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São Carlos, v.8 n. 32 2006 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Reitor: Profa. Titular SUELY VILELA SAMPAIO Vice-Reitor: Prof. Titular FRANCO MARIA LAJOLO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Diretor: Prof. Titular FRANCISCO ANTONIO ROCCO LAHR Vice-Diretor: Prof. Titular ARTHUR JOSÉ VIEIRA PORTO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS Chefe do Departamento: Prof. Titular CARLITO CALIL JUNIOR Suplente do Chefe do Departamento: Prof. Titular SÉRGIO PERSIVAL BARONCINI PROENÇA Coordenador de Pós-Graduação: Prof. Associado MARCIO ANTONIO RAMALHO Editor Responsável: Prof. Associado MÁRCIO ROBERTO SILVA CORRÊA Coordenadora de Publicações e Material Bibliográfico: MARIA NADIR MINATEL e-mail: minatel@sc.usp.br Editoração e Diagramação: FRANCISCO CARLOS GUETE DE BRITO MASAKI KAWABATA NETO MELINA BENATTI OSTINI TATIANE MALVESTIO SILVA São Carlos, v.8 n. 32 2006 Departamento de Engenharia de Estruturas Escola de Engenharia de São Carlos – USP Av. Trabalhador Sãocarlense, 400 – Centro CEP: 13566-590 – São Carlos – SP Fone: (16) 3373-9481 Fax: (16) 3373-9482 site: http://www.set.eesc.usp.br EEDDIITTOORRIIAALL Caro leitor Os Cadernos de Engenharia de Estruturas têm publicado artigos que possam interessar a pesquisadores, consultores, engenheiros civis, arquitetos e alunos de graduação e pós-graduação. A presente edição publica, em caráter especial, um conjunto de trabalhos apresentados no III Encontro sobre Pesquisa de Doutorado na Área de Engenharia de Estruturas (ENDOSET 2006). Esse conjunto é constituído por 43 resumos expandidos que mostram um espectro das pesquisas em desenvolvimento no âmbito do Departamento de Engenharia de Estruturas (SET/EESC/USP) nos últimos dois anos, em nível de doutorado e pós-doutorado. Como o leitor poderá perceber, esse espectro é bastante amplo, mostrando a diversidade dos temas e possibilidades de aplicação dos projetos de pesquisa em andamento no SET/EESC/USP. Os estudos desenvolvidos envolvem tanto a pesquisa acadêmica pura como os trabalhos com inserção imediata na prática da Engenharia de Estruturas. Espera-se que o objetivo do ENDOSET, que é o de promover a mais ampla divulgação e discussão dos trabalhos em andamento no SET/EESC/ USP, possa se estender através das páginas dos Cadernos, permitindo ao leitor informar-se e interagir com os autores dos trabalhos, através das ferramentas de comunicação hoje disponibilizadas pela Internet. Aproveita-se a oportunidade para agradecer à comissão organizadora e os participantes do III ENDOSET. Fica aqui expresso o agradecimento especial à Pró Reitoria de Pesquisa da USP e à Belgo/Grupo Arcelor pelo patrocínio. Márcio R. S. Corrêa Editor SSUUMMÁÁRRIIOO ESTRUTURAS DE CONCRETO E DE ALVENARIA Estudo numérico e experimental da compressão de peças de alvenaria estrutural Alexandre Alves de Freitas & Marcio Antonio Ramalho 1 Desenvolvimento de técnicas híbridas de reforço de pilares de concreto armado por encamisamento com compósitos de alto desempenho Alexandre Luis Sudano & João Bento de Hanai 5 Desenvolvimento de unidades de alvenaria estrutural produzidas com agregados reciclados de concreto Alexandre Marques Buttler & Márcio Roberto Silva Corrêa 9 Otimização de pavimentos de edifícios em concreto pré-moldado Augusto Teixeira de Albuquerque & Mounir Khalil El Debs 13 Análise teórica e experimental de alvenaria de blocos vazados de concreto Claudius de Sousa Barbosa & João Bento de Hanai 17 Comportamento de ligações viga-pilar parcialmente resistentes a momento fletor mediante chumbadores grauteados Eduardo Aurélio Barros Aguiar & Mounir Khalil El Debs 21 Avaliação do comportamento da aderência entre barras de aço e concretos auto-adensáveis Fernando Menezes de Almeida Filho & Ana Lúcia Homce de Cresce El Debs 25 Consideração da ductilidade em pilares esbeltos de concretos de alta resistência Francisco Aguirre Torrico & José Samuel Giongo 29 Projeto de estruturas multi-piso reticuladas em concreto pré-moldado Joaquim Eduardo Mota & Mounir Khalil El Debs 33 Juntas em pavimentos de concreto Lezzir Ferreira Rodrigues; Libânio Miranda Pinheiro & Gilson Natal Guimarães 37 Ensaios de cisalhamento em lajes alveolares Luciano Carlos Montedor; Libânio Miranda Pinheiro & Marcelo de Araújo Ferreira 41 Análise experimental estática e dinâmica da rigidez de ligações de elementos pré-moldados de concreto sujeitas a danificação progressiva Sandra Freire de Almeida & João Bento de Hanai 45 Reforço à flexão de vigas de concreto armado com PRFC aderido a substrato de transição constituído por compósito cimentício de alto desempenho Vladimir José Ferrari & João Bento de Hanai 49 Análise da distribuição das ações verticais entre paredes de alvenaria estrutural Wilson José da Silva & Márcio Roberto Silva Corrêa 53 ESTRUTURAS DE CONCRETO E DE ALVENARIA E ESTRUTURAS METÁLICAS Estudo de ligações mistas viga-pilar Silvana De Nardin & Ana Lúcia Homce De Cresce El Debs 57 Efeito de esbeltez e da resistência do concreto no confinamento de pilares mistos preenchidos: resultados experimentais Walter Luiz de Andrade de Oliveira & Ana Lúcia Homce de Cresce El Debs 61 ESTRUTURAS DE MADEIRA Influência das irregularidades existentes na geometria de peças estruturais de madeira roliça na determinação do seu módulo de elasticidade longitudinal André Luis Christoforo & Francisco Antonio Rocco Lahr 65 Estudo de elementos estruturais roliços de madeira André Luiz Zangiácomo & Francisco Antonio Rocco Lahr 69 Vigas mistas de concreto-MLC reforçada com fibra de vidro José Luiz Miotto & Antonio Alves Dias 73 Barras de aço coladas utilizadas em tabuleiros mistos de madeira e concreto para pontes Júlio Cesar Molina & Carlito Calil Junior 77 Confiabilidade estrutural de pontes laminadas protendidas de madeira Malton Lindquist & Carlito Calil Junior 81 Estudo do comportamento dinâmico de passarelas de madeira Pedro Gutemberg de Alcântara Segundinho & Antonio Alves Dias 85 ESTRUTURAS METÁLICAS Vigas mistas constituídas por perfis formados a frio e laje pré-moldada Daniela Lemes David & Maximiliano Malite 89 Análise numérica, teórica e experimental de ligações viga mista-pilar William Oliveira Bessa & Roberto Martins Gonçalves 93 MATERIAIS E MECÂNICA DOS MATERIAIS Blocos de concreto aparentes de alto desempenho José Américo Alves Salvador Filho & Jefferson Benedicto Libardi Libório 97 O concreto de alto desempenho aplicado às construções de sistemas de armazenagem sob baixas temperaturas Sandra Maria de Lima & Jefferson Benedicto Libardi Libório 101 A carbonatação em vigas de concreto armado sob tensão Valdirene Maria Silva & Jefferson Benedicto Libardi Libório 105 MECÂNICA DAS ESTRUTURAS Modelo estocástico de pressões para a estimativa da confiabilidade de silos esbeltos Andrés Batista Cheung & Carlito Calil Junior 109 Modelo de dissipação concentrada para estruturas em concreto armado com a consideração de deformações residuais e ciclos de histerese Francisco Adriano de Araújo & Sérgio Persival Baroncini Proença 113 Análise da punção em pavimentos de edifícios de concreto armado Isabella Andreczevski Chaves & Wilson Sergio Venturini 117Interação solo-estrutura em edifícios com fundação profunda: método numérico e resultados observados in situ Magnólia Maria Campêlo Mota; Libânio Miranda Pinheiro & Nelson Aoki 121 MECÂNICA DAS ESTRUTURAS E MÉTODOS NUMÉRICOS Análise não-linear de estruturas de barras de concreto armado Caio Gorla Nogueira & Wilson Sergio Venturini 125 MÉTODOS NUMÉRICOS Desenvolvimento de software paralelo para análise dinâmica não linear geométrica de estruturas Célia Leiko Ogawa Kawabata & Wilson Sergio Venturini 129 Algoritmos para formulação de elementos finitos unidimensionais dinâmicos Celso de Carvalho Noronha Neto & José Elias Laier 133 Formulação posicional do método dos elementos finitos para pórtico não linear geométrico 2D Daniel Nelson Maciel & Humberto Breves Coda 137 Análise da interação solo-estrutura via combinação MEC/MEF Dimas Betioli Ribeiro & João Batista de Paiva 141 Formulação do Método dos Elementos de Contorno para a análise de placas considerando-se a não-linearidade geométrica Leandro Waidemam & Wilson Sergio Venturini 145 Desenvolvimento de modelos numéricos para análise de problemas de interação de domínios bidimensionais Luciano Gobo Saraiva Leite & Wilson Sergio Venturini 149 Método dos Elementos Finitos generalizados e Método da Separação aplicados à análise de múltiplas fissuras Michell Macedo Alves & Sérgio Persival Baroncini Proença 153 Identificação de fissuras em vigas metálicas usando dados modais Oscar Begambre & José Elias Laier 157 Estudo e desenvolvimento de código computacional para análise de impacto entre estruturas tridimensionais levando em consideração efeitos térmicos Rogério Carrazedo & Humberto Breves Coda 161 Elementos finitos híbridos de tensão com enriquecimento nodal Wesley Góis & Sérgio Persival Baroncini Proença 165 Análises poro-elasto-plásticas de sólidos reforçados com emprego do MEC Wilson Wesley Wutzow; Wilson Sérgio Venturini & Ahmed Benallal 169 ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 1-4, 2006 ESTUDO NUMÉRICO