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Curso Completo de Direito Administrativo

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Curso Completo de Direito Administrativo
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha
Estas apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das obras de doutrinadores administrativistas dentre eles: Celso Antonio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella di Pietro, Hely Lopes Meirelles, Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Diorgenes Gasparini, Marçal Justen Filho, Marcello Caetano, Alexandre Freitas Câmara, José Cretella Júnior e tomou por base a apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos pessoais.
	Ponto 1 - O Estado e suas funções - noções indispensáveis
		
		Antes de adentrarmos nos pontos específicos, se faz premente que tenhamos algumas noções indispensáveis sobre a estrutura do Estado.
		O Poder é manifestação da soberania.Tem razão Michel Temer ao dizer que se equivocam os que utilizam a expressão "tripartição dos poderes". É que o poder tem por características a unidade, a indivisibilidade e a indelegalibilidade. A distinção que existe é entre funções e entre os órgãos que desempenham tais funções.
		A vontade estatal ou governamental, segundo a teoria clássica sistematizada por Montesquieu, manifesta-se através dos Poderes do Estado. O princípio da separação dos poderes foi inicialmente concretizado na Constituição dos Estados Unidos de 1787. Tornou-se com a Revolução Francesa um dogma constitucional, a ponto da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em um de seus artigos, declarar que não teria constituição a sociedade que não assegurasse a separação de poderes e os Direitos do Cidadão. Montesquieu, pensador Francês, em sua obra “O Espírito das Leis” (em 1748) expõe a técnica da separação de poderes. O inovador princípio da separação dos poderes exerceu influência e ainda exerce sobre o moderno Estado de Direito, como princípio constitucional de maior importância em oposição ao antigo regime absolutista. OBS: Vale ressaltar que a idéia não foi dele, pois desde Aristóteles e depois Look, que este pensamento vinha sendo amadurecido. Montesquieu apenas sistematizou e se consagrou pela obra já citada.
Atualmente, essa teoria seria melhor denominada de separação das funções do Estado. As FUNÇÕES se constituem em especialização de tarefas governamentais à vista de sua natureza. Sua finalidade é limitar e controlar (uns pelos outros) o funcionamento do Poder. É o chamado mecanismo de freios e contrapesos (pode aparecer na prova: sistema de checks and balances). A partir da aplicação dos princípios gerais que regem a concepção do sistema de freios e contrapesos na Constituição da República, não é possível deduzir controles entre os poderes que não estejam expressos no texto constitucional.
Funções típicas (precípuas) X Funções atípicas (secundárias)
	Órgão/Funções
	TÌPICA
	ATÌPICA
	LEGISLATIVO
	LEGISLAR e FISCALIZAR
	JULGAR
ADMINISTRAR
	EXECUTIVO
	 ADMINISTRAR
	JULGAR
LEGISLAR
	JUDICIÁRIO
	JULGAR
	ADMINISTRAR
LEGISLAR
								 				
							
		Legislar e Fiscalizar constitui funções típicas do Poder Legislativo. A Constituição brasileira prevê detalhadamente a elaboração de leis através do processo legislativo (arts. 59 a 69) e de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial (arts. 70 a 75). As funções atípicas do Poder Legislativo são administrar (art. 51, IV; 52, XIII) e julgar (art. 52, I e II).
		A Função Jurisdicional ou Jurisdição (dizer o direito) visa aplicar a lei ao caso concreto para solucionar litígios (conflitos de interesse caracterizados por pretensão resistida), impondo a validade do ordenamento jurídico de forma coativa, mediante provocação da parte interessada, sempre que os interessados não cumpram a lei espontaneamente. Compete ao Poder Judiciário. As funções atípicas deste Poder são as de administrar (art. 96, I, c, f) e legislar (art. 96, I , a).
		A Função Administrativa, típica do Poder Executivo, diz respeito à realização de atos concretos voltados a satisfação das necessidades coletivas, tais como a gestão ordinária dos serviços públicos de interesse da coletividade. Legislar constitui função atípica deste Poder (art. 62 e 68). Dito de forma mais completa por José Afonso da Silva (Curso. pág. 112) o Poder executivo exerce a função executiva, que engloba função de governo e a função administrativa. A função de governo está relacionada com atribuições políticas, co-legislativas e de decisão. A função administrativa compreende as atividades de intervenção, fomento, polícia administrativa e serviço público. Outra função atípica do Executivo é a jurisdicional, quando julga seus servidores nos processos administrativos disciplinares, por exemplo.
Obs: fazer observação sobre o controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário.
PONTO 2 – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 
2.1 – INTRODUÇÃO: conceito, natureza e fins.
	São várias as concepções doutrinárias sobre o conceito do Direito Administrativo, de onde surgiu algumas teorias:
Legalista: um conjunto de leis administrativas;
Poder Executivo: é a reunião de atos do Executivo;
Serviço Público: a disciplina, organização e regência da prestação de serviço público;
Teleológica ou finalística: o sistema de princípios que norteiam o atendimento dos fins do Estado;
Negativista: o ramo do direito que regula toda a atividade que não seja legislativa e jurisdicional.
 
