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Penal 19 Resumo de Direito Penal

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DIREITO PENAL I
→ No primeiro período da história o homem atribuiam aos Deuses os infortúnios da vida. 
O homem adorava aos deuses e os infortúnios da vida eram compensados com ofertas 
aos Deuses.
→ As infrações cometidas pelo homem eram punidas as vezes com a morte de toda 
família. Os homens acreditavam que o mal cometido por um membro da família sobrecaia 
sobre todos os seus membros.
→ Lei de Talião : O homem passou acreditar que os crimes cometidos por um homem 
deveriam ter punição da mesma forma que o crime cometido.
→ A evolução do Direito foi gradativa e lenta.
→ Na idade média, após o Iluminismo o Direito avançou de maneira mais humana. Por 
meio de Cesari Beccaria, Dos Delitos e das Penas, surgiram os principíos básicos do 
Direito Penal, principalmente em relação a pena.
→ No Brasil, logo após sua descoberta, os portugueses encontraram nos grupos 
indígenas o Direito costumeiro. Não haviam regras pré – definidas de forma geral e 
organizada. Cada grupo indígena adotava os seus próprios princípios.
→ No Brasil todo o Direito iniciou com as idéias importadas. Começando pelas 
Ordenações Filipinas (código extremamente rígido que possuía inclusive a pena de 
morte).
→ Por volta de 1822 (Proclamação da Independência) se estabeleceu a primeira 
Constituição Brasileira que exigia a criação de um Código penal. Em 1830 surgiu então o 
Código Criminal do Império; tendo adotado a Pena de Morte; existia uma proteção 
especial para os menores de 14 anos e uma série de atenuantes.
→ Em 1890 surgiu o Código Penal → Evolui em relação ao anterior abolindo a pena de 
Morte e deu caráter mais humano a Pena. Contudo, os crimes não eram bem 
sistematizados neste código sofrendo várias críticas.
→ Consolidação das Leis Penais → Substituiu o Código penal de 1890 e em 1942 foi 
finalmente constituído o Código penal que vigora até os dias atuais.
→ O Código Penal atual necessita de um avanço para alcançar uma série de 
comportamentos da sociedade civil atual que não são contempladas, pois, o código 
reflete a realidade da época, não tendo acompanhado a evolução da sociedade.
→ Em 1969 aprovou-se um novo Código Penal que mesmo antes de entrar em vigor ele 
foi revogado.
→ Várias tentativas foram feitas para alterar o Código. Em 1984 foi aprovado a lei 7.209 
que alterou substancialmente a parte especial do Código. A prisão preventiva 
compulsória foi afastada do Código. Os crimes em que a pena máxima fosse igual ou 
inferior a um ano como exemplo, seriam transformadas em sanções diversas, tal como a 
prestação pecuniária e não mais a perda de liberdade.
→ Miséria, distribuição de renda, problemas sociais, são produtores de marginalidade. E 
o Estado ao invés de buscar soluções para tais problemas procura cada vez mais criar 
Leis e novos métodos para coibirem, para reprimirem a criminalidade.
 Conceito de Direito Penal : A vida em sociedade é que passa a exigir a criação de 
regras para regular a vida desta mesma sociedade. Daí surge o Direito Positivo, o 
vitorlourenco@brasilvision.com.br
Tel. (22) 9962-8451 / (22) 2566-6615
BIBLIOGRAFIA : DAMÁSIO, Bittencourt. Manual de Direito Penal. Vol. 1. SÃO PAULO : 
MIRABETTI.
1
Direito Penal como a reunião das normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe 
determinadas condutas sob a ameaça de sanção penal, estabelece ainda os 
princípios de (....)
→ No Direito Brasileiro os loucos são considerados ininputáveis, não há Lei privativa de 
liberdade que os possa imputar.
→ A finalidade do Direito Penal é a proteção do indivíduo. O homicídio é o crime mais 
grave que existe no Direito penal. A vida é o patrimônio mais importante para o Direito 
Brasileiro. (Tão importante que nem mesmo com o consentimento da pessoa a morte é 
permitida).