E EXPERIMENTAL DA COMPRESSÃO DE PEÇAS DE ALVENARIA ESTRUTURAL Alexandre Alves de Freitas1 & Marcio Antonio Ramalho2 R e s u m o O trabalho objetiva estabelecer numericamente a curva tensão x deformação para elementos não grauteados de alvenaria: prismas, “paredinhas” e paredes. Serão utilizados os parâmetros obtidos em ensaios de compressão axial dos componentes (blocos e corpos de prova de argamassa) como dados de entrada do programa computacional. O trabalho experimental, já concluído, forneceu o comportamento (curva tensão x deformação) de todos componentes necessário à calibração do modelo numérico, como também dos elementos em alvenaria. O procedimento numérico não linear, a ser utilizado, baseia-se na danificação não local dos materiais envolvidos e será validado pelos resultados experimentais obtidos. Palavras-chave: alvenaria, análise experimental, análise numérica. NUMERICAL AND EXPERIMENTAL STUDY OF THE COMPRESSION OF STRUCTURAL MASONRY ELEMENTS A b s t r a c t The work deals with the numeric establishment to the stress x strain behavior for non grounted masonry elements: prisms, “small walls” and walls. Will be used the parameters gotten in axial compression tests in components (blocks and mortar specimens) as computational program data input. The experimental work already concluded supplied the behavior (strain x stress curve) of all components necessary to the numerical model calibration, as well as masonry elements. Nonlinear numerical procedure, to be used, is based in non local dam of the involved materials and will be validated by experimental results. Keywords: masonry, experimental analyze, numerical analyze. Linha de Pesquisa: Estruturas de Concreto e de Alvenaria. 1 Doutorando em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, alefrei@yahoo.com.br 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, ramalho@sc.usp.br Alexandre Alves de Freitas & Marcio Antonio Ramalho Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 1-4, 2006 2 1 INTRODUÇÃO O conhecimento do comportamento estrutural da alvenaria através de procedimentos numéricos que utilize apenas as características dos seus componentes é importante por muitas razões. A principal delas porque é mais fácil e econômico ensaiar componentes (blocos, tijolos, corpos de prova de argamassa) do que elementos (prismas, paredes, etc.). Além disso, é possível prever a carga de ruptura para muitas associações desses componentes usando apenas procedimentos teóricos. Evidentemente isso poderá levar a uma economia significativa, evitando ensaios numerosos na determinação da carga de ruptura à compressão de elementos em alvenaria. 2 METODOLOGIA Pode-se dividir a pesquisa, a título prático, em duas etapas. A primeira referente ao trabalho experimental e a segunda relacionada ao estudo numérico. A primeira etapa da pesquisa foi completamente desenvolvida. De forma geral, a metodologia utilizada foi: entrar em contato com fabricantes de blocos, executarem prismas, paredinhas e corpos de prova (CPs) de argamassa. Finalmente, com auxílio dos técnicos do laboratório, realizar os ensaios de compressão axial utilizando as dependências do laboratório do Departamento de Engenharia de Estruturas (EESC – USP). A segunda etapa (a ser desenvolvida) envolverá a utilização de um programa computacional que utilize as principais características dos materiais obtidos nos ensaios a fim de se estabelecer numericamente a resposta estrutural da alvenaria. 3 DESENVOLVIMENTO Serão apresentados o trabalho experimental realizado, como também as atividades a serem desenvolvidas no prosseguimento da pesquisa. 3.1 Trabalho experimental O trabalho experimental caracterizou-se pela utilização de blocos e argamassas com diferentes propriedades. Foram realizados ensaios de compressão axial com controle de deslocamento na Máquina Universal de Ensaios para a obtenção do comportamento pós-pico de tensão. Para cada traço de argamassa 1:1:6 (A1) e 1:0,5:4,5 (A2) foram moldadas três séries, que vão de 1 a 3 para argamassa A1 e de 4 a 6 para A2. Cada série foi composta por dois prismas (um de dois blocos e outro de três blocos), uma paredinha e 3 CPs de argamassa. Para cada material de bloco (cerâmico, concreto e sílico-calcário) foram moldados 6 prismas de dois blocos, 6 prismas de três blocos, 6 paredinhas e 18 CPs de argamassa. Considerando duas classes de blocos de concreto (4,5 e 8,0 MPa) mais os blocos cerâmicos (6 MPa) e sílico-calcários (10MPa), teve-se um total de 24 prismas de dois blocos, 24 prismas de três blocos, 24 paredinhas e 72 CPs de argamassa. 3.2 Pesquisa a ser desenvolvida Resta à continuação desse trabalho (segunda etapa) o estabelecimento numérico da curva tensão x deformação até a carga de ruptura para prismas, paredes e paredinhas através dos parâmetros obtidos experimentalmente em seus componentes. De forma geral adotar-se-ão os seguintes aspectos na segunda etapa Estudo numérico e experimental da compressão de peças de alvenaria estrutural Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n., p. 1-4, 2006 3 da pesquisa: • Método dos elementos finitos. Utilização do programa FEAP; • Com os gráficos tensão x deformação de blocos e CPs de argamassa, retirar informações ligadas às propriedades elásticas, assim como constantes plásticas e energia de fratura; • Modelo material em duas fases; estratégiade micromodelagem; • Modelo de fissuração distribuída. 4 RESULTADOS OBTIDOS Serão apresentados os resultados obtidos no trabalho experimental relacionados às curvas tensão x deformação obtidas para elementos e componentes de alvenaria. As curvas mostradas são representativas do comportamento para a maioria dos componentes / elementos e CPs de argamassa ensaiados. 4.1 Componentes e elementos sílico-calcários(10MPa) Tensão x Deformação -1,05 -0,85 -0,65 -0,45 -0,25 -0,05 -0,030-0,025-0,020-0,015-0,010-0,0050,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores Tensão x Deformação -1,10 -0,90 -0,70 -0,50 -0,30 -0,10 -0,013-0,011-0,008-0,006-0,003-0,001 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores Tensão x Deformação -1,00 -0,85 -0,70 -0,55 -0,40 -0,25 -0,10 -0,009-0,007-0,006-0,004-0,003-0,001 Deformação Te ns ão (k n/ cm 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,90 -0,80 -0,70 -0,60 -0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 -0,015-0,013-0,010-0,008-0,005-0,0030,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores a) b) c) d) Figura 1 - Gráficos tensão x deformação para: a)Bloco b)prisma 2bl c)prisma 3bl d)paredinha. 4.2 Componentes e elementos de concreto (4,5MPa) Tensão x Deformação -0,85 -0,75 -0,65 -0,55 -0,45 -0,35 -0,25 -0,15 -0,05 -0,030-0,025-0,020-0,015-0,010-0,0050,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,70 -0,60 -0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 -0,010-0,008-0,006-0,004-0,0020,000 Deformação Te ns ão (k n/ cm 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,60 -0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 -0,005-0,004-0,003-0,002-0,0010,000 Deformação Te ns ão (k n/ cm 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,55 -0,45 -0,35 -0,25 -0,15 -0,05 -0,008-0,006-0,005-0,003-0,0020,000 Deformação Te ns ão (k n/ cm 2) Transdutores a) b) c) d) Figura 2 - Gráficos tensão x deformação para: a)Bloco b)prisma 2bl c)prisma 3bl d)paredinha 4.3 Componentes e elementos de concreto (8MPa) Tensão x Deformação -1,35 -1,15 -0,95 -0,75 -0,55 -0,35 -0,15 -0,010-0,008-0,006-0,004-0,0020,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores Tensão x Deformação -1,10 -0,90 -0,70 -0,50 -0,30 -0,10 -0,011-0,010-0,008-0,007-0,005-0,004-0,002-0,001 Deformação Te ns ão (k n/ cm 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,90 -0,80 -0,70 -0,60 -0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 -0,010-0,008-0,006-0,004-0,0020,000 Deformação Te ns ão (k n/ cm 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,80 -0,70 -0,60 -0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 -0,012-0,010-0,007-0,005-0,002 Deformação Te ns ão (k n/ cm 2) Transdutores a) b) c) d) Figura 3 - Gráficos tensão x deformação para: a)Bloco b)prisma 2bl c)prisma 3bl d)paredinha. Alexandre Alves de Freitas & Marcio Antonio Ramalho Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 1-4, 2006 4 4.4 Componentes e elementos cerâmicos (6 MPa) Tensão x Deformação -1,00 -0,85 -0,70 -0,55 -0,40 -0,25 -0,10 -0,015-0,012-0,009-0,006-0,0030,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,49 -0,42 -0,35 -0,28 -0,21 -0,14 -0,07 0,00 -0,010-0,008-0,006-0,004-0,0020,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,43 -0,37 -0,31 -0,25 -0,19 -0,13 -0,07 -0,01 -0,012-0,010-0,008-0,006-0,004-0,0020,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,30 -0,25 -0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 -0,010-0,008-0,006-0,004-0,0020,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores a) b) c) d) Figura 4- Gráficos tensão x deformação para: a)Bloco b)prisma 2bl c)prisma 3bl d)paredinha. 