	Em síntese: A Administração Pública é um conjunto de pessoas jurídicas, distribuídas em órgãos, através de agentes públicos com atribuição legal para o exercício da função administrativa que se materializa em toda atividade concreta que o Estado realiza, para a consecução dos interesses da coletividade que rege (bem-estar coletivo), revestida das prerrogativas do regime jurídico de direito público. Como não há uma unanimidade nos conceitos, citaremos abaixo de alguns doutrinadores:
Direito Administrativo é conjunto de normas e princípios que regem a atuação da Administração Pública. Inclui-se entre os ramos do direito público, por tratar primordialmente da organização, meios de ação, formas e relações jurídicas da Administração Pública, um dos campos da atividade estatal (Odete Medauar, Direito Administrativo Moderno, 5ª edição, 2001, editora Revista dos Tribunais, p. 29).
Direito Administrativo é ramo do direito público que disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem (Celso Antônio Bandeira de Mello, 19ª edição, 2005, editora Malheiros, p. 33).
Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado (Hely Lopes Meirelles, 24ª edição, 1999, atualizada por Eurico Andrade Azevedo, editora Malheiros, p. 34).
2.2 – Fontes do Direito Administrativo:
	As fontes do direito administrativo têm sido apresentadas de forma contraditória pela doutrina. Basicamente, a principal fonte deste ramo do direito público é a LEI (primária), norma escrita superior dentre todas e impessoal, além de outros atos normativos, abrangendo, assim, desde as normas constitucionais até as instruções, circulares e demais atos decorrentes do poder normativo estatal.
	Outras fontes, secundando a lei, inspiram o direito administrativo, a saber: a jurisprudência, a doutrina, os princípios gerais do direito e os costumes.
	É por certo muito difícil conceituar as fontes do Direito. Sendo fonte o lugar de onde provém alguma coisa, a expressão “fonte do direito” não pode ser entendida senão como o lugar de onde são oriundos os preceitos jurídicos. As fontes podem ser classificadas em formais e materiais. Fontes formais são aquelas que possuem força vinculante, sendo, obrigatórias para todos. São as responsáveis pela criação do direito positivo. Já as fontes materiais não têm força vinculante, servindo apenas para esclarecer o verdadeiro sentido das fontes formais. 	
Lei é regra escrita,geral, abstrata, impessoal, que tem por conteúdo um direito objetivo no seu sentido material e, no sentido formal, todo ato ou disposição emanada do Poder Legislativo. 
Costume é toda norma de caráter geral definida pelo uso ou prática reiterada e sancionada pela coação em virtude da convicção comum, partilhada pelos órgãos do Estado, da sua obrigatoriedade.
	Vale ressaltar que nos países continentais a facilidade de legislar faz com que, de fato, seja quase impossível a formação de uma norma consuetudinária. Os preceitos administrativos nascem logo da lei ou, quando comecem a formar-se por espontâneo e natural consenso da Administração e do público, depressa vêm a ser consagrado por lei. Entendo que esse raciocínio pode ser estendido ao Brasil.
	Marcello Caetano questiona se a Jurisprudência e a doutrina são fontes do direito, considera a Jurisprudência como a orientação seguida na resolução de casos concretos e conclui que a jurisprudência é uma forma de fixar o sentido da lei, isto é, de interpretá-la e, só por exceção, pode ser modo de criação e revelação do Direito, através do suprimento dos casos omissos em termos de constituir um costume jurisprudencial.
	Sobre a doutrina, entende que desempenha dois papéis: o de auxiliar os órgãos de aplicação do Direito (a própria Administração e o Poder Judiciário) e o de influenciar os órgãos de criação do Direito (Poder Legislativo). Em qualquer destes papéis, a doutrina desempenha um papel de segunda linha: lança idéias, discute teses, comenta casos, constrói sistemas e procura aliciar adesões para que as conclusões propugnadas se convertam em decisões práticas. Conclui o autor que a doutrina não é por conseguinte uma fonte imediata de Direito, embora seja uma força geradora de soluções jurídicas. 
	Minha opinião. Eu entendo que no Brasil a Jurisprudência pode ser tomada como fonte do Direito face a eficácia contra todos e o efeito vinculante produzido nas ações diretas de inconstitucionalidade (ADINs) e nas ações declaratórias de constitucionalidade (ADECONs) relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (CF/88, art. 102, §2º). Este aspecto, foi ainda mais realçado com a Emenda Constitucional nº 45/2004, ao estabelecer que o STF possa adotar SÚMULAS com efeito vinculante que terão por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas constitucionais sobre as quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica (CF, art. 103-A).
	Sobre o costume cabe classificá-los secundo as espécies existentes: ”I - contra legem, é o costume, não admitido pelo ordenamento, contrário ao preceito de lei. Esta jamais será revogada, por mais antigo que aquele seja, vez que o desuso não conduz á perda de eficácia da lei; II – praeter legem, é aquele que é prévio à Lei, ou seja, decorre da deficiência, do que tem origem na lacuna da lei; III – secundum legem, é aquele que complementa a lei e por ela é textualmente invocado”. Portanto, em nosso ordenamento jurídico não será aceita se o costume contrariar a lei. 
	Nos termos da Lei de Introdução ao Código Civil: quando a lei for omissa o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito, etc.
	Podemos concluir que a Lei é a fonte primordial e imediata do Direito Administrativo e que o costume, embora reconhecido como fonte do direito administrativo, não poderá contrariar a lei, para ser validamente invocado. Quanto à doutrina pode-se conceituá-la como fonte material, ou seja, secundária, utilizando-se para explicar o sentido das fontes formais. Sobre a Jurisprudência já pode ser considerada como fonte formal, em face da possibilidade da edição pelo STF das súmulas de efeito vinculante. 
2.3 – Formação do Direito Administrativo.
	Os soberanos não se submetiam a nenhuma regra, a não ser aos caprichos de sua própria vontade. Neste sentido, pode-se dizer que o direito administrativo é uma conquista dos regimes republicanos e democráticos, com a sujeição não só do povo, mas também dos governantes a certas regras gerais.
	Os governantes passaram a ser controlados pela estrita legalidade em todos os seus atos. (Princípio da Reserva Legal).
2.4 – Interpretação das normas administrativas. IMPORTANTÍSSIMO
	Toda interpretação administrativa deverá atender as seguintes normas:
os atos administrativos têm presunção de legitimidade, salvo prova em contrário; presunção relativa;
O interesse público prevalece sobre o interesse individual, respeitadas as garantias constitucionais; e
A administração pode agir com certa discricionariedade, desde que observada a legalidade.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO E FONTES
01 – (Técnico da Receita Federal – ESAF – 2000) A fonte formal primordial do Direito Administrativo é a (o) 
Motivação que o fundamenta
Povo
Parlamento
Diário Oficial
Lei
 
Nos exercícios seguintes marque cada item com o código C, caso julgue o item CERTO, ou com o código E, caso julgue o item ERRADO.
02 - (CESPE/DPF/Delegado Federal/2004) A jurisprudência é fonte do direito administrativo, mas não vincula as decisões administrativas, apesar de o direito administrativo se ressentir de codificação legal.
03 - (CESPE/TCU/ACE/2004) A jurisprudência e os costumes são fontes do direito administrativo, sendo que a primeira ressente-se da falta de caráter vinculante, e a segunda tem sua influência relacionada com a deficiência da legislação.
04 - (CESPE/AGU/Advogado da União/2004) Um tratado internacional firmado pelo Brasil, aprovado pelo Congresso Nacional e promulgado pelo presidente da República, constitui fonte do direito administrativo, posto que ingressa no ordenamento jurídico pátrio como lei complementar federal.
 
GABARITOS:
 
