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*
DA VALIDADE E INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Prof. Dr. Artur Marques da Silva Filho
Direito Civil II
Ponto nº 09
*
 Atos inválidos
 Atos válidos
A. Nulidades e anulabilidades
Nulidade
É puro fato, sem existência LEGAL
 Falta de requisitos essenciais (art. 104)
 Ofensa ao interesse público
 Exceção: Direito matrimonial (CC, art. 1561)
Ato inexistente – falta de vontade (casamento entre pessoas do mesmo sexo / contrato equivocado)
Anulabilidade
 Defeitos dos atos jurídicos
 Ofensa a interesse particular
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA?
*
B. Causas de nulidade
 nulidade de pleno direito / nulidade absoluta – não gera qualquer dos efeitos programados pela norma jurídica.
		Exceção: CC, art. 1561 – Direito Matrimonial.
*
Praticado por absolutamente incapaz (166, I) – ou plena capacidade negocial (CC, art. 104, I), não suprida pela intervenção do representante legal (CC, arts. 120; 1634, V; 1747, I; 1781)
Quando ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto (166, II) – Inidoneidade do objeto.
Ilicitude – contrário à Lei, aos bons costumes e à ordem pública (CC, arts. 426 e 497)
Agente Capaz
Objeto
 Casos de nulidade (CC, art. 166) – Retornam as partes ao estado anterior; se não for possível, indenizam-se as partes (CC, art. 182).
*
Quando não se revestir da forma prescrita em lei (166, IV)
 A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção (CC, 166, VII)
 Fraudar lei imperativa (CC, 166, VI)
Forma Prescrita
E não defesa em lei
 Casos de nulidade (art. 166)
 Solene (CC, 109)
 Escrita (CC, 541; 819)
 Escrito público (CC, 108; 215)
 Escrito particular (CC, 221)
Forma é o veículo da exteriorização da atitude íntima da pessoa (CC, art. 107, forma livre)
Quando for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade (166, V)
*
 O motivo determinante (art. 166, III)
- Quando comum a ambas as partes, for ilícito
 Aparência de realidade – Exteriorização intencional não correspondente à atitude anterior.
 Manifestação falsa, apenas aparente, para ocultar.
 É vício social
Ex.: separação para fugir de dívidas
 A simulação como motivo de nulidade (art. 167)
*
Simulação absoluta – A manifestação aparente não encobre qualquer outra
Simulação relativa – Manifestação aparente oculta um negócio dissimulado. Ex.: venda que encobre doação ou empréstimo.
- Negócio simulado não existe: Manifestação de venda sem que ocorra a venda.
- 2 negócios
 simulado : FALSO
 dissimulado: VERDADEIRO
*
 A simulação pode ser maliciosa ou inocente
 Maliciosa: Há prejuízo a terceiros
 Inocente: Não causa prejuízo a terceiros (doação feita por quem poderia doar)
 Também caracterizam a simulação documentos particulares pré ou pós-datados (art. 167, III)
Ex.: DOAÇÃO FEITA À AMANTE POR INTERPOSTA PESSOA (inc. I)
Ex.: VENDA DE IMÓVEL POR VALOR MAIOR QUE O DECLARADO – ocultação da verdade (inc. II)
É válido o negócio dissimulado, validade o negócio perante terceiro (art. 167, § 2º)
*
C. Causas de anulabilidade
 A anulabilidade é a invalidade menos gravosa. Resulta de imperfeições decorrentes de anomalias na formação da vontade. As causas de anulabilidade estão previstas no art. 171 do CC:
 I) Incapacidade relativa – A incapacidade negocial supre-se pela assistência ou representação (autorização). A assistência deve ser: contemporânea e prévia. Ambas devem observância de forma (CC, art. 220).
– Falta de anuência, assentimento ou outorga, caso exigida.
Assentimento provém de terceiro e não se confunde com o consentimento.
Ex.: CC, arts. 220, 496 e 1647. (ver art. 197 do CC)
*
 II) Vícios de exteriorização ou resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo e fraude contra credores.
Diferenças entre nulidade e anulabilidade
NULIDADE
ANULABILIDADE
Pode ser alegada por qualquer interessado ou MP (168), deve pelo Juiz
Pode ser alegada apenas pelo prejudicado (art. 177)
Não pode ser sanada
Pode ser sanada / convalidada (172), salvo direito de terceiro (ocultação dolosa de idade – 180).
*
NULIDADE
ANULABILIDADE
Não pode ser sanada
Se resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente (art. 176) (Ex.: relativamente incapazes).
