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DIREITO PENAL Parte Geral Prof. Cristiano Rodrigues - PRINCIPIOS DE DIREITO PENAL - Princípios Fundamentais: 1) Legalidade ou Reserva Legal 2) Intervenção Mínima 3) Humanidade ou Dignidade da Pessoa Humana 4) Culpabilidade ( responsabilidade penal subjetiva) 5) Pessoalidade ou Intranscendência da Pena 6) Lesividade ou Ofensividade 7) Adequação Social - Princípios Decorrentes: 1.a ) Irretroatividade da Lei Penal 1.b) Retroatividade da Lei Penal mais benéfica 1.c) Taxatividade 1.d) Determinação 2.a) Fragmentariedade 2.b) Subsidiariedade 5.a) Individualização da Pena 6.a) Insignificância 1) LEGALIDADE OU RESERVA LEGAL (Art. 5 inc. XXXIX CF / Art. 1 CP) - Não há crime sem Lei anterior que o defina, e nem pena sem previa cominação legal. - 3 FUNÇOES ; 1) proibir a retroatividade da lei penal - Princ. da Irretroatividade ( Art.5 Inc. XL CF / Art. 2 CP ) - Princ. da Retroatividade da Lei Penal mais benéfica - ABOLITIO CRIMINIS ( Art. 2º CP) - lei posterior, nova, deixa de considerar crime fato antes incriminado pela lei anterior. - Aplica-se a Retroatividade Benéfica - Não produz efeitos na esfera cível - Ex: Art. 240 / Art. 217 / Art. 219 / Art. 220 ( Lei 11.106/05) 2) proibir a criação de crime por analogia ou por costume - Princ. da Taxatividade ( não há crime sem Lei ): o rol de incriminação da Lei é fechado. - Analogia in bonam partem é admitida, não cabendo analogia in malam partem 3) proibir as incriminações vagas e indeterminadas - Princ. da Determinação 2) INTERVENÇÃO MINIMA; - Dir. penal deve intervir minimamente nas relações sociais. - Só deve atuar na defesa de bens jurídicos imprescindíveis para a segurança jurídica. Princípios decorrentes: a) Fragmentariedade: a proteção de um bens jurídicos não é absoluta. b) Subsidiariedade: o DP deve ser usado como ultima alternativa (Ultima Ratio), ou seja, deve atuar subsidiariamente em relação aos outros ramos do Direito. 3) HUMANIDADE ou Dignidade da Pessoa Humana (Art. 5 Inc. III / XLVI / XLVII CF) - O DP deve sempre respeitar os Direitos Humanos Fundamentais 4) CULPABILIDADE ( Responsabilidade Subjetiva) - Não há crime e nem pena sem CULPA (Lato sensu): - DOLO (intenção / vontade) - CULPA (Falta de cuidado devido) 5) PESSOALIDADE ou INTRANSCENDENCIA DA PENA (Art. 5 Inc. XLV CF) - A pena é individual e intransferível e jamais ultrapassa a pessoa do autor Principio decorrente: a) Individualização das Penas (Art. 5 Inc. XLVI CF) - A pena deve ser individualizada para cada agente de acordo com sua culpabilidade no momento da dosimetria. Nos Crimes Hediondos: - A partir da nova Lei (11464/07) o regime de cumprimento passa a ser o inicialmente fechado em respeito ao principio da individualização da pena. ( já ocorria desde o HC 82959) - Nova Progressão de regimes: - 2/5 para primários - 3/5 para reincidentes Questão: - Aplica-se a retroatividade para alcançar os fatos anteriores a nova Lei (11.464 - 29/03/07) no que tange as novas regras de progressão? - No que tange a progressão, atinge todos os crimes hediondos anteriores. - Porem, quanto às novas regras da progressão (2/5 e 3/5) a lei é prejudicial e, portanto, Irretroativa, e os novos valores só valem após a Lei – STF - 6) LESIVIDADE ou Ofensividade ; - Só pode ser criminalizado o comportamento que atinja, afete, bens jurídicos alheios significantes. - Principio decorrente: a) Insignificância - Só devem ser consideradas como crime lesões relevantes, significantes, a bens jurídicos alheios. - Aplica-se a qualquer espécie de crime, embora muito comum nos crimes patrimoniais não violentos. - Há algumas restrições no STF (p.ex: crimes violentos e com grave ameaça) - A consequência da Insignificância é gerar a ATIPICIDADE do fato, por ausência de Tipicidade Material. 7) ADEQUAÇÃO SOCIAL - O Direito Penal não deve criminalizar condutas socialmente adequadas. (Welzel) - Não pode ser usado diretamente para não aplicação das normas positivadas, pois estaria ferindo a Legalidade. - Teoria da Norma- - Estrutura da Norma Penal: - Leis incriminadoras e não incriminadoras - Leis Penais em branco - Leis excepcionais e temporárias - Lei Penal no Tempo - Princípios informadores - Teorias do tempo do crime - Abolitio Criminis - Lei Penal no Espaço - Teorias do Lugar do Crime - Princípios Informadores - Territorialidade - Nacionalidade - Universalidade - Representação da bandeira - ESTRUTURA DA NORMA PENAL; - Lei Penal pode ser: - Incriminadora; descrevem condutas puníveis e impõe as respectivas sanções (parte especial ) - Não-incriminadoras; - Permissivas: na parte geral e especial do CP.(EX: exclud. de ilicitude Art. 24, Art. 25, Art. 128 CP) - Explicativas: na parte geral ou especial, esclarece o conteúdo, define e delimitam conceitos, princípios, ou a aplicação de outras normas. (Ex. Art. 14 / 327 CP). - NORMA PENAL EM BRANCO; - a descrição da conduta punível se mostra incompleta, com lacunas, sendo necessário outro dispositivo legal para sua integração, complementação e aplicação. - Pode ser: - Heterogêneas ou próprias; o complemento se acha em outra norma emanada de outra instancia legislativa.( Ex: Art. 28/33 Lei 11343-06 substancia entorpecente vem delimitada por portaria do Ministério de Saúde./ ANVISA) - Homogêneas ou Impróprias; o complemento se encontra na própria lei penal ou em lei de mesma instancia legislativa( Ex. Art. 312 Peculato c/c Art. 327 CP) - LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORARIA -Lei excepcional; - visa atender a situações excepcionais de anormalidade social ou de emergência ( ex: estado de sitio). - tem eficácia enquanto durar a situação - possui ultratividade gravosa - Lei temporária; - prevê formalmente o seu período de vigência - também é para situações especiais - possui ultratividade gravosa - LEI PENAL NO TEMPO . -TEMPO DO CRIME - Teoria da Atividade ou da ação: considera-se praticado o crime no momento da realização da ação ou da omissão (Art. 4 CP) - LEI PENAL NO ESPAÇO - LUGAR DO CRIME - Ubiqüidade ou unitária: - lugar do delito tanto pode ser o da ação ou omissão, quanto o lugar em que ocorrer o resultado. (Art. 6 CP) - engloba a tentativa “onde deveria produzir o resultado” - Princípio Fundamental: - Territorialidade: aplica-se a lei penal aos fatos puníveis praticados no território nacional independentemente da nacionalidade do agente, do ofendido ou do bem jurídico lesado (Art. 5º CP) - Considera-se extensão do Território nacional embarcações ou aeronaves públicas, onde quer que estejam, e as de natureza privada se estiverem em zona neutra, para aplicar a Lei brasileira ( Territorialidade) - também se aplica a Lei brasileira (Territorialidade) se o crime ocorrer em embarcação ou aeronave estrangeira privada que esteja em território nacional (Art. 5º par. 2º CP) - Princípios subsidiários (Extraterritorialidade – Art. 7º CP) - Para permitir a aplicação da Lei brasileira em crimes praticados fora do território nacional. - Nacionalidade ou personalidade aplica-se a lei penal do país de origem do agente (Art. 7 Inc. II, b CP) - Universalidade aplica-se a lei nacional pelo critério da prevenção para certos crimes (tortura, trafico internacional, terrorismo, genocídio) independentemente de onde os fatos tenham sido praticados, por qualquer agente. ( Art. 7 Inc. II, a CP ) - Representação da bandeira aplica-se a lei do Estado onde esta registrada a embarcação ou aeronave em que ocorreuo crime, caso esteja no estrangeiro e neste o fato não venha a ser julgado ( Art. 7 Inc. II, c CP). - TEORIA DO CRIME - Conceito de Crime a) Formal b) Material c) Analítico - Culpabilidade: Elemento do crime X Pressuposto de Pena - Concepção das Infrações a) Bipartida - Teorias da Ação - Causalismo - Finalismo - TEORIA DO CRIME - - Conceito de Crime - Aspecto formal; - Crime é a descrição na lei de uma conduta humana proibida para a qual se estabelece uma pena. ( Principio da Legalidade ) - Aspecto material; - Crime é toda conduta ofensiva a um bem jurídico tutelado. - Diz respeito ao conteúdo do ilícito penal, é a própria lesão de um bem jurídico ( Principio da Lesividade ) - Conceito analítico de Crime: - Crime é todo fato Típico, Ilícito ou antijurídico, e Culpável - Concepção das infrações - Bipartida; - divide a infração penal em Crimes ou Delitos, e nas Contravenções - diferença quantitativa (gravidade da conduta, qualidade e quantidade de pena) - adotada pelo CP (vide LCP-Dec.Lei 3688 /41) - crime = reclusão ou detenção - contravenção = prisão simples e /ou multa - Teorias da Conduta - Causal- naturalista ( Causalismo Puro); - Ação é movimento corporal voluntário que causa a uma modificação no mundo exterior - a vontade, intenção, se valora na culpabilidade (dolo e culpa; elementos da