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apostila 1 sociologia

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AULA SOCIOLOGIA JURÍDICA
Introdução ao conteúdo
O que é a Sociologia Jurídica e o que ela enseja ao ensino do Direito e à formação profissional na Faculdade de Direito?
Sociologia Jurídica ou Sociologia do Direito?
1. Concepção do Curso e sols Gerais
Para que serve a sociologia jurídica? Qual a sua função para o direito? Trata-se de uma disciplina mera​mente contemplativa, descritiva, externa ao sistema jurídico? Qual a sua contribuição? As operações do direito devem ignorá-las e centrar atenção no aspecto exclusivamente normativo, nas leis? E a observação do direito: a dogmática jurídica é auto-suficiente? Não existe a necessidade de análises da realidade social? Se a verdadeira ciência do direito é a dogmática, qual o status da sociologia jurídica? Perfumaria? A primeira parte do presente curso busca rebater todas essas questões. Seu objetivo é delimitar o espaço e o papel da sociologia jurídica no direito moderno. Para isso, nas quatro primeiras aulas, será retomada a discussão em torno do surgimento e da afirmação da disciplina.
A sociologia jurídica é o resultado de um diagnóstico que constata os limites operativos do formalismo jurídico. Este não daria conta das transformações da realidade e funcionaria como mecanismo de preservação do status quo. A letra geral, abstrata e universal da lei seria insensível às demandas sociais particulares e às mudanças. A norma refrearia o processo evolutivo da sociedade. Como alternativa, o direito deveria desviar a atenção da nor​ma aos fatos sociais. Abrir-se completamente às demandas da sociedade. Esse é o propósito da sociologia jurídica. Instituir uma autêntica jurisprudência sociológica com o intuito de suprir a ineficácia do formalismo e do dog​matismo jurídico. 
Buscar-se-á demonstrar a teoria do pluralismo jurídico. Para esta, a sociedade é composta de diversas ordens jurídicas alternativas ao direito do Estado. Cada ordem dotada de uma força normativa própria e autônoma em relação ao ordenamento jurídico oficial. Como se verá, essas ordens jurídicas foram acentuadas com a globalização, e podem ser encontradas em diversos am​bientes, como: na lex mercatoria ou no direito marginal das favelas. Por causa da realidade excludente brasileira, o direito marginal das favelas foi escolhido para aprofundar o estudo do pluralismo jurídico. Ele será o ponto de partida para as últimas aulas que discutirão a produção de inclusão e exclusão social no centro e na periferia da sociedade moderna.
O principal desafio do curso será problematizar os temas levantados a partir da experiência e da realidade brasileira. Para isso, as aulas serão conduzidas com debates, casos e exercícios que partam do contexto jurídico, político e econômico nacional. Será esse o momento em que o aluno testará as instituições, observará seu real funcionamento, o cumprimento de suas metas, o vínculo com as necessidades sócio-econômicas brasileiras. O acesso às questões empíricas e complexas do caso brasileiro servirá, assim, de mecanismo de avaliação do reper​tório teórico e dos modelos jurídico-sociológicos.
1.2 Conceito e função da Sociologia do Direito.
“Sociologia jurídica ou Sociologia do Direito é a ciência que investiga, através de métodos e técnicas de pesquisa empírica (isto é, baseada na observação controlada dos fatos), o fenômeno social jurídico em correlação com a realidade social.”
Objeto: é o fenômeno jurídico.
Trata-se de uma disciplina crítica do Direito Positivo. Talvez esse constante voltar sobre si seja o objetivo de todas as disciplinas do Direito. Em todo caso, especialmente a Sociologia Jurídica possui esse caráter crítico, pois precisa do Direito Positivo para sua análise, parte-se do empírico para chegar-se ao crítico.
A sociedade moderna possui um grande nível de mudança. Isso a leva a caminho repleto de conflitos, confusões, incertezas etc. Em função disso, o direito moderno encontra-se num meio social em que as "soluçõdes" aos problemas promanados daquela parecem não resolver, mas sim criar novos problemas.
A Ciência do Direito enfrenta o problema de o direito não ter uma definição precisa, possibilitando um leque de possibilidades que varia de autor para autor. Isso acontece porque o conceito depende intimamente de quem o elabora, pois aí estão concepções de realidade, de sociedade, do Estado etc., as quais são delimitadas em conformidade com a visão do autor. Talvez, nunca se chegue a uma concepção consensual, como já pensava Kant, pois os tempos mudam, novas correntes de pensamento surgem, a sociedade moderna é dinamicamente mutável etc.
Em virtude da mutabilidade da sociedade, e consequentemente do direito, a Sociologia Jurídica encontra dificuldades para estudá-los. Um dos maiores óbices é a complexidade a que ambos chegaram, combinada com a preterição dos sociólogos, que não se ocupam do direito como fato social, e deixam, muitas vezes, a cargo dos juristas a análise da vida social jurídica.
1.2.2 A interdisciplinaridade e o fim das divisões estanques.
Interdisciplinaridade é a relação entre várias disciplinas. Cada vez mais a sociedade é uma sociedade complexa, ou um sistema complexo como veremos posteriormente.
