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Microeconomia Prof. Saiani Aulas 5 e 6

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Microeconomia – 
Organização Industrial 
Prof. Dr. Carlos C. S. Saiani 
Sala: 1J - 219 
ssaiani@yahoo.com.br 
ssaiani@ie.ufu.br 
 
Aulas 5 e 6 
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Regulação Econômica 
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Regulação 
• ação do governo para limitar a liberdade de 
escolha dos agentes econômicos 
 
• estrutura de incentivos a um comportamento 
pré-estabelecido 
 
• observação: mesmo as teorias econômicas 
“mais liberais” reconhecem que há situações 
em que o mercado não consegue levar a uma 
alocação eficiente 
 
• falhas de mercado 
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1. Introdução: Falhas de Mercado 
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Aulas 5 e 6 
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Falhas de Mercado 
• falhas de mercado 
 
• situação na qual o mercado, por si mesmo, 
fracassa em alocar recursos de forma 
eficiente (mercado ineficiente) 
 
• poder de mercado 
 
• informações assimétricas 
 
• bens públicos 
 
• externalidades 
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Falhas de Mercado 
•poder de mercado 
 
• capacidade que um único agente (ou 
pequenos grupos de agentes) tem de 
influenciar significativamente os preços 
de mercado 
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Poder de Mercado 
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Perda de Excedente
do Consumidor
Peso Morto
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Quantidade
Rme = D
RMg
CMg
QC
PC
PM
QM
Preço
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Monopólio Natural 
• com um único produto 
 
• custos menores na produção por uma 
única empresa 
 
• subaditividade da função de custo 
 
• Ca(x
*) < Cb(x1) + Cc(x2) 
 
• condição necessária e suficiente 
 
• economias de escala em toda a 
amplitude relevante de produção 
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Monopólio Natural 
•multiproduto 
 
• custos menores na produção por uma 
única empresa (mas, mais de 1 produto) 
 
• subaditividade da função de custo 
 
• Ca(Qx,Qy) < Cb(Qx,0) + Cc(0,Qy) 
 
• condições necessárias e suficientes 
 
• economias de escala e, principalmente, 
economias de escopo 
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Informações Assimétricas 
•distribuição não igualitária das 
informações entre os agentes 
 
• disponibilidade 
 
• custo de obtenção 
 
• capacidade de processamento 
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Incerteza na Qualidade 
• a falta de informação completa na compra 
de um produto usado aumenta o risco da 
aquisição e reduz o valor do produto 
 
• informação assimétrica a respeito da 
qualidade do produto 
 
• o vendedor possui mais informações do que o 
potencial comprador 
 
• custos de transação? 
 
• oportunismo? 
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Incerteza na Qualidade 
•Mercado de Produtos de Qualidade 
Duvidosa (Lemons) 
 
• por qual razão o automóvel ser de 
segunda mão reduz tanto o seu valor? 
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Falha de Mercado (Ineficiência) 
• informação assimétrica pode resultar em 
desvio da eficiência (falha de mercado) 
 
•mundo ideal: consumidores poderiam 
escolher a qualidade do automóvel 
 
•mundo real: consumidores não podem 
facilmente determinar a qualidade de um 
produto antes de utilizá-lo 13 
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Falha de Mercado (Ineficiência) 
• seleção adversa 
 
• produtos de qualidades distintas são 
vendidos ao mesmo preço, pois 
consumidores e/ou vendedores não têm 
informações suficientes para avaliar a 
qualidade real do produto no momento da 
compra 
 
• resultado: muitos produtos de baixa 
qualidade e poucos de alta qualidade são 
vendidos no mercado 
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Informação Assimétrica 
• problema de produto de qualidade duvidosa 
 
• vendedores com maiores informações 
 
• compradores presumem que a qualidade é 
baixa 
 
• redução nos preços e restrição na oferta 
 
• apenas os produtos de baixa qualidade passam a 
ser vendidos 
 
• intervenção governamental e reputação/padrão 
podem suavizar o problema 
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Sinalização de Mercado 
•mecanismo que pode “resolver” o problema 
da informação assimétrica (Michael 
Spence) 
 
• em alguns mercados, o vendedores enviam 
sinais aos compradores, transmitindo 
informações a respeito da qualidade de um 
determinado produto 16 
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Exemplos de Sinalização 
•Garantias e Certificados 
 
• fornecem sinalização que permite identificar 
produtos de alta qualidade e confiabilidade 
 
• são instrumentos de decisão eficazes, pois o 
custo das garantias é muito elevado para os 
produtores de baixa qualidade 
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Risco Moral 
• ocorre quando a parte segurada, com ações 
não observadas, pode influenciar a 
probabilidade ou magnitude do evento que 
é fato gerador de pagamentos 
 
• informação imperfeita 
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Problema Agente-Principal 
• problema da relação agente e principal 
 