01 - E
02 - Correto. No entanto, após a EC nº 45, de 8-12-2004, surge no mundo jurídico a súmula vinculante e com ela a Jurisprudência passa a fonte formal do Direito.
03 - Correto. No entanto, valem os mesmo comentários da questão anterior.
04 - Errado. Conforme entendimento do STF, o tratado ao ingressar no ordenamento jurídico o faz com status de lei ordinária federal. Esta é a Jurisprudência do STF anterior a EC nº 45/2004. Após esta emenda, que incluiu o §3º ao artigo 5º da CF, o tratado internacional que verse sobre direitos humanos e que seja aprovado por 3/5 dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal em 2 turnos de votação serão equivalentes às emendas constitucionais. Nos demais casos o tratado internacional terá força de lei ordinária federal.
PONTO 3 – PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturas subseqüentes. Neste sentido, são os alicerces, os fundamentos da ciência.
	Os Princípios básicos da Administração estão previstos na Constituição Federal (art. 37), mas a eles somam-se outros expressos ou implícitos na Carta Magna, bem como os doutrinários, todos indispensáveis à aplicação, seja na elaboração como na aplicação das normas legais.
Interesse Público – primário é o bem-estar coletivo, que nem sempre coincide com o interesse público secundário, referente aos órgãos estatais;
Supremacia do interesse público – que sempre estará acima do interesse privado;
Princípios Constitucionais (art. 37, caput) L I M P E:
Legalidade – ao administrador somente é dado realizar o quanto previsto na lei; reserva legal absoluta;
Impessoalidade – porquanto a atuação deve voltar-se ao atendimento impessoal, geral, ainda que venha a interessar a pessoas determinadas, não sendo a atuação atribuída ao agente público, mas à entidade estatal;
Moralidade – que encerra a necessidade de toda a atividade administrativa, bem assimde os atos administrativos atenderem a um só tempo à lei, à moral, à equidade, aos deveres de boa administração;
Publicidade – que torna cogente e obrigatória a divulgação e o fornecimento de informações de todos os atos da Administração, seja de forma interna ou externa, em regra, pois existem exceções permitidas pela própria lei.
Eficiência – impõe a necessidade de adoção pelo administrador, de critérios técnicos, ou profissionais, que assegurem o melhor resultado possível. Abolindo-se qualquer forma de atuação amadorística, obrigando também a entidade a organizar-se de modo eficiente. Não basta prestar o serviço público, é necessário que se preste da melhor maneira possível.
Princípios doutrinários:
Indisponibilidade – não cabe ao administrador determinar seus atos que serão calcados sempre nas disposições legais. Os bens, direitos e interesses públicos são confiados a ele apenas para sua gestão, nunca para a sua disposição.
Continuidade do Serviço Público – os serviços públicos não podem sofrer paralisações; é uma atividade ininterrupta. Deste princípio decorrem sub-princípios, tais como:
Proibição de greve;
Necessidade de suplência, delegação, substituição, etc;
Impossibilidade dos contratados alegarem a exceptio non adimpleti contractus;
Faculdade de utilizar os equipamentos dos contratados;
Admite-se a encampação da concessão de serviço público;
Admite-se a extinção do contrato de concessão por força da caducidade.
Autotutela – deve a Administração rever os seus próprios atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes), seja para anulá-los (quando ilegais). É o controle interno exercido dentro de cada esfera administrativa.
Tutela ou Controle finalístico – é o exercido apenas sobre os fins para o qual foi criada a entidade de colaboração com a Administração Direta. É o controle externo finalístico.
Controle judicial – está calcado no princípio da inafastabilidade da jurisdição, onde nenhuma lesão ou ameaça a direitos poderá ser excluída a apreciação do Poder Judiciário. Lembrar das duas exceções. 
Motivação – é a necessária indicação dos pressupostos de fato e dos pressupostos de direito, a compatibilidade entre ambos e a correção da medida encetada para a prática dos atos administrativos. O detalhamento, fundamentação ou justificativa, será maior ou menor conforme o ato seja vinculado ou discricionário.
Razoabilidade – ao administrador não é dado interpretar ou aplicar a lei que autoriza a sua atuação segundo seus valores pessoais, mas a partir da perspectiva do resultado que corresponda à concretização da justiça. O princípio não é decorrente da racionalidade, mas da razoabilidade, e atua como limitação ao exercício do Poder. Seria a congruência lógica entre as situações postas e as decisões administrativas. Vai se atrelar às necessidades da coletividade, à legitimidade, à economicidade, etc.
Proporcionalidade – este princípio obriga a permanente adequação entre os meios e os fins, banindo-se medidas abusivas ou de qualquer modo com intensidade superior ao estritamente necessário. O administrador público está obrigado a sacrificar o mínimo para preservar o máximo de direitos.
Igualdade – também conhecido como princípio da isonomia, estabelece que o administrador público terá que tratar a todos de forma isonômica, para realizar a vontade da lei. É sempre bom lembrar que esta isonomia é apenas objetiva, formal.
Hierarquia – é a possibilidade de orientação, fiscalização e delegação aos subalternos como forma de facilitar a execução dos serviços públicos. A doutrina costuma dirigir apenas ao Executivo e hoje, depois da emenda Constitucional nº 45, ao Judiciário; porém, vale ressaltar que em todas as esferas públicas, independentemente do Poder que estejamos falando haverá o exercício da função administrativa, seja de forma típica, seja de forma atípica.
Poder-dever de agir ou dever-poder de agir - o administrador público está gerenciando o que não é seu e sob a égide da lei, assim está obrigado a agir conforme os ditames legais, não tendo opção de escolhas.
Especialidade – as entidades estatais não podem abandonar, alterar ou modificar os objetivos para os quais foram constituídas. Sempre atuarão vinculadas e adstritas aos seus fins ou objeto social. Ex: não se admite que uma Autarquia criada para o fomento do turismo possa vir a atuar, na prática, na área da saúde, ou em qualquer outra diversa daquela legal e estatutariamente fixada.
Presunção de legitimidade, de legalidade ou de veracidade – para concretizar o interesse público que norteia a atuação da Administração, suas decisões são dotadas do atributo da presunção de legitimidade e de legalidade, tornando-as presumivelmente verdadeiras quanto aos fatos e adequadas quanto à legalidade.
Princípio da ampla defesa e do contraditório – Trata-se de exigência constitucional, prevista no art. 5º, inciso LV: "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".
Contraditório – é a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas as provas e alegações produzidas pela parte contrária.
Ampla defesa – é a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais para provar a sua inocência ou para defender as suas alegações.
Princípio da segurança jurídica – O princípio também pode ser nominado como o da estabilidade das relações jurídicas, e tem em mira garantir certa perpetuidade nas relações jurídicas estabelecidas com ou pela Administração. Ao administrador não é dado, sem causa legal que justifique, invalidar atos administrativos, desfazendo relações ou situações jurídicas. Este princípio veda a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no âmbito da Administração Púbica. Além da exigência constitucional, art. 5º, XXXVI, de ter que respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Conforme consta do art. 2º, inciso XIII, das respectivas leis: 
Nos processos administrativos serão observados, entre outros, critérios de interpretação da norma administrativa de forma que melhor garanta o atendimento de fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
EXERCÍCIOS PONTO 3 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS
(PFN/92-ESAF) O princípio de legalidade consiste em que 
é possível fazer tudo aquilo que a lei não proíbe
é necessário indicar nos atos administrativos a sua fundamentação
só é permitido fazer o que a lei autoriza ou permite 
a disciplina depende de lei
presume-se legítimo todo ato administrativo, enquanto não for revogado ou declarado nulo
(AFTN/90-ESAF) Na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, Na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, regra esta que compõe o princípio básico da 
legalidade
moralidade
finalidade
impessoalidade
publicidade
03. (Oficial de Justiça Avaliador/TRT/ES-1999-FCC)	A proibição de excesso que, em última análise, objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública, com lesões aos direitos fundamentais, refere-se ao princípio da
(A)	razoabilidade.
(B)	legalidade.
(C)	moralidade.
(D)	eficiência.
(E)	finalidade.
 
(Técnico Judiciário/TRT/ES-1999-FCC) São princípios da Administração Pública, 
expressamente previstos na Constituição Federal, dentre outros :
(A)	publicidade e a pessoalidade.
(B)	improbidade e o sigilo.
(C)	eficiência e a pessoalidade.
(D)	legalidade e a improbidade.
(E)	impessoalidade e a eficiência.
05. (Analista Judiciário - execução de mandados - TRF/RS-1999 - FCC)Em relação aos princípios básicos da Administração Pública, é INCORRETO afirmar que o da: 
(A) razoabilidade significa que a Administração deve agir com bom senso e de modo proporcional.
(B) especialidade aplica-se mais às autarquias,de modo que estas, de regra, não podem ter outras funções diversas daquelas para as quais foram criadas.
(C) indisponibilidade consiste no poder da Administração de revogar ou anular seus atos irregulares, inoportunos ou ilegais.
(D) impessoalidade significa que a Administração deve servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidárias.
(E) hierarquia refere-se ao fato de que os órgãos e agentes de nível superior podem rever, delegar ou avocar atos e atribuições.
GABARITO: 
01 – C; 
02 – A; 
03 – A; 
04 – E; 
05 - C
PONTO 4 – ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
	A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos nos termos da Constituição (CF/88, art. 18, caput). 
	
	A administração Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...”(CF/88, art. 37, caput) 
	Assim, em uma primeira classificação a Administração Pública compreende a : 
Administração Federal; 
Administração Estadual, 
Administração do Distrito Federal; e
Administração Municipal. 
Cada uma destas Administrações se subdivide em : 
Administração Direta e 
Administração Indireta. 
4.1 - ADMINISTRAÇÃO DIRETA
A Administração Direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura da chefia do Executivo e na estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do Executivo. 
Atenção : Ao falarmos da Administração Direta é inevitável citarmos os órgãos públicos.
UMA PALAVRA SOBRE OS ÓRGÃOS PÚBLICOS
	Para Hely Meirelles órgãos públicos “são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes". 
	Sabemos que personalidade jurídica significa a possibilidade de assumir direitos e obrigações. Os órgãos desprovidos de personalidade jurídica própria são entes despersonalizados.
 	Assim, os órgãos, na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional, expressam não a sua própria vontade, mas, a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados através de seus agentes (pessoas físicas)”.
	
	No entanto, e isto é muito importante, embora não tenham personalidade jurídica, alguns órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo por mandado de segurança. Essa prerrogativa é denominada de capacidade judiciária ou capacidade processual.
	Importante: essa capacidade processual só a têm os órgãos independentes e os autônomos, visto que os demais – superiores e subalternos -, em razão de sua hierarquização, não podem demandar judicialmente, uma vez que seus conflitos de atribuições serão resolvidos administrativamente pelas chefias a que estão subordinados 
	Como exemplo há o Ministério Público e o Tribunal de Contas. Estes dois órgãos não estão compreendidos na estrutura de nenhum dos três Poderes. Trata-se de órgãos independentes. Esta independência se dá no campo administrativo, financeiro e funcional.
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA: 
Existência de vínculo de subordinação, denominado de hierarquia, que liga os órgãos que a compõem - tal vínculo parte do chefe do Executivo para seus auxiliares diretos e destes para seus subordinados, no âmbito dos órgãos que chefiam, e assim por diante;
Generalidade e diversidade de atribuições. 
4.2 - ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
4.2.1 Composição
		A Administração Indireta se constitui das entidades dotadas de personalidade jurídica própria e compreende as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as associações públicas (consórcios Públicos).
	