O Direito sozinho não responde pelos problemas da sociedade. A sociologia é por essência interdisciplinar.
As origens da sociologia.
• Gênese: Fatores sociais e epistemológicos
- A sociologia é uma forma de conhecimento científico originado no séc. XIX. Como qualquer ciência, ela não é fruto do mero acaso, mas responde às necessidades dos homens de seu tempo. Portanto, a sociologia tem também causas históricas e sociais.
2.1 Processo de formação.
O surgimento da sociologia está ligado a um duplo processo que envolve:
• Fatores históricos: transformações na estrutura da sociedade.
• Fatores epistemológicos: transformações na maneira de pensar e abordar a realidade.
Fatores Históricos-sociais.
Do ponto de vista histórico-social, inúmeros fatores poderiam ser apontados como marcantes para o surgimento da sociologia. No entanto, três acontecimentos podem ser destacados como fundamentais para este processo, pois eles afetaram diretamente as bases sociais da convivência humana. Estes acontecimentos são:
• Revolução Industrial;
• Revolução Francesa;
• Revolução Científica.
2.2 Revolução Industrial (ordem econômica).
Os séculos XVIII e XIX presenciaram uma das mais intensas, rápidas e profundas transformações sociais que a história já vivenciou: a revolução industrial.
O surgimento das máquinas alterou completamente as formas de interação humana, aumentando a produtividade e instaurando novas classes sociais: a burguesia e o proletariado.
Segundo Marx, a divisão da sociedade em classes com interesses antagônicos constitui um dos patrimônios da sociologia contemporânea. Mas essa formulação é hoje problemática.
2.2.2 Revolução Francesa (ordem política).
Mas, antes disso, ainda no século XVIII, a Europa já tinha passado por um profundo abalo com a Revolução Francesa de 1789.
Este evento histórico foi um fenômeno da maior importância, pois a queda da monarquia e a instauração do sufrágio eleitoral democrático, os direitos do homem e as noções de igualdade liberdade e fraternidade foram um terremoto nas tradições políticas da Europa.
A Revolução Francesa trouxe novos ideais políticos e inaugurou novas formas de organização do poder. Trata-se, portanto, de um acontecimento de ordem política.
2.2.3. Revolução Científica (ordem cultural).
Junto com a Revolução Francesa consagrava-se, também, uma nova forma de pensar e entender filosoficamente o mundo: o Iluminismo. O iluminismo foi, antes de tudo, um movimento intelectual que tinha como objetivo entender e organizar o mundo a partir da razão.
Na verdade, esta transformação cultural já vinha ocorrendo há muito tempo, particularmente a partir do Renascimento (séc. XV). Embora o Renascimento tenha sido mais forte no campo das artes, ele tinha comointenção geral colocar o homem (antropocentrismo) no lugar de Deus (teocentrismo).
O iluminismo tratou de acrescentar ao Renascimento o potencial da razão humana que levaria o homem a sua plena maturidade, como diria mais tarde o filósofo Immanuel Kant (1724-1804). O Renascimento e o Iluminismo são acontecimentos que afetam a ordem cultural.
A Sociologia nasce no séc. XIX como reação ao individualismo que era predominante. Ela contrapõe à ação individual a ação coletiva e social. O homem passará a ser visto pela Sociologia a partir de sua inserção na sociedade e nos grupos que a constituem.
O objetivo da sociologia como ciência constitui-se o conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade. Interessa para a sociologia, não o individuo isolado, mas inter-relacionados com diferentes grupos sociais dos quais faz parte. O interessante é estudar os homens enquanto seres que vivem e fazem história. Porém isto não eliminará os problemas da relação entre individuo e sociedade, levantando uma serie de perguntas: como o individuo vive em sociedade?, Como agem em sociedade. etc. Para responder isto alguns autores irão privilegia o papel ativo do individuo na escolha das ações sociais. 
Outros privilegiarão a sociedade e suas instituições, as quais obrigam os indivíduos a incorporar regras que são exteriormente definidas e que as pessoas devem seguir. Existirão ainda aqueles que irão dar maior importância ao conjunto das práticas que definem as próprias relações entre indivíduos e sociedade, mas todos os autores independentes das “opiniões” estarão pensando o problema da individualidade e da ação coletiva social
A construção da Sociologia enquanto uma ciência passa pelo reconhecimento −construído mediante pesquisas históricas sistemáticas− das estruturações, realizações, estratégias e contextos que configuraram as diversas comunidades de pesquisadores, pensadores e cientistas ao longo dos séculos XIX, XX e neste novo século XXI. Assim, é importante que realizemos uma perquirição da investigação sobre a Sociologia, procurando assinalar suas origens, suas fontes, suas estratégias metodológicas que a firmaram no campo científico como uma ciência, um saber que mescla a teoria e a observação metodológica sobre o mundo da experiência social.
O HOMEM SOCIAL E SUAS RELAÇÕES
As relações sociais entre os seres humanos se processam desde a considerada pré-história, partindo do princípio de que ao iniciarem o processo de viver em agrupamentos, organizações começaram a existir como marcos diferenciadores desses grupos comunitários e sociais.
