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Relações Humanas Liderança

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AULA 3 - RELAÇÕES HUMANAS - LIDERANÇA
“A única definição de líder é alguém que possui seguidores. Algumas pessoas são pensadoras. Outras, profetas. Os dois papéis são importantes e muito necessários. Mas, sem seguidores, não podem existir líderes.”
Peter Drucker
“Liderança é a capacidade de exercer influência sobre indivíduos e grupos.”
Vergara
Vamos começar com a construção do conceito de liderança. Ele inclui:
1. Habilidade de motivar e influenciar;
2. Atuação ética e positiva;
3. Condução de uma ou mais pessoas;
4. Formação de uma equipe a partir de um grupo; e
5. Capacidade de gerar resultados.
Ou, como diz Minucucci (2009):
“Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação, por intermédio do processo de comunicação, para que seja atingida uma meta.”
Liderança X Gerência
Características do líder: 
• O líder inova;
• O líder desenvolve;
• O líder se apoia em pessoas;
• O líder conta com confianças;
• O líder faz a coisa certa.
Características do gerente:
• O gerente administra;
• Conserva;
• Se apoia em sistemas;
• Conta com controles;
• Faz certo as coisas.
Gerente é um profissional encarregado de um processo, atividade ou tarefa de uma organização. Seu escopo gerencial está normalmente associado a metas. Metas são objetivos e elas podem ter várias dimensões (ex.: qualidade, custo, prazo).
Para atingir os objetivos com os quais estão comprometidos, os gerentes administram um conjunto de recursos, normalmente dividido em humanos, materiais, físicos ou financeiros. Administrar recursos significa utilizá-los da melhor forma possível para atingir metas.
Gerenciar é, portanto, uma função ou cargo de caráter administrativo. E quando dizemos que o caráter é administrativo não estamos falando de áreas “de apoio” ou “meio” em comparação com áreas operacionais ou estratégicas. Este “administrar” é relacionado à gestão ou uso dos recursos sendo gerenciados.
Nas organizações de trabalho os gerentes podem ser nomeados independentemente de possuírem ou não habilidades necessárias. Para cumprir suas metas, uma vez investidos do cargo, terão que fazer com que pessoas, seus recursos humanos, executem atividades, tarefas. O poder que a organização lhes oferece é o comando, uma posição de superioridade hierárquica sobre este grupo de pessoas: autoridade de mando e obediência profissional.
Cada organização de trabalho e contexto de atuação regula este poder de forma diferente. Alguns exemplos de instrumentos que orientam e regulam a atuação dos gerentes são processos produtivos formalizados, sequências pré-definidas de atividades, regulamentos ou regimentos internos e descrições funcionais.
Mas, apesar de estar investido do poder e representá-lo junto ao grupo, um chefe pode nunca chegar a exercer um papel de liderança.
O foco no indivíduo
Liderar é a habilidade de lidar com pessoas. É ser capaz de influenciá-las a agirem de forma a conseguir obter resultados através de suas atitudes e comportamentos. Esta atuação precisa ser planejada, coordenada e monitorada. Precisa ser transmitida para o grupo com um grau de clareza que permita o correto entendimento não só do que se deve fazer, mas como, quando, onde e por quê.
Quando cada integrante de um grupo desempenha suas tarefas de forma ordenada, integrando seus produtos com as atividades dos outros membros de forma colaborativa, com sentimento de time, está formada uma equipe. E seu gerente é um líder.
As equipes são formadas para atingir objetivos. Quando lideradas de forma eficiente, há planejamento, causa e consequência em todo seu contexto operacional. Podemos dizer, portanto, que o líder serve aos propósitos da equipe. Sem ele, não haveria a dimensão de organização necessária para o cumprimento das metas. O trabalho de um grupo sem liderança eficiente se perde. Podemos dizer que, pela ótica da equipe, o líder mais eficaz é o que melhor satisfaz as necessidades de seus seguidores.
Neste ponto é importante destacar a diferença entre liderança e poder. Uma pessoa pode ter poder e não desempenhar liderança. É o caso do sujeito que emprega força física, pressão social, pressão de lei ou pressão de autoridade para mandar.
Da mesma forma, a pessoa pode ser líder e não ter poder estabelecido. É o caso do cidadão comum, que assume a postura de líder de uma comunidade mesmo sem ser, necessariamente, presidente de uma associação comunitária estabelecida.
A tabela a seguir compara de forma simples e direta características do gerente e do líder:
1 - Esta comparação é interessante como referencial. Nem sempre os líderes têm as características descritas nesta tabela. Mas que não seja esquecido: o líder administra e influencia pessoas, não apenas organiza processos e dá ordens.
