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“Em homenagem a meus pais, amigos e minha amada cidade de Belém do Pará”. 
 
Resumo 
Farmacologia 
1 de janeiro 
2014 
Este material foi em grande parte influenciado pela obra de Marcela Cabral e 
Arlindo Netto, podendo ser inclusive considerado como uma releitura destas 
obras junto as anotações de diversos docentes. Não desejo obter lucro, mas 
somente auxiliar e propagar o conhecimento, de forma a ajudar o meio 
acadêmico assim como a elaboração deste resumo me ajudou. Sintam-se a 
vontade para modificar o conteúdo aqui presente, desde que o crédito a tais 
obras chaves continue presente. Boa sorte! 
Autor: Mateus de 
Grise 
 
 
Faculdade Estadual de Medicina do Pará 
Tuna Acadêmica Airetama 
Autor: Mateus de Grise 
Farmacologia 
ÍNDICE 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade Estadual de Medicina do Pará 
Tuna Acadêmica Airetama 
Autor: Mateus de Grise 
FARMACOCINÉTICA (Prof.ª Rita de Cássia) 
CONCEITO: A relação temporal das concentrações de um fármaco obtidas em diferentes regiões 
do organismo durante e após a administração de uma dose constitui-se farmacocinética. É a 
maneira pela qual as moléculas do fármaco são afetadas pelo organismo compõe o estudo 
farmacocinético. A farmacocinética é definida como o estudo quantitativo do desenvolvimento 
temporal dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. 
Nestes estudos, os teores dos fármacos e seus metabólitos (produtos da biotransformação) no 
organismo são determinados, permitindo a obtenção de importantes dados sobre as substâncias 
medicamentosas. Esses fenômenos farmacocinéticos compreendem a passagem dos fármacos 
através das membranas celulares ou barreiras biológicas. Nesse sentido, entende-se por 
transporte de fármacos o deslocamento de um fármaco de um compartimento para outro, 
deslocamento dentro de um mesmo compartimento ou ainda deslocamento do fármaco para fora 
do organismo. Assim, serão abordados os parâmetros cinéticos: absorção, distribuição, 
metabolismo e excreção de fármacos, e considerados alguns pontos de importância como: vias de 
administração, barreiras biológicas, transporte através das membranas celulares, princípios e leis 
que regem o movimento transmembrana de fármacos e fatores correlacionados que modificam as 
características do transporte de fármacos. 
As vias de administração de fármacos são: Enteral (oral e retal), parenteral (intramuscular, 
intravenosa, intra-arterial, subcutânea, intradérmica, intracardíaca, intrapleural, intra-articular, 
intra-esternal, intraperitoneal, intratecal ou raquidiana, intra-sinusal, intracanal), parenteral 
transmucosa (conjuntival, rinofaríngea, traqueobrônquica, geniturinária, alveolar, orofaríngea), 
enteral transmucosa (sublingual ou perlingual), transcutânea ou pele, periodental, lesões 
cutâneas, membrana timpânica, intracraniana, umbilical, etc. Para cada uma dessas vias existem 
formas farmacêuticas desenvolvidas especialmente, as quais respeitam os fatores cinéticos 
envolvidos na absorção, distribuição, metabolismo e excreção relacionados à via de 
administração. 
As barreiras biológicas são representadas por membranas celulares e limitam a passagem 
dos fármacos para o organismo. Cada barreira possui sua característica própria (ex: barreira 
epitelial, hematoencefálica, placentária, hematotesticular). As barreiras são geralmente 
classificadas em três tipos: Com várias camadas de células (pele), compostas de uma simples 
camada de células (epitélio intestinal), com menos de uma célula de espessura (membrana de uma 
simples célula). 
Para estudarmos o transporte de fármacos através das membranas biológicas, temos que 
ressaltar o modelo mosaico fluido, introduzido por Singer e Nicolson (1972) que detalha os 
constituintes da membrana plasmática com muita propriedade: uma bicamada lipídica com as 
cabeças polares dos fosfolípidos voltadas para as superfícies externa e interna da membrana e 
intercaladas dentro das moléculas dos lipídeos, moléculas de colesterol (geram fluidez a 
membrana) e proteínas (trocam massa e energia com o meio). Os fármacos que atravessam as 
membranas podem fazê-lo por difusão, onde a velocidade de transferência é proporcional ao 
gradiente de concentração através da membrana, transporte especializado por carreadores, 
 
 
Faculdade Estadual de Medicina do Pará 
Tuna Acadêmica Airetama 
Autor: Mateus de Grise 
fármacos polares que se ligam a proteínas carreadoras sendo 
deslocados de um lado para outro, segundo seu próprio gradiente de difusão, podendo esse meio 
de transporte ser de três maneiras distintas: difusão facilitada a favor de gradiente de 
concentração, transporte ativo contra gradiente de concentração e difusão por troca. Ainda como 
meio de transporte através da membrana tem-se difusão a través de poros, esse mecanismo pode 
envolver algumas moléculas hidrossolúveis menores como água, metanol e uréia, as quais 
atravessam as membranas através de canais aquosos e por último temos a endocitose e exocitose. 
Na primeira, partículas sólidas (fagocitose) ou líquidas (pinocitose) entram em contato com a 
membrana que invagina e se estrangula, entregando a partícula para dentro de um vacúolo no 
interior da célula. Já na exocitose, o váculo que contém a partícula se funde a membrana celular 
liberando seu componente para o exterior. 
ABSORÇÃO: Compreende as diversas passagens dos fármacos através das membranas celulares 
(barreiras biológicas) desde o local de administração até os líquidos de distribuição do organismo 
(plasma ou linfa). A importância da absorção de fármaco reside na determinação do período entre 
o aparecimento do efeito farmacológico e a administração do fármaco (latência) e na 
determinação das doses dos medicamentos. Em algumas situações, a absorção pode influenciar na 
escolha da via de administração de fármacos. Alguns fatores influenciam na absorção de fármacos 
como: solubilidade (fármacos para serem absorvidos, precisam ser hidrossolúveis para se 
difundirem nos líquidos do organismo e lipossolúveis para atravessarem as membranas 
biológicas), área de superfície de absorção (quanto maior a área maior a absorção), circulação 
local (vasodilatação aumenta a absorção e vasoconstrição diminui), pH do sítio de absorção (bases 
fracas são bem absorvidas em pH mais elevado e ácidos fracos em pH mais baixo), pKa dor 
fármaco (determina alterações importantes na velocidade de absorção de fármacos conforme o 
pH do meio), concentração do fármaco (quanto maior a concentração da substância administrada 
maior a absorção), interações (medicamento x medicamentoe medicamento x alimento podem 
aumentar ou diminuir a absorção de fármacos e até mesmo do próprio alimento), dissolução 
governada pela velocidade de difusão das moléculas de soluto através da camada de difusão em 
direção ao solvente. Outros fatores também devem ser levados em consideração na absorção dos 
fármacos como a forma amorfa ou cristalina (amorfa tende a ser mais rapidamente absorvida) e 
sais de fármacos são mais facilmente dissolvidos e, por isso, absorvidos do que ácidos e bases 
livres. O pH do meio, pKa da substância, polaridade do fármaco, coeficiente de partição ou 
distribuição também podem influenciar o transporte de fármacos através das barreiras biológicas. 
O pH está relacionado com o potencial hidrogeniônico do meio e é um índice fundamental no 
estudo do transporte, da distribuição, da excreção, das interações e reações adversas dos 
fármacos. O pH de uma solução é o logaritmo na base 10 do inverso da concentração de íons 
hidrogênio. Graças ao sistema tampão do organismo (íon bicarbonato, ácido carbônico, proteínas 
plasmáticas e celulares), o pH dos meios biológicos permanece sempre constante, com variações 
mínimas em torno de 0,05 unidades de pH. Isso reflete a importância de grau de ionização de uma 
substância, isto é, de quanto se apresenta em forma molecular e ionizada em determinado pH, 
para o reconhecimento de seu perfil farmacocinético (absorção, distribuição, eliminação). Para 
qualquer eletrólito fraco considerado, é de sumo interesse a observação de que a fração ionizada 
constitui a fração hidrossolúvel do fármaco e a fração não-ionizada constitui-se a fração 
 