culpabilidade) - Finalista da ação ou Finalismo (Welzel) - Ação é todo movimento corporal voluntário que possui uma finalidade, uma intenção. - O elemento subjetivo (DOLO) passa a fazer parte da conduta deixando de compor a Culpabilidade para ser um elemento integrante do Tipo Penal. - Possibilita-se o tratamento adequado para a Tentativa. - Classificação dos Crimes 1) Quanto ao sujeito ativo: 2) Quanto ao numero de crimes que compõe o Tipo 3) Quanto ao momento de consumação 4) Quanto a Forma de Consumação 5) Quanto a Natureza da Conduta 6) Quanto a Realização da Conduta 7) Quanto a Espécie de Conduta Classificação dos Crimes; 1) Quanto ao sujeito ativo: - Comum: - sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (ex: Homicídio / Lesão corporal / Furto) - Especial ou Próprio: - o Tipo Penal define quem são os autores possíveis de acordo com sua qualidade específica ou especial - Ex: Peculato – Art. 312 CP / Infanticídio– Art. 123 CP - De mão própria: - só podem ser cometidos por uma única pessoa, individualmente, ou seja, o sujeito ativo só pode agir pessoalmente. - Ex: Falso testemunho – Art. 342 CP / Desobediência – Art. 330 CP 2) Quanto ao numero de crimes que compõe o Tipo - Simples: - o tipo penal é composto de um único fato considerado como crime - Ex: Homicídio / Furto / Seqüestro(Art.148 CP) - Complexo: - o Crime é formado pela união de Tipos penais autônomos, ou seja, a lei reúne dois ou mais crimes dentro de um só tipo - Ex: Art. 157- Roubo = Art. 155(Furto) + Art.146(Constrangimento ilegal) / Art. 159 – Extorsão mediante seqüestro = Art. 148 + Art.158 CP 3) Quanto ao momento de consumação - Instantâneo; - o crime se completa em um só momento, de uma vez só. - a consumação se dá em um só instante - Ex: Homicídio/Lesão Corporal/ Furto - Permanente: - a situação de consumação se prolonga pelo tempo - o crime se consuma em determinado momento, mas permanece em consumação por certo período de tempo. - Ex: Seqüestro – Art. 148 CP / Quadrilha Art. 288 CP 4) Quanto a Forma de Consumação - Material : - o crime só se consuma com a produção do resultado concreto descrito na norma (ex: Art. 121/129/155) - É a espécie mais comum e a que melhor se adequa à tentativa. - Formal : - Possuem resultado naturalístico previsto, porém o legislador antecipa sua consumação que ocorre independentemente da produção deste resultado, ou seja, apenas com a realização da conduta típica. - Ex: Art. 159 –Extorsão mediante seqüestro- Art. 140 -Injúria- - Não há qualquer impedimento no que tange as hipóteses de tentativa - De Mera Conduta (de mera atividade): - são crimes que não possuem qualquer resultado naturalístico possível e se consumam com a simples pratica da conduta típica. - Ex: - Violação de domicílio (Art. 150) - Desobediência (Art. 330) - Omissão de socorro (Art.135 CP) 5) Quanto a Natureza da Conduta - Unissubsistentes - a conduta prevista no tipo é indivisível, ou seja, ocorre de uma só vez e, portanto não pode ser interrompida ou parcelada. - não admitem tentativa - Ex: - Desobediência - Art. 330 CP - Omissão de socorro - Art. 135 CP - Injuria Verbal - Art. 140 CP - Purissubsistentes - A conduta prevista no tipo pode ser parcelada, dividida, realizada em etapas, portanto pode ser interrompida. - Admitem perfeitamente a tentativa - Ex: Art. 121CP/ Art. 155 CP/ Extorsão mediante seqüestro – Art. 159 CP/ Injuria escrita Art. 140CP 6) Quanto a Realização da Conduta - Crimes Habituais - São aqueles em que o próprio Tipo penal exige através do seu verbo núcleo uma habitualidade na pratica do fato para que o crime se complete (consumação). - Ex: Exercício Ilegal da Medicina – Art. 282 CP – Curandeirismo – Art. 284 CP – 7) Quanto a Espécie de Conduta - Comissivos por a Ação - o Tipo Penal prevê uma conduta positiva, um fazer algo, uma ação. - é a regra geral dos tipos penais - a execução ocorre com a prática da ação prevista na norma - Ex: Art. 121/129/155/157. - Omissivos Próprios - o próprio Tipo penal prevê uma conduta omissiva e basta a simples não realização desta conduta para o crime se consumar. - omissão é descrita na lei, que ordena o atuar fundado por um dever jurídico geral de agir ( em regra imposto a todos) - Ex: Art. 135 CP - Omissão de Socorro - Comissivos por Omissão ( Omissivo Impróprio) - os tipos penais que prevêem ações e são realizados através da omissão de certas pessoas (garantidores) que tem a obrigação de evitar a produção de resultados. - os Garantidores (Art. 13 par. 2º CP) que mediante omissão permitam a produção de um resultado responderão por este resultado (dolo/culpa) - Garantidor: tem a obrigação de enfrentar o perigo. Hipóteses de dever de Garantia(Art.13 par. 2º CP): a) quem por lei em razão de relação pessoal com a vítima tem o dever de cuidado, proteção e vigilância b) quem de outra forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado c) quem com seu comportamento anterior criar o risco de ocorrência do resultado. . - Relação de Causalidade - -Teorias da causalidade - Teoria da Equivalência dos Antecedentes (Conditio sine qua non) - Condições Absolutamente independentes - Condições Relativamente Independentes - Relação de causalidade - Causalidade: é o vínculo entre a conduta do agente e um resultado típico - Teoria da Equivalência dos Antecedentes ou Conditio sine qua non (Art. 13 CP) - causa é toda condição (essencial) sem a qual o resultado não teria ocorrido da forma com que ocorreu. - todo efeito é produto de uma série de condições que se forem essenciais para o resultado se equivalem e são consideradas causas do resultado. -Método da Eliminação Hipotética (Thyrén): - Para avaliar se um fato é condição essencial (causa) para o resultado deve-se suprimir mentalmente esta condição (fato) e se com isso desaparecer ou modificar-se o resultado então esta condiçãoé essencial, e será causa. - Há 2 espécies de Condições quanto a causação de um resultado: - Condições Absolutamente independentes: - Não importa se é preexistente, concomitante ou superveniente, basta aplicar o método da eliminação hipotética para identificar a causa. - Ex: Atropelamento posterior à conduta do autor. - Condições Relativamente Independentes (entre si) - uma condição colabora com a outra para a produção do evento. - Em relação a conduta do agente as condições relativamente independentes podem ser: - Preexistentes e as Concomitantes: - o resultado será imputado ao autor que praticou a conduta que também será condição essencial - Supervenientes: 1) quando por si só foi capaz de produzir o resultado - inexiste relação de homogeneidade entre a conduta do agente e o resultado ocorrido. - Nestes casos, o agente não responde pelo resultado e somente os fatos anteriores são imputados a ele. - Trata-se de uma Exceção ao método da Eliminação Hipotética (Art. 13 p.1º) 2) quando houver relação de homogeneidade entre a conduta do autor e a produção do resultado - Aplica-se método da Eliminação Hipotética e o resultado será imputado ao autor da conduta. - ITER CRIMINIS - 1) Cogitação: 2) Atos preparatórios: 3) Atos executórios 4) Consumação : 5) Tentativa: 6) Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz 7) Arrependimento Posterior 8) Arrependimento 9) Crime Impossível - Iter Criminis: - Etapas de realização do crime doloso: - Cogitação - Preparação - Execução - Consumação 1) Cogitação: - Pensar, imaginar, desejar planejar mentalmente a pratica do crime - Fatos internos são absolutamente impuníveis 2) Atos preparatórios: - Atos externos de preparação para a realização de crime mas que porem não excedem o âmbito do próprio autor - Atos preparatórios são via de regra impuníveis, pois não afetam a esfera de terceiros. - Exceção: quando legislador cria um Tipo Penal autônomo a partir de uma conduta que seria mero ato preparatório de um crime. - Ex: - Possuir petrechos para falsificação de moeda –Art. 291 CP - Quadrilha ou Bando – Art. 288 CP 3) Atos executórios - Quando o agente inicia a realização do crime interferindo na esfera jurídica de terceiros - Critérios de inicio de Execução: - Objetivo-Formal (Beling): ocorre quando o comportamento do agente inicia a realização do núcleo verbal do tipo penal, embora seja de acordo com a legalidade é muito restritivo. - Objetivo-Individual (Welzel): mais moderno, considera que o inicio de execução se da no momento imediatamente anterior a pratica da conduta típica, considerando-se a realização do “plano criminoso do autor”. OBS: Há divergência na doutrina e jurisprudência quanto a qual dos dois critérios se deve utilizar. - Consumação : - Significa que o crime está completo. - Se dá de acordo com a espécie de crime praticado(Material, Formal, Mera Conduta) - Tentativa: - realização incompleta do tipo objetivo, iniciada a execução não se consuma