Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DO MINHO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FLUIDOS PSICROMETRIA Amaral Nunes Psicrometria Índices i ÍNDICE 1 REVISÃO DE TERMODINÂMICA ................................................................................................ 1-1 1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1-1 1.2 TEMPERATURA ........................................................................................................................ 1-1 1.2.1 A Escala Fahrenheit de Temperatura ..................................................................................... 1-2 1.2.2 A Escala Celsius de Temperatura .......................................................................................... 1-2 1.2.3 Comparação das Escalas de Temperatura Fahrenheit e Celsius .......................................... 1-2 1.2.4 Escalas Absolutas de Temperaturas ...................................................................................... 1-3 1.3 CALOR ....................................................................................................................................... 1-3 1.4 TERMÓMETROS ....................................................................................................................... 1-6 1.5 SISTEMAS DE UNIDADES ....................................................................................................... 1-8 1.5.1 Prefixos SI ............................................................................................................................... 1-8 1.5.2 Unidades Fundamentais ......................................................................................................... 1-9 1.5.3 Unidades derivadas .............................................................................................................. 1-11 1.6 DESENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS DE PRESSÃO, CAUDAL, ENERGIA E CALOR. 1-13 1.6.1 Pressão ................................................................................................................................. 1-13 1.6.2 Caudal ................................................................................................................................... 1-15 1.6.3 Energia e calor ...................................................................................................................... 1-15 1.6.4 Equação básica do calor ....................................................................................................... 1-16 1.6.5 Equivalente mecânico do calor ............................................................................................. 1-17 1.7 OS TRÊS ESTADOS DA MATÉRIA ........................................................................................ 1-17 1.7.1 A curva entalpia – temperatura ............................................................................................. 1-18 1.7.2 Condicionamento de ar e medição da quantidade de calor (entalpia) ................................. 1-20 1.7.3 Tensão de vapor e ponto de ebulição................................................................................... 1-20 1.7.3.1 Ebulição por arrefecimento. ....................................................................................... 1-21 1.7.3.2 Congelação por ebulição – Ponto triplo ..................................................................... 1-22 2 PROPRIEDADES DO AR - PSICROMETRIA ............................................................................ 2-25 2.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 2-25 2.2 A COMPOSIÇÃO DO AR ......................................................................................................... 2-25 2.3 EQUAÇÃO DOS GASES PERFEITOS ................................................................................... 2-27 Psicrometria ii Índices 2.4 PROPRIEDADES DAS MISTURAS AR – VAPOR DE ÁGUA ................................................. 2-29 2.4.1 Lei das pressões parciais de Dalton ..................................................................................... 2-29 2.4.2 Humidade existente no ar ..................................................................................................... 2-31 2.4.3 Ponto de orvalho (Dew point – DP) ....................................................................................... 2-32 2.4.4 A medição da humidade ........................................................................................................ 2-34 2.4.5 Temperatura de bolbo seco .................................................................................................. 2-36 2.4.6 Temperatura de bolbo húmido .............................................................................................. 2-36 2.4.7 Medição da quantidade de calor (entalpia) ........................................................................... 2-37 2.4.8 Temperatura de ponto de orvalho ......................................................................................... 2-40 2.4.9 Relação entre DB, WB, DP, humidade relativa e entalpia .................................................... 2-41 3 GRÁFICO PSICROMÉTRICO ..................................................................................................... 3-45 3.1 DESENHANDO UM GRÁFICO PSICROMÉTRICO. ............................................................... 3-45 3.1.1 Desenhando a curva de saturação ....................................................................................... 3-45 3.1.2 Desenhando as linhas de humidade relativa constante ....................................................... 3-46 3.1.3 Linhas de temperatura de bolbo húmido constante .............................................................. 3-47 3.1.4 Desenhando a escala de entalpia ......................................................................................... 3-48 3.1.5 Desenhando as linhas de volume específico. ....................................................................... 3-48 3.2 O GRÁFICO PSICROMÉTRICO .............................................................................................. 3-49 3.3 LENDO O GRÁFICO PSICROMÉTRICO. ............................................................................... 3-49 3.4 MUDANDO A CONDIÇÃO DO AR........................................................................................... 3-51 3.5 AQUECIMENTO DO AR SEM ADICIONAR HUMIDADE ........................................................ 3-53 3.6 AQUECIMENTO COM HUMIDIFICAÇÃO ............................................................................... 3-54 3.7 ARREFECIMENTO A ENTALPIA CONSTANTE – ARREFECIMENTO ADIABÁTICO ........... 3-55 3.8 ARREFECIMENTO COM HUMIDADE CONSTANTE – SEM DESUMIDIFICAÇÃO .............. 3-56 3.9 ARREFECIMENTO COM DESUMIDIFICAÇÃO ...................................................................... 3-56 3.10 MISTURA DE CAUDAIS DE AR .............................................................................................. 3-58 3.11 PONTO DE ORVALHO DO EQUIPAMENTO .......................................................................... 3-61 3.12 FACTOR DE CALOR SENSÍVEL ............................................................................................. 3-62 3.13 A PSICROMETRIA E O SISTEMA USCS ............................................................................... 3-64 3.14 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS PRÁTICOS COM O GRÁFICO PSICROMÉTRICO ........... 3-69 Psicrometria Índices iii 3.14.1 Um problema tipo de aquecimento .......................................................................................3-70 3.14.2 Um problema de arrefecimento, usando refrigeração só com ar exterior ............................ 3-71 3.14.3 Problema de arrefecimento, usando arrefecimento e ar de ventilação misturado com ar de retorno .............................................................................................................................................. 3-73 3.14.4 Problema de aquecimento com humidificação e ventilação ................................................. 3-75 Psicrometria iv Índices ÍNDICE DE FIGURAS Fig 1-1 Escalas Fahrenheit e Celsius ................................................................................................... 1-3 Fig 1-2 Dilatómetro linear simples ........................................................................................................ 1-4 Fig 1-3 Pirómetro de Wedgwood .......................................................................................................... 1-4 Fig 1-4 Pirómetro óptico ....................................................................................................................... 1-4 Fig 1-5 Calorímetro ............................................................................................................................... 1-5 Fig 1-6 Termómetros de líquido de precisão ........................................................................................ 1-6 Fig 1-7 Termómetros de relógio ........................................................................................................... 