Vamos realizar uma breve análise panorâmica sobre determinadas mudanças que se processaram desde a Antiguidade Clássica sobre as formas de organização social dos seres humanos até o surgimento da Sociologia durante o século XIX.
1. A sociabilidade humana
O homem é um ser social e precisa estar em contato com seus semelhantes e formar associações. Ele se completa no outro. Somente da interação social é possível o desenvolvimento de suas potencialidades e faculdades. 
Contribuições da Grécia e de Roma
A Grécia Antiga teve uma grande influência no mundo ocidental. Como vimos no semestre passado, vários filósofos se destacaram durante este período, como Sócrates, Platão e Aristóteles. Nesta época, ocorreu uma grande transformação na forma de pensar e analisar o mundo. O desenvolvimento da Filosofia promoveu uma quebra de percepção sobre a organização do mundo, saindo-se de concepções mítico-religiosas e adentrando-se para reflexões com bases racionais. As correntes de pensamento filosófico com base racional influenciaram, de forma geral, a vida dos povos helênicos. Conceitos como Democracia e Cidadania se tornaram parte da vida política e social das pessoas, consideradas cidadãs, e marco de um processo de mudança das estruturas que ainda existiam na Grécia Antiga. A cidade-estado, a polis, o cidadão (o masculino livre, não-escravo e proprietário de terras) participava da vida pública social com direitos e deveres.
A cidadania era um título recebido por aquele que participava do culto da cidade e dessa forma poderia usufruir dos direitos civis e políticos. Ao cidadão competia também seguir a religião da cidade e honrar seus deuses. Aos estrangeiros, às mulheres, aos escravos, às crianças, era vedada esta possibilidade, tendo em vista a preservação das cerimônias sagradas. A religião era, dessa forma, o marco referencial que delimitava o espaço da cidadania e distinguia de forma categórica o cidadão do estrangeiro.
Em Roma, ser cidadão era ser reconhecido como pessoa, ter personalidade e, assim, poder praticar atos jurídicos, entre eles a participação na gestão da cidade e no culto comum. Como as assembléias que decidiam os destinos da cidade eram precedidas por um culto, a participação nestes abria a possibilidade de intervir naquelas. Durante um bom período, a prática religiosa serviu como nexo organizador da vida política na sociedade greco-romana.
Com a transição de uma sociedade rural aristocrática para a vida urbana e mercantil, novos atores sociais são incorporados à vida política ampliando a demanda pelos direitos de cidadania. Este processo ocasionou o deslocamento da primazia dos critérios hereditários para a busca do interesse público. 
Note-se que com o sucesso econômico advindo do forte desenvolvimento do comércio, os comerciantes aspiram a uma participação efetiva nos rumos da sociedade porque no fundo são eles que sustentam as atividades da polis. Dessa transição para a busca do interesse público decorrem duas conseqüências: a concessão de direitos políticos a todos os homens livres; a consulta a todos os cidadãos determina o interesse público dando maior relevância a cidadania.
Vários estudiosos tentam explicar o impulso associativo do ser humano. 
Platão (428-348 a.C.) A República – preocupação com o social: Como deveriam ser organizadas as cidades para se evitar distúrbios de ordem social, politica e econômica (mito da caverna e anel de gises). 
Sobre a Ética: O personagem dessa história, um pastor chamado Gyges, encontra por acaso uma caverna onde jaz um cadáver que usava um anel. Quando Gyges enfia o anel no próprio dedo, descobre que esse o torna invisível. Sem ninguém para monitorar seu comportamento, Gyges passa a praticar más ações - seduz a rainha, mata o rei e assim por diante. Essa história levanta uma indagação moral: algum homem seria capaz de resistir à tentação do mal se soubesse que seus atos não seriam testemunhados?
Para Platão importa a dimensão social do homem como um fenômeno contingente. Para ele o homem é um ser etéreo, é essencialmente alma e se realiza em sua plenitude e perfeição, alcançando a felicidade ao contemplar as idéias. 
Sendo Platão, portanto, a sociabilidade é uma conseqüência da corporeidade e dura apenas enquanto as almas estiverem ligadas ao corpo físico, material
LUGAR CELESTE – TOPOS URANOS
Estas se localizam em um mundo denominado “topos uranos”, ou lugar celeste. Para esta atividade não necessita de ninguém, cada alma se basta, existindo e se realizando por conta própria, independentemente das outras. Mas, por causa de uma grande culpa, que não é explicada em sua teoria, as almas perderam sua condição original de espiritualidade absoluta e caíram na Terra, sendo obrigadas a assumir um corpo físico para expurgar suas culpas e purificar-se. Esse corpo físico funcionaria como um limitador de suas potencialidades e faculdades, impedindo-as de se sentirem completas por si só. Desse modo, as almas corporificadas precisam se associar para suprir suas carências e limitações..
Aristóteles (384-322 a.C),
O homem é, por sua natureza, um animal político. Aquele que, por natureza não possui estado, é superior ou mesmo inferior ao homem, quer dizer: ou é um deus ou mesmo um animal” (de sua obra: A política).