4.2.2 Características básicas da administração indireta: 
	 
Inexistência de vínculo de subordinação, ou seja, inexistência de hierarquia, entre as entidades e a Administração Direta. Os poderes centrais exercem um controle (o nome desse controle varia entre os autores: controle administrativo, tutela, supervisão ministerial, controle finalístico etc) Para fins de concurso este controle não se assemelha ao controle hierárquico.
Especialidade das atribuições de cada entidade;
4.2.3 - O controle administrativo sobre as entidades da Administração Indireta visa : 
A realização dos objetivos fixados na lei que autorizou a sua criação;
A harmonia com a política e a programação do Governo no setor de atuação da entidade;
A eficiência administrativa.
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
	DescEntralização é a distribuição de competências entre Entidades de uma para outra pessoa, ou seja, pressupõe a existência de duas pessoas, entre as quais se repartem as competências.
	DescOncentração é a distribuição de competências entre Órgãos dentro da mesma pessoa jurídica, para descongestionar, desconcentrar, um volume grande de atribuições, e permitir o seu mais adequado e racional desempenho.
4.2.4 – AUTARQUIA: características 
 
criada por lei específica: 
	CF/88, art. 37, com redação dada pela EC nº 19, de 04.06.1998 : 
XIX: "somente por lei específica poderá ser criada autarquia" e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
pessoa jurídica de direito público;
o seu pessoal é ocupante de cargo público (estatutário), no entanto, após a Emenda Constitucional nº 19/98, poderá admitir pessoal no regime de emprego público;
regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao patrimônio renda e serviços relacionados a suas finalidades essenciais (CF/88, art. 150, VI, "a", e §2º).
desempenha serviço público descentralizado. 
4.2.5 - FUNDAÇÃO PÚBLICA: características 
criação autorizada por Lei específica e Lei complementar irá definir as áreas de sua atuação - CF/88, art. 37, XIX, com redação da EC nº 19, de 04.06.1998; 
é pessoa jurídica de direito público;
o seu pessoal é ocupante de cargo público (estatutário), no entanto, após a Emenda Constitucional nº 19/98, poderá admitir pessoal no regime de emprego público;
o regime tributário é de imunidade de impostos no que se refere ao patrimônio renda e serviços relacionados a suas finalidades essenciais (CF/88, art. 150, VI, "a", e §2º).
4.2.6 - EMPRESA PÚBLICA: características 
tem sua criação autorizada por lei específica - CF/88, art. 37, XIX, com redação dada pela EC nº 19; 
é pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações próprios distintos da pessoa que a instituiu;
o seu pessoal é ocupante de emprego público, e necessita realizar concurso público para investidura.
o seu regime tributário é o mesmo das empresas privadas (CF/88, art. 173, §1º, II, e §2º);
explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88) ; embora também possa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175);
não estão sujeitas a falência – A Lei nº 11.101/05, que disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é literal em seu Art. 2o :“Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista”;
	Forma de organização societária - qualquer das formas admitidas em direito; 
Composição do capital - a titularidade do capital é pública. No entanto, desde que a maioria do capital com direito a voto permaneça de propriedade da União, admite-se a participação de outraspessoas de direito público interno a exemplo de Estados e Municípios, bem como de suas entidades da administração indireta. 
Foro para solução dos conflitos - justiça federal (CF/88, art. 109,I)
4.2.7 - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
tem sua criação autorizada por lei específica - CF/88, art. 37, XIX, com redação dada pela EC nº 19;
 é pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações próprios distintos da pessoa que a instituiu;
	Forma de organização societária - unicamente sob a forma de sociedade anônima;
Composição do capital - a titularidade do capital pode ser pública e privada;
 
o seu pessoal é ocupante de emprego público, e necessita realizar concurso público para investidura.
o seu regime tributário é o mesmo das empresas privadas (CF/88, art. 173, §1º, II, e §2º);
explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88); embora também possa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175);.
não estão sujeitas a falência – A Lei nº 11.101/05, que disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é literal em seu Art. 2o :“Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista”;
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE SOCIEDADE E EMPRESA PÚBLICA
forma de organização societária: a sociedade de economia mista só poderá ser Sociedade Anônima. A empresa pública poderá estruturar-se sob qualquer das formas admitidas em direito (sociedade por cotas de responsabilidade limitada, sociedade anônima, etc).
composição do capital: a sociedade de economia mista é constituída por capital público e privado. A empresa pública é constituída apenas por capital público. 
foro judicial para solução dos conflitos da empresa pública federal é a justiça federal; da sociedade de economia mista é a justiça estadual (CF/88, art. 109, I). 
DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E AS EMPRESAS PÚBLICAS 
CF/88 Art. 173.................................................................. 
       
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade ;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
§ 2.º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.
	--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
§ 4.º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5.º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
4.2.8 – ASSOCIAÇÃO PÚBLICA: NOVA ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
	A Lei nº 11.107/2005 dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum. O citado diploma legal apresentou um novo integrante da Administração Indireta, trata-se da associação pública, pessoa jurídica de direito público. Explica-se: o consórcio público poderá constituir uma associação pública ou uma pessoa jurídica de direito privado. Quando constituir uma pessoa jurídica de direito público, esta integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.
Lei nº 11.107/2005 Art. 6º --------------------------------------------------------------------------§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.
	Eis um tema importantíssimo. Está criada uma nova pessoa jurídica, uma associação pública, com personalidade jurídica de direito público, integrante das Administrações Indiretas dos Estados, Municípios e da União, quando estes formarem consórcios públicos. No, entanto, dispõe o art. 1º, § 2o, que a União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
4.2.9 – AGÊNCIAS REGULADORAS
Alguns questionamentos fundamentais:
a) As agências integram a Administração Pública? SIM
b) As agências são uma espécie nova de pessoa jurídica? NÃO, elas são as já conhecidas autarquias, só que em regime especial. 
	As agências reguladoras em verdade são as conhecidas Autarquias, integrantes da Administração Indireta, qualificadas como Autarquias em regime especial, cuja principal atribuição é regulamentar e controlar a prestação dos serviços públicos quando delegados a empresas privadas através dos instrumentos da concessão e da permissão. Praticamente, a única peculiaridade das agências reguladoras e o que as tornam “especiais” é o fato de os seus dirigentes serem nomeados pelo Presidente da República, após a aprovação pelo Senado Federal, com garantia de mandato com prazo determinado. 
5 – AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
5.1 – ORIGEM DOUTRINÁRIA: O TERCEIRO SETOR 
	Para Maria Sylvia Zanella di Pietro os teóricos da Reforma do Estado incluem as atividades desenvolvidas pelas Organizações Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público-OSCIP no chamado terceiro setor. O primeiro setor seria o do chamado setor público estatal propriamente dito. O segundo setor seria o das empresas privadas que exercem atividade econômica. O chamado terceiro setor seria conhecido como o setor público não-estatal.
As Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas por particulares, assim qualificadas quando atendam aos requisitos previstos na lei federal nº 9.637, de 15.05.1998, e firmam com o Poder Público Contratos de Gestão. 
5.2 - CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - lei federal nº 9.637, de 15.05.1998
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Não integram a Administração Pública (nem Direta, nem Indireta); 
É pessoa jurídica de direito privado, criada por particulares, sem fins lucrativos (art. 1º);
Formação de vínculo através de instrumento denominado de Contrato de Gestão, que será submetido ao Ministro de Estado da área de atividade (art. 6º);.
Poderão receber recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão (art. 12);
É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as Organizações Sociais com ônus para a origem (art. 14, caput);
É dispensável a licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão (lei 8.666/93, art. 24, XXIV);
A execução do contrato de gestão será fiscalizada pelo órgão ou entidade supervisora da áreade atuação correspondente à atividade fomentada, cujos responsáveis ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, na utilização de recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária (arts. 8º e 9º); 
O conselho de administração da Organização Social deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo estatuto, e ser composto por 20 a 40% de seus membros por representantes do Poder Público (art. 3º, I, “a”). 
6 - ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
	As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, também são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas por particulares, assim qualificadas quando atendam os requisitos previstos na lei federal nº 9.790, de 23.03.1999, e firmam com o Poder Público Termos de Parceria. 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE Organização Social e OSCIP
Participação de agentes do Poder Público: obrigatória nas Organizações Sociais; permitida nas OSCIP;
Instrumento de formalização: contrato de gestão nas Organizações Sociais; Termo de parceria nas OSCIP;
Exigências de ordem contábil/fiscal: balanço patrimonial, demonstrativo do resultado do exercício, declaração de isenção do IR, entre outros para as OSCIP; não há tal exigência para as Organizações Sociais. 
Substituição na realização das atribuições da Administração Pública para as Organizações Sociais, o que não ocorre com as OSCIP.
7 - ENTIDADES PARAESTATAIS 
	O tradicionalíssimo Hely Lopes Meirelles, e neste aspecto, leia-se Fundação Carlos Chagas, entende por entidades paraestatais as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública Indireta (empresas públicas, sociedades de economia mista, as fundações de direito privado instituídas pelo Poder Público), além destes os serviços sociais autônomos. Entende o autor que tais entidades constituem meio termo entre o público e o privado.
	Em meio a enorme divergência doutrinária, o administrativista Celso Antônio Bandeira de Mello, entende que a expressão abrange pessoas privadas que colaboram com o Estado desempenhando atividade não lucrativa e à qual o Poder Público dispensa especial proteção, colocando a serviço delas manifestações de seu poder de império, como o tributário, por exemplo. Não abrange as sociedades de economia mista e empresas públicas; trata-se de pessoas privadas que exercem função típica (embora não exclusiva do Estado), como as de amparo aos hipo-suficientes, de assistência social, de formação profissional (SESI, SESC, SENAI). 
	Para Maria Sylvia Zanella di Pietro, a expressão entidades paraestatais inclui além dos serviços sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI), também as entidades de apoio (em especial as fundações, as associações e cooperativas), as chamadas organizações sociais e as organizações da sociedade civil de interesse público. 
Segundo a Jurisprudência do STJ (CC 41246 / SC; CONFLITO DE COMPETENCIA 2004/0001457-4):Os serviços sociais autônomos, embora compreendidos na expressão entidade paraestatal, são pessoas jurídicas de direito privado, categorizadas como entes de colaboração que não integram a Administração Pública, mesmo empregando recursos públicos provenientes de contribuições parafiscais.
O CONTRATO DE GESTÃO
	Estudamos que o contrato de gestão é o instrumento que estabelece o vínculo entre o poder público e as ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, conforme dispõe a Lei federal nº 9.637, de 15.05.1998.
	No entanto, o contrato de gestão é instrumento que também pode ser utilizado no âmbito da própria administração pública, neste caso, o contrato de gestão destina-se a ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta. 
Vejamos a previsão constitucional:
	 