 
Faculdade Estadual de Medicina do Pará 
Tuna Acadêmica Airetama 
Autor: Mateus de Grise 
lipossolúvel. A forma hidrossolúvel ou ionizada é responsável pela 
difusão da mesma através dos meios aquosos (plasma, líquido intersticial, meio intracelular), já 
forma lipossolúvel é responsável pela difusão da molécula através das membranas celulares de 
natureza lipídica. Muitos fármacos são ácidos ou bases fracos, existindo nas formas ionizada e não 
ionizada (lipofílica): BH+ ↔ B + H+ e AH ↔ A+ + H+. As formas BH+ e A- possuem uma solubilidade 
lipídica extremamente baixa e, desta forma só poderiam se difundir pela membrana utilizando um 
mecanismo específico. Já as formas B e AH são facilmente permeáveis à membrana. A equação de 
Henderson-Hasselbach (1916) verifica o grau de ionização da substância e determina seu 
movimento entre as membranas celulares e meios aquosos. Essa equação é o modelo mais 
convencional de expressar a relação entre a concentração de formas ionizada e molecular para 
dada substância em função do pH. Para os ácidos fracos: pH – pKa = log [íons]/[moléculas] e para 
as bases fracas: pH - pKa [moléculas]/[íons]. Dessa forma, o grau de ionização de uma substância é 
função de sua constante de dissociação (portanto de seu pKa) e do pH do meio em que se 
encontra. O pKa é característico de cada substância e pode ser determinado por métodos como 
titulação e espectrofotometria. Assim, quanto mais forte for o ácido, mais baixo será o valor de seu 
pKa e, quanto mais forte a base, maior será o seu pKa. Se a fração ionizada se igualar a fração 
molecular, a substância estará 50% ionizada e 50% não-ionizada e, dessa forma: pH – pKa = log 1 
.; pH – pKa = 0.; pH = pKa. Em termos práticos, o pH assume o valor de pKa quando 50% da 
substância estiver na forma molecular e 50% estiver na forma ionizada. Então, se os valores de pH 
e pKa permanecem próximos, pequenas variações de pH podem determinar enorme variação do 
grau de ionização do fármaco interferindo no trânsito transmembrana do mesmo. 
A capacidade de uma substância em dissolver-se em água caracteriza sua polaridade. O 
grau de polaridade é de grande importância tanto na distribuição do fármaco pelos diferentes 
compartimentos do organismo quanto na atividade. Grupos polares definem a polaridade de uma 
substância (OH-, NH2-, -COOH, -COOCH3, -CONH2, -OCH3, -SO2NH2), os quais possibilitam formação 
de pontes de hidrogênio com a água. Grupos alquila determinam a apolaridade das substâncias (-
CH3 < -CH2CH3 < -CH2CH2CH3 < -(CH2)nCH3). Substâncias ionizadas, ou seja, que têm carga, têm 
mais dificuldade de passar por membranas do que substâncias não ionizadas, ou seja, neutras 
(apolares: Essas têm maior absorção). Portanto para os ácidos a forma não dissociada HA, que é 
neutra (sem carga, não ionizada), têm melhor passagem pela membrana, melhor absorção. Ácidos 
mais fortes se dissociam mais do que os mais fracos. Então os fármacos que forem ácidos mais 
fracos (menor dissociação) terão maior parte não dissociada, logo a maior parte será a não 
ionizada que é a de melhor absorção. Com as bases, as mais fortes terão maior protonação do que 
uma base mais fraca. Então com bases mais fortes terá maior parte dela na forma ionizada "BH+", 
do que com bases mais fracas, que terá maior parte não ionizada (B), que não se ligou a prótons, 
tendo bases fracas (assim como ácidos fracos) melhor absorção pela membrana. 
O coeficiente de partição ou distribuição avalia a distribuição de uma substância entre dois 
meios não miscíveis. Quando uma substancia se distribui entre dois solventes não miscíveis em 
condições de temperatura constante e volumes iguais para ambos os solventes, a relação entre a 
concentração nos dois meios é constante e chamada de coeficiente de partição. Em 
farmacocinética é importante o coeficiente de partição óleo/água, tecido/sangue, água/gás, 
gordura/gás e sangue/gás. Este último indica que: quanto maior a relação, mais lentamente se 
 
 
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Tuna Acadêmica Airetama 
Autor: Mateus de Grise 
obterá o equilíbrio de saturação e a indução do anestésico mais 
demorada. Já o coeficiente tecido/sangue indica a passagem do anestésico para o tecido cerebral e, 
quanto maior a relação maior será o grau de anestesia. O coeficiente gordura gás elevado indica 
que o anestésico se deposita nos tecidos adiposos e aí permanecem até a concentração plasmática 
baixar. 
BIODISPONIBILIDADE: Descreve a quantidade de fármaco absorvida capaz de gerar uma resposta 
farmacológica. A velocidade de absorção do fármaco a partir da forma farmacêutica de 
apresentação é definida pela biodisponibilidade. A aplicação dos conhecimentos de 
biodisponibilidade em estudos comparativos de duas ou mais formulações diferentes, contendo o 
mesmo princípio ativo, administrado na mesma dose, é denominado bioequivalência. A 
biodisponibilidade é avaliada em curvas de concentração do fármaco em tecidos ou líquidos 
biológicos (eixo de Y) em função do tempo (eixo do X), onde a concentração sanguínea reflete a 
dinâmica do fármaco nos diferentes compartimentos do organismo. Desta forma, a elevação da 
concentração sanguínea do fármaco há predomínio da absorção do fármaco, enquanto nas etapas 
seguintes, onde acontece a diminuição da concentração sanguínea do fármaco ao longo do tempo, 
predominam a distribuição, metabolismo e excreção. Na curva de concentração sanguínea do 
fármaco podem ser considerados três parâmetros: pico de concentração plasmática máxima 
(Cpmax), tempo do pico de concentração plasmática máxima (Tmax), área da curva de 
concentração plasmática (AUC). O Cpmax é a máxima concentração da substância no sangue 
depois de um certo tempo após sua administração a partir de uma via. A única via de 
administração onde a Cpmax atinge no tempo zero valores máximos é a intravenosa, pois não há 
barreiras biológicas a serem transponíveis pelo fármaco para chegar ao sangue. O tempo que a 
substância leva para atingir a Cpmax é chamado de Tmax, que varia em relação ao tipo de 
tratamento, tratamentos que requerem respostas agudas oudoses de ataque, o Tmax é 
rapidamente alcançado, já em tratamentos crônicos ou de manutenção, onde o fármaco 
permanece mais tempo no organismo o Tmax demora mais para ser alcançado. Tempo de meia via 
(t1/2) é o tempo necessário para concentração do fármaco cair para metade da Cpmax. O estado 
estacionário é o equilíbrio alcançado durante um regime posológico crônico, quando a taxa de 
fármaco administrado se iguala a taxa de fármaco eliminado e corresponde a 4 a 5 t1/2. Em 
regimes terapêuticos longos , a obediência a tomada do fármaco é fundamental para o alcance do 
estado estacionário, diminuindo extremamente o risco de respostas adversas. Na área sobre a 
curva é possível calcular através da área trapezoidal e reflete a quantidade de droga no organismo 
durante um determinado intervalo de tempo. Para que o efeito terapêutico seja observado, o valor 
alcançado pela concentração máxima do fármaco no compartimento intravascular deve manter-se 
acima do nível plasmático efetivo (NPE), isto é, a concentração mínima necessária para que se 
obtenha a resposta farmacológica, e abaixo da concentração máxima tolerada (CMT), na qual se 
atingem níveis tóxicos para o organismo. A faixa de concentração entre o NPE e CMT é 
denominada índice terapêutico. Período de latência é o tempo entre a administração até o 
aparecimento do primeiro efeito. 
DISTRIBUIÇÃO: Os fármacos deslocam-se do sítio de absorção (a menos que administrados 
diretamente na corrente circulatória), dirigindo-se para os sítios de ação e daí para os de 
eliminação através do sangue. Os fármacos podem se unir a proteínas plasmáticas e eritrócitos. 
 
 
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Tuna Acadêmica Airetama 
Autor: Mateus de Grise 
Esteróides se ligam a β-globulina, o cortisol se liga a proteína 
transcortina, a principal proteína carreadora de fármacos é a albumina, pois muitos fármacos são 
transportados por ela no sangue até seus sítios de ação, outras como lipoproteínas, α1-
glicoproteína ácida e glóbulos vermelhos também são carreadoras de fármacos. De modo geral, 
fármacos ácidos ligam-se a albumina, fármacos básicos e fármacos lipofílicos ligam-se a 
lipoproteínas e fármacos fracamente básicos podem se unir a α1-glicoproteína ácida. Alguns 
fatores podem alterar a ligação fármaco proteína e, com isso, a resposta farmacológica como 
redução da biossíntese proteica, proteínas com alterações estruturais, hipoproteinemia, 
competição entre substancias. A relação entre as quantidades de fármacos unidos às proteínas 
plasmáticas e não unidos depende do número de sítios ligantes na proteína, da constante de 
afinidade entre o fármaco e a proteína e da concentração de proteína ligante. Quando ligado à 
proteína o fármaco não tem como ligar-se ao seu sítio de ação, pois a porção do fármaco ativa é a 
fração livre e não a fração ligada às proteínas. Dessa forma, os fármacos necessitam se tornarem 
livres para serem efetivos biologicamente e isso não necessariamente representa 100% das 
moléculas dos fármacos, pois o desprendimento de pequena fração de fármacos já pode ser capaz 
de gerar resposta farmacológica. 
Uma vez no organismo, o fármaco pode se distribuir nos líquidos biológicos. A distribuição 
pode restringir-se ao meio extracelular (compartimento plasmático + intersticial) ou ir para o 
meio intracelular. Certos fármacos podem ligar-se fortemente às estruturas teciduais, de forma 
que a concentração plasmática diminui substancialmente. O padrão de equilíbrio da distribuição 
entre os diversos compartimentos depende da permeabilidade através de barreiras teciduais, 
ligação no interior dos compartimentos, partição do pH, partição adiposa: aquosa. Após certo 
intervalo de tempo, o fármaco poderá estar distribuído homogeneamente no volume do líquido 
extracelular (14 litros), ou seja, líquido intersticial e plasma. No decorrer do tempo, o fármaco 
poderá vir a diluir-se também pelo volume do líquido intracelular (28 litros) ou, em outras 
palavras, por todo o líquido do organismo. Dessa forma, teoricamente, um dado fármaco pode em 
princípio distribuir-se pela água total do organismo (liquido extracelular + liquido intracelular = 
42 litros). O volume de distribuição (Vd) é o parâmetro farmacocinético que avalia a extensão da 
distribuição da substância ativa, além do plasma. Relaciona a concentração plasmática com a qtde 
de fármaco presente no organismo. O volume de distribuição aparente é o volume no qual o 
fármaco teria de se dissolver para que sua concentração se igualasse á do plasma. É o volume de 
líquido necessário para conter a quantidade total, Q, do fármaco no corpo na mesma concentração 
presente no plasma, P. Este volume estabelece uma relação entre a concentração (ou quantidade 
total) do fármaco no organismo e sua concentração plasmática: Vd = [q]/[p]. O Vd dá 
informações sobre a utilização de fármacos no organismo e pode auxiliar na otimização de 
esquemas terapêuticos. Dessa forma, tomando como base os valores da água distribuída no 
organismo, valores de volume de distribuição de fármacos menores que 5 indicam que o fármaco 
está concentrado no compartimento vascular, 15 distribui-se também no Espaço Extravascular 
(intersticial), 40 no volume total de água no organismo e > 40 concentrado nos Tecidos (altamente 
lipofílico). Este parâmetro cinético dá possíveis informações sobre a natureza da substância química, pois 
fármacos muito hidrossolúveis não atravessam as barreiras das membranas e tendem a estar no espaço 
vascular ou intersticial, já fármacos muito lipofílicos tendem a se concentrar nos tecidos, pois atravessam 
com facilidade as barreiras das membranas. 
 