1-7 Fig 1-8 Termopares .............................................................................................................................. 1-7 Fig 1-9 Termómetros de infravermelho ................................................................................................ 1-8 Fig 1-10 Pressões absoluta e relativa ................................................................................................ 1-14 Fig 1-11 Pressão hidrostática ............................................................................................................. 1-14 Fig 1-12 Os três estados da matéria .................................................................................................. 1-18 Fig 1-13 Curva entalpia temperatura para a água (SI) ....................................................................... 1-19 Fig 1-14 Curva entalpia temperatura para a água (USCS) ................................................................ 1-20 Fig 1-15 Tensão de vapor para a água - p-t ....................................................................................... 1-21 Fig 1-16 Água em ebulição com (aparente) seu arrefecimento ......................................................... 1-22 Fig 1-17 Experiência do ponto triplo ................................................................................................... 1-22 Fig 1-18 Diagrama p-t da água (ponto triplo) ..................................................................................... 1-23 Fig 2-1 Diagrama p-V de diversas evoluções .................................................................................... 2-28 Fig 2-2 Barómetros ............................................................................................................................. 2-31 Fig 2-3 Termómetro de bolbo húmido (USA Today) .......................................................................... 2-34 Fig 2-4 Higrómetro electrónico (Geneza) ........................................................................................... 2-35 Fig 2-5 Termohigrómetro com microprocessador (Geneza) .............................................................. 2-35 Fig 2-6 Medições de climatização de interiores (Vivo – Dantec) ....................................................... 2-36 Fig 2-7 Aparelho Alluard para a determinação do ponto de orvalho do ar ........................................ 2-41 Fig 2-8 Processo adiabático em câmara isolada ............................................................................... 2-42 Fig 2-9 Resultados obtidos pelo programa Psycalc ........................................................................... 2-43 Fig 2-10 Temperaturas numa evolução adiabática psicrométrica ..................................................... 2-43 Fig 3-1 Desenho da linha de saturação dum gráfico psicrométrico ................................................... 3-46 Psicrometria Índices v Fig 3-2 Linhas de humidade relativa .................................................................................................. 3-46 Fig 3-3 Desenho das curvas de temperatura de bolbo húmido, volume específico, ponto de orvalho e escala de entalpia ....................................................................................................................... 3-47 Fig 3-4 Esquema dum gráfico psicrométrico, mostrando as sete propriedades ................................ 3-49 Fig 3-5 Diagrama mostrando a leitura dum gráfico psicrométrico ..................................................... 3-50 Fig 3-6 Esquema do gráfico psicrométrico do Exemplo 1 ................................................................ 3-51 Fig 3-7 Gráfico Psicrométrico SI ........................................................................................................ 3-52 Fig 3-8 Processo de aquecimento a humidade específica constante ................................................ 3-53 Fig 3-9 Processo de humidade relativa constante ............................................................................. 3-54 Fig 3-10 Arrefecimento a entalpia constante ..................................................................................... 3-56 Fig 3-11 Arrefecimento com desumidificação .................................................................................... 3-57 Fig 3-12 Processo de mistura de dois caudais de ar ......................................................................... 3-59 Fig 3-13 Arrefecimento e desumidificação num permutador com alhetas ......................................... 3-61 Fig 3-14 Determinação da linha de condição do quarto, ponto de orvalho do aparelho e do ar ....... 3-63 Fig 3-15 Esquema do gráfico psicrométrico do Exemplo 8 ............................................................... 3-65 Fig 3-16 Gráfico psicrométrico para temperaturas normais, USCS ................................................... 3-66 Fig 3-17 Determinação da linha de condição do espaço, ponto de orvalho do aparelho e do ar ..... 3-67 Fig 3-18 Processo de mistura de dois caudais de ar ......................................................................... 3-68 Fig 3-19 Arrefecimento com desumidificação .................................................................................... 3-69 Fig 3-20 Um problema de aquecimento ............................................................................................. 3-71 Fig 3-21 Refrigeração só com ar exterior ........................................................................................... 3-72 Fig 3-22 Diagrama psicrométrico do exemplo 14 .............................................................................. 3-74 Fig 3-23 Gráfico psicrométrico mostrando aquecimento com humidificação e ventilação ................ 3-75 Psicrometria vi Índices ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1.1 SI – Prefixos ....................................................................................................................... 1-9 Tabela 1.2 Unidades Fundamentais ..................................................................................................... 1-9 Tabela 1.3 Unidades das grandezas fundamentais ........................................................................... 1-10 Tabela 1.4 Algumas equivalências entre unidades dos dois sistemas ..............................................1-10 Tabela 1.5 Calor específicos de algumas substâncias (32 - 212ºF, 0 - 100 ºC) ................................ 1-16 Tabela 2.1 Composição em peso do ar seco ..................................................................................... 2-26 Tabela 2.2 Propriedades das misturas de ar e vapor de água saturado (USCS) .............................. 2-32 Tabela 2.3 Propriedades das misturas de ar e vapor de água saturado (SI) .................................... 2-33 Tabela 2.4 Tabela Psicrométrica – USCS .......................................................................................... 2-38 Tabela 2.5 Tabela Psicrométrica – SI ................................................................................................ 2-39 Tabela 2.6 Calor latente de vaporização - USCS .............................................................................. 2-39 Tabela 2.7 Calor latente de vaporização – SI .................................................................................... 2-40 Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-1 1 REVISÃO DE TERMODINÂMICA 1.1 INTRODUÇÃO A prática de ar condicionado é baseada em princípios de engenharia e na sua prática. Mas, a própria engenharia está suportada em ciências físicas e na matemática. Os processos de aquecimento e arrefecimento do ar são baseados nas leis de transferência de calor da física elementar, e quer o projecto e trabalho dos equipamentos de refrigeração e aquecimento são baseados no ramo da física chamado termodinâmica. O processo actual de criar condições desejadas num espaço confinado baseia-se na psicrometria, ramo este que na apresentação tradicional da física é normalmente descurada, pelo que aqui vai ser exaustivamente estudada. A distribuição de ar condicionado a espaços ocupados, a introdução de ar fresco exterior, a remoção do ar viciado interior, apoia-se no ramo da física conhecido por escoamento de fluidos, existindo nestes processos, quase sempre fornecimento de energia mecânica. Manter a temperatura interior aos níveis desejados, contra condições exteriores extremas de calor e frio, envolve princípios de transferência de calor. Devido ao atrás exposto, este capítulo irá apresentar uma revisão dum certo número de propriedades físicas tais como: temperatura, calor, densidade, peso específico, pressão, energia, calor e potência. A sua relação ao ar condicionado irá sendo mostrada ao longo do texto. Ainda no âmbito deste capítulo iremos apresentar sempre que necessário o sistema de unidades mais usado nos Estados Unidos – USCS – U.S. Costumary System e o Sistema Internacional – SI – usado nas nações mais industrializadas e que está sendo gradualmente adoptado pelos U.S. Não quero deixar de referir uma das bases de suporte deste trabalho, que é o Modern Air Conditioning Practice de Norman C. Harris. 