• informação perfeita 
 
• proprietários de uma empresa poderiam ficar 
seguros de que administradores e demais 
funcionários estariam trabalhando com eficácia 
 
• porém, na maioria dos casos, os proprietários não 
têm condições de acompanhar tudo o que os 
funcionários fazem• funcionários com mais informações 
 
• assimetria de informações => agente e principal 
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Problema Agente-Principal 
• relação agente-principal (de agência) 
 
• relação na qual o bem-estar de alguém depende 
daquilo que é feito por outra pessoa 
 
• agente 
 
• pessoa atuante (ex.: administradores e 
funcionários) 
 
• principal 
 
• parte afetada pela ação do agente (proprietário da 
empresa) 
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Problema Agente-Principal 
• problema agente-principal 
 
• os administradores e funcionários podem 
estar interessados em atingir seus próprios 
objetivos, o que pode levar a lucros menores 
para os proprietários 
 
• conflito de interesses 
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Problema Agente-Principal 
•possíveis “soluções” 
 
• elevado custo de obtenção de informações 
 
• empresas privadas: forças de mercado; 
incentivos definidos em contratos 
 
• empresas públicas: agências, controles 
sociais (descentralização) 
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Bens Públicos 
• sob quais circunstâncias o governo 
deve substituir as empresas como 
produtor/provedor de bens e serviços? 
 
• bens públicos 
 
• outro exemplo de falha de mercado 
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Bens Públicos 
• bens e serviços que podem beneficiar todos os 
consumidores 
 
• oferta via mercado é insuficiente, inexistente 
e/ou o preço não é apropriado 
 
• custo marginal de oferta a um consumidor 
adicional tende a zero 
 
• é difícil impedir os indivíduos de consumi-los 
 
• 2 características: não disputáveis e não 
exclusivos 
 
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Bens Públicos 
• bens não disputáveis (não rivais) 
 
• para qualquer nível específico de produção, o 
custo marginal de produção é zero para um 
consumidor adicional 
 
• bens privados: CMg positivo 
 
• bens disputáveis devem ser alocados entre as 
pessoas 
 
• bens não disputáveis podem ficar disponíveis 
para “todos” sem que seja afetada sua 
oportunidade de consumo para qualquer pessoa 
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Bens Públicos 
•bens não exclusivos (não 
excludentes) 
 
• as pessoas não podem ser impedidas 
de consumir, sendo impossível ou 
difícil a cobrança por sua utilização 
 
• podem ser obtidos sem a necessidade 
de pagamento direto 26 
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Bens Públicos 
• portanto, os bens públicos geram 
benefícios às pessoas a um custo 
marginal zero (não disputável) e ninguém 
pode ser excluído da possibilidade de 
usufruí-los (não exclusivo) 
 
• observação: alguns bens têm graus 
distintos das duas características dos bens 
públicos 27 
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BENS PRIVADOS MONOPÓLIOS NATURAIS 
sorvetes, veículos, 
roupas, calçados, 
estradas congestionadas 
com pedágios 
abastecimento de água, 
esgotamento sanitário, 
estradas não congestionadas 
com pedágio 
RECURSOS COMUNS BENS PÚBLICOS 
peixes no mar, recursos 
hídricos, outros recursos 
ambientais, 
estradas congestionadas 
sem pedágio 
defesa nacional, iluminação 
pública, conhecimento, 
estradas não congestionadas 
sem pedágio 
exclusivo 
não exclusivo 
disputável não disputável 
Classificação dos Bens 
Bens Públicos 
• o ar é um bem público? 
 
• é não exclusivo e, no geral, não 
disputável 
 
• pode tornar-se disputável quando as 
emissões de determinada empresa 
passam a prejudicar sua qualidade e a 
possibilidade de outras pessoas 
desfrutarem seu uso 
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• se bens não disputáveis fossem 
ofertados via mercados 
 
• exclusão não é desejada porque resulta 
em sub consumo 
 
• sem exclusão, há sub oferta 
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Bens Públicos e Falhas de Mercado 
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• se exclusão é possível, mesmo se o consumo 
for não disputável, podem ser cobradas tarifas 
(taxas/contribuições/pedágio) daqueles que se 
beneficiam do bem ou serviço ofertado 
 
• introduz uma ineficiência => sub consumo 
 
• exemplo: uma ponte suficientemente grande 
(não disputável): 1.000 carros por minuto 
 
• pedágio => 800 carros por minuto 
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Bens Públicos e Falhas de Mercado 
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Problema do Free Rider (Carona) 
•muitos bens providos publicamente têm a 
propriedade de serem não exclusivos 
 
• ex: iluminação pública e defesa nacional 
 
• racionalização pelo sistema de preços não é 
possível 
 
•mercado competitivo não gerará um montante 
Pareto eficiente 
 
• pessoas perceberiam que se beneficiarão 
independentemente do quanto contribuem 
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Problema do Free Rider (Carona) 
• baixo incentivo para as pessoas pagarem, 
voluntariamente, pelos bens e serviços 
 