 
Faculdade Estadual de Medicina do Pará 
Tuna Acadêmica Airetama 
Autor: Mateus de Grise 
METABOLISMO: Os animais desenvolveram sistemas complexos de 
detoxificação de substâncias estranhas. Biotransformação ou metabolismo do fármaco é toda alteração 
química que os fármacos sofrem no organismo, geralmente por processos enzimáticos. A maioria das 
reações ocorre na intimidade dos tecidos e dos órgãos. Algumas reações são observadas antes mesmo da 
absorção. Porém, nem sempre os fármacos sofrem metabolização total, pois, dependendo do fármaco, pode 
ser excretado parcialmente ou quase na totalidade, sem modificação na sua estrutura química. O 
metabolismo dos fármacos envolve dois tipos de enzimas: de fase I e fase II. As reações de fase I são 
catabólicas (ex: oxidação, redução e hidrólise) e seus produtos podem ser quimicamente mais reativos e, 
por isso, mais tóxicos do que o fármaco original. As reações de fase I podem, por exemplo, transformar pró-
fármacos em fármacos ativos, quando a substância é administrada via oral gastrointestinal, passando pelo 
fígado, antes de chegar a circulação geral e esse fenômeno é conhecido como efeito de primeira passagem. 
O efeito de primeira passagem é importante não só para ativar fármacos inativos quimicamente, mas serve 
para eliminar parte das moléculas dos fármacos antes que chegue a circulação sistêmica, sendo conhecido 
como metabolismo pré-sistêmico, o qual diminui a biodisponibilidade da droga administrada via oral. 
Desta forma, uma dose maior do fármaco deve ser administrada. As enzimas de fase II são anabólicas e 
envolvem conjugação, o que resulta, via de regra, produtos inativos. Nessa fase os fármacos são 
biotransformados em composto mais polares possível para que possam ser excretados. As reações de fase I 
e fase II ocorrem principalmente no fígado, mas alguns fármacos são metabolizados no plasma (ex: 
sulxametônio), pulmões (ex: prostanoides), intestino (tiramina, salbutamol). Enzimas são envolvidas na 
detoxificação de fármacos e podem ser: Fração mitocôndrica, que contém monoaminoxidase (MAO) 
de grandeimportância farmacológica na desaminação oxidativa de aminas biogênicas (ex: 
serotonina, dopamina, tiramina e noradrenalina); Fração microssômica: encerra numerosas 
enzimas inespecíficas, entre elas o sistema oxidase de função mista ou sistema citocromo P-450. 
As drogas metabolizadas por esse sistema são lipossolúveis; Fração solúvel: onde são 
encontradas enzimas solúveis, tais como desidrogenases, amidases, e transferases. Para chegaram 
a essas enzimas os fármacos precisam atravessar a membrana plasmática, fármacos polares o 
fazem mais lentamente, utilizando sistema de transporte, já fármacos lipossolúveis o fazem com 
tranquilidade. O metabolismo intracelualar é menos importante para fármacos polares do que 
para os lipofílicos, desta forma, os polares tendem a ser eliminados de forma inalterada na urina. 
A indução ou inibição da atividade das enzimas por medicamentos e outras substâncias alteram a 
atividade das enzimas metabolizadoras. Na indução enzimática ocorre a potencialização do 
metabolismo do fármaco e, com isso, diminuição da resposta farmacológica terapêutica, já a 
inibição enzimática, além da resposta terapêutica, a resposta adversa pode ser observada, visto 
que o fármaco continua ativo. Na indução enzimática ocorre aumento a velocidade de 
biotransformação hepática da droga, Aumento da velocidade de produção dos metabólitos, 
Aumento da depuração plasmática da droga, Diminuição da meia-vida sérica da droga, Diminuição 
das concentrações séricas da droga livre e total, Diminuição dos efeitos farmacológicos se os 
metabólitos forem inativos. Já na inibição enzimática ocorre diminuição da velocidade de 
produção de metabólitos, Diminuição da depuração total, Aumento da meia vida da droga no soro, 
Aumento das concentrações séricas da droga livre e total, Aumento dos efeitos farmacológicos se 
os metabólitos forem ativos. 
EXCREÇÃO: Os rins constituem o mecanismo principal de eliminação de fármacos, mas outros 
órgãos e tecidos também podem fazê-lo como pele, pulmão, intestino (eliminação biliar através da 
circulação êntero-hepática). As células hepáticas transferem diversas substâncias, inclusive 
 
 
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Autor: Mateus de Grise 
fármacos, do plasma para bile por meio de sistemas de 
transporte semelhantes aos do túbulo renal e que envolvem a glicoproteína P. Vários conjugados 
hidrofílicos de fármacos, especialmente glicuronídeos, são encontrados na bile e levados para o 
intestino, onde o glicuronídeo é hidrolisado, liberando o fármaco ativo novamente. O fármaco livre 
pode ser absorvido e o ciclo êntero-hepático repetir-se, criando um reservatório de fármaco 
circulante que pode representar 20% do total de fármaco no organismo, prolongando sua ação 
(ex: morfina, etinilestradiol, rifampicina). A eliminação renal de fármacos envolve três processos: 
filtração glomerular, secreção tubular ativa e reabsorção tubular por difusão passiva. Nos dois 
primeiros as substâncias passam do sangue para a luz tubular e no último processo, as drogas 
fazem o inverso ou seja, passam da luz para o sangue. As drogas são, na sua maior parte, 
removidas do corpo através da urina, na forma inalterada ou como metabólitos polares. A filtração 
ocorre na cápsula de Bowman, onde os capilares glomerulares permitem que moléculas de 
fármaco com peso molecular abaixo de 20000 DA se difundam para o filtrado glomerular. Esses 
capilares são impermeáveis a moléculas maiores como albumina que possui um peso molecular 
igual a 68000 DA. Quanto maior a ligação do fármaco com as proteínas plasmáticas, como 
albumina, por exemplo, menor será sua concentração no filtrado. Fármacos como a varfarina que 
possuem 98% deste ligados à albumina, possuíram uma concentração no filtrado de apenas 2%, 
deste modo, a filtração glomerular não corresponderá o meio mais utilizado pelo organismo para 
eliminação do fármaco. A secreção tubular ocorre no túbulo proximal, sendo que até 80% dos 
fármacos que chegam aos rins passam para luz do túbulo proximal utilizando dois mecanismos 
independentes de secreção tubular: Transporte de fármacos ácidos e transporte de fármacos 
básicos. Esses transportadores podem remover moléculas do fármco contra um gradiente 
eletroquímico. Os fármacos chegam aos rins e são apresentados ao transportador, que se constitui 
em uma proteína que possui uma afinidade excelente para o fármaco, mesmo que esse esteja 
ligado a proteínas plasmáticas. Nesse mecanismo ocorre gasto de energia. A difusão facilitada 
ocorre no túbulo distal. A água é reabsorvida conforme o líquido atravessa o túbulo e, por isso, o 
volume de urina produzido é de aproximadamente 1% do volume filtrado glomerular. Se o túbulo 
for permeável às moléculas do fármaco, cerca de 99% de fármaco filtrado será reabsorvido 
passivamente. Fármacos lipossolúveis são facilmente reabsorvidos, já fármacos polares, cuja 
permeabilidade tubular é baixa, permanecem na luz do túbulo, tornando-se progressivamente 
mais concentrados à medida que a água é reabsorvida, até que sua concentração seja 100 vezes 
maior que sua concentração plasmática, sendo posteriormente eliminado através da urina. Drogas 
ácidas são excretadas mais rapidamente quando a urina é alcalinizada e drogas básicas são, por 
sua vez, excretadas mais facilmente quando a urina e acidificada, pois ocorre o aprisionamento 
iônico da droga dificultando sua reabsorção e potencializando sua excreção, principalmente 
quando se trata de drogas tóxicas ao organismo. Fármacos eliminados pelos rins devem ser 
empregados com cautela em pacientes idosos ou doença renal. A eliminação de fármacos é mais 
bem quantificada pela depuração (ou clereance) renal (CLr), definida como o volume de plasma 
que contém a quantidade da substância removida pelos rins na unidade de tempo. É igual a 
concentração urinária (Cu) x velocidade de fluxo urinário (Vu) dividido pela concentração 
plasmática (Cp), sendo os valores dados em volume por tempo. CLr = (Cu x Vu)/ Cp. É 
extremamente relevante para estabelecer a dose da droga em tratamento de longo prazo. 
 
