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Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.1 5. INTERVENÇÕES DO TIPO REPARO ESTRUTURAL 5.1. INTRODUÇÃO REPAROS: corrigem pequenos danos dos elementos estruturais (danos que não comprometem o desempenho estrutural ou o fazem de forma pouco significativa). Podem ser classificados em função de sua profundidade em: o Rasos: profundidade variando entre 3 mm a 30 mm (antes de atingir as armaduras). o Médios: profundidade entre 30 mm a 60 mm. o Profundos: profundidade superior a 60 mm. 5.2. A ESCOLHA DO MATERIAL DE REABILITAÇÃO ESTRUTURAL Existe um número muito grande de materiais desenvolvidos especificamente para serem utilizados em trabalhos de reabilitação de estruturas de concreto armado FREQUENTEMENTE SÃO LANÇADOS NOVOS PRODUTOS mercado em expansão! Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.2 Exemplos de empresas que produzem materiais para reabilitação de estruturas Sika S.A.: empresa multinacional com atuação global nas áreas de produtos químicos para construção civil e indústria. Iniciou suas atividades no Brasil em janeiro de 1934. ANCHORTEC (antiga FOSROC REAX) atende a indústria da construção no Brasil há mais de 25 anos. Mantêm uma ligação técnica-comercial muito próxima da Fosroc Internacional, uma das maiores e mais respeitadas empresas mundiais fabricante de produtos químicos para construção civil. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.3 Entretanto, é preciso fazer uma análise individual desses materiais. EMMONS et al.(1994) realizaram ensaios para avaliar alguns materiais de reparo, baseados nas suas características de retração, e constataram que 15% dos 46 materiais selecionados apresentavam baixos valores de retração, apesar dos fabricantes afirmarem o contrário. O mesmo fato foi observado por CLÍMACO (1990) em ensaios semelhantes. PODEM EXISTIR DIVERGÊNCIAS ENTRE RESULTADOS DE PESQUISAS CIENTÍFICAS E RESULTADOS FORNECIDOS POR FABRICANTES CUIDADO OS RESULTADOS PODEM SER INFLUENCIADOS POR: Falhas no processo de aplicação do produto em laboratório; Condições ambientais (umidade, temperatura, nível de agressividade do ambiente, etc...); Direção da remoldagem da peça (plano vertical, plano horizontal, etc...); Métodos de ensaio utilizado na avaliação das propriedades... Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.4 Dentre os materiais de reparo disponíveis no mercado selecionar o mais conveniente, observando- se as seguintes características: durabilidade compatível com a do substrato; estabilidade dimensional com uma retração mínima; proteção das armaduras, se possível, aumentando a alcalinidade do meio que as envolve; baixa permeabilidade para evitar ataque de substâncias químicas agressivas; boa aderência com o concreto e com o aço; boa trabalhabilidade permitindo fácil aplicação; boa resistência estrutural. A seleção dos materiais de reparo é relativamente complexa e depende: • do conhecimento das propriedades do substrato e do material a ser adicionado; • da avaliação das vantagens e desvantagens dos vários tipos de materiais disponíveis, • dos detalhes da preparação da estrutura; • das técnicas de aplicação que serão adotadas; • dos custos; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.5 Compatibilidade entre os materiais novos e o substrato que devem ser observadas antes da escolha do material de reabilitação. COMPATIBILIDADE Dimensional Química Eletroquímica Permeabilidade Retração Expansão Térmica Fluência Módulo de deformação Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.6 Para garantir a compatibilidade, normalmente escolhe-se materiais de reparo com PROPRIEDADES SIMILARES ÀS DO SUBSTRATO. Portanto, a escolha de CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND ou qualquer outra composição cimentícia é geralmente uma boa escolha. Entretanto... o uso de concreto de cimento portland como material de reabilitação nem sempre pode ser seguida, pois é preciso considerar outros fatores, tais como: dificuldades nas condições de confecção do reparo; necessidade de ganho de resistência rápido; necessidade de melhorar a resistência ao ataque químico; necessidade de obter uma superfície com tratamento estético específico; outros... No cap. 7 apresentam-se mais detalhadamente alguns critérios que devem ser avaliados para a escolha do material de reparo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.7 5.2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS DESTINADOS À REABILITAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO (livro Paulo Helene - 1992) a) CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND Material tradicionalmente usado em reabilitações de estruturas de concreto armado; Quando usado em reabilitação estrutural normalmente requer um traço especialmente formulado para melhorar algumas de suas características naturais, tais como: apresentar altas resistências iniciais, ausência de retração de secagem, leves e controladas expansões, elevada aderência, etc... As propriedades do concreto estão diretamente relacionadas com o tipo de CIMENTO usado e com as características dos AGREGADOS. No mercado já existem microconcretos e argamassas industrializadas adequadamente formuladas para uso em reabilitações estruturais segundo o tipo de problema patológico existente. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.8 CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD) Apresenta elevada resistência à compressão, baixa permeabilidade, alta resistência química, à abrasão e à erosão, redução da segregação além de outras melhorias em suas propriedades. Obtido usando aditivos superplastificantes associados à pozolanas como a sílica ativa, cinzas volantes, escória de alto forno e outras. A IMPORTÂNCIA DA SÍLICA ATIVA o pó extremamente fino que preenche os vazios da matriz do cimento hidratado, aumentando a densidade do concreto responsável pelo aumento da resistência do concreto. o Seu uso interfere na durabilidade do concreto, reduzindo a exsudação no concreto fresco e tornando o concreto endurecido mais impermeável a ataques químicos. o Quando usada no material de reparo proporciona um aumento significativo na aderência entre esses materiais e o substrato (concreto existente). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.9 Principais características que podem ser exploradas com o uso do CAD em recuperações: excelente aderência ao substrato e ao aço; baixa permeabilidade; exsudação praticamente nula; grande coesão proporcionando menor problemas de segregação; alta resistividade elétrica; alta resistência mecânica à baixa idade; alta resistência ao ataque de cloretos e sulfatos; alta resistência à abrasão. Segundo AMARAL FILHO, apud PEREIRA (1997), o uso do CAD está tornando obsoleto o uso de reparos feitos à base de resina epóxi, pois sobre a superfície do substrato limpa, rugosae úmida, consegue-se uma aderência de até 100%. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.10 Exemplos do uso desse tipo de concreto na reabilitação de estruturas: Recuperações de obras hidráulicas (soleiras, vertedouros, represas, bacias de dissipação, etc.) para combater a erosão causada pela movimentação da água e também em instalações portuárias e plataformas “offshore”, pela excelente impermeabilidade que garante a durabilidade da recuperação, grande resistência aos ataques de sulfatos e cloretos, alta resistência mecânica. Recuperações de pavimentos, pontes e túneis. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.11 b) ADITIVOS “Produtos que, acrescentados aos aglomerantes no momento de sua elaboração, e em condições adequadas, modificam e melhoram, em caráter permanente, certas propriedades do concreto, tanto no estado fresco como no endurecido” CALLEJA, apud CANOVAS (1984). Sua aplicação pode melhorar a qualidade do concreto nos seguintes aspectos: - Trabalhabilidade - Resistência - Compacidade - Durabilidade - Bombeamento - Fluidez (auto adensável) ADITIVOS: produto adicionado até o máximo de 5% em relação à massa de cimento. Acima desta porcentagem deve ser considerado como ADIÇÃO e ter tratamento distinto. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.12 E pode diminuir sua: - Permeabilidade - Retração - Calor de hidratação - Tempo de pega (retardar ou acelerar) - Absorção de água Cuidado com o emprego de vários aditivos em um único traço de concreto! Isso pode gerar problemas patológicos devido a uma possível incompatibilidade da mistura. Obs.: Não se deve usar aditivos para corrigir defeitos próprios do concreto, como seleção incorreta dos componentes, má dosagem, ou mesmo deficiente colocação em obra (adensamento). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.13 c) ARGAMASSAS POLIMÉRICAS (ou ARMAGASSAS BASE MINERAL) Argamassas à base de cimento Portland modificadas com polímeros (resinas acrílicas ou com resinas à base PVA), com agregados com graduação adequada, formuladas especialmente com aditivos e adições que lhes conferem propriedades especiais. Geralmente tem RETRAÇÃO compensada e são tixotrópicas para uso em superfícies verticais e inclinadas; (TIXOTROPIA diminuição da viscosidade aparente com o tempo de cisalhamento NÃO ESCORRE DISPENSA USO DE FORMAS!) Fonte: MBT – degussa – Curso ABCP Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.14 d) GRAUTES DE BASE CIMENTO Material fluido e auto-adensável especialmente usados no preenchimento de cavidades; Apresenta alta fluidez, boa aderência ao substrato, baixa retração e alta impermeabilitade Conveniente usar em intervenções em locais de acesso difícil ou em casos de seções densamente armadas Necessário uso de fôrmas Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.15 e) ARGAMASSAS E GRAUTES ORGÂNICOS Formulados com resinas orgânicas (o cimento portland pode ser usado na composição, mas atua apenas como inerte – funcionando apenas como agregado fino); Normalmente apresentam elevada resistência mecânica e química, apropriada para ambientes altamente agressivos ou onde é exigido alto desempenho dos reparos. Normalmente usados em pequenos volumes e espessuras Tem elevada aderência ao substrato; baixo módulo de deformação longitudinal e deformação lenta (fluência) superior à dos concretos e argamassas de cimento portland. Exemplos de argamassas orgânicas o Argamassas base epóxi o Argamassas base fenólica o Argamassas base poliéster e base estervinilica o Argamassas base furânica Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.16 f) ADESIVOS E PRIMERS Materiais usados como ponte de aderência entre dois outros para melhor a aderência entre eles. o ligação concreto velho (substrato) X concreto novo (material da reabilitação); o ligação aço X concreto novo Primers: além de atuarem como pontes de aderência também atuam como protetores do substrato Ex.: proteção de armaduras contra corrosão Os mais empregados são os de base epóxi (que exigem substrato seco) e os de base acrílica (ou base acetado de