• se não for possível usar o preço para 
racionalizar um bem, esse não deve ser 
provido de forma privada 
 
• se for possível usar o preço para racionalizar 
um bem, ocorrerá sub consumo 
 
• argumento que justifica a provisão 
governamental desses bens 
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Preferências Privadas por 
Bens Públicos 
• a produção de um bem público pelo governo 
é vantajosa porque este pode especificar 
impostos ou taxas que permitam financiar 
sua provisão 
 
• difícil determinar o nível ótimo do bem 
público na presença de caronas (free riders) 
 
• possível solução: votação? 34 
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Externalidades 
• efeitos das atividadesde produção e 
consumo que não se refletem 
diretamente no mercado 
 
• efeitos das ações de um produtor ou 
consumidor que afetam outros 
produtores ou consumidores, mas que 
não são considerados no preço de 
mercado 
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Externalidades 
• podem surgir entre produtores, entre 
consumidores ou entre consumidores e 
produtores 
 
• na presença de externalidades, o preço de 
um bem ou serviço não reflete, 
necessariamente, seu valor social 
 
• resultado de mercado é ineficiente: 
empresas podem produzir quantidades 
excessivas ou insuficientes 
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Externalidades Negativas 
• a ação de um dos agentes 
(consumidores ou produtores) impõe 
custos ao outro (consumidores ou 
produtores) 
 
• exemplo: 
 
• usina de aço despeja seus efluentes em 
um rio do qual pescadores dependem 
 
• quanto mais efluentes forem 
despejados, menos peixes haverá 
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Externalidades Negativas 
•podem não existir incentivos 
para que a usina se 
responsabilize pelos custos 
externos que impõem aos 
pescadores quando toma sua 
decisão de produção 
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Externalidades Positivas 
• a ação de um dos agentes (produtores 
ou consumidores) gera benefícios a 
outro (produtores ou consumidores) 
 
• exemplo: 
 
• proprietário de uma casa decide pintá-
la e construir um jardim 39 
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Externalidades Positivas 
• vizinhos se beneficiam 
(valorização imobiliária, por 
exemplo) 
 
• contudo, a decisão do 
proprietário tende a não levar em 
conta esses benefícios externos 
40 
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Externalidade Negativa e 
Ineficiência 
• como as externalidades negativas não se 
refletem nos preços de mercado, elas 
podem causar ineficiência econômica 
 
• agentes consideram apenas os custos e os 
benefícios privados e não os danos (custos 
externos) associados às externalidades 
negativas 
 
• resultado: produção excessiva (super oferta) 
e custos sociais desnecessários 
41 
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• custo marginal externo (CMgE) 
 
• aumento no custo determinado 
externamente a um agente conforme 
um ou mais agentes elevam o volume 
de produção/consumo em uma unidade 
 
• exemplo: custo imposto aos pescadores 
que trabalham no rio para cada nível de 
produção de aço da usina (poluição) 
42 
Externalidade Negativa e 
Ineficiência 
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• custo marginal externo (CMgE) 
 
• no geral, inclinação ascendente 
 
• exemplo: à medida que a usina produz 
quantidades adicionais de aço e 
despeja quantidades adicionais de 
efluentes no rio, o prejuízo incremental 
para os pescadores aumenta 
43 
Externalidade Negativa e 
Ineficiência 
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• custo marginal social (CMgS) 
 
• soma do custo marginal de produção 
com o custo marginal externo 
 
• 1 Empresa: CMgS = CMg + CMgE 
 
•Mercado: CMgSM = CMgM + CMgEM 44 
Externalidade Negativa e 
Ineficiência 
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Externalidade Negativa e 
Ineficiência 
• exemplo: usina de aço despeja efluentes em 
um rio utilizado por pescadores 
 
• suposição: função de produção de proporções 
fixas 
 
• usina não pode alterar suas combinações de 
insumos (caso contrário, as empresas poderiam 
escolher conjuntamente combinações de 
produção e redução de poluição) 
 
• quantidade de efluentes só pode ser reduzida por 
meio da diminuição do volume de produção 
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(i) decisão de 1 usina 
no mercado competitivo 
(ii) curvas de oferta e 
demanda do mercado 
CMg
S = CMgM
D
P1
Custo social 
agregado da 
externalidade
negativa
P1
q1 Q1
CMgS
CMgSM
Na presença de externalidades
negativas, o custo social marginal 
(CMgS) é maior que o custo marginal
Produção da Empresa 
Preço
Produção do Mercado
Preço
CMgE
CMgEM
A diferença é o
custo marginal 
externo CMgE
q*
P*
Q*
A produção competitiva da 
indústria é Q1 , enquanto 
que a produção eficiente é Q*.
A empresa maximizadora de lucro
produz em q1, enquanto que
o nível eficiente é q*
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(i) a usina, maximizando os lucros, produz a 
quantidade q1 (= CMg) 
 