1.2 TEMPERATURA Temperatura é a medida do grau de aquecimento ou arrefecimento de um corpo ou substância. Tocar e sentir diz-nos que o fogo é quente e que o vento norte é frio. Durante séculos os sentidos humanos foram o aparelho de medida da temperatura, mas variando os sentidos de uma pessoa para outra, e de uma estação do ano para outra, não são por consequência fidedignos. A medição rigorosa da temperatura é efectuada por termómetros e expressa em graus. Quatro diferentes escalas de temperatura vão ser definidas, e um certo número de termómetros serão ilustrados e descritos. Psicrometria 1-2 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1.2.1 A Escala Fahrenheit de Temperatura Cerca de 1715, o cientista alemão Fahrenheit, usando água pura à pressão atmosférica, determinou dois pontos fixos para a sua escala: o ponto de ebulição da água, o qual marcou 212ºF e o ponto de congelação da água, o qual marcou 32ºF Há, por isso, 180 graus iguais entre o ponto de ebulição (pe) e o ponto de congelação (pc). Esta escala foi estendida para além dos anteriores limites de forma a se conseguir medir temperaturas mais altas que pe e mais baixas que pc. 1.2.2 A Escala Celsius de Temperatura A segunda escala de temperatura, a qual é a mais utilizada em todo o mundo, foi conhecida durante muito tempo por centígrada devido a ter sido dividida em 100 partes iguais entre dois pontos fixos, que são novamente os atrás descritos para a escala Fahrenheit. Dado ainda existir como referencia em AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) muitas referencias nas unidades USCS, é conveniente, apesar de gradualmente nos U.S. a escala Celsius ser cada vez mais importante, ainda sabermos converter de uma escala para outra (ver Fig 1-1) 1.2.3 Comparação das Escalas de Temperatura Fahrenheit e Celsius Como primeira observação na comparação destas escalas, podemos observar que o zero das duas não coincide. Como segunda, como dividimos o mesmo espaço numa escala em 180 partes iguais e na outra em 100 partes iguais, o grau Fahrenheit é menor que o grau Celsius. Em consequência necessitamos de maior quantidade de calor, qualquer que seja a unidade de calor, para obter a variação de um grau Celsius do que a de um grau Fahrenheit. Assim verificamos que cada grau Fahrenheit equivale a (100/180= 5/9) do grau Celsius. Para o ajuste do zero, quando convertemos de Fahrenheit para Celsius necessitamos de retirar 32 à leitura Fahrenheit. No contrário depois da proporção entre os graus, para obter a leitura em Fahrenheit necessitamos de somar esta quantidade. Sendo, C a temperatura em Celsius e F a temperatura em Fahrenheit, temos 5 932 32 9 5 C F F C Estas duas escalas, são a base de duas escalas absolutas de temperatura, que como o seu próprio nome indica (absolutas) não apresentam valores negativos. Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-3 1.2.4 Escalas Absolutas de Temperaturas São elas a Rankine (Fahrenheit absoluta) e Kelvin (Celsius absoluta). Sendo R e K respectivamente as temperaturas Rankine e Kelvin, é ºR = ºF + 459.6 K = ºC + 273.15 Fig 1-1 Escalas Fahrenheit e Celsius 1.3 CALOR As diferentes teorias acerca da natureza do calor remontam aos filósofos gregos e sobreviveram até ao século passado. Desde o princípio têm sido duas as teorias que se foram sucedendo em cada época, com vários cambiantes. Uma delas considera o calor como um fluido subtil, elástico, imponderável mas material, que se encontra nos corpos quentes. A outra afirma que o calor é devida ao movimento das partículas que o compõe. A falta de uma teoria clara a seu respeito, juntamente com o triunfo da física experimental do sec. XVIII, impulsiona uma série de experiências de diferentes tipos relacionados com a medida e o comportamento dos corpos perante o calor. O efeito do calor sobre os sólidos, podia-se medir com um dilatómetro ou um pirómetro de Wedgwood, que foi concebido para medir altas temperaturas em fornos de cerâmica por meio da dilatação de um material cerâmico colocado no seu interior; o pêndulo em grelha utiliza as diferentes capacidades de dilatação de diferentes metais para que o comprimento efectivo dele não varie e que, portanto o seu período permaneça constante. Psicrometria 1-4 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica Fig 1-2 Dilatómetro linear simples Fig 1-3 Pirómetro de Wedgwood Posteriormente o pirómetro óptico (Fig 1-4) baseia-se no facto de que a radiação espectral de um corpo incandescente é uma função da sua temperatura. Para a radiação de um corpo negro, as bem conhecidas curvas da equação de Planck descrevem a distribuição de energia como uma função da temperatura e do comprimento de onda. No entanto, deve ter-se em conta que a emissividade observada dum corpo não negro também é funçãoda temperatura e do comprimento de onda. Em geral, para obter a temperatura de um corpo em ensaio, a intensidade da sua radiação a um particular o comprimento de onda compara-se com uma fonte de luz standard. Vidro vermelho ObjectivaScreen Lâmpada Dispositivo Mudança screen Protecção Comutador Olho Fig 1-4 Pirómetro óptico Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-5 Para estudar a natureza do calor e medir a quantidade de calor que há em diferentes corpos e animais, Lavoisier desenhou o calorímetro. Era constituído por um recipiente onde se colocava água; possuía uma tampa que permitia fechá-lo perfeitamente; estava isolado termicamente o melhor possível do ambiente exterior. Um termómetro, que ficava sempre imerso, assinalava a temperatura da água contida no calorímetro que era exemplo de 20ºC. Colocava-se fragmentos de um metal (por exemplo, ferro a 60ºC) dentro do calorímetro. A temperatura da água, inicialmente de 20ºC, subia, porque o metal cedia calor, até que as temperaturas da água e da esfera atingissem o mesmo valor t, de equilíbrio. Este valor dependente de diversos factores, entre os quais a quantidade de água presente no calorímetro, a massa dos fragmentos, as temperaturas da água e do metal, pretendia quantificar o calor. Fig 1-5 Calorímetro Por sua parte, Melloni fez um conjunto importante de experiências destinadas ao estudo das características comuns entre luz e calor. Para tal, dispôs num banco distintos elementos com os quais pretendia estabelecer as leis da refracção, polarização e transmissão do calor radiante (o calor procedente de uma fonte escura com um metal incandescente), e diferenciá-lo do calor luminoso (como o do Sol). A aplicação tecnológica dos distintos fenómenos termodinâmicos reveste-se assim de uma importância decisiva (a máquina de vapor desencadeou a revolução industrial), tendo como seu expoente máximo a máquina de Watt. A teoria molecular parte de três importantes generalizações, todas elas básicas até uma real compreensão dos processos de condicionamento de ar. Psicrometria 1-6 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica São elas: 1. Calor é uma forma de energia, e a energia total de calor que um corpo possui é a soma da energia de todas as suas moléculas. 2. A temperatura de um corpo ou substância é uma indicação da intensidade de calor ou grau de calor, e é medida por termómetros. 3. Podemos assumir que as moléculas de um corpo ou substância têm uma distribuição aleatória de velocidades. Algumas moléculas num momento podem estar estacionárias, outras movendo-se a uma velocidade associada com temperaturas próximas do ponto de congelação da água, outras associadas ao ponto de ebulição da água, e outras ainda a velocidades tão grandes que podem ser associadas a temperaturas de vapor sobreaquecido. Para ilustrar estas distribuições aleatórias, deve-se considerar uma proveta com água em que a temperatura lida é de 30ºC. Isto significa que a média de todas as velocidades das moléculas é tal que o grau de intensidade de calor está associado com 30ºC. Nessa proveta pode existir moléculas com velocidades associadas ao zero absoluto (-273.15ºC), algumas com velocidades tão altas associadas a vapor sobreaquecido, e uma distribuição de velocidades entre estes dois extremos, no qual resulta uma temperatura média de 30ºC. 1.4 TERMÓMETROS Os termómetros de precisão após várias experiências, o álcool e o mercúrio ficaram como fluidos próprios dos termómetros de vidro. Mudanças de temperatura do ar ambiente causam a expansão ou contracção do fluido no bolbo (depósito), resultando numa subida ou descida do nível do líquido num tubo fino, sendo a temperatura lida numa escala paralela ao tubo. Na Fig 1-6 apresenta-se um conjunto destes termómetros todos eles com uma precisão de 0.1 ºC, entre -10 a 360 ºC (com gamas parcelares de -10+52:0,1°C, +48+102:0,1°C, +98+152:0,1°C, +148+202:0,1°C, +198+252:0,1°C, +248+302:0,1°C). De referir que o limite superior de um termómetro é maior que o limite inferior do termómetro seguinte na gama. Fig 1-6 Termómetros de líquido de precisão Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-7 Os termómetros de relógio são cheios com gás. A variação de temperatura faz variar a pressão do gás, segundo a lei dos gases perfeitos, resultando num movimento giratório do ponteiro no relógio. A sua escala pode ser individualizada ao conter as duas existentes (Celsius e Fahrenheit). a) escala Fahrenheit b) escala Celsius e Fahrenheit Fig 1-7 Termómetros de relógio Os termopares geram correntes eléctricas muito fracas como resultado da diferença