caso particular do Plano Real. As políticas comerciais mostraram-se fracas e um tanto amadoras – sob o ponto de vista de alguns analistas –, haja vista que a economia mundial se movimentava para assimilar o fenômeno da globalização em seus vários segmentos (Faro e Faro, página 07).
153) Entre todos esses planos, (1.990 – 1.992) não será lembrada apenas por introduzir um componente heterodoxo, o confisco de ativos, mas, sobretudo, por ativar o processo de integração regional do Cone Sul, como também por prover a abertura da economia brasileira (Faro e Faro, página 07).
154) O governo Collor teve lá as suas imperfeições, mas também contribuiu para uma mudança de cenário no país, já que, junto com os governantes de Argentina, Uruguai e Paraguai, ousou trabalhar para a criação do MERCOSUL (Faro e Faro, página 07).
155) Com efeito, era possível observar, em nível mundial, quão inflamados eram os fluxos financeiros e comerciais internacionais. Um maior entendimento e uma maior absorção da globalização, combinados com o fim da Guerra Fria, contribuíram substancialmente para a decisão generalizada da grande maioria dos países na busca de um grau maior de abertura de suas economias (Faro e Faro, página 08).
156) O Brasil não poderia se distanciardessa onda, pois o crescimento dos fluxos comerciais e financeiros em escala mundial era evidente e o grau de abertura das nações, bastante elevado. Durante muito tempo, mantivemos uma reserva de mercado e, na realidade, essa decisão do passado se refletiu nos indicadores de crescimento e desenvolvimento econômico (Faro e Faro, página 08).
157) O fato é que somente por intermédio da industrialização da economia é possível a um país como o Brasil reduz\ir seus respectivos níveis de vulnerabilidade externa e melhorar os fluxos comerciais com o resto do mundo (Faro e Faro, página 08).
158) No início do século XIX, o comércio exterior, na realidade, vinculava-se aos negócios, envolvendo um grupo reduzido de mercadorias, contemplando basicamente produtos primários de baixíssimo valor agregado, fruto do extrativismo, aspecto que contribuiu para que não fosse exigida a implementação de uma grande estrutura destinada especificamente a formular políticas e exercer o controle dessa atividade (Faro e Faro, página 09).
159) No final do século XIX, fruto da alternância de poder, o período de transição serviu como aprendizado para a aquisição da autonomia necessária ao Estado para se estruturar de maneira a gerir o comércio exterior e conduzir as negociações internacionais cada vez mais descolado da influência portuguesa. Os primeiros reflexos positivos dessa iniciativa começaram a ser observados ainda no século XIX, com a exploração do café em larga escala, que nos impulsionou à liderança nas exportações desse produto (Faro e Faro, página 10).
160) No dia 20 de Dezembro de 1.934, foi criado o Conselho Federal de Comércio Exterior, instituído com a responsabilidade de promover as nossas exportações, estimular a elevação do consumo interno da produção doméstica, como também analisar o impacto das importações em relação à produção nacional e o seu respectivo consumo, de maneira a apontar alternativas para o desenvolvimento dos negócios externos do interesse brasileiro (Faro e Faro, página 11).
161) Um pouco mais à frente, com a pretensão de instalar no país uma estrutura capaz de imprimir o ritmo adequado a essas atividades, em 1.941 foi estabelecida no âmbito do Banco do Brasil a Carteira de Exportação e Importação (CEXIM), objetivando especificamente promover ações de incentivo e suporte à exportação, como também garantir o fiel cumprimento das diretrizes apontadas para o curso das importações brasileiras (Faro e Faro, página 11).
162) A ideia era de que a CEXIM viesse a operar como uma caixa de ressonância das políticas aplicáveis ao segmento, buscando assegurar o sucesso do modelo posto em prática pelas autoridades brasileiras para a construção de uma plataforma desenvolvimentista. A opção pelo Banco do Brasil como o elo da corrente governamental responsável pela gestão do comércio exterior afigurava-se a escolha mais natural possível, em virtude da expertise acumulada no suporte ao câmbio, além da capilaridade de sua rede que, no decorrer dos anos 40, já alcançava as principais cidades do país de então, reunindo, portanto, as condições ideais para o apoio a essa atividade (Faro e Faro, página 11).