• produção eficiente (ponto de vista social): q*, com 
preço igualando o CMgS 
 
(ii) produto competitivo do setor: Q1, na 
intersecção entre a oferta de mercado CMgM e a 
demanda D (= benefício marginal dos 
consumidores) 
 
• o produto eficiente Q* (ponto de vista social) é 
menor, na intersecção das curvas de demanda e de 
custo marginal social (CMgSM) 
47 
Externalidade Negativa e 
Ineficiência 
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Externalidade Negativa e 
Ineficiência 
• as externalidades negativas incentivam a 
oferta excessiva de produtos (super 
oferta) 
 
• ineficiente do ponto de vista social 
 
• origem da ineficiência: preço de mercado 
incorreto do produto (baixo) 
 
• reflete apenas o CMg (privado) e não o 
CMgS 
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Externalidade Positiva e 
Ineficiência 
• exemplo: 
 
• proprietário de uma residência reforma 
sua casa e faz um jardim 
 
• eixo horizontal: nível de reparos 
 
• curva de CMg: custo dos reparos e do 
jardim feitos na casa (suposição: não 
afetado pela variação da quantidade 
desses reparos) 
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FUExternalidade Positiva e 
Ineficiência 
• curva de demanda (D): benefício 
marginal privado dos reparos e do jardim 
para o dono da residência 
 
• o proprietário optará por investir q1 nos 
dois itens (intersecção das curvas de 
demanda e de custo marginal) 
 
• contudo, os reparos e o jardim resultam 
em benefícios externos para os vizinhos 
 
• curva de benefício marginal externo 
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Externalidade Positiva e 
Ineficiência 
• benefício marginal social (BMgS) é 
maior do que o benefício marginal 
privado (D) 
 
• diferença: benefício marginal externo 
(BMgE) 
 
• nível eficiente de reparos: q* (intersecção 
da curva de BMgS com a curva de CMg) 
 
• mais alto do que o nível escolhido pelo 
proprietário (q1) 
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Externalidade Positiva e 
Ineficiência 
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CMgP1
Nível de Reparos (Q)
Valor (P)
D
q1
BMgS
BMgE
Na presença de 
externalidades
positivas (os benefícios da 
reforma para os vizinhos), 
o BMgS é maior do que o 
BMg (D)
q*
P* Um proprietário interessado
apenas no próprio bem-estar
investe q1 em reparos.
O nível eficiente (social) de 
reparos q* é maior
O preço mais elevado
P1 desestimula novos reparos
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Externalidade Positiva e 
Ineficiência 
• benefício marginal externo (BMgE) 
 
• aumento de benefício para os outros agentes 
quando um agente aumenta a 
produção/consumo em uma unidade 
 
• benefício marginal social (BMgS) 
 
• soma do benefício marginal privado (D) 
com o benefício marginal externo (BMgE) 
 
BMgS = D (=BMg) + BMgE 
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Externalidade Positiva e 
Ineficiência 
• externalidades positivas podem 
resultar em níveis de produção 
insuficientes do ponto de vista social 
(ineficiência) 
 
• sub consumo 
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Indústrias de Rede 
• caso especial de monopólio natural 
 
• exploram a multiplicidade de relações 
transacionais entre os agentes econômicos 
situados em diferentes nós da rede, 
envolvendo um princípio de organização 
espacial e territorial 
 
• exemplo: indústrias de infraestrutura 
econômica (eletricidade, gás, 
telecomunicações, transportes e saneamento) 
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Indústrias de Rede 
• 3 características: 
 
1) existência de externalidades 
 
• externalidades de rede: benefício de um usuário 
depende do número de usuários ligados à rede 
 
2) importância das economias de escala 
 
3) articulação em torno da infraestrutura dos 
diferentes tipos de serviços finais e do serviço de 
coordenação da rede 
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2. Teoria Positiva da Regulação 
57 
Aulas 5 e 6 
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Teoria Positiva da Regulação 
• imperfeições concorrenciais como 
justificativas para a ação regulatória 
governamental 
 
• a ação estatal (regulação) poderia 
aumentar o bem estar de parte da 
sociedade sem reduzir o bem estar de 
outros elementos da sociedade 58 
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Teoria Positiva da Regulação 
• governo utilizando seu poder coercitivo 
para afetar o processo de decisões dos 
agentes econômicos 
 
• tendo como padrão o mercado 
perfeitamente competitivo, desvios destes 
(falhas de mercado) justificariam a 
intervenção governamental 59 
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2.1 Fundamentos da Regulação 
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Aulas 5 e 6 
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Regulação 
• regulação social 
 
• controle das situações em que estão 
presentes externalidades e informações 
imperfeitas 
 
• externalidades negativas 
 
• exemplo: questões ambientais (custo 
externo) 
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Regulação 
• externalidades positivas 
 
• impossibilidade de apropriação privada do 
retorno dos investimentos realizados (sub 
investimento) 
 
• exemplos: patentes, outros instrumentos 
de proteção à propriedade 
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Regulação 
• informação imperfeita (ou assimétrica) 
 
• exemplos: regulamentação da 
comercialização de alimentos e 
remédios, segurança em veículos, 
controle de substâncias tóxicas, 
segurança no trabalho ... 
 