 De maneira oposta, entende que a sociabilidade é uma propriedade essencial do homem. Nasua visão, o homem é constituído de corpo e de alma, essencialmente. E, por esta constituição, não pode se auto-realizar, sendo necessário criar vínculos sociais para satisfazer suas próprias necessidades e vontades. É a natureza do homem que o impulsiona a querer associar-se e interagir com os demais. Por este motivo, considerava o homem fora da sociedade um ser superior ou inferior à condição humana: 
Idade Média? (476 até 1453)
No período medieval, as relações sociais era justificadas e representadas pelos princípios e doutrinas eclesiásticas da Igreja Cristã. 
A visão de um mundo cujo centro era o divino e o poder hegemônico sob as mãos das instituições eclesiásticas estabeleceu uma ordem social, cujos grupos populacionais seguiam de forma inquestionável os preceitos estabelecidos. Critérios racionais e empíricos, de forma mais científica, como conhecemos na atualidade, estavam excluídos dessa maneira de conceber o mundo e a sociedade. 
Pensadores cristãos, como Tomás de Aquino, Guilherme de Ockham, Abelardo, Anselmo e outros, a partir do nascedouro da Universidade, sobretudo em Paris, contribuíram para que novas focalizações sobre a relação homem-divindade-universo pudessem ocorrem. A recuperação de obras aristotélicas preservadas pelos árabes, e sua conseqüente tradução possibilitaram outras formulações sobre as concepções de Estado, organização social, doutrinas e a própria razão. No entanto, a Idade Média produziu um imaginário social hierarquizado e imutável, isto é, a cada um o seu lugar político-social-econômico e cultural segundo os desígnios divinos.
Santo Tomás de Aquino (1225-1274), como Aristóteles, considerava o homem um ser naturalmente sociável: “O homem é, por natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que evidencia pela natural necessidade.” (S.Th, I, 96, 4).  Afirma ainda que a vida fora da sociedade é exceção, se enquadrando em três hipóteses: a mala fortuna, quando um indivíduo, acidentalmente, por um infortúnio passa a viver em isolamento, como é o caso de um náufrago, por exemplo; a corruptio naturae, quando por alienação mental ou anomalia, o homem é desprovido de razão e busca viver distanciado dos demais; e a excellentia naturae, que é a hipótese do homem isolar-se buscando a comunhão com Deus e o seu aperfeiçoamento espiritual.
Santo Agostinho – A Cidade de Deus – Conho social e cristão. O cristão deve se preocupar em construir esse reino de Deus. Segue um pouco a ideia de platão sobre mundo real e mundo ideal para se construir a cidade de Deus. 
RENASCIMENTO – FINAL DO Sec. XIV e incício do Sec. XVII
CONTRATUALISTA – Inicio do capitalismo
Durante a época moderna surgem os contratualistas, destacando os nomes de Spinoza, Hobbes, Locke, Leibnitz, Vico e Rousseau. 
Existe uma gama enorme e variada de teorias contratualistas que buscam explicações para o impulso associativo do homem, com diferentes explicações e teses. Há, no entanto, um ponto em comum entre eles. Todas negam o impulso associativo natural, concluindo que somente a vontade humana justifica a existência em sociedade. A sociedade, portanto, é uma criação humana e se tem sua base firmada em um contrato, que pode ser alterado ou desfeito. 
Hobbes, por exemplo, com suas idéias apresentadas na obra “Leviatã”, defendia que o homem é um ser mau e anti-social por natureza, enxergando seus semelhantes como concorrentes a serem dominados ou destruídos. O constante estado de guerra, de conflitos e brutalidade teria levado os homens a firmarem um contrato entre si, transferindo o poder de se autogovernar, seus direitos e liberdades ao Estado, que deveria impor ordem e segurança a todos.
Rousseau, por sua vez, em “O contrato social”, afirma que o homem, ao revés do entendimento de Hobbes, é essencialmente bom e livre. A sociedade e o aparecimento da propriedade privada é que o corrompe, dando início aos inúmeros conflitos sociais. A solução encontrada por ele para extirpar os conflitos seria a organização de um Estado que só se guie pela vontade geral, e não pelos interesses particulares. O instrumento pelo qual se perfaz essa sociedade é o contrato social, pelo qual cada indivíduo transfere ao Estado a sua pessoa, todos os seus direitos e suas coisas.
Ante o exposto, entendemos que a sociedade é fruto da própria natureza humana, de uma necessidade natural de interação. O homem tem necessidade material e espiritual de conviver com seus semelhantes, de se desenvolver e de se completar. No entanto, essa interdependência recíproca não exclui a participação da consciência ou da vontade humana. Consciente de que necessita da vida social o indivíduo procura melhorá-la e torná-la mais viável. 