crime por fatos alheios à vontade do autor. - Pena; é determinada a redução de 1/3 a 2/3 - Não admitem tentativa; - Crime Culposo (artigo 18 inc II) – - Crime Preterdoloso: pois o resultado mais grave se dá a titulo de culpa (Ex: Art. 129 par.3) - Crimes Unisubsistentes: em que seja impossível fracionar a conduta (ex: injúria verbal – Art. 140 CP / Desobediência – Art. 330 CP) - Crime omissivo próprio; consuma-se com a simples omissão da norma mandada (Art.135 CP). - Crime Habitual: ou há a habitualidade o crime está consumado ou não há crime. -Ex: Art. 282 CP – Exercício Ilegal da Medicina / Art. 284 –Curandeirismo. - Contravenção : por expressa previsão legal ( Art. 4- LCP). - Espécies de Tentativa: - Tentativa Inacabada ou Imperfeita – agente inicia a execução e não consegue completá-la por motivos alheios a sua vontade, faltando ainda atos a realizar. - Tentativa acabada ou Perfeita (Crime Falho) – o agente inicia e completa os atos executórios, mas não atinge a consumação por motivos alheios a sua vontade. - Tentativa Branca ou incruenta – não se produz qualquer resultado material - Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz (Art. 15 CP) - Desistência Voluntária: o agente desiste de prosseguir ou abandona voluntariamente a execução do delito. - Chamada de Ponte de Ouro do Direito Penal - Conseqüência: o desistente responde somente pelos atos já praticados no decorrer do Iter Criminis - Arrependimento Eficaz: o processo de execução está completo, mas o agente a age de forma eficaz e voluntariamente evita a consumação do crime. - Conseqüência: o arrependido responde somente pelos atos já praticados no decorrer do Iter Criminis - Natureza jurídica: - causas de exclusão da Tipicidade. - Arrependimento Posterior (Art. 16 CP) - Reparação do dano ou restituição da coisa após a consumação do crime. - Natureza Jurídica: causa de redução da pena (1/3 a 2/3) - Requisitos: - crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, - crimes dolosos ou culposos - feito até o recebimento da denúncia Arrependimento Atenuante (Art. 65 Inc. III “b”) -Reparação do dano ou restituição da coisa, ou o agente ter atuado para diminuir as consequências de seu crime. - ser feito até a sentença condenatória. -Natureza Jurídica: Atenuante da Pena (sem valor determinado) - Crime Impossível (Art. 17 CP) - é aquele em que em função das circunstancias do fato é impossível de se consumar. - A conduta configura uma tentativa inidônea (ineficaz/ insuficiente / inútil) para causar o resultado criminoso. - Tentativa inidônea pode ocorrer por: - Ineficácia absoluta do meio: utilizado para produzir o resultado - Absoluta impropriedade do objeto: a ser atingido pela conduta do agente - Crime impossível é Atípico logo é absolutamente impunível - Flagrante Preparado (delito de ensaio) é considerado Crime Impossível (SUM 145 STF) - TIPICIDADE - - Elementos integrantes do Tipo doloso - Elementos Subjetivos - Espécies de Dolo - Elemento subjetivo especial (especial fim de agir) - Crimes Preterdolosos e Qualificados pelo resultado - Dolo de Dano e Dolo de Perigo - Tipo Culposo - Elementos do Crime Culposo - Modalidades de Conduta Culposa - Espécies de Culpa - Conflito Aparente de Normas - Tipicidade - - Tipo é a descrição abstrata de um fato real que a lei proíbe (tipo incriminador) - o Tipo Penal é Indiciário da ilicitude, (E. Mayer), ou seja, a ação ou omissão típica será ilícita salvo quando presente uma causa de justificação que exclua a ilicitude. - Elementos integrantes do Tipo doloso; - objetivos: - Verbo - elementos descritivos: são os objetos, pessoas ou fatos perceptíveis naturalmente - elementos normativos: exigem um juízo de valor, uma interpretação e conhecimentos específicos para que se reconheça, podem ser: - Jurídicos: conceitos jurídicos referentes a normas ou definições jurídicas - Extra jurídicos: juízos de valor fundados na experiência social, cultural ou cientifica - Subjetivos: - Elemento Subjetivo Geral; - Dolo (Art. 18 inc.I): vontade consciente de realização dos elementos objetivos do tipo penal - atualmente o Dolo é exclusivamente natural, valorativamente neutro não englobando a consciência ilicitude # do Dolo Normativo (causalismo)- Espécies de Dolo: - Direto(1ºGrau): o agente quer um resultado como fim de sua ação (Teoria da vontade-CP) - Direto (2ºgrau): o agente atua e efeitos secundários da ação são reconhecidos como certos ou necessários pelo autor, e serão atribuídos como Dolo Direto de 2ºgrau (ex;bomba no avião) - Dolo Indireto: a) Dolo Eventual (Art. 18 Inc.I parte final): - a vontade do agente não se dirige a produção do resultado - o agente considera seriamente como possível a realização do tipo legal e se conforma com ela, e "Assume o risco de produzir o resultado". - no Dolo eventual foi adotada a Teoria do consentimento (CP) - Não há tentativa de Dolo Eventual, embora haja divergência. b) Dolo Alternativo: - o agente atua demonstrando ser indiferente produzir um resultado ou outro, ou atingir uma vítima ou outra. - Dolo Geral ou Genérico: - ocorre em 2 atos quando o autor supõe ter consumado o fato na primeira conduta mas isso só ocorre devido ao segundo ato realizado - responde pelo crime consumado, pois o desvio causal é irrelevante - semelhante ao chamado Aberratio Causae, que tem os mesmo efeitos, mas decorre de um único ato. - Elemento subjetivo especial ( especial fim de agir) - delitos de Intenção: faz parte do tipo um especial fim de agir, ou seja, uma finalidade especifica na conduta do autor - Ex:– Art. 159 - Crimes Preterdolosos e qualificados pelo resultado - Crime Preterdoloso (resultado vai alem do dolo) - é a combinação de dolo na ação e culpa no resultado obtido (qualificador) Ex: Lesão corporal seguida de morte (Art. 129 par. 3º ) - Tipo Culposo: - é a infração do dever objetivo de cuidado, que produz um resultado típico não querido pelo autor levando a reprovação penal. - Regra da Excepcionalidade: - a regra geral é que os crimes são Dolosos só haverá crime culposo quando for expressamente previsto na lei, - salvo hipóteses expressas em Lei ninguém será punido por crime se não na forma dolosa (Art. 18 parágrafo único) EX: não ha dano culposo (Art. 163 CP) - não há no direito penal compensação de culpas - Elementos do Crime Culposo; - Conduta e resultado típico - Inobservância do dever de cuidado (Falta de cuidado) - Previsibilidade objetiva do resultado (possibilidade de prever o resultado nas condições concretas) - Nexo causal entre a conduta descuidada e o resultado natural - Modalidades de Conduta Culposa: - Imprudência: atitude positiva, um agir sem cautela, - Negligência: é uma inatividade, um não agir por preguiça, desleixo, desatenção. - Imperícia: incapacidade técnica, falta de conhecimentos para exercício de profissão ou arte. - Espécies de Culpa; - Culpa Inconsciente (Culpa sem Previsão): é a culpa comum, o autor não previu o resultado que era possível prever. (previsibilidade) - Culpa Consciente (Culpa com previsão): o autor prevê concretamente o resultado como possível mas espera a realmente que este não ocorra. - há previsão do resultado, mas não há a aceitação do risco de produzi-lo por confiar em si próprio, o autor acredita que o resultado não ocorrerá - Culpa Imprópria(Art. 20 p. 1º) - Descriminantes Putativas - Não é espécie e nem modalidade de culpa - Ficção jurídica para hipótese de Erro de Tipo Permissivo que considera como Culposa uma conduta Dolosa praticada em Erro. - Dolo eventual # Culpa consciente Dolo Eventual Culpa Consciente - previsão concreta; - consentimento; - assume ou aceita o risco do resultado; - responde pelo crime doloso. - previsão concreta; - repúdio e não aceitação do resultado; - confia nas suas habilidades; - responde pelo crime culposo. - Conflito Aparente de Normas; - ocorre quando várias leis são aparentemente aplicáveis a um mesmo fato, mas na verdade apenas uma tem incidência. - Regras para solução do conflito aparente: - Especialidade: - no caso concreto, a Lei especial ou norma especifica derroga Lei geral genérica. - Subsidiariedade: - aplica-se uma lei quando outra não puder ser aplicada por disposição explícita ou por força de interpretação lógica - Ex: Art. 249 CP - Subtração de Incapazes - é subsidiário ao seqüestro – Art. 148 CP - Consunção: - quando determinado crime é fase de realização de outro, porem não necessária, ou seja o Tipo mais amplo absorve o menos amplo - Ex: Violação de domicilio/Furto qualificado – Art.155 par 4º Inc. I - Alternatividade: - pune-se o autor por um único fato quando várias condutas previstas em um mesmo Tipo se forem realizadas sucessivamente. - Ilicitude ou Antijuridicidade – Definição: - relação de contrariedade entre um fato típico e o ordenamento