Confirmação
Confirmação – extinção das ações (art. 175)
 expressa - 173
 tácita - 174
INTERESSE PÚBLICO
INTERESSE PRIVADO
Efeito ex tunc
Efeito ex nunc
Não convalesce pelo decurso do tempo (art. 169)
Decadência: 2 anos (art. 179)
*
Outras questões
 A invalidade do instrumento não induz à do negócio jurídico, sempre que este puder provar-se por outro meio (art. 183).
 A invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável (art. 184, 1ª parte).
 A invalidade da obrigação principal implica a das acessórias, mas a destas não induz a da principal (art. 184, 2ª parte)
Ex.: Contrato particular assinado pelo filho menor do adquirente, a pedido deste
Ex.: Fiança / contrato de locação;
testamento / reconhecimento de filho
Ex.: acessório / principal - multa
*
 Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente (art. 182).
 Tornar indene?
 Restitutio in integrum?
*
C.1 – Vícios do consentimento e vícios sociais
 No Livro III, trata o Código Civil dos Fatos Jurídicos, e no Título I, do Negócio Jurídico, assim dividida a matéria:
 Capítulo I – Disposições gerais
 Capítulo II – Da representação
 Capítulo III – Da condição, do termo e do encargo
*
C.1 – Vícios do consentimento e vícios sociais
 Capítulo IV – Dos defeitos do negócio jurídico
 Seção I – Do erro ou ignorância (arts. 138-144)
 Seção II – Do dolo (arts. 145-150) 
 Seção III – Da coação (arts. 151-155)
 Seção IV – Do estado de perigo (art. 156)
 Seção V – Da lesão (art. 157)
 Seção VI – Da fraude contra credores (art. 158-165) – Este último e simulação (CC, art. 167) são os chamados vícios sociais, porque não se referem à vontade dos agentes, mas produzem efeitos reprováveis pela sociedade.
*
 O estado de perigo e a lesão, na visão de alguns autores, não são vícios do consentimento nem vícios sociais, mas sim vícios excepcionais, porque o meio pelo qual eles podem ser desfeitos é a rescisão, reservando-se a anulação para os vícios do consentimento.
*
C.2 – Erro ou ignorância
 Erro é a falsa representação da realidade.
 Ignorância se equipara ao erro, sendo o desconhecimento completo da realidade.
 Devem ser substanciais, e não meramente acidentais.
 CC, art. 138 – críticas à redação: “erro desculpável” – diligência ordinária – “homem médio”.
*
 Erro invalidante pode incidir no:
 Conteúdo – atitude interior que se exterioriza (CC, art. 139, I e II)
 Motivo – pelo qual se formou e manifestou (CC, art. 140)
 Meio – pelo qual chegou ao conhecimento alheio (CC, art. 141)
*
 Em relação ao CONTEÚDO (“error facti” – erros de fato – art. 139, I e II), o erro invalidante pode dizer respeito:
 à natureza do negócio – “error in negotii” – discrepância entre o seu significado objetivo e o significado que lhe atribuiu o manifestante. Ex.: quis “vender”, manifestou “doar”
 às qualidades essenciais do objeto – “error in corpore” – adquire-se cópia no lugar do quadro original, que se queria adquirir. Adquire-se animal estéril no lugar do reprodutor.
 à identidade da pessoa – “error in persona” – Ex.: casamento com erro essencial; testamento
 a qualidade essencial da pessoa – “error in substantia” – contrata-se um violinista pensando tratar-se de pianista.
*
 Erro de direito (“error juris” – art. 139, III). Lembrar do art. 3.º da LINDB – Estrangeiro que adquire um casarão do séc. XX, réplica de um casarão do séc. XVIII; O sujeito é levado a praticar ato por acreditar que a lei A diz X, quando diz Y; Elaboraçãode um contrato que não se sabia contrário ao direito.
*
– Erro acidental
Erro de menor importância / periférico
Ex.: Cor de veículo
Erro (subjetivo) ≠ vício redibitório (objetivo)
Ex.: relógio dourado por de ouro = erro
Relógio de outro que não funciona = vício redibitório
– Outras questões
Erro à transmissão defeituosa da vontade (interposta pessoa, mensagem truncada) – art. 141
Falso motivo como vício, quando expresso como razão determinante do negócio – art. 140 (Ex.: Testamento)
*
O erro na indicação da pessoa ou coisa, não viciará o negócio quando, pelas circunstâncias, se puder identificar a pessoa ou coisa cogitada (art. 142). Ex.: Enfermeira, beneficiária de uma doação
Erro de cálculo – CC, art. 143 – não invalida. Admite retificação.