4.5 Análise do Comportamento dos CPs de argamassa As argamassas apresentaram comportamento semelhante nos ensaios de compressão axial, independente do traço utilizado. O comportamento característico pode ser visto na figura 5. Tensão x Deformação -0,70 -0,60 -0,50 -0,40 -0,30 -0,20 -0,10 0,00 -0,024-0,020-0,016-0,012-0,008-0,0040,000 Deformação Te ns ão (k N /c m 2) Transdutores Tensão x Deformação -0,41 -0,35 -0,29 -0,23 -0,17 -0,11 -0,05 -0,025-0,021-0,017-0,013-0,009-0,005-0,001 Deformação Te ns ão (K n/ cm 2) Transdutores a) b) Figura 5 - Gráficos tensão x deformação para argamassas: a)A1 b)A2. 5 CONCLUSÕES PARCIAIS Notou-se nos ensaios utilizando blocos sílico-calcários a possibilidade de obter toda curva tensão x deformação de forma bem definida para materiais quase frágeis até a fase de amolecimento, tanto para blocos isolados como para os elementos executados com estes. Do mesmo modo, foi possível obter o trecho referente ao pós-pico de tensão nos ensaios com blocos isolados de concreto e cerâmico, porém, a queda de tensão algumas vezes foi acentuada e o rompimento brusco. Já o comportamento dos prismas e paredinhas caracterizou-se por uma queda de tensão menos acentuada. Essa situação confirma o que se espera da alvenaria quando da presença das juntas de argamassa. De forma geral, os resultados obtidos no trabalho experimental foram coerentes com os observados na literatura. O estudo realizado na etapa 1 faz parte de uma pesquisa mais ampla que engloba a obtenção do comportamento da alvenaria a partir de procedimentos numéricos utilizando conceitos da mecânica da fratura e comportamento não-linear dos materiais. É importante ressaltar que os resultados obtidos até então serão fundamentais para a calibração do procedimento numérico a ser utilizado na segunda etapa desse trabalho. 6 AGRADECIMENTOS Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico) pela bolsa de Doutorado concedia. À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pelo auxílio financeiro prestado ao desenvolvimento da pesquisa experimental. ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 5-8, 2006 DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS HÍBRIDAS DE REFORÇO DE PILARES DE CONCRETO ARMADO POR ENCAMISAMENTO COM COMPÓSITOS DE ALTO DESEMPENHO Alexandre Luis Sudano1 & João Bento de Hanai2 R e s u m o Na maioria das vezes, o reforço de pilares de concreto armado é feito por encamisamento com concreto armado, de alta resistência ou não, ou com polímeros reforçados com fibras (PRF). O objetivo central desta pesquisa é caracterizar os mecanismos resistentes e de deformação inerentes às principais técnicas de reforço de pilares de concreto armado e desenvolver técnicas híbridas de encamisamento com compósitos de alto desempenho. Com base neste conhecimento, pretende-seainda propor uma metodologia geral para seleção de técnicas de reforço. Palavras-chave: reforço de pilares de concreto armado, confinamento, concreto de alta resistência, compósito cimentício, compósito polimérico. HYBRID TECHNIQUES DEVELOPMENT TO STRENGTHEN REINFORCED CONCRETE COLUMNS BY HIGH PERFORMANCE COMPOSITES JACKETING A b s t r a c t Most of the time, the strengthening of reinforced concrete columns is made by jacketing it with reinforced concrete, of high strength or not, or with fiber reinforced polymers (FRP). The main objective of this research is to characterize the resistant and deformation mechanisms of the main techniques of strengthening reinforced concrete columns and to develop hybrid techniques of jacketing with high performance composites. Based on this knowledge, is intended to propose a general methodology for selection of the better strengthening technique. Keywords: strengthening of reinforced concrete columns, confinement, high strength concrete, cimenticious composites, polymeric composites. Linha de Pesquisa: Estruturas de Concreto e de Alvenaria. 1 Doutorando em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, alsudano@sc.usp.br 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, jbhanai@sc.usp.br Alexandre Luis Sudano & João Bento de Hanai Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 5-8, 2006 6 1 INTRODUÇÃO O reforço de pilares de concreto armado tem passado por mudanças significativas nos últimos anos. Tais mudanças devem-se, sobretudo ao desenvolvimento de novos materiais e respectivas técnicas de reforço, como os compósitos poliméricos de fibras sintéticas (de carbono, aramida, vidro, etc.), os concretos de alta resistência e outros compósitos cimentícios de elevado desempenho. Numa primeira abordagem, pode-se dizer que os mecanismos resistentes associados às principais técnicas de reforço são: aumento da seção transversal: acréscimo de materiais que proporcionam esforços resistentes na mesma direção do esforço solicitante principal, e que portanto incrementam diretamente a capacidade portante do pilar. Exemplos: perfis ou chapas de aço, camisa de concreto; confinamento do concreto: aumento da resistência do concreto pela introdução de pressões laterais de confinamento. Exemplo: encamisamento com compósito de fibra de carbono (PRFC); interação de componentes: atuação solidária entre substrato (pilar original) e reforço por meio de mecanismos adequados de transferência de esforços. Exemplo: no caso de encamisamento com concreto e armadura transversal adequada, há contribuição do material acrescentado, do pilar original (núcleo) e do efeito de confinamento. Tanto no caso de reforço como no caso de dimensionamento de estrutura nova, interessa conhecer as propriedades de deformação de cada um dos materiais envolvidos, assim como os mecanismos que regem a sua interação e daí a deformabilidade do conjunto. É também importante prever a forma de ruína do pilar, sendo desejável a ruína dúctil. Na maioria das vezes, o reforço de pilares de concreto armado é feito por encamisamento. Ainda nesta primeira abordagem, considere-se as principais técnicas de encamisamento: com concreto armado, sendo este de alta resistência ou não, e com polímeros reforçados com fibras (PRF). Estas técnicas − assim como outras não mencionadas − têm suas vantagens e inconvenientes. Como cada problema de reforço a ser enfrentado tem suas particularidades técnicas, e a forma de intervenção depende também das condições locais, de recursos disponíveis e de construtibilidade, a escolha da melhor solução depende de uma análise mais abrangente. Em termos de pesquisa e inovação tecnológica, interessa conhecer cada vez melhor os mecanismos de resistência e de deformabilidade das técnicas existentes, e desenvolver novos materiais e novas técnicas, eventualmente combinando materiais e mecanismos. Numa segunda abordagem, discute-se preliminarmente as possibilidades de desenvolvimento de técnicas híbridas, com aplicação de compósitos poliméricos e cimentícios de alto desempenho. A oferta de conhecimentos científicos mais aprofundados e de um elenco ampliado de alternativas tecnológicas é uma meta do presente projeto de pesquisa. Pretende-se com esta pesquisa desenvolver a caracterização dos distintos mecanismos resistentes e de deformação associados às diversas técnicas de reforço de pilares e a sistematização desses conhecimentos; desenvolver pesquisas sobre técnicas híbridas de reforço, inclusive modelos de análise teórica; e desenvolver estudos sobre novos compósitos de alto desempenho. Pretende-se também propor uma metodologia geral de seleção de técnicas de reforço, baseada na viabilidade técnica, e, possivelmente, em estudos sobre custos, construtibilidade, confiabilidade, adequação tecnológica. Desenvolvimento de técnicas híbridas de reforço de pilares de concreto armado por... Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 5-8, 2006 7 2 METODOLOGIA A metodologia empregada nesta pesquisa baseia-se, inicialmente, numa extensa revisão bibliográfica, na qual pretende-se elucidar os mecanismos resistentes e de deformação das diversas técnicas de encamisamento de pilares de concreto. Em uma segunda etapa serão realizadas simulações experimentais a fim de obter dados suficientes para a aferição e extrapolação de simulações numéricas de pilares, de diversas formas de seção transversal, reforçados com diferentes técnicas de reforço. Com os resultados da simulação experimental e numérica, pretende-se elaborar um roteiro prático para a escolha da melhor técnica de reforço aplicada a uma determinada situação. 