jurídico - São Excludentes de Ilicitude ( Art. 23 CP) - Estado de Necessidade (Art. 24 CP) - Legitima defesa (Art. 25 CP) - Estrito cumprimento do dever legal - exercício regular de direito - Consentimento do Ofendido ( supra legal) - Causas de Exclusão da Ilicitude: - Estado de Necessidade (Art.24 CP) - atua em estado de necessidade aquele que para salvar de perigo atual e inevitável de outra forma, objeto jurídico próprio ou de terceiro, lesa outro bem jurídico alheio, desde que não tenha causado o perigo por sua vontade. - Natureza Jurídica do Estado de Necessidade 1) Teoria unitária (CP) - o Estado de Necessidade será sempre causa de justificação que excluirá a ilicitude independente do bem sacrificado ser de menor ou igual valor que o bem preservado. (Art. 24 CP) # Teoria Diferenciadora. - Requisitos do Estado de Necessidade - Objetivos; 1) perigo atual e inevitável: 2) direito próprio ou alheio: o bem a ser protegido pode ser próprio ou de 3º. 3) Perigo não criado por sua vontade: 4) Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado - Art.24 par. 1º CP – não pode alegar Estado de Necessidade para não agir, e salvar o próprio bem jurídico, quem possua o dever especifico de agir. (garantidores da alínea A do Art. 13 par 2 ) - Art. 24 par. 2º CP – - o autor deve suportar perigos evitando danos desproporcionais contra terceiros - mesmo afastando o Estado de Necessidade reduz-se a pena de 1/3 a 2/3 (Art. 24 par.2º) - Nat. Jurídica : causa de diminuição de pena. - Legitima Defesa - - atua em legitima defesa quem repele injusta agressão, atual ou iminente a direito próprio ou de 3º, usando moderadamente os meios necessários que dispõe (Art. 25 CP) - Requisitos objetivos: 1) Agressão: Questão: - Casos de Ações culposas permitem que o agente atue em Legitima Defesa? E o ataque de animais ? - Não, não há agressão. Salvo se animal for usado como instrumento. 2) Agressão Atual ou Iminente(prestes a ocorrer): Questão: Como se define o conceito de Legítima Defesa antecipada? 3) Agressão Iilícita ou injusta: - é a conduta praticada sem amparo de uma causa de justificação Questão: - Cabe Legitima Defesa de Legitima Defesa? (ou de qualquer outra causa de exclusão) – Não. Questão: - Cabe Legitima defesa do ataque praticado por um inimputável? - Sim. 4) Direito próprio ou alheio(de 3º): 5) meios empregados com moderação: - meios suficientes e dentro dos limites necessários para fazer cessar a agressão injusta. - Não havendo moderação, haverá o excesso, que só poderá ser punidos a título de Dolo ou de Culpa. c) excesso exculpante – em certashipóteses, devido à afetação emocional do agente não se pode exigir dele precisão e moderação na conduta defensiva. (Causa de exclusão da culpabilidade) Questão: - O que se entende por Legítima defesa sucessiva? - é a Legitima defesa do excesso. - Legitima Defesa pré ordenada. Defesas mecânicas: são mecanismos ocultos(cerca elétrica) que funcionam quando ocorre agressão. - Sendo espécie de Legitima Defesa deve ser proporcional. - Legitima Defesa Putativa: -Não configura exclusão da ilicitude sendo produto de um Erro. - Cabível também nas demais excludentes de ilicitude - é a legitima defesa virtual, só existe na cabeça do agente - Estrito cumprimento de dever legal - age licitamente aquele que atua cumprindo determinação do ordenamento jurídico, mesmo que sua conduta seja Típica. - o dever legal de agir refere-se a funcionários públicos. - pune-se o excesso Questão: Como qualificar o Atirador de elite que mata o bandido? - Leg. defesa de terceiros - Exercício Regular de Direito - aquele que atua exercendo uma faculdade de agir conforme o direito. - não pode ser considerado ilícito exercer um Direito permitido pela lei - Divide-se em algumas hipóteses: - Direito de castigo. - Lesões decorrentes de esporte. - Intervenções cirúrgicas normais - Ofendículas : arame farpado, caco de vidro, cachorro, etc. - Consentimento do Ofendido (Causa Supralegal) - em alguns casos consentimento do sujeito passivo fará que o agente possa ser eximido de responsabilidade - Requisitos: - bens disponíveis. - Capacidade de Consentir: - Anterioridade do consentimento: - atuar nos limites do consentimento: caso aja excesso o agente respondera pelo excesso por dolo ou culpa - Natureza jurídica: - 2 Hipóteses: a) Causa de exclusão da Tipicidade: b) Causa de exclusão da Ilicitude: - CULPABILIDADE E TEORIA DO ERRO - - Culpabilidade: 3 aspectos : 1) Principio fundamental: não há crime sem dolo nem culpa 2) Elemento de medição ou determinação da pena (Art.59): 3) Elemento integrante do conceito de crime: - Crime é todo fato Típico, Ilícito e Culpável: a Culpabilidade é elemento essencial para que haja crime. - Conceito de Culpabilidade - Culpabilidade é: a reprovabilidade pessoal da conduta Típica e Ilícita do agente que serve como fundamento e limite da pena. 3- Teoria Normativa pura (Finalismo ) - Com o conceito de crime trazido pelo finalismo, mudou a estrutura da culpabilidade. - Dolo e Culpa foram transferidos para dentro da conduta Típica, permanecendo a consciência da ilicitude dentro da Culpabilidade. - Dolo natural: intenção, vontade do fato. - Culpa: como falta de cuidado ao agir. - Elementos da culpabilidade normativa pura : - Imputabilidade - Potencial consciência da ilicitude - Exigibilidade de conduta diversa – IMPUTABILIDADE - I ) Imputabilidade : plena capacidade de entender e querer o caráter ilícito do fato, e ainda de autodeterminar-se de acordo com esse entendimento. -Sistema: - biopsicológico ou misto (CP): leva em conta o estado clinico e mental bem como a capacidade psicológica de entendimento momentâneo do individuo quanto à natureza do ato praticado - Inimputáveis: - doença mental e desenvolvimento mental incompleto (Art. 26): não cometem crimes e recebem apenas medidas de segurança (Art. 96 do CP) - Semi-imputabilidade: - ocorre quando o agente em virtude de perturbação da saúde mental, desenvolvimento mental incompleto não possuía total entendimento da realidade, reduzindo-se a pena em 1/3 a 2/3, ou aplicando medida de segurança. ( Art. 26 par único / Art. 98 ) - menoridade (Art. 27): menor de 18 anos - menor não comete crime apenas ato infracional (ECA) e recebe medida sócio- educativa que pode ser internação em instituição de menores. - embriaguez acidental completa (Art. 28 Inc II e par.1º e 2º) - Teoria da actio libera in causa - Para resolver problemas de embriaguez voluntaria, principalmente a pré-ordenada, permitindo a imputação do crime. - Transfere-se a analise da imputabilidade para o momento anterior a pratica do ato, em que o autor voluntariamente se coloca em estado inimputabilidade, no qual ele tem plena consciência dos fatos (imputável). - Emoção e Paixão(Art. 28 CP): não afastam a culpabilidade podendo porem vir a ser uma forma privilegiada de um crime(ex:homicídio) ou então atenuante (Art. 65 Inc II “c”) - Potencial consciência da ilicitude - possibilidade do autor conhecer o caráter contrario as normas (ilicitude) de sua ação, ou seja de conhecer o caráter proibido daquilo que faz. -Não se confunde com conhecimento da lei : - o desconhecimento da lei é inescusável e não pode ser alegado para não cumpri-la, o desconhecimento da ilicitude é causa de exclusão da culpabilidade - desconhecimento da Lei é atenuante da pena Art. 65 II do CP - Exigibilidade de Conduta Diversa - possibilidade de se exigir do agente uma conduta diferente, ou seja, conforme o direito no caso concreto, avaliando-se a normalidade das circunstancias do caso concreto. - Causas legais de exclusão da culpabilidade (Art. 22 CP) - Coação Moral Irresistível ; - Obediência Hierárquica ; - Causas supra legais de exculpação por inexigibilidade de conduta diversa: - Excesso Exculpante: em excludentes de ilicitude - por perturbação psíquica deve-se reduzir ou afastar a culpabilidade - Legitima Defesa Antecipada: - em certos casos em que o agente adianta a defesa devido a uma seria e grave ameaça de sofrer um mal futuro. - Teoria da Co-culpabilidade. - De acordo com a situação social delicada dos grandes centros urbanos vem se admitindo a chamada co-culpabilidade. - que distribui a culpabilidade e a responsabilização pelos atos do agente entre ele e o próprio Estado que é responsável pelas injustiças sociais determinantes da anormal decisão de vontade do agente em relação a pratica de crime. - Pode-se usar o Art. 66 do CP Teoria do Erro - Surgem duas variáveis: A ) T. estrita ou extremada da culpabilidade - todo erro sobre a consciência da ilicitude é sempre erro de proibição - apenas o erro de tipo incriminador exclui o dolo, pois este esta no tipo e não mais na culpabilidade B ) T. limitada da culpabilidade ( adotada pelo CP ) Espécies de erro: a) erro de tipo (Art. 20 CP); é o erro sobre os elementos fáticos ou normativos do tipo penal Ex: talco = cocaína (substancia entorpecente). - inevitável / invencível / escusável: exclui o dolo e a culpa e o fato será Atípico - evitável / vencível / inescusável: exclui o dolo e subsiste a culpa se houver previsão expressa (excepcionalidade do crime culposo ) b) erro de tipo permissivo (Art. 20 parag. 