2 - Os cargos gerenciais nem sempre são ocupados por líderes. Seria excelente contar com um gerente que é um líder. Na verdade é o que as organizações normalmente desejam.
Tipos de Liderança: definições clássicas
Tradicionalmente são conhecidos os seguintes tipos de liderança:
Liderança Autocrática
Também chamada autoritária ou diretiva. Esta é a liderança com foco em tarefas.
O líder toma decisões individuais sem levar em conta a opinião dos liderados. Ele determina providências e técnicas para execução das tarefas a partir de critérios desconhecidos para o grupo. Além da tarefa que cada um deve executar, o líder determina impositivamente qual companheiro de trabalho deve auxiliar e como a tarefa deve ser realizada. O líder é dominador e pessoal nos elogios e críticas ao trabalho de cada membro.
Liderança Democrática
Também conhecida como participativa ou consultiva. Este tipo de liderança tem foco nas pessoas e há participação dos liderados no processo decisório. As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, que é estimulado e assistido pelo líder. O próprio grupo esboça providências para atingir o alvo solicitando, quando necessário, aconselhamento técnico ao líder que sugere alternativas para o grupo escolher.
As tarefas ganham novas perspectivas com o debate. A divisão das tarefas fica ao critério do próprio grupo e cada membro pode escolher seus próprios companheiros de trabalho. O líder procura ser um membro normal do grupo. Ele é objetivo e limita-se a fatos nas suas críticas e elogios.
Liderança liberal ou Lissez faire
Aqui as pessoas têm mais liberdade na execução dos seus projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, autodirigida e que não necessita de supervisão constante.
Pode ser também um indício de liderança negligente ou fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los ou até mesmo sem percebê-los.
Liderança paternalista
O líder e a equipe têm relações interpessoais similares às de pai e filho. Pode ser confortável para os liderados e evitar conflitos, mas não é o modelo adequado num relacionamento profissional, pois em uma relação paternal, o mais importante para o pai é o filho, incondicionalmente.
Em uma relação profissional, o equilíbrio deve preponderar e os resultados a serem alcançados pela equipe são mais importantes do que os indivíduos que a formam.
Outros tipos de liderança:
As definições clássicas que apresentamos têm como foco a figura do líder, suas características e o estilo de sua liderança. A evolução das teorias que estudam a liderança começa, entretanto, a considerar outros fatores como as situações, as habilidades e competências do líder e mesmo as relações entre líder e liderados. A liderança não é uma figura estática. Ela se desenvolve em um processo de influência interpessoal, ou seja, em um contexto que envolve pessoas, e não somente as qualidades do líder. Percebemos assim, outros tipos de liderança que aparecem em alguns cenários.
Liderança coercitiva
É obtida através da coerção, da violência, que pode ser verbal ou física. Aqui a relação entre o líder e seus liderados é instável. Uma vez que a liderança se apoia em um equilíbrio limite, qualquer alteração no contexto pode levar a uma
ruptura.
Liderança controladora
Mais sutil que a coercitiva, porém, geralmente, utiliza manipulação emocional/material. Não há confiança nas pessoas, mas a crença que os indivíduos são incompetentes e não possuem vontades. O líder é, normalmente, uma pessoa centralizadora. Os liderados têm postura de acomodação e desinteresse.
Liderança orientadora
É aquela que possibilita relacionamentos informais, facilitando a compreensão, propiciando uma maior integração e, portanto, reduzindo a frequência dos comportamentos competitivos das pessoas. Facilita o crescimento profissional, amplia os relacionamentos, agiliza a comunicação e valoriza o ser humano. Há tendência ao exagero, ao “paternalismo” que pode gerar dependência.
Liderança integradora
Acredita que os indivíduos possuem capacidade de contribuir. Cria condições de envolvimento das pessoas, supre a necessidade do reconhecimento e da autoestima, estimula potencialidades e inovações. Os membros envolvem-se e integram-se ao grupo, se responsabilizam e se comprometem, cooperam e respeitam. É uma relação simétrica onde não existe dependência nem independência, mas uma interdependência entre líderes e liderados.
Habilidades dos líderes
Uma habilidade é um conhecimento posto em prática. É a realização objetiva de um conceito teórico através de atitudes e comportamentos. Entre as habilidades necessárias aos líderes destacamos:
1- Habilidade para observar, perceber mensagens não verbais contidas nos comportamentos.
O bom observador é paciente, busca os detalhes, usa de discrição e respeita a privacidade.