O erro não prejudica a validade do negócio, se a outra parte se oferecer a executar o negócio de acordo com a vontade real do manifestante (art. 144) – Erro sanável
*
A figura do INTERESSE NEGATIVO:
Refere-se aos dispêndios realizados na perspectiva da celebração ou de execução de um negócio jurídico. Isto é, o figurante que desconhecia o erro, em que o outro incidiu e que sofreu prejuízo por haver confiado razoavelmente na validade do negócio jurídico, depois de anulado, faz jus à indenização do interesse negativo.
*
C.3 – Dolo
Conceito
É o comportamento que induz ou mantém alguém em erro.
ERRO + DOLO
Espécies
a) Principal / essencial
	- tem o condão de anular o ato (art. 145)
a) Acidental
	- periférico, não anula o ato
	- o negócio apenas seria realizado de outro modo
	- gera apenas perdas e danos (art. 146)
*
Dolo de terceiro (art. 148)
Exemplo?
Se a parte a quem aproveita teve ou devesse ter conhecimento ANULAÇÃO
Se não teve conhecimento PERDAS E DANOS 				CONTRA O TERCEIRO
A propósito:
“dolus bonus” – emprego de uma “esperteza”, sem intenção de prejudicar
“dolus malus”
*
Dolo do representante (art. 149)
Representante convencional: responsabilidade solidária
Ex.: Contrato de permuta
A questão da
própria torpeza
Dolo bilateral (art. 150)
Anulam-se reciprocamente.
Dolo por omissão
Dolo negativo / omissão dolosa
Silêncio intencional, sem o qual o negócio não teria sido celebrado
Princípio da boa-fé
Ex.: Compra e venda / seguro de vida
*
C.4 – Coação
Conceito
violência psicológica / ameaça / pressão
Requisitos (art. 151)
a) Deve ser a causa do ato
	- relação de causalidade
b) Deve ser grave
	- fundado temor (justo receio de dano)
	- critério do homem médio (padrão abstrato) x critério do caso concreto (art. 152 : idade, condição, saúde, temperamento, etc.)
	- O simples “temor reverencial”
	- A ameaça de “exercício normal de um direito” (art. 153)
Absoluta / física (“vis absoluta”) - NULIDADE
Relativa / moral (“vis compulsiva”) - ANULABILIDADE
*
c) Deve ser injusto
	- ilícita
	- o abuso do diteito (o “lícito ilícito”)
d) Deve ser atual / iminente
e) Deve ser dirigida a trazer malefício à pessoa, bens ou família da vítima
	- compreensão de família?
	- pessoas que não são da família (namorado (a), amigo íntimo – art. 151, § ún.)
– Coação exercida por 3º (art. 154)
Se a parte conhecia a coação – ANULAÇÃO
Se desconhecia: perdas e danos contra terceiro (art. 155)
– Teoria da convalidação
*
C.5 – Estado de perigo
Conceito
Alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, assume obrigação excessiva (art. 156)
Pessoa que não pertence à família? (art. 156, pár. ún.)
Elementos
A teoria de Carlos R. Gonçalves / Tereza A. Lopez – o caso de a outra parte nao estar de má-fé. Possibilidade de redução equitativa.
- A outra parte aproveita-se do estado de perigo
Estado de perigo ≠ Coação
Ex.: Sequestro / Hospital
a) objetivo: assunção de obrigação onerosa
b) subjetivo: propósito de salvar-se
*
C.6 – Lesão
Conceito
Alguém obtém lucro exagerado, e a outra parte desvantagem excessiva, por inexperiência do prejudicado (art. 157).
Elementos
Deve haver manifesta desproporção
a) objetivo: desproporção
b) subjetivo: inexperiência / estado de necessidade
Dolo de aproveitamento?
≠ do Estado de Perigo inexperiência
- Não haverá a anulação se a parte beneficiada concordar em reduzir o proveito (art. 157, § 2º)
*
Histórico:
Trata-se de prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um contrato.
O instituto se presta a reprimir a exploração usurária de um contratante.
Direito Canônico: lesão enormíssima – 2/3 do valor da coisa 
 lesão enorme – mais de ½ do valor da coisa
Lesão enorme: desproporção evidente e exagerada
Lesão: sem vinculação a determinada proporção ou grau.
Ordenações Portuguesas; Dec.-lei 868/1938; Lei 1521/1951 – crimes contra a economia popular – lesão de cunho subjetivo. Art. 4º – crime – usura pecuniária ou real.
*
Analogia: a Lei da Economia Popular era aplicada aos contratos em geral.
Código de Defesa do Consumidor: lesão nas relações de consumo – Lei 8.078/1990 – arts. 39, V, 51, IV e § 1º, III – prática abusiva.