de temperaturas, que sendo medidas podem ser transformadas em temperaturas através de um processo de calibração, ou directamente pela conversão do sinal eléctrico. Nota: A calibração consiste na determinação de diversos pares ordenados (x,y), onde se conheçam as correlações entre as medidas efectuadas (desconhecidas) e outras perfeitamente conhecidas, de forma a se poder obter uma função entre elas. Fig 1-8 Termopares Trabalhando com materiais existentes na Natureza, será agora curial perguntar-se como se poderá medir a temperatura de um processo, no qual a sua temperatura ultrapassa o ponto de fusão do elemento sensor (por exemplo, fornos de fundição de metais). Neste caso recorre-se aos pirómetros ópticos, que não necessitam de contacto com o corpo a medir. Estes sensores, como já anteriormente descrito, baseiam-se na radiação de corpos negros e contêm no seu interior um filamento, que deve pelo menos alcançar a mesma temperatura do objecto cuja temperatura é Psicrometria 1-8 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica medida. Ao direccionar o pirómetro ao corpo quente, um filamento (frio) absorve a radiação do objecto observado. Este filamento absorve potência e aquece até que desaparece do campo visual. Neste momento a temperatura do filamento e do corpo radiante é a mesma. Se se graduar a o controle de potência do filamento em dois pontos de temperatura conhecida, pode-se obter directamente a temperatura na escala escolhida. No caso de pirómetros em processos automáticos, em que o conhecimento da temperatura não é necessário, esta é conhecida pela diferença de potencial e pela intensidade de corrente (i.e., a potência) que se aplica ao filamento quando as radiações são iguais. No caso de corpos que se deslocam a elevadas velocidades, deve-se corrigir o efeito de Doppler. Dentro da gama de aplicação em AVAC, estes pirómetros, vulgarmente chamados termómetros de infravermelho não necessitam de contacto com a superfície ou meio a medir a temperatura, o que os torna extremamente portáteis e práticos. Fig 1-9 Termómetros de infravermelho 1.5 SISTEMAS DE UNIDADES É necessário neste ponto rever as unidades necessárias para a indústria de ar condicionado. As grandezas fundamentais para trabalhos científicos e de engenharia o comprimento, a massa e o tempo. As outras unidades que bem conhecemos são chamadas grandezas derivadas. Apresentar-se-ão quadros com as unidades mais usuais em AVAC. 1.5.1 Prefixos SI O SI utiliza múltiplos e submúltiplos das suas unidades base. Na tabela seguinte apresenta-se os que actualmente são utilizados. Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-9 Tabela 1.1 SI – Prefixos Múltiplos Submúltiplos Factor Nome Símbolo Factor Nome Símbolo 1024 yotta Y 10-1 deci d 1021 zetta Z 10-2 centi c 1018 exa E 10-3 mili m 1015 peta P 10-6 micro 1012 tera T 10-9 nano n 109 giga G 10-12 pico p 106 mega M 10-15 femto f 103 kilo k 10-18 attoa 102 hecta h 10-21 zepto z 101 deka da 10-24 yocto y 1.5.2 Unidades Fundamentais Em análise dimensional as unidades fundamentais são designadas por letras maiúsculas e quando queremos referirmo-nos às unidades e não às grandezas físicas, o símbolo é inserido dentro de parêntesis rectos. Assim, será, por exemplo: 2MLT 1 tt m t Um am amF sendo: F – força; a – aceleração; U – velocidade e t o tempo. Tabela 1.2 Unidades Fundamentais Unidades Grandeza Dimensões USCS SI Comprimento L yard metro Massa M kg Psicrometria 1-10 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica Unidades Peso* F lb Tempo T segundo segundo * - As unidades de peso são usadas como unidades de massa nos U.S. para usos industriais e comerciais. Apesar da unidade fundamental no sistema USCS ser a yard (jarda), em AVAC usa-se normalmente o pé - foot (ft) e a polegada – inch (in). As equivalências dentro do mesmo sistema são: Tabela 1.3 Unidades das grandezas fundamentais USCS SI Comprimento 1 ft = 12 in 1 yd = 3 ft 1 mi = 5 280 ft 1 metro (m) = 100 cm 1 km = 1 000 m 1 cm = 0.01 m 1 mm = 0.001 m Peso Massa 1 pound (lb) = 16 ounces (oz) 1 (lb) = 7 000 grãos (gr) 2 000 = 1 ton 1 kg = 1 000 g 1 mg = 0.001 g 1 000 kg = 1 ton m Tempo 60 sec = 1 min 60 min = 1 hora 24 horas = 1 dia O mesmo que em USCS Tabela 1.4 Algumas equivalências entre unidades dos dois sistemas SI para USCS USCS para SI Comprimento 1 m = 39.37 in = 3.28 ft = 1.094 yd 1 cm = 0.394 in 1 mm = 0.0394 in 1 km = 0.921 mi = 3 280 ft 1 yd = 0.914 m 1 ft = 30.48 cm = 0.3048 m 1 in = 2.54 cm = 25.4 mm 1 mi = 1.61 km Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-11 SI para USCS USCS para SI Massa 1 kg = 2.205 lb 1 g = 0.0353 oz 1 mg = 0.0154 gr 1 lb = 0.4536 kg = 453.6 g 1 oz = 28.35 g 1 gr = 65 mg = 0.065 g 1 ton = 907 kg 1.5.3 Unidades derivadas A maior parte das unidades usadas em ar condicionado são derivadas das unidades fundamentais descritas anteriormente. Iremos apresentar as mais importantes para AVAC, apresentando só as bases e não os múltiplos e submúltiplos Área – A: Comprimento x comprimento = L x L = L2 Unidades: USCS: pé quadrado (sq ft ou ft2) e polegada quadrada (sq in ou in2) SI: m2 Volume – V: Comprimento x comprimento x comprimento = L x L x L = L3 Unidades: USCS: ft3 ou cu ft ou cf SI: m3 O litro = 10-3 m3 também é muito utilizado em condicionamento de ar. Velocidade – u: Comprimento sobre o tempo = L x T-1 = LT-1 Unidades: USCS: fps ou ft sec-1 e fpm ou ft min-1 SI: m s-1 Aceleração: a Velocidade sobre o tempo = LT–1 x T–1 = LT–2 Unidades: USCS: ft sec-2 SI: m s-2 Psicrometria 1-12 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica Caudal volúmico: V Nota: Toda a grandeza que varie por unidade de tempo é representada com um ponto em cima. Volume sobre o tempo = L3 x T–1= L3T–1 Unidades: USCS: ft3 sec-1 SI: m3 s-1 Caudal mássico: m Massa sobre o tempo = M x T–1= MT–1 Unidades: USCS: slug sec-1 SI: kg s-1 Força (peso) – F (P): (O peso é um caso particular da força. É a força a que está sujeita a massa de 1 kg quando sobre a aceleração da gravidade g= 9.81 m/s2.) Massa x aceleração = M x LT–2 = MLT–2 Unidades: USCS: pounds, ounces e grains SI: 1 N (newton) = 1 kg x 1 m s-2 Pressão - p: Força sobre área = MLT–2 X L-2 Unidades: USCS: pound per square inch (lb in-2 ou psi) SI: 1 Pa (pascal) = 2m1 N1 =1 N m-2 Massa volúmica (específica) - : Massa sobre volume = M x L-3 Unidades: USCS: SI: kg m-3 Peso específico - Peso sobre volume = M LT–2 x L-3 = MLT–5 Unidades: USCS: lb ft-3 SI: N m-3 Densidade – d: Número adimensional que compara a massa especifica de uma substância com uma de referência. Referência: sólidos e líquidos: água à pressão atmosférica normal e a 4ºC - = 1 000 kg m-3 gases: ar nas mesmas condições de pressão e temperatura. Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-13 Trabalho – W: Força x comprimento = M LT–2 x L = ML2T-2 Unidades: USCS: foot. pound (ft.lb) SI: 1 J (joule) = 1 N x 1 m Energia – W: Capacidade para realizar trabalho. Exprime-se nas mesmas unidades do trabalho. Calor – Q: Forma de energia. Exprime-se nas mesmas unidades da energia. Potência – W : Trabalho realizado sobre o tempo = ML2T-2 x T–1 = ML2T–3 Unidades: USCS: foot. pond per sec (ft.lb sec-1) 1 hp (horse power) = 33 000 ft.lb min-1 = 550 ft.lb sec-1 SI: 1 W (watt) = s1 J1 1.6 DESENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS DE PRESSÃO, CAUDAL, ENERGIA E CALOR. 1.6.1 Pressão Existem duas escalas de temperatura: a absoluta e a relativa. É necessário saber distinguir entre elas. A figura seguinte ilustra a relação existente. Comecemos por considerar a pressão hidrostática: A pressão num ponto A dum corpo mergulhado num líquido de massa específica (kg m-3) e a uma altura h (m) da superfície livre é p = g h, onde g é a aceleração da gravidade em m s-2, virá a pressão em pascal (Pa), unidade do SI (ver Fig 1-11). Como a aceleração da gravidade é considerada constante, se soubermos qual o fluido que tem a coluna h, podemos dizer que a pressão num determinado ponto são h metros de coluna do fluido X. Psicrometria 1-14 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica pressão atmosférica va lo re s ne ga tiv os va lo re s po si tiv os se m pr e va lo re s po si tiv os vácuo absoluto escala absoluta escala relativa 1.013 x 10 Pa 1 atm 760 mm de mercúrio 5 - 1.013 x 10 Pa5 0 Pa prp = p + pa r atm 0 Pa Fig 1-10 Pressões absoluta e relativa Concretizando. Na Fig 1-10 escrevemos que a pressão atmosférica era de 760 mm de mercúrio. Poder-se-á pensar que como milímetro é uma unidade de comprimento, esta indicação estaria errada. Tal não acontece pois a seguir está indicado o fluido mercúrio do qual sabemos que a massa específica é 13 600 kg m-3. A h p = g hA Fig 1-11 Pressão hidrostática Assim é: patm = 13 600 x 9.81 x 760 x 10-3 = 1.013 x 105 Pa Nunca esquecer de mencionar o fluido. Em ventilação, sendo as pressões muito pequenas é normalmente utilizada a unidade de pressão mm de coluna de água (mm ca). O mesmo se passa com as unidades USCS. É de referir ainda, o aparecimento da libra por polegada quadrada (pound per square inch) de 3 Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-15 formas diferentes. São elas: psi – pressão relativa psia – pressão absoluta psig – pressão diferencial (gauge) Em AVAC é normal utilizar as pressões relativas pois a pressão atmosférica encontra-se sempre dos dois lados das instalações com sentidos opostos, anulando-se. 1.6.2 Caudal Sendo em AVAC a movimentação do ar quente ou frio o responsável pela climatização, o conhecimento do caudal volúmico e mássico é bastante importante. Como já atrás referido é o caudal volúmico VV t o volume transportado por unidade de tempo. Sabe-se por outro lado que m m V V . Será então m V e finalmente o caudal mássico é V mm t t 1.6.3 Energia e calor Já vimos anteriormente que as unidades de energia se confundem com as de trabalho e vice-versa. No entanto no estado actual das coisas em AVAC ainda é necessário distinguir algumas unidadestécnicas de energia térmica que ao longo dos anos ficaram arreigadas nos que trabalham na indústria e comércio. A primeira será a British Thermal Unit onde: 1 Btu é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 lb de água de 1ºF. e a quilocaloria que é: 1 kcal é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 kg de água de 1ºC As propriedades térmicas das substâncias que não a água são caracterizadas pelo conceito de calor específico. O calor específico de uma substância é a quantidade de calor em Btu (ou kcal) que deve ser adicionada ou removida a uma lb (ou kg) dessa substância a fim de variar a sua temperatura num grau Fahrenheit (ou Celsius). Obviamente o calor específico da água é de 1.00 Btu/lb.