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Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.1 Datas das Avaliações colocadas no PLANO DE AULA: 1ª. Trabalho (apresentação oral e relatório em CD): 24/04/2012 08/05/12 2ª. Trabalho (apresentação oral e relatório em CD): 12/06/2012 1ª. Prova: 26/06/2012 N1: nota da 1ª Prova (90%) + entrega de listas de exercícios (10%) MF = (N1+T1+T2) /3 N1 = TRABALHO 1 – Apresentar artigo sobre reforço em portugues – TEMAS N2 = TRABALHO 2 – Apresentar artigo sobre reforço em lingua estrangeira N3 = PROVA Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.2 TEMAS DO TRABALHO 1 – GRUPO DE DOIS ALUNOS – 8 TEMAS 1 – Apresentação de casos de reforço por alteração do esquema estrutural da obra Caso da Estação Uruguai – RJ (Techne) ; Reforço de obras de importância históricas 2 – Apresentação de dois casos de reforço de vigas Uso de mantas de fibra carbono no reofrço à flexão (momento) e uso de mantas de fibra carbono no cisalhamento 3 – Apresentação de problemas estruturais constatados devido a não- conformidade do concreto, e técnicas para solucionar o problema. Apresentação de casos reais, de trabalhos e palestras feitas sobre este assunto ver comentários dos profissionais do setor. Por ex. com prof. Paulo Helene – USP. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.3 4 – Levantamento e descrição das obras que atingiram o colapso parcial ou total no Brasil. Possíveis causas. Laudos técnicos? 5 – Qual a importância da Inspeção predial? Apresentar IBAPE (Instituto brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia) e normas existentes 6 – Recuperação de Estádios de Futebol – COPA DO MUNDO (Prof. Enio) 7 – Descrição das técnicas e equipamentos usados para avaliar a capacidade residual das estruturas: ensaios destrutivos e não destrutivos , apresentação de vídeos, existem normas técnicas para orientar o profissional a como usar tais equipamentos? Quais? Equipamentos de ultrassom, pacometro, esclerometria, prova de carga (quais os tipos e onde usar?), etc... 8 – Apresentação de casos de recuperação de pontes e viadutos Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.4 CONTINUAÇÃO DAS AULAS CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS SOBRE O CÁLCULO DO REFORÇO EM PILARES (Apostila - PIANCASTELLI, UFMG) Antes do reforço de um pilar, o ideal seria aliviá-lo de sua carga. Entretanto, raramente o alívio total é conseguido, sendo possível realizar apenas um descarregamento parcial. Portanto, o pilar original ainda está solicitado no instante do reforço!! Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.5 Supondo que o pilar original esteja resistindo a uma carga N, e que após o reforço, o conjunto pilar original-reforço deve resistir a uma carga total N + ΔN. Supondo que não seja feito nenhum tipo de descarregamento estrutural, dessa carga total (N + ΔN) temos: o pilar original sendo solicitado por uma parcela de carga igual a: N + α ΔN; o reforço sendo solicitado pela parcela de carga restante igual a: (1-α) ΔN. MAS QUAL O É VALOR DE ? Valor de α depende: da relação entre a rigidez do pilar original e a rigidez do reforço, das condições de ligação estrutura-reforço. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.6 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.7 TENTATIVA DE MODELAR O COMPORTAMENTO ESTRUTURAL Ilustração do comportamento, por analogia com o comportamento de molas helicoidais. Figura - Distribuição de Carga Entre Pilar (F1) e Reforço (F2) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.8 Se a nova carga solicitante do PILAR ORIGINAL (N + αΔN) o leve à ruptura, a carga total (N + ΔN) passará a solicitar o reforço, que deverá ser capaz de suportá-la sozinho, evitando a ruptura do pilar reforçado. Em função disso, é procedimento comum, e seguro, projetar o reforço para suportar, sozinho, toda a carga, ou seja, desprezar a resistência do pilar original. IMPORTANTE: Pilares são solicitados não só por cargas normais (compressão simples), mas também por MOMENTOS FLETORES (flexão normal ou oblíqua composta), o que torna as considerações de trabalho conjunto pilar original-reforço ainda mais complexas!!!! Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.9 Caso se considere a contribuição do pilar original no projeto da reabilitação: as deformações iniciais do concreto (ci) devem ser consideradas no projeto, para que as deformações finais (após o reforço) não ultrapassem os limites teóricos de ruptura domínios de deformação. As tensões iniciais devem também ser consideradas com o mesmo rigor estádios de tensão. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.10 Os reforços em concreto geralmente aumentam a rigidez das peças tratadas, sendo necessário, portanto, verificar a influência desse aumento no comportamento global da estrutura (REDISTRIBUIÇÃO DE ESFORÇOS). CONCLUSÃO QUALQUER INTERVENÇÃO a ser executada num elemento estrutural, por mais simples que possa parecer, deve ser precedida de análise estrutural, sob pena de redução da segurança do mesmo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.11 EXERCÍCIO 1) Qual a provável causa da ruptura do pilar deste viaduto? Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.12 2) Fazer uma análise da alteração dos esforços usando o programa Ftool para as seguintes situações: a) Quando se aumenta somente o módulo de elasticidade dos pilares do pórtico dado; b) Quando se aumenta somente a seção transversal dos pilares do pórtico dado; c) Quando se aumenta somente a seção transversal das vigas do pórtico dado; Adotar uma estrutura original única a seu critério mas com dados próximos dos reais existentes nas estruturas de concreto armado. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.13 ARTIGO TÉCHNE DESTE MÊS Estação Uruguai – futura estação do metrô do RJ substituição de pilares de concreto armado por estruturas metálicas em forma de árvore Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.14 PILARES METÁLICOS FORAM CONSTRUÍDOS ENTRE OS PILARES DE CONCRETO PRE- EXISTENTES Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.15 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.16 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.17 A.2) REFORÇO DE VIGAS Casos típicos de vigas que necessitam ser reforçadas:a) Necessidade de reforço ao momento fletor causado por: Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.18 falta de armadura longitudinal de tração ruptura ocorre por escoamento do aço tracionado; falta de capacidade de resistência à compressão (por deficiência de aço na zona de compressão ou pela baixa resistência do concreto usado) ruptura ocorre por esmagamento do concreto comprimido; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.19 b) Necessidade de reforço à força cortante causado por deficiência da armadura transversal. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.20 c) Necessidade de reforço ao momento torçor causado por falta ou má colocação de armaduras. CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS SOBRE O CÁLCULO DO REFORÇO EM VIGAS (Apostila - PIANCASTELLI, UFMG) Assim como os pilares, nem sempre se consegue descarregar totalmente as vigas antes da execução de um reforço. Portanto, a estrutura original antes do reforço pode estar submetida a um estado de tensão e deformação que irá interferir no comportamento depois de colocar a peça reabilitada novamente em serviço, para o novo carregamento. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.21 Portanto, o cálculo do reforço de vigas pode ser feito com base nos critérios da NBR-6118, com a devida consideração das tensões e deformações existentes antes do reforço. A Fig. a seguir apresenta os estados de tensão e deformação de uma viga submetida a reforço de flexão antes e após a execução da reabilitação. Figura - Estados de Tensão e Deformação Antes e Depois do Reforço de vigas Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.22 A análise das tensões de cisalhamento na interface do concreto original com o de reforço é de fundamental importância, visto que o desempenho conjunto desses dois materiais, vital para a boa performance da peça, depende de sua ligação. As tensões de cisalhamento ao longo da altura de uma viga retangular estão mostradas no diagrama da Figura a seguir: Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.23 No cálculo à flexão, deve-se, também, verificar a necessidade das barras longitudinais serem ancoradas no pilar. Essa verificação corresponde ao estudo da cobertura do diagrama de momentos fletores normalmente feito no projeto de vigas novas. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.24 Figura - Barras Ancoradas nos Pilares Ressalta-se que, na maioria dos reforços de vigas, a seção original é capaz de absorver os momentos junto aos apoios. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.25 Caso a seção original da viga (aço + concreto) seja suficiente para absorver os momentos fletores próximos dos apoios, a ancoragem no pilar não é necessária. Entretanto, nesse caso a viga passa a ter apoio de altura reduzida (pois a parte inferior do reforço da viga não “entra” no pilar), sendo preciso verificar se é ou não necessário utilizar uma armadura de suspensão dos esforços que chegam pela armadura de reforço. Figura - Barras não ancoradas em Pilares Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.26 REFORÇO AO MOMENTO FLETOR POR ACRÉSCIMO DE ARMADURA LONGITUDINAL TRACIONADA É possível fazer um reforço adicionando barras de aço longitudinais dentro de um acréscimo da altura da viga, envolvendo-a posteriormente por armaduras transversais (estribos) e concreto. O reforço de vigas ao momento fletor com concreto armado ou projetado é feito, basicamente, por encamisamento. Para o posicionamento das armaduras longitudinais de flexão, emprega-se estribos adicionais fixados à viga original de várias maneiras. Esses estribos podem ser calculados para funcionarem também como pinos, absorvendo os esforços de cisalhamento que