Os modernos e suas novidades Idade Moderna (1453-1789)
O termo Idade Moderna é uma construção a posteriori, assim como modernidade, modernização e modernismo. Moderno significa em latim modus, como algo que acontece agora, uma agora-já. O termo foi trabalhado para designar tudo aquilo que se contrapunha ao Antigo Regime (Feudal) e defendia uma nova sociedade, com novos estatutos para o homem enquanto ser pensante e indivíduo laicizado. Como marcas de pensamento sobre esse período, não se esquecendo do próprio movimento ocasionado pelo Renascimento, de teóricos políticos, como Maquiavel (1469-1527) e sua obra O Príncipe, Thomas Hobbes (1588-1679) e sua obra O Leviatã, e as análises da vida da sociedade como uma relação entre os mais fortes, sendo o Estado, o responsável pelo controle social. René Descartes (1596-1650) foi um dos mais importantes pensadores para o desenvolvimento da Sociologia. Elevando a razão como fundamento principal do conhecimento sua intenção era deixar as verdades adquiridas pelo uso da tradição, da revelação ou do senso comum de lado. Sua obra Discurso do Método influenciou as novas análises da sociedade, partindo de um pressuposto científico empírico com base na observação.
Outro filósofo importante foi Thomas More com sua obra Utopia.
Um pouco da fonte da História
As mudanças, durante a Idade Moderna do ponto de vista sociológico, econômico, político, cultural passam pela análise das raízes das transformações ocorridas a partir do processo de queda da economia feudal (séc. XIII – XIV). Com a mudança de eixo das transações comerciais e expansão comercial marítima da Itália para os países ibéricos (Espanha e Portugal) e de outros países como Holanda, Inglaterra, foi inaugurada a era do
Mercantilismo e o processo de colonização das Américas e África, levando para a Europa matéria-prima e metais preciosos. Essas mudanças na economia causaram a acumulação de capital comercial pela Inglaterra, nos séculos XVI a XVIII, culminando com a Revolução Industrial. Isso acarretou o crescimento das cidades européias e o declínio da produção agrícola, gerando processos de produção cada vez mais concentrados - as fábricas - com novas descobertas de técnicas de produção e novas alternativas energéticas, delineando-se o novo sistema econômico, o Capitalismo.
O movimento iluminista, também conhecido como o Iluminismo (Século XVIII) ou Idade das Luzes foi o período histórico marcado pela posição com que os pesquisadores, cientistas, filósofos e demais pensadores, na procura da exaltação do conhecimento científico, procuravam descobrir o “porquê” de tudo que acontecia na natureza e as as leis consideradas naturais e imutáveis. Para eles, o entendimento destas coisas iria propiciar à humanidade o controle sobre a natureza. Para o Iluminismo, a razão era a explicação para todos os fenômenos que podem ocorrer na natureza e na sociedade. Tentava assim, excluir explicações como o milagre ou qualquer outra explicação sobrenatural.
Todas explicações consideradas simples, colocando Deus em todas elas, passaram a ser questionadas pelos iluministas. Para o Iluminismo, tudo deveria ser explicado empiricamente (cientificamente através da observação).
Essa racionalidade ainda não existia nas instituiçõesque controlavam a sociedade, como a política, a justiça a economia entre outras, até porque, essas instituições eram regidas por práticas feudais, ou controladas pela Igreja.
Os pensadores iluministas contribuíram para as idéias e ideais que se fazem presentes na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão como também na Revolução Francesa.
A Declaração da Independência dos Estados Unidos da América
de 1776 em relação à Inglaterra, cujos princípios inspiraram-se na filosofia iluminista.
 
A Revolução Francesa como movimento político ocorrido no século XVIII, contra as instituições absolutistas, agravados pelos problemas sociais como a fome, miséria, aumento de impostos e exploração dos camponeses, maioria da população francesa. Com tantos problemas impedindo o crescimento econômico, o movimento passou a ter adesão dos burgueses inspirados nos ideais iluministas. Durante a Revolução Francesa, em sua primeira fase, foi criada durante a Assembléia Geral Constituinte de 26 de agosto de 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração possuiu uma visão universal dos direitos do homem e do cidadão, constituindo uma de suas características marcantes, a universalização destes princípios, ocorrendo sua mundialização, influenciando vários países.
A Revolução Industrial acima referenciada iniciou-se na Inglaterra a partir da segunda metade de século XVIII, estendendo para outros países da Europa e Estados Unidos. Foi um período que houve uma aceleração da economia inglesa que passou de predominantemente agrária para uma economia industrial, tendo como característica a alta produção em escala, utilizando máquinas para diminuir o tempo e o custo da produção.
Em meio a todos os abalos causados pela Revolução Industrial, as diferentes formas de produção passaram a alterar a vida das pessoas comuns.
Entre essas mudanças podemos apontar as seguintes:
1) Mudanças na cultura do trabalho: os novos trabalhadores das indústrias tiveram que passar por uma mudança, de um ambiente doméstico para a disciplina das indústrias, isso caracterizou a mudança da cultura na forma de trabalhar.
2) Surgimento de novas funções: surgiram novas funções como a do empresário, do capitalista e do operário. O empresário é o proprietário dos equipamentos e máquinas e o operário portador da força de trabalho.
3) O trabalho humano passa a ser gradativamente uma extensão da máquina: a máquina passa a substituir o homem, produzindo mais em um menor espaço de tempo, gerando mais lucro para o empresário.
4) Divisão do trabalho: organizando de uma forma racionalizada o trabalho, em que cada operário é responsável por uma pequena parte da produção, ocorrendo uma especialização da produção em partes, o trabalho destinado a cada operário podia ser substituído por qualquer outro operário.
