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“Em homenagem a meus pais, amigos e minha amada cidade de Belém do Pará”. Resumo Farmacologia 1 de janeiro 2014 Este material foi em grande parte influenciado pela obra de Marcela Cabral e Arlindo Netto, podendo ser inclusive considerado como uma releitura destas obras junto as anotações de diversos docentes. Não desejo obter lucro, mas somente auxiliar e propagar o conhecimento, de forma a ajudar o meio acadêmico assim como a elaboração deste resumo me ajudou. Sintam-se a vontade para modificar o conteúdo aqui presente, desde que o crédito a tais obras chaves continue presente. Boa sorte! Autor: Mateus de Grise Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Farmacologia ÍNDICE FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 FARMACOCINÉTICA..........................................................................................03 Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise FARMACOCINÉTICA (Prof.ª Rita de Cássia) CONCEITO: A relação temporal das concentrações de um fármaco obtidas em diferentes regiões do organismo durante e após a administração de uma dose constitui-se farmacocinética. É a maneira pela qual as moléculas do fármaco são afetadas pelo organismo compõe o estudo farmacocinético. A farmacocinética é definida como o estudo quantitativo do desenvolvimento temporal dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. Nestes estudos, os teores dos fármacos e seus metabólitos (produtos da biotransformação) no organismo são determinados, permitindo a obtenção de importantes dados sobre as substâncias medicamentosas. Esses fenômenos farmacocinéticos compreendem a passagem dos fármacos através das membranas celulares ou barreiras biológicas. Nesse sentido, entende-se por transporte de fármacos o deslocamento de um fármaco de um compartimento para outro, deslocamento dentro de um mesmo compartimento ou ainda deslocamento do fármaco para fora do organismo. Assim, serão abordados os parâmetros cinéticos: absorção, distribuição, metabolismo e excreção de fármacos, e considerados alguns pontos de importância como: vias de administração, barreiras biológicas, transporte através das membranas celulares, princípios e leis que regem o movimento transmembrana de fármacos e fatores correlacionados que modificam as características do transporte de fármacos. As vias de administração de fármacos são: Enteral (oral e retal), parenteral (intramuscular, intravenosa, intra-arterial, subcutânea, intradérmica, intracardíaca, intrapleural, intra-articular, intra-esternal, intraperitoneal, intratecal ou raquidiana, intra-sinusal, intracanal), parenteral transmucosa (conjuntival, rinofaríngea, traqueobrônquica, geniturinária, alveolar, orofaríngea), enteral transmucosa (sublingual ou perlingual), transcutânea ou pele, periodental, lesões cutâneas, membrana timpânica, intracraniana, umbilical, etc. Para cada uma dessas vias existem formas farmacêuticas desenvolvidas especialmente, as quais respeitam os fatores cinéticos envolvidos na absorção, distribuição, metabolismo e excreção relacionados à via de administração. As barreiras biológicas são representadas por membranas celulares e limitam a passagem dos fármacos para o organismo. Cada barreira possui sua característica própria (ex: barreira epitelial, hematoencefálica, placentária, hematotesticular). As barreiras são geralmente classificadas em três tipos: Com várias camadas de células (pele), compostas de uma simples camada de células (epitélio intestinal), com menos de uma célula de espessura (membrana de uma simples célula). Para estudarmos o transporte de fármacos através das membranas biológicas, temos que ressaltar o modelo mosaico fluido, introduzido por Singer e Nicolson (1972) que detalha os constituintes da membrana plasmática com muita propriedade: uma bicamada lipídica com as cabeças polares dos fosfolípidos voltadas para as superfícies externa e interna da membrana e intercaladas dentro das moléculas dos lipídeos, moléculas de colesterol (geram fluidez a membrana) e proteínas (trocam massa e energia com o meio). Os fármacos que atravessam as membranas podem fazê-lo por difusão, onde a velocidade de transferência é proporcional ao gradiente de concentração através da membrana, transporte especializado por carreadores, Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise fármacos polares que se ligam a proteínas carreadoras sendo deslocados de um lado para outro, segundo seu próprio gradiente de difusão, podendo esse meio de transporte ser de três maneiras distintas: difusão facilitada a favor de gradiente de concentração, transporte ativo contra gradiente de concentração e difusão por troca. Ainda como meio de transporte através da membrana tem-se difusão a través de poros, esse mecanismo pode envolver algumas moléculas hidrossolúveis menores como água, metanol e uréia, as quais atravessam as membranas através de canais aquosos e por último temos a endocitose e exocitose. Na primeira, partículas sólidas (fagocitose) ou líquidas (pinocitose) entram em contato com a membrana que invagina e se estrangula, entregando a partícula para dentro de um vacúolo no interior da célula. Já na exocitose, o váculo que contém a partícula se funde a membrana celular liberando seu componente para o exterior. ABSORÇÃO: Compreende as diversas passagens dos fármacos através das membranas celulares (barreiras biológicas) desde o local de administração até os líquidos de distribuição do organismo (plasma ou linfa). A importância da absorção de fármaco reside na determinação do período entre o aparecimento do efeito farmacológico e a administração do fármaco (latência) e na determinação das doses dos medicamentos. Em algumas situações, a absorção pode influenciar na escolha da via de administração de fármacos. Alguns fatores influenciam na absorção de fármacos como: solubilidade (fármacos para serem absorvidos, precisam ser hidrossolúveis para se difundirem nos líquidos do organismo e lipossolúveis para atravessarem as membranas biológicas), área de superfície de absorção (quanto maior a área maior a absorção), circulação local (vasodilatação aumenta a absorção e vasoconstrição diminui), pH do sítio de absorção (bases fracas são bem absorvidas em pH mais elevado e ácidos fracos em pH mais baixo), pKa dor fármaco (determina alterações importantes na velocidade de absorção de fármacos conforme o pH do meio), concentração do fármaco (quanto maior a concentração da substância administrada maior a absorção), interações (medicamento x medicamentoe medicamento x alimento podem aumentar ou diminuir a absorção de fármacos e até mesmo do próprio alimento), dissolução governada pela velocidade de difusão das moléculas de soluto através da camada de difusão em direção ao solvente. Outros fatores também devem ser levados em consideração na absorção dos fármacos como a forma amorfa ou cristalina (amorfa tende a ser mais rapidamente absorvida) e sais de fármacos são mais facilmente dissolvidos e, por isso, absorvidos do que ácidos e bases livres. O pH do meio, pKa da substância, polaridade do fármaco, coeficiente de partição ou distribuição também podem influenciar o transporte de fármacos através das barreiras biológicas. O pH está relacionado com o potencial hidrogeniônico do meio e é um índice fundamental no estudo do transporte, da distribuição, da excreção, das interações e reações adversas dos fármacos. O pH de uma solução é o logaritmo na base 10 do inverso da concentração de íons hidrogênio. Graças ao sistema tampão do organismo (íon bicarbonato, ácido carbônico, proteínas plasmáticas e celulares), o pH dos meios biológicos permanece sempre constante, com variações mínimas em torno de 0,05 unidades de pH. Isso reflete a importância de grau de ionização de uma substância, isto é, de quanto se apresenta em forma molecular e ionizada em determinado pH, para o reconhecimento de seu perfil farmacocinético (absorção, distribuição, eliminação). Para qualquer eletrólito fraco considerado, é de sumo interesse a observação de que a fração ionizada constitui a fração hidrossolúvel do fármaco e a fração não-ionizada constitui-se a fração Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise lipossolúvel. A forma hidrossolúvel ou ionizada é responsável pela difusão da mesma através dos meios aquosos (plasma, líquido intersticial, meio intracelular), já forma lipossolúvel é responsável pela difusão da molécula através das membranas celulares de natureza lipídica. Muitos fármacos são ácidos ou bases fracos, existindo nas formas ionizada e não ionizada (lipofílica): BH+ ↔ B + H+ e AH ↔ A+ + H+. As formas BH+ e A- possuem uma solubilidade lipídica extremamente baixa e, desta forma só poderiam se difundir pela membrana utilizando um mecanismo específico. Já as formas B e AH são facilmente permeáveis à membrana. A equação de Henderson-Hasselbach (1916) verifica o grau de ionização da substância e determina seu movimento entre as membranas celulares e meios aquosos. Essa equação é o modelo mais convencional de expressar a relação entre a concentração de formas ionizada e molecular para dada substância em função do pH. Para os ácidos fracos: pH – pKa = log [íons]/[moléculas] e