• sinalização de informações (redução da 
qualidade duvidosa dos produtos) 
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Regulação 
• regulação econômica 
 
• controle do poder de mercado ou da 
instabilidade de indústrias (concorrência 
destrutiva) 
 
• geralmente, é implementada por um agência 
governamental 
 
• determina a entrada e crescimento das empresas 
na indústria 
 
• estabelece padrões e normas de qualidade 
 
• controle de preços 
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Regulação Econômica 
•política antitruste 
 
• ou política de defesa da concorrência ou 
controle do abuso do poder econômico 
 
• intervenção governamental sobre os 
negócios privados 
 
• objetivo: na presença de poder de 
mercado, harmonizar interesses públicos à 
maximização do lucro das empresas 
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Política Antitruste 
• combate às consequências do poder de 
mercado de duas maneiras: 
 
• aproximação da estrutura do mercado 
às características competitivas 
 
• aumentar a probabilidade de surgimento 
de condutas e desempenhos desejados 
 
• desestímulo e/ouproibição a ações 
indesejáveis de conduta das firmas 
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Regulação Econômica 
• política industrial 
 
• falhas temporais de mercado 
 
• tradicionalmente, combate à eliminação da 
concorrência internacional , em mercados 
previamente selecionados, para permitir e 
estimular o desenvolvimento da produção 
doméstica (indústria infante) 
 
• modernamente, foco em práticas cooperativas 
que implicam redução da concorrência 
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2.2 Instrumentos Tradicionais 
de Regulação 
68 
Aulas 5 e 6 
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Instrumentos de Regulação 
• instrumentos por meio dos quais o 
governo pode, tradicionalmente, intervir 
no funcionamento do sistema econômico 
 
• objetivo 
 
• influenciar uma das três principais variáveis 
observáveis em determinado mercado 
 
• preço 
 
• quantidade 
 
• número de firmas 
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Instrumentos de Regulação 
• possível critério para a avaliação da eficácia 
do uso de cada um dos instrumentos: 
 
• eficiência 
 
• produtiva 
 
• ação regulatória para incentivar a utilização dos 
recursos e fatores produtivos da forma mais 
eficiente possível 
 
• incentivar a obtenção da maior quantidade de 
produto com dada quantidade de insumos 
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Instrumentos de Regulação 
•alocativa 
 
• regulação deveria assegurar que os 
produtos transacionados sejam 
produzidos pelas firmas mais 
eficientes e adquiridos pelos 
consumidores que mais os desejam 
 
• conceito associado à maximização do 
excedente econômico 
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Instrumentos de Regulação 
•dinâmica 
 
• regulação deveria assegurar que a 
técnica mais eficiente disponível 
continue sendo utilizada ao longo do 
tempo 
 
• relacionado com a possibilidade de 
realização de investimentos e de 
introdução de progresso tecnológico na 
economia 
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Instrumentos de Regulação 
•distributiva (?) 
 
• regulação deveria reduzir a capacidade 
de apropriação de excedentes por parte 
do produtor (ou provedor ou prestador) 
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Instrumentos de Regulação 
• outro conceito importante para a avaliação da 
eficácia dos instrumentos de regulação: 
 
• volume de custos de transação associados 
 
• ação regulatória é uma fonte adicional de custos 
de transação 
 
• demanda das partes reguladas e do agente 
regulador dispêndio de recursos 
 
• cada instrumento possui uma estrutura de custos 
de transação diferente 
 
• induz comportamentos distintos das firmas 
reguladas 
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Controle de Preços 
• especificação de um valor (ou um intervalo de 
valores) de acordo com o qual as firmas devem 
estabelecer os seus preços 
 
• objetivo: evitar que a quantidade ofertada seja 
menor do que o nível eficiente 
 
• pode assumir várias formas, como: 
 
• limitação sobre o valor nominal do preço (p.e., 
passagens de ônibus nas cidades brasileiras?) 
 