163) Em 29 de Dezembro de 1.953, a CEXIM foi extinta, com a criação da Carteira de Comércio Exterior, a CACEX, desvinculada do Banco do Brasil (Faro e Faro, página 12).
164) A CACEX aprendeu a pensar o comércio exterior, avaliar as potencialidades dos segmentos em que nos mostrávamos competitivos, ou onde tínhamos capacidade de desenvolver vantagens comparativas na exportação. Ao mesmo tempo, soube instituir mecanismos de controle efetivo das importações, capazes de oferecer as respostas que interessavam ao governo federal, de maneira a subsidiar as iniciativas voltadas para o alcance de superávits na Balança Comercial (Faro e Faro, página 13).
165) Após 1.966, com o estabelecimento do Conselho de Comércio Exterior (CONCEX), instituído com o propósito de coordenar as ações de fomento a esse segmento econômico, apontando as diretrizes que mereceriam ser observadas na busca por uma maior participação brasileira no mercado internacional, a CACEX passou a operar como sua Secretaria Executiva, ganhando musculatura e potencializando o seu papel como elemento indutor dessa atividade (Faro e Faro, página 13).
166) A sua importância nesse cenário cresceu de forma natural com a própria elevação quantitativa e qualitativa das transações registradas no comércio exterior brasileiro. A Carteira atuava com a força de uma agência reguladora, sendo responsável, inclusive, pela gestão dos incentivos fiscais existentes e alocados ao setor e, em conjunto com outras entidades governamentais, passou a adotar uma postura bastante agressiva na promoção das exportações e na formação de uma cultura exportadora (Faro e Faro, páginas 13 e 14).
167) A CACEX, por fim, concentrava uma alçada diretiva e operacional bastante expressiva, aspecto que, na opinião de muitos críticos, demonstrava o seu poder, em alguns casos superior ao de muitos ministérios e outros órgãos públicos que intervinham fortemente nos rumos do comércio exterior. Entretanto, na segunda metade da década de 80, começaram a ser percebidos os primeiros sinais de que novas mudanças poderiam ser implementadas na estrutura pública de apoio e fomento ao setor. Alguns movimentos evidenciavam que as negociações acerca da liberalização do comércio de bens e serviços iriam avançar fortemente (Faro e Faro, página 14).
168) Com a transição de poder, em 1.990, o então presidente Fernando Color de Mello (1.990 – 1.992) promoveu a desregulamentação do comércio exterior, extinguindo a CACEX e com isso se vendo obrigado a redefinir toda a estrutura de suporte ao segmento. Quando da implementação dessas medidas, o mercado se viu um tanto atônito, principalmente porque perdeu sua principal referência. Muitos intervenientes acreditavam que talvez essas alterações estruturais fossem equivocadas e que, eventualmente, viessem a prejudicar de alguma forma o desenvolvimento dessa atividade. O governo federal procedeu à unificação de ministérios e, paralelamente a isso, implantou em 1.993 o Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), um mecanismo totalmente informatizado que integrava as operações de licenciamento, tratamento de dados estatísticos, acompanhamento e controle tanto das exportações brasileiras, como também do câmbio. Com isso, suspendeu-se a adoção de alguns procedimentos extremamente burocráticos e anacrônicos que eram empreendidos pela CACEX (Faro e Faro, páginas 14 e 15).
169) A despeito da diminuição de sua importância no contexto, o Banco do Brasil tem trabalhado no sentido de consolidar as suas ações no setor, conciliando a busca dos negócios de seu interesse com as iniciativas de cunho institucional, vinculadas à execução de políticas públicas que, no entendimento de nossas autoridades, devam permanecer sob a sua execução, a exemplo do Programa de Financiamento às Exportações (PROEX), que é conduzido com recursos públicos alocados para esse efeito, no Orçamento Geral da União (Faro e Faro, página 15).
170) O comércio exterior brasileiro está alicerçado hoje em uma base que, a rigor, compreende o Conselho Monetário Nacional; o Banco Central do Brasil; a Câmara de Comércio Exterior; o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; além dos Ministérios da Fazenda e das Relações Exteriores; e ainda outros órgãos auxiliares, tais como o próprio Banco do Brasil e a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos – a APEX Brasil (Faro e Faro, página 15).
 
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