polivinila) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.17 5.3. EXECUÇÃO DOS REPAROS - ROTEIRO Para o bom desempenho de um reparo é preciso que o substrato (concreto e aço) seja convenientemente tratado! Passos para se executar um reparo: o Preparo e limpeza do substrato retirar todo material deteriorado ou contaminado; o Tratamento do aço (se necessário); o Garantia da aderência entre o substrato e o material adicionado; o Cura e Proteção do reparo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.18 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.19 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.20 5.4. GEOMETRIA DOS REPAROS (http://www.abcp.org.br/comunidades/florianopolis/download/Curso_Patologias_Construcoes) Na retirada do concreto deteriorado ou contaminado, deve-se cuidar para que o contorno das aberturas seja bem definido e suas faces laterais apresentem ângulos que favoreçam a aderência, facilitem a aplicação e garantam a espessura mínima do material de reparo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.21 a) Preparação incorreta b) preparação correta CORTE DO CONCRETO DEBAIXO DA ARMADURA Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.22 PREPARAÇÃO DAS BORDAS Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.23 5.5. PREPARO E LIMPEZA DO SUBSTRATO PREPARO DO SUBSTRATO EXEMPLOS DE PROCEDIMENTOS ADOTADOS: (Livro: Manual de reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto – HELENE-1992) ♦ Escarificação manual (talhadeira, ponteiro, marreta); Usada em pequenas áreas ou em regiões de difícil acesso de equipamentos. Consiste em remover uma pequena espessura de concreto. Utiliza ponteiro, talhadeira e marreta leve. Apresenta baixa produtividade depende das condições de superfície e de trabalho. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.24 ♦ Escarificação mecânica (martelete, rompedor, fresa); ♦ Escovamento manual (escova de aço); Usada noapicoamento de grandes áreas, porém removendo uma pequena espessura de concreto. Utilizam-se martelos pneumático ou elétricos leves. Usada apenas para remoção dos produtos da corrosão em pequenas extensões de barras de aço, pela utilização de escova com cerdas metálicas. Apresenta baixa produtividade. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.25 ♦ Lixamento manual ou elétrico (lixas para concreto e aço, lixadeira elétrica); ♦ Demolição Lixamento manual é utilizado para pequenas superfícies e barras de aço, apresentando baixa produtividade. Lixamento elétrico é utilizado em grandes superfícies de concreto ou chapas de aço, apresentando alto rendimento, porém gera uma quantidade excessiva de poeira Usando um martele pneumático ou a óleo diesel é possível demolir partes da estrutura. Este procedimento requer cuidados para não comprometer a estrutura existente, não sendo aconselhável para peças esbeltas. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.26 ♦ Jateamento de areia seco ou úmido (equipamento específico); ♦ Corte de concreto (disco de corte); Utilizado para tirar rebarbas, delimitar uma área a ser restaurada e abrir vincos para tratamento de fissuras. Utiliza uma máquina de corte (maquita) com discos diamantados para abrir sulcos de pequena profundidade, de modo a não danificar as armaduras. Preparação de grandes áreas e locais angulosos, eliminando todo material solto. Permite ainda a limpeza das armaduras removendo a camada de corrosão. Provoca elevado grau de sujeira e pó no ambiente; Não remove espessuras superiores a 3mm e, em certos casos, não dispensa a escarificação prévia. Após o jateamento é necessário fazer a limpeza de todo o elemento. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.27 ♦ Pistola de agulha ♦ Queima controlada com chama (maçarico); ♦ Máquina de desbaste superficial; Usado na limpeza de perfis metálicos. O equipamento não deve entrar em contato com o concreto, pois as agulhas serão danificadas. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.28 LIMPEZA DO SUBSTRATO EXEMPLOS DE PROCEDIMENTOS ADOTADOS: (Livro: Manual de reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto – HELENE-1992) ♦ Jateamento de água fria ou quente (equipamento específico); ♦ Jateamento de ar comprimido (equipamento específico); Usado para remoção de pó e secagem da estrutura (no caso de uso de resina epóxi). No caso da remoção de pó, a estrutura não deve estar úmida. O compressor de ar deve ser dotado de filtro de ar e óleo para não usar ar sujo nem danificar a estrutura. Usado na limpeza de grandes áreas, utilizando um jato de água sob pressão controlada, com água fria ou quente. Iniciar a limpeza pelas partes mais altas, procurando manter uma pressão adequada para remoção das partículas soltas. Executar preferencialmente movimentos circulares Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.29 ♦ Jateamento de vapor (equipamento específico); ♦ Lavagem com soluções ácidas (solução de ácido clorídrico, Reebaklens da Fosroc); Procedimento utilizado na remoção de tintas, ferrugens, carbonatação, etc... Adotar alguns cuidados, como: saturar a estrutura com água para evitar a penetração do ácido; não utilizar em estruturas onde o cobrimento das armaduras seja de pequena espessura; não utilizar próximo de juntas de dilatação; aplicar por aspersão em pequenas áreas; após o término da efervescência que caracteriza a descontaminação, a estrutura deve ser lavada com uma solução de amônia para neutralizar o ácido e lavada com água. Utilizado para limpeza de grandes áreas e na remoção de impurezas minerais (sais) e orgânicas (graxa, óleo, pintura,etc...); Deve ser aplicado juntamente com um removedor biodegradável. O equipamento para aplicação é constituído por uma mangueira de alta pressão e uma caldeira para geração de calor. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.30 ♦ Lavagem com soluções alcalinas (solução de “soda cáustica”); ♦ Aspiração a vácuo; ♦ Aplicação de removedores de óleos e graxas (Reebexol Super, Fosroc); Usado na limpeza de superfícies horizontais contaminadas superficialmente (espessuras < 2mm); O método não é agressivo às armaduras nem ao concreto; Usa aspirador de pó industrial. Retira partículas pequenas sem produzir poeira, é ideal para usar em locais fechados. Desvantagem: não retira partículas grandes nem úmidas. Usado na limpeza de grandes áreas que apresentam resíduos ácidos impregnados; O método não é agressivo às armaduras e não requer equipamentos especiais; Aplica-se por aspersão sobre a estrutura saturada, lavando-a após a utilização destas soluções. Cuidados a serem adotados: Se houver presença de agregados reativos no concreto, pode provocar expansão devido à reação álcali-agregado; Não é eficaz na remoção de produtos devido à corrosão da armadura Dificulta aderência de certos produtos à base epóxi; Saturar a estrutura com água limpa antes de aplicar o produto para evitar infiltração da solução alcalina, que poderá modificar as características do concreto. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.31 ♦ Aplicação de solventes voláteis (álcool isopropílico, acetona); ♦ Umedecimento (saturação) da superfície do concreto com água Limpeza de superfícies de concreto ou aço instantes antes da aplicação de resinas de base epóxi elimina gordura, graxas, tinta, suor e ácido úrico (contato com a mão do operário). Aplicado usando pincel, estopa e algodão; Cuidado produto inflamável e muito volátil (perda por evaporação) Volátil evapora levando partículas de água da superfície auxilia na secagem superficial Usado na preparação da superfície de concreto para receber o reparo de argamassa ou concreto de base cimento Imegir totalmente a superfície a ser tratada por um período de, pelo menos, 12 horas, antes de aplicar os produtos de base cimentícia; Instantes antes da aplicação do reparo, deve-se retirar a água e secar com estopa seca e limpa, o excesso de água superficial, obtendo-se a condição de superfície saturada e superficialmente seca (SSS) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.32 5.6. REPAROS RASOS E REPAROS PROFUNDOS (REPAROS RASOS) (REPAROS PROFUNDOS) (APENAS SUGESTÃO!) Reparos rasos usual usar argamassas tixotrópicas dispensa formas; Reparos profundos usual usar argamassas auto-adensáveis (grautes) usar formas; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.33 5.6.1. Exemplos de reparos superficiais (argamassas tixotrópicas) Reparo com Argamassa modificada com Polímero ou Preparada na Obra Seqüência do reparo: a) Tratar o substrato e umedecê-lo sem saturação. Para argamassa preparada na obra, aplicar ponte de aderência compatível(cimento+água+polímero usando uma relação água : polímero = 1:1); b) Preparar a argamassa; Aplicá-la pressionando-a contra o substrato, inicialmente com as mãos, e, a seguir, com espátula ou colher de pedreiro, obedecendo-se a espessura máxima preconizada pelo fabricante para cada camada, e dando-lhe acabamento final com desempenadeira metálica; c) Executar cura úmida. A cura química (cura por aplicação de produtos que formam películas) pode ser utilizada, (CUIDADO Algumas dessas películas impedem ou prejudicam a aderência de pinturas e argamassas de assentamento ou revestimento). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.34 5.6.2. Exemplos de reparos profundos (argamassas tixotrópicas) Reparo com Graute (microconcreto/argamassa auto-adensável) Seqüência do reparo: a) Tratar o substrato Saturar a superfície se não for usar adesivo epóxi como ponte de aderência Deixar substrato seco se for aplicar adesivo epóxi de elevado “pot-life” POT-LIFE = TEMPO DE MANUSEIO Evitar a aplicação do adesivo epóxi sobre as armaduras. Caso seja difícil, antes do adesivo, aplicar produto inibidor de corrosão sobre as armaduras b) Instalar formas com cachimbo Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.35 c) Preparar o graute e lançá-lo nas formas; Lançar o graute calma e continuamente, sempre pelo mesmo lado, para evitar formação de bolhas de ar, até atingir 10cm acima do limite da cavidade a reparar. Se o material não for auto-adensável fazer o adensamento! d) Desformar após o fim de pega do material. Após 24 horas retirar o excesso de material por meio de corte e lixamento. Fazer isso sempre de baixo para cima para evitar lascamentos. e) Executar cura. Excesso de material de reparo que deve ser eliminado Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.36 Reparo com Argamassa ou Concreto Projetado Seqüência do reparo: a) Tratar o substrato e promover seu umedecimento (saturado de superfície seca); b) Executar a projeção (dispensa uso de FORMAS!); c) Dar acabamento sarrafeado e desempenado; d) Executar cura. OBS.: Nos casos de reparo em peças que sofreram erosão ou desgaste, cujas causas não foram eliminadas, é conveniente, após o reparo, aplicar revestimento protetor de base epóxi. A utilização de material de reparo com formulação epoxídica é, também, bastante indicada nesses casos. Como os produtos de base epoxídica são caros, têm-se optado, com ótimos resultados, pela adoção de argamassas ou micro-concretos aditivados com microssílica. Tal material exige, entretanto, uma cuidadosa cura úmida, geralmente feita através de aspersão contínua. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.37 5.7. REPAROS DE BORDAS DE CONSOLOS CURTOS E DENTES GERBER A quebra de bordas ocorre em função de: erros de detalhamento da armadura, mau posicionamento dos aparelhos de apoio ou por sua falta. Na execução deste reparo, comumente, uitiliza-se o macaqueamento da estrutura CONSOLO Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.38 DENTE GERBER Seqüência de procedimentos: a) Içar a viga que se apoia no consolo, ou na viga de base, por meio de macaqueamento; b) Escorá-la e aliviar o macaco; c) Retirar o apoio e demolir o concreto danificado tratar a superfície do concreto; d) Corrigir, se necessário, o detalhamento da armadura conforme opções a seguir: Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.39 (1ª. OPÇÃO) Corte, retificação, soldagem de barra de ancoragem; Figura 1a - Retificação e Soldagem de Barra de Ancoragem Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.40 (2ª. OPÇÃO) corte, retificação e instalação de dispositivos de ancoragem (uso de luvas tipo CCL) Figura 1B - Retificação e Instalação de Dispositivos de Ancoragem Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.41 (3ª. OPÇÃO) instalação de armadura suplementar. Figura 1C - Armadura Suplementar Continuação da seqüência de procedimentos... e) instalar formas estanques e impermeáveis; f) preparar, lançar e adensar o material de reparo; g) iniciar cura após o adensamento; h) após o reparo atingir resistência adequada, instalar o aparelho de apoio, macaquear, retirar as escoras e, lentamente recolocar a viga içada; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.42 5.8. REPAROS EM ESTRUTURAS SUBMERSAS Normalmente ocorrem devido erosões surgem em barragens. Reparo usando graute base cimento para uso subaquático a) Tratar o substrato; b) Instalar forma estanque c/ suspiro (mangueira transparente) e mangueira para injeção do graute; c) Preparar e bombear o graute até sair pelo suspiro após endurecimento retirar as formas. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.43 OBS.: Quando existirem grandes vazios, estes podem ser preenchidos com agregados graúdos antes do lançamento do graute REPARO COM CONCRETO COM AGREGADO PRÉ-COLOCADO Preencher previamente as formas com agregado graúdo, devidamente compactado; Umedece-se o agregado, ou mesmo inunda-se a cavidade a ser reparada com água; Injeta-se, sob pressão, argamassa fluida adequada, até a total expulsão da água e o preenchimento de todos os vazios Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.44 5.9. REPAROS EM FISSURAS Inicialmente determinar se são ativas ou inativas. Podem ser tratadas como fissuras inativas as causadas por: retração hidráulica, recalques estabilizados e juntas de concretagem mal executadas. Fissuras ativas: Se causadas por variação de temperatura funcionam como “juntas naturais” da estrutura, devendo ser tratadas como tal. Se causadas, por exemplo, por recalques não estabilizados, corrigir o problema principal antes de tratar as fissuras! Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.45 TIPOS DE MATERIAIS USADOS NO PREENCHIMENTO DE FISSURAS EM CONCRETO (FONTE: http://www.ime.eb.br/~webde2/prof/ethomaz/fissuracao/exemplo150.pdf) Resina epóxi RE: Utilizada para ligação rígida e muito resistente aos esforços mecânicos. Deve ser bastante fluida para permitir a injeção Deve ser insensível à umidade. Após a injeção, a ligação entre as bordas da fissura é rígida. A tensão de aderência ao concreto é maior que a resistência à tração do concreto. Se tornar a ocorrer uma nova fissura, ela ocorrerá no concreto e não na resina epóxi. Não deve ser usada se, posteriormente, a temperatura da estrutura puder atingir 80oC. Poliuretano PUR e Espuma de Poliuretanao PUR. ESP. Utilizado para fechamento elástico e vedação de fissuras secas, de fissuras úmidas ou de fissuras com água percolando. Disciplina: Reabilitaçãode Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.46 Caso haja água percolando, sob pressão, deve-se usar inicialmente uma espuma de Poliuretano (PUR. ESP), de pega rápida para estancar o fluxo da água. Poliuretanos flexíveis são alongáveis e compressíveis e são os únicos materiais recomendáveis para preencher e vedar fissuras com abertura variável ao longo do tempo (fissuras ATIVAS!). O alongamento admissível do poliuretano diminui com o aumento da espessura do filme de poliuretano. Esse alongamento admissível deve ser testado. Nata de cimento NC e Suspensão de cimento SC Injeções de cimento compostas de água e cimento. Existem 2 tipos dessa mistura:. o “Nata de cimento” NC: feita com o cimento comum, com tamanhos de grão até 100μm. Se diferencia de “Suspensão de cimento” pela finura do cimento. o “Suspensão de cimento” SC: feita com os grãos mais finos do cimento (95% do cimento tem grão com tamanhos < 16μm). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.47 REQUISITOS PARA OS MATERIAIS DE PREENCHIMENTO: Viscosidade adequada ao preenchimento Boa trabalhabilidade dentro dos limites exigidos para o preenchimento Estabilidade da mistura dos componentes Pequena retração volumétrica devida às reações da mistura. Boa aderência ao concreto Boa resistência Os componentes devem ser muito bem misturados, com aparelhagem adequada, para não sedimentem ou se separem dentro da fissura. Em fissura com pequena abertura geralmente é necessário fazer furos com broca. Em fissura com grande abertura geralmente não são necessários furos com broca. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.48 A injeção pode ser feita: diretamente na fissura por meio de furos inclinados feitos com brocas que cruzam internamente a fissura recomendado quando existirem poucas fissuras e a injeção for feita com alta pressão. (injeção direto na fissura) (injeção por furos inclinados) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.49 5.9.1. REPAROS EM FISSURAS INATIVAS Finalidade: garantir a monoliticidade do elemento estrutural Aplicar produtos (adesivos) capazes de promover a aderência entre os concretos de suas duas faces por meio de gravidade ou por injeção sob pressão (ar comprimido), conforme o caso. Fissuras de Pequena Abertura (0,3mm a 10mm) em superfície vertical ou inclinada. (injeção feita diretamente na fissura) Geralmente reparadas por injeção de resinas epoxídicas de grande fluidez. Seqüência do reparo: a) Abrir a fissura, dando-lhe a forma de V; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.50 b) Executar furos, ao longo da fissura, com 3cm de profundidade e 12,5mm de diâmetro, espaçados a cada 5cm (p/ aberturas ≤ 1mm) ou a cada 30cm (p/ aberturas entre 1mm e 10mm) OBSERVAÇÃO Alguns profissionais fixam o espaçamento entre furos em função da espessura da peça reparada Exemplo: Para injeção por um só lado da peça: distância entre furos = 90% da espessura da peça. Para injeção pelos 2 lados da peça: distância entre furos = 50% da espessura da peça.; c) Retirar pó com ar comprimido e escova de pêlo se necessário lavar com jato d’água; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.51 d) Com o substrato seco, colar mangueiras plásticas transparentes usando resina epóxi tixotrópica, e calafetar toda a parte superficial da fissura usando o mesmo produto; e) Verificar a intercomunicação entre os furos com ar comprimido; f) Preparar a resina conforme recomendação do fabricante e aplicá-la pela mangueira inferior (primeira mangueira instalada de baixo para cima ver figura ao lado). g) Quando a resina começar a aflorar na segunda mangueira, vedar a primeira mangueira e continuar a injetar a resina pela mangueira seguinte, até o preechimento total da fissura; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.52 a) Após 24 horas, retirar mangueiras plásticas, vedar orifícios com o adesivo epóxi, e dar acabamento por lixamento. Se a fissura ocorrer dos dois lados do elemento estrutural (fissura passante), adotar os procedimentos acima nas duas faces. Os furos das duas faces deverão ficar defasados, e a injeção ser alternada entre elas Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.53 Fissuras de Pequena Abertura (0,3mm a 1,0mm) em Superfície Horizontal. Também reparadas com resinas epoxídicas de grande fluidez aplicadas por injeção ou, por gravidade. O método de aplicação depende: da posição da fissura em relação ao elemento estrutural, de sua abertura mínima e do fato de ser ou não passante (cruzar todo elemento estrutural). Caso 1: Fissuras Passantes Inicialmente verificar a possibilidade de aplicação da resina por gravidade Processo mais simples e barato que o da injeção por ar comprimido! COMO FAZER TAL VERIFICAÇÃO? Limpar toda extensão da fissura com jato de ar comprimido e jato d’água. o Em função do tipo de material que tenha nela penetrado, pode ser necessário usar desengordurante ou solventes específicos, que depois devem ser eliminados por lavagem; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.54 Após a secagem do substrato, lançar a resina (preparada em pequena quantidade) em um pequeno trecho da fissura, pela face superior do elemento estrutural, e verificar seu surgimento na face inferior. o Um bom fluxo de resina passando pela fissura, na face inferior do elemento, indica a possibilidade de aplicar a resina por gravidade. Caso 1-A: Fissuras Passantes em superfícies horizontais - Aplicação de Resina por Gravidade Seqüência de procedimentos: a) Vedar a fissura na face inferior do elemento, fixando-se antes, mangueiras plásticas, espaçadas em torno de 30cm, que servirão como suspiros b) Preparar a resina e vertê-la de uma extremidade a outra da fissura. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.55 c) Para facilitar a penetração da resina e evitar perdas excessivas,confeccionar uma pequena canaleta provisória (com gesso ou massa de vidraceiro) envolvendo toda a fissura, conforme figura a seguir. d) Infiltração da resina é favorecida pela execução prévia de furos ao longo da fissura, pela face superior do elemento tratado (ver figura acima). e) Quando a resina começar a fluir por um suspiro, ele deverá ser vedado; f) Após o endurecimento da resina, demolir a canaleta e dar acabamento superficial; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.56 Caso 1-B: Fissuras Passantes em superfícies horizontais - Aplicação de Resina por Injeção. Confirmada a impossibilidade de aplicação da resina por gravidade, a intervenção deverá seguir os passos seguintes: a) Abrir a fissura, nas duas faces do elemento estrutural,dando-lhe a forma de v; b) Executar furos com diâmetro de 12,5 mm, profundidade igual a 3 cm e espaçados, na face superior (furos de injeção), de 10 cm a 30cm (função da abertura da fissura), e, na face inferior (furos extravasores), a cada 50cm c) Retirar o pó através de ar comprimido e escova