CF/ Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
QUESTÕES – ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA			 
01 - (AFTN/98). A titulação genérica de Administração Pública, usada pelo legislador constituinte de 1988, ao tratar da Organização do Estado, para efeito de sujeição dos seus atos à obediência de determinados princípios fundamentais e à observância de outras exigências, restrições ou limitações ali declinadas, abrange e alcança 
os órgãos dos Três Poderes, quer os da União, dos Estados, do Distrito Federal como os dos Municípios
os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, exceto dos Poderes Legislativo e Judiciário
os órgãos dos Três Poderes e as entidades descentralizadas, exceto os dos Poderes Legislativo e Judiciário
os órgãos públicos, exceto os dos poderes legislativos e judiciário.
as autarquias, excetuando as empresas públicas e sociedade de economia mista
- (Juiz - TJ/SP- 2000) A autarquia, na organização administrativa, faz parte :
da administração direta.
do setor privado da administração.
de um corpo à parte da administração.
da administração indireta.
-(Exame OAB/SP-1999) Qual a pessoa jurídica de direito público categorizada como Administração Indireta?
Empresa pública.
Distrito Federal.
Organização social.
Autarquia.
- (AFTN/96). As seguintes afirmativas sobre órgão público são corretas, exceto:
integra a estrutura de uma pessoa jurídica
possui patrimônio próprio
pode expressar capacidade judiciária
não possui personalidade jurídica
apresenta competência própria
- (ACE/98). Tratando-se de Administração Pública, assinale a afirmativa falsa.
A autarquia pode exercer poder de polícia administrativa.
A criação de empresa pública depende de lei autorizativa, mas sua personalidade advém do registro competente. 
órgão público decorre do fenômeno da descentralização.
As fundações públicas devem ter por objeto atividades de natureza social ou científica.
Os bens das autarquias não estão sujeitos a penhora. 
- (TTN-94/Manhã). A criação de uma entidade, por meio de lei, com personalidade jurídica própria, para o desempenho exclusivo de uma atividade administrativa, própria do Poder Público, configura uma forma de
 