 
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RELAÇÃO DA FARMACOCINÉTICA COM RESPOSTA 
TERAPÊUTICA: A resposta terapêutica depende de três fases distintas: fase farmacêutica – 
compreende a desintegração e a dissolução das formas farmacêuticas de apresentação e a sua 
administração, por via diferente da intravenosa, nessa fase estão envolvidos a liberação do PA de 
sua formulação e sua dissolução; fase farmacocinética – compreende os princípios cinéticos 
absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos; fase farmacodinâmica – 
compreende a interação das moléculas do fármaco livre com os receptores farmacológicos 
específicos. A partir dos efeitos cinéticos o fármaco estará disponível para agir no organismo. 
Esses efeitos cinéticos resultaram em concentrações de droga capazes de gerar ou uma resposta 
terapêutica ou uma resposta adversa, por isso é de fundamental importância o conhecimento da 
farmacocinética quanto da farmacodinâmica para se obter sucesso na terapia medicamentosa. 
MODELOS FARMACOCINÉTICOS: O organismo pode ser representado como uma série de 
compartimentos que comunicam entre si reversivelmente. Um compartimento não é um espaço 
físico real, mas sim, um tecido ou conjunto de tecidos com idêntica irrigação sanguínea e 
semelhante afinidade para determinado fármaco o qual está homogeneamente distribuído dentro 
de cada compartimento. Os modelos compartimentais são criados para descrever o movimento do 
fármaco ao longo do tempo por regiões distintas do organismo. Esses modelos permitem: prever 
níveis plasmáticos, teciduais e urináriosde fármacos com qualquer dosagem, calcular o regime 
terapêutico, prever acúmulo de fármacos ou metabólitos, estudar a biodisponibilidade de 
fármacos, correlacionar a concentração com atividade farmacológica. Os modelos 
compartimentais mais utilizados nos estudos farmacocinéticos são: modelo monocompartimental, 
bicompartimental e tricompartimental. O mais utilizado na clínica é o monocompartimental que 
pressupõe o organismo como um único compartimento e, ao ser introduzido o fármaco, o mesmo 
se distribui igualmente por todo o compartimento (como se o organismo fosse um tanque). Esse 
modelo é descrito por um conjunto de equações matemáticas. No modelo bicompartimental, a 
distribuição do fármaco não é instantânea, pois nos órgãos muito irrigados como sangue, tecidos 
muito perfundidos como coração, pulmões, rins, glândulas endócrinas, fígado (compartimento 
central) é rápida e nos pouco irrigados como músculo, pele, glândulas salivares, tecido adiposo 
(compartimento periférico) é lenta. No modelo tricompartimental, o sangue e líquido extracelular 
são considerados dois compartimentos diferentes além do compartimento formado pelos tecidos 
de menor perfusão. O modelo matemático para esse estudo é mais complexo. As modificações das 
concentrações dos fármacos em cada compartimento são classificadas como cinéticas de primeira 
ordem ou de ordem zero. O estudo cinético de primeira ordem se aplica aos modelos 
bicompartimentais abertos, sendo o de mais frequente aplicação. Parte do princípio que o fármaco 
somente entra ou sai do sistema através do compartimento central e que, entre esse 
compartimento e o periférico, existe transferência reversível do fármaco, de tal forma que o 
compartimento periférico funciona como um reservatório ligado somente ao central. A quantidade 
de fármaco eliminado é diretamente proporcional à quantidade que permanece no organismo e a 
fração eliminada é constante. Na cinética de ordem zero a transferência de fármaco de um 
compartimento para outro não depende de sua concentração nesses compartimentos. A 
quantidade de fármaco eliminada é independente da massa restante de fármaco. A cinética de 
ordem zero pode ser considerada uma modificação particular da cinética de primeira ordem. 
 
 
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Autor: Mateus de Grise 
CONCLUSÃO: O conhecimento da farmacocinética é essencial para 
o desenvolvimento de fármacos, tanto para entender os ensaios pré-clínicos de toxicidade quanto 
toda a farmacologia animal e para decidir sobre o regime apropriado de doses nos estudos de 
eficácia de fase III. Os estudos farmacocinéticos também definem ás doses recomendadas no 
bulário dos fármacos aprovados de modo a otimizar seu uso e entender suas limitações, como em 
pacientes com comprometimento hepático ou renal. O estudo quantitativo, absoluto ou relativo 
dos processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos fármacos no decorrer do 
tempo é primordial para definição de esquemas terapêuticos e avaliação da terapêutica. A 
observação com segurança dos parâmetros cinéticos e sua aplicação prática pelo clínico 
determinará o sucesso da terapia medicamentosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Antiinflamatórios Não Esteróides 
Os medicamentos da classe dos antiinflamatórios são divididos em 2 grupos: Os AINES e os Esteroidais. A 
principal diferença entre estes é o tipo de ação, os AINE irão atuar em conjunto com enzimas e os AIE vão 
agir semelhantemente a hormônios, relacionando-se com receptores intracelulares. Ambos tem ação 
antipirética, antinflamatória e analgésica. Neste capítulo serão abordados os AINES. 
Os AINES são ácidos fracos, de baixa ionização, logo são facilmente absorvidos. O local para esta é o 
intestino e estômago (de maneira mínima). Medicamentos usados para reumatismos (salicilatos, por 
exemplo) compartilham do efeito antiinflamatório. A aspirina é o AINE original, contudo apresenta 
diversos efeitos adversos, onde os outros AINES foram desenvolvidos para melhorar a eficácia desta. Antes 
de se prosseguir, é fundamental conhecer o processo inflamatório. 
Processo Inflamatório: A inflamação é uma resposta do organismo, mediada por prostanoides, a 
agressões. Possui 2 ou 3 fases. 
1. Fase Aguda: Inicial e transitória. Tem-se vasodilatação e aumento de permeabilidade do vaso, 
graças a liberação de prostaglandinas e citocinas pelo processo inflamatório (células endoteliais 
que sintetizam) . Nesta fase ocorre o rubor, edema e calor. 
2. Fase Subaguda Tardia: É a resposta imunológica, com infiltração dos macrófagos e leucócitos, onde 
estes migram para o foco da inflamação por um processo chamado quimiotaxia (locomoção de 
células a um gradiente químico). 
3. Fase Proliferativa Crônica: Ocorre necrose e fibrose pela incapacidade do organismo em reverter o 
quadro inflamatório, sendo portanto necessária a ação de um AI para evitar o surgimento dessa 
fase. 
Para que se tenha um efeito benéfico, o AI não deve agir nas fases de ativação/ação das células de defesa. 
Tomar antes da fase 1 inclusive pode gerar resistência ao medicamento. As fases 1 e 2 são mediadas por 
prostanóides (prostaglandinas, tromboxanos, prostaciclinas e leucotrienos) ou mediadores pro-
inflamatorios, sintetizados nas células do endotélio. Logo, o medicamento deve ser usado na passagem da 2 
para a 3, evitando assim a fase de necrose e fibrose. 
Os AINES mais conhecidos são: Dipirona, Dipirona Sódica (Anador, Dorflex); Diclofenaco (Cataflan); Ácido 
mefenâmico (Ponstan); Nimesulida (Nisoflan). O paracetamol (Tylenol) não possui atividade 
antiinflamatória relevante, mas possui o mesmo mecanismo dos AINES para efeito antipirético 
(antitérmico) e analgésico. 
Mecanismo de Ação: Como qualquer fármaco, para o AINE possuir efeito deve se ligar a um receptor e 
desencadear sua atividade. A principal via é a chamada Via da Fosfolipase, onde a fosfolipase A2 
(principalmente) atuará lisando fosfatidilcolina e fosfatidiletonamina gerando prostanoides (PGE2 e PGI1). 
Estes são mediadores pró-inflamatórios que desencadeiam a fase 1, já os tromboxanos e leucotrienos são 
responsáveis pela fase 2 (quimiotaxia das células de defesa). 
Primeiramente acontece o estímulo a resposta inflamatória (bactéria, helminto, trauma...) o que lesa as 
membranas celulares das células região, criando um foco inflamatório, onde haverá a liberação de citocinas 
para estimular o processo imune. Este evento irá estimular a fosfolipase A2 a quebrar fosfolipideos 
específicos da membrana plasmática de células endoteliais, dando origem ao ácido araquidônico. Este ácido 
funcionará como substrato para duas enzimas que estão no citoplasma: Lipoxigenase e Cicloxigenase. Se o 
 
 
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Ácido araquidônico sofrer ação das lipoxigenases leucotrienos; já se ele 
sofrer ação das cicloxigenases irão ser formados prostanóides. 
Naturalmente as células já apresentam a lipoxigenase (LOX) e a cicloxigenase (COX) , onde ao chegar na 
célula, o estímulo provoca um aumento intracelular de acido araquidônico, também ativando a Fosfolipase 
A2, sendo esta uma enzima da membrana celular. Ativada, ela irá degradas os fosfolipideos da membrana 
formando mais Ac. Araquidonico ainda, onde este irá sofrer ação das LOX’s e COX’s. Os medicamentos 
AINES irão se ligar as COX’s, interferindo no processo inflamatório. 
Curiosidade: Os alimentos chamados de “reimosos” costumam apresentar alta taxa de fosfolipideos, 
servindo de substratopara a fosfolipase A2, o que potencializa o processo da inflamação. 
COX: A ação dos AINES é através da inibição das COX. Existem 3 tipos de COX: 
- COX-1: Independe do processo inflamatório para ser expressa/sintetizada pelo organismo, sendo 
classificado por isto como constitutiva. É responsável pela função homeostática, como por exemplo, manter 
a PA e dilatação dos vasos em níveis aceitáveis durante a ação das prostaglandinas. Está nas células 
endoteliais, plaquetas e mucosa gástrica. 
- COX-2 e 3: São do tipo indutiva (precisam do processo inflamatório). Todas as COX agem no ácido 
araquidônico para formar prostanoides, contudo enquanto a COX-1 está voltada a homeostase, a COX-2 é 
induzida pela inflamação e a COX-3 atua em locais específicos como coração e hipotálamo. 
Um dos principais efeitos adversos dos AINES é surgimento de gastrites ou processos que irritam a mucosa 
gástrica, já que quando inibi-se a COX-1 a quantidade de PG’s (PGE2) cai, onde esta normalmente é 
responsável pela estimulação das células produtoras de muco gástrico. Ainda falando dos AINES, destaca-
se a febre, que é causada por ação das PG’s no hipotálamo. O efeito antipirético decorre da ação inibitória 
sobre a COX-3. 
Já existem medicamentos AINES que atuam seletivamente sobre as COX 2 e 3, para diminuir os efeitos 
adversos. Estes são bem mais caros e recebem o nome de Coxibs. 
Efeito Analgésico dos AINES: As citocinas decorrentes do processo inflamatório (princ. IL-1 e IL-8) 
induzem a produção de COX por aumento da transcrição gênica desta enzima. O aumento das COX estimula 
a síntese de PGE2, responsável por sensibilizar os nociceptores (receptores da dor) e conseqüentemente, 
causar dor. Já que os AINES inibem as COX (AHA!) a dor diminui. 
Efeito Antiperético: A citocina IL-6 é a principal responsável pela produção de COX-3, que irá atuar no 
Hipotalamo e causar febre. Como os AINES inibem as COX (AHA! 2) a febre também diminui. 
 