para as bases fracas: pH - pKa [moléculas]/[íons]. Dessa forma, o grau de ionização de uma substância é função de sua constante de dissociação (portanto de seu pKa) e do pH do meio em que se encontra. O pKa é característico de cada substância e pode ser determinado por métodos como titulação e espectrofotometria. Assim, quanto mais forte for o ácido, mais baixo será o valor de seu pKa e, quanto mais forte a base, maior será o seu pKa. Se a fração ionizada se igualar a fração molecular, a substância estará 50% ionizada e 50% não-ionizada e, dessa forma: pH – pKa = log 1 .; pH – pKa = 0.; pH = pKa. Em termos práticos, o pH assume o valor de pKa quando 50% da substância estiver na forma molecular e 50% estiver na forma ionizada. Então, se os valores de pH e pKa permanecem próximos, pequenas variações de pH podem determinar enorme variação do grau de ionização do fármaco interferindo no trânsito transmembrana do mesmo. A capacidade de uma substância em dissolver-se em água caracteriza sua polaridade. O grau de polaridade é de grande importância tanto na distribuição do fármaco pelos diferentes compartimentos do organismo quanto na atividade. Grupos polares definem a polaridade de uma substância (OH-, NH2-, -COOH, -COOCH3, -CONH2, -OCH3, -SO2NH2), os quais possibilitam formação de pontes de hidrogênio com a água. Grupos alquila determinam a apolaridade das substâncias (- CH3 < -CH2CH3 < -CH2CH2CH3 < -(CH2)nCH3). Substâncias ionizadas, ou seja, que têm carga, têm mais dificuldade de passar por membranas do que substâncias não ionizadas, ou seja, neutras (apolares: Essas têm maior absorção). Portanto para os ácidos a forma não dissociada HA, que é neutra (sem carga, não ionizada), têm melhor passagem pela membrana, melhor absorção. Ácidos mais fortes se dissociam mais do que os mais fracos. Então os fármacos que forem ácidos mais fracos (menor dissociação) terão maior parte não dissociada, logo a maior parte será a não ionizada que é a de melhor absorção. Com as bases, as mais fortes terão maior protonação do que uma base mais fraca. Então com bases mais fortes terá maior parte dela na forma ionizada "BH+", do que com bases mais fracas, que terá maior parte não ionizada (B), que não se ligou a prótons, tendo bases fracas (assim como ácidos fracos) melhor absorção pela membrana. O coeficiente de partição ou distribuição avalia a distribuição de uma substância entre dois meios não miscíveis. Quando uma substancia se distribui entre dois solventes não miscíveis em condições de temperatura constante e volumes iguais para ambos os solventes, a relação entre a concentração nos dois meios é constante e chamada de coeficiente de partição. Em farmacocinética é importante o coeficiente de partição óleo/água, tecido/sangue, água/gás, gordura/gás e sangue/gás. Este último indica que: quanto maior a relação, mais lentamente se Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise obterá o equilíbrio de saturação e a indução do anestésico mais demorada. Já o coeficiente tecido/sangue indica a passagem do anestésico para o tecido cerebral e, quanto maior a relação maior será o grau de anestesia. O coeficiente gordura gás elevado indica que o anestésico se deposita nos tecidos adiposos e aí permanecem até a concentração plasmática baixar. BIODISPONIBILIDADE: Descreve a quantidade de fármaco absorvida capaz de gerar uma resposta farmacológica. A velocidade de absorção do fármaco a partir da forma farmacêutica de apresentação é definida pela biodisponibilidade. A aplicação dos conhecimentos de biodisponibilidade em estudos comparativos de duas ou mais formulações diferentes, contendo o mesmo princípio ativo, administrado na mesma dose, é denominado bioequivalência. A biodisponibilidade é avaliada em curvas de concentração do fármaco em tecidos ou líquidos biológicos (eixo de Y) em função do tempo (eixo do X), onde a concentração sanguínea reflete a dinâmica do fármaco nos diferentes compartimentos do organismo. Desta forma, a elevação da concentração sanguínea do fármaco há predomínio da absorção do fármaco, enquanto nas etapas seguintes, onde acontece a diminuição da concentração sanguínea do fármaco ao longo do tempo, predominam a distribuição, metabolismo e excreção. Na curva de concentração sanguínea do fármaco podem ser considerados três parâmetros: pico de concentração plasmática máxima (Cpmax), tempo do pico de concentração plasmática máxima (Tmax), área da curva de concentração plasmática (AUC). O Cpmax é a máxima concentração da substância no sangue depois de um certo tempo após sua administração a partir de uma via. A única via de administração onde a Cpmax atinge no tempo zero valores máximos é a intravenosa, pois não há barreiras biológicas a serem transponíveis pelo fármaco para chegar ao sangue. O tempo que a substância leva para atingir a Cpmax é chamado de Tmax, que varia em relação ao tipo de tratamento, tratamentos que requerem respostas agudas oudoses de ataque, o Tmax é rapidamente alcançado, já em tratamentos crônicos ou de manutenção, onde o fármaco permanece mais tempo no organismo o Tmax demora mais para ser alcançado. Tempo de meia via (t1/2) é o tempo necessário para concentração do fármaco cair para metade da Cpmax. O estado estacionário é o equilíbrio alcançado durante um regime posológico crônico, quando a taxa de fármaco administrado se iguala a taxa de fármaco eliminado e corresponde a 4 a 5 t1/2. Em regimes terapêuticos longos , a obediência a tomada do fármaco é fundamental para o alcance do estado estacionário, diminuindo extremamente o risco de respostas adversas. Na área sobre a curva é possível calcular através da área trapezoidal e reflete a quantidade de droga no organismo durante um determinado intervalo de tempo. Para que o efeito terapêutico seja observado, o valor alcançado pela concentração máxima do fármaco no compartimento intravascular deve manter-se acima do nível plasmático efetivo (NPE), isto é, a concentração mínima necessária para que se obtenha a resposta farmacológica, e abaixo da concentração máxima tolerada (CMT), na qual se atingem níveis tóxicos para o organismo. A faixa de concentração entre o NPE e CMT é denominada índice terapêutico. Período de latência é o tempo entre a administração até o aparecimento do primeiro efeito. DISTRIBUIÇÃO: Os fármacos deslocam-se do sítio de absorção (a menos que administrados diretamente na corrente circulatória), dirigindo-se para os sítios de ação e daí para os de eliminação através do sangue. Os fármacos podem se unir a proteínas plasmáticas e eritrócitos. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Esteróides se ligam a β-globulina, o cortisol se liga a proteína transcortina, a principal proteína carreadora de fármacos é a albumina, pois muitos fármacos são transportados por ela no sangue até seus sítios de ação, outras como lipoproteínas, α1- glicoproteína ácida e glóbulos vermelhos também são carreadoras de fármacos. De modo geral, fármacos ácidos ligam-se a albumina, fármacos básicos e fármacos lipofílicos ligam-se a lipoproteínas e fármacos fracamente básicos podem se unir a α1-glicoproteína ácida. Alguns fatores podem alterar a ligação fármaco proteína e, com isso, a resposta farmacológica como redução da biossíntese proteica, proteínas com alterações estruturais, hipoproteinemia, competição entre substancias. A relação entre as quantidades de fármacos unidos às proteínas plasmáticas e não unidos depende do número de sítios ligantes na proteína, da constante de afinidade entre o fármaco e a proteína e da concentração de proteína ligante. Quando ligado à proteína o fármaco não tem como ligar-se ao seu sítio de ação, pois a porção do fármaco ativa é a fração livre e não a fração ligada às proteínas. Dessa forma, os fármacos necessitam se tornarem livres para serem efetivos biologicamente e isso não necessariamente representa 100% das moléculas dos fármacos, pois o desprendimento de pequena fração de fármacos já pode ser capaz de gerar resposta farmacológica. Uma vez no organismo, o fármaco pode se distribuir nos líquidos biológicos. A distribuição pode restringir-se ao meio extracelular (compartimento plasmático + intersticial) ou ir para o meio intracelular. Certos fármacos podem ligar-se fortemente às estruturas teciduais, de forma que a concentração plasmática diminui substancialmente. O padrão de equilíbrio da distribuição entre os diversos compartimentos depende da permeabilidade através de barreiras teciduais, ligação no interior dos compartimentos, partição do pH, partição adiposa: aquosa. Após certo intervalo de tempo, o fármaco poderá estar distribuído homogeneamente no volume do líquido extracelular (14 litros), ou seja, líquido intersticial e plasma. No decorrer do tempo, o fármaco poderá vir a diluir-se também pelo volume do líquido intracelular (28 litros) ou, em outras palavras, por todo o líquido do organismo. Dessa forma, teoricamente, um dado fármaco pode em princípio distribuir-se pela água total do organismo (liquido extracelular + liquido intracelular = 42 litros). O volume de distribuição (Vd) é o parâmetro farmacocinético que avalia a extensão da distribuição da substância ativa, além do plasma. Relaciona a concentração plasmática com a qtde de fármaco presente no organismo. O volume de distribuição aparente é o volume no qual o fármaco teria de se dissolver para que sua concentração se igualasse á do plasma. É o volume de líquido necessário para conter a quantidade total, Q, do fármaco no corpo na mesma concentração presente no plasma, P. Este volume estabelece uma relação entre a concentração (ou quantidade total) do fármaco no organismo e sua concentração plasmática: Vd = [q]/[p]. O Vd dá informações sobre a utilização de fármacos no organismo e pode auxiliar na otimização de esquemas terapêuticos. Dessa forma, tomando como base os valores da água distribuída no organismo, valores de volume de distribuição de fármacos menores que 5 indicam que o fármaco está concentrado no compartimento vascular, 15 distribui-se também no Espaço Extravascular (intersticial), 40 no volume total de água no organismo e > 40 concentrado nos Tecidos (altamente lipofílico). Este parâmetro cinético dá possíveis informações sobre a natureza da substância química, pois fármacos muito hidrossolúveis não atravessam as barreiras das membranas e tendem a estar no espaço vascular ou intersticial, já fármacos muito lipofílicos tendem a se concentrar nos tecidos, pois atravessam com facilidade as barreiras das membranas. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise METABOLISMO: Os animais desenvolveram sistemas complexos de detoxificação de substâncias estranhas. Biotransformação ou metabolismo do fármaco é toda alteração química que os fármacos sofrem no organismo, geralmente por processos enzimáticos. A maioria das reações ocorre na intimidade dos tecidos e dos órgãos. Algumas reações são observadas antes mesmo da absorção. Porém, nem sempre os fármacos sofrem metabolização total, pois, dependendo do fármaco, pode ser excretado parcialmente ou quase na totalidade, sem modificação na sua estrutura química. O metabolismo dos fármacos envolve dois tipos de enzimas: de fase I e fase II. As reações de fase I são catabólicas (ex: oxidação, redução e hidrólise) e seus produtos podem ser quimicamente mais reativos e, por isso, mais tóxicos do que o fármaco original. As reações de fase I podem, por exemplo, transformar pró- fármacos em fármacos ativos, quando a substância é administrada via oral gastrointestinal, passando pelo fígado, antes de chegar a circulação geral e esse fenômeno é conhecido como efeito de primeira passagem. O efeito de primeira passagem é importante não só para ativar fármacos inativos quimicamente, mas serve para eliminar parte das moléculas dos fármacos antes que chegue a circulação sistêmica, sendo conhecido como metabolismo pré-sistêmico, o qual diminui a biodisponibilidade da droga administrada via oral. Desta forma, uma dose maior do fármaco deve ser administrada. As enzimas de fase II são anabólicas e envolvem conjugação, o que resulta, via de regra, produtos inativos. Nessa fase os fármacos são biotransformados em composto mais polares possível para que possam ser excretados. As reações de fase I e fase II ocorrem principalmente no fígado, mas alguns fármacos são metabolizados no plasma (ex: sulxametônio), pulmões (ex: prostanoides), intestino (tiramina, salbutamol). Enzimas são envolvidas na detoxificação de fármacos e podem ser: Fração mitocôndrica, que contém monoaminoxidase (MAO) de grandeimportância farmacológica na desaminação oxidativa de aminas biogênicas (ex: serotonina, dopamina, tiramina e noradrenalina); Fração microssômica: encerra numerosas enzimas inespecíficas, entre elas o sistema oxidase de função mista ou sistema citocromo P-450. As drogas metabolizadas por esse sistema são lipossolúveis; Fração solúvel: onde são encontradas enzimas solúveis, tais como desidrogenases, amidases, e transferases. Para chegaram a essas enzimas os fármacos precisam atravessar a membrana plasmática, fármacos polares o fazem mais lentamente, utilizando sistema de transporte, já fármacos lipossolúveis o fazem com tranquilidade. O metabolismo intracelualar é menos importante para fármacos polares do que para os lipofílicos, desta forma, os polares tendem a ser eliminados de forma inalterada na urina. A indução ou inibição da atividade das enzimas por medicamentos e outras substâncias alteram a atividade das enzimas metabolizadoras. Na indução enzimática ocorre a potencialização do metabolismo do fármaco e, com isso, diminuição da resposta farmacológica terapêutica, já a inibição enzimática, além da resposta terapêutica, a resposta adversa pode ser observada, visto que o fármaco continua ativo. Na indução enzimática ocorre aumento a velocidade de biotransformação hepática da droga, Aumento da velocidade de produção dos metabólitos, Aumento da depuração plasmática da droga, Diminuição da meia-vida sérica da droga, Diminuição das concentrações séricas da droga livre e total, Diminuição dos efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos. Já na inibição enzimática ocorre diminuição da velocidade de produção de metabólitos, Diminuição da depuração total, Aumento da meia vida da droga no soro, Aumento das concentrações séricas da droga livre e total, Aumento dos efeitos farmacológicos se os metabólitos forem ativos. EXCREÇÃO: Os rins constituem o mecanismo principal de eliminação de fármacos, mas outros órgãos e tecidos também podem fazê-lo como pele, pulmão, intestino (eliminação biliar através da circulação êntero-hepática). As células hepáticas transferem diversas substâncias, inclusive Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise fármacos, do plasma para bile por meio de sistemas de transporte semelhantes aos do túbulo renal e que envolvem a glicoproteína P. Vários conjugados hidrofílicos de fármacos, especialmente glicuronídeos, são encontrados na bile e levados para o intestino, onde o glicuronídeo é hidrolisado, liberando o fármaco ativo novamente. O fármaco livre pode ser absorvido e o ciclo êntero-hepático repetir-se, criando um reservatório de fármaco circulante que pode representar 20% do total de fármaco no organismo, prolongando sua ação (ex: morfina, etinilestradiol, rifampicina). A eliminação renal de fármacos envolve três processos: filtração glomerular, secreção tubular ativa e reabsorção tubular por difusão passiva. Nos dois primeiros as substâncias passam do sangue para a luz tubular e no último processo, as drogas fazem o inverso ou seja, passam da luz para o sangue. As drogas são, na sua maior parte, removidas do corpo através da urina, na forma inalterada ou como metabólitos polares. A filtração ocorre na cápsula de Bowman, onde os capilares glomerulares permitem que moléculas de fármaco com peso molecular abaixo de 20000 DA se difundam para o filtrado glomerular. Esses capilares são impermeáveis a moléculas maiores como albumina que possui um peso molecular igual a 68000 DA. Quanto maior a ligação do fármaco com as proteínas plasmáticas, como albumina, por exemplo, menor será sua concentração no filtrado. Fármacos como a varfarina que possuem 98% deste ligados à albumina, possuíram uma concentração no filtrado de apenas 2%, deste modo, a filtração glomerular não corresponderá o meio mais utilizado pelo organismo para eliminação do fármaco. A secreção tubular ocorre no túbulo proximal, sendo que até 80% dos fármacos que chegam aos rins passam para luz do túbulo proximal utilizando dois mecanismos independentes de secreção tubular: Transporte de fármacos ácidos e transporte de fármacos básicos. Esses transportadores podem remover moléculas do fármco contra um gradiente eletroquímico. Os fármacos chegam aos rins e são apresentados ao transportador, que se constitui em uma proteína que possui uma afinidade excelente para o fármaco, mesmo que esse esteja ligado a proteínas plasmáticas. Nesse mecanismo ocorre gasto de energia. A difusão facilitada ocorre no túbulo distal. A água é reabsorvida conforme o líquido atravessa o túbulo e, por isso, o volume de urina produzido é de aproximadamente 1% do volume filtrado glomerular. Se o túbulo for permeável às moléculas do fármaco, cerca de 99% de fármaco filtrado será reabsorvido passivamente. Fármacos lipossolúveis são facilmente reabsorvidos, já fármacos polares, cuja permeabilidade tubular é baixa, permanecem na luz do túbulo, tornando-se progressivamente mais concentrados à medida que a água é reabsorvida, até que sua concentração seja 100 vezes maior que sua concentração plasmática, sendo posteriormente eliminado através da urina. Drogas ácidas são excretadas mais rapidamente quando a urina é alcalinizada e drogas básicas são, por sua vez, excretadas mais facilmente quando a urina e acidificada, pois ocorre o aprisionamento iônico da droga dificultando sua reabsorção e potencializando sua excreção, principalmente quando se trata de drogas tóxicas ao organismo. Fármacos eliminados pelos rins devem ser empregados com cautela em pacientes idosos ou doença renal. A eliminação de fármacos é mais bem quantificada pela depuração (ou clereance) renal (CLr), definida como o volume de plasma que contém a quantidade da substância removida pelos rins na unidade de tempo. É igual a concentração urinária (Cu) x velocidade de fluxo urinário (Vu) dividido pela concentração plasmática (Cp), sendo os valores dados em volume por tempo. CLr = (Cu x Vu)/ Cp. É extremamente relevante para estabelecer a dose da droga em tratamento de longo prazo. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise RELAÇÃO DA FARMACOCINÉTICA COM RESPOSTA TERAPÊUTICA: A resposta terapêutica depende de três fases distintas: fase farmacêutica – compreende a desintegração e a dissolução das formas farmacêuticas de apresentação e a sua administração, por via diferente da intravenosa, nessa fase estão envolvidos a liberação do PA de sua formulação e sua dissolução; fase farmacocinética – compreende os princípios cinéticos absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos; fase farmacodinâmica – compreende a interação das moléculas do fármaco livre com os receptores farmacológicos específicos. A partir dos efeitos cinéticos o fármaco estará disponível para agir no organismo. Esses efeitos cinéticos resultaram em concentrações de droga capazes de gerar ou uma resposta terapêutica ou uma resposta adversa, por isso é de fundamental importância o conhecimento da farmacocinética quanto da farmacodinâmica para se obter sucesso na terapia medicamentosa. MODELOS FARMACOCINÉTICOS: O organismo pode ser representado como uma série de compartimentos que comunicam entre si reversivelmente. Um compartimento não é um espaço físico real, mas sim, um tecido ou conjunto de tecidos com idêntica irrigação sanguínea e semelhante afinidade para determinado fármaco o qual está homogeneamente distribuído dentro de cada compartimento. Os modelos compartimentais são criados para descrever o movimento do fármaco ao longo do tempo por regiões distintas do organismo. Esses modelos permitem: prever níveis plasmáticos, teciduais e urináriosde fármacos com qualquer dosagem, calcular o regime terapêutico, prever acúmulo de fármacos ou metabólitos, estudar a biodisponibilidade de fármacos, correlacionar a concentração com atividade farmacológica. Os modelos compartimentais mais utilizados nos estudos farmacocinéticos são: modelo monocompartimental, bicompartimental e tricompartimental. O mais utilizado na clínica é o monocompartimental que pressupõe o organismo como um único compartimento e, ao ser introduzido o fármaco, o mesmo se distribui igualmente por todo o compartimento (como se o organismo fosse um tanque). Esse modelo é descrito por um conjunto de equações matemáticas. No modelo bicompartimental, a distribuição do fármaco não é instantânea, pois nos órgãos muito irrigados como sangue, tecidos muito perfundidos como coração, pulmões, rins, glândulas endócrinas, fígado (compartimento central) é rápida e nos pouco irrigados como músculo, pele, glândulas salivares, tecido adiposo (compartimento periférico) é lenta. No modelo tricompartimental, o sangue e líquido extracelular são considerados dois compartimentos diferentes além do compartimento formado pelos tecidos de menor perfusão. O modelo matemático para esse estudo é mais complexo. As modificações das concentrações dos fármacos em cada compartimento são classificadas como cinéticas de primeira ordem ou de ordem zero. O estudo cinético de primeira ordem se aplica aos modelos bicompartimentais abertos, sendo o de mais frequente aplicação. Parte do princípio que o fármaco somente entra ou sai do sistema através do compartimento central e que, entre esse compartimento e o periférico, existe transferência reversível do fármaco, de tal forma que o compartimento periférico funciona como um reservatório ligado somente ao central. A quantidade de fármaco eliminado é diretamente proporcional à quantidade que permanece no organismo e a fração eliminada é constante. Na cinética de ordem zero a transferência de fármaco de um compartimento para outro não depende de sua concentração nesses compartimentos. A quantidade de fármaco eliminada é independente da massa restante de fármaco. A cinética de ordem zero pode ser considerada uma modificação particular da cinética de primeira ordem. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise CONCLUSÃO: O conhecimento da farmacocinética é essencial para o desenvolvimento de fármacos, tanto para entender os ensaios pré-clínicos de toxicidade quanto toda a farmacologia animal e para decidir sobre o regime apropriado de doses nos estudos de eficácia de fase III. Os estudos farmacocinéticos também definem ás doses recomendadas no bulário dos fármacos aprovados de modo a otimizar seu uso e entender suas limitações, como em pacientes com comprometimento hepático ou renal. O estudo quantitativo, absoluto ou relativo dos processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos fármacos no decorrer do tempo é primordial para definição de esquemas terapêuticos e avaliação da terapêutica. A observação com segurança dos parâmetros cinéticos e sua aplicação prática pelo clínico determinará o sucesso da terapia medicamentosa. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Antiinflamatórios Não Esteróides Os medicamentos da classe dos antiinflamatórios são divididos em 2 grupos: Os AINES e os Esteroidais. A principal diferença entre estes é o tipo de ação, os AINE irão atuar em conjunto com enzimas e os AIE vão agir semelhantemente a hormônios, relacionando-se com receptores intracelulares. Ambos tem ação antipirética, antinflamatória e analgésica. Neste capítulo serão abordados os AINES. Os AINES são ácidos fracos, de baixa ionização, logo são facilmente absorvidos. O local para esta é o intestino e estômago (de maneira mínima). Medicamentos usados para reumatismos (salicilatos, por exemplo) compartilham do efeito antiinflamatório. A aspirina é o AINE original, contudo apresenta diversos efeitos adversos, onde os outros AINES foram desenvolvidos para melhorar a eficácia desta. Antes de se prosseguir, é fundamental conhecer o processo inflamatório. Processo Inflamatório: A inflamação é uma resposta do organismo, mediada por prostanoides, a agressões. Possui 2 ou 3 fases. 1. Fase Aguda: Inicial e transitória. Tem-se vasodilatação e aumento de permeabilidade do vaso, graças a liberação de prostaglandinas e citocinas pelo processo inflamatório (células endoteliais que sintetizam) . Nesta fase ocorre o rubor, edema e calor. 2. Fase Subaguda Tardia: É a resposta imunológica, com infiltração dos macrófagos e leucócitos, onde estes migram para o foco da inflamação por um processo chamado quimiotaxia (locomoção de células a um gradiente químico). 3. Fase Proliferativa Crônica: Ocorre necrose e fibrose pela incapacidade do organismo em reverter o quadro inflamatório, sendo portanto necessária a ação de um AI para evitar o surgimento dessa fase. Para que se tenha um efeito benéfico, o AI não deve agir nas fases de ativação/ação das células de defesa. Tomar antes da fase 1 inclusive pode gerar resistência ao medicamento. As fases 1 e 2 são mediadas por prostanóides (prostaglandinas, tromboxanos, prostaciclinas e leucotrienos) ou mediadores pro- inflamatorios, sintetizados nas células do endotélio. Logo, o medicamento deve ser usado na passagem da 2 para a 3, evitando assim a fase de necrose e fibrose. Os AINES mais conhecidos são: Dipirona, Dipirona Sódica (Anador, Dorflex); Diclofenaco (Cataflan); Ácido mefenâmico (Ponstan); Nimesulida (Nisoflan). O paracetamol (Tylenol) não possui atividade antiinflamatória relevante, mas possui o mesmo mecanismo dos AINES para efeito antipirético (antitérmico) e analgésico. Mecanismo de Ação: Como qualquer fármaco, para o AINE possuir efeito deve se ligar a um receptor e desencadear sua atividade. A principal via é a chamada Via da Fosfolipase, onde a fosfolipase A2 (principalmente) atuará lisando fosfatidilcolina e fosfatidiletonamina gerando prostanoides (PGE2 e PGI1). Estes são mediadores pró-inflamatórios que desencadeiam a fase 1, já os tromboxanos e leucotrienos são responsáveis pela fase 2 (quimiotaxia das células de defesa). Primeiramente acontece o estímulo a resposta inflamatória (bactéria, helminto, trauma...) o que lesa as membranas celulares das células região, criando um foco inflamatório, onde haverá a liberação de citocinas para estimular o processo imune. Este evento irá estimular a fosfolipase A2 a quebrar fosfolipideos específicos da membrana plasmática de células endoteliais, dando origem ao ácido araquidônico. Este ácido funcionará como substrato para duas enzimas que estão no citoplasma: Lipoxigenase e Cicloxigenase. Se o Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Ácido araquidônico sofrer ação das lipoxigenases leucotrienos; já se ele sofrer ação das cicloxigenases irão ser formados prostanóides. Naturalmente as células já apresentam a lipoxigenase (LOX) e a cicloxigenase (COX) , onde ao chegar na célula, o estímulo provoca um aumento intracelular de acido araquidônico, também ativando a Fosfolipase A2, sendo esta uma enzima da membrana celular. Ativada, ela irá degradas os fosfolipideos da membrana formando mais Ac. Araquidonico ainda, onde este irá sofrer ação das LOX’s e COX’s. Os medicamentos AINES irão se ligar as COX’s, interferindo no processo inflamatório. Curiosidade: Os alimentos chamados de “reimosos” costumam apresentar alta taxa de fosfolipideos, servindo de substratopara a fosfolipase A2, o que potencializa o processo da inflamação. COX: A