 Fontes do Direito Penal → Subdividem-se em Fontes Materiais e Fontes Formais.
 Fonte Material → De onde se origina, onde o Direito Penal é produzido. De acordo 
com a CF é princípio que somente a União pode legislar em matéria Penal.
 Fontes Formais → Através do qual o Direito se manifesta, se exterioriza.
 Fontes Formais Diretas → Princípio da reserva legal → somente a Lei pode 
estabelecer penas.
 Fontes Formais Indiretas → Os princípios gerais do direito, os costumes, a doutrina, a 
jurisprudência.
→ O costume não pode servir de base para incriminar o indivíduo → o costume não cria 
crime, mas pode impedir inúmeras situações delituosas. O costume pode servir para 
afastar as condutas que possam ser consideradas delituosas. Determinam uma série de 
conceitos que variam de lugar para lugar, de região para região. Ex.: Lesão corporal : a 
sociedade indígena tem o costume de furar os lábios ou a orelha, para os indígenas tal 
fato não é tratado como lesão corporal. Já um pai de família de um centro urbano pode 
vir estar cometendo um delito. O conceito de honra, geralmente os costumes que 
determinam estes conceitos.
→ O Direito Penal se relaciona com vários ramos de outras ciências : Filosofia do 
Direito (estabelece princípios lógicos que determinam várias institutos do Direito Penal, 
como por ex.: delinqüencia, imputabilidade, irresponsabilidade, dolo) , Teoria Geral do 
Direito (Várias regras determinadas pela Teoria Geral do Direito são aplicadas no Direito 
Penal.) Sociologia Jurídica (O Direito resolve comportamentos sociais e assim sendo a 
Sociologia está diretamente ligada ao Direito Penal), Direito Constitucional (Vários 
artigos da Constituição tratam do Direito Penal, Ex.: o artigo que determina que somente 
a União pode legislar em matéria penal), Direito Administrativo (Decorre de pessoas 
vinculadas a administração pública).
→ O Direito Processual Penal é um ramo autônomo do Direito Penal, é aquele que se 
prevê as regras de como a ação penal deve ser desenvolver, como a sentença de ser 
prolatada. O Direito Processual Civil é aplicado subsidiariamente ao Direito Penal, 
naquilo que não está previsto no Direito Penal.. São através de suas regras que o Direito 
se realiza.
→ A infração pode imputar ao indivíduo uma sanção civil ou uma sanção penal. Um 
mesmo fato pode gerar ao indivíduo conseqüências civis ou criminais ou civis e criminais. 
Vários conceitos aplicáveis ao Direito Civil são aplicáveis ao Direito Penal. Ex.: No caso 
de homicídio o indivíduo responderá criminalmente pelo crime cometido e civilmente 
numa ação de indenização pelos danos causados a família da vítima.
• Aplicação Legal do Código Penal → Princípio da Reserva Legal : Art. 1º : Não há 
crime sem lei anterior que o defina, e não há pena sem prévia cominação legal. Por 
vitorlourenco@brasilvision.com.br
Tel. (22) 9962-8451 / (22) 2566-6615
2
esse princípio para que uma conduta seja considerada delituosa tem que existir Lei 
anterior que o defina. Desse princípio da reserva legal fica assegurado que uma 
conduta seja considerada crime, tem que estar prevista na Lei como tal, é o princípio 
da anterioridade da Lei → uma conduta só é considerada como crime se estiver em 
Lei que o defina anteriormente, se estiver tipificada em Lei (Lei anterior ao fato).
→ A Lei que define os crimes tem de ser clara, objetiva, para não dar sentido 
contraditório ou gerar dúvidas em sua interpretação, a descrição da lei com relação a 
conduta tem que ser a mais completa para que não dificulte sua compreensão.
→ Toda sanção penal possui parâmetros mínimos e máximos para que não fique ao 
arbítrio do Juiz ou dos julgadores. Existem critérios para que os juizes dêem a sentença, 
para fixe a pena, não podendo ultrapassar o máximo e nem tão pouco reduzir 
excessivamente. 