delegação competência
concessão
coordenação
desconcentração
descentralização
- (TTN/97). Não constitui característica das entidades descentralizadas a(o)
submissão de seus servidores ou empregados às regras de acumulação de cargos, empregos e funções públicas
capacidade de auto-administração
personalidade jurídica própria
vínculo de subordinação à entidade política que a instituiu
patrimônio distinto daquele do ente instituidor
- (MPU/93). A Administração Pública Federal Indireta, em face do Decreto-Lei 200/67, com as modificações posteriores, é constituída, no seu todo, pelas seguintes entidades:
autarquias e empresas públicas
autarquias, empresas públicas e sociedade de economia mista
as da letra “b” anterior, mais as fundações públicas
as letras “b” e “c” anteriores, mais os serviços sociais autônomos
as das letras “b”, “c” e “d” anteriores, mais as suas subsidiárias.
09 - (AFC/97). Quanto às entidades da Administração Pública Indireta é correto afirmar:
as sociedades de economia mista subordinam-se ao órgão respectivo da entidade matriz
a entidade administrativa descentralizada, com personalidade jurídica de direito público, tem capacidade de legislar
patrimônio da empresa pública é insuscetível de penhora
a fundação pode ter como objetivo estatutário precípuo o exercício de atividadeeconômica
os atos da autoridade autárquica têm natureza de ato administrativo
- (INSS/93). A chamada Administração Indireta, na área federal, em face do Decreto-Lei 200/67 (Reforma Administrativa) e legislação a ele superveniente é constituída pelas seguintes espécies de entidades, na sua total abrangência: 
pelas autarquias, exclusivamente
apenas pelas autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista
pelas da letra “b” anterior mais as fundações públicas
só pelas empresas públicas e sociedade de economia mista
pelas referidas nas letras “b” e “c” anterior, mais os denominados serviços sociais autônomos
- (AFTN-março/94). As autarquias federais, pela sua natureza, são consideradas pessoas 
políticas
administrativas, com personalidade jurídica de direito privado
jurídicas de direito privado
administrativas, sem personalidade jurídica própria
jurídicas de direito público
- (AGU/96). As empresas públicas, na área federal, são
pessoas jurídicas de direito privado
pessoas jurídicas de direito público
órgãos públicos autônomos
sem personalidade jurídica própria
entidades que estão fora do âmbito da Administração Pública
- (AGU/94). As chamadas Fundações Públicas, em face do Decreto-Lei 200/67, com as alterações nele introduzidas (Lei 7.596/87), são hoje consideradas integrantes da Administração Federal Indireta, na condição de 
tipos específicos de entidades dessa natureza, com conceituação própria
entidade equiparadas às empresas públicas
autarquias
espécies de serviços sociais autônomos de cooperação estatal
entidades de cooperação, sem uma conceituação legal própria
- (PFN/92). As sociedades de economia mista 
estão sujeitas à falência e o Estado não responde subsidiariamente por suas obrigações
podem ter seus bens penhorados e o Estado responde subsidiariamente por suas obrigações
não podem ter seus bens penhorados, porque estão sujeitas ao processo especial de execução contra a fazenda Pública
não estão sujeitas à falência e o Estado não responde subsidiariamente por suas obrigações
podem ter seus bens penhorados, mas o Estado não responde subsidiariamente por suas obrigações
- (TTN/97). Sociedade de economia mista e empresa pública diferem quanto ao seguinte elemento:
composição de seu capital 
patrimônio
natureza de sua atividade
regime jurídico de seu pessoal
forma de sujeição ao controle estatal
16 - (AGU/94). A diferenciação fundamental entre a Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista reside precisamente (questão adaptada)
no controle acionário do capital social, pelo Poder Público
na intensidade de participação do Poder Público no seu capital social, na primeira é total, na segunda parcial
na natureza especifica do tipo de atividade desenvolvida
na sua personalidade jurídica
na sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias
17 - (INSS/93). O que distingue, essencialmente, uma empresa pública de uma sociedade de economia mista é (questão adaptada)
o servidor da primeira ocupa cargo público o servidor da segunda ocupa emprego público 
as primeira é pessoa jurídica de direito público, a segunda pessoa jurídica de direito privado
a primeira somente poderá ser criada por lei específica, enquanto a segunda a lei autoriza a sua criação
na primeira os empregados se aposentam por um regime próprio de previdência, na segunda a aposentadoria se dará por pelo Regime Geral de Previdência Social 
na primeira a titularidade do capital social é apenas pública, na segunda existe participação de capital privado 
18 - (AGU/94). O Banco do Brasil é 
um órgão autônomo integrante da Administração Federal Direta
um órgão autônomo vinculado ao Poder Legislativo
uma Autarquia Federal
uma Empresa Pública
uma Sociedade de Economia Mista
PONTO 1 – DA ADMINISTRATIVA PÚBLICA 
1 - A
2 - D
3 - D
4 - B
5 - C
6 - E
7 - D
8 - C
9 - E
10 - C
11 - E
12 - A
13 - A
14 - B
15 - A
16 - B
17 - E
18 - E
PONTO 5 – REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
5.1 - CONCEITO
	São traços que tipificam o direito administrativo, colocando a administração pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Abrange o conjunto das prerrogativas (vantagens, privilégios) e restrições (que são os limites) a que está submetida a administração pública e que não se encontram nas relações entre particulares. 
5.2 – ALGUMAS DAS PRERROGATIVAS: 
a) Constituição dos particulares em obrigações por meio de ato unilateral (multas, por exemplo), bem como modificar, unilateralmente, situações estabelecidas.
	Exemplo 1: o § 1º do art. 65 da lei nº 8.666/93, de licitações e contratos, determina :
	“o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato... “ 
	Exemplo 2: uso da propriedade particular, no caso de iminente perigo público, conforme determina a Constituição no art. 5º, XXV.
	Exemplo 3: ato de desapropriação (também conhecido por ato de expropriação ou ato expropriatório), autorizada pela Constituição, art. 5º, XXIV e 22, II. 
b) Os atributos dos atos administrativos: Presunção de legitimidade dos atos públicos que são plenamente lícitos até que se prove em contrário, cabendo a quem alegar o defeito a sua comprovação; Imperatividade dos atos administrativos que são impostos mesmo sem a concordância das partes envolvidas, bem como, de regra, a auto-executoriedade que desobriga a administração solicitar ordem judicial para suas ações; autorizam até mesmo, em alguns casos, e desde que observado o princípio da proporcionalidade, a utilização da força, coercibilidade. Exemplo: a vigilância sanitária pode apreender remédios falsificados e alimentos imprestáveis ao consumo. Neste exemplo temos caracterizado o exercício do Poder de Polícia da Administração Pública.
c) Exercício da autotutela - este princípio autoriza a Administração a rever seus próprios atos: ANULANDO-OS quando ilegais; ou REVOGANDO-OS quando apresentarem-se inconvenientes ou inoportunos. Evidentemente que este princípio não retira a possibilidade do Poder Judiciário anular os atos da Administração quando ilegais ( Súmula 473 do STF ).
c) Princípio da continuidade do serviço público – por este princípio o Estado, por desempenhar funções essenciais ou necessárias à coletividade, não pode deixar parar o serviço público. Daí decorre o inciso IX, art. 37, da Constituição Federal: contratação temporária (sem a realização de concurso público) para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. 
d) Processos Judiciais com prazos maiores para a Administração. Exemplo : art. 188 do Código de Processo Civil : 
“Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar (apresentar defesa) e em dobro para recorrer quando for parte a Fazenda Pública “.
	Podemos resumir dizendo : 
A Administração Pública e o particular (também chamado de administrado) não estão no mesmo pé de igualdade ou no mesmo nível. Dessa desigualdade ou supremacia decorrem privilégios. Sempre que houver conflito entre o interesse público e o particular, prevalecerá o interesse público. 
Todavia, o exercício das PRERROGATIVAS NÃO AUTORIZA a Administração a agir com arbitrariedade. Fica vedado o uso de tais instrumentos para atingir FINALIDADES que não sejam as do BEM COMUM. Caso isso aconteça os atos administrativos estarão viciados e poderão ser anulados. 
5.3 - RESTRIÇÕES : 
Concurso público para admissão aos cargos e empregos públicos;
Licitação pública para escolha de quem vai contratar com a Administração. 
Aspessoas administrativas (autarquias, fundações, etc) não têm disponibilidade sobre os interesses públicos confiados à sua guarda e realização. Os interesses públicos não se encontram a livre disposição de quem quer que seja em um Estado Democrático de Direito.
Observância da Finalidade Pública - a Administração está sujeita a perseguir em todos os seus atos uma finalidade pública ( interesse público ), sob pena de nulidade do ato administrativo. 
Observância da Legalidade - a Administração em toda a sua trajetória há de estar submissa à Lei. Princípio da reserva legal.
Obrigatoriedade de dar Publicidade - a Administração há que ser transparente em sua atuação, dando publicidade aos seus atos para que possam produzir efeitos.
Observância da Impessoalidade - a Administração não pode agir baseada em critérios pessoais, subjetivos, discriminatórios. Tem que adotar critérios objetivos.
	Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o regime jurídico administrativo pode ser resumido em apenas dois Princípios essenciais :
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PARTICULAR;
INDISPONIBILIDADE, PELA ADMINISTRAÇÃO, DOS INTERESSES PÚBLICOS;
EXERCÍCOS PONTO 5 – Regime jurídico Administrativo 
01- (TCE -PR – Auditor/2003/ESAF) Tratando-se do regime jurídico-administrativo, assinale a afirmativa falsa.
a) As relações entre entidades públicas estatais, de mesmo nível hierárquico, não se vinculam ao regime jurídico-administrativo, em virtude de sua horizontalidade.
b) Por decorrência do regime jurídico-administrativo, não se tolera que o Poder Público celebre acordos judiciais, ainda que benéficos, sem a expressa autorização legislativa.
c) A aplicação do regime jurídico-administrativo autoriza que o Poder Público execute ações de coerção sobre os administrados sem a necessidade de autorização judicial.
d) O regime jurídico-administrativo é entendido como um conjunto de regras e princípios que informa a atuação do Poder Público no exercício de suas funções de realização do interesse público.
e) O regime jurídico-administrativo deve pautar a elaboração de atos normativos administrativos, bem como a execução de atos administrativos e ainda a sua respectiva interpretação.
GABARITO
01 - A
PONTO 6 – PODERES ADMINISTRATIVOS: USO E ABUSO DE PODER
	Os Poderes Administrativos são inerentes à Administração Pública e possuem caráter instrumental, ou seja, são instrumentos de trabalho essenciais para que a Administração possa desempenhar as suas funções atendendo o interesse público. Os poderes são verdadeiros poderes-deveres, pois a Administração não apenas pode como tem a obrigação de exercê-los.
- CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES
Poder Vinculado
Poder Discricionário
Poder Hierárquico
Poder Disciplinar
Poder Regulamentar
Poder de Polícia
6.1.1 - PODER VINCULADO 
	É o Poder que tem a Administração Pública de praticar certos atos "sem qualquer margem de liberdade". A lei encarrega-se de prescrever, com detalhes, se, quando e como a Administração deve agir, determinando os elementos e requisitos necessários.
Ex: A prática de ato (portaria) de aposentadoria de servidor público.
Poder vinculado ou regrado é aquele conferido a Administração para a prática de ato de sua competência, determinando os requisitos necessários à sua formação. 
A legalidade é o princípio basilar que norteia toda a seara do direito público impondo ao administrador a aplicação de seu comando de acordo com todos os elementos especificados no seu texto.
O poder vinculado atinge a atuação administrativa sempre que a manifestação do ato administrativo depender do preenchimento de requisitos que retiram do administrador qualquer margem de liberdade no que tange determinada medida, vez que a lei enunciou estritamente sobre a competência do agente, a finalidade a ser perseguida pelo ato, a forma de sua exteriorização, o motivo que lhe desencadeará execução e o objeto a ser atingido.
O agente público fica totalmente preso ao enunciado legal, dele não podendo se desviar, ultrapassar, ou omitir sob hipótese nenhuma.
Relegando qualquer dos elementos vinculantes do ato, este será nulo e assim poderá ser declarado pela própria Administração (autotutela) ou pelo Judiciário (Princípio da inafastabilidade da Jurisdição), porque a vinculação é matéria de legalidade.
Obs: Estabelecer a diferença entre Legalidade x Reserva Legal.
6.1.2 - PODER DISCRICIONÁRIO
	É aquele pelo qual a Administração Pública de modo explícito ou implícito, pratica atos administrativos com determinada margem de liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. 
	A discricionariedade é a liberdade de escolha dentro de limites permitidos em lei, não se confunde com arbitrariedade que é ação contrária ou excedente da lei. 
	Ex: Autorização para porte de arma; Exoneração de um ocupante de cargo em comissão.
A Discricionariedade não poderá atingir qualquer requisito de validade do ato, já que é a lei que determina o espaço em que poderá incidir tal parcela de liberdade, pois existem elementos que mesmo em se tratando de atos discricionários são regrados por natureza, tais como competência do a agente, a finalidade pública e a forma de sua materialização no mundo jurídico.
O poder discricionário recai na seara do mérito administrativo no que se refere à seleção da conveniência, oportunidade e conteúdo naquilo que diz respeito ao objeto e motivo do ato, levando-se em consideração os critérios de boa administração e bom senso que devem conduzir toda a atividade da Administração. Pode-se com isso afirmar que a discricionariedade do poder é relativa e parcial, pois subsiste apenas no âmbito permitido pela lei.
Discricionariedade é liberdade de ação administrativa, dentro dos limites dispostos em lei, sendo inegável a legitimidade do instituto, que não há que se confundir com a arbitrariedade que é conduta excedente ou contrária a lei, sendo portanto ação ilegal e ilegítima. 
6.1.3 - PODER HIERÁRQUICO
Poder Hierárquico é aquele de que dispõe a Administração Pública para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo relação de subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal. No seu exercício dão-se ordens, fiscaliza-se, delega-se e avoca-se. 
A hierarquia é elemento típico da organização de toda Administração pública, estabelecendo a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes do executivo imprescindível ao funcionamento adequado da atividade administrativa.
O poder hierárquico tem por objeto ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades da Administração, repartindo e escalonando as funções entre os agentes do poder, de modo que cada um possa exercer eficientemente seu encargo; coordena, entrosando as funções no sentido de obter o funcionamento harmônico de todos os serviços a cargo do mesmo órgão; controla, velando pelo cumprimento da lei e das instruções e acompanhando a conduta e o rendimento de cada servidor; corrige os erros administrativos, pela ação revisora dos superiores sobre os atos dos inferiores.
Desse modo, a hierarquia atua como instrumento de organização e aperfeiçoamento do serviço e age como meio de responsabilização dos agentes administrativos, impondo-lhes o dever de obediência. Os subordinados devem estrita obediência às ordens superiores a menos que estas se revelem manifestamente ilegais.
Do poder hierárquico decorrem faculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, de delegar e avocar atribuições e a de rever os atos dos inferiores.
Fiscalizar é vigiar permanentemente os atos praticados pelos subordinados, com o intuito de manter a legalidade, perenidade e celeridade do serviço; delegar é conferir a outrem atribuições que originariamente competiam ao delegante;avocar é chamar para si funções originariamente atribuídas a um subordinado; rever atos dos superiores hierárquicos é apreciar tais atos em todos os seus aspectos (competência, objeto, oportunidade, conveniência, justiça, finalidade e forma), verificando se o ato é passível de realizar legalmente e legitimamente seus fins.
6.1.4 - PODER DISCIPLINAR
	É aquele através do qual a lei permite à Administração Pública aplicar penalidades às infrações de seus servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa e ligadas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração, a exemplo dos que celebram contratos. O regime jurídico da licitação e dos contratos administrativos confere à Administração a prerrogativa de aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste, garantida a prévia defesa, no prazo de cinco dias úteis (§ 2º, art. 87)
	Maria Sylvia adverte que o pode disciplinar não abrange sanções impostas a particulares não sujeitos à disciplina interna da Administração, porque, nesse caso, as medidas punitivas encontram seu fundamento no poder de polícia do Estado.
	Poder disciplinar não se confunde com Poder Hierárquico. No Poder hierárquico a administração pública distribui e escalona as funções de seus órgãos e de seus servidores. No Poder disciplinar ela responsabiliza os seus servidores pelas faltas cometidas. 
O poder disciplinar confere a Administração a possibilidade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina de seus órgãos e de seus serviços.
O poder disciplinar se relaciona intimamente com o poder hierárquico na medida em que no uso do poder hierárquico a Administração Pública distribui e escalona as suas funções executivas, cabendo ao poder disciplinar o controle do desempenho dessas funções e da conduta interna de seus servidores, responsabilizando-os, administrativamente, pelas faltas cometidas. Constata-se na atuação desse poder o interesse da Administração Pública de manter sob controle o funcionamento da máquina administrativa no que diz respeito à atividade de cada um de seus agentes, vez que as infrações funcionais por estes praticadas, podem ser punidas pela própria Administração através de sanções específicas.
A aplicação de tais medidas depende da regular apuração da falta disciplinar e da concessão da oportunidade de ampla defesa ao acusado, apesar de não estar a autoridade administrativa adstrita às formalidades processuais inerentes ao judiciário. Pode o agente competente se utilizar de meios simples e consentâneos com a finalidade de apurar a falta e impor a pena adequada. 
Inadmissível é que deixe de indicar claramente o motivo e os meios regulares usados para a verificação da falta, objeto de punição disciplinar, já que esses pressupostos estão claramente definidos nas normas que elucidam a sindicância e o processo administrativo disciplinar como procedimentos preparatórios para o exercício da faculdade punitiva.
A escolha da penalidade a ser aplicada ao agente infrator pode estar revestida do caráter vinculado ou discricionário. Quando a discricionariedade estiver presente na indicação da pena a ser a ser aplicada ao caso concreto, cabe ao administrador usar de critérios prudentes e ter em vista os deveres do infrator; sua relação com o serviço e a falta verificada, aplicando a sanção que julgar cabível, oportuna, conveniente e proporcional dentre as que estiverem enumeradas em lei ou regulamento.
Vale ressaltar, que a aplicação da pena disciplinar tem para o superior hierárquico o caráter de um poder-dever, uma vez que a condescendência na punição é considerada crime contra a Administração Pública (Código Penal, art. 320).
6.1.5 - PODER REGULAMENTAR
	A doutrina tradicional conceitua como aquele inerente aos Chefes dos Poderes Executivos (Presidente, Governadores e Prefeitos) para expedir decretos e regulamentos para complementar, explicitar (detalhar) a lei visando sua fiel execução. 
CF/88 Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”;	
	Sabe-se, no entanto, que o poder normativo cabe predominantemente, mas não exclusivamente, ao Poder Legislativo. Ao Poder Executivo (leia-se aos chefes de Poder Executivo) compete expedir regulamentos para fiel execução da lei. 
	Ocorre que a promulgação da Emenda Constitucional nº 32/2001, deu nova redação ao inciso ao inciso VI do art. 84. Vejamos:
 