2-Habilidade para escutar. Quando você deixa o outro falar, ele tem a possibilidade de estruturar seu pensamento, refletir e, talvez, chegar a novas considerações. Além disso, a fala tem um papel terapêutico. O líder que escuta tem grandes chances de se tornar uma pessoa significativa para aquele que ele está ouvindo.
3-Habilidade para falar. A boa fala demonstra a existência de compreensão.
4-Envolvimento. Colocar-se no lugar do outro no momento em que o problema se apresenta ou é apresentado. Demonstrar ao outro que há um compartilhar de valores.
5-Compreensão. O líder compreende o que move o liderado e percebe suas fraquezas e pontos fortes.
6- Ética e coerência. O líder serve de modelo aos liderados. Demonstra coerência de comportamentos e pensamentos e atitude ética, o que tem muita importância do ponto de vista emocional e social.
7-O líder dá e recebe feedback. Esta habilidade é importantíssima. Isso determina a qualidade da comunicação entre líder e liderados. O líder deve ser capaz de receber feedback e não se “destruir” por isso. Pelo contrário, aquilo que é dito por seus liderados, sobre seu comportamento e/ou discurso, deve ser usado em seu próprio benefício, no sentido de que servirá de matéria prima para uma melhor atuação.
8-Habilidade para orientar. Este requisito sintetiza todos os demais: um líder deve ser capaz de orientar. Resumindo tudo aquilo que ele foi capaz de fazer com todas as habilidades mencionadas, o líder é capaz de orientar seus liderados na realização de uma meta. Há várias outras habilidades desejáveis a um líder. A lista apresentada não é extensiva, pois tem como objetivo ampliar o entendimento dos conceitos de liderança apresentados. 
Podemos desenvolver a liderança?
De forma geral entendemos liderança como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes. Conhecimentos e habilidades técnicas são facilmente aprendidos e incorporados pelo treinamento em uma sala de aula. As atitudes são mais difíceis. E é nas atitudes que se identifica o líder. As atitudes precisam ser mudadas e incorporadas no treinamento diário, também fora de uma sala de aula, na vida real.
Para Minicucci (2009), as principais características de um líder considerado eficaz são:
1 - Sensibilidade situacional – ele sabe interpretar a situação;
2- Habilidade de gestão situacional, que é a competência para mudar uma situação ou, se necessário, de reformulá-la;
3- Capacidade de mudar o estilo de liderança conforme as circunstâncias, ou seja, flexibilidade de estilo, adaptabilidade; e
4- Por último, e não menos importante: é preciso que ele aja, que atue. Ou seja, que ele exerça a gestão situacional.
Portanto, para ser líder é preciso construir ou aprimorar a sua capacidade de ouvir o outro, se sensibilizar com ele e ser capaz de analisar cada situação e com isso poder mudar. É preciso ouvir mais do que discursar. O líder precisa ser capaz de perceber a situação e entender seus seguidores. 
Não é tarefa simples. Flexibilidade para mudar, alterar. Admitir um possível erro e voltar de onde começou. Muitos não conseguem em suas próprias vidas particulares e continuam repetindo erros que já foram vivenciados. Uma pessoa rígida, inflexível não tem condições de liderar com eficácia.
É possível, contudo, conhecer e desenvolver todas estas habilidades. E mudar atitudes. Isso fará toda diferença no clima organizacional.
Liderar é um exercício que exige autoconhecimento e constante aprimoramento de habilidades e competências.
A liderança no trabalho e o clima organizacional
Todos os líderes são valorizados no mercado de trabalho. O líder pode estar em qualquer grau da hierarquia de qualquer organização. Ele está à frente de seus pares. Um líder é capaz de fato de criar o ambiente até para os momentos mais difíceis.
A liderança é essencial para o trabalho em equipe. Com uma liderança eficaz, os liderados se destacam, pois são valorizadas as qualidades individuais no grupo. Cada integrante da equipe é chamado a colocar suas habilidades a serviço do grupo.
Todos os líderes são valorizados no mercado de trabalho. O líder pode estar em qualquer grau da hierarquia de qualquer organização. Ele está à frente de seus pares. Um líder é capaz de fato de criar o ambiente até para os momentos mais difíceis.
A liderança é essencial para o trabalho em equipe. Com uma liderança eficaz, os liderados se destacam, pois são valorizadas as qualidades individuais no grupo. Cada integrante da equipe é chamado a colocar suas habilidades a serviço do grupo.
Um bom líder motiva seus seguidores a executarem suas atribuições, comprometendo-se com os resultados.
O líder gera, junto com seu grupo de trabalho, um ambiente progressivo causando resultados superiores, pois sabe criar em torno de si um clima aberto e seguro para que as pessoas troquem ideias e experiências.