5) Produção em alta escala: a intensa mecanização da produção e a velocidade em que os produtos eram fabricados ocasionou a baixa de preços dos produtos, aumentando o número de compradores.
Nos séculos XIX e XX, ocorre a consolidação do modo de produção capitalista em alguns países europeus, sobretudo Inglaterra, berço da Revolução Industrial e Estados Unidos da América, além de terem sido os séculos do desenvolvimento científico, foi neste momento que surgiram importantes teorias nos diferentes campos do conhecimento, como nas ciências da natureza (física, química, biologia, astronomia), exatas (matemática, lógica) e humanas (economia, psicologia, sociologia).
Nesse século, as contradições e conflitos sociais gerados pelo modo de produção capitalista, ainda em sua fase “selvagem” de crescimento, pelas desigualdades e disparidades sociais decorrentes da exploração da força de trabalho, com ainda incipiente legislação trabalhista e social, aguçam o espírito investigativo de filósofos para compreensão da sociedade na sua organização e dinâmica, entre os quais, Augusto Comte (1798-1857), Karl Marx (1818-1883), Émile Durk
heim (1858-1917), Max Weber (1864-1920), que, com abordagens teórico-metodológicas diferentes, conceberam e interpretaram a sociedade, originando correntes de pensamento sociológico.
__________________________________________________________________________Texto compilado de artigos de vários autores para as aulas de Sociologia e Antropologia Jurídica
SABADELL, Ana Lúcia. Manual de Sociología Jurídica. 3.ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
Tempo Social. Ver. Social USP São Paulo, Vol. 1
II - PENSADORES – PENSADORES DA SOCIOLOGIA: ANÁLISE DO OBJETO DE ESTUDO
Augusto Comte: Desenvolveu o Positivismo corrente sociológico, é um dos fundadores da sociologia. Comte, como pai da sociologia positivista adquiriu conhecimento dedicando ao estudo científico das sociedades, deu suporte ao homem a trilhar o caminho para o encontro da organização social e política. Caracterizou as sociedades, como constantes evoluções sociais. Desta idéia deriva a frase em nossa bandeira brasileira “Ordem e Progresso”.
Augusto Comte falou sobre o Darwinismo (que deu origem ao arianismo). Na idéia de arianismo está presente o darwinismo.
O alicerce fundamental da obra comtiana é, indiscutivelmente, a "Lei dos Três Estados", tendo como precursores nessa ideia seminal os pensadores Condorcet e, antes dele,Turgot.
Segundo o marquês de Condorcet, a humanidade avança de uma época bárbara e mística para outra civilizada e esclarecida, em melhoramentos contínuos e, em princípio, infindáveis - sendo essa marcha o que explicaria a marcha da história.
A partir da percepção do progresso humano, Comte formulou a Lei dos Três Estados. Observando a evolução das concepções intelectuais da humanidade, Comte percebeu que essa evolução passa por três estados teóricos diferentes: o estado 'teológico' ou 'fictício', o estado 'metafísico' ou 'abstrato' e o estado 'científico' ou 'positivo', em que:
Animado desde a juventude com propósitos de “regeneração universal", sucessivamente pai oficial da sociologia, Auguste Comte (1798-1857) é o autor do Curso de filosofia positiva (1830-1842, em seis volumes). E é aqui que ele formula sua famosa lei dos três estágios, segundo a qual a humanidade, assim como a psique dos indivíduos particulares, passa por três estágios:
estágio teológico; estágio metafísico; estágio positivo.
Vejamos como o próprio Comte caracteriza cada um desses três estados:
3.2.1. No estado teológico – o espírito humano, dirigindo essencialmente sua investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação contínua e direta de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo.
3.2.2. No estado metafísico – que no fundo nada mais é do que simples modificação geral do primeiro: os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades(abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada uma entidade correspondente.
3.2.3. No estágio positivo – o ser humano desiste de procurar as causas íntimas dos fenômenos para, através da observação e do método científico, estabelecer as leis gerais que os regem. O estado positivo, portanto, corresponde à maturidade do espírito humano que não é mais enganado por explicações vagas, uma vez que pode alcançar o real, o certo e o preciso.
É importante notar que cada um desses estágios representa fases necessárias da evolução humana, em que a forma de compreender a realidade conjuga-se com a estrutura social de cada sociedade e contribuindo para o desenvolvimento do ser humano e de cada sociedade.
Dessa forma, cada uma dessas fases tem suas abstrações, suas observações e sua imaginação;o que muda é a forma como cada um desses elementos conjuga-se com os demais. Da mesma forma, como cada um dos estágios é uma forma totalizante de compreender o ser humano e a realidade, cada uma delas consiste em uma forma de filosofar, isto é, todas elas engendram filosofias.
Como é possível perceber, há uma profunda discussão ao mesmo tempo sociológica, filosófica e epistemológica subjacente à lei dos três estados.
O Autor sofre muitas críticas em razão de seu ceticismo. Dentre essas criticas está a de que a ciências é ideológica. Uma vez que voce detém o conhecimento científico pode-se fazer interpretações. 
Outra critica foi em razão do ceticismo de Comte, Muitos conhecimentos nasceram do senso comum, do conhecimento religioso ou de sua experiência, de uma análise no contexto de onde se está inserido e nem por isso deixaria de estar errado.