• limitação sobre a taxa máxima de reajuste 
permitida para determinado serviço (p.e., uso do 
IGP-DI para a telefonia fixa no Brasil) 
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Controle de Preços 
• exemplo: regulação de um monopólio 
 
• efeitos em termos de eficiência e de 
redistribuição 
 
• redução do preço => aumenta a quantidade 
vendida e reduz a perda de peso morto 
 
• melhor opção para o regulador: 
 
• preço máximo igual ao custo marginal no ponto 
em que este é igual à demanda (graficamente: 
intersecção entre as curvas) 
 
• maximização do bem-estar dos consumidores 
 
• aumento da quantidade transacionada e redistribuição 
do excedente total 
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Controle de Preços 
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Pm 
Qm Q 
B A 
Qr 
C 
CMg 
E 
RMg Demanda 
Pr 
D 
P 
Peso Morto • Pm: preço de monopólio 
 
• Pr: preço regulado 
 
• Qm: quantidade de monopólio 
 
• Qr: quantidade regulado 
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Controle de Preços 
• limitações 
 
• se com o preço regulado a firma não obtiver 
lucro positivo, a tendência é que não produza 
 
• devem ser considerados os custos de 
transação associados com o processo de 
regulação e que grande parte destes são 
financiados com recursos públicos 
 
• exemplo: custos do agente regulador 
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Controle de Preços 
• informação imperfeita (assimétrica) 
 
• órgão regulador tende a não conhecer 
adequadamente a estrutura de custos da firma 
 
• pode “errar” na determinação do preço máximo 
igual ao preço competitivo 
 
• mesmo se “acertar”, nada garante que tal preço 
seja o mais eficiente ao longo do tempo 
 
• variações exógenas não antecipadas (previstas) 
 
• firma pode alterar estrategicamente sua estrutura 
de custos (ou a forma de informá-los) 
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Controle de Preços 
• regulação de controle de preços deve ser 
acompanhada por um mecanismo que busque 
mitigar os riscos associados ao comportamento 
estratégico das firmas 
 
• exemplos 
 
• yardstick competition (ou benchmark competition) 
 
• competição comparativa 
 
• price cap 
 
• formas de regulação que buscam manter incentivos 
à eficiência produtiva (maximização do lucro com 
uma restrição adicional) 
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Yardstick Competition 
• determinação de incentivosvia metas (padrões) de 
desempenho definidas por análises comparativas 
de outras firmas 
 
• estabelecimento de padrões de comparação nacional 
e internacional de qualidade, de preços, de custos e 
de investimentos que devem ser seguidos pelas 
firmas reguladas 
 
• exemplos de referenciais de comparação: 
 
• firmas de outras regiões (p.e., abastecimento de água na 
França e no Reino Unido) 
 
• tendências internacionais de preços e custos (p.e., 
tarifas nas telecomunicações no Chile) 
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Yardstick Competition 
• exemplo: tarifas 
 
• se as tarifas permitidas forem baseadas no custo médio 
da indústria, todos os prestadores de um serviço terão 
forte incentivo para reduzir seus custos abaixo da média 
 
• se um prestador reduzir seus custos e os outros não, o 
lucro desse prestador elevar-se-á 
 
• um prestador terá seu lucro reduzido se não conseguir 
acompanhar todos os outros prestadores quando esses 
diminuírem seus custos 
 
• competição indireta pode incentivar a redução dos custos 
abaixo do nível médio 
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Yardstick Competition 
• importante limitação 
 
• especificidades locacionais e das firmas 
 
• diferenças geográficas e entre as firmas 
dificultam a identificação e a quantificação 
dos parâmetros a serem seguidos 
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Price Cap 
• regulação de reajustes de preços (variações 
máximas), o que afeta o valor da tarifa 
 
• comum: Δ índice de preços - X% 
 
• X%: ganhos de produtividade (previsão) 
 
• objetivo: permitir que a empresa recupere os 
valores tarifários corroídos pela inflação, 
incentivando a redução de custos e tornando 
possível a transferência de ganhos de 
produtividade para os usuários 
 
• ganhos de produtividade excedentes podem ser 
apropriados pela própria firma (maiores lucros) 
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Controle de Quantidade e de Entrada 
• restrições sobre a quantidade comprada ou 
vendida (transacionada) 
 
• em certo grau, equivalentes à regulação de 
controle de preços 
 
• restringe a quantidade transacionada 
 
• impactos sobre a eficiência do mercado 
 
• alocação dos direitos de produção gera 
conflitos => quais produtores continuam? 
 