Redação original:
CF/88 Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República
VI - dispor sobre organização e funcionamento da administração federal, na forma da lei.
Redação dada pela EC nº 32/2001:
CF/88 Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República
VI – dispor mediante decreto sobre;
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
	Isto foi suficiente para alguns autores opinarem que foi autorizada a expedição de decretos autônomos. Anteriormente à edição da EC nº 32/2001, havia orientação segura, inclusive do STF, no sentido de que:
	“O direito brasileiro não admite os chamados decretos autônomos, ou seja aqueles que trazem matéria reservada à lei”. 
	Eu não enxergo razão para que esta orientação jurisprudencial do STF sofra qualquer mudança, apesar da supracitada emenda Constitucional. 
	O poder normativo se expressa de outras maneiras através de atos normativos de caráter geral e efeitos externos (resoluções, portarias, deliberações), oriundos de várias escalas de competências, cuja produção atinge a função administrativa onde quer que ela seja exercida.
O poder regulamentar é exclusivo dos chefes do poder executivo, sendo por isso indelegável a qualquer subordinado. Tal prerrogativa se exterioriza por meio de decreto e somente se exerce quando a lei dá margem à atuação da Administração, no uso de critérios discricionários para decidir a melhor forma de lhe dar execução.
Regulamento é ato administrativo normativo e geral, expedido exclusivamente pelos chefes do executivo, através de decreto, que se destina a suprir lacuna legitimamente deixada pela lei. O regulamento não poderá invadir a esfera de atuação estritamente legal, porque não é lei, não podendo, a despeito disso, contrariá-la, criar direitos, impor obrigações e penalidades despidas de sua previsão, não se justificando, igualmente, a sua interferência nas matérias esgotadas por seu conteúdo.
	