1º CP ) - Teoria limitada - é o erro sobre os pressupostos fáticos e objetivos de uma causa de justificação (Art. 23 CP) que realmente exista. Ex: injusta agressão na Legitima defesa - inevitável / invencível / escusável: exclui o Dolo e a Culpa (Fato Atípico) - evitável / vencível / inescusável: exclui o Dolo e subsiste a Culpa, se houver previsão expressa (excepcionalidade do crime culposo) c) erro de proibição ( Art. 21 CP ): erro sobre a consciência da ilicitude do fato. - inevitável / invencível / escusável: afasta a Culpabilidade e isenta de pena. (não há crime) - evitável / vencível / inescusável; diminui a pena ( 1/6 à 1/3 – Art. 21, 2ª parte, CP ) Pode ser: - Direto: convicção que a ação não esta proibida na ordemjurídica. - Indireto ou de permissão : erro sobre a existência ou os limites de uma causa de justificação. d) Erro determinado por terceiros (Art. 20, par. 2ºCP ): apenas o terceiro responde pelo crime a titulo de Dolo ou Culpa. Quem foi induzido ao erro não responde por nada (erro inevitável) ou responde por Culpa (erro evitável). e) Erro sobre a pessoa (Art.20 parag.3): não afasta o crime ou a pena. Ocorre erro na valoração do autor quanto a quem é a pessoa e consideram-se as qualidades e condições pessoais da vitima visada inicialmente pelo autor. f) Aberratio Ictus ( Art. 73 CP ): erro na execução por motivo alheio ao autor.Ex: A quer matar B, mas erra o tiro e acerta C – consideram-se as qualidades da vitima visada inicialmente pelo autor. Com dois resultados: - responde pelo crime mais grave em concurso formal perfeito (Art.70 CP- 1/6 ate 1/2) g) Aberratio Delicti ou Criminis (Art. 74 CP ): erro quanto ao resultado que é diverso ao pretendido em relação ao bem jurídico atingido. Pode ser : - relação Pessoa para Coisa: não havendo previsão crime de culposo(dano) responde por tentativa do crime pretendido inicialmente. ( ex; tentativa de lesão corporal) - relação Coisa para Pessoa: responde apenas pelo crime culposo praticado(ex: lesoa corporal culposa) não se punindo a tentativa do crime doloso visado inicialmente(dano). - havendo dois resultados responde em concurso formal Concurso de Pessoas • quando mais de uma pessoa contribui para a prática de uma infração penal fala-se em concurso de pessoas ou concurso de agentes. C.P. Brasileiro( CP. Art. 29 ) - Teoria Monista “mitigada ou temperada” - todos respondem pelo mesmo crime, mas na medida de sua culpabilidade Critérios para delimitação da autoria - Critério Restritivo: - Autor é aquele que realiza, executa a ação típica, pratica o verbo núcleo do tipo. - todos que colaboram sem realizar o verbo serão Participes. - Critério do Domínio Final do Fato (Hans Welzel) - Autor é quem detém o domínio final do fato delituoso, podendo modificá-lo ou interrompê- lo. - ser autor independe de praticar o verbo ou não, o importante é o domínio sobre os fatos. - Não se aplica aos Crimes Culposos. - Espécies de Autoria Autoria Direta - quem esta diretamente ligado a realização do crime, podendo ser: - Autor executor - Autor intelectual : Autoria Mediata ou Indireta - Aquele que tendo o domínio final do fato utiliza-se de terceiro sem domínio final do fato e que atua como mero instrumento na realização do crime. - Só responde pelo crime o autor mediato. - Hipóteses de Autoria Mediata no CP: - Erro determinado pelo terceiro (Art. 20 par.2º) - Coação moral irresistível (Art. 22) - Obediência hierárquica (Art. 22) - Uso de agente inimputavel (instrumento) em virtude de condição ou qualidade pessoal Co-Autoria - Ocorre quando para um delito concorrem várias pessoas que possuam o domínio final (funcional) do fato. - Trata-se de uma autoria conjunta, coletiva com liame psicológico entre os autores. - Não há diferença entre o conceito de autor e co-autor. Pode ocorrer de 2 formas: - se cada um deles realiza parcialmente a conduta típica, tendo cada um o domínio do fato e realizando o verbo do tipo - se ocorre uma divisão de tarefas, quando a contribuição (essencial) que cada um dá para o fato é de tal natureza que sem ela o fato não poderia ter sido realizado. (Teoria do Domínio Funcional do Fato). Divergências: - Cabe Co-autoria em crimes culposos? Sim. - Cabe Co-autoria em crimes omissivos? Sim. Autoria Colateral ou Acessória - Ocorre quando duas ou mais pessoas produzem um evento típico independentemente e sem saber uma da outra. - Não há concurso de agentes e cada agente responderá por aquilo que tiver feito. - Autoria Incerta : - na autoria colateral, quando não for possível se determinar qual dos agentes deu causa ao resultado - ambos respondem por tentativa. - Participação - Colaboração dolosa em um fato alheio - Contribuição sem domínio do fato - Sempre acessória e depende de fato principal Teorias da Acessoriedade (CP) - Acessoriedade limitada : a conduta principal do autor deverá ser Típica e Ilícita para se imputar o fato ao participe. Formas de Participação - Instigação (participação moral) - Induzimento (participação moral) - Cumplicidade ou auxilio (Moral ou material) Divergências: - Cabe Participação em Crimes Omissivos? Sim - Cabe Participação em Crime Culposo? Não Participação de Menor Importância (Art. 29 par. 1 C.P.) - Nat. Jurídica : Causa de diminuição de pena (-1/6 a -1/3) (3ª Fase da dosimetria) Cooperação Dolosamente Distinta (Art. 29 par. 2 C.P. ) - Desvio subjetivo na conduta do autor, ou seja, quando um dos participantes (co-autoria e participação) quer praticar delito menos grave do que o praticado pelo autor. - Deve-se aplicar a pena do crime menos grave, ou seja, aquele para o qual o participante quis colaborar (elemento subjetivo da conduta do partícipe) - Se o resultado mais grave era previsível, aplica-se a pena do menos grave aumentada de até a metade. - Circunstâncias Incomunicáveis (Art. 30 CP) - Circunstancias Objetivas: - Circunstâncias objetivas comunicam-se a todos os que participam do crime, desde que seja do conhecimento do participante. - Circunstancias Subjetivas, pessoais: - Circunstancias subjetivas via de regra NÃO se comunicam aos participantes. - Circunstancias subjetivas comunicam-se aos participantes se forem elementares do crime, ou seja, elemento essencial e peculiar ao crime que está no caput e desde que seja do conhecimento do participante ( Ex: Art. 312 CP – Peculato –) Concurso de crimes - Definição: ocorre quando o agente por meio de uma ou mais ações ou omissões pratica dois ou mais delitos. - Sistemas de Aplicação da Pena - Cúmulo Material (Art. 69 / Art.70 - 2ª parte): determina a soma das penas aplicadas para cada um dos crimes - Exasperação: a aplicação de pena do crime mais grave é aumentada de um valor determinado (Art. 70 - 1ª parte / Art. 71 CP) Espécies de Concurso - Concurso material (Art. 69 CP) -Requisitos: - mais de uma conduta ( ação ou omissão) - dois ou mais crimes (idênticos ou não) - Aplicação da Pena: serão somadas e aplicadas cumulativamente - OBS: - se for acumulada pena de reclusão e de detenção executa-se primeiro a reclusão Pode ser: - Homogêneo: crimes idênticos - Heterogêneo: crimes diferentes Concurso Formal (Art. 70 CP) - Requisitos: - uma só ação ou omissão - dois ou mais crimes (idênticos ou não) - Pode ser: - Homogêneo / Heterogêneo Concurso Formal pode ser: - Perfeito (Art.70 - 1ª parte) - quando há unidade de desígnios (ter em vista o um só fim) - aplica-se a pena mais grave aumentada de 1/6 a 1/2. - se as penas forem iguais aplica uma só também aumentada OBS: no Concurso Formal Perfeito a pena aplicada não poderá ser maior do que se fosse um Concurso Material (soma) – Art. 70 par. Único - Imperfeito ou Impróprio (Art. 70 - 2ª parte CP) - o resultado decorre de desígnios autônomos ( dolos distintos) - a vontade consciente de obter fins diversos por meio de uma única ação - aplica-se a pena como se fosse um concurso material, ou seja somando-se Crime Continuado (Art.71 CP) - Requisitos: - mais de uma ação ou omissão- dois ou mais crimes da mesma espécie (Mesmo Tipo - STF) - circunstâncias semelhantes (condições de tempo, lugar e modo de execução) - Espécies de Crime Continuado: - Comum (Art. 71 caput. CP) - a pluralidade de condutas - crimes de mesma espécie ou iguais - circunstâncias (tempo/lugar/modo de execução) semelhantes - Pena: aumenta-se a pena de um dos crimes de 1/6 a 2/3 - Específico (Art. 71 par.