• controles de entrada e saída no mercado 
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Controle de Quantidade e de Entrada 
• argumento favorável 
 
• controles de entrada => lucros adicionais para 
aqueles que possuem o direito de ofertar 
(atender a escassez adicional causada pela 
regulação) 
 
• empresas poderiam estar dispostas a investir 
recursos para assegurar a definição ou a 
continuidade da barreira à entrada 
 
• assim, pode-se definir metas de investimento, de 
expansão da cobertura e até de universalização do 
acesso 
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Controle de Quantidade e de Entrada 
• argumento desfavorável 
 
• impactaria negativamente sobre as eficiências 
alocativa e produtiva da economia 
 
• eficiência alocativa 
 
• limitação de quantidades => impede trocas 
mutuamente benéficas => reduz o excedente 
econômico 
 
• eficiência produtiva 
 
• limitação à entrada => menores incentivos a 
ganhos de produtividade 
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Controle da Taxa de Retorno 
• limitação da taxa de retorno sobre o capital (R) 
 
• fórmula mais comum: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• pQ: valor dos bens vendidos 
 
• wL: custo da mão-de-obra 
 
• rK: custo de utilização do capital empregado na 
produção 
 
• pkK é o valor do estoque de capital instalado da firma 
88 
Kp
rKwLpQ
R
k


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Controle da Taxa de Retorno 
• pode aumentar o bem estar dos consumidores, 
pois induz uma redução nos preços em resposta a 
uma elevação nos lucros da firma regulada 
 
• críticas: 
 
• efeito Averch e Johnson: firmas podem investir 
mais em capital (K) 
 
• eleva o denominador da razão da fórmula e 
diminui o numerador 
 
• operação com uma elevada razão capital/trabalho 
 
• baixo incentivo a reduções de custos 
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Controle da Taxa de Retorno 
• custos de transação adicionais 
 
• custos das firmas são essenciais para o 
cálculo do retorno e, consequentemente, da 
tarifa (preço) 
 
• necessário sistema de monitoramento da 
estrutura de custos das firmas reguladas 
 
• processo de regulação mais dispendioso 90 
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3. Teorias Econômicas da Regulação 
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Aulas 5 e 6 
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Teorias Econômicas da Regulação 
• principais questionamentos: 
 
• o que pode motivar o formulador de 
política a adotar uma regulação em 
determinado setor? 
 
• desvios da eficácia e eficiência da 
regulação? 92 
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Teoria da Captura 
• crítica à regulação como forma de intervenção 
governamental nas decisões dos agentes privados 
 
• apenas os interesses dos produtores tenderiam a 
prevalecer 
 
• regulação: 
 
• originária da demanda da própria indústria 
 
• legisladores seriam capturados pela indústria 
 
• ou, com o passar do tempo, acaba sendo usada de 
acordo com os interesses da indústria regulada 
 
• informação imperfeita (assimétrica) 
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Teoria da Captura 
• relação entre regulador e a(s) firma(s) 
 
• regulador => firma 
 
• regulador teria de ser subordinado aos 
interesses do governo 
 
• governo => regulador => firma 
 
• governo teria de ser subordinado aos interesses 
dos eleitores (cidadãos) 
 
• eleitores => governo => regulador => firma 
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Teoria da Captura 
• com informações imperfeitas, relações 
podem resultar em problemas do agente-
principal 
 
• risco de que a parte encarregada em realizar 
determinada ação (agente) visando aos 
interesses de outra parte (principal) acabe 
agindo de acordo com interesses próprios 
 
• conflito de interesses 
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Teoria da Captura 
• fontes de riscos de conflitos de interesses 
 
• relação entre eleitores e governo 
 
• governo pode agir de modo a não beneficiar os 
interesses dos seus eleitores 
 
• relação entre regulador e empresa 
 
• Teoria da Captura 
 
• regulador pode não atuar de acordo com os 
interesses dos eleitores 
 
• “captura”: interesses do regulador podem se 
alinhar aos objetivos da firma regulada 
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Teoria da Captura 
• setor com elevada taxa de progresso 
tecnológico (p.e., telecomunicações) 
 
• existe a possibilidade de “captura” devido ao 
conhecimento imperfeito do regulador em 
relação ao avanço técnico do setor 
 
• “captura tecnológica” 
 
• evidências não favoráveis a essa teoria 
 
• mais favoráveis em relação à próxima 
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Teoria de Olson, Stigler e 
Peltzman 
• princípio básico: 
 
• poder regulatório coercitivo do Estado é 
utilizado por indivíduos com objetivos 
próprios 
 
• regulação econômica é estruturada para 
maximizar o apoio político dos 
formuladores de política 
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Exemplo 
•modelo para as regulações de entrada de 
novas firmas e de preço 
 
• 3 grupos de agentes: 
 
• consumidores 
 
• beneficiados por menores preços e, assim, 
dispostos a apoiar aqueles que adotarem 
políticas nesse sentido 
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Exemplo 
• empresário monopolista 
 
• ou empresários oligopolistas 
 
• função lucro influenciada pelo preço que 
pode cobrar: π(P) 
 
• função côncava em relação ao preço, 
sendo o preço máximo o de monopólio 
 
• apoio político aumenta à medida que o 
lucro aumenta 
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Exemplo 
• formulador de políticas 
 
• função de apoio político influenciada 
pelo lucro do empresário e pelo preço 
que afeta os consumidores: M(π, P) 
 
 
• crescente em relação a π: maiores lucros 
resultam em maior apoio do empresário 
 