3 DESENVOLVIMENTO Até o momento foi realizada uma vasta revisão bibliográfica para trazer a tona os problemas existentes nas diversas técnicas de reforço comumente utilizadas. Para atingir este objetivo foram abordados assuntos os seguintes assuntos: Confinamento de pilares, englobando formas não convencionais de reforço, reforço com camisa de PRF pré-tracionada, comportamento do PRF em incêndio e taxa de deformação lateral; Pilares de concreto reforçado com fibras de aço e seus modelos de cálculo; Tenacidade e Ductilidade. Tendo em vista os problemas levantados na revisão bibliográfica, elaborou-se um plano piloto de ensaios para caracterizar tais problemas e verificar a viabilidade de algumas propostas iniciais de reforço. A seguir, são descritos os ensaios realizados e seus objetivos centrais: • Para avaliar a eficiência da associação de diferentes tipos de fibra no PRF, foram realizados ensaios em corpos-de-prova cilíndricos de 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura encamisados com uma e duas camadas de fibra de carbono (CPC e CPCC, respectivamente), com uma e duas camadas de fibra de vidro (CPV e CPVV, respectivamente), com uma camada de fibra de carbono e uma de fibra de vidro (CPCV), e com uma camada de fibra de vidro e uma de fibra de carbono (CPVC). • Para avaliar o desempenho de diferentes tipos de reforço, foram realizados ensaios em modelos circulares, inicialmente com 15 cm de diâmetro e 60 cm de altura, sendo este o modelo de referência (MSC), posteriormente encamisado com uma camada de fibra de carbono (MFC) ou encamisado com concreto, aumentando assim o seu diâmetro para 20 cm. Já estes modelos foram encamisados com concreto de alta resistência (MCAR), concreto de alta resistência reforçado com fibras de aço (MCARF), concreto de alta resistência reforçado com fibras de aço e encamisado com fibra de carbono (MCARFC), e concreto de alta resistência reforçado com fibras de aço e encamisado com fibra de vidro (MCARFV). Foi também feita uma tentativa de fazer o reforço com uma camisa de PRF pré-moldadae posteriormente preenchida com um graute expansivo para mobilizar o efeito de confinamento sem a necessidade de deformação axial adicional. Baseado nos resultados destes ensaios será elaborada uma nova série de ensaios, agora definitiva, para fornecer dados suficientes para uma simulação numérica para poder extrapolar estes resultados e servir de subsídio para a formulação de uma “rotina” prática de escolha da técnica de reforço a ser empregada para cada situação. Alexandre Luis Sudano & João Bento de Hanai Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 5-8, 2006 8 4 RESULTADOS OBTIDOS Na Figura 1 (a) são apresentados os resultados dos ensaios dos corpos-de- prova. Percebe-se claramente que os resultados não estão de acordo com o que se esperava, uma vez que a resistência do corpo-de-prova com duas camadas de fibra de carbono foi menor que a do corpo-de-prova com apenas uma. Estas anomalias ocorreram em função da dificuldade encontrada no capeamento com enxofre por causa da superfície irregular do corpo-de-prova após o encamisamento. Já o gráfico da Figura 1 (b) apresenta a relação de reforço (relação entre a força instantânea dos modelos e a máxima força do modelo de referência). Neste caso, como era de se esperar, o modelo que apresentou a maior relação de reforço foi o MCARFC, porém deve-se chamar atenção que neste caso houve um aumento de cerca de 78% na área da seção transversal do pilar original, o que é inadmissível em algumas situações. Já o modelo com a camisa pré-moldada foi se rompeu antes do ensaio, em função da expansão excessiva do graute, e por isso deverá ser refeito. 0 -5 -10 -15 -20 -25 -30 -35 0,0 -0,2 -0,4 -0,6 -0,8 -1,0 -1,2 -1,4 -1,6 Tensão x Deformação Axial Deformação Axial (%) Te ns ão (M P a) CP_C CP_CC CP_CV CP_V CP_VC CP_VV 0 -1 -2 -3 -4 0,0 -0,2 -0,4 -0,6 -0,8 -1,0 -1,2 Relação de reforço x Deformação Axial Deformação Axial (%) R el aç ão d e re fo rç o M_SC M_FC M_CAR M_CARF M_CARFV M_CARFC (a) (b) Figura 1 – Resultado dos ensaios dos corpos-de-prova e dos modelos. 5 CONCLUSÕES PARCIAIS Como conclusões parciais tem-se que o sistema de capeamento com enxofre deve ser evitado nos ensaios definitivos e que, com dados obtidos até agora pode-se concluir que questões relativas a deformação axial adicional e aumento da área da seção transversal do pilar a ser reforçado devem, obrigatoriamente, fazer parte da estratégia de determinação da melhor técnica a ser empregada no reforço de pilares. Tais questões devem ser mais bem detalhadas com o andamento da pesquisa. 6 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem e salientam que o desenvolvimento deste trabalho só está sendo possível graças o apoio da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – na forma de ajuda financeira concedida por meio da bolsa de Doutorado. ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 9-12, 2006 DESENVOLVIMENTO DE UNIDADES DE ALVENARIA ESTRUTURAL PRODUZIDAS COM AGREGADOS RECICLADOS DE CONCRETO Alexandre Marques Buttler1 & Márcio Roberto Silva Corrêa2 R e s u m o Os resíduos de concreto gerados em fábricas de pré-moldados apresentam um excelente potencial para serem reciclados, devido a sua homogeneidade e presença insignificante de contaminantes quando comparados aos resíduos de construção e demolição. Diante disto, o objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes tipos de resíduos de concreto gerados em uma fábrica de pré-moldados e, em uma segunda etapa, verificar as propriedades físicas e mecânicas de blocos estruturais de concreto produzidos com estes materiais. De maneira geral, as propriedades físicas dos blocos de concreto foram influenciadas pela presença da fração reciclada; apesar disso, todas as unidades atenderam aos requisitos prescritos pelas normas técnicas vigentes. Palavras-chave: agregados reciclados de concreto, blocos de concreto com agregados reciclados, propriedades físicas e propriedades mecânicas. DEVELOPMENT OF STRUCTURAL MASONRY UNITS PRODUCED WITH RECYCLED CONCRETE AGGREGATES A b s t r a c t The concrete wastes generated at precast concrete plants have a large recycling potential because of its homogeneity and insignificant presence of contaminants when compared to construction and demolition wastes. The purpose of this study was to evaluate different types of concrete wastes generated at precast concrete plant and also to verify the physical and mechanical properties of structural concrete blocks produced with these materials. The physical properties of concrete blocks were influenced by presence of recycled fraction. Despite of that the units satisfying the requirements prescribed by the existent standards. Keywords: recycled concrete aggregates, concrete blocks with recycled aggregates, physical properties and mechanical properties. Linha de Pesquisa: Estruturas de Concreto e de Alvenaria. 1 Doutorando em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, buttler@sc.usp.br 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, mcorrea@sc.usp.br Alexandre Marques Buttler & Márcio Roberto Silva Corrêa Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8 n. 32, p. 9-12, 2006 10 1 INTRODUÇÃO Um dos grandes entraves para a utilização de agregados reciclados de resíduos de construção e demolição refere-se a sua grande heterogeneidade. Por outro lado, para os resíduos de concreto de fábricas de pré-moldados, o processo de beneficiamento pode ser considerado simplificado, uma vez que são constituídos basicamente de rejeitos de concreto provenientes de elementos rejeitados pelo controle de qualidade, sobras de concreto fresco e unidades danificadas durante o transporte e estocagem. Dentre os possíveis campos de utilização para os agregados reciclados de concreto, a produção de blocos estruturais de concreto surge como uma opção viável pelas seguintes razões: a) os blocos de resistência mais elevadas (12MPa), utilizados em edifícios de até 12 andares, correspondem a um concreto de baixa resistência (25MPa em CPs cilíndricos); b) o processo de adensamento e vibração empregado na fabricação dos blocos permite o emprego de dosagens com baixo consumo de cimento, reduzindo os problemas de retração; c) a possibilidade de emprego de resíduos de concreto de baixa resistência, como, por exemplo, os resíduos do próprio bloco, uma vez que as exigências de resistência do artefato não são elevadas; d) a utilização do resíduo em uma atividade de alto valor agregado (produção de artefatos de concreto), permitindo, dessa maneira, uma valorização do material e seu emprego na produção de outros elementos. 2 METODOLOGIA Os materiais empregados para a fabricação dos blocos de concreto foram caracterizados seguindo as recomendações das Normas Brasileiras. O aglomerante utilizado na pesquisa foi o cimento CP-V-ARI-PLUS. O aditivo empregado para a produção dos blocos de concreto foi um aditivo plastificante – Rheomix 610 da MBT (Master Builder Technologies). Os agregados reciclados de concreto foram provenientes de dois tipos de resíduos com as seguintes características: a) resíduos de vigotas de concreto: resíduos oriundos de concretos de média resistência (fc = 35MPa), elevado consumo de cimento, boa qualidade e porcentagem de contaminantes inferior a 1%; b) resíduos de blocos de concreto: resíduos oriundos de concretos de baixa resistência (10-25MPa), baixo consumo de cimento, elevado consumo de pó-de-pedra, baixa qualidade e porcentagem de contaminantes desprezível. Os resíduos foram processados em um britadorde mandíbulas e separados em duas frações distintas: graúda (2,4<x<9,5mm) e miúda (x<2,4mm). 3 DESENVOLVIMENTO Os blocos foram produzidos em uma vibro-prensa da marca Piorotti, com controle dos tempos de produção (alimentação, vibração e compactação da máquina). A cura aplicada foi a térmica com duração de quatro a cinco horas e regime isotérmico (600C – 670C). As unidades produzidas apresentavam dimensões nominais de 140mm x 190mm x 290mm (largura x altura x comprimento), com espessura de parede variável ao longo da altura. Desenvolvimento de unidades de alvenaria estrutural produzidas com agregados... Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8 n. 32, p. 9-12, 2006 11 Para a definição dos traços a serem produzidos, foram moldados corpos-de- prova cilíndricos utilizando concretos de consistência seca com ou sem a adição de agregados reciclados. De posse desses resultados, foram definidos dezoito traços para a fabricação dos blocos estruturais (4,5MPa; 8,0MPa e 12,0MPa), com a incorporação de agregados miúdos e graúdos reciclados. Para cada grupo/classe de resistência foram definidos três consumos de cimento: Grupo 4,5 (120 kg/m3), Grupo 8,0 (150 kg/m3) e Grupo 12,0 (220 kg/m3). Para as dosagens com agregados reciclados procurou-se manter o mesmo consumo de cimento das dosagens de referência. 4 RESULTADOS OBTIDOS O cumprimento aos limites impostos pelos códigos normativos, quanto às propriedades físicas, são condições essenciais para um correto desempenho dos blocos de concreto sem o surgimento de futuras patologias. Todas as unidades produzidas terão que obedecer a estes limites, principalmente, quanto às propriedades de absorção de água e retração por secagem. Os resultados das propriedades de absorção de água e retração por secagem são apresentados na figura 1. Figura 1 – Resultados relativos - (a) absorção de água, (b) retração por secagem. Na figura 2, podem ser observados os resultados de resistência à compressão e resistência à tração indireta. 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 RGV-100% (1) RGV-50% (2) RMV-33% (3) RGB-50% (4) RMB-33% (5)R es ul ta do s re la tiv os (r ec ic la do s/ re fe rê nc ia 4,5 MPa 8 MPa 12 MPa (a) 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45 1,50 RGV- 100% (1) RGV-50% (2) RMV-33% (3) RGB-50% (4) RMB-33% (5)R es ul ta do s re la tiv os (r ec ic la do s/ re fe rê nc ia 4,5 MPa 8 MPa 12 MPa (b) (1) Dosagem com 100% de agregados graúdos reciclados de vigota em substituição ao agregado graúdo natural; (2) Dosagem com 50% de agregados graúdos reciclados de vigota em substituição ao agregado graúdo natural; (3) Dosagem com 33% de agregados miúdos reciclados de vigota em substituição ao agregado miúdo natural; (4) Dosagem com 50% de agregados graúdos reciclados de bloco em substituição ao agregado graúdo natural; (5) Dosagem com 33% de agregados miúdos reciclados de bloco em substituição ao agregado miúdo natural Alexandre Marques Buttler & Márcio Roberto Silva Corrêa Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8 n. 32, p. 9-12, 2006 12 Figura 2 – Resultados relativos - (a) resistência à compressão, (b) resistência à tração indireta. 5 CONCLUSÕES PARCIAIS Em relação aos resultados obtidos foram estabelecidas as seguintes conclusões parciais: • Para a propriedade de absorção de água, os blocos com agregados reciclados de vigota apresentaram valores significativamente maiores comparativamente às unidades de referência devido à argamassa porosa que se encontra aderida ao agregado reciclado; já para as unidades com agregados reciclados de bloco, os valores de absorção de água foram considerados semelhantes aos obtidos para as unidades de referência devido à adoção de tempos maiores de vibro-prensagem visando o aumento da coesão da mistura. De maneira geral, todas as unidades cumpriram com os requisitos normativos prescritos para esta propriedade. • Para a propriedade de retração por secagem, todas as unidades cumpriram com os requisitos normativos que estabelecem uma retração máxima de 0,065%. Apesar disso, devido à porosidade do agregado reciclado de vigota e bloco, os valores de retração das unidades com agregados reciclados foram significativamente maiores comparativamente aos blocos de referência. • Para as propriedades de resistência à compressão e tração indireta, pode-se dizer que os valores obtidos para as unidades com agregados reciclados foram próximos e até semelhantes aos obtidos para as unidades de referência. • De maneira geral, independentemente da taxa de substituição e da qualidade do resíduo, os blocos com agregados reciclados apresentaram um desempenho satisfatório, sendo que apenas as propriedades físicas foram afetadas significativamente pela presença da fração reciclada. 6 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP – pelo auxílio financeiro que propiciou as condições necessárias para o desenvolvimento desta pesquisa. 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 RGV-100% (1) RGV-50% (2) RMV-33% (3) RGB-50% (4) RMB-33% (5) R es ul ta do s re la tiv os (r ec ic la do s/ re fe rê nc ia ) 4,5 MPa 8 MPa 12 MPa (a) 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 RGV-100% (1) RGV-50% (2) RM V-33% (3) RGB-50% (4) RM B-33% (5) 4,5 M Pa 8 M Pa 12 M Pa (b) ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 13-16, 2006 OTIMIZAÇÃO DE PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO Augusto Teixeira de Albuquerque1 & Mounir Khalil El Debs2 R e s u m o As estruturas em concreto pré-moldado utilizam elementos mais modulados e padronizados, logo as técnicas de otimização podem gerar uma boa economia devido à produção em série. Entre as técnicas de otimização em engenharia estrutural os algoritmos genéticos (AG’s) têm sido reconhecidos como uma forte tendência. Este trabalho busca o desenvolvimento de um sistema de apoio à tomada de decisão na escolha da solução estrutural para edifícios em concreto pré-moldado utilizando AG’s. Pretende-se desenvolver uma otimização integral desde a escolha do layout estrutural até o detalhamento dos elementos. Palavras-chave: algoritmos genéticos, concreto pré-moldado, otimização. FLOOR OPTIMISATION IN PRECAST CONCRETE BUILDING USING GENETIC A b s t r a c t The precast concrete structures utilize more modular and standardized elements then the optimization techniques can improve economics gain because of series production. Among the optimization techniques in structural engineering design, genetic algorithms (GA) have been recognized as a trend. This work presents initial results from a decision support system developed using GA for optimize the floor structural design of a precast concrete building. It is done a structural integrated optimization since the structural layout (columns position, directions and spans for beams and hollow cores) until the complete elements detailing (dimensions and reinforcement). Keywords: genetic algorithms, optimization, structural design, precast concrete. Linha de Pesquisa: Estruturas de Concreto e de Alvenaria. 1 Doutorando em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, augustoa@sc.usp.br 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, mkdebs@sc.usp.brAugusto Teixeira de Albuquerque & Mounir Khalil El Debs Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 13-16, 2006 14 1 INTRODUÇÃO Muitas pesquisas têm lidado com a aplicação de técnicas de otimização ao projeto de estruturas pré-moldadas, que é uma união bastante pertinente já que as estruturas pré- fabricadas são mais moduladas e padronizadas e feitas em linha de produção. Este aspecto torna mais fácil a modelagem matemática do problema de otimização e produz economia em escala quando os resultados ótimos são alcançados. Dentre as várias técnicas de otimização os algoritmos genéticos (AG’s) vem se destacando como uma excelente ferramenta e por isso será utilizada neste trabalho. O primeiro trabalho desenvolvido utilizando AG’s no âmbito da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) foi o doutorado de CASTILHO (2002). O objetivo geral da pesquisa é desenvolver um programa em Fortran para otimização estrutural do pavimento de edifícios em concreto pré-moldado, utilizando AG e tendo o custo como função objetivo. Este programa será denominado SATD (sistema de apoio à tomada de decisão). Pretende-se, a partir de um pavimento retangular com dimensões (ℓx e ℓy) e carregamentos definidos, adotar como variáveis de projeto: (a) da configuração estrutural, o número de vãos e a direção das vigas e lajes e (b) dos componentes, as dimensões e armaduras das peças. 2 METODOLOGIA Várias etapas caracterizarão este trabalho: a) Extensa pesquisa bibliográfica nos assuntos: algoritmos genéticos, aplicações de métodos de otimização em engenharia estrutural e dimensionamento dos elementos pré-fabricados utilizados em edifícios; b) Pesquisa junto aos arquitetos, projetistas de estruturas e fabricantes sobre quais os sistemas estruturais mais adequados para os diversos edifícios em concreto pré-moldado; c) Parceria junto à fábrica T&A para se fazer um levantamento sobre o funcionamento da indústria, as características da produção, transporte e montagem, bem como da composição de custos; d) Formulação do modelo, onde a partir dos dados de entrada se define o sistema estrutural e otimiza-se a configuração estrutural juntamente com a otimização dos elementos (vigas e lajes); e) Desenvolver um programa em Fortran para implementação do algoritmo de otimização; f) Aplicações, análise dos resultados e conclusões. 