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Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.1 3. TIPOS DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS MAIS COMUNS Fissuras e Trincas; MAIS COMUM!!! Segregação ninhos de concretagem (segregação dos materiais do concreto) Desplacamento desplacamento do concreto devido tensões de tração Desagregação concreto esfarelando Manchas eflorescências; calcinação incêndio; Erosão e Desgaste; Flechas excessivas; Perda de aderência entre concretos nas juntas de concretagem; Porosidade e permeabilidade. Algumas enfermidades são errôneamente consideradas sintomas: é o caso da corrosão das armaduras, que caracteriza a enfermidade falta de homogeneidade, e cujos sintomas são fissuras e desplacamento do concreto. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.2 3.1. FISSURAS E TRINCAS Consideradas a manifestação patológica característica das estruturas de concreto o Tipo de manifestação mais comum observada e que, junto com as deformações acentuadas da estrutura, mais chama a atenção dos leigos, proprietários e usuários, para o fato de que algo de anormal está para acontecer. (SOUZA e RIPPER, 1998, p. 57) Mas... a fissuração das estruturas de concreto é inevitável e inerente à própria técnica de dimensionamento o o concreto, por ter baixa resistência à tração, fissurará por natureza, sempre que as tensões de tração, instaladas pelos mais diversos motivos, superarem a sua resistência à tração. o NBR 6118:2003 especifica um limite de abertura de fissuras em função do nível de agressividade do meio ambiente para impedir penetração de agentes agressivos que possam atacar as armaduras. É quase impossível executar um concreto totalmente livre de algum tipo de fissura, mas existem medidas para reduzir sua ocorrência ao mínimo possível. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.3 As fissuras podem surgir antes ou após o endurecimento do concreto. As fissuras só passam a ser um PROBLEMA PATOLÓGICO quando: o apresentam abertura superior aos valores admissíveis ou o quando não são originadas pelo funcionamento estrutural normal da peça. A caracterização da fissuração como deficiência estrutural depende da: o origem, o intensidade o magnitude do quadro de fissuração existente, Procedimento de análise de uma estrutura de concreto fissurada 1º. Elaborar o mapeamento das fissuras (identificar se a fissura é no elemento estrutural ou não) 2º. Classificação das fissuras em função de sua atividade (ativa ou inativa). 3º. Determinação das causas das fissuras (EXISTEM MUITAS CAUSAS DISTINTAS!) 4º. Estabelecer as metodologias e proceder aos trabalhos de reabilitação (se necessário). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.4 Verificação do tipo de fissura é feita: usando “selos” rígidos (gesso ou plaquetas de vidro coladas, que se rompem se a fissura apresenta variação de abertura, através da medição direta (fissurômetro) dessa variação. Uma análise malfeita pode levar à aplicação de um método de reabilitação inadequado. Caso não sejam eliminadas as causas, de nada vai adiantar tentar sanar o problema, pois, ele ressurgirá, e poderá até mesmo se agravar! CLASSIFICAÇÃO Fissura ativa (instável): quando a causa da fissura ainda atua sobre a estrutura. Apresenta aumento ou diminuição de sua abertura ao longo do tempo. Fissura inativa (estável): a causa atuou durante certo período de tempo, mas deixou de existir. Logo, sua abertura permanece constante. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.5 Fonte: http://pessoal.utfpr.edu.br/wmazer/arquivos/NOTAS_DE_AULA_CC56D.pdf S.A.T. (Scratch a Track): equipamento que registra movimentos da ordem de 0,01mm. É equipado com um cartão indestrutível fixado na superfície, e um riscador que assinala qualquer movimento, de forma contínua, estabelecendo o real funcionamento de fissuras, trincas ou juntas. Ao contrário dos casos tradicionais de monitoramento, que somente informam o movimento na hora da medição, o Detector de Movimentos S.A.T. deixa registrado todo e qualquer movimento que ocorre na estrutura. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.6 Fissuras que surgem antes do endurecimento do concreto: Fissuras por assentamento plástico o Ocorre quando a presença de armaduras, da forma ou outro fator impede o adequado assentamento do concreto gerando a separação das partículas mais pesadas do concreto, da massa de concreto que se desloca para baixo (segregação). o As fissuras geralmente se desenvolvem ao longo do comprimento das armaduras comprometendo a proteção das mesmas. o Causas: ♦ exsudação; ♦ uso excessivo dos vibradores; ♦ excessivo tempo entre lançamento e início de pega; ♦ falta de estanqueidade das formas. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.7 Fissuras por retração plástica ou retração por secagem o Surge após o adensamento e acabamento da superfície horizontal do concreto. o Provocada pela rápida perda de água de amassamento, que ocorre por absorção excessiva das formas ou pela evaporação. o Concretagem em dias de calor faz com que a velocidade da evaporação seja superior à velocidade da água que exsuda e atinge a superfície, provocando esta fissuração. o Ocorre principalmente em peças estruturais com grandes áreas de exposição, tais como lajes e pavimentos a) Esquema de painel de laje fissurado b) fissuras em uma argamassa de revestimento (vista superior) (site: www.forumdaconstrucao.com.br). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.8 Fissuras causadas por vibrações o Vibrações causadas por movimentação ou funcionamento de equipamentos, trânsito de pessoal, impactos de ferramentas e outros, podem causar fissuras no concreto. Fissuras por movimentação das formas ou escoramento o Surgem durante a concretagem. São provocadas por planos de concretagem inadequados, escoramentos muito flexíveis ou painéis de forma mal travados. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.9 Fissuras que surgem após o endurecimento do concreto: Fissuras por retração hidráulica o Perda de água de amassamento durante o endurecimento do concreto provoca redução do volume da peça. Quando este movimento é impedido por vínculos externos a peça ( pilares, escoramentos, etc...) surgem as fissuras. o São fissuras de separação (seccionam inteiramente a seção transversal da peça). o Causas: cura inadequada, falta de armadura de costela, elevado fator a/c, outros... Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.10 Fissuras por retração térmica De origem interna: o Fissuras devido as ações térmicas autógenas associada a liberação de calor das reações de hidratação do cimento que são exotérmicas. o Ocorrem nas primeiras idades do concreto (1 a 3 dias após a concretagem), durante o processo de resfriamento do mesmo. O resfriamento provoca acontração da peça, que quando impedida leva a fissuração. o Ocorre com freqüência em obras que envolvem grande volume de concreto como as barragens. o Fatores que influenciam: elevado calor de hidratação, emprego de formas muito isolantes, concretagem de camadas de grande altura De origem externa (variação de temperatura): o A variação de temperatura ambiente provoca movimentação de contração e dilatação nas estruturas, que se impedidos causam fissuras. o Estas fissuras costumam ocorrer em estruturas longas (p.ex. pontes, viadutos) construídos por grandes segmentos sem juntas de dilatação. o O quadro fissuratório pode ser semelhante ao da retração hidráulica. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.11 (fissuras que aparecem fora do elemento estrutural) (fissuras que aparecem no elemento estrutural) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.12 Fissuras devidas a corrosão de armaduras o As reações de corrosão produzem óxidos e hidróxidos de ferro, cujo volume é muitas vezes maior do que o volume original do metal. Essa expansão provoca o fissuramento e o lascamento do concreto nas regiões próximas às armaduras; o Geralmente aparecem ao longo dos estribos e da armadura longitudinal (vigas) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.13 Fissuras devidas a reação álcali-agregado - RAA o RAA: reação química lenta na qual alguns constituintes do agregado, em presença de água, reagem com hidróxidos alcalinos, provenientes dos cimentos ou de outras fontes, formando um gel expansivo que causam a fissuração do concreto. o A recuperação de estruturas comprometidas pela RAA é cara, complexa e exige estudos detalhados de cada caso. Uma vez instalado o processo reativo, é possível minimizar as expansões futuras com encapsulamento ou outras formas de impermeabilização. (Revista Téchne – Reportagem Álcali-agregado – Reação Perigosa) a) Topo de pilar de barragem afetado por RAA b) Bloco de fundação afetado por RAA Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.14 Ilustração: Principais fissuras seguida de uma letra que descreve suas causas nas tabelas a seguir. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.15 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.16 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.17 Fissuras causadas por mau posicionamento das armaduras; Fissuras devidas ao deslocamento das armaduras negativas (CÁNOVAS, 1988) Fissuras devidas ao deslocamento dos estribos (HELENE, 1988) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.18 Fissuras por concentração de Tensões o causadas por insuficiência de armadura (o outro dispositivo ex.: contra-verga) que deveria ser usado para reforçar locais em que existem concentrações de tensões. Fissuras causadas por deformação excessiva da estrutura; o Comprometem a estética e geram insegurança nos usuários ocorrem também nas alvenarias; o Principais fatores: Excesso de esbeltez dos elementos estruturais; Falha ou retirada precoce do escoramento; Excesso ou falta de protensão; Contra-flechas insuficientes Avaliação inadequada da fluência; Fissuração excessiva provocando redução da rigidez da estrutura Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.19 Exemplo de fissuras e trincas em alvenaria causadas pela movimentação de estruturas (www.forumdaconstrucao.com.br) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.20 Fissuras causadas por sobrecarga (Flexão, Cisalhamento, Torção, Compressão e Punção); o Os carregamentos geram solicitações internas nas estruturas (momento fletor, força normal de tração ou compressão, força cortante e momento torçor). o Cada tipo de solicitação interna produz um quadro fissuratório próprio. Quando estas fissuras apresentam aberturas superiores aos limites de norma pode ter ocorrido: Erro na quantidade de armadura necessária para resistir ao esforço interno atuante (erro de projeto ou de execução); Carregamentos superiores aos previstos em projeto; Funcionamento da estrutura em desacordo com o modelo que serviu para análise da mesma; A seguir apresentam-se ilustrações que representam o esquema da fissuração que pode ser observado em cada uma destas situações: Tração (vigas) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.21 Torção Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.22 Fissuras devidas aos recalques de fundação; o Geralmente surgem na alvenaria aproximadamente a 45° (eventualmente podem surgir na vertical). o Também podem surgir fissuras nas vigas e lajes devido a movimentação dos pilares. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.23 Tabela com os tipos de fissuras estruturais mais comuns Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.24 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.25 (TCC de Thais da S. Ambrosio – “Patologia, tratamento e reforço de estruturas de concreto no metrô de São Paulo” – Univ. Anhembi Morumbi - 2004) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.26 3.2. SEGREGAÇÃO Concreto segregado: aquele que apresenta separação entre a argamassa e a brita, podendo ocorrer durante ou logo após o lançamento do concreto. Pode ser provocada por: o lançamento livre de grande altura; o concentração de armadura que impede a passagem da brita; o vazamento da pasta pela forma; o má dosagem do concreto; o uso inadequado dos vibradores (vibração excessiva ou vibradores de baixa freqüência que provocam ressonância, isolando as pedras grandes da argamassa; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.27 3.2.1. SEGREGAÇÃO PRODUZINDO NINHOS DE CONCRETAGEM Provoca redução da seção resistente efetiva da peça, elimina a aderência entre o concreto e a armadura e expõe as armaduras ao processo de corrosão Causas: lançamento inadequado do concreto; adensamento deficiente, alta taxa de armadura Fonte: Manual de inspeção de obras de arte especiais – DNER (1994) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.28 3.3. DESPLACAMENTO DO CONCRETO caracteriza-se pela ruptura e destacamento do concreto superficial, principalmente das partes salientes da peça que ocorre em função do surgimento de tensões de tração acima da resistência do concreto. IMPORTANTE: o concreto desplacado é um concreto são. Provocada por (pela): expansão das armaduras devido a corrosão; deformações provocadaspor cargas excessivas normalmente pontuais; pelo congelamento de águas retidas; por desagregações internas (reação álcali-agregado ⇒ expansão do agregado); impactos; cavitação; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.29 3.4. DESAGREGAÇÃO Caracterizada pela perda do poder aglomerante do cimento. Com isso, os agregados graúdos se destacam da argamassa, que posteriormente também se desfaz “concreto esfarelando”. Inicia-se, geralmente, com a alteração da coloração do concreto. A seguir surgem fissuras em todas as direções, que aumentam rapidamente de abertura, devido à expansão da pasta de cimento. Um abaulamento da superfície do concreto pode também ser observada. Pode ser provocada por: o Ataques químicos, como o de sulfatos; o Águas puras (águas que evaporam e depois condensam) e as águas com pouco teor de sais (águas de chuva), que arrancam-lhe sais pelos quais são ávidas; o Águas servidas (esgotos e resíduos industriais) em dutos e canais, em função da formação, dentre outros, do gás sulfídrico; o Micro-organismos, fungos, e outros, através de sua ação direta e suas excreções ácidas; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.30 o Substâncias orgânicas como: gorduras animais, óleos e vinho; o Produtos altamente alcalinos (mais raramente). a) http://paulo.luigi.blog.uol.com.br/images/DSC05855.JPG Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.31 3.5. EROSÃO E DESGASTE É à quebra da unidade cimento-areia-brita provocada por ações abrasivas sobre o concreto. EROSÕES: o agente da abrasão é um líquido (normalmente água) e, quando existirem, as partículas sólidas por ele arrastadas. Caso típico de canais. DESGASTE A ABRASÃO: causada por materiais sólidos caso de pistas de rolamento e silos; Erosão do concreto e exposição da armadura na base da calha – Usina Hidro-elétrica - Cajuru. CEMIG, 2005 (Fonte: http://www.tede.ufop.