ação dos AINES é através da inibição das COX. Existem 3 tipos de COX: - COX-1: Independe do processo inflamatório para ser expressa/sintetizada pelo organismo, sendo classificado por isto como constitutiva. É responsável pela função homeostática, como por exemplo, manter a PA e dilatação dos vasos em níveis aceitáveis durante a ação das prostaglandinas. Está nas células endoteliais, plaquetas e mucosa gástrica. - COX-2 e 3: São do tipo indutiva (precisam do processo inflamatório). Todas as COX agem no ácido araquidônico para formar prostanoides, contudo enquanto a COX-1 está voltada a homeostase, a COX-2 é induzida pela inflamação e a COX-3 atua em locais específicos como coração e hipotálamo. Um dos principais efeitos adversos dos AINES é surgimento de gastrites ou processos que irritam a mucosa gástrica, já que quando inibi-se a COX-1 a quantidade de PG’s (PGE2) cai, onde esta normalmente é responsável pela estimulação das células produtoras de muco gástrico. Ainda falando dos AINES, destaca- se a febre, que é causada por ação das PG’s no hipotálamo. O efeito antipirético decorre da ação inibitória sobre a COX-3. Já existem medicamentos AINES que atuam seletivamente sobre as COX 2 e 3, para diminuir os efeitos adversos. Estes são bem mais caros e recebem o nome de Coxibs. Efeito Analgésico dos AINES: As citocinas decorrentes do processo inflamatório (princ. IL-1 e IL-8) induzem a produção de COX por aumento da transcrição gênica desta enzima. O aumento das COX estimula a síntese de PGE2, responsável por sensibilizar os nociceptores (receptores da dor) e conseqüentemente, causar dor. Já que os AINES inibem as COX (AHA!) a dor diminui. Efeito Antiperético: A citocina IL-6 é a principal responsável pela produção de COX-3, que irá atuar no Hipotalamo e causar febre. Como os AINES inibem as COX (AHA! 2) a febre também diminui. Antiinflamatórios Esteróides Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Os AIES, conhecidos como corticóides, glicocorticóides e corticoesteroides, atuam de forma similar ao cortisol endógeno, relacionado ao metabolismo da glicose e de proteínas, além de sua ação antagonista a respostas imuno-inflamatórias, logo, os AIES são imunosupressores. Conhecimentos prévios de anato fisiologia são necessários. Glândula Suprarrenal: A glândula responsável pela produção de cortisol é a suprarenal/adrenal. Esta é dividida em córtex e medula, onde cada região produzirá substâncias diferentes. Na medula, destacam-se as células cromafins, produtoras de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Quanto ao córtex, este é dividido em: - Zona Glomerulosa: Produz aldosterona, um mineralocorticóide relacionado com a reabsorção de sódio, atuante nas túbulos coletores renais, estimulando a excreção de potássio e reabsorção de sódio, aumentando o volume vascular e pressão arterial da pessoa. - Zona Fasciculada: Produz cortisol pelas células fasciculadas. Este hormônio é hiperglicemiante. - Zona Reticulada: As células reticuladas produzem hormônios androgênicos (estradiol e testosterona). Ressalta-se que as gônadas são as principais produtoras destes hormônios. Eixo Hipotalamo-Hipofise-Adrenal: O hipotálamo, através de CRF’s (fator liberador de corticotropina) estimula a adeno-hipófise a secretar ACTH (Hormônio Adrenocorticotrófico), onde este irá estimular todas as zonas da adrenal. Logo existem mecanismos de retroalimentação onde no excesso de um dos elementos da cadeia, o anterior será inibido. Através disso pode-se entender o porquê de usuários de corticóides não poderem interromper abruptamente a medicação, já que o hipotálamo não irá produzir CRF imediatamente e sim de maneira gradativa, criando intervalos de ausência de cortisol neste tempo. Síntese de Hormônios Corticais: O hipotálamo, através de CRF’s (fator liberador de corticotropina) estimula a adeno-hipófise a secretar ACTH (Hormônio Adrenocorticotrófico), onde este irá estimular todas as zonas da adrenal. Logo existem mecanismos de retroalimentação onde no excesso de um dos elementos da cadeia, o anterior será inibido. Através disso pode-se entender o porquê de usuários de corticóides não poderem interromper abruptamente a medicação, já que o hipotálamo não irá produzir CRF imediatamente e sim de maneira gradativa, criando intervalos de ausência de cortisol neste tempo. Mecaniso de Ação: Os Antiinflamatórios (AIES ou AINES) atuam com ações antipirética, antiinflamatória e analgésica. Os glicocorticóides são voltados para a ação de imunosupressão. Ao utilizar o glicocorticóide, este irá ligar-se a albumina, onde após desligar-se da proteína carregadora, o glicocorticóide atravessa a membrana por difusão passiva e se liga a um receptor hormonal intracelular. Em seguida, irá expor o domínio do DNA e o complexo glicocorticóide-receptor liga-se agora ao DNA. Ocorre então uma repressão ou indução de genes específicos sintetizadores de proteínas relacionadas a inflamação (COX, LOX, Citocina...), logo a ação dos AIES é baseada em modificação da transcrição gênica. Um exemplo de sua atuação é a indução de lipocortina-1, inibidora da fosfolipase A2. Efeitos no Metabolismo: Os AIES são responsáveis por diversas alterações a nível de metabolismo. Aumentam o nível de glicose através de dois mecanismos: Inibem a expressão do GLUT (transportador de glicose) e aumento de enzimas indutores da gliconeogenese. Estes medicamentos induzem a expressão de proteases degradantes de proteínas, o que pode levar a quadros de astenia. Quanto aos lipídeos, destaca-se a ação estimulante nas catecolaminas endógenas, que possuem receptores específicos nos tecidos adiposos, o que gera uma maior degradação lipídica e conseqüente aumento de ácidos graxos livres que irão se depositar em lugares não tão comuns, dando um aspecto clinico da chamada “Síndrome de Cushing”. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Antibióticos A antibioticoterapia teve seu início em ampla escala a partir da 2ª Guerra Mundial. Ela se baseia no conceito de Toxicidade Seletiva → Esta é a capacidade de atuar de maneira seletiva sobre o microorganismo sem causar danos ao hospedeiro. Seu principal efeito colateral é a seleção de mutantes resistentes. Quanto ao índice terapêutico, destaca-se a relação B/A, sendo B a dose tóxica e A a dose terapêutica. Quanto aos conceitos básicos, tem-se: Antibiótico: Produtos microbianos de metabolismo secundário (fase estacionária), não essenciais e síntese dependente do ambiente. Ex: Penicilina, advém do fungo pinicillium. Quimioterápico: Agente sintético, com ação similar a de um antibiótico. Logo, tanto antibióticos quanto quimioterápicos são denominados de antibacterianos. Espectro de Ação: Diversidade de organismos afetados pelo agente. > Largo espectro de ação (clorofenicol: Gram+ e Gram-). > Estreito espectro de ação (riflanpcinas: contra o Microbacterium tuberculosis). * Geralmente, começa-se um tratamento entrando com uma droga de pequeno espectro de ação. Pois utilizando uma droga de largo espectro, corre-se o risco de afetar a flora bacteriana do paciente. * Por meio de um teste de Gram, sabe-se, mais ou menos, qual a droga de pequeno espectro que se deve iniciar o tratamento. HISTÓRICO - Paul Ehrlich (1854-1915): desenvolveu o conceito de toxicidade seletiva, indicando que determinado agente exibia uma ação danosa aos microrganismos.- Ehrlich & Hata: realização de teste com compostos arsenicais, em coelhos com sífilis, em 1910, foi lançado o medicamento Salvarsan (nome comercial da arsfenamida, para o tratamento da sífilis. - G. Domagk: testava corantes e outros compostos químicos, quanto a ação em microrganismos e toxicidade em animais... - A. Fleming: foi o "segundo" descobridor da penicilina e tentou, sem sucesso, purificá-la em quantidades suficientes para ser utiliza como medicamento. Descobriu que ela atuava em estafilococous, mas não conseguiu purificá-la. - 1896: E. Duchesne: descobriu a penicilina. * A sufa foi o primeiro antibacteriano utilizado para o tratamento, na 2ª GM. Ela apresenta um índice de resistência de 80%, pois foi utilizada em larga escala de forma errônea. - 1939: H. Florey & E. Chain: purificação da penicilina. Injetaram a penicilina em camundongos infectados com estafilococos ou estreptococos e observaram que quase todos sobreviveram. * Antes, a penicilina tinha um espectro de 80%, hoje em dia é de 20% - 1945: Nobel para Florey, Chain e Fleming (morreu antes de receber o prêmio Nobel por contaminação de um fungo). - 1944: S. Waksman: descobrimento da estreptomicina (Streptomyces griseus), a partir do teste de cerca de 10.000 linhagens de bactérias e fungos. A maioria das drogas feitas a partir dessa espécie (isso não é muito bom). * Há 10 anos não se descobrem novas drogas. As últimas descobertas foram a nimesulida entre outros. (Por Seiji) CLASSIFICAÇÃO: Existem duas possíveis classificações quanto a ação dos antibióticos. Eles podem ser bacteriostáticos→ afetam o crescimento e reprodução da bactéria, sem matá-la; ou ação bactericida→afetando estruturas essenciais da bactéria, levando-as a morte. Exemplos de bacteriostáticas: cloranfenicol (possui um largo espectro: atua sobre a síntese de proteína); lincosaminas, sulfonamidas, tetraciclinas, macrolídeos. Não seria bom utilizar em pacientes com sistema imunológico debilitado, pois é ele que matará a bactéria depois do medicamento Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Exemplos de Bactericidas: β-lactanos (destroem a parede, inibindo também sua síntese]; aminoglicosídeos, fosfomicina etc. Os antibióticos têm os seguintes alvos: 1- Parede e seus mecanismos de síntese. 