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Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 47 REFORÇO USANDO COMPÓSITO DE FIBRAS DE CARBONO A evolução na tecnologia de materiais tornou possível substituir as chapas de aço por materiais mais leves, resistentes, duráveis e de fácil aplicação conhecidos como:... ............................... POLÍMEROS REFORÇADOS COM FIBRAS PRF (Em inglês: Fiber Reinforced Polymer FRP) 1. (Polímero Plástico) Os PRFs têm sido empregados em estruturas novas e em reforços de estruturas com o objetivo de aumentar a ductilidade, a resistência à flexão, ao cisalhamento, dentre outras. Também podem ser aplicados em outros substratos como: MADEIRA, ALVENARIA e AÇO. 1 Texto baseado nas dissertações de mestrado de Maria Luisa de Faria Simões (UFRJ - 2007) e de Lília Silveira Nogueira Reis (UFMG - 2001) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 48 VANTAGENS: Possibilidade de fazer o reforço em períodos muito curtos de tempo, sem necessidade de interromper completamente a utilização da estrutura. Normalmente é antimagnética isso amplia seu campo de atuação, por exemplo, no uso em hospitais. É leve. O reforço pode ser feito manualmente, sem necessidade de equipamentos pesados. Apresenta alta resistência à tração, módulo de elasticidade moderado e baixa fluência. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 49 DESVANTAGENS: Possibilidade de vandalismo ou dano ao reforço por falta de conhecimento técnico (Ex.: Anos depois da execução da intervenção algum operário cortar a fibra do reforço durante uma reforma na edificação por desconhecimento da existência do mesmo); Baixa resistência ao fogo crítico em caso de incêndios; Custo elevado dos materiais; Exigência de mão de obra qualificada para aplicação do produto. Risco de deterioração quando exposto aos raios ultravioletas Dificuldade em obter material em pequenas quantidades Este sistema só pode ser usado p/ reforço, não se dispensando o tratamento adequado na área, no caso de trincas, corrosão de armaduras e similares, para depois entrar com o reforço da fibra. A recuperação estrutural convencional é indispensável nesta situação. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 50 O QUE SÃO MATERIAIS COMPÓSITOS? São aqueles formados por dois ou mais materiais com características mecânicas distintas dos componentes individuais. PRFs são materiais compósitos constituídos por fibras e matriz, na qual as fibras estão inseridas. A função principal das fibras é servir de reforço mecânico para a matriz. A matriz (resina) não contribui significativamente na capacidade das barras, sendo normalmente desprezada no cálculo da resistência. Tem as seguintes funções: responsável pela união das fibras que compõem o compósito meio através do qual as solicitações externas são transmitidas e distribuídas para as fibras; atua na proteção das fibras, formando uma camada entre as fibras e o ambiente, protegendo- as contra a abrasão, umidade e agentes agressivos de natureza química e biológica. é responsável por manter as fibras posicionadas corretamente. As matrizes usuais são os poliésteres (usados para as fibras de vidro), os vinilester e o epóxi (usado para fibras de carbono) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 51 As resinas epóxi são bastante usadas nos compósitos de alta performance pela extensa gama de propriedades físicas e mecânicas, apesar do alto custo [CEB-FIP, 2001]. Algumas propriedades físicas e mecânicas de diversos tipos de resina (MATTHYS ,2000 apud ARAÚJO, 2002). A resina pouco influi na resistência à tração do polímero, mas influi bastante no comportamento do mesmo ao corte e à compressão. A grande influência da resina é nas condições de fabricação do plástico, tais como viscosidade, ponto de fusão, temperatura de cura. É fundamental que a quantidade de resina seja a estritamente necessária à impregnação e/ou colagem, para que não haja alteração das características do plástico (quanto mais resina, maior o peso e menor a resistência) [RIPPER, 1998]. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 52 Atenção ao efeito negativo da AÇÃO DE ALTAS TEMPERATURAS nos polímeros (RESINAS e ADESIVOS) e nos compósitos de FRP. Na Europa (EUROCOMP) existem recomendações para fixar limites de variação de temperatura, em função do tipo de resina usado. O PROBLEMA MAIOR É NA RESINA! Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 53 HOJE EXISTE DISPONÍVEIS COMERCIALMENTE VÁRIOS TIPOS DE FIBRA, COM GRANDE VARIEDADE DE PROPRIEDADES. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 54 Em função da orientação das fibras, os compósitos podem ser divididos em três grandes grupos: unidirecionais (fibras alinhadas em uma única direção); bidirecionais (fibras alinhadas perpendicularmente em duas direções); multidirecionais (fibras distribuídas aleatoriamente nas várias direções em um mesmo plano). Exemplo de compósito feito com fibras multidirecionais Fonte: Preformas para Compósitos Estruturais, Autor: Luiz Claudio Pardini - Divisão de Materiais, Instituto de Aeronáutica e Espaço, CTA) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 55 Em função do tipo de fibra, os polímeros (PRF) podem ser constituídos por: fibras de carbono (PRFC). fibras de aramida (PRFA) Fabricado pela DuPont com nome de Fibra de Kevlar fibras de vidro (PRFV) Fonte: http://www.sika.com Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 56 Os PRFs apresentam-se ainda na forma de: chapas ou fitas; barras de armadura (tem seção circular); cabos de protensão; lâminas, mantas ou folhas flexíveis: espessura similar a do papel de parede segue exatamente a curvatura do elemento e permite aplicação em “cantos vivos” Fita de fibra de carbono Cabo de protensão de aramida Manta de fibra de carbono Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 57 VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DE DIVERSAS FIBRAS, (Comparação do diagrama tensão x deformação das fibras com o do aço convencional e protendido). (Não há patamar de escoamento Fibras são frágeis na ruptura!!!!) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 58 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 59 JUVANDES & FIGUEIRAS (2000) apresentam fatores de redução CE que devem ser aplicados à tensão e à deformação última da lâmina de fibra para obtenção de valores de cálculo propostos pelo ACI440F. Os valores característicos de resistência à tração e deformação específica última fornecidos pelos fabricantes, devem ser considerados como referência inicial, por nãocontabilizarem a exposição ambiental a longo prazo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 60 FIBRA DE VIDRO 2. 2 Texto baseado na TESE de doutorado de Andriei José Beber (2003) - UFRGS Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 61 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 62 FIBRA DE ARAMIDA 3 3 Texto baseado na TESE de doutorado de Andriei José Beber (2003) - UFRGS Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 63 FIBRA DE CARBONO 4 ATUALMENTE ESTE É O TIPO DE FIBRA MAIS USADO EM REFORÇO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO É um sistema de rápida e fácil aplicação, grande leveza (peso específico ≈1,8 kN/m3), elevada resistência à tração, grande rigidez, boa resistência a maioria dos tipos de ataques químicos (propriedades anti-corrosivas), bom comportamento à fadiga e estabilidade térmica e reológica. 4 Texto baseado na TESE de doutorado de Andriei José Beber (2003) - UFRGS Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 64 PROCESSO CONSTRUTIVO DOS SISTEMAS COMPOSTOS 1º. PASSO: RECUPERAÇÃO DO SUBSTRATO DE CONCRETO O substrato ao qual o sistema será aderido deve estar íntegro e são deve ter resistência mecânica suficiente para a transferência de esforços na interface entre o concreto e o sistema composto. Recuperar e passivar as barras de aço afetadas por processo corrosivo, e remover e posteriormente recuperar as superfícies de concreto degradadas pela manifestação; Todas as fissuras com aberturas maiores que 0,25 mm também deverão ser tratadas. Podem ser utilizados para essas recuperações os procedimentos convencionais de injeção de epóxi sob pressão. Esses procedimentos são mostrados na foto a seguir. Fissuras com aberturas menores que 0,25 mm, expostas ao meio ambiente, podem exigir injeção de resinas ou seladores para prevenir futura corrosão da armadura da peça. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 65 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 66 2º. PASSO: PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE PARA RECEBER O PRF Utilizar abrasivos, jatos de areia ou limalhas metálicas para a limpeza da superfície onde será aderido o sistema remover poeira, pó, substâncias oleosas e graxas, partículas sólidas não totalmente aderidas, recobrimentos diversos como pinturas, argamassas etc... Caso o reforço exija o recobrimento de mais de uma superfície lateral da peça, há a necessidade de arredondamento das quinas envolvidas nessa aplicação, visando evitar concentração de tensões na fibra de carbono e eliminar eventuais "vazios" entre o concreto e o sistema por deficiência na colagem. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 67 As superfícies não podem apresentar concavidades ou convexidades que impeçam o carregamento correto do sistema. Irregularidades superficiais expressivas devem ser corrigidas preenchendo-se as concavidades (caso de nichos) com material de reparação compatível com as características mecânicas do concreto existente ou pela sua remoção (caso das juntas de fôrmas). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 68 3º. PASSO: APLICAÇÃO DO SISTEMA (Exemplo fornecido pela MBRACE) 1 - Aplicação do imprimador (primer) e do regularizador de superfícies Imprimadores primários penetram nos poros do concreto, colmatando-os para que seja estabelecida uma ponte de aderência eficiente, sobre a qual será instalado o sistema. 