 Desse princípio da Reserva legal decorrem outros :
1. Intervenção Mínima : O Direito Penal não pode cuidar das coisasde menor valor. A 
conduta só é contrária a Lei quando estiver prevista na norma. Podem existir muitas 
situações que ferem um sentimento moral e as vezes legal mas que não chega a 
constituir crime. Ex.: Dívida. Um indivíduo com um carro desgovernado invade uma 
casa e derruba o muro; isso não será considerado crime, mas o mesmo responderá 
apenas pelos danos causados a propriedade.
2. Princípio da Proporcionalidade → É aquele em que a sanção deve corresponder ao 
desvalor da ação. Ex.: Se um indivíduo comete um crime a sanção será a prisão de 6 
a 20 anos, se ele pratica lesão corporal a pena é de 3 meses a um ano, porque a 
morte é um fato muito mais sério que a lesão. A sanção deve ser proporcional ao 
delito cometido. Estabelece uma proporção entre o desvalor da ação e a respectiva 
sanção penal.
3. Princípio da Humanidade → A sanção Penal não deve só se basear na retribuição 
pela agressão praticada mas também deve constituir numa ajuda social visando a 
recuperação do condenado.
4. Princípio da Culpabilidade → Estabelece que ao fixar a Pena o Juiz não pode se 
basear unicamente no dolo ou na culpa do infrator devendo a Pena ser fixada em 
razão da própria ação cometida, e não por defeito de caráter do agente (mau 
caratismo). Pode ocorrer que um cidadão, mau caráter, cometer um crime em legítima 
defesa, e pode um cidadão de bem, reconhecidamente de bom caráter, cometer um 
homicídio com requintes de violência. O que não está no processo não está no 
mundo. O juiz deve se ater aos autos do processo.
 Art. 5º da CRFB → Estabelece um elenco enorme de princípios que devem ser 
observados na aplicação do direito penal.
 Privação da Liberdade → Ninguém será privado de sua liberdade e de seus bens sem 
o devido processo legal.
 A Lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito.
 Aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados de forma geral 
são assegurados o contraditórios e ampla defesa, todos os meios e recursos a elas 
inerentes. Nenhuma pessoa pode ser condenada sem a ampla defesa e o 
contraditório.
 Não será considerado julgado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória. (Presunção de inocência).
 Ninguém será preso se não em flagrante delito.
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 A Lei só pode ser aplicada pelo juiz com jurisdição → atribuição e competência.
• Norma Penal → É uma Norma de Direito onde o estado manifesta sua vontade 
definindo a proibição de certas condutas sob a ameaça de sanção. Estas Normas 
Penais podem também estabelecer princípios gerais do direito e dispor sobre a 
aplicação e limite das penas.
• Norma Penal → É a conduta proibida. A conduta de forma positiva → é a vontade do 
estado; na Lei existe a forma positiva e na norma penal a prática proibitiva sob pena 
de sanção. A lei descreve a conduta positiva : matar, subtrair, lesionar. A vontade do 
Estado é exatamente o contrário, por isso a norma penal é a norma de direito através 
da qual o estado manifesta a proibição da prática de determinadas condutas sob 
ameaça da sanção penal.
• A Lei Penal não é só o Código Penal, existem muitas outras leis que são penais. 
Existem leis de ordem puramente penal e existem outras leis que as vezes são 
basicamente de ordem civil mas que contêm regras de direito penal.
• Ex.: Lei de Entorpecentes : lei eminentemente penal mas com alguns princípios da lei 
civil. Lei de alimentos : é parte do Direito Civil e com alguns dispositivos penais. Lei 
de Imprensa, Lei das contravenções penais.
• O Código Penal é apenas uma das leis penais, inúmeros são os diplomas que contêm 
regras de direito penal.
→ A Lei Penal é a mais importante de um ordenamento jurídico porque protege os 
valores de maior importância. Protege os bens mais importantes do indivíduo e as 
agressões aos bens jurídicos mais importantes.