 Antiinflamatórios Esteróides 
 
 
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Os AIES, conhecidos como corticóides, glicocorticóides e 
corticoesteroides, atuam de forma similar ao cortisol endógeno, relacionado ao metabolismo da glicose e 
de proteínas, além de sua ação antagonista a respostas imuno-inflamatórias, logo, os AIES são 
imunosupressores. Conhecimentos prévios de anato fisiologia são necessários. 
Glândula Suprarrenal: A glândula responsável pela produção de cortisol é a suprarenal/adrenal. Esta é 
dividida em córtex e medula, onde cada região produzirá substâncias diferentes. Na medula, destacam-se 
as células cromafins, produtoras de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Quanto ao córtex, este é 
dividido em: 
- Zona Glomerulosa: Produz aldosterona, um mineralocorticóide relacionado com a reabsorção de sódio, 
atuante nas túbulos coletores renais, estimulando a excreção de potássio e reabsorção de sódio, 
aumentando o volume vascular e pressão arterial da pessoa. 
- Zona Fasciculada: Produz cortisol pelas células fasciculadas. Este hormônio é hiperglicemiante. 
- Zona Reticulada: As células reticuladas produzem hormônios androgênicos (estradiol e testosterona). 
Ressalta-se que as gônadas são as principais produtoras destes hormônios. 
Eixo Hipotalamo-Hipofise-Adrenal: O hipotálamo, através de CRF’s (fator liberador de corticotropina) 
estimula a adeno-hipófise a secretar ACTH (Hormônio Adrenocorticotrófico), onde este irá estimular todas 
as zonas da adrenal. Logo existem mecanismos de retroalimentação onde no excesso de um dos elementos 
da cadeia, o anterior será inibido. Através disso pode-se entender o porquê de usuários de corticóides não 
poderem interromper abruptamente a medicação, já que o hipotálamo não irá produzir CRF 
imediatamente e sim de maneira gradativa, criando intervalos de ausência de cortisol neste tempo. 
 Síntese de Hormônios Corticais: O hipotálamo, através de CRF’s (fator liberador de corticotropina) 
estimula a adeno-hipófise a secretar ACTH (Hormônio Adrenocorticotrófico), onde este irá estimular todas 
as zonas da adrenal. Logo existem mecanismos de retroalimentação onde no excesso de um dos elementos 
da cadeia, o anterior será inibido. Através disso pode-se entender o porquê de usuários de corticóides não 
poderem interromper abruptamente a medicação, já que o hipotálamo não irá produzir CRF 
imediatamente e sim de maneira gradativa, criando intervalos de ausência de cortisol neste tempo. 
Mecaniso de Ação: Os Antiinflamatórios (AIES ou AINES) atuam com ações antipirética, antiinflamatória e 
analgésica. Os glicocorticóides são voltados para a ação de imunosupressão. Ao utilizar o glicocorticóide, 
este irá ligar-se a albumina, onde após desligar-se da proteína carregadora, o glicocorticóide atravessa a 
membrana por difusão passiva e se liga a um receptor hormonal intracelular. Em seguida, irá expor o 
domínio do DNA e o complexo glicocorticóide-receptor liga-se agora ao DNA. Ocorre então uma repressão 
ou indução de genes específicos sintetizadores de proteínas relacionadas a inflamação (COX, LOX, 
Citocina...), logo a ação dos AIES é baseada em modificação da transcrição gênica. Um exemplo de sua 
atuação é a indução de lipocortina-1, inibidora da fosfolipase A2. 
Efeitos no Metabolismo: Os AIES são responsáveis por diversas alterações a nível de metabolismo. 
Aumentam o nível de glicose através de dois mecanismos: Inibem a expressão do GLUT (transportador de 
glicose) e aumento de enzimas indutores da gliconeogenese. Estes medicamentos induzem a expressão de 
proteases degradantes de proteínas, o que pode levar a quadros de astenia. Quanto aos lipídeos, destaca-se 
a ação estimulante nas catecolaminas endógenas, que possuem receptores específicos nos tecidos adiposos, 
o que gera uma maior degradação lipídica e conseqüente aumento de ácidos graxos livres que irão se 
depositar em lugares não tão comuns, dando um aspecto clinico da chamada “Síndrome de Cushing”. 
 
 
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 Antibióticos 
A antibioticoterapia teve seu início em ampla escala a partir da 2ª Guerra Mundial. Ela se baseia no 
conceito de Toxicidade Seletiva → Esta é a capacidade de atuar de maneira seletiva sobre o 
microorganismo sem causar danos ao hospedeiro. Seu principal efeito colateral é a seleção de mutantes 
resistentes. Quanto ao índice terapêutico, destaca-se a relação B/A, sendo B a dose tóxica e A a dose 
terapêutica. Quanto aos conceitos básicos, tem-se: 
Antibiótico: Produtos microbianos de metabolismo secundário (fase estacionária), não essenciais e síntese 
dependente do ambiente. Ex: Penicilina, advém do fungo pinicillium. 
Quimioterápico: Agente sintético, com ação similar a de um antibiótico. Logo, tanto antibióticos quanto 
quimioterápicos são denominados de antibacterianos. 
Espectro de Ação: Diversidade de organismos afetados pelo agente. 
 > Largo espectro de ação (clorofenicol: Gram+ e Gram-). 
 > Estreito espectro de ação (riflanpcinas: contra o Microbacterium tuberculosis). 
* Geralmente, começa-se um tratamento entrando com uma droga de pequeno espectro de ação. Pois utilizando uma droga de 
largo espectro, corre-se o risco de afetar a flora bacteriana do paciente. 
* Por meio de um teste de Gram, sabe-se, mais ou menos, qual a droga de pequeno espectro que se deve iniciar o tratamento. 
HISTÓRICO 
- Paul Ehrlich (1854-1915): desenvolveu o conceito de toxicidade seletiva, indicando que determinado agente 
exibia uma ação danosa aos microrganismos.- Ehrlich & Hata: realização de teste com compostos arsenicais, em coelhos com sífilis, em 1910, foi lançado o 
medicamento Salvarsan (nome comercial da arsfenamida, para o tratamento da sífilis. 
- G. Domagk: testava corantes e outros compostos químicos, quanto a ação em microrganismos e toxicidade em 
animais... 
- A. Fleming: foi o "segundo" descobridor da penicilina e tentou, sem sucesso, purificá-la em quantidades 
suficientes para ser utiliza como medicamento. Descobriu que ela atuava em estafilococous, mas não conseguiu 
purificá-la. 
- 1896: E. Duchesne: descobriu a penicilina. 
* A sufa foi o primeiro antibacteriano utilizado para o tratamento, na 2ª GM. Ela apresenta um índice de resistência de 80%, 
pois foi utilizada em larga escala de forma errônea. 
- 1939: H. Florey & E. Chain: purificação da penicilina. Injetaram a penicilina em camundongos infectados com 
estafilococos ou estreptococos e observaram que quase todos sobreviveram. 
* Antes, a penicilina tinha um espectro de 80%, hoje em dia é de 20% 
- 1945: Nobel para Florey, Chain e Fleming (morreu antes de receber o prêmio Nobel por contaminação de um 
fungo). 
- 1944: S. Waksman: descobrimento da estreptomicina (Streptomyces griseus), a partir do teste de cerca de 
10.000 linhagens de bactérias e fungos. A maioria das drogas feitas a partir dessa espécie (isso não é muito bom). 
* Há 10 anos não se descobrem novas drogas. As últimas descobertas foram a nimesulida entre outros. (Por Seiji) 
 
CLASSIFICAÇÃO: Existem duas possíveis classificações quanto a ação dos antibióticos. Eles podem ser 
bacteriostáticos→ afetam o crescimento e reprodução da bactéria, sem matá-la; ou ação 
bactericida→afetando estruturas essenciais da bactéria, levando-as a morte. 
Exemplos de bacteriostáticas: cloranfenicol (possui um largo espectro: atua sobre a síntese de proteína); 
lincosaminas, sulfonamidas, tetraciclinas, macrolídeos. Não seria bom utilizar em pacientes com sistema imunológico 
debilitado, pois é ele que matará a bactéria depois do medicamento 
 
 
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Exemplos de Bactericidas: β-lactanos (destroem a parede, inibindo também sua 
síntese]; aminoglicosídeos, fosfomicina etc. 
 