2- Os ribossomos e a síntese de proteínas. 3 – Síntese de Ácidos Nucléicos. 4 – Metabolismo Intermediário. 5 – Membrana Celular - Ação sobre a Parede Celular • B-lactâmicos: Possuem anel B-lactâmico. Atua em bactérias que possuam parede celular (alta seletividade). Atuam ligando-se ao PBP (proteína que é o “cimento” que une os tijolos da parede bacteriana), inibindo a produção de ácido lipoteicóico e por feedback, há a ativação das autolisinas que começam a atuar indiscriminadamente e tornar a parede defeituosa ou destruí-la. • Glicopeptídeos: Duas drogas: Vancomicina e Theiconplamina. Atuam inbindo o deslocamento da D-Alanina (ele desloca-se para atuar na parede). A vancomicina é uma droga usada para estafilococos resistentes a meticilina – MRSA. Atuam somente em G+ • Fosfomicina: Entra na célula (é difícil) e inibe a síntese da parede pelo interior da célula. - Inibição dos Ácidos Nucléicos • Novobiocina: Liga-se a helicase (não se usa mais, pois não há seletividade) • Quinolonas: De 1ª geração – Acido Nalidicilico. 2ª Geração – Quinolonas Fluoradas, terminação em – florxisacina. A girase bacteriana é diferente da humana e estes medicamentos atuam sobre ela, impedindo a superespirilação do DNA bacteriano, fazendo com que o cromossomo torne-se quebradiço e frágil, mas depende do sistema do hospedeiro matar o organismo (não usar em pacientes com SI debilitado). São nefrotóxicas. • Rifampicina: Liga ao RNA polimerase DNA-dependente e bloqueia a transcrição. Não existe seletividade, atua em pequeno espectro de ação. Utilizado em tuberculoses. - Inibição da Síntese de Proteínas: Dependem do transporte da Catalase. • Aminoglicosídeos (Estreptomicina e Gentamicina): Ligam-se a unidade 30S e bloqueiam a leitura do mRNA. • Tetraciclina: Ligam-se a 30S (sítio A), impedem ligação do aminoacil-tRNA. Pode ocorrer o refluxo. • Clorofenicol: Liga-se a 50S, inibem a ligação do tRNA e peptidil trasnferase, não permitindo o aumento da proteína. Formam-se os códons, mas a proteína não é alongada. • Eritromicina: Liga-se a 50s e inibe a alongação. Único sítio de ação, assim como a tetraciclina. - Ação do Metabolismo Geralmente age como inibição competitiva. • Sulfa e Derivados: Inibição da síntese do ácido fólico pela competição com o PABA. Primeira droga utilizada em larga escala. • Trimetoprim: Bloqueio da síntese do tetrahidrofolato, inibindo a dihidrofolato redutase. - Cotrimoxazol/Sulfatrim: Sulfa+Trimetoprim. Exemplo de sinergismo RESISTÊNCIA BACTERIANA: A resistência pode ser Natural → ausência de alvo por parte do antibiótico; ou Adquirida → através de mutações espontâneas, seleção ou por recombinação após transferência de genes (exemplo=conjugação). Os principais mecanismos de resistência são: Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Impermeabilidade a droga – Exemplo da Membrana Externa de G- Inativação: Drogas inativadas por enzimas das bactérias. Por exemplo Beta Lactamases de Espectro Extendido (ESBL), amiglicosidases e carbapenemase Modificação de Enzima ou Estrutura Alvo: Principalmente entre os G+ - Ex: MRSA ou VRE Bombeamento de Volta Para o Meio: Efluxo da Droga – Resistência as tetraciclinas A medida de resistência pode ser feita através do Antibiograma(TSA) – Teste de Sensibilidade a Antibacterianos Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Antihelmínticos Os seres humanos são os principais hospedeiros (definitivos/primários) para a reprodução de helmintos, no caso, a sexuada, produzindo ovos ou larvas que irão infectar outro hospedeiro (secundário). Clinicamente destaca-se dois tipos de infecções por helmintos: As que o verme vive no tubo digestivo do hospedeiro e as que ele reside em outro local do corpo. Falando dos que costumam viver no tubo digestivo, temos como exemplo a tênia e nematódeos, já quanto a vermes que vivem em outros tecidos, destacam-se trematódeos (schistossomas – parede intestinal ou bexiga) e nematódeos teciduais. Filárias adultas vivem nos vasos linfáticos, tecidos conjuntivos e mesentério. As larvas vão para a parte bucal do inseto e são reinjetadas no hospedeiro, instalando-se em outros locais. A “larva migrans cutânea” é um exemplo de doença causada por nematódeo que vivem em TGI’s de outros animais (cães e gatos no caso). Fármacos Anti-helmínticos: Para a droga ser considerado antihelmíntica, ela precisa penetrar a cutícula do verme ou adentrar o seu trato alimentar. Sua atuação se dá através da paralisia do verme ou lesão a cutícula. Estes fármacos também podem atuar no metabolismo do verme ou modular a atividade neuromuscular dos parasitas. Quanto aos tipos, destacam-se: - Benzimidazóis: Principal grupo dos AH, tendo como representantes albendazol, tiabendazol e mebendazol. Ligam-se a beta tubulina livre, inibindo sua polimerização e inpedindo a captação de glicose (dependente dos microtubulos). São inibidores seletivos sobre a função microtubular dos helmintos, sendo até 400 vezes mais potentes nestes do que em mamíferos. Todos estes são medicamentos de largo espectro e possuem poucos efeitos adversos, geralmente ligados a distúrbios no TGI.- Praziquantel: Amplo Espectro. Usado no tratamento para esquistossomo e cisticercose. Ele altera a homeostasia do cálcio nas células do verme, causando contração forte e conseqüente paralisia, resultando na morte do helminto. Afeta as formas adulta, imatura e cercarias do verme. Os efeitos adversos são distúrbios no TGI, febre baixa, tonteira e astenia. - Piperazina: Inibe reversivelmente a transmissão neuromuscular do verme, exercendo um papel de GABA sobre os canais de cálcio. Os vermes paralisados são expelidos ainda vivos. Foi em grande parte substituída por benzimidazois. Além dos citados anteriormente, os efeitos adversos podem ser broncoespamos, parestesia e vertigem. - Pirantel: Despolariza a junção neuromuscular dos helmintos, causando espasmo e paralisia. Também fora substituído em grande parte por benzimidazois e possui os efeitos adversos deste grupo. - Niclosamida: Era a droga de escolha para o tratamento de teníase, mas foi trocada por praziquantel. Ela promove uma lesão irreversível no escólex (cabeça do verme + estruturas “ganchos”) e o segmento proximal. É usada junto a um purgante quando envolve tratamento de Tenia, de forma a eliminar possíveis ovos que poderiam ter sido liberados. Podem ocorrer náuseas e vômitos. - Oxamniquina: Atuante contra Esquitossomos Mansoni. Envolve a intercalação do DNA, atuando seletivamente no verme, pois este, diferente dos mamíferos, concentra a droga. São comuns efeitos adversos, como alucinações, convulsões, tonteira e cefaléia. - Levamisol: Eficaz nas infecções por lombrigas. Possui uma ação similar a da nicotina, estimulando e em seguida bloqueando as junções neuromusculares. Os vermes são paralisados e então eliminados nas fezes, Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise já os ovos são destruídos. Apesar deste medicamento atravessar a barreira hematoencefalica, possui poucos efeitos adversos, podendo existirem tonturas, erupções cutâneas e distúrbios no TGI. - Ivermectina: Agente semi-sintético advindo das avermectinas, obtidas de um fungo. É potente contra microfilárias, sendo a principal droga para oncocercose, a “cegueira dos rios”. Esta não mata as filárias adultas, onde em casos que estas estão instaladas o tratamento cirúrgico é realizado. Possuiu bons resultados no tratamento de elefantíase. Esta atua paralisando o verme ao abrir os canais de cloreto mediados pelo GABA, bloqueando a transmissão neuromuscular. Sua atuação em vertebrados é praticamente inexistente e seus efeitos incluem erupções cutâneas, astenia, hipotensão dentre outras. Uma imagem de Oncocercose para ilustrar. Antifúngicos: A terapia antifúngica é complicada, pois existem poucas drogas, não há muitos alvos potenciais nos fungos e tem-se um estreito espectro de ação. Existem diversos efeitos adversos (já que o Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise alvo também é eucarioto). Os principais aspectos a serem considerados são os tecidos afetados, a identificação do patógeno, a quantidade de fungos, sua virulência e o sistema imunológico. Quanto a classificação das micoses, têm-se: (estas vão se aprofundando no tecido de acordo com a demanda nutricional) - Superficiais – Cutâneas – Subcutâneas – Sistêmicas - Oportunistas O nível de interação se dá na membrana citoplasmática, via ergosterol e sua síntese. Falando dos antifúngicos em si, temos: a) Polienos: - Metabólito do Streptomyces (bactéria) - Anfotericina - Droga antiga e que ainda possui eficiência - Eficiente contra infecções sistêmicas, mas não locais - Amplo espectro de ação - Mecanismo de Ação: Ligam-se aos esteróis da membrana (todos eles, por isso provocam efeitos adversos fortes – por isso precisa administrado junto a outra droga) e é um potente fungicida. Não atravessa as membranas do SNC. b) Flucitosina: 5 fluoro-citosina - Derivado fluorado da citosina - Efeito razoável sobre alguns fungos – Eficaz em Dermatíceos - Associação comum com Anfotericina B ( + efeito potencial e + efeitos adversos ) - Alto nível de resistência - Mecanismo de Ação: Inibição do DNA (por substituição da citosina). Dependência enzimática da Citosina Desaminase; em caso de resistência o fungo usa outra enzima. Tratamento de Criptococose e Candídiase (junto da Anf. B) c) Derivados Azóis (Cetoconazol, Fluconazol, Itraconazol, Miconazol, Clotrimazol...) - Maior grupo de antifúngicos - Menor toxicidade, pois são seletivos no ergosterol - Atuam sobre infecções tópicas e sistêmicas - Mecanismo de Ação: Inibe a síntese do ergosterol e inibe as enzimas do citocromo P450. d) Gliseofluvina - Derivada do Penicilium - Uso local contra os dermatófitos - Mecanismo de Ação: Inibe a formação do fuso mitótico. e) Alilaminas:Terbinafina - Uso local contra os dermatófitos - Poucos Efeitos Adversos - Aplicada em alternância com os azóis - Mecanismo de Ação: Inibe a síntese do ergosterol, inibe a enzima esqualeno epoxidase (não servindo para tratamento sistêmico) e eliminação, local, de espécies resistentes a azóis. Para a verificação da existência de fungos, faz-se o exame conhecido como Antifungigrama. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Antivirais: Substâncias produzidas para combater a proliferação viral. Como o vírus compartilha muitos processos metabólicos com os humanos, torna-se difícil ser seletivo para este, mas existem fármacos deste tipo. A grande maioria dos AV’s disponíveis é eficaz somente durante a replicação viral, não atuando no período de latência do agente patogênico. Costumam atuar por dois mecanismos: Inibição da Transcrição do Genoma Viral ou Inibição da Penetração na célula do hospedeiro. O principal tratamento é a prevenção (vacina). Quanto a seletividade, é ressaltado que proteína e ácido nucléicos em si não são fatores seletivos, visto que nós também os possuímos. - Análogos Nucleosídeos: O nucleosídeo é o açúcar com base nitrogenada, sem a presença do fosfato, sendo por isso instável. A maioria dos antivirais está neste grupo, atuantes principalmente em Herpes (vírus de DNA) e HIV (vírus de RNA), sendo que ele atinge ambos. Seu mecanismo baseia-se na inibição da replicação do ácido nucléico já que inibe as enzimas das vias metabólicas. É mais eficiente no HIV (RNA→Enzimas são fundamentais) Diversos efeitos adversos pela baixa seletividade. Representantes: Ciclofovir, Penciclovir, Foscarnete, e Aciclovir. - Foscarnet: Inibe a DNA Polimerase, de uso tópico contra herpes vírus. - Metisazona: Primeiro antiviral descrito, age sobre o vírus da varíola (poxvírus) e bloqueia a replicação viral. Muitos efeitos colaterais. - Inibidor Não Nucleosídeo da Transcriptase Reversa – Anti HIV: Não precisa de fosforilação para ter estabilidade. É especifico por atuar no sítio da transcriptase, o que diminui os efeitos adversos. Geralmente atua como competidor por elementos que a Tanscriptase Reversa precisa ou simples inibidores enzimáticos advindos de fosforilações. Representante: Zidovudina (AZT), Didanosina, Zalcitabina, Efivarenz - Inibidor da Protease/Eventos Pós-Tradução: O RNA do hospedeiro codifica normalmente, mas no HIV isto será traduzido em poliproteína bioquimicamente inerte, o que acaba por proteger a célula humana da protease viral, evitando a degradação protéica na célula. Tem boa especificidade. Exemplo: Saquinavir e Indinavir. Amantadina & Rimantadina: Bloqueio do canal iônico de H+, impedindo a dissociação da proteína da matriz e retardando a entrada viral com posterior abertura de capsídeoe liberação de material genético (desnudamento viral), sendo portanto inibidores da Penetração na Célula do Hospedeiro. Necessitam de sinergismo com outras drogas. - Interferons (IFNs): Produzidos por macrófagos quando a célula de defesa fagocita o vírus, objetivando avisar os outros macrófagos. É uma citosina, antiviral natural, existindo três grupos: IFNsα, IFNsβ e IFNsγ. Estes estimularão as células a produzir substâncias que inibam a replicação viral. Coquetel do HIV: O coquetel é uma combinação quimioterápica que constituiu-se como padrão de tratamento para indivíduos com HIV. São mais eficazes que agentes isolados e refratam a carga viral em maior quantidade, possuindo menor toxicidade também. Contudo, como posto anteriormente, estes atuam somente durante a fase de replicação, podendo o individuo ficar anos com o estado latente do vírus. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Aplicações Clínicas dos Antivirais Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise ANTINEOPLÁSICOS O câncer caracteriza-se pela multiplicação e propagação displásica de células corporais, podendo o seu tratamento ser realizado via cirurgia, irradiação e quimioterapia. Tal terapia é complicada, visto que células cancerosas e normais são iguais em diversos aspectos. Para que possamos compreender os agentes neoplásicos, é fundamental saber o que diferencia as células cancerosas das normais, sendo tais diferenças: - Proliferação descontrolada; Perda de Função e Desdiferenciação; Poder de Invasão; Metástase As células normais são induzidas a sofrer divisão pelos fatores de crescimento, sendo todo o processo do ciclo de crescimento celular mediado por 2 tipos de proteínas: Ciclinas e Quinases ciclinas-dependentes (cdk) – codificadas pelos proto-oncogenes nucleares. A ação de tais ciclinas e cdk’s é modulada por forças negativas como as do gene p53 e do gene retinoblastoma (Rb). Caso algo dê errado durante o processo de replicação, existem pontos de “parada” durante o ciclo celular que permitem o reparo. Caso não seja possível realizar tal reparo, o processo de apoptose é iniciado. Tal apoptose (morte celular) é o principal mecanismo de defesa contra mutações, removendo células de DNA anormal que podem se tornar malignas. Nas células cancerosas, os problemas decorrem de anormalidade dos fatores de crescimento, função anormal das ciclinas e das cdk’s, síntese anormal de DNA graças a ação dos oncogenes ou diminuição das forças reguladoras negativas, devido a mutações dos genes supressores tumorais (p53/retinoblastoma). Pode também ocorrer ativação dos proto-oncogenes em oncogenes, conferindo malignidade a célula. Como as células cancerosas perdem sua capacidade de se diferenciar, ocorre perda de função, apresentando a capacidade de invadir outros tecidos sem sofrer ação dos agentes apoptóticos. Secretam metaloproteinas (enzimas que decompõe a matriz celular), o que permite sua introdução nestes novos espaços e surgimento de vasos (angiogênese) necessários para a nutrição do tumor. Dá se o nome metástase a tumores secundários surgidos de células liberadas pelo tumor inicial. As neoplasias que contem células bem diferenciadas (ou seja, ainda bem similares as células de origem) em massa única são consideradas benignas, recebendo a terminação –oma. Seu crescimento é lento, progressivo e expansivo (podendo haver retração), onde sua cápsula fibrosa é bem definida, não formando metástases. Já as neoplasias com células menos diferenciadas (diferentes demais das células de origem), capacidade de destaque e introdução no sistema circulatório ou de formar tumores malignos em outros locais são consideradas malignas, recebendo a terminação –carcinoma ou – sarcoma (quando são de origem mesenquimal). Tem taxa de crescimento rápida, alterando o fluxo sanguíneo via compressão (podendo originar necroses e isquemias) e nutrição de tecidos normais. Seu tipo de crescimento é invasivo. Diz-se anaplasia para designar falta de diferenciação celular no tecido canceroso. Antineoplásicos: Falando em si dos medicamentos, estes são em sua maioria antiproliferativos, danosos ao DNA e desencadeadores de apoptose. Agem somente no processo de divisão celular, não apresentando nenhum efeito inibitório no processo invasivo, a perda da diferenciação ou tendência de sofrer metástase, sendo este um grande problema, pois as células de um tumor solido podem ser divididas em três compartimentos: - Compartimento A: Células em divisão que possivelmente estão continuamente no ciclo celular. - Compartimento B: Células quiescentes (em repouso); mesmo paradas, possuem capacidade de dividir-se. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise - Compartimento C: São células que já perderam o poder de dividir-se, mas ainda aumentam o tamanho do tumor. Praticamente apenas as células do compartimento A podem sofrer a ação de certos fármacos. As células do compartimento C não são um problema e sim as do compartimento B, visto que elas não são sensíveis a ação do fármaco, mas podem ir para o compartimento A após já serem realizadas sessões de terapia. Como os antineoplasicos irão atuar sobre a divisão celular, afetarão tecidos normais que dividirem-se rapidamente, podendo produzir efeitos tóxicos como: toxicidade medular → menor taxa de leucócitos, logo menor resistência as infecções, alopecia (queda de cabelo), cicatrização deficiente, náuseas, vômitos dentre outros. Quanto às classes dos medicamentos, pode-se definir: - Agentes alquilantes – ciclofosfamida, lomustina e cisplatina– esses fármacos se ligam ao DNA causando a ruptura da cadeia, ou a sua replicação defeituosa, o que deflagra a apoptose, Atuam durante todas as fases do ciclo celular. - Agentes antimetabólicos – metrotexato, fluorouracil, citarabina, mercaptopurina, fludarabina e pentostatina – Bloqueiam a síntese de DNA ao bloquear as enzimas necessárias a esse processo, ou ao fraudarem seus substratos. Agem na fase S do ciclo celular. - Antibióticos citotóxicos – doxorrubicina, bleomicina, dactnomicina e mitomicina – inibem a síntese de DNA ao intervirem nas enzimas envolvidas no processo (DNA-girase, RNA polimerase) ou através da formação de um agente alquilante; - Derivados de vegetais - vincristina, etoposida, paclitaxel e irinotecano – esses fármacos agem sobre a enzima topoisomerase, ou se ligam a tubulina ou aos microtúbulos, inibindo a mitose ou a formação do DNA. Interferem na formação do fuso mitótico durante a fase M do ciclo celular. - Hormônios e Isótopos Radioativos: Certos hormônios são usados para tratar cânceres sensíveis a estes. Por exemplo, glicocorticóides contra leucemias e linfomas, tamoxifeno para tumores de mama, análogos GnRH para tumores de próstata e mama, dentre outros. Embora o tumor primário responda de maneira positiva ao tratamento, as células metastáticas mais diferenciadas (parecidas com as normais) respondem de forma precária, o que freqüentemente leva a disseminação de tais células e um prognóstico letal. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise ANALGÉSICOS OPIÓIDES INTRODUÇÃO E MECANISMOS DA DOR: Para se entender qualquer gênero de anestésico ou analgésico, é fundamental o conhecimento sobre a dor e seus mecanismos.Ambos os termos delimitam os mesmos efeitos, contudo a analgesia é tida como de menor ação, voltada apenas a dor, já a anestesia está relacionada a um processo maior, causador de outros efeitos no paciente, como perda temporária de consciência e de outras percepções. A dor é uma sensação originada em seus receptores (nociceptores) que respondem a estímulos e ameaças. Existem duas de vias de transmissão: - A via rápida, onde a transmissão vai diretamente do nociceptor para a medula espinhal por meio de receptores A-Delta mielinizados e da medula vai-se ao tálamo, via trato neo-espinotalamico. - A via lenta, com transmissão do nociceptor a medula pelas fibras C não mielinizadas, onde desta segue-se ao tálamo pelo trato paleoespinotalamico. O processamento neurológico central da dor se dá através de: Transmissão do tálamo ao córtex somatossensorial (vai acontecer a interpretação das informações de dor); Sistema Límbico, onde ocorrerá a vivencia dos componentes emocionais da dor; Centros do Tronco cerebral, havendo aqui as respostas do SNA. A modulação da dor é feita pelos neurônios noradrenergicos pontinos, centro analgésico endógeno no mesencéfalo e núcleo magno da rafe na medula, sendo que estes irão enviar sinais inibitórios aos neurônios do corno dorsal da medula espinhal. O corno dorsal é o “relé” da dor, “ligando e desligando” a transmissão desta, tal mecanismo de regulagem da dor é chamado de “controle do portão”. Os interneuronios inibitórios são ativados pelos neurônios inibitórios descendentes ou estimulação aferente não nociceptiva. Tal inibição pelos neurônios descendentes é mediada por encefalinas, 5-HT, noradrenalina e adenosina. Em resumo, o estímulo chega na medula pelos neurônios nociceptivos (nociceptores) que irão transmitir os impulsos ao corno dorsal da medula espinhal (por fibras aferentes) e irão enviar tais estímulos para interpretação no SNC (vias eferentes). As eferentes são moduladas pelo cérebro por meio de peptídeos opioides endógenos (endorfinas). Logo a dor tem dois aspectos: Transmissão por Via Aferente e Modulação de Via Eferente. Logo, serão nestes pontos de modulação da dor que os analgésicos opióides irão atuar. Toda essa atividade nervosa está vinculada a neurotransmissores, tanto na via eferente (dopamina, acetilcolina, noradrenalina, serotonina, encefalinas...) quanto na aferente (GABA, colescitocina, somatostatina...), sendo possível também atuar nestas substancias, como na ação de clonidina, alfa-2- adrenérgicos, antidepressivos, dentre outros. SE VOCÊ NÃO ENTENDEU MERDA NENHUMA DO QUE ESTÁ ESCRITO ACIMA, TENTE ENTENDER ISTO: 1) Nociceptores polimodais (NPM) são neurônios ativados/modulados por estímulos nocivos endógenos ou exógenos (bradicina, prostaglandina, substancia P, neurocininas e etc.) As prostaglandinas, por exemplo, abaixam o limiar de excitabilidade dos NPM, o que favorece a sensação dolorosa. 2) Esses NPM vão transmitir impulsos elétricos aos neurônios do corno dorsal da medula pelas fibras (A-Delta e C) 3) Os corpos celulares dos NPM vão realizar sinapses com os neurônios da medula espinhal, usando para isso os neurotransmissores (o glutamato é um exemplo de neurotransmissor), indo em seguida ao tálamo. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise 4) Lá no córtex a dor vai ser interpretada, no sistema límbico vai ser estimulado o processo emocional dela e nos centros do tronco cerebral as respostas do SNA vão ser processadas. 5) O cérebro modula a dor por meio do “sistema de controle do portão” ou substancia gelatinosa. Tal substancia são interneuronios inibitórios que regulam a transmissão dolorosa nas fibras A∆ e C. 6) As ações do SNA vão ser sudorese, elevação da freqüência cardíaca, aumento de PA e etc. 7) A ação analgésica dos opioides se dá através da excitação indireta dos neurônios descendentes inibitórios, tal qual estes ativam a substancia gelatinosa. Os opioides também podem agir nas sinapses do corno dorsal e terminações dos NPM. OPIÓIDES E SEUS RECEPTORES: Após esta esplanação acerca da dor e seus mecanismos, dar-se-iá mais foco aos medicamentos opioides. Para tal, alguns conceitos devem ser postos. Os receptores opióides são receptores celulares que irão ligar-se aos opiodes→nome de classe medicamentosa dado aos chamados opiáceos, substancias derivadas do ópio que atuam como agonistas dos receptores opioides endógenos. O protótipo clássico de todos os opioides é a morfina. Existem três tipos de receptores: Mi, Delta e Kappa. O receptor Mi é o mais importante quanto a analgesia, por serem os principais quanto a morfina. Já os delta estão ligados aos centros de tosse, respiração, TGI... Por fim, tem-se os Kappa, presentes em nível medular e relacionados a recepção álgica desta estrutura. O mecanismo de ação dos opioides ocorre da seguinte forma: - Opioides, junto de seus receptores acoplados a proteína G, inibem a adenilato ciclase, diminuindo os níveis intracelulares de AMPc. Desse modo, diminui-se a taxa de Ca²+ citosolico, inibindo a transmissão do impulso doloroso. Outro mecanismo que pode ocorrer é a hiperpolarização neuronal, graças a excessiva condutância de potássio, prejudicando a transmissão nervosa. Quanto a cinética destes medicamentos, sua absorção tende a ser lenta, feita no TGI, sofrendo metabolismo hepático de primeira passagem. Seus usos clínicos envolvem dores crônicas, agudas e fortes, anestesia, supressão da tosse (receptores Delta, ex: Codeína). Ao falar de seus principais representantes, temos inicio pela morfina, opiáceo mais usado e de baixo custo. Usado principalmente em pacientes pós-cirurgicos ou com histórico doloroso, é altamente viciante sendo substituída pela metadona após suas primeiras doses. Outro representante é o fentanil, que diferente da anterior possui alta lipossolubilidade, pico de ação rápida e não causa hipotensão. O tramadol é voltado para células nervosas da medula e do cérebro, possuindo um mecanismo mais complexo que envolve vias monoaminérgicas. A codeína também é clinicamente significativa, tendo seu uso ligado a ações antitussicas, sendo portanto um alcalóide bem mais leve. O antagonismo quanto aos opióides fica a cargo da Nalorfina e Naloxona, usadas principalmente em casos de overdose de opioides, de forma a evitar a depressão fatal do sistema respiratório. Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise Faculdade Estadual de Medicina do Pará Tuna Acadêmica Airetama Autor: Mateus de Grise ANALGÉSICOS OPIÓIDES INTRODUÇÃO E MECANISMOS DA DOR: Para se entender qualquer gênero de anestésico ou analgésico, é fundamental o conhecimento sobre a dor e seus mecanismos. Ambos os termos delimitam os mesmos efeitos, contudo a analgesia é tida como de menor ação, voltada apenas a dor, já a anestesia está relacionada a um processo maior, causador de outros efeitos no paciente, como perda temporária de consciência e de outras percepções. A dor é uma sensação originada em seus receptores (nociceptores) que respondem a estímulos e ameaças. Existem duas de vias de transmissão: - A via rápida, onde a transmissão vai diretamente do nociceptor para a medula espinhal por meio de receptores A-Delta mielinizados e da medula vai-se ao tálamo, via trato neo-espinotalamico. - A via lenta, com transmissão do nociceptor a medula pelas fibras C não mielinizadas, onde desta segue-se ao tálamo pelo trato paleoespinotalamico. O processamento neurológico central da dor se dá através de: Transmissão do tálamo ao córtex somatossensorial
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