ºF (1.00 kcal/kg.ºC). Psicrometria 1-16 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica Tabela 1.5 Calor específicos de algumas substâncias (32 - 212ºF, 0 - 100 ºC) Calor específico - cp ( a pressão constante) Substância Btu/lb.ºF kcal/kg.ºC) kJ/kg ºC Água (pura, líquida) 1.00 4.18 Ar (seco) 0.24 1.01 Alumínio 0.22 0.92 Cobre 0.093 0.39 Gelo 0.50 2.09 Ferro 0.115 0.48 Vapor 0.48 2.01 Vapor de água (70 ºF) 0.45 1.88 1.6.4 Equação básica do calor As definições de Btu e Kcal dá-nos uma forma fácil de calcular as quantidades de calor envolvidas num processo de transferência de calor. 2 1 (USCS)pH w c t t onde: H – a quantidade de calor em Btu w – o peso em lb cp – o calor específico a pressão constante, em Btu/lb ºF t1 – a temperatura inicial, em ºF t2 – a temperatura final, em ºF 2 1 (SI)pH m c t t sendo: H – a quantidade de calor em kcal m – a massa em kg cp – o calor específico a pressão constante, em kcal/kg ºC t1 – a temperatura inicial, em ºC Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-17 t2 – a temperatura final, em ºC Esta equação, como se verá no estudo das equação dos gases perfeitos, mais não é que o cálculo da energia numa evolução a pressão constante, designando-se H por entalpia. Da mesma forma utilizando o calor específico em unidades SI, obteríamos a quantidade de calor em kJ. 1.6.5 Equivalente mecânico do calor O símbolo J, foi designado como o equivalente mecânico do calor, isto é, o que permitia somar trabalho com calor na 1ª lei da Termodinâmica. Mais não é que um factor de conversão que transforma Btu em ft lb e kcal em kJ. É pois, ft lb778 (USCS) Btu WJ H kJ4.186 (SI) kcal WJ H e ainda: 1 Btu = 1.055 kJ e 1 Btu = 0.252 kcal 1.7 OS TRÊS ESTADOS DA MATÉRIA A temperatura e pressão normais, diferentes substâncias existem em três estados. São sólidos como os metais, líquidos como a água e gases como o oxigénio. Estas substâncias são bem conhecidas e o conhecimento dos seus estados de sólido, líquido e gasoso em condições de pressão e temperatura normais é meramente observativo. Contudo, engenheiros e técnicos devem não só considerar este comportamento nas condições atrás referidas, mas também na gama de condições que se encontra nos problemas de condicionamento de ar. Pensa-se na água como um líquido, mas sabemos que, à pressão atmosférica normal, para temperaturas inferiores a 32 ºF (0 ºC) se solidifica transformando-se em gelo e acima de 212 ºF (100 ºC) vaporiza tornando-se um gás (vapor). Da mesma forma, o chumbo é normalmente um sólido mas torna-se um líquido a 327 ºC e vaporiza a 1620 ºC. O dióxido de carbono é normalmente um gás mas liquefaz a –60 ºC e torna-se sólido (gelo seco) a –79 ºC Psicrometria 1-18 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica Gelo (sólido) 32 ºF (0ºC) e para baixo Água (líquido) 32 ºF a 212 ºF (0 ºC a 100 ºC) Vapor (gás) 212 ºF (100 ºC) e para cima Fig 1-12 Os três estados da matéria 1.7.1 A curva entalpia – temperatura Para a exemplificação desta curva utiliza-se a água como exemplo, à pressão atmosférica normal (Fig 1-13). O ponto de partida para 1 lb de água é o ponto A no diagrama à temperatura de 0ºF. As temperaturas estão em ordenadas (eixo vertical) e a entalpia (quantidade de calor) em abcissas (eixo horizontal) medido a partir de um zero arbitrário (neste caso 0ºF). Fornecendo lentamente calor ao gelo, a temperatura aumenta 1 ºF por cada 0.50 Btu fornecidos (processo AB). Quando 16 Btu foram fornecidos a temperatura é de 32 ºF, observando-se consequentemente um aumento de temperatura. Por este facto, chama-se a este calor, calor sensível. Calor sensível pode pois ser definido como calor que, quando fornecido ou retirado a uma substância, produz um efeito sensível, isto é, uma alteração da temperatura que pode ser medida por um termómetro. Encontra-se neste momento a nossa libra de água no ponto B, com uma entalpia de 16 Btu. Se adicionarmos mais calor, verifica-se que a temperatura não sobe, mas que o gelo começa a liquefazer. Sendo este calor fornecido também lentamente, verifica-se que após adicionar-se 144 Btu todo o gelo se transformou em líquido. Quer isto dizer que foi necessário para a mudança de estado esta quantidade de calor, possuindo agora a água 160 Btu de energia. O processo seguinte é o do aquecimento tradicional da água entre 32 ºF e 212 ºF até atingir o ponto de ebulição. A quantidade de calor fornecida foi 2 1 1 1 212 32 180 BtupH w c t t possuindo agora a entalpia de 340 Btu. A vaporização realiza-se também a temperatura constante – 212 ºF – sendo necessário fornecer-lhe o chamado calor de vaporização no valor de 970 Btu/lb (não esquecer que a pressão é constante e é a atmosférica), existindo entre D e E uma mudança de estado. Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-19 Fig 1-13 Curva entalpia temperatura para a água (SI) Posteriormente pode-se continuar a aquecer o vapor até onde se quiser, fornecendo 0.48 Btu/lb por cada ºF de elevação de temperatura. Quer na fusão, quer na vaporização, entre o início e o fim dos processos foi fornecido calor, tendo no entanto a temperatura mantido constante, não podendo por isso medir a sua variação com um termómetro. Este calor que não podemos sentir chama-se calor latente. Calor latente pode assim ser definido como o calor que, quando fornecido ou retirado de uma substância produz uma mudança de estado sem qualquer variação de temperatura. A Fig 1-14 mostra a mesma curva com as unidades métricas e SI. Psicrometria 1-20 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica Fig 1-14 Curva entalpia temperatura para a água (USCS) 1.7.2 Condicionamento de ar e medição da quantidade de calor (entalpia) A medição da quantidade de calor existente no ar é de extrema importância em trabalhos de ar condicionado. A análise atrás referida mostra-nos a existência de duas formas distintas de calor. Será então: Entalpia total = Calor sensível + calor latente 1.7.3 Tensão de vapor e ponto de ebulição A ebulição vigorosa consiste na evaporação através de todo o líquido, e a formação de bolhas pode ser impossível se a tensão de vapor (Fig 1-15) que as forma não seja igual (ou ligeiramente superior) à pressão externa que actua nas bolhas. A pressão externa é igual à pressão atmosférica na superfície do líquido mais a pressão hidrostática no líquido à profundidade a que se forma a bolha. Para uma bolha formada à superfície a tensão de vapor deve ser pelo menos igual à pressão atmosférica. Podemos agora definir ponto de ebulição. O ponto de ebulição é a temperatura à qual a tensão de vapor de um líquido se torna igual (ou ligeiramente superior) à pressão externa no líquido. Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-21 Pressão atmosférica normal760 29.92 mm Hg in Hg 310 12.2 87.6 3.45 26.21 1.032 32 0 80 26.7 120 48.9 170 76.7 212 100 A B 4.58 01803 P re ss ão Ponto de ebulição normal Temperatura, ºF e ºC Re giã o d e l íqu ido Re giã o d e v ap or Fig 1-15 Tensão de vapor para a água - p-t Para concretizar esta definição ir-se-á descrever duas experiências muito simples. 