Os antibióticos têm os seguintes alvos: 
1- Parede e seus mecanismos de síntese. 
2- Os ribossomos e a síntese de proteínas. 
3 – Síntese de Ácidos Nucléicos. 
 4 – Metabolismo Intermediário. 
 5 – Membrana Celular 
 
- Ação sobre a Parede Celular 
• B-lactâmicos: Possuem anel B-lactâmico. Atua em bactérias que possuam parede celular (alta seletividade). 
Atuam ligando-se ao PBP (proteína que é o “cimento” que une os tijolos da parede bacteriana), inibindo a 
produção de ácido lipoteicóico e por feedback, há a ativação das autolisinas que começam a atuar 
indiscriminadamente e tornar a parede defeituosa ou destruí-la. 
• Glicopeptídeos: Duas drogas: Vancomicina e Theiconplamina. Atuam inbindo o deslocamento da D-Alanina (ele 
desloca-se para atuar na parede). A vancomicina é uma droga usada para estafilococos resistentes a meticilina – 
MRSA. Atuam somente em G+ 
• Fosfomicina: Entra na célula (é difícil) e inibe a síntese da parede pelo interior da célula. 
 
- Inibição dos Ácidos Nucléicos 
• Novobiocina: Liga-se a helicase (não se usa mais, pois não há seletividade) 
• Quinolonas: De 1ª geração – Acido Nalidicilico. 2ª Geração – Quinolonas Fluoradas, terminação em – 
florxisacina. A girase bacteriana é diferente da humana e estes medicamentos atuam sobre ela, impedindo a 
superespirilação do DNA bacteriano, fazendo com que o cromossomo torne-se quebradiço e frágil, mas depende 
do sistema do hospedeiro matar o organismo (não usar em pacientes com SI debilitado). São nefrotóxicas. 
• Rifampicina: Liga ao RNA polimerase DNA-dependente e bloqueia a transcrição. Não existe seletividade, atua 
em pequeno espectro de ação. Utilizado em tuberculoses. 
 
- Inibição da Síntese de Proteínas: Dependem do transporte da Catalase. 
• Aminoglicosídeos (Estreptomicina e Gentamicina): Ligam-se a unidade 30S e bloqueiam a leitura do mRNA. 
• Tetraciclina: Ligam-se a 30S (sítio A), impedem ligação do aminoacil-tRNA. Pode ocorrer o refluxo. 
• Clorofenicol: Liga-se a 50S, inibem a ligação do tRNA e peptidil trasnferase, não permitindo o aumento da 
proteína. Formam-se os códons, mas a proteína não é alongada. 
• Eritromicina: Liga-se a 50s e inibe a alongação. Único sítio de ação, assim como a tetraciclina. 
 
- Ação do Metabolismo 
Geralmente age como inibição competitiva. 
• Sulfa e Derivados: Inibição da síntese do ácido fólico pela competição com o PABA. Primeira droga utilizada em 
larga escala. 
• Trimetoprim: Bloqueio da síntese do tetrahidrofolato, inibindo a dihidrofolato redutase. 
- Cotrimoxazol/Sulfatrim: Sulfa+Trimetoprim. Exemplo de sinergismo 
 
RESISTÊNCIA BACTERIANA: A resistência pode ser Natural → ausência de alvo por parte do antibiótico; 
ou Adquirida → através de mutações espontâneas, seleção ou por recombinação após transferência de 
genes (exemplo=conjugação). Os principais mecanismos de resistência são: 
 
 
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Autor: Mateus de Grise 
Impermeabilidade a droga – Exemplo da Membrana Externa de G- 
Inativação: Drogas inativadas por enzimas das bactérias. Por exemplo Beta Lactamases de Espectro 
Extendido (ESBL), amiglicosidases e carbapenemase 
Modificação de Enzima ou Estrutura Alvo: Principalmente entre os G+ - Ex: MRSA ou VRE 
Bombeamento de Volta Para o Meio: Efluxo da Droga – Resistência as tetraciclinas 
 
A medida de resistência pode ser feita através do Antibiograma(TSA) – Teste de Sensibilidade a 
Antibacterianos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Antihelmínticos 
Os seres humanos são os principais hospedeiros (definitivos/primários) para a reprodução de helmintos, 
no caso, a sexuada, produzindo ovos ou larvas que irão infectar outro hospedeiro (secundário). 
Clinicamente destaca-se dois tipos de infecções por helmintos: As que o verme vive no tubo digestivo do 
hospedeiro e as que ele reside em outro local do corpo. Falando dos que costumam viver no tubo digestivo, 
temos como exemplo a tênia e nematódeos, já quanto a vermes que vivem em outros tecidos, destacam-se 
trematódeos (schistossomas – parede intestinal ou bexiga) e nematódeos teciduais. Filárias adultas vivem 
nos vasos linfáticos, tecidos conjuntivos e mesentério. As larvas vão para a parte bucal do inseto e são 
reinjetadas no hospedeiro, instalando-se em outros locais. A “larva migrans cutânea” é um exemplo de 
doença causada por nematódeo que vivem em TGI’s de outros animais (cães e gatos no caso). 
Fármacos Anti-helmínticos: Para a droga ser considerado antihelmíntica, ela precisa penetrar a cutícula 
do verme ou adentrar o seu trato alimentar. Sua atuação se dá através da paralisia do verme ou lesão a 
cutícula. Estes fármacos também podem atuar no metabolismo do verme ou modular a atividade 
neuromuscular dos parasitas. Quanto aos tipos, destacam-se: 
- Benzimidazóis: Principal grupo dos AH, tendo como representantes albendazol, tiabendazol e 
mebendazol. Ligam-se a beta tubulina livre, inibindo sua polimerização e inpedindo a captação de glicose 
(dependente dos microtubulos). São inibidores seletivos sobre a função microtubular dos helmintos, sendo 
até 400 vezes mais potentes nestes do que em mamíferos. Todos estes são medicamentos de largo espectro 
e possuem poucos efeitos adversos, geralmente ligados a distúrbios no TGI.- Praziquantel: Amplo Espectro. Usado no tratamento para esquistossomo e cisticercose. Ele altera a 
homeostasia do cálcio nas células do verme, causando contração forte e conseqüente paralisia, resultando 
na morte do helminto. Afeta as formas adulta, imatura e cercarias do verme. Os efeitos adversos são 
distúrbios no TGI, febre baixa, tonteira e astenia. 
- Piperazina: Inibe reversivelmente a transmissão neuromuscular do verme, exercendo um papel de GABA 
sobre os canais de cálcio. Os vermes paralisados são expelidos ainda vivos. Foi em grande parte substituída 
por benzimidazois. Além dos citados anteriormente, os efeitos adversos podem ser broncoespamos, 
parestesia e vertigem. 
- Pirantel: Despolariza a junção neuromuscular dos helmintos, causando espasmo e paralisia. Também fora 
substituído em grande parte por benzimidazois e possui os efeitos adversos deste grupo. 
- Niclosamida: Era a droga de escolha para o tratamento de teníase, mas foi trocada por praziquantel. Ela 
promove uma lesão irreversível no escólex (cabeça do verme + estruturas “ganchos”) e o segmento 
proximal. É usada junto a um purgante quando envolve tratamento de Tenia, de forma a eliminar possíveis 
ovos que poderiam ter sido liberados. Podem ocorrer náuseas e vômitos. 
- Oxamniquina: Atuante contra Esquitossomos Mansoni. Envolve a intercalação do DNA, atuando 
seletivamente no verme, pois este, diferente dos mamíferos, concentra a droga. São comuns efeitos 
adversos, como alucinações, convulsões, tonteira e cefaléia. 
- Levamisol: Eficaz nas infecções por lombrigas. Possui uma ação similar a da nicotina, estimulando e em 
seguida bloqueando as junções neuromusculares. Os vermes são paralisados e então eliminados nas fezes, 
 
 
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já os ovos são destruídos. Apesar deste medicamento atravessar a 
barreira hematoencefalica, possui poucos efeitos adversos, podendo existirem tonturas, erupções cutâneas 
e distúrbios no TGI. 
- Ivermectina: Agente semi-sintético advindo das avermectinas, obtidas de um fungo. É potente contra 
microfilárias, sendo a principal droga para oncocercose, a “cegueira dos rios”. Esta não mata as filárias 
adultas, onde em casos que estas estão instaladas o tratamento cirúrgico é realizado. Possuiu bons 
resultados no tratamento de elefantíase. Esta atua paralisando o verme ao abrir os canais de cloreto 
mediados pelo GABA, bloqueando a transmissão neuromuscular. Sua atuação em vertebrados é 
praticamente inexistente e seus efeitos incluem erupções cutâneas, astenia, hipotensão dentre outras. 
 
Uma imagem de Oncocercose para ilustrar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antifúngicos: A terapia antifúngica é complicada, pois existem poucas drogas, não há muitos alvos 
potenciais nos fungos e tem-se um estreito espectro de ação. Existem diversos efeitos adversos (já que o 
 
 
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alvo também é eucarioto). Os principais aspectos a serem 
considerados são os tecidos afetados, a identificação do patógeno, a quantidade de fungos, sua virulência e 
o sistema imunológico. Quanto a classificação das micoses, têm-se: (estas vão se aprofundando no tecido de 
acordo com a demanda nutricional) 
- Superficiais – Cutâneas – Subcutâneas – Sistêmicas - Oportunistas 
O nível de interação se dá na membrana citoplasmática, via ergosterol e sua síntese. Falando dos 
antifúngicos em si, temos: 
a) Polienos: 
- Metabólito do Streptomyces (bactéria) - Anfotericina 
- Droga antiga e que ainda possui eficiência 
- Eficiente contra infecções sistêmicas, mas não locais 
- Amplo espectro de ação 
- Mecanismo de Ação: Ligam-se aos esteróis da membrana (todos eles, por isso provocam efeitos adversos 
fortes – por isso precisa administrado junto a outra droga) e é um potente fungicida. Não atravessa as 
membranas do SNC. 
 
b) Flucitosina: 5 fluoro-citosina 
- Derivado fluorado da citosina 
- Efeito razoável sobre alguns fungos – Eficaz em Dermatíceos 
- Associação comum com Anfotericina B ( + efeito potencial e + efeitos adversos ) 
- Alto nível de resistência 
- Mecanismo de Ação: Inibição do DNA (por substituição da citosina). Dependência enzimática da Citosina 
Desaminase; em caso de resistência o fungo usa outra enzima. Tratamento de Criptococose e Candídiase 
(junto da Anf. B) 
 
c) Derivados Azóis (Cetoconazol, Fluconazol, Itraconazol, Miconazol, Clotrimazol...) 
- Maior grupo de antifúngicos 
- Menor toxicidade, pois são seletivos no ergosterol 
- Atuam sobre infecções tópicas e sistêmicas 
- Mecanismo de Ação: Inibe a síntese do ergosterol e inibe as enzimas do citocromo P450. 
 
d) Gliseofluvina 
- Derivada do Penicilium 
- Uso local contra os dermatófitos 
- Mecanismo de Ação: Inibe a formação do fuso mitótico. 
 
e) Alilaminas:Terbinafina 
- Uso local contra os dermatófitos 
- Poucos Efeitos Adversos 
- Aplicada em alternância com os azóis 
- Mecanismo de Ação: Inibe a síntese do ergosterol, inibe a enzima esqualeno epoxidase (não servindo para 
tratamento sistêmico) e eliminação, local, de espécies resistentes a azóis. 
 