- PODER DE POLÍCIA
O poder de polícia representa para a administração pública mais do que uma prerrogativa, já que o exercício dessa faculdade representa uma atividade administrativa essencial do Estado, que sempre foi realizada pelas organizações políticas para a manutenção da ordem pública, independentemente da existência de um direito administrativo propriamente dito. Considerando a importância dessa abordagem, vislumbramos diversas fontes conceituais para enriquecer esse estudo.
	Hely Lopes Meirelles vislumbra concisamente que “poder de polícia é faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.”
	Caio Tácito, clássico autor, assim dispõe sobre o instituto: “o poder de polícia é, em suma, o conjunto de atribuições concedidas à Administração para disciplinar e restringir, em favor do interesse público adequado, direitos e liberdades individuais.” 
	Celso Antônio Bandeira de Melo conceitua poder de polícia como “atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos interesses coletivos...”
	Maria Sylvia Zanella Di Pietro sinteticamente expõe poder de polícia como “atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefíciodo interesse público.”
	Diogenes Gasparini aduz a esse poder como atribuição “a que dispõe a Administração Pública para condicionar o uso, o gozo e a disposição da propriedade e o exercício da liberdade dos administrados no interesse público ou social.”
	Jean Riviero define Poder de Polícia como “o conjunto de intervenção da Administração que tende à livre ação dos particulares a disciplina exigida pela vida em sociedade.”
	O Código Tributário Nacional, em seu art. 78 extensivamente preceitua: “Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina de produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública, à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.”
	Para melhor adequar o conceito de Poder de Polícia a sua natureza jurídica é recomendável considerar Poder de Polícia como prerrogativa concedida ao Estado (Administração Pública) para condicionar e restringir a fruição de bens, direitos e atividades individuais, em detrimento do interesse coletivo da sociedade em geral e do próprio Estado. 
	
Em resumo: é a ação através da qual a Administração Pública tem a faculdade de condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício do interesse público. 
Extensão do Poder de Polícia - a extensão é bastante ampla, porque o interesse público é amplo. Segundo o CTN “Interesse público é aquele concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, a tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais” (Código Tributário Nacional, art. 78, segunda parte). 
 
	Várias são as leis que limitam a vontade particular para viabilizar o interesse maior da sociedade como por exemplo na vigente Constituição da República claras limitações as liberdades pessoais (art. 5º., XI e XIII); ao direito de propriedade (art. 5º.,XXIII e XXIV); ao exercício das profissões (art. 5º.,XIII); ao direito de reunião (art. 5º.,XVI); aos direitos políticos (art.15); à liberdade de comércio (arts., 170 e 173). Igualmente o Código Civil condiciona o exercício dos direitos individuais ao seu uso normal, proibindo o abuso (art.160), e no que concerne aos direitos de construir, condiciona-o a respeitar os regulamentos administrativos e o direito dos vizinhos (arts. 554, 572 e 578).
LIMITES DO PODER DE POLÍCIA
Necessidade – a medida de polícia só deve ser adotada para evitar ameaças reais ou prováveis de perturbações ao interesse público;
Proporcionalidade/razoabilidade – é a relação entre a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser evitado; 
Eficácia – a medida deve ser adequada para impedir o dano a interesse público.
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
	O poder de polícia possui atributos específicos, quais sejam: discricionariedade, auto-executoriedade e coercibilidade.
A discricionariedade representa a livre escolha, por parte da Administração, da oportunidade e conveniência de exercer o poder de polícia. Em regra, por estar presente na maior parte das medidas de polícia, o pode de polícia é discricionário (a exemplo da concessão de porte de arma), mas poderá ser vinculado quando a lei prevê os requisitos diante dos quais a Administração é obrigada a conceder o alvará (licença para construir, licença para dirigir veículos).
	O poder de polícia se manifesta na sua quase totalidade de forma discricionária em virtude da complexidade de situações que ensejam a sua atuação. 
	A autoridade administrativa competente usará de seu livre arbítrio para decidir sobre a oportunidade, conveniência e aplicação da sanção que melhor se adeque a situação prática. 
	Cabe, entretanto esclarecer que a Administração assim procederá observando limites legais o que significa dizer que a discricionariedade não se confunde com arbitrariedade, sendo vedado à autoridade administrativa exorbitar da lei, desviando ou abusando do poder que lhe foi conferido. Nesses casos tem o administrado a sua disposição os remédios constitucionais do título dos direitos e garantias fundamentais (Mandado de Segurança e Habeas Corpus).
A auto-executoriedade corresponde à possibilidade da Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. A auto-executoriedade pode decorrer da lei ou da necessidade imediata de medida que vise a evitar dano iminente.
	O que o princípio da auto-executoriedade autoriza é a prática do ato de polícia administrativa pela própria Administração, independentemente de mandado judicial. 
	Pelo atributo da auto-executoriedade, a Administração compele materialmente o administrado, usando meios diretos de coação. Caso o administrado se sinta lesado pela atuação da Administração não cabe a ele questionar a medida, mas tão somente procurar a via judiciária para corrigir a eventual ilegalidade do Poder Público.
	A auto-executoriedade não está presente em todas as medidas de polícia administrativa, fazendo-se necessário para a Administração que a lei autorize expressamente o uso da prerrogativa, ou que se trate de medida urgente para a defesa de interesse público.
A coercibilidade corresponde à imposição coativa das medidas adotadas pela Administração. Os atos de polícia detêm alto grau de imperatividade, não podendo curvar-se ao interesse dos administrados de prestar ou não obediência às imposições, admitindo-se até a utilização de força pública para o seu cumprimento. 
	A coercibilidade representa o atributo de poder de polícia que garante ao Estado a possibilidade de utilizar a força para fazer valer as medidas de poder de polícia, toda vez que o particular oferecer resistência a execução das mesmas. Trata-se de uma prerrogativa que só deve ser utilizada pelo Estado em último caso, quando não existirem outros recursos capazes de promover a ação pública, de caráter urgente para a manutenção de condições mínimas de ordem e salubridade pública.
	Assim como em relação aos demais atributos, verifica-se que o uso da prerrogativa nem sempre é fundamental para a ação do Estado, por isso não está presente em todas as operações da polícia administrativa, mas quando por força das circunstâncias estiver, deve o agente público que agir de forma coercitiva fazê-lo de acordo com padrões de razoabilidade e proporcionalidade passíveis de justificar da medida, sob pena de responder o Estado pelos danos causados pelo excesso na coerção.
 COMPLEMENTO NECESSÁRIO: USO E ABUSO DE PODER
CONCEITO
O uso devido do poder é o seu emprego segundo as normas legais, a finalidade do ato e as exigências do interesse público. Sem esses requisitos o ato administrativo expõe-se a nulidade por ilegalidade ou ilegitimidade.
O abuso do poder ocorre quando a autoridade ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades administrativas.
SÃO FORMAS DE ABUSO DO PODER
Excesso de Poder 
Desvio de Poder (ou Desvio de Finalidade) 
EXCESSO DE PODER
Ocorre quando o agente público excede os limites de sua competência. Em resumo: quando exorbita de suas atribuições e invade as atribuições de outro agente. Ex: Uma autoridade (Ministro de Estado), que tem competência para aplicar pena de suspensão, aplica a pena de demissão que é da competência de outra (Presidente da República).
DESVIO DE PODER OU DE FINALIDADE
Ocorre quando o agente busca alcançar fim diferente do que a lei determinou. A denominação desvio de finalidade é a adotada pela lei de ação popular nº 4.717, de 29/ 06/1965, art. 2º, parágrafo único, letra "e", dispõe que :
	O desvio de finalidade

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