1.7.3.1 EBULIÇÃO POR ARREFECIMENTO. Enche-se de água um balão até meia altura. Escolhe-se uma rolha que se ajuste perfeitamente à boca do balão e que vede a passagem de um termómetro pelo seu centro. Sem tapar o balão fornece-se calor até que a água entre em ebulição. Como se encontra à pressão atmosférica a temperatura é de 100 ºC. Já com a chama retirada e trabalhando rapidamente e cuidadosamente introduz-se a rolha com o termómetro e imediatamente põe-se o balão debaixo de uma torneira de água fria por alguns segundos. Em seguida inverta o balão e segure-o num anel conforme mostrado na Fig 1-16, verificando que a temperatura agora se encontra significativamente abaixo dos 100 ºC, o chamado ponto de ebulição da água. Assim, a ebulição parou completamente. No entanto, a ebulição pode começar outra vez se arrefecermos o balão. pondo-se água fria por cima dele (ver Fig 1-16) recomeçando assim uma ebulição bastante viva, enquanto a temperatura desce. É importante que a rolha não deixe entrar ar no balão. Este fenómeno é explicável através da teoria cinética molecular do calor e da relação da ebulição com a pressão. Psicrometria 1-22 Cap 1 – Revisão de Termodinâmica Zona de água fresca Vapor (gás) Água em ebulição Fig 1-16 Água em ebulição com (aparente) seu arrefecimento 1.7.3.2 CONGELAÇÃO POR EBULIÇÃO – PONTO TRIPLO Para esta experiência é necessário uma bomba de vácuo, uma mesa de vácuo e uma campânula para que se consiga obter um grau bastante bom de vácuo (Fig 1-17). Num vidro de relógio põe-se água da torneira (temperatura cerca de 18 ºC – 65 ºF) colocando-o sobre um recipiente que contenha ácido sulfúrico concentrado (a fim de ajudar a bomba a absorver o vapor de água). Este conjunto é posto na mesa de vácuo. Cobre-se com a campânula que tem um termómetro. Põe-se a bomba a funcionar e vai-se medindo a pressão e temperatura a cada 15 s. Primeiramente o ar dissolvido na água, sai em pequenas bolhas. Então quando a pressão é de aproximadamente de 13.2 mm de Hg e t = 15.5 ºC, a ebulição da água começa. Esta ebulição continua à medida que a pressão e a temperatura descem. Após alguns minutos a temperatura está em 0 ºC e a pressão cerca de 4.57 mm de Hg. A ebulição diminui fortemente e quase para. Após outro minuto – observando atentamente a água – verifica-se que a superfície da água perde o seu brilho e que rapidamente passa a gelo. À medida que se forma o gelo, água no estado líquido também está presente e o vapor vai saindo da água tudo isto ao mesmo tempo. Este ponto – 0 ºC e 4.57 mm de Hg é conhecido como o ponto triplo da água, e esta demonstração é normalmente conhecida por experiência do ponto triplo (Fig 1-18) Campânula Termómetro Água num vidro de relógio Ácido sulfúrico concentrado Para a bomba de vácuo Fig 1-17 Experiência do ponto triplo Psicrometria Cap 1 – Revisão de Termodinâmica 1-23 A água entrou em ebulição não por aquecimento mas devido à diminuição de pressão. 20 P A B1 atm Curva de vaporização Temperatura - ºF e ºC As curvas são aproximadas. A curva de fusão está exageradamente inclinada. Quebra de escala P re ss ão p em 1 0 a tm -3 16 12 8 4 10 20 30 40 50 32 ºF 0 ºC Ponto triplo FASE VAPOR FASE SÓLIDA Curva de fusão FASE LÍQUIDA 0.18 in Hg 4.57 mm Hg Cur va de sub lima ção Cu rva de va po riz aç ão 60 70 212 ºF 100 ºC Fig 1-18 Diagrama p-t da água (ponto triplo) Esta experiência é feita com água por ser simples. No entanto tudo isto se aplica aos fluidos que se utilizam em condicionamento de ar, vulgo refrigerantes. Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-25 2 PROPRIEDADES DO AR - PSICROMETRIA 2.1 INTRODUÇÃO Após o conhecimento de alguns princípios básicos de física e a sua aplicação ao AVAC, necessita-se de estudar o ar como meio físico, pois é o meio pelo qual os edifícios são aquecidos ou arrefecidos e os seus utilizadores se sentem confortáveis quer no Verão, quer no Inverno. Antes de um edifício ser condicionado, é o próprio ar que necessita de ser condicionado. È necessário realçar novamente que o condicionamento de ar não é só uma questão de aquecimento e arrefecimento de forma a obter uma temperatura que se deseje. O processo completo de ar condicionado, além de envolver o seu aquecimento e arrefecimento, trata também da sua humidificação e desumidificação, com ventilação, isto é, o fornecimento da quantidade necessária de ar fresco exterior, a filtragem do ar interior e a sua distribuição. A condição final do ar não é possível ser para cima, nem respeitar normas rígidas, visto que o conforto humano é muito difícil de definir. A situação óptima varia com a localização na Terra, com o clima, com as estações do ano, com o estilo de vida e os hábitos de vestuário da população e com a natureza da actividade física executado no momento. Estes conceitos serão mais desenvolvidos noutro capítulo. De qualquer modo, o agradar a gregos e troianos será desde já uma missão impossível. De todas as propriedades que influenciam os processos de condicionamento de ar, a humidade, é talvez a mais importante. O vapor de água está quase sempre presente no ar atmosférico, e a sua presença, em pequenas ou grandes quantidades, afectam fortemente o conforto humano. O estudo das misturas – ar / vapor de água é chamado psicrometria. 2.2 A COMPOSIÇÃO DO AR O ar atmosférico pode ser considerado numa destas três formas: Ar seco Mistura com vapor de água ou vapor sobreaquecido O anterior, mais impurezas, tais como, fumos, pó, ou óxidos de azoto. Cada um destes componentes tem a sua quota-parte nos problemas de condicionamento de ar. O ar seco, é constituído por uma mistura de diversos gases. Os mais importantes são o oxigénio e o azoto. Diversas quantidades de dióxido de carbono também estão presentes, bem como gases raros como o árgon, néon, hélio e kripton. Psicrometria 2-26 Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria A tabela seguinte apresenta em percentagem de peso a composição do ar seco. Tabela 2.1 Composição em peso do ar seco Gás Percentagem do ar seco Azoto (N2) Oxigénio (O2) Dióxido de carbono (CO2) Outros gases 77 22 0.04 (variável) 0.96 Apesar do ar ser uma mistura, as percentagens dos seus gases constituintes mantêm-se relativamente constantes para os nossos objectivos, obtendo um gás com uma massa molar de 28.97. Em condições de baixa pressão e temperatura, o ar seco obedece praticamente às leis de um gás perfeito. Hoje em dia, ar puro é uma raridade, e os problemas de purificação e filtragem são cada vez mais importantes e difíceis de resolver. Pós, fumos, bactérias, pólen, fumos do trânsito e outros óxidos de azoto são os contaminantes que mais frequentemente encontramos na atmosfera. Fumos, gases de trânsito e óxidos de azoto são encontrados mais frequentemente em cidades e zonas industriais, enquanto pó e pólen são típicos de zonas rurais. Os sistemas de ar condicionado normalmente removem os poluentes que se apresentam sobre a forma de partículas, Os óxidos de azoto que são solúveis em água podem ser removidospela instalação de equipamentos especiais, mas a maior parte dos sistemas de ar condicionado para residências não contempla este requisito. Alguns destes gases podem ser dissolvidos e extraídos com os condensados do condensador, quando opera no verão. No condicionamento de ar todos estes factores referidos têm a sua importância. O controle de temperatura, é inquestionável a sua primeira prioridade; Pós, fumos, bactérias, pólen, fumos do trânsito e outros óxidos de azoto, devem ser reduzidos até um ponto que conduza à não existência de risco e ao conforto humano; O controle da humidade no ar é de grande importância pois influi no conforto humano e em processos industriais. Ar muito seco afecta as cordas nasais e a pele, deteriorando produtos e materiais que necessitam de estar húmidos. Ar muito húmido, provoca mal-estar ao ser humano, quer no verão, quer no inverno, devido à dificuldade em fazer a saída do calor provocado pelo metabolismo humano para a atmosfera, através da transpiração. Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-27 2.3 EQUAÇÃO DOS GASES PERFEITOS A equação dos gases perfeitas é apresentada na forma molecular, pV nRT onde: p = pressão absoluta (Pa) V = volume (m3) R = constante universal dos gases perfeitos (8 314.4 J kmole-1 K-1) n = nº de moles T = temperatura absoluta (K) Na forma mássica é: RpV m T mRT M onde é : m é a massa (kg) M a massa molar (g/mole ou kg/kmole) 1-1- KkgJ287 97.28 4.3148 ar ar M RR Esta equação permite-nos determinar a massa específica do ar, quando considerado como um gás perfeito. RpV m T mRT M mp RT RT V p RT Pode-se dizer que as evoluções num gás perfeito obedecem à seguinte lei ctenpV Algumas das evoluções que estudaram com nomes de físicos são casos particulares desta lei. Atribuindo diversos valores a n, teremos: n = 0 0 cte ctepV p isobárica n = 1 1 cte ctepV pV isotérmica (Boyle-Mariotte) n = ∞ cte ctepV V isocórica (Charles - Gay-Lussac) n = γ = cp/cv = 1.4 0 QctepV adiabática Na Fig 2-1 estão representadas estas evoluções, bem como uma com o expoente maior que 1.4 e Psicrometria 2-28 Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria outra menor. Fig 2-1 Diagrama p-V de diversas evoluções Da aplicação da primeira lei para sistemas fechados WQU e de f i V V VpW d , onde a convenção de sinais é a seguinte: calor entrado no sistema e trabalho saído são positivos. Sendo v f iU mc t t a variação da energia interna temos: Evolução Variação energia interna Trabalho Calor Isocórica cteV v f iU mc t t 0W Q U Isobárica ctep v f iU mc t t if VVpW Q H Adiabática 0Q ; ctepV ifv ttcmWU ifiiff tt RmVpVpW 11 0Q Isotérmica cteT ; ctepV 0U f i ii i f ii p p Vp V V VpW lnln WQ Politrópica ctenpV v f iU mc t t ifiiff ttn Rm n VpVp W 11 WUQ É de referir que H é a entalpia e é igual a H = U + pV Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-29 2.4 PROPRIEDADES DAS MISTURAS AR – VAPOR DE ÁGUA Afortunadamente, ar seco e vapor de água a baixas pressões comportam-se praticamente como gases perfeitos na gama de temperaturas que são encontradas na prática de ar condicionado. 