• decrescente em relação a P: maiores 
preços resultam em menor apoio pelos 
consumidores 
101 
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Exemplo 
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Lucro (π) 
Pm P Preço (P) 
M1 
M2 
M3 
π(P) CMg 
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Exemplo 
• curvas (de indiferença) M1, M2 e M3 
 
• diferentes combinações de preços e lucros que 
resultam no mesmo grau de apoio político 
 
• apoio associado à curva M1 é menor do que o 
apoio da curva M2, que é menor do que o apoio 
da curva M3 
 
• curva de lucro: π(P) 
 
• negativo próximo do CMg (monopólio natural) 
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Exemplo 
• formulador de políticas deve impor um 
preço P ao empresário de tal modo que seu 
apoio político M(π, P) seja maximizado 
 
• sujeito à restrição dada pela função de lucro 
π(P) 
 
• ponto de tangência entre a curva M2 e a 
função de lucro π (P) 
 
• portanto, não escolheria nem o preço 
equivalente à concorrência perfeita (P = CMg), 
nem o preço de monopólio (Pm) 
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Exemplo 
• situação como a de equilíbrio de monopólio 
 
• não estável, pois há incentivos para o formulador de 
política regular o preço para um nível inferior 
 
• redução do preço tenderia a aumentar o apoio 
político dos consumidores 
 
• situação como a de equilíbrio competitivo 
 
• também não sustentável, uma vez que há incentivos 
para o formulador de política regular o preço para 
um nível superior 
 
• aumento do preço e, assim, do lucro tenderiam a 
elevar o apoio político do empresário 
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Exemplo 
• considerando o modelo, setores com maior 
probabilidade de regulação seriam aqueles cujos 
preços são próximos do preço competitivo ou do 
preço de monopólio 
 
• intervenção governamental alteraria o preço 
significativamente, levando a ganhos para um dos 2 
grupos de interesse (consumidores ou empresário) 
 
• evidências: 
 
• existem regulações sobre a telefonia local (monopólio 
ou oligopólio) e sobre o sistema de táxi das grandes 
cidades (mais próximo do mercado competitivo) 
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4. Agências Reguladoras 
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Aulas 5 e 6 
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Agências Reguladoras 
• mecanismo importante para a eficácia e a 
eficiência da regulação 
 
• agência reguladora especializada e independente 
(autônoma) 
 
• capacidade de buscar, prioritariamente, o 
atendimento dos objetivos de eficiência (produtiva, 
alocativa, dinâmica e distributiva) ao invés de outros 
objetivos conflitantes, como: 
 
• maximização do lucro da(s) empresa(s) regulada(s); 
concentração das firmas em segmentos mais lucrativos 
do mercado; maximização de receitas fiscais e 
interesses políticos 
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Agências Reguladoras 
• 4 dimensões que caracterizariam a 
independência legal de uma agência reguladora 
 
1) independência decisória 
 
• capacidade da agência resistir à pressões de 
grupos de interesse no curto prazo 
 
2) independência de objetivos 
 
• escolha de objetivos que não conflitam com a 
busca prioritária do bem-estar do consumidor 
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Agências Reguladoras 
3) independência de instrumentos 
 
• capacidade de escolher os instrumentos de 
regulação de modo a alcançar os seus 
objetivos da forma mais eficiente possível 
 
4) independência financeira 
 
• disponibilidade de recursos materiais e 
humanos suficientes para a execução das 
atividades de regulação 
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Agências Reguladoras 
• críticas à independência das agências 
 
• regras rígidas limitam as possibilidades de 
adaptação a condições mutáveis de demanda 
e de custos 
 
• por outro, um excesso de flexibilidade e de 
poder discricionário dos reguladores pode 
conduzir à perda da credibilidade da 
regulamentação e inibir o investimento 
privado 
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Agências Reguladoras e Política 
• agência reguladora: delegação de poderes 
 
• reduz a discricionariedade do governo sobre 
determinado setor 
 
• diminui o poder do governo de “usar” o setor 
para fins eleitorais (ou apoio político) 
 
• assim, o que motivaria um governo a delegar 
poderes (criar uma agência reguladora 
independente), reduzindo seu escopo de atuação? 
 
• “amarrar as mãos” da próxima administração 
diante do risco eleitoral percebido? 
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Agências Reguladoras e Política 
• Pereira et al. (2010) 
 
• análise dos determinantes do grau de autonomia 
(independência) de agências reguladoras estaduais 
no Brasil 
 
• hipótese: 
 
• quanto maior a incerteza em relação ao sucesso 
eleitoral no próximo pleito (reeleição ou eleição do 
sucessor), mais elevada seria a motivação do político 
de “amarrar as mãos” da próxima administração, 
criando agências com maior autonomia 
 
• autores encontraram evidências favoráveis à hipótese 
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