Para a verificação da existência de fungos, faz-se o exame conhecido como Antifungigrama. 
 
 
 
 
 
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Antivirais: Substâncias produzidas para combater a proliferação viral. 
Como o vírus compartilha muitos processos metabólicos com os humanos, torna-se difícil ser seletivo para 
este, mas existem fármacos deste tipo. A grande maioria dos AV’s disponíveis é eficaz somente durante a 
replicação viral, não atuando no período de latência do agente patogênico. Costumam atuar por dois 
mecanismos: Inibição da Transcrição do Genoma Viral ou Inibição da Penetração na célula do hospedeiro. 
O principal tratamento é a prevenção (vacina). Quanto a seletividade, é ressaltado que proteína e ácido 
nucléicos em si não são fatores seletivos, visto que nós também os possuímos. 
- Análogos Nucleosídeos: O nucleosídeo é o açúcar com base nitrogenada, sem a presença do fosfato, 
sendo por isso instável. A maioria dos antivirais está neste grupo, atuantes principalmente em Herpes 
(vírus de DNA) e HIV (vírus de RNA), sendo que ele atinge ambos. Seu mecanismo baseia-se na inibição da 
replicação do ácido nucléico já que inibe as enzimas das vias metabólicas. É mais eficiente no HIV 
(RNA→Enzimas são fundamentais) Diversos efeitos adversos pela baixa seletividade. Representantes: 
Ciclofovir, Penciclovir, Foscarnete, e Aciclovir. 
- Foscarnet: Inibe a DNA Polimerase, de uso tópico contra herpes vírus. 
- Metisazona: Primeiro antiviral descrito, age sobre o vírus da varíola (poxvírus) e bloqueia a replicação 
viral. Muitos efeitos colaterais. 
- Inibidor Não Nucleosídeo da Transcriptase Reversa – Anti HIV: Não precisa de fosforilação para ter 
estabilidade. É especifico por atuar no sítio da transcriptase, o que diminui os efeitos adversos. Geralmente 
atua como competidor por elementos que a Tanscriptase Reversa precisa ou simples inibidores 
enzimáticos advindos de fosforilações. Representante: Zidovudina (AZT), Didanosina, Zalcitabina, 
Efivarenz 
- Inibidor da Protease/Eventos Pós-Tradução: O RNA do hospedeiro codifica normalmente, mas no HIV 
isto será traduzido em poliproteína bioquimicamente inerte, o que acaba por proteger a célula humana da 
protease viral, evitando a degradação protéica na célula. Tem boa especificidade. Exemplo: Saquinavir e 
Indinavir. 
Amantadina & Rimantadina: Bloqueio do canal iônico de H+, impedindo a dissociação da proteína da 
matriz e retardando a entrada viral com posterior abertura de capsídeoe liberação de material genético 
(desnudamento viral), sendo portanto inibidores da Penetração na Célula do Hospedeiro. Necessitam de 
sinergismo com outras drogas. 
- Interferons (IFNs): Produzidos por macrófagos quando a célula de defesa fagocita o vírus, objetivando 
avisar os outros macrófagos. É uma citosina, antiviral natural, existindo três grupos: IFNsα, IFNsβ e IFNsγ. 
Estes estimularão as células a produzir substâncias que inibam a replicação viral. 
Coquetel do HIV: O coquetel é uma combinação quimioterápica que constituiu-se como padrão de 
tratamento para indivíduos com HIV. São mais eficazes que agentes isolados e refratam a carga viral em 
maior quantidade, possuindo menor toxicidade também. Contudo, como posto anteriormente, estes atuam 
somente durante a fase de replicação, podendo o individuo ficar anos com o estado latente do vírus. 
 
 
 
 
 
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Aplicações Clínicas dos Antivirais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANTINEOPLÁSICOS 
O câncer caracteriza-se pela multiplicação e propagação displásica de células corporais, podendo o seu 
tratamento ser realizado via cirurgia, irradiação e quimioterapia. Tal terapia é complicada, visto que 
células cancerosas e normais são iguais em diversos aspectos. Para que possamos compreender os agentes 
neoplásicos, é fundamental saber o que diferencia as células cancerosas das normais, sendo tais diferenças: 
- Proliferação descontrolada; Perda de Função e Desdiferenciação; Poder de Invasão; Metástase 
As células normais são induzidas a sofrer divisão pelos fatores de crescimento, sendo todo o processo do 
ciclo de crescimento celular mediado por 2 tipos de proteínas: Ciclinas e Quinases ciclinas-dependentes 
(cdk) – codificadas pelos proto-oncogenes nucleares. A ação de tais ciclinas e cdk’s é modulada por forças 
negativas como as do gene p53 e do gene retinoblastoma (Rb). Caso algo dê errado durante o processo de 
replicação, existem pontos de “parada” durante o ciclo celular que permitem o reparo. Caso não seja 
possível realizar tal reparo, o processo de apoptose é iniciado. Tal apoptose (morte celular) é o principal 
mecanismo de defesa contra mutações, removendo células de DNA anormal que podem se tornar malignas. 
Nas células cancerosas, os problemas decorrem de anormalidade dos fatores de crescimento, função 
anormal das ciclinas e das cdk’s, síntese anormal de DNA graças a ação dos oncogenes ou diminuição das 
forças reguladoras negativas, devido a mutações dos genes supressores tumorais (p53/retinoblastoma). 
Pode também ocorrer ativação dos proto-oncogenes em oncogenes, conferindo malignidade a célula. 
Como as células cancerosas perdem sua capacidade de se diferenciar, ocorre perda de função, 
apresentando a capacidade de invadir outros tecidos sem sofrer ação dos agentes apoptóticos. Secretam 
metaloproteinas (enzimas que decompõe a matriz celular), o que permite sua introdução nestes novos 
espaços e surgimento de vasos (angiogênese) necessários para a nutrição do tumor. Dá se o nome 
metástase a tumores secundários surgidos de células liberadas pelo tumor inicial. 
As neoplasias que contem células bem diferenciadas (ou seja, ainda bem similares as células de origem) em 
massa única são consideradas benignas, recebendo a terminação –oma. Seu crescimento é lento, 
progressivo e expansivo (podendo haver retração), onde sua cápsula fibrosa é bem definida, não formando 
metástases. 
Já as neoplasias com células menos diferenciadas (diferentes demais das células de origem), capacidade de 
destaque e introdução no sistema circulatório ou de formar tumores malignos em outros locais são 
consideradas malignas, recebendo a terminação –carcinoma ou – sarcoma (quando são de origem 
mesenquimal). Tem taxa de crescimento rápida, alterando o fluxo sanguíneo via compressão (podendo 
originar necroses e isquemias) e nutrição de tecidos normais. Seu tipo de crescimento é invasivo. Diz-se 
anaplasia para designar falta de diferenciação celular no tecido canceroso. 
Antineoplásicos: Falando em si dos medicamentos, estes são em sua maioria antiproliferativos, danosos 
ao DNA e desencadeadores de apoptose. Agem somente no processo de divisão celular, não apresentando 
nenhum efeito inibitório no processo invasivo, a perda da diferenciação ou tendência de sofrer metástase, 
sendo este um grande problema, pois as células de um tumor solido podem ser divididas em três 
compartimentos: 
- Compartimento A: Células em divisão que possivelmente estão continuamente no ciclo celular. 
- Compartimento B: Células quiescentes (em repouso); mesmo paradas, possuem capacidade de dividir-se. 
 
 
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- Compartimento C: São células que já perderam o poder de dividir-se, mas 
ainda aumentam o tamanho do tumor. 
Praticamente apenas as células do compartimento A podem sofrer a ação de certos fármacos. As células do 
compartimento C não são um problema e sim as do compartimento B, visto que elas não são sensíveis a 
ação do fármaco, mas podem ir para o compartimento A após já serem realizadas sessões de terapia. Como 
os antineoplasicos irão atuar sobre a divisão celular, afetarão tecidos normais que dividirem-se 
rapidamente, podendo produzir efeitos tóxicos como: toxicidade medular → menor taxa de leucócitos, logo 
menor resistência as infecções, alopecia (queda de cabelo), cicatrização deficiente, náuseas, vômitos dentre 
outros. Quanto às classes dos medicamentos, pode-se definir: 
- Agentes alquilantes – ciclofosfamida, lomustina e cisplatina– esses fármacos se ligam ao DNA causando a 
ruptura da cadeia, ou a sua replicação defeituosa, o que deflagra a apoptose, Atuam durante todas as fases 
do ciclo celular. 
 