KarlMarx – 1817-1883 Alemanha
(Tempos modernos – a loucura dos trabalhadores)
Como explicar a dinâmica da sociedade que se transforma de uma maneira verdadeiramente revolucionária por força de uma política econômica, por força de uma classe (burguesia). Como ela caminha?
O trabalhador vende a força de trabalho e a sociedade é organizada por força de uma produção no capitalismo. É o trabalho que move a estrutura social.
Revolução Russa – 171 – Cortina de Ferro
Fim da União Sovietica – Queda do muro de Berlim – 1987
Sociedade atual – a mercadoria se transformou como uma reificação – mercantilização das relações sociais. 
2 – Emile Durkheim - França 1917- Da divisão do trabalho social, 1893; Regras do método sociológico, 1895; O suicídio, 1897; As formas elementares de vida religiosa,1912.
DURKHEIM- OBJETIVIDADE – DIREITO NATURAL – FATO SOCIAL COMO COISA
Durkheim criou uma metodologia para que a sociologia pudesse ser estudada de maneira técnica, rigorosa e segundo uma análise sobre fato social.
A teoria nos leva a perceber problemas de ordem social como qualquer acontecimento que interfere na dimensão moral, dimensão religiosa, dimensão econômica ou dimensão cultural constitui o fato social do sociólogo como objeto da análise. Os Problemas que atingem toda uma sociedade podem, e devem ser estudados para uma analise social.
O fato social é o objeto central da teoria sociológica de Émile Durkheim, constituindo-se em qualquer forma de indução sobre os indivíduos que é tida como exterior a eles, tendo uma existência independente e estabelecida em toda sociedade. Também é possível definir, além desse primeiro conceito, o fato social como uma norma coletiva com independência e poder de coerção sobre o indivíduo. 
Pegando o gancho da teoria funcionalista, é possível chegar à conclusão que o cerne do pensamento de Durkheim é considerar os fatos sociais como coisas. Os fatos sociais não podem ser confundidos com fenômenos orgânicos nem com psíquicos, constituem uma espécie nova de fatos. São fatos sociais: regras jurídicas, dogmas religiosos, costumes etc.
Assim como a Lei, o fato social não escolhe pessoa, situação, sexo ou religião.
Durkheim foi um sociólogo positivista que tratava a sociedade segundo o ponto de vista organicista, ou seja, para ele, a sociedade poderia ser bem estudada se seguíssemos o modelo de estudo das ciências naturais. Ainda para ele, a sociedade se organizava tal qual o corpo humano, onde o todo prevalece sobre as partes (fatos sociais, a serem tratados mais a frente), sem esquecer, contudo que cada órgão tem uma função específica a desempenhar para o equilíbrio correto.
A divisão do trabalho social é um livro escrito por Émile Durkheim que analisa as funções sociais do trabalho na sociedade e procura mostrar como na modernidade tal divisão é a principal fonte de coesão ou solidariedade social .
Fatos sociais – É tudo aquilo que por via do modo de como os homens estão relacionados, se impõem à ele. É um construtor humano que se impõe ao homem e que exerce uma certa coerção exterior a ele.
Na concepção de Durkheim, havia no fato social uma concepção de solidariedade.
Em sociedade, deve-se ter um sentimento de ajuda para com o outro. Segundo o autor a solidariedade leva o homem à coesão coletiva que pressupõe uma consciência individual.
A sociedade em seu conjunto elaborava representações coletivas sobre o bem, o que é o mal e o que pode se realizar. O legislativo para ele é o locus da racionalidade.
Como exemplo do fato social, a escola – aprendizagem de regras e lugar de adesão ao grupo.
O homem como ser social – o homem realiza sua natureza na vida coletiva.
O ser coletivo, portanto é aquele que está em interação constante com o ser indivíduo.
Que laços se formam entre os homens e constitui a sociedade?
Trata-se de imperativos morais (costumes e formas de fazer, de conviver), a própria sociedade é um ente moral.
Para Durkheim, Marx cometeu um erro: achar que a economia é uma forma de organização. A economia não tem capacidade organizadora – o mercado não é aglutinador. A solidariedade tem essa característica, não como forma de laços bondosos, mas de ações coletivas, coercitivas.
3 – MAX WEBER – OBJETIVIDADE POSSIVEL NÃO OBJETIVIDADE TOTAL – CIENCIAS HUMANA COMO UM CONUNTO DE CIENCIAS COM OBJETIVIDADE POSSIVEL E NÃO TOTAL.
Para o sociólogo é impossivel separar a subjetividade dos conceitos das ciencias humanas e sociais 
ruptura com a visao evolucionista , teleológica – e visão determinista. Para Weber ao contrario de Durkheim e Comte que veem na historia das sociedades uma linha evolutiva. . Não há linha evolutiva, é impossivel traçar um ponto menos para um ponto mais desenvolvido; não há linha evolutiva pois em todas as fases da sociedade existe uma evolução.
 Weber rompe com a concepção da sociologia positivista e pensa numa outra sociedade, a sociologia compreensiva.