surgem entre o concreto velho e o novo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.27 Os estribos adicionais podem ser soldados aos existentes. Para isso, durante o apicoamento do concreto da viga original, o cobrimento da parte inferior da viga é retirado até que os estribos fiquem expostos em um comprimento suficiente para a soldagem. Convém lembrar que, nesses casos, os estribos NÃO podem ser de aço encruado a frio. Os quatro casos (formas de concretagem) mostrados na Fig a seguir são: ( A ) encamisamento parcial - concreto lançado em forma cachimbo; ( B ) encamisamento parcial - concreto projetado (c/ aumento de cobrimento); ( C ) encamisamento total - concreto lançado por aberturas nas lajes; ( D ) encamisamento total - argamassa injetada sobre brita acondicionada nas formas ou usando Concreto auto-adensável. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.28 Encamisamento de vigas adicionando armadura longitudinal e estribos soldados Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.29 Quando a soldagem dos estribos não é possível, pode ser adotada a solução da Fig. abaixo, que consiste na ancoragem dos estribos na alma da viga. Nesse caso, os estribos não funcionam como pinos, que se forem necessários terão que ser executados com chumbadores ou barras coladas com resina. Figura – Esquema de encamisamento de vigas com estribos ancorados na própria viga Os quatro casos de concretagem indicados anteriormente também podem ser adotados nesse tipo de reforço. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.30 EXEMPLOS DE REFORÇO (estribos ancorados na própria viga) COM ABERTURAS NA LAJE SUPERIOR Fôrma Aberturas por onde será injetado o concreto. Reforço por adição de concreto e armadura com danos à laje (HELENE, 1992) e (CÁNOVAS, 1988) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.31 SEM ABERTURA DA LAJE SUPERIOR Figura 2.31 - Reforço de viga com nova armadura atada à mesma 20 cm Apicoamento no concreto Furos de =20mm Armadura de reforço fixada por estribos local de injeção de furo Concreto Forma Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.32 PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DO REFORÇO: Apicoar a peça para retirar a camada superficial de argamassa nas faces da viga e a camada de concreto, na face inferior, até encontrar os estribos pré-existentes; Colocar as armaduras longitudinais e transversais do reforço; Fixar as fôrmas suspensas (cachimbos) e realizar a concretagem; Retirar excesso de concreto do reforço depois de endurecido usando talhadeiras ou marretas. CRITÉRIOS PARA POSICIONAMENTO DAS NOVAS ARMADURAS: No caso de estribos ancorados na própria viga, recomenda-sefazer furos para a passagem do novos estribos com brocas de 20mm, dispor as novas barras tracionadas o mais próximo possível das barras longitudinais pré- existentes, para diminuir as distâncias dos planos dos baricentros entre as duas armaduras. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.33 Reforço sem aumento de seção (acréscimo ou substituição do aço) Consiste no embutimento de barras longitudinais na alma da viga, através de escarificação e fixação com argamassa de resina (mais indicada) ou argamassa polimérica, ambas com ponte de aderência compatível. Para posicionar as barras de reforço, é necessário um pequeno corte nos estribos originais. Vantagem: não aumentar a altura da viga. Reforço realizado por meio de sulcos longitudinais Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.34 PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO DO REFORÇO: Executado por meio de abertura de sulcos longitudinais na face da viga. Pode-se adicionar barras de aço na face superior quando faltam armaduras de compressão ou de tração (devido momento fletor negativo) e na face inferior quando faltam armaduras de tração (devido momento fletor positivo). Introduzir no sulco as novas armaduras, preenchendo os espaços vazios com argamassas especiais. As armaduras podem ser distintamente solicitadas se a viga não for totalmente descarregada antes da intervenção. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.35 Reforço sem necessidade de uso de estribos adicionais Quando não são necessários estribos adicionais, pode-se usar chaves de cisalhamento na face inferior da viga, a fim de absorver os esforços cortantes que agem na interface entre o substrato e o concreto novo. MAS SERÁ QUE NÃO USAR NENHUMA ARMADURA TRANSVERSAL NEM PARA CONFINAR AS NOVAS BARRAS DE AÇO TRACIONADO É ADEQUADO? COMO FUNCIONA OS NÓS DA “TRELIÇA DE MORSH”? Armaduras de reforço Armadura existente Chaves de cisalhamento Reforço de viga mediante “denteamento” (CÁNOVAS, 1988) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.36 OBSERVAÇÕES Para o dimensionamento de peças reforçadas por acréscimo de armaduras, deve-se considerar que: as armaduras ficam em planos diferentes e, portanto, as distâncias dos baricentros das armaduras iniciais e do reforço à armadura de compressão são distintas. apesar da viga ter sido inicialmente descarregada por meio de escoramento, é provável que a descarga não tenha sido total. Sendo assim, a armadura antiga pode estar submetida a uma tensão maior do que a do reforço, o que pode causar uma ruptura prematura. IMPORTANTE: Para qualquer que seja a técnica de reabilitação escolhida, é imprescindível tomar cuidados especiais durante o preparo da superfície a receber a intervenção. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.37 REFORÇO AO MOMENTO FLETOR POR ACRÉSCIMO DE CONCRETO À FACE COMPRIMIDA (COM OU SEM AÇO) Falhas na zona de compressão são graves e podem produzir ruptura por esmagamento do concreto (RUPTURA FRÁGIL!) Se o defeito está na falta de armadura de compressão, novas barras podem ser adicionadas à viga seguindo procedimento semelhante ao mencionado anteriormente (abrir sulcos longitudinais, introduzir as barras de aço, e preencher os vazios com argamassa especial) Se o concreto da viga é de baixa qualidade, pode-se tentar escorar a viga, demolir a parte correspondente à zona comprimida e concretá-la novamente com um concreto de qualidade e resistência adequadas. Entretanto, esta opção nem sempre é fácil de ser realizada devido às dificuldades de escoramento das lajes que se apóiam nestas vigas. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.38 Uma opção é fazer o reforço acrescentando-se uma camada de concreto na face comprimida, pois assim consegue-se um aumento do momento resistente da peça pelo simples aumento do braço de alavanca. Quanto à preocupação em não descaracterizar arquitetonicamente o ambiente, pode-se considerar que boa parte das edificações possui um contrapiso do pavimento da ordem de 4 cm, espaço este que poderá ser usado para realizar tal reforço de maneira que o acréscimo em sua seção transversal (com concreto de alta resistência) seja menos problemático. Exemplo de reforço por aumento da altura h com concreto (face comprimida de vigas) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.39 REFORÇO A FORÇA CORTANTE (POR ACRÉSCIMO DE ARMADURA TRANSVERSAL) Na maioria dos casos, está associado ao reforço à flexão, sendo, portanto, executado normalmente por encamisamento. Forma mais segura para sua execução, considerando o funcionamento da treliça de Mörsch (usada no cálculo dos esforços nos estribos e bielas de compressão) exige a execução de furos na laje para a passagem dos estribos, e de aberturas para o lançamento do concreto (ver fig a seguir). Reforço ao Cisalhamento e Flexão - Treliça de Mörsch Completa Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.40 Experimentos têm mostrado não ser necessário o envolvimento de toda a viga pelo estribo, o que é interessante do ponto de vista executivo, evitando os difíceis, e às vezes impossíveis, procedimentos pela parte superior das lajes. O acréscimo da armadura de cisalhamento pode ser feito pela face inferior da laje, desde que sejam verificadas as tensões de cisalhamento (horizontais) entre a alma da viga e a mesa formada pela laje. Tais tensões devem ser absorvidas, ou pela aderência e atrito, ou pelo efeito de pino dos estribos existentes, e, se esses forem insuficientes, aqueles que forem acrescentados. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.41 Caso seja necessário apenas o reforço ao cisalhamento, podem ser feitos cortes no concreto de cobrimento nas posições onde serão instalados os estribos de reforço. Os sistemas de ancoragem dos estribos são os mesmos indicados nas Figuras 5.3.1 e 5.3.2. A Figura 5.3.3 ilustra o descrito. Reforço Apenas ao Cisalhamento Pode-se introduzir novos estribos à seção transversal da peça abrindo-se sulcos verticais em todo o contorno da viga, de profundidade tal que atinja as armaduras principais, e de espessura a menor possível. Nestes sulcos introduzem-se os novos estribos, que serão bem unidos à armadura principal. Feito isso, preenche-se os vazios com uma argamassa epóxi ou especial. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.42 A.3) Reforço a torção O reforço à torção é normalmente conseguido com o acréscimo de estribos e de barras longitudinais, implicando em um encamisamento total da peça reforçada. De forma diferente do cisalhamento, o reforço à torção exige que as armaduras longitudinais sejam ancoradas no pilar. Isso pode ser feito por colagem com adesivos estruturais. A Figura abaixo apresenta a solução mais empregada, seja utilizando concreto armado ou projetado. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa PradoAbreu Reis Liserre 6.43 Ao invés de reforço, pode-se executar artifícios estruturais capazes de reduzir ou anular o momento de torção que exige o reforço. São vários os artifícios estruturais que podem ser executados, variando com o caso estudado. Obviamente, a materialização desses artifícios implica em intervenções, às vezes, semelhantes às de reforço, mas de maior facilidade executiva. A Fig. a seguir apresenta exemplo de um desses artifícios estruturais. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.44 A.3) REFORÇO DE LAJES Nas lajes, são mais comuns os reforços à flexão e à punção. Reforço ao cisalhamento é raro no caso de obras residenciais e comerciais, mas ocorre com freqüência, em obras industriais. Os procedimentos de execução são análogos aos já descritos para pilares e vigas, seja em reforços em concreto armado ou projetado. CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS SOBRE O CÁLCULO DO REFORÇO EM LAJES (Apostila - PIANCASTELLI, UFMG) Os cálculos podem ser feitos com base nos critérios da NBR-6118. Devem ser considerados os estados iniciais de tensão e deformação. Entretanto, nas lajes, os efeitos desses estados iniciais são menos significativos, porque a parcela da carga permanente em relação à carga total é normalmente menor do que nos casos de pilares e vigas. Portanto, a retirada das cargas de utilização reduz significativamente as tensões e deformações iniciais. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.45 Caso se deseje reduzir ainda mais as tensões e deformações iniciais, pode-se lançar mão de operações de macaqueamento e escoramento, que também são de bem mais fácil execução do que nos casos de vigas e pilares. Atenção especial deve ser dada à aderência entre os concretos original e de reforço, para que seja garantido o funcionamento conjunto. PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO DO REFORÇO DE LAJES À FLEXÃO O reforço à flexão pode ser obtido pelo acréscimo de armadura na zona de tração ou acréscimo de concreto na zona de compressão. A combinação desses dois acréscimos pode ser utilizado, apesar do maior grau de intervenção O aumento da seção transversal acrescentando-se uma camada de concreto na face comprimida e/ou tracionada, pode ou não envolver armaduras longitudinais adicionais. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.46 A taxa de armadura (ρ) da laje após o reforço sempre deve ser superior à taxa de armadura mínima para garantir o comportamento dúctil da mesma. Consegue-se obter um alto ganho de resistência portante das peças para um pequeno aumento de espessura de concreto na face superior, devido ao aumento do braço de alavanca do momento resistente (ver figura a seguir). Pode ser feito descarregando-se total ou parcial da peça, voltando ou não à forma plana original da laje (desde que não danifique a face comprimida em função das deformações residuais), O concreto novo deve ter propriedades mecânicas no mínimo iguais às do concreto original; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.47 Para garantir uma perfeita aderência entre o concreto do substrato e o reforço, obtendo-se um comportamento monolítico do conjunto, pode ser necessário colocar uma armadura transversal à ligação entre os dois materiais para resistir às tensões de deslizamento existentes na junta A Figura a seguir mostra o esquema de reforço executado pela face inferior da laje, através de concreto projetado. A necessidade de ancoragem da armadura de reforço nas vigas deve ser verificada! Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.48 Laje com a ferragem longitudinal adicionada na face inferior já na posição para executar reforço por concreto projetado. O aspecto final da laje reabilitada será a de uma superfície chapiscada levemente ondulada. Neste tipo de intervenção (pela face inferior) O reforço para momentos positivos (que tracionam a face inferior da laje) é conseguido pelo aumento da seção da armadura. Já para os momentos negativos (que tracionam a face superior da laje) o reforço acontece pelo acréscimo da seção de concreto da zona comprimida (obtido pelo aumento da altura final da laje após o reforço). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.49 Na Figura abaixo é mostrado o caso de reforço pela face superior da laje Nesse caso, o uso do concreto projetado, ou mesmo de argamassas prensadas, não se justifica, sendo indicado o concreto armado. Neste tipo de intervenção (pela face superior) o reforço para os momentos positivos é conseguido pelo acréscimo da seção de concreto da zona comprimida.Já para os momentos negativos, o reforço é obtido através do aumento da seção da armadura. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.50 SOLUÇÃO ALTERNATIVA: O reforço da região de momentos negativos pode ser obtido através da abertura de sulcos e posterior fixação da armadura com argamassa polimérica ou de resina, mais ponte de aderência. Figura - Reforço por Embutimento da Armadura Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.51 PROCEDIMENTO DE REFORÇO DE LAJES AO MOMENTO VOLVENTE É muito comum a ocorrência de fissuras nos cantos de lajes, devidas a momentos volventes. Tais fissuras, normalmente, não prejudicam o comportamento da laje, não sendo, exigido o reforço neste tipo de situação. Entretanto, se o reforço for feito, pode-se seguir o procedimento da figura abaixo. Momentos volventes provocam esforços de tração nas duas faces das lajes. Na face inferior não ocorre fissura, pois as armaduras de combate aos momentos positivos absorvem as tensões de tração Entretanto, na face superior geralmente não há armadura negativa, portanto haverá fissuras. Figura - Reforço para Momento Volvente Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.52 PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO DO REFORÇO DE LAJES À PUNÇÃO O reforço à punção, exigido geralmente em lajes cogumelo, é, na maior parte das vezes, executado pelo do aumento da área de transmissão de cargas entre pilar e laje. Aliviar a carga antes do reforço é sempre desejável. A área necessária é calculada para que as tensões de cisalhamento desenvolvidas possam ser resistidas pelo concreto da laje. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.53 A solução, em concreto armado, mais utilizada exige que aberturas sejam feitas na laje, para o lançamento do concreto. Caso tal acesso seja inviável, pode-se adotar solução com injeção de argamassa sobre brita acondicionada na forma. A Figura a seguir ilustra esses dois casos. Reforço à Punção por Redução das Tensões de Cisalhamento Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.54 Outra forma de reforçar à punção consiste em acrescentar armadura para combater os esforços de cisalhamento. Executa-se furos nos locais de instalação das barras da armadura, que são fixadas ao concreto por adesivos estruturais (barras finas) ou, o que é mais indicado, protendidas por meio doaperto de porcas, com chave de torque Figura – Reforço a punção por acréscimo de armadura de cisalhamento Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.55 PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO DO REFORÇO DE LAJES AO CISALHAMENTO O reforço de lajes ao cisalhamento é bem menos comum do que o à flexão ou punção. Entretanto, é facilmente conseguido com o acréscimo da espessura da laje, como se faz no reforço à flexão de lajes. No caso de ser necessário apenas reforçar ao cisalhamento a introdução de armadura específica, por colagem ou protensão, é mais econômica (ver figura abaixo). Reforço ao Cisalhamento por Acréscimo de Armadura específica Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.56 A.4) REFORÇO POR MEIO DE CONSOLOS Em muitas intervenções de reforço, a criação de consolos curtos, como estruturas auxiliares na solução pretendida, tem sido recurso de grande valia. Exemplos de casos onde consolos curtos funcionam como estruturas auxiliares: reforço para elevação do nível da pista de rolamento ou troca de aparelhos de apoio de pontes ou viadutos, reforço e reposicionamento de estruturas com recalques de fundação reforço de fundações em estacas (visto mais a frente) As Figuras a seguir ilustram os dois primeiros casos citados. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.57 Consolos Curtos como Estruturas Auxiliares no Içamento de Tabuleiros de Pontes e Viadutos Detalhe construtivo do consolo Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.58 Consolos Curtos como Estruturas Auxiliares no Reposicionamento de Estrutura com Recalques Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.59 Detalhe construtivo do consolo Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.60 A.5) REFORÇO DE FUNDAÇÕES EM SAPATA Intervenções feitas em sapatas, geralmente ocorrem em função da necessidade de acréscimo de solicitação ou do mau desempenho. O mau desempenho pode ser da peça estrutural, exigindo reforços à flexão, punção ou cisalhamento. Nestes casos o reforço é conseguido através do aumento da seção de concreto (Figura a seguir). Como a aderência entre os concretos é de vital importância, é bastante indicada a adoção de pinos de cisalhamento. No caso de reforço à punção, sugere-se a ligação do concreto de reforço com o pilar, também por meio de barras que atravessam o pilar. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.61 Reforço à Flexão, Punção ou Cisalhamento Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.62 O mau desempenho também pode ocorrer por problemas na interação entre estrutura e solo, que implica em recalques, e, conseqüentemente, em reforço, sendo, às vezes, necessário o reposicionamento da estrutura (ver Figura anterior – reposicionamento da estrutura usando consolos como estrutura auxiliar). O aumento da área de uma sapata pode ser necessário para manter os níveis de tensão no solo, quando há acréscimo de carga, ou para reduzir tais níveis, quando eles estão acima do admissível, provocando recalques excessivos. Uma boa solução para aumentar a área de uma sapata é prolongar as ferragens de flexão existentes, e aumentar a sua altura, o suficiente para que sejam atendidas as novas solicitações de flexão, punção e cisalhamento (ver Figura a seguir). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.63 O prolongamento das barras pode ser feito quebrando-se as bordas da sapata, até que fique exposto um trecho reto de ferragem de aproximadamente quinze centímetros, para soldagem ou instalação de luvas (tipo CCL). Aumento da Área de Contato de Sapatas Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.64 Outra forma de aumentar a capacidade de carga de uma fundação em sapata é transformá-la em uma fundação sobre estacas. Para isso, normalmente se emprega estacas perfuradas (estaca raiz, e outras), usando o mesmo equipamento para perfurar o concreto da sapata original. Figura - Reforço de Sapata por Cravação de Estacas Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.65 No cálculo do futuro bloco de coroamento, deve ser levado em conta que algumas barras da armadura original serão cortadas durante a perfuração da sapata para execução das estacas. A necessidade de uso de adesivo estrutural que garanta a ligação entre o concreto das estacas e o da sapata pode dificultar a execução do reforço, sendo o seu ponto mais vulnerável. Por isso, é comum a solução alternativa indicada na Figura abaixo, que consiste em executar uma nova fundação em estacas sobre a sapata original. Figura - Bloco Estaqueado Sobre Sapata Existente Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.66 Quando o acréscimo é, somente, de carga normal, uma solução pouco convencional consiste na cravação de estacas, cuja função será absorver o acréscimo de carga normal. Nessa solução são utilizados consolos auxiliares (ver Figura abaixo). Deve-se fazer um estudo cuidadoso, no intuito de definir o comprimento das estacas. O recalque das estacas deverá ser pequeno o suficiente para que não haja transmissão de carga para a sapata. Figura - Solução Alternativa para Acréscimo de Carga Normal em Sapatas Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.67 A.6) REFORÇO DE FUNDAÇÕES EM ESTACAS As fundações em estacas são reforçadas em função de acréscimos de solicitação ou do seu mau desempenho. O mau desempenho pode ser devido à baixa capacidade resistente do conjunto de estacas ou por deficiências do bloco de coroamento. A solução executiva, nos dois casos, é, entretanto, a mesma, diferençando apenas pelo fato de em um haver acréscimo de estacas e no outro não. Quando se trata de blocos de pequenas dimensões, o reforço é feito de forma a envolver todo o bloco original (encamisamento). As Figuras a seguir ilustram o reforço de blocos de pequenas dimensões sem e com acréscimo de estacas, respectivamente. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.68 Figura - Reforço de Blocos por Encamisamento - Sem Novas Estacas Figura - Reforço de Blocos por Encamisamento - Com Novas Estacas Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.69 Em blocos de grandes dimensões, o reforço, com ou sem acréscimo de estacas, é, geralmente, feito pelo acréscimo da seção de concreto nas faces superior e laterais. No primeiro caso (acréscimo de estacas) é executado, também, o prolongamento da armadura inferior, através soldagem ou do uso de luvas especiais - Figura abaixo. Figura - Reforço de Blocos de Grandes Dimensões Disciplina: Reabilitaçãode Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.70 MATERIAIS USADOS NO REFORÇO ESTRUTURAL POR ADIÇÃO DE CONCRETO REFORÇO USANDO CONCRETO PROJETADO Concreto projetado é um processo contínuo de aplicação de concreto ou argamassa por meio de projeção sob pressão (ar comprimido), bastando apenas uma superfície para o seu lançamento. Normalmente utilizado quando o emprego de formas para concretagem é difícil ou impossível. O concreto é levado por um mangote desde o misturador até um bico de projeção, que o projeta a grande velocidade contra uma superfície. A força do jato causa um impacto sobre a mesma, de modo que o material fique perfeitamente compactado e se consiga um revestimento de grande densidade (CÂNOVAS, 1988). O impacto do material sobre a base promove sua compactação, sem a necessidade dos tradicionais vibradores, resultando em um concreto de alta compacidade e resistência. Processo adequado para reabilitação de grandes superfícies como paredes de concreto e elementos estruturais nos quais o concreto que recobre as armaduras é inadequado ou foi deteriorado pela ação de algum elemento agressivo (ex.: reforço estrutural de lajes, vigas, pilares). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.71 A espessura das camadas não deve ultrapassar 150 mm. Em casos excepcionais em que se deva aumentar esse valor, aplica-se camadas sucessivas, cada uma com espessura de 50 mm. Em nenhum caso deve-se ultrapassar a espessura total de 200 mm. Deve-se preparar a superfície antes de aplicar o concreto projetado, retirando-se eventuais concentrações de bolor, óleos e graxas, material solto e poeira. Para isso pode-se utilizar jato de areia. Em seguida umedece-se a superfície e projeta-se uma argamassa de cimento, areia e água, formando uma camada de pequena espessura sobre o qual o se projeta a mistura, reduzindo assim a reflexão excessiva. Em seguida, aplicam-se camadas de concreto de 50 mm cada, com intervalo entre elas de 6 a 12 horas, de acordo com o tipo de cimento e aditivos empregados. Cura: feita com água ou agente de cura, aplicado sobre a última camada durante pelo menos 7 dias. Desvantagem: grande desperdício de material devido à reflexão do material, que pode chegar a mais de 50% em volume de concreto de lançamento (SILVA E HELENE, 1994). A quantidade de reflexão depende de muitos fatores, tais como a hidratação da mistura, a relação água/cimento/agregado, a granulometria dos agregados, a velocidade de saída do bico projetor, a vazão do material, o ângulo da superfície de base, a espessura aplicada e a destreza do mangoteiro. A quantidade refletida varia entre 10 e 30% em superfícies verticais e 20 a 50% em tetos. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.72 Aplicações mais freqüentes de concreto projetado, BAUER (1994): reparos e reabilitações de estruturas de concreto armado sem uso de formas; recuperação de estruturas em contato com água, tubulões, pontes, canais e túneis revestidos, depósitos e estruturas marítimas portuárias; execução e revestimento de túneis, em obras rodoviárias e de barragens; contenção de encostas, entre outras. Exemplos de aplicação de concreto projetado (muro de contenção; reforço de laje) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.73 REFORÇO USANDO GRAUTES, ARGAMASSAS OU CONCRETOS AUTO-ADENSÁVEIS Uma das dificuldades encontradas durante a execução do reforço em elementos estruturais, com o aumento da seção transversal pela adição de concreto e armadura é conseguir remoldar a seção transversal sem que apareçam “brocas” no novo material devido dificuldade de adensamento. Isso pode ocorrer porque geralmente tem-se que aplicar o concreto novo em regiões com dimensões pequenas e de difícil acesso, o que prejudica sua vibração e seu adensamento. Para facilitar a aplicação do material de reforço e evitar defeitos de execução por falhas de adensamento, pode-se utilizar grautes, argamassas ou concretos auto-adensáveis (CAA) como material de reforço. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.74 Graute: comparável ao concreto auto-adensável, difere-se deste, principalmente quanto às dimensões do agregado, mas dispensando igualmente a vibração. A composição para obter essas características é uma mistura de aglomerantes (cimento Portland ou resina epóxi) numa quantidade até cinco vezes superior a um concreto comum, agregados miúdos de origem natural ou beneficiados e aditivos com diversas funções, além de, eventualmente, fibras sintéticas.(Fonte: Revista Techne 107 - Fev. 2006: GRAUTE: Não é concreto nem argamassa) Concreto auto-adensável (CAA): Usado no Brasil, mas ainda de forma restrita, o CAA apresenta grande fluidez e alta trabalhabilidade, sendo um concreto muito plástico (GEYER & SÁ, 2005). São concretos que pode ser moldados em formas, preenchendo cada espaço vazio por meio, exclusivamente, de seu peso próprio, não necessitando ser compactado ou vibrado. O concreto só será considerado auto-adensável se três propriedades forem alcançadas: fluidez (habilidade de preenchimento dos espaços), coesão necessária para que a mistura escoe intacta entre barras de aço (habilidade de passar por restrições) resistência à segregação Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.75 Concreto Auto-Adensável Fôrma Pilar original Concreto Auto-Adensável Fôrma Figura -Aplicação de CAA como material de reforço Métodos de ensaio para determinação destas três propriedades do CAA, no estado fresco: ensaio de espalhamento: usado para medir a capacidade do CAA de fluir sem segregar, ensaio do funil V: avalia a fluidez do concreto, ensaio da caixa L: mede a fluidez do concreto simultaneamente com a habilidade deste de passar por obstáculos, permanecendo coeso. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.76 Entretanto, ainda não há um método de ensaio normatizado que permita avaliar quantitativamente os fenômenos de segregação e exsudação, sendo estas propriedades avaliadas qualitativamente, por observação visual (REPETTE, 2005). No ensaio de espalhamento (Slump Flow Test), usam-se os mesmos equipamentos do “Slump Test”, mas mede-se o espalhamento do concreto e não a altura adensada. Para que o concreto seja auto- adensável, o valor do espalhamento deve estar entre 60 e 75 cm, nas duas direções (GEYER & SÁ, 2005; BESSON & ISA, 2005). Figura - Ensaio de espalhamento (BESSON & ISA, 2005) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.77 2 1 500 425 150 75 75 (mm) Figura - Ensaio do funil V Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.78 Figura – Ensaio da caixa L (GOBBI & AMARAL, 2005) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.79 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.80 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.81Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.82 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.83 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.84 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.85 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.86 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 6.87
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