- Agentes antimetabólicos – metrotexato, fluorouracil, citarabina, mercaptopurina, fludarabina e 
pentostatina – Bloqueiam a síntese de DNA ao bloquear as enzimas necessárias a esse processo, ou ao 
fraudarem seus substratos. Agem na fase S do ciclo celular. 
 
- Antibióticos citotóxicos – doxorrubicina, bleomicina, dactnomicina e mitomicina – inibem a síntese de 
DNA ao intervirem nas enzimas envolvidas no processo (DNA-girase, RNA polimerase) ou através da 
formação de um agente alquilante; 
 
- Derivados de vegetais - vincristina, etoposida, paclitaxel e irinotecano – esses fármacos agem sobre a 
enzima topoisomerase, ou se ligam a tubulina ou aos microtúbulos, inibindo a mitose ou a formação do 
DNA. Interferem na formação do fuso mitótico durante a fase M do ciclo celular. 
 
- Hormônios e Isótopos Radioativos: Certos hormônios são usados para tratar cânceres sensíveis a estes. 
Por exemplo, glicocorticóides contra leucemias e linfomas, tamoxifeno para tumores de mama, análogos 
GnRH para tumores de próstata e mama, dentre outros. 
 
Embora o tumor primário responda de maneira positiva ao tratamento, as células metastáticas mais 
diferenciadas (parecidas com as normais) respondem de forma precária, o que freqüentemente leva a 
disseminação de tais células e um prognóstico letal. 
 
 
 
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ANALGÉSICOS OPIÓIDES 
INTRODUÇÃO E MECANISMOS DA DOR: Para se entender qualquer gênero de anestésico ou analgésico, é 
fundamental o conhecimento sobre a dor e seus mecanismos.Ambos os termos delimitam os mesmos 
efeitos, contudo a analgesia é tida como de menor ação, voltada apenas a dor, já a anestesia está 
relacionada a um processo maior, causador de outros efeitos no paciente, como perda temporária de 
consciência e de outras percepções. 
A dor é uma sensação originada em seus receptores (nociceptores) que respondem a estímulos e ameaças. 
Existem duas de vias de transmissão: 
- A via rápida, onde a transmissão vai diretamente do nociceptor para a medula espinhal por meio de 
receptores A-Delta mielinizados e da medula vai-se ao tálamo, via trato neo-espinotalamico. 
- A via lenta, com transmissão do nociceptor a medula pelas fibras C não mielinizadas, onde desta segue-se 
ao tálamo pelo trato paleoespinotalamico. 
O processamento neurológico central da dor se dá através de: Transmissão do tálamo ao córtex 
somatossensorial (vai acontecer a interpretação das informações de dor); Sistema Límbico, onde ocorrerá 
a vivencia dos componentes emocionais da dor; Centros do Tronco cerebral, havendo aqui as respostas do 
SNA. 
A modulação da dor é feita pelos neurônios noradrenergicos pontinos, centro analgésico endógeno no 
mesencéfalo e núcleo magno da rafe na medula, sendo que estes irão enviar sinais inibitórios aos neurônios 
do corno dorsal da medula espinhal. O corno dorsal é o “relé” da dor, “ligando e desligando” a transmissão 
desta, tal mecanismo de regulagem da dor é chamado de “controle do portão”. Os interneuronios inibitórios 
são ativados pelos neurônios inibitórios descendentes ou estimulação aferente não nociceptiva. Tal 
inibição pelos neurônios descendentes é mediada por encefalinas, 5-HT, noradrenalina e adenosina. 
Em resumo, o estímulo chega na medula pelos neurônios nociceptivos (nociceptores) que irão transmitir 
os impulsos ao corno dorsal da medula espinhal (por fibras aferentes) e irão enviar tais estímulos para 
interpretação no SNC (vias eferentes). As eferentes são moduladas pelo cérebro por meio de peptídeos 
opioides endógenos (endorfinas). Logo a dor tem dois aspectos: Transmissão por Via Aferente e Modulação 
de Via Eferente. Logo, serão nestes pontos de modulação da dor que os analgésicos opióides irão atuar. 
Toda essa atividade nervosa está vinculada a neurotransmissores, tanto na via eferente (dopamina, 
acetilcolina, noradrenalina, serotonina, encefalinas...) quanto na aferente (GABA, colescitocina, 
somatostatina...), sendo possível também atuar nestas substancias, como na ação de clonidina, alfa-2-
adrenérgicos, antidepressivos, dentre outros. SE VOCÊ NÃO ENTENDEU MERDA NENHUMA DO QUE ESTÁ 
ESCRITO ACIMA, TENTE ENTENDER ISTO: 
1) Nociceptores polimodais (NPM) são neurônios ativados/modulados por estímulos nocivos 
endógenos ou exógenos (bradicina, prostaglandina, substancia P, neurocininas e etc.) As 
prostaglandinas, por exemplo, abaixam o limiar de excitabilidade dos NPM, o que favorece a 
sensação dolorosa. 
2) Esses NPM vão transmitir impulsos elétricos aos neurônios do corno dorsal da medula pelas fibras 
(A-Delta e C) 
3) Os corpos celulares dos NPM vão realizar sinapses com os neurônios da medula espinhal, usando 
para isso os neurotransmissores (o glutamato é um exemplo de neurotransmissor), indo em 
seguida ao tálamo. 
 
 
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4) Lá no córtex a dor vai ser interpretada, no sistema límbico vai ser 
estimulado o processo emocional dela e nos centros do tronco cerebral as respostas do SNA vão ser 
processadas. 
5) O cérebro modula a dor por meio do “sistema de controle do portão” ou substancia gelatinosa. Tal 
substancia são interneuronios inibitórios que regulam a transmissão dolorosa nas fibras A∆ e C. 
6) As ações do SNA vão ser sudorese, elevação da freqüência cardíaca, aumento de PA e etc. 
7) A ação analgésica dos opioides se dá através da excitação indireta dos neurônios descendentes 
inibitórios, tal qual estes ativam a substancia gelatinosa. Os opioides também podem agir nas 
sinapses do corno dorsal e terminações dos NPM. 
OPIÓIDES E SEUS RECEPTORES: Após esta esplanação acerca da dor e seus mecanismos, dar-se-iá mais 
foco aos medicamentos opioides. Para tal, alguns conceitos devem ser postos. Os receptores opióides são 
receptores celulares que irão ligar-se aos opiodes→nome de classe medicamentosa dado aos chamados 
opiáceos, substancias derivadas do ópio que atuam como agonistas dos receptores opioides endógenos. 
O protótipo clássico de todos os opioides é a morfina. Existem três tipos de receptores: Mi, Delta e Kappa. O 
receptor Mi é o mais importante quanto a analgesia, por serem os principais quanto a morfina. Já os delta 
estão ligados aos centros de tosse, respiração, TGI... Por fim, tem-se os Kappa, presentes em nível medular e 
relacionados a recepção álgica desta estrutura. O mecanismo de ação dos opioides ocorre da seguinte 
forma: 
- Opioides, junto de seus receptores acoplados a proteína G, inibem a adenilato ciclase, diminuindo os 
níveis intracelulares de AMPc. Desse modo, diminui-se a taxa de Ca²+ citosolico, inibindo a transmissão do 
impulso doloroso. Outro mecanismo que pode ocorrer é a hiperpolarização neuronal, graças a excessiva 
condutância de potássio, prejudicando a transmissão nervosa. 
Quanto a cinética destes medicamentos, sua absorção tende a ser lenta, feita no TGI, sofrendo metabolismo 
hepático de primeira passagem. Seus usos clínicos envolvem dores crônicas, agudas e fortes, anestesia, 
supressão da tosse (receptores Delta, ex: Codeína). 
Ao falar de seus principais representantes, temos inicio pela morfina, opiáceo mais usado e de baixo custo. 
Usado principalmente em pacientes pós-cirurgicos ou com histórico doloroso, é altamente viciante sendo 
substituída pela metadona após suas primeiras doses. Outro representante é o fentanil, que diferente da 
anterior possui alta lipossolubilidade, pico de ação rápida e não causa hipotensão. O tramadol é voltado 
para células nervosas da medula e do cérebro, possuindo um mecanismo mais complexo que envolve vias 
monoaminérgicas. A codeína também é clinicamente significativa, tendo seu uso ligado a ações antitussicas, 
sendo portanto um alcalóide bem mais leve. 
O antagonismo quanto aos opióides fica a cargo da Nalorfina e Naloxona, usadas principalmente em casos 
de overdose de opioides, de forma a evitar a depressão fatal do sistema respiratório. 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO E MECANISMOS DA DOR: Para se entender qualquer gênero de anestésico ou analgésico, é 
fundamental o conhecimento sobre a dor e seus mecanismos. Ambos os termos delimitam os mesmos 
efeitos, contudo a analgesia é tida como de menor ação, voltada apenas a dor, já a anestesia está 
relacionada a um processo maior, causador de outros efeitos no paciente, como perda temporária de 
consciência e de outras percepções. 
A dor é uma sensação originada em seus receptores (nociceptores) que respondem a estímulos e ameaças. 
Existem duas de vias de transmissão: 
- A via rápida, onde a transmissão vai diretamente do nociceptor para a medula espinhal por meio de 
receptores A-Delta mielinizados e da medula vai-se ao tálamo, via trato neo-espinotalamico. 
- A via lenta, com transmissão do nociceptor a medula pelas fibras C não mielinizadas, onde desta segue-se 
ao tálamo pelo trato paleoespinotalamico. 
O processamento neurológico central da dor se dá através de: Transmissão do tálamo ao córtex 
somatossensorial

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