Único) - Além dos requisitos acima deve haver cumulativamente: - crimes dolosos (não cabe em crimes culposos) - pluralidade de vítimas - emprego de violência ou grave ameaça à pessoa - Pena: aumenta-se a pena de um dos crimes de até o TRIPLO - OBS: - No crime continuado também não se pode exceder a pena que seria aplicada no Concurso Material (soma) - Concurso de Crimes em Pena de Multa (Art. 72 CP) - são aplicadas distinta e integralmente para cada crime, mesmo sendo Concurso Formal Perfeito ou Crime Continuado. TEORIA DA PENA - Definição: - Pena é a sanção imposta pelo estado, mediante a ação penal, a quem pratica uma infração penal, como retribuição ao ato ilícito praticado e com o fim de evitar novos delitos - Funções da Pena - Teoria Unitária ou Eclética (CP) - Unifica as Teorias Absolutas e Relativas, portanto, concilia a função de Retribuição com as funções de Prevenção Geral e Especial. - Adotada no Brasil (Art.59 CP) de acordo com as 3 etapas da pena: - Espécies de Penas (Art. 32 CP): - Privativas de liberdade; - o CP adotou o sistema penitenciário progressivo. - o detento pode passar por regimes progressivamente menos severos de cumprimento da pena, desde que cumpridos pelo menos 1/6 da pena no regime anterior. (Art. 112 LEP) - Em penas superiores a 30 anos o valor da progressão incide sobre o total de pena aplicada ( Sum. 715 STF) - os Crimes Hediondos passaram a admitir progressão de regimes (Lei 11464/07), pois o regime integralmente fechado foi considerado inconstitucional pelo STF ( HC 82959/ 06). - O regime de pena para os Crimes Hediondos será o inicialmente fechado e a progressão será de 2/5 para primários e de 3/5 para os reincidentes. OBS: - Crimes contra administração publica a progressão fica condicionada a reparação do dano ou restituição da coisa, se possível.( Art. 33 par. 4º CP) - Há 3 espécies de Regime Prisional (Art. 33 CP) - Fechado: Art. 33 par. 1º “a”. - Semi aberto: Art. 33 par. 1º “b” - Aberto: Art. 33 par. 1º “c” - Espécies de pena privativa de liberdade - reclusão: regime deve ser fechado, semi-aberto ou aberto - detenção: regime semi-aberto ou aberto - Regime Inicial: - Regime fechado - ao reincidente condenado a reclusão (independente da pena) - condenado à reclusão superior a oito anos(Art.33 par2º “a”) - Crimes Hediondos independentemente do valor da pena - à condenados a Crimes decorrentes de Organização Criminosa (Lei 9034/95 – Art. 10) e ao Crime de Tortura (Lei 9455/97 – Art.1º par.7º) - Regime Semi-Aberto - ao não reincidente condenado a penas superiores a 4 anos e inferiores ou iguais a 8 anos (Art. 33 par 2º “b”CP) - É admissível regime semi-aberto para reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstancias (Sum. 269 STJ) - Regime Aberto: - ao não reincidente cuja pena seja igual ou inferior a 4 anos (Art. 33 par. 2º “c” do CP) OBS: - na prisão simples(Contravenções) o regime será o Semi-aberto ou o Aberto - em concurso de crimes fixação do regime inicial será feita após a unificação das penas - Regime especial - mulheres cumprem pena em regime especial, e em estabelecimento próprio, de acordo com os direitos e deveres inerentes a sua condição pessoal (Art.37 CP) - Aspectos relevantes no Cumprimento de Pena - regressão(Art. 118 LEP) - o preso poderá regredir para regime mais severo. - Regime Disciplinar Diferenciado (Art. 52 LEP – Redação Lei 10.792/2003): - Limite Maximo de cumprimento de pena é de 30 anos(Art.75 CP) - Trabalho prisional: - é Direito (Art.41LEP) e também Dever (Art.31 LEP)do preso, sendo remunerado e fazendo jus a benefícios da previdência social. - gera a Remição da pena. - Remição: - é a abreviação da pena através do trabalho prisional - para cada dia 3 dias de trabalho será abatido 1 dia da pena - Detração (Art.42CP) - são computados na pena definitiva e na medida de segurança o tempo de prisão provisória (preventiva / flagrante/ temporária / pronuncia /por sentença recorrível) no Brasil ou no estrangeiro - A possibilidade de Detração na medida de segurança não se refere ao tempo de internação, mas sim ao tempo para realização do primeiro exame de cessação de periculosidade. - Penas Restritivas de Direitos - é inadmissível sua cumulação com penas privativas de liberdade - não possuem, em regra, previsão abstrata, logo, o juiz primeiro fixa a pena privativa de liberdade e depois procede a conversão em restritiva de direitos. - As penas restritivas de direitos previstas( Art. 43 CP) são: - Prestação pecuniária - Prestação de serviços a comunidade ou entidades publicas - Perda de bens e valores - Limitação de final de semana - Interdições temporárias de direitos - Também são consideradas penas substitutivas da pena privativa de liberdade: - Multa substitutiva (Art. 60 par.2º) - Prestação de outra natureza (Art.45 par.2º) - Hipóteses de conversão da privação de liberdade: - Crimes Culposos com qualquer pena (Art.44 Inc. I) - Crimes Dolosos, - sem violência ou grave ameaça, - com pena concreta de até 4 anos.(Art.44 Inc. I CP) - não havendo reincidência em crimes dolosos (Art.44 Inc II) - Crimes de menor potencial ofensivo (pena máxima de até 2 anos - Lei 9099/95) mesmo que praticados com violência ou grave ameaça.(Ex: Lesão corporal leve / Ameaça) - para que haja a conversão alem dos requisitos objetivos será necessários que culpabilidade, os antecedentes e a conduta social sejam favoráveis a substituição( Art. 44 Inc.III CP) - Duração das penas restritivas de direitos: - Prestação de serviços, interdição temporária e limitação de final de semana possuem a mesma duração da pena privativa de liberdade concreta. - Conversão da restritiva de direitos em privativa de liberdade: Pode ocorrer de forma: - obrigatória - facultativa - na prestação de serviços cada hora de serviço prestado equivale a um dia de pena. - Espécies de Penas restritivas de direitos: - Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas (Art. 46 par. 1º/2º/3º CP) - somente para a penas superiores a seis meses; - poderá ser efetuada por menor período de tempo se a pena aplicada for superior a um ano respeitando o limite mínimo de cumprimento de metade da pena privativa de liberdade aplicada. (Art.46 par.4º CP) - Prestação Pecuniária (Art.45 par.1º CP) - para que haja a conversão deve ter havido prejuízo material ou moral com a pratica do crime. - o valor será de 1 até 360 salários mínimos. - pode ser prestada através de uma prestação de outra natureza (Art.45 par.2º CP) Ex: cesta básica / mão de obra/ bens moveis ou imóveis - Perda de bens e valores (Art. 45 par. 3º) - consiste na perda de bens ou valores de acordo com o prejuízo causado ou o proveito auferido com o crime, via de regra em proveito dofundo penitenciário nacional. - Limitação de final de semana (Art. 48 CP) - obrigação de permanecer aos sábados e domingos por 5 horas diárias em casa de albergado ou estabelecimento similar para cursos e palestras. - Interdição temporária de direitos (Art. 47 CP) - Aplicada apenas a certos crimes específicos sendo que deve haver uma relação entre a interdição e o crime praticado. - São elas: - Proibição de exercício de cargo ou função pública ou mandato eletivo - Proibição de exercício funcional que exija a habilitação especial (ex: medicina). - Suspensão de habilitação para dirigir - Proibição de frequentar certos lugares - Pena de multa - Definição: sanção penal de caráter pecuniário, patrimonial que consiste no pagamento ao fundo penitenciário de certa quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa (Art. 49 CP) - Natureza Jurídica: verdadeira pena, sanção penal oriunda de crime. - Critério de Fixação da Multa (Dias-Multa) - 1ª Etapa: - estipula-se o numero de Dias-multa entre 10 e 360 dias. - 2ª Etapa: - determina-se o valor da unidade Dias-multa. - o valor de cada unidade deverá ser de 1/30 do salário mínimo até 5 vezes o salário mínimo (Art. 49 par. 1º CP) - 3ª Etapa: - multiplica-se o numero de Dias-multa pelo valor da unidade. - De acordo com a situação econômica do réu (Art. 60 CP) o valor da multa pode ser aumentado de até o triplo se o juiz achar necessário (Art. 60 par. 1º CP) - Pagamento da Pena de Multa: - deverá ser efetuado dentro de dez dias após o trânsito em julgado da sentença (Art. 50 CP) - Multa substitutiva: - a multa pode substituir a pena privativa de liberdade igual ou inferior a um ano (Art. 44 par. 2º CP) preenchidos os requisitos do Art.44 CP - Legitimidade para executar a pena de multa - Fazenda pública: multa não paga, no que tange a sua execução, passa a ter caráter extra penal (dívida de valor) seguindo as regras da Lei 6830/80, e sendo executada pela Procuradoria da Fazenda.( Majoritária – L.R.Prado / F. Capez / STJ) - Prescrição da Pena de Multa. - prescrição da pretensão executória deve se dar em 2 anos (Art.114 CP) embora as causas interruptivas e suspensivas sejam regradas pela Lei de execução fiscal e pelo CTN.