de pêlo e lavagem com jato d´água; (fonte: Revista Téchne – Ed. 155, Ano:2010 - Reparo de pisos e pavimentos com microcimento) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.57 d) Com o substrato seco, colar, as mangueiras plásticas transparentes nos furos e calafetar toda a fissura, nas duas faces; e) Verificar, por meio de ar comprimido, a intercomunicação entre furos contíguos da face superior e dos da face inferior com pelo menos um da outra face. Caso necessário, furos intermediários deverão ser executados; f) Após endurecimento da calafetagem da fissura, preparar a resina e injetá-la sequencialmente, de uma extremidade a outra da fissura. g) A mudança de injeção de uma mangueira (que deverá ser tamponada) para a seguinte deve ser feita quando, nesta última, posicionada na vertical, a resina atingir uma altura de 10cm. A mudança deve ser feita, também, caso a resina saia simultaneamente, pelas duas mangueiras seguintes. h) As mangueiras da face inferior devem ser observadas e tamponadas logo que ocorra o extravazamento de resina. A finalidade dessas mangueiras é confirmar a penetração da resina em toda a espessura do elemento estrutural mas, caso se queira, elas podem ser utilizadas, também, para injeção de resina. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.58 i) Caso não seja observado o extravasamento de resina por alguma mangueira da face inferior, Deve-se executar dois novos furos em cada lado dela, afastados de 10cm, após 24 horas da primeira injeção. Nesses furos, devem ser instaladas mangueiras, e,executada nova seqüência de injeções; j) Após 24 horas, retirar as mangueiras plásticas, obturar os orifícios com adesivo epóxi e dar acabamento na estrutura reparada. Caso 2: Fissuras horizontais apenas na face superior (fissuras não passantes). Também é interessante a verificação inicial da possibilidade de aplicação da resina por gravidade, mas a verificação é mais complexa proceder da seguinte maneira: a) Limpar toda a extensão da fissura por jato de ar comprimido e jato d’água. b) Em um ponto situado em um dos terços extremos da extensão da fissura, executar furo com broca de diâmetro entre 6mm a 10mm, atravessando toda a espessura do elemento estrutural, c) Proceder à sua limpeza com ar comprimido e escovação; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.59 d) A uma distância do furo igual a duas vezes a espessura do elemento, confeccionar uma canaleta provisória (idem citado anteriormente) com 10cm de extensão; e) Lançar a resina (preparada em pequena quantidade) dentro da canaleta, e verificar se há, na face inferior do elemento estrutural, extravasamento de resina pelo furo. Bom fluxo de resina extravasando = Possibilidade de aplicação da resina por gravidade. Caso 2-A: Fissuras apenas na face superior - Aplicação de Resina por Gravidade. Confirmada eficiência da aplicação da resina por gravidade proceder conforme descrito no Caso 1-A (Fissuras Passantes - Resina por Gravidade) desprezar os itens que fazem menção à fissura na face inferior do elemento estrutural reparado. Caso 2-B: Fissuras Apenas na Face Superior - Aplicação de Resina por Injeção. Se não for possível aplicar a resina por gravidade usar os procedimentos descritos no Caso 1-B (Fissuras passantes - Resina por Injeção), Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.60 Caso 3: Fissuras Apenas na Face Inferior São as fissuras mais difíceis de serem reparadas! Existem duas técnicas que podem ser adotadas Caso 3-A: Fissuras apenas na Face Inferior - Possibilidade de acesso pelas duas faces. a) Executar furos (diâmetro de 12,5mm), de baixo para cima, atravessando toda espessura da laje e espaçados de 5 cm a 30cm (em função da abertura da fissura); b) Limpar toda extensão da fissura e os furos; c) Com substrato seco, obturar completamente a fissura e os furos na face inferior do elemento estrutural; d) Instalar mangueiras plásticas transparentes nos furos da face superior; injetar a resina de uma extremidade a outra da fissura. A mudança de injeção de uma mangueira (que deverá ser tamponada) para a seguinte deverá ser feita quando, nesta última, posicionada na vertical, a resina atingir uma altura de 10cm. A mudança deve ser feita, também, caso a resina saia simultaneamente, pelas duas mangueiras seguintes; e) Após 24 horas, retirar mangueiras plásticas, obturar orifícios e dar acabamento. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.61 Caso 3-B: Fissuras Apenas na Face Inferior - Acesso somente pela face inferior Caso não seja possível executar furos que atinjam a face superior do elemento estrutural, a injeção deve ser feita pela face inferior. Apesar de ser operação bastante delicada e sem garantia de preenchimento total da fissura pela resina, ela pode ser executada conforme apresentado a seguir: a) Executar furos (φ = 12,5mm) para instalação dos suspiros (mangueiras φ = 8mm) e das mangueiras de injeção (φ = 10mm), e verificar a intercomunicação entre eles; b) Limpar a fissura e os furos por ar comprimido, escovação e, se preciso com jato d’água; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.62 c) Com o substrato seco, instalar mangueiras plásticas transparentes e obturar completamente a fissura; d) Aplicar a resina por uma das mangueiras de injeção, enquanto as outras ficam obstruídas; e) Quando a resina começar a sair por um dos suspiros, parar a injeção, obstruí-lo, assim como a mangueira por onde se executava a injeção; e começar a injetar pela mangueira seguinte; f) Continuar a seqüência até a resina fluir pelo último suspiro instalado na extremidade da fissura; g) Após 24 horas, retirar as mangueiras plásticas, obturar os orifícios com o adesivo epóxi, e dar acabamento por lixamento. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.63 Fissuras de grande abertura (acima de 10mm) Fissuras de grande abertura são, geralmente, tratadas aplicando-se o material de reparo por gravidade, desde que a fissura atinja a face superior da estrutura. Ver exemplos abaixo: Figura - Fissura Atingindo a Face Superior do Elemento Quando a fissura afeta apenas faces laterais ou inferiores do elemento, o tratamento é feito por injeção, segundo os procedimentos já descritos anteriormente. A escolha do material de reparo é feita com base na abertura mínima da fissura e de sua posição em relação à estrutura. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.64 Fissuras Capilares (abertura inferior a 0,3 mm) Podem ser tratadas por injeção de resina epoxídica de alta fluidez. Quando as fissuras forem ≤ 0,3mm o Avaliar se o tratamento realmente é necessário o Caso seja, normalmente utiliza-se produtos que reagem com os sub-produtos de hidratação do cimento. Na reação,são formados cristais insolúveis que preenchem o vazio criado pela fissura, colmatando-a. Teoricamente, fissuras com abertura ≤ 0,1mm não precisam ser tratadas: Não geram risco à durabilidade do concreto ou das armaduras (AVALIAR GRAU DE AGRESSIVIDADE DO MEIO AMBIENTE!). Mas deve-se verificar se fissura não está ocorrendo em local incompatível com o comportamento da estrutura (EXEMPLO: FISSURA EM REGIÃO DE CONCRETO COMPRIMIDO?!) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.65 Sequência de procedimentos para reparo de fissuras capilares: a) Retirar a nata de cimento e limpar o substrato para a abertura dos poros do concreto por meio de lixamento de uma faixa que se extenda 5cm para cada lado da fissura; a) Saturar o concreto da região a ser tratada por aspersão d’água, devendo, entretanto, a superfície apresentar-se isenta de empoçamentos (4S = Substrato Saturado de Superfície Seca); b) Preparar o material de reparo, sombrear a área a ser tratada e aplicar o material de reparo com trincha; c) Após a secagem inicial do produto de reparo, executar cura úmida através de “spray” d’água aplicado com intervalo de 4 a 6 horas por quantos dias o fabricante recomendar; d) Após a secagem superficial, lixar a área tratada, e, se necessário, aplicar pintura ou revestimento estético Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.66 5.9.2. REPAROS EM FISSURAS ATIVAS (ou inativas com monoliticidade não exigida) Se este tipo de fissura pode continuar existindo na estrutura tratá-las como juntas de dilatação. Para impedir a penetração de materiais que impeçam sua livre movimentação (pó, areia, brita, etc) ou que sejam deletérios ao concreto (água, óleos, fuligens, etc), as novas juntas devem ser vedadas com mastiques ou outros materiais elásticos. Relação de alguns materiais utilizados no tratamento de fissuras ativas: o Reparo usando mastiques de poliuretano o Reparo com Poliuretano Hidro-Expansivo (Fissuras com Percolação d’Água) o Reparo usando manta de Elastômero Colada com Epóxi Mastique: toda massa que é plástica durante seu tempo de trabalhabilidade, e que se destina a assegurar a estanqueidade de uma junta. PARA MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE COMO APLICAR CADA UM DESTES MATERIAIS CONSULTAR MANUAL DOS FABRICANTES. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.67 5.10. PINTURAS E REVESTIMENTOS ESTÉTICOS OU PROTETORES Após intervenções de reparo, pode ser necessária a aplicação de pintura com o objetivo de uniformização de cor da estrutura (pintura estética). Neste caso, podem ser utilizadas, pinturas de base: PVA, Acrílica, Epoxídica ou Cimentícia. Para uniformização de textura (revestimento estético), podem ser empregadas: argamassas de espatular (argamassas de estucamento), argamassas pré-dosadas (Sika Top 121) ou preparadas na obra (argamassas poliméricas - de base acrílica ou SBR). Pode ser necessária, ainda, principalmente nos casos de intervenções devidas a corrosão de armaduras, aplicação de pinturas que visem proteger (pinturas protetoras) o concreto contra a penetração de água e gases. Convém salientar que pinturas ou revestimentos protetores devem ser especificados nos casos em que, por imposições construtivas, foi necessário adotar, nas intervenções, cobrimentos de armaduras com espessuras inferiores às especificadas nas normas. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 5.68 IMPORTANTE: Elementos estruturais que recebem umidade por uma ou mais de suas faces, só devem receber pinturas ou revestimentos nas demais faces, se estas forem permeáveis ao vapor d’água. Caso tal regra não seja observada, cria-se uma situação favorável ao processo de oxidação de armaduras. Um tratamento protetor que pode ser utilizado, tanto em estruturas restauradas quanto em novas, mas que é pouco adotado por engenheiros e arquitetos, é o polimento do concreto por lixamento (CONCRETO POLIDO). Este tipo de tratamento é extremamente melhorado, quando, antes do polimento do concreto, é aplicado em sua superfície produtos impermeabilizantes que obturam os capilares do concreto, através de formações cristalinas insolúveis. Portanto: Com um simples, mas adequado, tratamento, o concreto convencional pode tornar-se um “granito” raro - um “granito impermeável”.