2.4.1 Lei das pressões parciais de Dalton Em 1802, John Dalton estabeleceu as bases da lei que regula as misturas de gases perfeitos: Gases ocupando um volume comum, cada um de per si enche esse volume e comporta-se como se os outros gases não estivessem presentes. Como corolários desta lei, temos: A massa total da mistura de ar e vapor de água é igual à soma de cada uma das massas individuais, t a wm m m Cada gás ocupa o mesmo volume total, t a wV V V A temperatura absoluta de cada um dos gases é a mesma da mistura, a wT T T A pressão da mistura de gases é igual à soma das pressões que cada gás exerce se estivesse sozinho ocupando o volume da mistura (lei de Dalton das pressões parciais) wa ppp O calor total (entalpia) da mistura é igual à soma das entalpias de cada dos gases constituintes, t a wH H H Os índices a e w são designativos do ar e do vapor de água, respectivamente. A lei de Dalton juntamente com a lei dos gases perfeitos, são as bases donde derivam as propriedades psicrométricas do ar. Algumas definições são necessárias serem agora estabelecidas. Pressão barométrica (atmosférica) compreende a pressão parcial do ar seco e a pressão parcial do vapor de água no ar, wa ppp ; A humidade atmosférica é vapor a baixa pressão e temperatura; A temperatura da mistura e as temperaturas dos gases são as mesmas e essa temperatura é a temperatura do bolbo seco (DB), ou seja a temperatura indicada por um termómetro normal; A humidade específica W é definida como a massa de vapor de água (kg) por quilo de ar seco numa mistura a uma temperatura de bolbo seco estacionária. A humidade específica é a medida da quantidade de água existente no ar. Podemos escrever as seguintes equações Psicrometria 2-30 Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria wa ppp Lei de Dalton a a a a ap V m R T lei dos gases perfeitos, ar seco w w w w wp V m R T lei dos gases perfeitos, água onde: p pressão absoluta total da mistura ar vapor de água, Pa; ap pressão parcial do ar seco, Pa wp pressão parcial do vapor de água, Pa aV volume total de ar seco, m3 wV volume total de vapor de água am massa de ar seco wm massa de água aR constante do ar seco, 8314.4 28728.97 J kg -1 K-1 wR constante do vapor de água, 8314.4 461.918 J kg -1 K-1 Tratando as equações acima, vem sucessivamente: 18 0.622 28.97 a a w w a w a a w w w w w aw w w w w w w w a a aa a a a aw a a a p V p Vm m R T R T p V p Rm R T m R p p p p V pm m p p pR R T R Se am for igual à massa de 1 kg de ar seco, w am m é então a massa de vapor de água por kg de ar seco, que como já vimos é a humidade específica. w w a w pp p . p p .W 62206220 Normalmente os técnicos de ar condicionado não fazem estes cálculos no seu dia a dia. No entanto, a preocupação deste texto é tentarmos perceber os princípios físicos que se encontram por trás de ábacos e tabelas. Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-31 Barómetro de mercúrio Barómetro com previsão do tempo Fig 2-2 Barómetros 2.4.2 Humidade existente no ar Praticamente não existe ar seco à superfície da Terra. Quando o ar contém toda a humidade que pode ter, dizemos que o ar se encontra saturado. A quantidade de vapor de água que o ar pode conter é controlada pela temperatura da mistura. A baixas temperaturas pequenas quantidades de água são requeridas para saturar o ar, sendo que a elevadas temperaturas é requerida uma grande quantidade de vapor antes que a saturação seja atingida. A humidade do ar pode ser expressa de duas formas. A humidade específica já referida e a humidade relativa. A humidade relativa é a medida do grau de saturação do ar a qualquer temperatura de bolbo seco. É uma expressão da percentagem de saturação, onde 100% indica ar saturado e 0% indica ar seco. A humidade relativa HR é definida rigorosamente como a razão entre a actual pressão parcial do vapor de água e a pressão parcial de saturação à temperatura de bolbo seco. 100 sat w p p HR A razão das humidades específicas, actualversus saturada, é chamada de percentagem de saturação, e é muitas vezes usada para calcular valores da humidade relativa. Na prática, os dois Psicrometria 2-32 Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria métodos são usados para calcular RH, mas o primeiro é muito mais rigoroso. 100 sat w W W HR Tabela 2.2 e a Tabela 2.3 dão-nos as propriedades do ar saturado para diversas temperaturas. Tabela 2.2 Propriedades das misturas de ar e vapor de água saturado (USCS) * Calor latente do vapor de água à temperatura de saturação mais calor sensível da água medida a partir de 32 ºF. (pressão atmosférica 29.92 in Hg – 760 mm Hg) Nota: 1 lb = 7 000 grains (gr) 2.4.3 Ponto de orvalho (Dew point – DP) Se uma mistura de vapor de água e ar seco baixar a sua temperatura, a capacidade do ar para conter água será diminuída, e uma condição de saturação poderá ser atingida. Se continuarmos a baixar a temperatura resulta numa condensação do vapor de água e começa-se a formar orvalho. A temperatura de ponto de orvalho de uma mistura é definida como a temperatura para a qual o vapor de água começa a condensar-se se a mistura for arrefecida. É importante referir que uma mistura ar – vapor de água deve ser arrefecida até ao ponto de orvalho para se poder retirar ou condensar o vapor de água. A pressão parcial do vapor de água numa mistura é a pressão do vapor medida à temperatura do Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-33 ponto de orvalho. Tabela 2.3 Propriedades das misturas de ar e vapor de água saturado (SI) Temp ºC Tensão Vapor Pa Humidade específica de saturação Kga kg-1ar seco Volume específico m3 kg-1ar seco Entalpia específica kJ kg-1ar seco Entropia específica kJ kg-1ar seco K t ps ws va (seco) Vs (sat) ha (seco) hs (sat) ss (sat) -40 12.85 0.000 079 3 0.659 7 0.659 7 -40.229 --40.037 -1.529 8 -30 38.02 0.000 234 6 0.688 1 0.688 4 -30.171 --29.597 -1.452 4 -25 63.29 0.000 390.5 0.702 3 0.702 8 -25.143 --27.184 -1.413 7 -20 103.26 0.000 637 3 0.716 5 0.717 3 -20.115 --18.545 -1.375 0 -15 165.30 0.001 020 7 0.730 8 0.732 0 -15.086 -12.562 -1.336 4 -10 259.91 0.001 606 2 0.745 0 0.746 9 -10.057 -6.072 -1.297 8 -5 401.78 0.002 486 2 0.759 2 0.762 2 -5.029 1.164 -1.259 2 0 611.17 0.003 789 5 0.773 4 0.778 1 0.000 9.473 -1.220 6 0 611.17 0.003 789 5 0.773 4 0.778 1 0.000 9.473 -0.0001 2 706.0 0.004 381 0.779 1 0.784 5 2.012 2.982 0.030 6 4 813.5 0.005 054 0.784 8 0.791 1 4.024 6.696 0.061 1 6 935.3 0.005 813 0.790 4 0.797 8 6.036 0.644 0.091 3 8 1 072.9 0.006 683 0.796 1 0.804 6 8.047 4.852 0.121 3 10 1 228.0 0.007 661 0.801 8 0.811 6 10.059 29.352 0.151 1 12 1 402.6 0.008 766 0.807 5 0.811 8 12.071 34.179 0.180 6 14 1 598.7 0.010 012 0.813 2 0.826 2 14.084 39.370 0.209 9 16 1 818.5 0.011 413 0.818 8 0.833 8 16.096 44.963 0.162 4 18 2 064.3 0.012 989 0.824 5 0.841 7 18.108 51.008 0.183 2 20 2 338.9 0.014 758 0.830 2 0.849 8 20.121 57.555 0.205 7 22 2 644.8 0.016 741 0.835 9 0.858 3 22.133 64.660 0.229 8 24 2 985.2 0.018 963 0.841 6 0.867 1 24.146 72.385 0.255 9 26 3 363.3 0.021 448 0.847 2 0.876 4 26.159 80.798 0.284 2 28 3 782.3 0.024 226 0.852 9 0.886 0 28.172 89.976 0.314 8 30 4 246.2 0.027 329 0.858 6 0.896 2 30.185 100.006 0.348 1 32 4 758.6 0.030 793 0.864 3 0.906 9 32.198 110.979 0.384 2 34 5 324.2 0.034 660 0.870 0 0.918 3 34.212 123.011 0.423 6 36 5 946.8 0.038 971 0.875 6 0.930 3 36.226 136.209 0.466 6 38 6 631.5 0.043 778 0.881 3 0.943 1 38.239 150.713 0.513 5 40 7 383.8 0.049 141 0.887 0 0.965 8 40.253 166.683 0.564 9 42 8 208.1 0.055 119 0.892 7 0.971 4 42.268 184.275 0.621 1 44 9 111.0 0.061 791 0.898 3 0.987 2 44.282 203.699 0.682 8 46 10 098.2 0.069 239 0.904 0 1.004 2 46.296 225.179 0.750 7 48 11 175.4 0.077 556 0.909 7 1.022 6 48.311 248.955 0.825 3 50 12 350.3 0.086 858 0.915 4 1.042 5 50.326 275.345 0.907 7 55 15 760.1 0.115 321 0.929 6 1.100 9 55.365 355.137 1.154 4 60 19 943.9 0.153 54 0.943 8 1.175 2 60.405 460.863 1.476 8 65 25 039.7 0.205 79 0.958 0 1.272 6 65.446 603.995 1.907 4 70 31 198.6 0.279 16 0.972 1 1.404 9 70.489 803.448 2.499 6 75 38 594.0 0.386 41 0.986 3 1.593 5 75.535 1 093.375 3.349 6 80 47 413.5 0.552 95 1.000 5 1.881 0 80.581 1 541.781 4.647 7 85 57 865.8 0.838 12 1.014 7 2.236 6 85.630 2 307.436 6.837 3 90 70 181.7 1.420 31 1.028 9 3.348 8 90.681 3 867.599 11.245 5 Valores coligidos do ASHRAE Handbook - Fundamentals Psicrometria 2-34 Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria Reportando-nos a w w pp pW 622.0 , para uma determinada pressão atmosférica, a pressão parcial do vapor de água da mistura determina a humidade contida no ar. Como a temperatura do ponto de orvalho determina esta pressão do vapor, a temperatura do ponto de orvalho é um indicador específico da humidade contida no ar. 2.4.4 A medição da humidade A medição cuidada de pressões parciais é um processo complexo que deve ser feito em ambientes controlados e com equipamento que normalmente só está disponível em laboratórios. Para a determinação no campo da humidade utiliza-se outros métodos nos quais as leituras são facilmente feitas como a apresentada na Fig 2-3 Termómetro de bolbo húmido, a qual é suficientemente explicativa. Da posse destas duas temperaturas DB e WB (wet bulb) e com a ajuda de gráficos e tabelas calculadas em laboratório, pode-se determinar a humidade do ar. Com o advento da electrónica a portabilidade dos equipamentos aumentou, passando a leitura da humidade relativa a ser oferecida pela leitura de um visor (Fig 2-4). Na Fig 2-5 apresenta-se um termo higrómetro com microprocessador. É de grande utilidade devido à necessidade que se tem de de em condicionamento de ar controlar a temperatura e a humidade. Lê a temperatura de bolbo seco e a humidade relativa. Tem capacidade de memória até 1 000 leituras, e se ligada a uma impressora imprime os resultados quer na forma de tabela, quer na forma de gráficos. O bolbo está imerso em água O termómetro de bolbo seco indica-nos a temperatura corrente do ar Os termómetros rodam em torno do punho Quando rodam a água evapora-se do bolbo, arrefecendo o termóm etro de bolbo seco, resultando daí um abaixam ento de tem peratura Fig 2-3 Termómetro de bolbo húmido (USA Today) Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-35 Fig 2-4 Higrómetro electrónico (Geneza) Fig 2-5 Termohigrómetro com microprocessador (Geneza) Muito recentemente apareceu um equipamento que é constituído por A – Detector de 3 gases – 3 ppm para CO2, 40 ppb para hexafluor de enxofre e 200 ppm para vapor de água. B – Traçador de gás. Com este sistema pode-se medir caudais até 100 000 m3/hora. C – Bateria D – Medidor de temperatura operativa. Este medidor é um dispositivo elipsoidal e o tamanho é ajustado para que ele integre as temperaturas do ar e da radiação. Esta temperatura é aquela a que chamamos no dia a dia a temperatura da sala. E – Higrómetro – mede a humidade relativa. F – Termómetro e anemómetro. Mede a temperatura e a velocidade do ar. Psicrometria 2-36 Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria Fig 2-6 Medições de climatização de interiores (Vivo – Dantec) Tudo isto pode ser integrado numa plataforma única, suportado por um software específico para um controlador Palm. Os dados podemser posteriormente transferidos para um PC. 2.4.5 Temperatura de bolbo seco A temperatura de bolbo seco duma substância é a indicada por um termómetro normal. Esta é uma definição simples, mas a temperatura de bolbo seco indica também o conteúdo de calor sensível da substância. Não dá qualquer informação sobre o calor latente. Consideremos duas amostras de ar. Uma a 30 ºC e 40% de humidade relativa e a outra a 30 ºF e 60 %. De acordo com a Tabela 2.3 vemos que a primeira amostra contem 0.4 x 0.027329 = 0.0109316, i.e, 10.9 g de vapor de água por kilograma de ar seco. A segunda amostra contém 0.6 x 0.027329, i.e, 16.4 g de vapor de água por kg de ar. Obviamente as duas amostras contém diferentes quantidades de calor latente, mas o calor sensível é o mesmo nas duas amostras. Recordando a equação básica para o cálculo do calor sensível 12 ttcmH p e supondo que cada amostra contém 1 kg de ar a 30 ºC, o calor sensível das duas amostras é: 11112 kJkg330Cº030KkJkg011 ..ttch ps onde cp = 1.01 kJ/kg K é o calor específico do ar seco. O conteúdo de calor sensível toma 0 ºC como ponto de referência, sendo esse ponto no USCS, 0 ºF. 2.4.6 Temperatura de bolbo húmido Uma simples definição desta temperatura, é a que é a mais baixa temperatura medida por um termómetro vulgar, quando o seu bolbo está envolto num ambiente húmido estando o termómetro numa corrente de ar. Porque é que a evaporação da água faz baixar a temperatura do termómetro? Quando ar não Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-37 saturado passa através do bolbo humedecido, a água evapora da superfície humedecida, e o calor latente necessário para essa evaporação resulta num abaixamento de temperatura da superfície humedecida e do bolbo húmido. Mal a temperatura da superfície humedecida passa para baixo da temperatura ambiente, o calor começa a transferir-se do ar mais quente para essa superfície. Da mesma forma se a temperatura baixa, baixa também a pressão parcial do vapor de água o que diminui a evaporação e as perdas de calor. Uma temperatura de equilíbrio é alcançada e é essa temperatura que se chama temperatura de bolbo húmido. Nas Tabela 2.4 e Tabela 2.5, são apresentadas as relações entre as temperaturas de bolbo seco, DB, e a de bolbo húmido, WB, com as humidades relativas existentes, HR. O calor latente de vaporização Lv da água no ponto de ebulição à pressão atmosférica normal de 76 cm de mercúrio é de 2256.3 kJ kg-1. As Tabela 2.6 e Tabela 2.7 dão-nos os valores dos calores latentes de vaporização em unidades USCS e métrica respectivamente. Valores de Lv entre as temperaturas apresentadas podem ser obtidas por interpolação. O calor latente de vaporização à temperatura de bolbo húmido deve ser sempre usada e não à temperatura de bolbo seco, pois efectivamente é aquela temperatura que se processa a evaporação. 2.4.7 Medição da quantidade de calor (entalpia) No apresentado anteriormente verificamos que a entalpia total é a soma de calores sensível e latente. O calor sensível reporta-se à temperatura de bolbo seco. Os pontos de referência são 0 ºF no sistema USCS e 0 ºC no sistema SI. Há ainda algum calor sensível na água antes de esta começar a evaporar, e para este calor o ponto de partida é 32 ºF (0 ºC). Calor latente é o calor necessário para evaporar a água que o ar contém. Relembro que essa evaporação ocorre à temperatura de bolbo húmido. O cálculo da entalpia total da mistura ar – vapor de água é a soma das entalpias dos componentes calculadas de acordo com a lei dos gases ideais e o corolário 5 da lei de Dalton. Entalpia específica (ht) = calor sensível do ar, ha – desde 0 ºC até à temperatura DB + calor sensível da água, hl – desde 0 ºC até à temperatura WB + calor latente de evaporação da água, hv – à temperatura WB + calor sensível no vapor de água, para aquecê-lo desde a temperatura WB até à temperatura DB, hsh (sobreaquecimento do vapor) Psicrometria 2-38 Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria Tabela 2.4 Tabela Psicrométrica – USCS Tabela psicrométrica: Humidade relativa em percentagem a partir das temperaturas de bolbo seco e húmido. Escala Fahrenheit de temperaturas. Diminuição da temperatura - (DB - WB)Temp DB ºF Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-39 Tabela 2.5 Tabela Psicrométrica – SI 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0 81 64 46 29 13 2 84 68 52 37 22 7 4 85 71 57 43 29 16 3 6 86 73 60 48 36 24 12 8 87 75 63 52 40 30 19 9 10 88 77 66 55 45 35 25 15 6 12 89 78 68 58 48 39 30 21 12 4 14 90 80 70 61 51 43 34 26 18 10 3 16 90 81 72 63 54 46 38 30 23 16 9 2 18 91 82 73 65 57 49 42 34 27 20 14 8 1 20 91 83 75 67 59 52 45 38 31 25 18 13 7 1 22 92 84 76 68 61 54 47 41 34 28 23 17 11 6 1 24 92 84 77 70 63 56 50 43 37 32 26 21 16 29 6 1 26 92 85 78 71 64 58 52 46 40 35 29 24 19 15 10 6 1 28 93 85 79 72 66 60 54 48 43 37 32 27 23 18 14 10 5 2 30 93 86 79 73 67 61 55 50 45 40 35 30 26 21 17 13 9 5 2 32 93 87 80 74 68 62 57 52 47 42 37 33 28 24 20 16 13 9 6 2 34 93 87 81 75 69 64 57 53 49 44 39 35 31 27 23 19 16 12 9 6 2 36 94 87 81 76 70 65 60 55 50 46 41 37 33 29 25 22 18 15 12 9 6 3 38 94 88 82 76 71 66 61 56 52 47 43 39 35 31 28 24 21 18 15 12 9 6 3 40 94 88 82 77 72 67 62 57 53 49 45 41 37 33 30 26 23 20 17 14 11 9 6 3 Diminuição de Temperatura (DB-WB) ºCTemp DB ºC Tabela 2.6 Calor latente de vaporização - USCS Temperatura, ºF L , Btu/lbv L , Btu/grv Psicrometria 2-40 Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria Tabela 2.7 Calor latente de vaporização – SI Temperatura, ºC 0 2500.8 2 2496.1 4 2491.3 6 2486.6 8 2481.8 10 2477.1 12 2472.4 14 2467.7 16 2462.9 18 2458.2 20 2453.5 22 2448.8 24 2444.0 26 2439.3 28 2434.6 30 2429.8 32 2425.1 34 2410.3 36 2415.5 38 2410.8 40 2406.0 42 2401.2 44 2396.4 46 2391.6 48 2386.7 50 2381.9 52 2377.1 54 2372.3 56 2367.4 58 2362.5 60 2357.6 … … 100 2256.3 Lv, kJ kg -1 Valores coligidos do ASHRAE Handbook – Fundamentals. 2.4.8 Temperatura de ponto de orvalho Quando uma mistura ar – vapor de água é arrefecido, sem contacto com água líquida, a humidade específica mantém-se constante e a humidade relativa aumenta até que atinge 100 %, altura em que a humidade do ar começa a condensar. A temperatura deste ponto é chamada a temperatura do ponto de orvalho (DP). Para encontrar a temperatura do ponto de orvalho a uma determinada humidade específica, é somente necessário determinar a temperatura de saturação do ar à mesma humidade específica. O ponto de orvalho é determinado com um aparelho como o mostrado na Fig 2-7 A superfície da peça metálica é primeiramente limpa e seca. Esta peça, que é oca, é meia cheia com éter ou outro líquido bastante volátil, através do qual o ar é bombeado pela pêra existente. Psicrometria Cap 2 – Propriedades do ar – Psicrometria 2-41 Peça metálica com superfície exterior polida Termómetros gémeos Fig 2-7 Aparelho Alluard para a determinação do ponto de orvalho do ar O efeito refrigerante produz um arrefecimento na peça metálica até que o vapor de água se começa a condensar na sua superfície exterior. A primeira presença da água condensada indica a temperatura do ponto de orvalho do ar ambiente. Como o ar está saturado no ponto de orvalho, esta temperatura é indicativa da humidade existente no ar e além disso mede o calor latente na mistura ar / vapor de água. 2.4.9 Relação entre DB, WB, DP, humidade relativa e entalpia Se o ar está saturado a qualquer temperatura (RH = 100%) não existe diminuição de temperatura de bolbo húmido. Também, na saturação, qualquer abaixamento de temperatura resulta
Compartilhar