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Nutrição: Distúrbios Alimentares Curso: Educação Física Nutricionista: Ms Camila Ribeiro Gomide Queiroz CRN3 - 15551 Os transtornos alimentares (TA) têm critérios diagnósticos baseados em características psicológicas, comportamentais e fisiológicas . Caracterizam-se por severas perturbações no comportamento alimentar e imagem corporal. Leal, GVS et al, 2012. Estudo conduzido com adolescentes de uma escola pública evidenciou comportamentos não saudáveis para o controle de peso de adolescentes com sobrepeso, principalmente quando eram meninas. Dentre este comportamento estavam o uso de medicamentos, laxantes, diuréticos ou prática de vômitos. Neumark-Sztainer D et al, 2002. A insatisfação com a aparência física faz com que crianças do sexo feminino com sobrepeso se engajem em dietas para perda de peso. Este comportamento é duas vezes mais frequente nas crianças com sobrepeso do que naquelas com peso dentro da normalidade. Este comportamento psicológico de autoestima baseado na aparência física e o engajamento em dietas para perda de peso podem ser fator de risco para o desenvolvimento dos TA numa fase mais tardia, com comprometimento do estado nutricional e do crescimento adequado. Vander WJS, et al 2000 e Burrows A, Cooper M, 2002. Um dos principais fatores causais de alterações da percepção da imagem corporal é a imposição, pela mídia, sociedade e meio esportivo, de um padrão corporal considerado o ideal, ao qual associam o sucesso e a felicidade (Conti, Frutuoso e Gambardella, 2005). É bem descrito na literatura que atletas apresentam maior prevalência de TAs do que não atletas Nestes casos, observa-se que a estética é supervalorizada em alguns esportes e serve mesmo como critério para a obtenção de resultados satisfatórios nas competições. (Viebig, Takara, Lopes e Francisco, 2006 e Okano, Holmes, Mu, Yang, Lin e Nakai, 2005). Caracteriza-se por uma procura incansável pela magreza, levando o paciente a uma severa e auto-induzida perda de peso, utilizando recursos extremos como longos períodos de jejum, exercícios físicos excessivos, vômitos voluntários, uso de laxantes, diuréticos ou moderadores de apetite no intuito de forçar uma perda de peso cada vez maior. Há distorção de imagem corporal e os ciclos menstruais ficam interrompidos por no mínimo três meses. www.ambulim.org.br - Amenorréia - Intolerância ao frio - Taxa de Metabolismo Basal baixa - Baixos níveis de estrogênio levando a problemas ósseos - Diminuição de produção de serotonina e adrenalina - Alteração dos hormônios da tireóide - Desnutrição Grave - Pele seca, unhas quebradiças - Hipotensão, Bradicardia - Anemia - Constipação e desidratação Pode ocorrer em atletas que competem em modalidades que fazem controle de peso constante como: Ballet, Lutas. Apresenta-se como uma sensação de completa perda de controle alimentar em que o paciente ingere compulsiva e indiscriminadamente grandes quantidades de alimentos em um período muito curto de tempo – episódio bulímico. Esta ingestão é seguida de um sentimento de culpa, vergonha e medo de engordar, levando o paciente a induzir o vômito, em geral várias vezes ao dia, bem como ao uso de laxantes, diuréticos ou inibidores de apetite e à prática de exercícios físicos de maneira exagerada. www.ambulim.org.br Para critério diagnóstico tanto os episódios do comer compulsivo como os comportamentos purgativos devem ocorrer com a frequência mínima de 2x/semana, por no mínimo 3 meses. Nem sempre a pessoa com Bulimia é anoréxica, o que pode levar a demorar para fazer um diagnóstico correto. A pessoa com bulimia vai ao banheiro após refeições, faz críticas frequentes ao tamanho e formato do seu corpo. - Ciclo menstrual irregular - Menores níveis de serotonina e adrenalina - Arritmias cardíacas (distúrbios eletrolíticos) - Fraqueza muscular, desmaios - pH elevado devido a perda de ácidos nos episódios de vômitos - Desequilíbrio eletrolítico e de minerais (vômitos) - Constipação, Refluxo - Perda do esmalte dos dentes (suco gástrico) - Esofagite e úlceras Nos últimos anos constatou-se que uma parcela dos obesos em tratamento, cerca de 30% apresenta um comportamento de descontrole alimentar com uma ingestão compulsiva de grandes quantidades de alimento durante o dia, com a sensação de perda de controle. Esse quadro esta relacionado com outras graves doenças psiquiátricas como depressão e ansiedade. Esses pacientes são grupo de risco para ganho de peso, sendo que aproximadamente 65% são obesos, embora esse transtorno possa ocorrer também em indivíduos com peso normal. Normalmente não há purgação igual a Bulimia. www.ambulim.org.br Tanto a ortorexia quanto a vigorexia são distúrbios ainda não reconhecidos pelos manuais da DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), devido à falta de estudos clínicos sobre o assunto. Trata-se de novos distúrbios que envolvem o comportamento alimentar, que vêm sendo discutidos cada vez mais entre os especialistas. Alguns estudos têm sugerido ferramentas de triagem para o diagnóstico precoce dessas doenças, mas ainda necessitam de validação clínica. De uma maneira geral, o tratamento da ortorexia e vigorexia requer uma equipe multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas, psicoterapeutas, dentre outros profissionais da saúde. Castro RCB, 2011. www.nutritotal.com.br A ortorexia (Ortho = correto e Orexis = apetite) é um termo utilizado para o transtorno obsessivo-compulsivo caracterizado por um cuidado extremo em ingerir alimentos saudáveis, o que leva a importantes restrições dietéticas. Os pacientes ortoréxicos excluem alimentos que eles consideram ser “impuros”, com a justificativa de que contêm herbicidas, pesticidas ou substâncias artificiais e se preocupam em excesso sobre as técnicas e materiais utilizados na preparação dos alimentos. Essa obsessão leva à perda de relações sociais e insatisfações afetivas que, por sua vez, favorece a preocupação obsessiva sobre a comida, fazendo da dieta a parte mais importante de sua vida. Chegam a perder 3 horas do dia planejando a alimentação. Os indivíduos com ortorexia também evitam obsessivamente os alimentos que possam conter corantes, aromatizantes, ingredientes geneticamente modificados, todos os tipos gorduras, alimentos que contenham muito sal ou muito açúcar. Castro RCB, 2011. www.nutritotal.com.br Esse distúrbio, muitas vezes, têm uma história ou características em comum com pacientes anoréxicos. Os ortoréxicos são muito cuidadosos, detalhados e bem organizados, com uma necessidade exagerada de autocuidado e proteção. A vigorexia é conhecida como dismorfia muscular ou “anorexia nervosa reversa” e está associada à distorção de imagem corporal em indivíduos do sexo masculino, mas pode acontecer em mulheres também. Esse transtorno envolve uma preocupação de não ser suficientemente forte, musculoso e simétrico em todas as partes do corpo. Castro RCB, 2011. www.nutritotal.com.br Os indivíduos com vigorexia dedicam muitas horas de exercícios de força muscular e dietas para hipertrofia muscular. Não realizam atividades físicas aeróbicas. Sintomas - Dor muscular persistente por todo o corpo - Cansaço ao extremo - Irritabilidade - Depressão, perda do convívio social - Ortorexia/ Dieta muito restritiva - Insônia - Aumento da frequência cardíaca ao repouso - Sentimento de inferioridade Um estudo realizado com 100 fisiculturistas e 68 levantadores de peso (atletas de elite competitivos) mostrou que o primeiro grupo apresentaram maiores porcentagens de indicadores de Vigorexia, como preocupaçãocom tamanho do corpo e simetria, proteção psíquica, comportamento alimentar típico e uso de medicamentos, do que os levantadores de peso. Isto indica que fisiculturistas podem ser um grupo de risco para a desordem. Lantz, Rhea e Cornelius (2002).
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