3 DESENVOLVIMENTO O SATD é um sistema de apoio à tomada de decisão na busca da configuração estrutural de edifícios de múltiplos pavimentos com planta retangular em concreto pré- moldado, utilizando-se a técnica dos algoritmos genéticos. O sistema fornece ao usuário todos os dados necessários, desde a configuração estrutural até o detalhamento dos elementos. Otimização de pavimentos de edifícios em concreto pré-moldado Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 13-16, 2006 15 Entende-se como configuração estrutural a definição das direções, vãos e quantidades de vigas e lajes de um pavimento. 4 RESULTADOS OBTIDOS Para aferir a consistência do SATD foram feitos 3 exemplos. Salienta-se que a função custo que está implementada é simplificada e ainda não contempla as particularidades de fabricação, montagem, transporte e o impacto da estrutura nos sistemas de instalação e arquitetura. 4.1 Exemplo 1 Baseado no projeto da Figura 1 (PRIOR, 1993) fez uma série de processamentos no SATD tendo como dados de entrada as dimensões do pavimento (30,48 m x 60,96 m) e a restrição de distância mínima entre pilares nas duas direções de 7,62 m. Figura 1 – Layout estrutural ATLSS report. Fonte – PRIOR, R. (1993). Em todos os processamentos obteve-se como melhor alternativa a mesma configuração adotada na Figura 1 que foi a primeira opção adotada pelo ATLSS report (PRIOR, 1993). Este fato demonstra a consistência do sistema, por repetir em todos os processamentos a mesma solução estrutural, além de demonstrar eficiência já que se trata de uma alternativa sabidamente eficiente. Apresenta-se na Figura 2 as dimensões das vigas e lajes adotadas pelo sistema. Figura 2 – Dimensões dos elementos adotadas pelo SATD. Augusto Teixeira de Albuquerque & Mounir Khalil El Debs Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 13-16, 2006 16 Foram feitos inicialmente 12 processamentos variando-se os operadores do AG. Foram feitas variações no tamanho da população, na quantidade de gerações, na taxa de mutação e de cruzamento. Estas variações foram feitas simultaneamente e em separado, além de alguns processamentos que tiveram seus operadores mantidos fixos. A maior variação do valor da aptidão do melhor indivíduo encontrada, nos 12 processamentos, foi de apenas 1,73 % atestando assim a uniformidade do algoritmo. Posteriormente fizeram-se 20 processamentos variando-se o número de gerações e o tamanho da população separadamente. Observa-se que para a situação de 3000 gerações a curva apresenta um resultado mais coerente, já que diminui com o acréscimo do tamanho da população. Diante disso, adotou-se para os outros processamentos 3000 gerações e uma população de 700 indivíduos. 5 CONCLUSÕES PARCIAIS Após o exemplo apresentado no item anterior foram feitos mais dois exemplos utilizando projetos já concluídos. Os três exemplos processados mostraram a robustez e a aplicabilidade do SATD, em todos eles a mesma escolha feita pelo engenheiro foi adotada automaticamente pelo programa. Desta forma os resultados do SATD estão atingindo seu objetivo de fornecer subsídios para facilitar o processo de decisão do usuário, já que realiza vários estudos comparativos, automaticamente, para o engenheiro. 6 AGRADECIMENTOS À CAPES pela concessão da bolsa de estágio de doutorado no exterior e à FUNCAP pela concessão da bolsa de doutorado. 7 REFERÊNCIAS CASTILHO, V. C. (2002). Otimização de componentes de concreto pré-moldado protendidos mediante algorítmos genéticos. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. PRIOR, R. et al. (1993). Identification and preliminary assessment of existing precast concrete floor framing systems. Bethlehem, Lehigh University. (ATLSS Report 93-07). ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 17-20, 2006 ANÁLISE TEÓRICA E EXPERIMENTAL DE ALVENARIA DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO Claudius de Sousa Barbosa1 & João Bento de Hanai2 R e s u m o O objetivo do presente trabalho é trazer uma contribuição, para o desenvolvimento científico da Tecnologia de Alvenaria Estrutural, no sentido de: 1) identificar e interpretar teórica e experimentalmente os efeitos de forma (geométrica) e de distribuição de tensões em blocos vazados de concreto; 2) no ensaio de blocos isolados, analisar o efeito de confinamento no topo e na base, em função dos distintos processos de acabamento; 3) desenvolver um método de determinação da rigidez axial de blocos isolados; 4) analisar o efeito da resistência e da deformabilidade das argamassas de assentamento no comportamento estrutural de prismas e paredes; 5) estabelecer correlações, ou pelo menos identificar os fatores inter-dependentes, entre os parâmetros usuais referentes aos materiais e o comportamento estrutural de blocos, prismas e paredes. Palavras-chave: blocos vazados de concreto, prismas, paredes, análise teórica, análise experimental. THEORETICAL AND EXPERIMENTAL ANALYSIS OF HOLLOW CONCRETE BLOCK MASONRY A b s t r a c t The present research aims to improve the knowledge about the masonry structures in sense of: 1) to identify the stress distribution throughout the hollow concrete blocks by experimental and theoretical analyses; 2) to analyze the confinementeffect in block tests due the distinct top and bottom flat process; 3) to develop a method to determine the axial stiffness of blocks; 4) to identify the effect of strength and deformability of the mortar joint in structural behavior of masonry elements; 5) to establish correlations between the machanical properties of materials and the masonry elements. Keywords: hollow concrete blocks, prisms, walls, experimental analysis, numerical analysis. Linha de Pesquisa: Estruturas de Concreto e Alvenaria. 1 Doutorando em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, claudius@sc.usp.br 2 Professor Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, jbhanai@sc.usp.br Claudius de Sousa Barbosa & João Bento de Hanai Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 17-20, 2006 18 1 INTRODUÇÃO Apesar do desenvolvimento científico relacionado às Estruturas de Alvenaria nas últimas décadas, os métodos de dimensionamento e verificação da segurança estrutural baseiam-se em dados empíricos em muitos aspectos. Para a aplicação de um conceito em estados limites, por exemplo, é necessário isolar e conhecer melhor cada uma das variáveis que intervêm no comportamento estrutural em serviço e estado limite último. É preciso estabelecer coeficientes de ponderação a essas variáveis, como os coeficientes de minoração da resistência dos materiais, coeficientes de ponderação relativos à correlação de resistências dos corpos-de-prova de blocos e argamassas de assentamento, à transposição de situações peculiares à produção/controle dos blocos, aos efeitos de ações de longa duração, aos efeitos de escala e de forma, etc. É necessário também definir coeficientes de segurança para situações específicas. As dificuldades encontradas na interpretação do comportamento estrutural de uma simples parede são muitas, principalmente devido à heterogeneidade dessas estruturas, conforme relata Lourenço (2006). O presente trabalho visa contribuir nesse sentido, tornando mais claro os conhecimentos existentes e detalhando o comportamento dos elementos de alvenaria a partir das propriedades mecânicas do concreto e argamassa. 2 METODOLOGIA Realizam-se ensaios com blocos, prismas e paredinhas com a moldagem de blocos em laboratório utilizando fôrmas especialmente projetadas com boa precisão dimensional. A idéia central e diferenciada do que se conhece neste aspecto refere-se ao uso do mesmo concreto, de consistência plástica, com o qual serão moldados tanto os blocos como os corpos-de-prova cilíndricos. Com isso, pretende-se estabelecer correlações entre os resultados experimentais em conjunto com uma análise teórica do comportamento estrutural dos blocos, utilizando-se os mesmos materiais, que serão adensados e curados da mesma forma. A caracterização das propriedades mecânicas do concreto e argamassa dar-se-á por meio de ensaios de corpos-de-prova para obtenção da resistência à compressão, resistência à tração e módulo de elasticidade além de parâmetros não-lineares. Buscar-se-á um modelo numérico que represente o comportamento dos elementos de alvenaria, utilizando os dados obtidos experimentalmente, com a utilização do código computacional DIANA, baseado no Método dos Elementos Finitos. 3 DESENVOLVIMENTO A partir dos dados obtidos durante a análise experimental, apresentados por Barbosa (2005), estão sendo desenvolvidos modelos numéricos para representar o comportamento de blocos, prismas e paredes submetidos à compressão axial e, paralelamente, realizada análise detalhada dos resultados teóricos e experimentais. Análise teórica e experimental de alvenaria de blocos vazados de concreto Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 17-20, 2006 19 4 RESULTADOS OBTIDOS OU ESPERADOS Espera-se obter correlação ou pelo menos identificar fatores inter- dependentes entre a resistência e comportamento das estruturas de alvenaria e as propriedades mecânicas dos materiais que as constituem. Estas propriedades implementadas em um modelo numérico fornecem boa previsão da resistência de prismas, conforme gráfico da Figura 1. Realizaram-se três abordagens numéricas: estado plano de tensões (PS), estado plano de deformações (PE) e um modelo tridimensional (3D) que fornecem distintas respostas. Figura 1 – Curva força-deformação experimental e numérica de prismas. 