1 - Primer para a superfície 2 - Pasta reguladora da superfície 3 - Primeira camada de resina (matriz) 4 - Fibra de carbono 5 - Segunda camada de resina (matriz) 6 - Camada de acabamento estético (opcional) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 69 Massas regularizadoras de superfície garantem uma superfície desempenada contínua. Quanto maior a irregularidade superficial maior será o consumo desse material. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 70 2 - Corte e imprimação das fibras de carbono As lâminas de fibra de carbono são cortadas em bancadas especialmente montadas para isso. São usadas régua metálica, tesoura de aço (p/ o corte transversal) e faca de corte ou estilete (p/ o corte longitudinal). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 71 Existem duas maneiras distintas para a imprimação das fibras: saturação via úmida – a lâmina de fibra de carbono é saturada em bancada própria, sendo depois transportada para a sua aplicação na peça a ser reforçada saturação via seca – a saturação é feita diretamente sobre o concreto da peça a ser reforçada para em seguida ser colada a lâmina de fibra de carbono. Figura que mostra a saturação via úmida opção mais utilizada por facilitar o manuseio e o transporte da fibra até o local de sua aplicação. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 72 Recomendação: usar estritamente a quantidade de resina necessária à impregnação ou à colagem para que não ocorram alterações sensíveis nas características do composto. Um excesso de resina acarreta uma menor resistência final! 3 - Aplicação da lâmina de fibra de carbono e segunda camada de saturação A colocação da fibra de carbono, independentemente do tipo de imprimação, deve ser imediata, pois o tempo de aplicação da resina saturante é curto, no máximo 25 a 30 minutos. nesse intervalo de tempo é possível fazer ajustes de alinhamento e prumo das fibra de carbono. Terminado o posicionamento da lâmina de fibra de carbono, é feita a segunda saturação sobre a lâmina instalada, para garantir que a fibra de carbono esteja totalmente imersa (encapsulada). Normalmente, espera-se cerca de 30 minutos para a segunda operação de saturação (foto 6). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 73 Como pode ser necessário aplicar várias camadas de lâminas de fibra de carbono, essas operações são repetidas sucessivamente para cada camada adicional Cada lâmina exige duas imprimações independentes, não podendo a última camada de imprimação da lâmina anterior ser utilizada para a colocação da próxima lâmina. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 74 4 - Aplicação de camada protetora ou estética O sistema do reforço pode ser recoberto por camada protetora ou estética (material disponibilizado em diversas cores e texturas) se for necessário atender condições específicas de agressões físicas, mecânicas e ambientais, o revestimento pode ser projetado especialmente para cada caso.Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 75 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE PROJETOS DE REFORÇO USANDO PRF De forma geral, observam-se na literatura, resultados positivos quanto ao uso do CFRP no reforço de peças sob esforços de flexão e cisalhamento (VIGAS, LAJES), através da colagem de mantas nas faces solicitadas, obtendo-se incrementos de resistência à flexão em alguns casos de mais de 70%. Quanto ao reforço de pilares, observa-se facilidade da execução dos serviços de reforço, dada à flexibilidade das mantas e tecidos de FRP. Estes podem ser reforçados de forma a aumentar sua capacidade resistente, através do envolvimento da seção pelas fibras. O confinamento assim obtido resulta num aumento da resistência e ductilidade do concreto. O dimensionamento de elementos reforçados com fibra de carbono baseia-se nos MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES, cuja metodologia define níveis de segurança aceitáveis em relação aos estados limites de utilização (deformação e fissuração) e estados limites últimos (ruptura e fadiga). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 76 Para maiores informações, consultar as seguintes bibliografias: Reforço de Estruturas de Concreto Armado com Fibras de Carbono. Ari de Paula Machado, Editora PINI, 2002. Fibras de Carbono – Manual Prático de Dimensionamento. Ari de Paula Machado – Edição da BASF – The Chemical Company, 2006. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 77 MODOS DE RUPTURA DE VIGAS REFORÇADAS COM COMPÓSITOS Alguns desses modos de ruptura são semelhantes aos de vigas reforçadas com chapas de aço. Onde: (a) Escoamento da armadura interna seguido de ruptura do reforço. (b) Escoamento da armadura interna seguido de esmagamento do concreto. (c) Esmagamento do concreto. (d) Falhas nas extremidades (ancoragem) do compósito por descolamento ou destacamento (e) Descolamento do compósito próximo às fissuras inclinadas. (f) Descolamento do compósito provocado por fissuras de flexão. (g) Descolamento do compósito provocado por irregularidades na superfície do concreto. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 78 Ruptura (a): pode acontecer quando as taxas de aço e de reforço forem baixas, assim como a deformação de ruptura do compósito, ou devido a elevada resistência à compressão do concreto. Ruptura (b): alvo do dimensionamento ótimo do reforço, onde a ruína é governada pelo escoamento do aço seguida de esmagamento do concreto RUPTURA DUCTIL. Ruptura (c): ocorre quando as taxas de reforço e de aço são elevadas. A fissuração da peça se desenvolve diminuindo a zona comprimida, até o momento no qual a tensão de compressão no concreto atinja seu valor máximo, o que leva à ruptura brusca. PEÇA SUPERARMADA Modos de ruptura (d), (e), (f) e (g), representam ruptura prematura e ocorrem de MANEIRA FRÁGIL, impossibilitando o total aproveitamento das propriedades resistentes à tração da fibra EVITAR!! O modo de ruptura (d) é semelhante ao que já foi apresentado no caso de reforço de vigas por meio de chapas de aço, e evidencia que... O sucesso deste tipo de reforço está no detalhamento da amarração ao concreto (ANCORAGEM), visto que a capacidade da camada de cobrimento deverá contribuir na efetivação da transferência de tensões. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 79 SILVA & MORENO JR. (2000), propõem um arranjo de ancoragem da manta nos apoios, usando laços constituídos pela própria manta, formando um “X” nas extremidades da manta longitudinal, com ângulo de 45º . Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 80 SHEHATA et al. (2000) propõem sistemas de ancoragem especial para as extremidades, feitas com a própria lâmina cobrindo a extremidade superior e inferior das mesmas. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 81 Shehata et al. (2000) apresentaram um estudo feito sobre reforço de vigas de concreto armado utilizando lâminas de fibras de carbono. Segundo eles... ruptura por descolamento ocorre quando a deformação do compósito alcança valor em torno de 5‰, devendo-se, considerar essa deformação limite da lâmina de carbono no dimensionamento do reforço. para evitar o destacamento do compósito, é sugerido que a tensão de cisalhamento na ligação do compósito com o concreto não ultrapasse valor igual à resistência à tração do concreto minorada por fator que leva em consideração a menor qualidade do concreto do cobrimento e a possível existência de fissuras nesse concreto. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 82 CASE: EXECUÇÃO DE REFORÇO ESTRUTURAL EM FLAT A Engecal- Engenharia e Cálculos Ltda, empresa especializada em Recuperação, Reforço e Consultoria Estrutural, aplicadora da BASF do sistema MBRACE nos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, executou o reforço estrutural em um Flat, situado na Praia de Ponta Negra em Natal-Rio Grande do Norte. Foi constatado pela ENGECAL em Laudo Técnico solicitado pelos empreendedores, um sub-dimensionamento das peças de concreto armado no projeto estrutural realizado, sendo necessária a execução de vários tipos de reforços em suas estruturas. Pilares: em decorrência da forma das seções (quadrada e retangular) existentes e dimensões das peças, foi descartado o reforço através de compósitos, executando-se um encamisamento com concreto adicionado com super-plastificante e ancoragem de armaduras de reforço através de adesivo estrutural, estendendo-se desde as fundações até ao nível da última laje. Fundações diretas em sapatas: receberam reforço estrutural com aumento das áreas das bases e incorporação de concreto e armaduras adicionais. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 83 Lajes e Vigas: realizou-se reforço estrutural com a Manta de Fibra de Carbono CF-130 da BASF, com o objetivo de aumentar a resistência das lajes à flexão, introduzindo-se faixas dispostas nas duas direções e nas vigas com a introdução de faixas positivas e negativas, além de faixas verticais destinadas ao combate ao cisalhamento. Estes reforços abrangeram os três primeiros pavimentos da edificação (onde já havia sido executada a estrutura), com elaboração por parte da ENGECAL do projeto estrutural de reforço, bem como, a execução dos serviços. SISTEMA MBRACE APLICADO EM LAJE DO FLAT a) vista geral do reforço à flexão em laje do flat b) detalhe da manta de fibra de carbono aplicada em laje Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 84 SISTEMA MBRACE APLICADO EM VIGAS DO FLAT Vista e detalhe do reforço ao cisalhamento e à flexão executado nas vigas do flat Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - CMEC - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 85 vista do reforço de viga com faixas negativas detalhe do reforço de viga com faixas negativas APLICAÇÃO DAS MANTAS DE FIBRA DE CARBONO Detalhe da aplicação doMBrace primer e do MBrace saturant em viga reforçada ao cisalhamento
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