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=344) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.32 Desgaste superficial – pavimento de concreto (Fonte: http://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/normas/DNIT061_2004_TER.pdf) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.33 3.6. MANCHAS Diferenciações de cor ou tonalidade na superfície dos concretos. Causas: o umidade (infiltrações); ação de cloretos; o presença de fungos ; incrustação de fuligem; o aditivos mal diluídos ou mal misturados. o lixiviação de óxidos de ferro de armaduras oxidadas. o partículas de solo carreadas pela água de percolação, ou nela dissolvidas 3.6.1. MANCHAS LIXIVIAÇÃO EFLORESCÊNCIA depósitos de sais na superfície do concreto, formando manchas nas superfícies verticais e estalactites nas superfícies horizontais causada pela lixiviação do hidróxido de cálcio. Em peças não armadas (“barragens de gravidade”) não chegam a ser um problema, a não ser estético não sendo, portanto, anomalia. Entretanto, em estruturas de concreto armado, indicam despassivação da armadura por perda de alcalinidade perigo de corrosão se não tratada. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.34 INTERESSANTE: O mecanismo da eflorescência pode ser utilizado para colmatar fissuras, no fenômeno chamado de cicatrização. Fonte: Manual de inspeção de obras de arte especiais – DNER (1994) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.35 3.6.2. MANCHAS CALCINAÇÃO DO CONCRETO INCÊNDIO CALCINAÇÃO: ressecamento das camadas superficiais (até 3 cm - excepcionalmente até 10 cm) do concreto devido a altas temperaturas, como no caso de incêndios. A análise dos efeitos da ação do fogo sobre o concreto caracteriza-se, basicamente, pela alteração da cor e pela perda de resistência, sendo função direta de temperatura a que o incêndio atinge (ver Tabela a seguir). A degradação do concreto dá-se por volta dos 600°C, e acontece por expansão dos agregados, que desenvolvem tensões internas que fraturam o concreto (estas tensões são de magnitude muito variável, pois os agregados têm coeficientes de dilatação térmica diferentes). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.36 Ponte Tatuapé - Incêndios sob a obra Fonte: http://www.tecpont.com.br/tatuape.htm A TECPONT realizou, em caráter de emergência, o projeto e o acompanhamento técnico dos trabalhos de recuperação e dos ensaios na Ponte Tatuapé, que envolveram o escoramento e o reforço dos pilares e dos tabuleiros danificados por incêndios nas construções de madeira clandestinas existentes sob a estrutura. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.37 3.7. FLECHAS EXAGERADAS Deslocamentos verticais de vigas e lajes acima de valores razoáveis (recomendados), normalmente provocados por: cargas excessivas, subdimensionamento, desforma precoce, baixo módulo de elasticidade do concreto e incêndios. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.38 3.8. PERDA DE ADERÊNCIA ENTRE CONCRETOS (JUNTAS DE CONCRETAGEM) Surgimento de fissura na interface das juntas de concretagem, normalmente provocada pela: o Falta de tratamento do concreto endurecido antes do lançamento do novo concreto; o Associada a fenômenos de retração; o Quando a diferença de idade entre os dois concretos é muito grande (casos de reforço), a falta de tratamento adequado e a não adoção de medidas específicas tais como o uso de armadura de costura suficiente para suportar as tensões tangenciais que surgirão na junta da estrutura reforçada após a sua colocação em serviço (aplicação da carga) pode gerar tal fissuração. Região do desplacamento ReforçoSubstrato Pilar P5R – Reforçado à compressão Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.39 3.9. PERMEABILIDADE E POROSIDADE POROSIDADE: Caracterizada pelo conjunto de vazios ou poros formados no interior do concreto, caracterizados por forma, volume, área específica, intercomunicação entre si e distribuição dimensional. PERMEABILIDADE: é o movimento global de fluídos através do concreto. Refere-se ao escoamento de um fluído através de um meio poroso, e que, no caso do concreto, também ocorre por difusão e absorção. A grande influência da segmentação de capilares na permeabilidade ilustra o fato de que ela não é uma simples função da porosidade, pois há possibilidade de dois corpos porosos terem a mesma porosidade, mas permeabilidades diferentes, bastando para isto a presença de passagens largas interligando os poros capilares (NEVILLE, 1997). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.40 A porosidade e a permeabilidade dependem da: Relação água cimento e do grau de hidratação (que depende da cura), Porosidade é influenciada também pelo amassamento ou adensamento inadequados. Quando se usa superplastificante, os cuidados com o amassamento devem ser redobrados, (necessário definir o tempo de mistura após o seu adicionamento), em função do risco da excessiva incorporaçãode ar. Uma redução na porosidade (redução do volume dos grandes vazios), reduzindo a permeabilidade, pode ser obtida através de condições adequadas de cura, compactação e redução de valor da relação água/cimento (KOPSCH, 2001). OBS.: As fissuras influem na permeabilidade do concreto, mas através de outro mecanismo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 3.41 Concreto permeável especialmente desenvolvido para permitir a infiltração de água no solo Fonte: www.ecodesenvolvimento.org.br/.../concreto-2.jpg
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