O sociologo deve olhar para contexto histórico, para cada sociedade, para cada fato a ser estudado de forma isolada; não existe uma única linha de evolução. 
Conceito da sociedade como um feixe inesgotável de fatos: Quando nos debruçamos sobre um determinado contexto social, ele é infinito, uma serie de possibilidades de analises porque a realidade esta pautada sobre a ação social.
Segundo Weber, uma ação social parte de um individuo para outro individuo e essa ação tem como meio, seu caminhar um fim e esse fim esta relacionado como o comportamento do outro individuo.
Quando eu cumprimento um indivíduo, eu espero que ele também me estenda a mão, eu espero um fim de minha ação 
Numa sociedade composta por vários indivíduos é impossível determinar qual o comportamento exato dessa sociedade pois ela é u, feixe inesgotável de fatos. Weber estrapola seu conceito de ação social e cria um novo conceito, o conceito de relação social.
As práticas (ações) desse grupo são reciprocamente aceitas. Exemplo: uma missa, um jogo de futebol. A relação social é composta por ações sociais; as duas coisas são realidade.
O tipo ideal 
O que o sociólogo faz é exagerar, ele pega um determinado contexto e tranforma esse aspecto em um conceito. O tipo ideal não existe na realidade, ele é um instrumento para compreender os inúmeros fenômenos sociais incontáveis.
A sociologia é vista como compreensiva e não determinista. 
A visão de uma sociologia compreensiva significa que eu não posso utilizar apenas a economia, a religião, a politica para explicar a realidade. Esses elementos interagem entre si. 
Ciência e politica duas vocações?
A ciência preocupa-se com o ser, a politica com o dever ser.
O que existe? A politica ou a ciências? Ambos pois para o modelo de dominação, os tipos ideais puros não existem. 
Weber definiu as dominações como a oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado.
Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto sancionado corretamente), tendo a “burocracia” como o tipo mais puro desta dominação. 
Os princípios fundamentaisda burocracia, segundo o autor são: a Hierarquia Funcional, a Administração baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem Profissional, as Atribuições são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do Profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. 
Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que, como foi dito anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
Dominação Tradicional (a autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade tradicional); o governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. Presta-se obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se julga sagrada. Todo o comando se prende intrinsecamente a normas tradicionais (não legais) ao meu ver seria um tipo de “lei moral”. A criação de um novo direito é, em princípio, impossível, em virtude das normas oriundas da tradição. Também é classificado, por Weber, como sendo uma dominação estável, devido à solidez e estabilidade do meio social, que se acha sob a dependência direta e imediata do aprofundamento da tradição na consciência coletiva.
Dominação Carismática (a autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por parte dos dominados). Ela assenta sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o “reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que lhes são devidos pelos governados. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. Não apresenta nenhum procedimento ordenado para a nomeação e substituição. Não há carreiras e não é requerida formação profissional por parte do “portador” do carisma e de seus ajudantes. Weber coloca que a forma mais pura de dominação carismática é o caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber classifica a Dominação Carismática como sendo instável, pois nada há que assegure a perpetuidade da devoção afetiva ao dominador, por parte dos dominados.
Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em suas manifestações de legitimidade a noção de competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilata a legitimação até onde alcance a missão do “chefe”, na medida de seus atributos carismáticos pessoais.
PODER E BUROCRACIA - “O poder significa toda oportunidade de fazer triunfar no seio de uma relação social a própria vontade, mesmo contra resistências, pouco importando aquilo que a fundamenta”. Tipos de Poder (Legitimidade)Tradicional – baseia-se na crença do caráter sagrado das tradições, sendo legítimo o poder e os que a ele são convocados em razão do costume. Carismático – baseia-se no valor pessoal do indivíduo que se distingue por virtudes pessoais (heroísmo, santidade...)Burocrático ou Legal – possui caráter racional e impessoal, baseando-se na validade das normas estabelecidas racionalmente, sendo legítimo o poder e os que a ele são convocados nos termos da lei. 
Características da burocracia/Vantagens
 • Legal 
• Formal
 • Racional e divisão do trabalho
• Impessoalidade nas relações 
• Rotinas e procedimentos padronizados 
• Competência técnica 
• Profissionalização da administração e dos participantes 
. Previsibilidade do funcionamento
. Univocidade de interpretação
. Padronização Redução de conflitos 
. Subordinação natural Confiabilidade nas regras 
. Hierarquia formalizada 
. Precisão
Referências 
Texto elaborado com base em vários artigos e obras como subsidio para as aulas de Sociologia Jurídica.
ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento Sociológico. São Paulo: Martins
Fontes, 2002.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 1995, 3ª edição, p.273
COHN, Gabriel (org). Max Weber. 6. ed. São Paulo: Ática, 1997.
A sociedade, em suma, seria o produto de um impulso natural conjugado com a vontade e consciência humana.
Alienação: termo traduzindo as três palavras usadas por Marx para designar "tornar-se estranho a si mesmo". O trabalho do homem se torna uma obrigação esmagaora para sua vida, sendo apenas para manter sua sobrevivência, não fazendo realmente o que lhe identifica. Se a sua produção é o que o defini, em estado de alienação ele não sabe mais o que realmente é.

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