( Majoritário - L.R.Prado / C.R.Bitencourt) Medidas de Segurança Natureza Jurídica: - é sanção penal imposta aos inimputáveis como consequência jurídica de um fato Típico e Ilícito, fundada na periculosidade do agente. - Funções : - Sua única função é a de Prevenção Especial de caráter negativo, ou seja, manter o indivíduo sob a tutela do Estado e evitando a futura realização de crimes. - Pressupostos de aplicação - prática de um Fato Típico e Ilícito - Inimputabilidade do agente, podendo em certos casos substituir a pena aplicada aos Semi- Imputáveis (Art.26 par. Único / Art.98 CP) - periculosidade do autor comprovada - Sistemas de Aplicação - Vicariante (CP): veda a aplicação sucessiva ou conjunta de Pena e Medida de segurança. - No caso do Semi-Imputável aplica-se uma ou outra. - Espécies de Medida de Segurança ( Art.96 CP ): - Internação em Hospital de Custódia ou de Tratamento Psiquiátrico: (Art. 96 Inc. I CP) - é obrigatória aos inimputáveis que tenham praticado crime punido com Reclusão (Art. 97CP), e facultativa para crimes punidos com Detenção - Tratamento Ambulatorial (Art.96 Inc. II CP) - cuidados médicos que não impliquem internação - aplicada para crimes punidos com pena de Detenção - Duração: - prazo mínimo: de 1 a 3 anos, qualquer que seja o crime - prazo máximo: é indeterminado, ou seja, até cessar a periculosidade. (Divergente no STF – STJ) - Suspensão e Extinção da Medida de Segurança: - o exame de cessação de periculosidade deverá ser feito ao fim do prazo mínimo estipulado, ou mesmo antes se for necessário. - cessada a periculosidade, o juiz suspende execução da Medida de Segurança por 1 ano. - após este tempo (1ano), sem que tenha havido demonstração de periculosidade, a Medida de Segurança será definitivamente extinta, revogada. (Art.97 par. 3º CP) - Efeitos da Condenação - são todas as conseqüências que de modo direto ou indireto atingem a vida do condenado em decorrência de uma sentença penal irrecorrível - atingem a esfera penal e extra penal - o principal efeito da condenação é a própria imposição da sanção penal - Efeitos Extra Penais Genéricos (Art.91 CP) - Ocorrem em todos os crimes, são automáticos e independem de declaração expressa do ato decisório: 1) tornar certa a obrigação de indenizar pelo dano causado pelo crime (Art. 91 inc.I CP) 2) perda em favor da união dos instrumentos e produtos ilícitos provenientes do crime, (não engloba contravenção) ressalvado os direitos de terceiros e da vítima (Art. 91 Inc. II “a” e “b” CP ) - Efeitos Extra Penais Específicos (Art.92 CP) - Aplicáveis apenas a certos crimes, não são automáticos e devem ser motivados expressamente na sentença (Art.92 par. único CP) 1) Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo( Art. 92 Inc. I CP) 2) Incapacidade para exercício de pátrio poder, tutela ou curatela (Art. 92 Inc. II CP ) 3) Inabilitação para dirigir veiculo - quando este tiver sido utilizado para pratica de crime doloso (Art. 92 Inc. III ) - Reabilitação (Art.93CP) - garante o sigilo a respeito dos antecedentes e suspendendo condicionalmente certos efeitos da condenação penal. - Condições: - transito em julgado da sentença condenatória independente da pena aplicada (Art. 93 CP ) - decurso de 2 anos a partir da extinção da punibilidade, ou do termino do cumprimento da pena. - Efeitos - assegura ao condenado o sigilo dos registros do seu processo e da condenação. - o sigilo não é definitivo SURSIS E LIVRAMENTO CONDICIONAL - Suspensão Condicional da Pena (Sursis) - Conceito: é a suspensão da execução pena privativa de liberdade de certa duração, por um prazo determinado, impostas certas condições e requisitos - Natureza Jurídica: é direito público subjetivo do réu (se presentes os pressupostos o juiz é obrigado a concedê-la) - Requisitos para o Sursis (Art. 77 CP) - Penas Privativas de Liberdade (concreta) de até 2 anos ou de até 4 anos se o condenado for maior de 70 anos (Sursis Etário) ou por razões de doença (Sursis Humanitário) - não ser cabível a substituição da pena privativa de liberdade por Restritiva de Direitos (Art. 77 Inc.III CP) - que o condenado não seja reincidente em crime doloso (Dolo+Dolo) (Art. 77 Inc. I CP) - Circunstancias Judiciais (Art. 59 CP) sejam favoráveis a concessão do benefício (Art. 77 Inc. II CP) - Espécies de Sursis - Sursis Simples (Art. 78 par. 1º CP) - Sursis Especial (Art. 78 par 2º CP) - Sursis Etário (Art. 77 par. 2º CP) - para condenados com idade superior a 70 anos na época da condenação. - aplicado para penas privativas de liberdade de até 4 anos - Sursis Humanitário (Art. 77 par. 2º CP) - aplicado quando razões de saúde demonstrem necessidade do Sursis, também para penas de até 4 anos. - Período de Prova - lapso de tempo durante o qual o condenado fica obrigado a cumprir certas condições impostas - Pode ser: - de 2 a 4 anos no Sursis Simples e no Especial (Art. 77 CP) - de 4 a 6 anos no Sursis Etário e no Humanitário (Art. 77 par. 2º CP) - é de 1 a 3 anos para a penade Prisão Simples decorrente de Contravenção (Art. 11 LCP) - Revogação do Sursis - o condenado ira cumprir integralmente a pena aplicada. - Revogação Obrigatória (Art. 81 inc. I, II e III CP ) - Revogação Facultativa (Art.81 par.1º CP) - Prorrogação do Período de Prova (Art. 81 par 2º CP) - será prorrogado o período de prova se o condenado estiver sendo processado por um outro crime ou contravenção, até que saia a sentença definitiva desta ação. - a prorrogação é automática e obrigatória, e com ela poderá se exceder o limite máximo de 4 anos de Sursis - Extinção do Sursis e da Pena (Art. 82 CP) - ao termino do período de prova sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a sanção aplicada. - Livramento Condicional - Conceito: - liberação do condenado após o cumprimento de parte da pena aplicada, preenchidos certos pressupostos e observadas certas condições. - Requisitos - que pena privativa de liberdade aplicada seja igual ou superior a 2 anos (Art. 83 CP) - Cumprimento de parte da pena: - 1/3 se o réu não é reincidente em crime doloso e possui bons antecedentes. (Art. 83 Inc. I CP) - 1/2 se o réu é reincidente em crimes dolosos (Art. 83 Inc. II ) - 2/3 para Crimes Hediondos e equiparados desde que não seja reincidente nessa espécie de crime (Art. 83 inc.V ) - reparação do dano se for possível (Art.83 Inc. IV CP) - Subjetivos: - bons antecedentes - bom comportamento durante a execução da pena (Art. 83 Inc. III ) - aptidão para prover a própria subsistência através de trabalho honesto (Art. 83 Inc. III CP ) - se o crime doloso foi praticado mediante violência ou grave ameaça, é requisito específico que o condenado provavelmente não voltará a delinqüir desta forma (Art. 83 par único CP) - Condições do Livramento Condicional - obrigatórias (Art. 132 par.1º LEP) - Facultativas (Art. 132 par.2º LEP) - Revogação do Livramento Condicional - Revogação Obrigatória (Art.86 CP) a) se houver condenação a pena privativa de liberdade por crime praticado durante a vigência do benefício. - Efeitos (Art.88 CP/ Art. 142 LEP): - Neste caso deverá cumprir integralmente o restante da pena - não será diminuído o tempo em que esteve liberdade - Não poderá requerer outro Livramento Condicional b) se for condenado a pena privativa de liberdade por crime praticado antes do benefício ter sido concedido. - Efeitos (Art.88 CP/ Art. 141 LEP): - Neste caso, o tempo passado em Livramento será computado como cumprimento da pena - Soma-se a Pena restante com a nova Pena - Será possível requerer novo Livramento Condicional - Revogação Facultativa (Art. 87 CP) - se o condenado deixar de cumprir as condições estabelecidas no Livramento. - se for condenado a pena que não seja privativa de liberdade por crime praticado antes ou durante o livramento. - Efeitos (Art.142 LEP): - não será contado o tempo em que esteve solto - não será possível conceder o novo livramento - Prorrogação do Livramento Condicional: - enquanto não sair a sentença definitiva em processo por crime praticado durante o livramento condicional, não poderá ser declarada extinta a pena mesmo após o término de seu tempo (Art. 89 CP) - se houver processo tramitando por crime praticado antes da concessão do livramento, não se prorroga o prazo - Extinção do Livramento Condicional e da Pena - a pena será extinta se no final do tempo total de Pena não tiver ocorrido revogação do livramento condicional. (Art. 90 CP / Art.146 LEP) PUNIBILIDADE - Conceito - possibilidade jurídica de se aplicar uma sanção penal, em face da pratica de um fato Típico, Ilícito e Culpável. - Condições Objetivas de Punibilidade - Condições Objetivas de Punibilidade, apenas condicionam a aplicação da pena, não integrando o conceito de crime, embora muitas vezes apareçam no próprio Tipo Penal - São exemplos de Condição Objetiva de Punibilidade - resultado morte ou lesão corporal grave no crime de Induzimento a Suicídio (Art. 122 CP) - prejuízo superveniente no crime do Art. 164 CP (Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia) - Escusas Absolutórias - Conceito: - causas que fazem com que não se aplique a pena a certos agentes em face de um determinado Crime praticado, por expressa determinação legal. - Natureza Jurídica: - causas pessoais de isenção ou exclusão de pena - São exemplos de Escusa Absolutória: - imunidade penal absoluta nos crimes contra patrimônio, praticados em prejuízo do cônjuge, ascendente, descendente.