Com essa atitude, desperta maior senso de participação e valores comuns. Faz com que cada um sinta que seu envolvimento é extremamente importante; que sua contribuição é respeitada e levada em conta. Este é o maior estímulo que um profissional em qualquer nível pode receber para desempenhar suas atividades de maneira satisfatória.
É fundamental que o líder se preocupe com os outros e com o mundo que o cerca e que tente fazer algo a este respeito. Desta forma o clima organizacional será beneficiado e os resultados do trabalho serão verificados por todos e pelo público externo.
Clima Organizacional 
Nossa atuação profissional é influenciada pela percepção da atmosfera psicológica que percebemos. Ficamos assim, às vezes mais e outras vezes menos dispostos a interagir, realizar e intervir. 
O clima organizacional está intimamente ligado com a motivação dos membros da organização, seja ela qual for: uma empresa, um quartel ou um hospital.
Quando a motivação está adequada, o clima também estará; proporcionando a satisfação das pessoas em termos interpessoais.
“Quando a motivação está em baixa, seja por frustração de algumas necessidades, por falta de entrosamento entre as pessoas do grupo, seja por uma liderança mal conduzida, o clima organizacional tende a ser baixo, podendo gerar um ambiente hostil: pessoas se comportando de maneira agressiva, demonstrando desinteresse pelo trabalho e pelos outros, apatia, depressão etc.”
(Chiavenato, 2011)
Segundo Chiavenato é preciso compreender o ajustamento ou desajustamento das pessoas no
grupo. Um bom ajustamento denota saúde mental e pode ser verificado na observação das seguintes características:
1. A pessoa se sente bem consigo mesma; 
2. A pessoa se sente bem com o grupo; e
3. A pessoa é capaz de enfrentar as demandas da vida e das situações.
Desempenhamos nossas atividades profissionais sempre sob a influência desta percepção que temos do ambiente de trabalho. E neste desempenho profissional, nesta interação com o meio, acabamos por causar, nós mesmos, influência sobre esta atmosfera psicológica.
O conceito de clima organizacional revela a influência do aspecto ambiental sobre a motivação dos participantes. O clima organizacional nos influencia e nós o influenciamos continuamente. Este ciclo de influências faz com que diversas das características culturais da organização em que trabalhamos sejam repetidas e, portanto, reforçadas. Todos têm influência sobre o clima organizacional. Os líderes possuem, entretanto, influência determinante no estabelecimento de um clima favorável ao bom desempenho profissional.
Práticas de Liderança Transformadora
O resultado de uma equipe depende do tipo de liderança exercido; 
Uma liderança paternalista criará um grupo fraco e sem autoconfiança. 
Uma liderança coercitiva ou controladora provavelmente criará um grupo com medo e sem possibilidade de ousar, inventar para superar qualquer obstáculo.
A liderança autoritária talvez traga resultados, mas cansa e desmotiva seus seguidores. Assim que possível, eles deixarão a equipe.
Uma liderança Liberal provavelmente criara um grupo sem objetivos definidos e sem consciência de suas próprias capacidades
Liderança é a busca de desenvolvimento constante. 
Um bom líder:
• nunca para de estudar e de escutar; 
• não desiste de sua equipe e acredita nela; 
• tem uma meta clara e o planejamento de um caminho a seguir; 
• consegue persuadir seus seguidores de que aquele é o melhor 
caminho e de que eles são capazes de caminhar juntos.
O líder é um agente de transformação. Ele tem consciência de que todos são importantes, cada um em suas diferenças, construindo-se, desse modo, uma grande espiral de potencialidades, em uma dinâmica ampla e abrangente.
O líder influencia ou transforma seguidores e também se deixa influenciar por eles. O líder consegue assim liberar o potencial de motivação dos colaboradores mais do que os próprios acreditavam. Esse líder propõe padrões de desempenho desafiadores e consegue fazer com que seus seguidores atinjam desempenhos mais elevados.
Nem sempre, é importante ressaltar, o líder leva o grupo a uma meta que é considerada positiva.
A história da humanidade está cheia de exemplos que nem precisam de grandes explicações. Podemos pensar nos líderes nazistas ou mesmo no líder de uma seita bastante conhecida nos Estados Unidos (Jim Jones), que levou à morte centenas de pessoas, homens, mulheres e crianças.
O estudo da liderança e dos líderes tem, entretanto, como objetivo aparelhar agentes de transformação que tenham como finalidade um mundo melhor e mais justo e que são capazes de levar seus seguidores a caminharem com ele nesta direção.

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