5 CONCLUSÕES PARCIAIS A partir das propriedades mecânicas dos materiais constituintes, conseguiu-se estabelecer um modelo numérico para previsão da resistência de prismas de blocos vazados de concreto. Podem ser obtidos resultados satisfatórios em relação aos ensaios com blocos isolados e paredes. Dependendo da estratégia de modelagem adotada, distintas forças teóricas, modos de ruína e comportamento dos elementos de alvenaria são obtidos, influenciados pelo estado de tensão a que estão submetidos. 6 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à FAPESP, pela bolsa de estudos e auxílio à pesquisa, e à CAPES, pela bolsa (Doutorado Sanduíche) concedidos. Claudius de Sousa Barbosa & João Bento de Hanai Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 17-20, 2006 20 7 REFERÊNCIAS BARBOSA, C. S. (2005). Resistência e deformabilidade de blocos vazados de concreto, prismas e paredes e suas correlações com as propriedades mecânicas do material constituinte. Relatório no. 2. FAPESP (Processo: 04/00382-1). LOURENÇO, P. J. B. B. (1996). Computational strategies for masonry structures. The Netherlands: Delft University Press. ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 21-24, 2006 COMPORTAMENTO DE LIGAÇÕES VIGA-PILAR PARCIALMENTE RESISTENTES A MOMENTO FLETOR MEDIANTE CHUMBADORES GRAUTEADOS Eduardo Aurélio Barros Aguiar1 & Mounir Khalil El Debs2 R e s u m o Nesta pesquisa pretende-se estudar o comportamento da ligação viga-pilar, mediante chumbadores grauteados, parcialmente resistente a momento fletor, em estruturas de concreto pré-moldado. O foco da pesquisa será a análise teórica e experimental do mecanismo resistente do chumbador e sua influência no comportamento global da ligação. Será analisada principalmente a influência da inclinação do chumbador na determinação da resistência da ligação, além da influência do seu diâmetro e da resistência à compressão do concreto. Palavras-chave: estruturas de concreto, concreto pré-moldado, ligação viga-pilar, ligação semi-rígida, ligação viga-pilar parcialmente resistente a momento fletor. BEHAVIOR OF PARTIAL MOMENT RESISTANT BEAM-TO- COLUMN CONNECTIONS THROUGH GROUTED DOWELS A b s t r a c t In this research the behavior of partial moment resistant beam-to-column connections through grouted dowels in precast concrete will be studied. The focus of the research will be the theoretical and experimental analysis of the resistant mecanism of the dowels and its influence in the global behavior of the connection. The influence of the inclination of the dowels on the resistance of the connection will be analyzed, and the influence of its diameter and the concrete compressive strength. Keywords: concrete structures, precast concrete, beam-to-column connection, semi- rigid connection, partial moment resistance beam-to-column connection. Linha de Pesquisa: Estruturas de Concreto e de Alvenaria 1 Doutorando em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, eduardoaguiar@arquitetura.uema.br 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, mkdebs@sc.usp.br Eduardo Aurélio Barros Aguiar & Mounir Khalil El Debs Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 21-24,2006 22 1 INTRODUÇÃO As ligações são regiões de comportamento complexo e ainda pouco conhecido, onde ocorrem concentrações de tensões consideráveis, e portanto, necessitam de grande atenção ao serem concebidas. Segundo ORDONEZ et al. (1974), a influência das ligações no concreto pré-moldado é tão grande que alguns especialistas afirmam que a dificuldade de projetá-las e de executá-las é que têm impedido a substituição dos métodos construtivos convencionais pelo sistema pré- moldado. A necessidade de se entender o comportamento das ligações, em especial as ligações semi-rígidas, passa a ser de fundamental importância para o desenvolvimento de um projeto estrutural econômico e que garanta a estabilidade global do sistema. Uma das maneiras de se entender esse comportamento é o conhecimento dos componentes ativos das ligações. A avaliação das características de deformação e de resistência de cada componente individualmente e a associação desses componentes para analisar o comportamento da ligação como um todo, possibilitam a determinação do comportamento de uma grande variação de ligações. É oportuno lembrar que o conhecimento dos componentes ativos das ligações é de fundamental importância quando se deseja propor modelos analíticos simplificados que representem o comportamento da ligação semi-rígida. Dando continuidade à linha de pesquisa sobre ligações semi-rígidas, desenvolvida no Departamento de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos, em particular a tese de doutorado de MIOTTO (2002) e a dissertação de mestrado BALDISSERA (2006), no presente trabalho se propõe realizar um estudo teórico e experimental do comportamento de um componente fundamental da ligação viga-pilar que é o chumbador. O chumbador pode ser entendido como um componente da ligação, inserido no concreto, capaz de transmitir esforços de cisalhamento entre elementos. Essa transferência de esforços gera um estado de tensões não-uniformes no concreto, submetendo o chumbador a um esforço de flexão máximo junto à interface. Em função do estado de tensões apresentado e dependendo das dimensões, posicionamento e da resistência do chumbador, além também da resistência e aderência do concreto que o envolve, alguns modos de ruptura podem ser previstos. Dentre esses modos de ruptura, pode-se citar a formação de rótulas plásticas na seção de máximo esforço de flexão do chumbador. O modelo teórico para a determinação da capacidade máxima do chumbador à flexão foi desenvolvido por HφJLUND-RASMUSSEN (1963) apud FIB (2003), com base na teoria da plasticidade, para chumbadores retilíneos. A formulação foi apresentada tendo como variáveis alguns parâmetros obtidos experimentalmente, e desta forma, a obtenção desses parâmetros ainda é objeto pertinente de pesquisas. O estudo teórico-experimental proposto visa um aprofundamento na influência da inclinação dos chumbadores na determinação da resistência e da rigidez das ligações semi-rígidas de elementos pré-moldados, tendo como motivação a grande diferença de resultados obtidos nos estudos experimentais realizados por MIOTTO (2002) e BALDISSERA (2006). Comportamento de ligações viga-pilar parcialmente resistentes a momento fletor... Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8 n. 32, p. 21-24, 2006 23 2 METODOLOGIA Para a realização da pesquisa, foi necessária a idealização de um modelo físico, composto de três prismas de concreto, sendo que dois destes possuem as mesmas dimensões e estão ligados a um prisma maior por meio de dois chumbadores solidarizados por chapas de aço, porcas e arruelas, conforme ilustrado na “Figura 1”. Na análise experimental serão avaliadas previamente três inclinações para os chumbadores, além de três diâmetros comerciais diferentes. As inclinações a serem analisadas serão de 0o, que representa o chumbador normal à interface entre o consolo e o pilar, 45o e 60o. Os diâmetros estudados serão de 16mm, 20mm e 25mm, e, para verificar a influência da resistência do concreto no comportamento do chumbador, os espécimes serão confeccionados com pelo menos dois valores diferentes de resistência à compressão. (a) perspectiva do modelo (b) corte longitudinal do modelo Figura 1 – Modelo físico idealizado. Na ligação viga-pilar existe também a influência da reação de apoio da viga, responsável pela mobilização de forças de atrito horizontais, que também será simulada com a aplicação de cargas horizontais em alguns modelos. Na pesquisa deverão ser confeccionados 15 modelos físicos distintos. Os modelos serão construídos em escala real 1:1 e deverão ser submetido a carregamentos unidirecionais e também a carregamentos cíclicos, sendo que neste ultimo caso a carga máxima aplicada não chegará próximo ao valor previsto para a ruptura. Os modelos serão instrumentados, sendo colocados extensômetros elétricos para medição das deformações dos chumbadores, além de transdutores e relógios comparadores. Além da análise experimental descrita, serão realizadas também modelagens numéricas dos espécimes via Método dos Elementos Finitos (MEF), onde serão avaliadas as influências de diversos parâmetros no comportamento da ligação. Na etapa de modelagem numérica será utilizado o programa computacional DIANA release 9, que tem o Método dos Elementos Finitos como base para o seu Eduardo Aurélio Barros Aguiar & Mounir Khalil El Debs Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 21-24, 2006 24 sistema de análise. Posteriormente os modelos numéricos serão calibrados com base nos resultados obtidos no programa experimental. 3 DESENVOLVIMENTO A pesquisa ainda está em fase inicial, onde está sendo realizada a revisão bibliográfica, além do detalhamento para a confecção dos modelos físicos a serem ensaiados. Inicialmente está prevista a confecção de três modelos, com as três inclinações de chumbadores a serem analisadas, para a realização do ensaio piloto. 