(Art.181/182/183 CP) - no Crime de Favorecimento Pessoal (Art.348 CP), não se aplica a Pena se for praticado por ascendente, descendente, cônjuges ou irmãos do procurado. - Causas de Extinção da Punibilidade - São certas causas que extinguem a punibilidade, ou seja, a possibilidade de aplicação da pena mesmo após a realização da Conduta Típica, Ilícita e Culpável. - ocasionam a perda pelo Estado do Direito de Punir (Jus Puniendi) fazendo com que se deixe de aplicar uma pena ou interrompa definitivamente o seu cumprimento. - As Causas de Extinção da Punibilidade devem ser declaradas de ofício pelo Juiz no momento em que forem reconhecidas. - São Causas de Extinção da Punibilidade (Art.107 CP) : - Morte do Agente: - Anistia: - Ato do Congresso Nacional, preponderante para crimes políticos, não requerendo solicitação pelo individuo. - Possui Caráter Impessoal e coletivo se referindo a fatos. - se concedida antes do trânsito em julgado(própria) da sentença extingue todos os seus efeitos penais, sem extinguir o Tipo Penal (Abolitio criminis ), podendo ser concedida após o transito em Julgado (imprópria) - Graça: - Ato privativo do Presidente da República que deverá ser solicitada pelo condenado ou pelo ministério público (Art.188 LEP) e sancionada pelo Presidente da Republica. - possui Caráter Individual e não se comunica aos demais participantes do Crime. - é aplicada a crimes comuns e concedida após o trânsito em julgado da sentença. - não afastando os outros efeitos penais da condenação (Ex: reincidência, antecedentes, etc) - Indulto: - Ato privativo do Presidente da República de caráter coletivo e espontâneo (independe de uma solicitação) - não admite recusa salvo se for condicionado - concedido após o trânsito em julgado da sentença não afastando os demais efeitos penais ou extra penais da condenação. - Abolitio Criminis (Art.2º CP): - Ocorre quando uma Lei Posterior deixa de considerar como crime fato que antes era assim definido. - Afasta todos os Efeitos Penais da condenação somente subsistindo os efeitos civis - Renúncia do Direito de Queixa (Art.104CP): - antes de iniciada a Ação Penal Privada, o ofendido pode manifestar sua vontade de não exercer o direito de Queixa. - Ato unilateral que atinge todos os co-autores do delito - Perdão do Ofendido (Art.105 CP) : - na Ação Penal Privada, o querelante pode perdoar o querelado, impossibilitando o prosseguimento da ação. (Art. 105 CP) - Como possui caráter objetivo sendo ligado ao fato praticado, comunica-se a todos os co-autores e participes (Art.106 Inc.I CP). - O Perdão de um dos querelantes não prejudica o direito dos demais ofendidos em prosseguir com a Ação Penal.(Art.106 Inc. II ) - Perdão Judicial (Art.120 CP) : - o juiz em função de certas circunstâncias pode deixar de aplicar a pena, de acordocom expressa previsão legal.(Ex: Art.121 par. 5º / Art.129 par. 8º CP) - é Direito Subjetivo do réu se estiver previsto em Lei e independe da aceitação do mesmo. - A sentença concessiva do Perdão Judicial terá natureza Declaratória da Extinção de Punibilidade, - Logo, não subsiste qualquer efeito de condenação (Sum. 18 STJ) - Não se comunica aos co-autores e participes. - Retratação: - ato de desdizer, ou seja, retirar o que disse - Ato Unilateral, que independe de aceitação do ofendido - Deverá ser feito antes da decisão e de 1ª Instância (se posterior poderá atenuar a pena) - Somente nos casos previstos em Lei (Ex: Calúnia e Difamação - Art. 143 CP) - Decadência (Art.103 CP): - Perda do direito de Ação pelo decurso de tempo - O Prazo será de 6 meses para Oferecimento da Queixa ou da Representação a partir da data em que a vitima tomar conhecimento de quem foi o autor do fato. ( não se interrompe ou suspende) - na hipótese de vítima menor e seu representante legal, os prazos correm independentes - Perempção: - Perda do direito de Ação pela Inércia do Querelante, após o início da Ação Penal Privada - após o início da ação se o Querelante deixa de promover o andamento por 30 dias seguidos. - ocorrendo a morte do querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, se nenhum interessado comparecer em juízo no prazo de 60 dias para dar andamento ao processo (ascendente / descendentes / cônjuge / irmão). - Prescrição - Conceito: - Perda do direito de punir (Jus Puniendi) pela inércia do Estado, que não o exercitou dentro de certo lapso de tempo fixado previamente. - Contagem de Prazo: - se aplica a regra do Art 10 CP, ou seja, computa-se o dia de inicio . - Natureza Jurídica: - Causa de extinção da punibilidade que impede a aplicação e a execução da Pena, porem subsistem todos os efeitos secundários da sentença condenatória. - A Prescrição possui 2 grandes espécies: - Prescrição da Pretensão Punitiva: - é a Prescrição da Ação Penal, ou seja, ocorre antes do transito em julgado da sentença condenatória impossibilitando a aplicação da Pena. - Prescrição da Pretensão Executória: - é a Prescrição de Condenação Penal, ou seja, ocorre após o transito em julgado da sentença condenatória impossibilitando sua execução. OBS: - São considerados Imprescritíveis a Pratica de Racismo (Art. 5º Inc. XLII CF / Lei 7716/89) e a Ação de Grupos Armados (civis ou militares) contra a Ordem e o Estado Democrático de Direito. (Art.5º Inc. XLIV CF / Lei 7170/83). - Determinação do prazo prescricional: - toma por base a Pena Máxima Abstrata prevista na lei de acordo com a Tabela do Art. 109 CP da seguinte forma: - Pena: - acima de 12 anos; - prescreve em 20 anos - acima de 8 anos até 12 anos; - prescreve em 16 anos - acima de 4 anos até 8 anos; - prescreve em 12 anos - acima de 2 anos ate 4 anos; - prescreve em 8 anos - de 1 ano ate 2 anos; - prescreve em 4 anos - menor que 1 ano ; - prescreve em 3 anos - Reduz-se os prazos prescricionais pela metade quando o agente ao tempo do crime era menor de 21 anos ou na data da sentença era maior de 60 anos.(Art.115 CP) - A contagem do Prazo de Prescrição da Pretensão Punitiva se inicia na data da consumação do fato, ou na tentativa, na data em que cessa a ultima pratica do ato executório (Art. 111 CP) - Nos Crimes permanentes se inicia a partir do termino da permanência - Quanto aos prazos prescricionais pode ocorrer: - Suspensão: computa-se o lapso anterior a causa suspensiva - Interrupção: não se computa o lapso anterior de tempo - Causas de Interrupção da Prescrição da Pretensão Punitiva (Art.117CP) - Causas de Suspensão da Prescrição da Pretensão Punitiva (Art. 116 CP) - Prescrição Superveniente, Intercorrente ou Subseqüente: (Art. 110 par. 1º CP) - espécie de Prescrição da Pretensão Punitiva regulada pela Pena Concretamente aplicada na sentença de 1ª instancia. - seu prazo começa a correr a partir da publicação da sentença condenatória (1ª Instancia) e seu termo final será o Transito em Julgado da sentença para ambas as partes. - Prescrição Retroativa (Art. 110 par. 2º CP ) - espécie da Prescrição da Pretensão Punitiva que também se regula pela Pena Concreta - seu Prazo é contado Regressivamente, ou seja, de trás pra frente a partir da sentença condenatória definitiva até chegar ao recebimento da denuncia ou da queixa. - Prescrição da Pretensão Executória (Art.110 CP): - É a Prescrição da execução da pena aplicada concretamente em face da Tabela do Art. 109 CP. - O Prazo começa a correr a partir do Transito em julgado da sentença condenatória ou do dia que se interrompe a execução da pena.(Art.112 CP) - havendo a interrupção do cumprimento da pena começa a correr o prazo da prescrição executória com base no restante de pena concreta que ainda falta cumprir de acordo com o a tabela do Art. 109 CP. (Art.113 CP) - os prazos aumentam-se de 1/3 se o condenado for reincidente - Prescrição pela Pena Ideal ( Prescrição em Perspectiva) - é a prescrição da pretensão punitiva feita com base na pena concreta projetada em face dos autos do processo. - em face das mudanças promovidas pela Lei 12.034/2010 praticamente não é mais adotada. (vide SUM 438 – STJ)
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