Art. 6º, V – prestações desproporcionais
Art. 39, V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva
Art. 51, IV – nulas as cláusulas que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou que sejam incompatíveis com a boa-fé e a equidade
Art. 51, § 1º - presunções de exagero da vantagem
*
Características:
Objetivo ou material – desproporção das prestações (metade do preço) avençadas.
Subjetivo ou imaterial ou anímico – premente necessidade ou a leviandade (da parte lesada) e o dolo de aproveitamento (da parte beneficiada)
Dispõe de imóvel a baixo preço;
Inexperiência e leviandade
Dolo de aproveitamento – obtenção de vantagem exagerada
Arts. 478 e 478 do CC
*
USURA REAL (art. 171 do CC):
STJ, REsp 434.687/RJ – Civil. Compra e venda. Lesão. Desproporção entre o preço e o valor do bem. Ilicitude do objeto (rel. Min. Fernando Gonçalves, 4ª T., j. 16/09/2004).
TJSP, Ap. Civ. 1.240.408.006 – (...) Negócio celebrado com senhora octogenária, iletrada e sem nenhuma experiência em negócios, aparentemente iludida por promessas da nora e dos netos, com os quais contratou - Situação ensejando a aplicação do instituto da lesão, previsto no art. 157 do CC - Mácula cujo reconhecimento pode implicar, licitamente, nos termos do §2° daquele dispositivo, a revisão da prestação considerada lesiva, por admitido esse efeito pela parte favorecida (...) (rel. Des. Ricardo P. Mello Belli, 25ª Câm. Dir. Priv., j. 05/05/2009).
*
Distinção entre os institutos
Lesão: A parte tem noção da desproporção dos valores
Erro: O agente ignora a realidade ou tem dela uma falsa ideia.
Lesão: Aproveita-se de uma situação especial, como necessidade ou inexperiência, não havendo necessariamente induzimento da vítima a erro.
Dolo: Induz-se a vítima em erro mediante artifício.
Estado de perigo: A vítima ou alguém da sua família corre risco de dano físico ou patrimonial.
*
Distinção entre os institutos
Lesão: A vítima decide por si só, pressionada apenas pelas circunstâncias especiais provenientes da necessidade ou inexperiência.
Coação: A vítima não age livremente, manifestando sua vontade de forma viciada.
Lesão ≠ Onerosidade excessiva
A onerosidade excessiva decorre de um acontecimento imprevisível e extraordinário, capaz de modificar a situação de fato existente à época da formação do contrato.
*
Espécies de Lesão:
No Direito brasileiro, embora o Código Civil não cuide das espécies de lesão, a doutrina denomina a lesão:
Usurária ou real (usura pecuniária) – quando a lei exige, além da necessidade ou inexperiência do lesionado, o dolo de aproveitamento da outra parte, como constava do art. 4º, “b”, da Lei de Economia Popular, que tinha a seguinte redação:
	“OBTER, ou ESTIPULAR,em qualquer contrato, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida.”
*
Espécies de Lesão:
Lesão – especial ou enorme – quando a lei limita-se à mesma exigência de obtenção de vantagem exagerada ou desproporcional, sem indagação da má-fé ou da ilicitude do comportamento da parte beneficiada (CC 2002 – não se importa com a má-fé, dando ênfase à justiça contratual). A lesão do art. 157 do CC não exige dolo de aproveitamento.
*
Conceito
Vício social – não conduz a um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração. Vontade – corresponde ao seu real intento: desejo de prejudicar terceiros (credores).
Assenta-se no Direito das Obrigações (CC, art. 391)
Princípio da Responsabilidade Patrimonial (CC, art. 957) 
Desfazimento do patrimônio causando insolvência
E o terceiro adquirente de boa-fé?
C.7 – Fraude contra credores
*
Fraude
Todo ato suscetível de diminuir ou onerar o próprio patrimônio, reduzindo ou eliminando a garantia.
Assenta-se no Direito das Obrigações (CC, art. 391)
*
Elementos
1. Subjetivo:
“Consilium fraudis” – má-fé do 3º – proteção do 3º de boa-fé e desconhecimento da situação de insolvência (ciência ou motivos)
CC, art. 159 – presume a má-fé – insolvência notória ou se houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
Insolvência notória – título protestado, protestos judiciais, negativação, execuções, etc.
Motivos para conhecer – situação financeira precária – clandestinidade do ato, bens na posse do devedor quando deveriam passar ao 3º, falta de causa, parentesco ou afinidade, preço vil, alienação de todos os bens.