4 RESULTADOS OBTIDOS OU ESPERADOS É esperado que a capacidade de carga dos modelos confeccionados com chumbadores inclinados seja superior aos confeccionados com chumbadores retilíneos. Com relação à deformabilidade, espera-se que os modelos confeccionados com chumbadores inclinados apresentem valores de deslocamentos inferiores aos confeccionados com chumbadores retilíneos. 5 CONCLUSÕES PARCIAIS Como conclusões, espera-se avaliar os mecanismos de resistência e de deformabilidade mobilizados com a alteração na inclinação dos chumbadores. Uma vez conhecidos esses mecanismos, espera-se que os modelos analíticos propostos consigam reproduzir a influência da inclinação dos chumbadores no comportamento global da ligação, possibilitando a determinação de sua resistência e rigidez. 6 AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual do Maranhão UEMA, pela concessão de bolsa de estudos de Doutorado pelo programa PICDT/CAPES. 7 REFERÊNCIAS BALDISSERA, A. (2006). Estudo experimental de uma ligação viga-pilar de concreto pré-moldado parcialmente resistente a momento fletor. 149p. São Carlos. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. FÉDÉRATION INTERNATIONALE DU BÉTON - FIB (2003). Structural connections for precast concrete buildings. Lausanne, Suíça (Texto provisório). MIOTTO, A. M. (2002). Ligações viga-pilar de estruturas de concreto pré- moldado: Análise com ênfase na deformabilidade ao momento fletor. 234p. São Carlos. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. ORDONEZ, J. A. F. et al. (1974). Prefabricacion teoria y prática. Barcelona. v.2. ISSN 1809-5860 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 25-28, 2006 AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTODA ADERÊNCIA ENTRE BARRAS DE AÇO E CONCRETOS AUTO-ADENSÁVEIS Fernando Menezes de Almeida Filho1 & Ana Lúcia Homce de Cresce El Debs2 R e s u m o O concreto auto-adensável surgiu da necessidade de se dispensar o difícil e oneroso trabalho de vibração do concreto, sendo definido como um material capaz de fluir dentro de uma fôrma, passando pelas armaduras e preenchendo a mesma, sem o uso de equipamentos de vibração. Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo experimental da aderência aço-concreto, utilizando concreto do tipo auto-adensável, mediante ensaios monotônicos de flexão em vigas seguindo o modelo padrão do Rilem-Ceb-Fip (1973). De acordo com os resultados, o comportamento dos modelos de viga foi similar ao comportamento de modelos de referência em concreto convencional, mostrando que o concreto auto-adensável possui características semelhantes ao concreto convencional, com as vantagens da trabalhabilidade no estado fresco. Palavras-chave: aderência, concreto auto-adensável, arrancamento, vigas, ensaios. EVALUATION OF THE BOND BEHAVIOR BETWEEN STEEL BARS AND SELF-COMPACTING CONCRETE A b s t r a c t Self-compacting concrete (SCC) origin was due to the need to avoid the difficult and expensive process of concrete vibration. It has been defined as a material capable to flow inside a formwork, passing through the reinforcement and filling it completely, without using of any special equipment. This research is characterized as an experimental study of steel-concrete bond, using SCC, through beam tests standardized by Rilem-Ceb-Fip model. According to the results, the behavior of the beams tests were very similar to the reference beams with ordinary concrete, with the well know advantages for the SCC in fresh state. Keywords: bond, self-compacting concrete, pull-out, beams, tests. Linha de Pesquisa: Estruturas de Concreto e de Alvenaria. 1 Pós-doutorando em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, ffilho@sc.usp.br 2 Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, analucia@sc.usp.br Fernando Menezes de Almeida Filho & Ana Lúcia Homce de Cresce El Debs Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 25-28, 2006 26 1 INTRODUÇÃO Desde o início da utilização do concreto armado, a aderência entre aço e concreto tem sido objeto de estudo de diversos pesquisadores. Essa interação entre os materiais é o mecanismo que caracteriza o concreto armado, pois a condição de que haja aderência entre a superfície da barra de aço e o concreto adjacente define o comportamento das estruturas obtidas. Com o passar dos anos, houve um grande desenvolvimento tecnológico dos materiais empregados na construção civil, dando origem aos concretos de alto desempenho e do tipo auto-adensável, que dispensa a etapa de vibração no canteiro de obras. No estudo da aderência, entretanto, pouco foi observado com relação ao comportamento dessa ligação com a utilização de concretos auto-adensáveis. O concreto auto-adensável, ou CAA, é uma mistura que pode ser adensada em qualquer local na fôrma, apenas por meio da acomodação devida ao seu peso próprio e sem necessidade de vibração. Do mesmo modo, pode ser definido como um concreto capaz de fluir dentro de uma fôrma, passando pelas armaduras e preenchendo a mesma, sem o uso de equipamentos de vibração. Assim, o uso do CAA aumenta a produtividade, reduz a mão de obra exigida e melhora o ambiente de trabalho (Gomes, 2002). O objetivo geral desta pesquisa foi estudar o comportamento da aderência aço-concreto mediante ensaios de vigas submetidas à flexão, onde o concreto a ser estudado era do tipo auto-adensável. A principal motivação para a realização desta pesquisa se fundamentou na necessidade de maiores informações a respeito do comportamento da aderência em concretos de alta resistência e em vigas submetidas à flexão; e, por haver ausência de dados a respeito, da tecnologia de concretos auto- adensáveis no país e de sua influência no comportamento da aderência aço-concreto (Almeida Filho, 2006). 2 METODOLOGIA A metodologia adotada para esta pesquisa consistiu de uma investigação experimental sobre o comportamento de modelos de viga, padronizados pelo Rilem- Ceb-Fip (1973), com barra de aço de 10 mm, utilizando concretos auto-adensáveis de 30 e 60 MPa de resistência à compressão na data do ensaio. O modelo de viga foi instrumentado de acordo com a normativa citada onde se utilizavam dois LVDT´s para medir o deslizamento da barra (Figura 1). Após os ensaios, os modelos foram comparados com modelos similares confeccionados em concreto convencional de mesma resistência à compressão. 3 DESENVOLVIMENTO Para a elaboração da composição do concreto auto-adensável, foi utilizada a proposta de Gomes (2002), a qual propõe para a elaboração do traço a otimização separada da pasta, esqueleto granular e concreto. A Tabela 1 ilustra o traço utilizado para o concreto auto-adensável e para o concreto convencional. Avaliação do comportamento da aderência entre barras de aço e concretos... Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 25-28, 2006 27 Tabela 1 – Composição do traço e resultados para o estado fresco do CAA Material CC1 CC2 CAA1 CAA2 Ensaios CAA1 CAA2 Cimento (kg) 365,3 488,3 338,8 365,1 Cone de Abrams Areia (kg) 883,9 766,6 854,8 815,3 Espalhamento (cm) 67,5 61,0 Brita (kg) 942,3 942,4 919,1 876,7 T50 (s) 1,0 1,0 Água (kg) 260,8 227,0 273,6 146,1 Caixa-L SP/C(%) --- --- 0,4% 0,75% T60 (s) 1,0 1,0 Filler (kg) --- --- 101,6 146,1 RB 0,95 0,9 Sílica ativa (kg) --- --- --- 36,5 Funil-V fcm (MPa) 32,0 50,2 30,1 53,3 Tv (s) 1,5 2,0 A Figura 1 ilustra o layout dos modelos de viga e o seu ensaio. LVDT LVDT Atuador Viga Perfil metálico Barra de aço Trecho com aderência (10 )φ Figura 1 – Modelo esquemático da viga e modelo durante ensaio. As vigas utilizaram barras de aço de 10 mm de diâmetro onde a tensão de escoamento, determinada a partir de ensaios, foi igual a 576 MPa e Es igual a 207,05 GPa. 4 RESULTADOS OBTIDOS A Figura 2 ilustra os resultados dos ensaios de viga com barra de 10 mm em concreto convencional e concreto auto-adensável. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Fo rç a (k N ) Flecha (mm) V-CAA-C30-B10 V-CC-C30-B10 V-CAA-C60-B10 V-CC-C60-B10 0 1 2 3 4 5 0 5 10 15 20 0,00 0,05 0,10 0,15 12 14 16 18 Te ns ão d e ad er ên ci a (M Pa ) Deslizamento (mm) V-CAA-C30-B10 V-CC-C30-B10 V-CAA-C60-B10 V-CC-C60-B10 Figura 2 – Comportamento dos ensaios de viga. Fernando Menezes de Almeida Filho & Ana Lúcia Homce de Cresce El Debs Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 32, p. 25-28, 2006 28 O comportamento dos modelos de viga esteve de acordo com a literatura técnica, onde os modelos com menor resistência à compressão do concreto apresentaram ruptura por deslizamento da barra, enquanto que para os modelos com maior resistência à compressão ocorreu o escoamento da barra de aço, independente do tipo de concreto utilizado. Foi constatado que as tensões de aderência foram maiores para os modelos com maior resistência à compressão. Ainda, O comportamento das vigas, ou seja, o comportamento dos diagramas força vs. deslizamento e força vs. flecha foi semelhante, independente do tipo de concreto utilizado, foi muito semelhante, demonstrando que o CAA trabalha de forma semelhante ao CC. 5 CONCLUSÕES De acordo com os resultados dos ensaios de viga, em CC e em CAA, a forma de ruptura foi semelhante em ambos os casos, mostrando que o comportamento do
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