– Prova: indícios e presunções
*
Elementos
2. Objetivo:
“Eventus damni” – prejuízo decorrente da insolvência – ação pauliana ou revocatória – prova nas transmissões onerosas
Eventus damni
Consilium fraudis
*
Hipóteses legais: CC, art. 158
1. Atos de transmissão gratuita de bens:
Doações, renúncia de herança, renúncia de usufruto, transações e não reconhecimento de dívidas, aval de favor, promessa de doação, etc.
Neste caso, a lei presume o propósito de fraude.
Direito dos credores – direito dos donatários
2. Remissão de dívidas:
Ou perdão de dívida
Créditos ou dívidas ativas – constituem parte do patrimônio
*
– O terceiro de boa-fé
Quem é?
Se adquiriu bens mas ainda não pagou, se desobriga depositando em juízo o valor da obrigação (art. 160)
Compra de devedor notório ou com motivo para ser conhecida a insolvência – o adquirente será presumido de má-fé (art. 159)
*
Hipóteses legais: CC, art. 158
3. Atos de transmissão onerosa:
Além da insolvência “eventus damni” – conhecimento dessa situação – terceiro adquirente – notória ou existência de motivos.
4. Pagamento antecipado de dívida:
CC, art. 162 – credor quirografário – crédito decorrente de um título ou documento escrito. Ele não tem uma garantia especial. Só tem a geral ou genérica.
Objetivo legal: colocar os credores em situação de igualdade.
5. Concessão fraudulenta de garantia:
CC, art. 163 – credor quirografário – garantias reais – penhor, anticrese ou hipoteca. O credor com garantia fica numa situação privilegiada.
*
– Regulamentação
Transmissão onerosa / gratuita / remissão de dívida (art. 158)
Devedor insolvente, ou por esses atos reduzidos à insolvência
Também configura: PAGAMENTO DE DÍVIDA NÃO VENCIDA
Necessidade de serem colocados em pé de igualdade todos os credores
Este credor é obrigado a devolver o valor em favor do acervo do concurso de credores (art. 162)
Também configura: outorga de garantia suplementar a um credor (art. 163). Garantia é anulada (art. 165, pár. ún.)
Presumem-se de boa-fé as vendas ordinárias indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família (art. 164)
*
Em síntese:
	O requisito o “consilium fraudis” só é exigido nas alienações onerosas. Nas demais hipóteses, presume-se a má-fé.
*
A AÇÃO PAULIANA
É a ação para impugnar atos fraudulentos.
Natureza jurídica: desconstitutiva do negócio jurídico.
	Para os que sustentam a ineficácia do negócio fraudatório perante o credor, mas mantendo a validade entre os contratantes, a ação tem natureza declaratória de ineficácia. Súmula 195 do STJ – tese da anulabilidade – desconstitutiva.
*
A AÇÃO PAULIANA
A) Legitimidade ativa
	- Credores quirografários (CC, art. 158)
	- Só credores que já o eram ao tempo da alienação (CC, art. 158, § 2º)
	- Credor com garantia real (CC, art. 158, § 1º) – quando a garantia se tornar insuficiente
	- Próprio devedor e fraudador (CPC, art. 46, III)
	- Sucessores – a título singular ou universal
*
A AÇÃO PAULIANA
B) Legitimidade passiva
	(CC, art. 161)
	- Devedor insolvente
	- Adquirente
	- Terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé
	- Lembrar do art. 472 do CPC.
	- Litisconsórcio necessário – CPC, art. 47
Fraude não ultimada: Se o preço ainda não tiver sido pago, o adquirente se desobriga depositando o valor (CC, art. 160)
*
D. Ratificação dos atos anuláveis
 O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo (CC, art. 169).
 CC, art. 170: produção de efeitos de negócio jurídico nulo – quando contiver os requisitos de outro – aí subsistirá. Ex.: área rural – alienação – por instrumento particular. A forma não foi observada, mas contendo os requisitos da venda, valerá como contrato preliminar.
 CC, art. 172: negócio anulável pode ser confirmado – mas não pode prejudicar direitos de terceiros.
 CC, art. 173: confirmação deve ser expressa
*
D. Ratificação dos atos anuláveis
 CC, art. 174: cuida da confirmação tácita. O cumprimento voluntário do negócio, após a ciência do vício;
 CC, art. 175: irrevogabilidade da confirmação;
 CC, art. 176: autorização de terceiro (art. 496);
 CC, art. 177: produção de efeitos até a sentença de anulação;
 CC, art. 178: prazo decadencial;
 CC, art. 179: além dos casos referidos nos incisos I e II do art. 171, serão anuláveis outros negócios jurídicos que a lei assim declarar. E, se a lei não dispuser a respeito do prazo decadencial para a anulação, será de dois anos.

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