→ A norma penal é composta de duas partes :
1. Comando Principal ou preceito primário
2. Sanção ou preceito secundário.
→ Comando Principal é a descrição da conduta criminosa feita pela Lei.
→ A sanção é a pena aplicável ao infrator do preceito primário.
→ Ex.: Art. 121 → Matar alguém → Comando principal.
Pena → 6 a 20 anos → Comando secundário → Sanção
• A lei Penal apresenta algumas características :
1. Imperativa → Todos que a contrariam seus preceitos primários são submetidos a 
sanção nela prevista.
2. Geral → Porque destina-se a todos, mesmo aos ininputáveis, que são sujeitos a 
medidas de segurança.
3. Impessoal → Não se refere a pessoas determinadas.
4. Exclusiva → Porque somente ela pode definir crimes e as respectivas sanções.
5. Regula fatos futuros → Porque a Lei só aplica a fatos futuros. Só se aplica a fatos 
pretéritos quando beneficiar o réu.
• CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS.
1. Norma Penal incriminadora → A norma penal incriminadora é a que descreve a 
conduta criminosa e estabelece a pena. Estão no código penal em quase todos os 
artigos da parte especial, a partir do artigo 121.
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2. Norma Penal não incriminadora → A norma penal não incriminadora se 
subdividem em norma penal explicativa e norma penal permissiva. 
→ Art. 23 → Não há crime quando o réu pratica um ato por legítima defesa, em estado 
de necessidade, no cumprimento do dever, são normas permissivas. Ex.: Art. 128 → 
Aborto não é crime praticado pelo médico quando para salvar a vida da gestante.
→ As normas explicativas é quando fornece elementos para esclarecer o conteúdo das 
outras normas. Ex.: Art. 150 → crime de violação de domicílio : entrar ou permanecer 
clandestino ou astuciosamente ou contra vontade expressa ou tácita a quem de direito 
em casa alheia ou em suas dependências. § 4º : A expressão casa compreende qualquer 
compartimento habitado, aposento ocupado de habitação coletiva, compartimento não 
aberto ao público onde alguém exerce profissão ou atividade . § 5º : Não se compreende 
instalação casa, hospedaria, estalagem, taverna, casa de jogo e outras do mesmo 
gênero. Os dois parágrafos explicam o que significa casa para efeito do art. 150. Art. 327 
→ Considera-se funcionário público para efeitos penais quem embora transitoriamente 
embora sem remuneração exerce cargo, emprego ou função pública. Art. 63 → Explica o 
que seja reincidência.
→ As normas não incriminadoras estabelecem princípios gerais e dispõem sob formas e 
meios de aplicação da pena, vários dispositivos que definem como o juiz deve aplicar as 
penas, o que deve ser considerado, quais os agravantes, quais os atenuantes.
• Existem também algumas normas penais classificadas como gerais ou especiais, 
ordinárias ou excepcionais :
→ Gerais → vigoram em todo território nacional.
→ Especiais → Aquelas que se destinam a determinadas regiões.
→ Ordinárias → são aquelas que vigoram em qualquer situação.
→ Excepcionais → aplicáveis em situação emergencial, em tempo determinado.
→ Extraordinárias → em tempo determinado, situações determinadas. (Ex.: estado de 
sítio, calamidade.)
• Norma Penal em Branco : Existem algumas normas penais que encontram-se 
incompletas e dependem de outra norma jurídica para completar o seu conteúdo. 
Pode estar prevista na própria Lei ou em outro diploma legal. Ex.: Existe na Lei 
Penal : Deixar o médico de comunicar as doenças de notificação compulsória. Quais 
são as doenças de notificação compulsória ? Existe um Decreto Federal que 
completa a norma penal descrevendo quais são estas doenças. Crimes previstos na 
lei de entorpecentes, Art. 16 → substâncias que causam dependência física ou 
psíquica → um decreto federal determina quais são estas substâncias. Art.12 → Ter 
em depósito ou vender substância entorpecente que provocam dependência química 
ou psíquica. Estas normas são completadas por outras.
• Norma Penal em Branco Contextual : Quando é completada por um próprio 
dispositivo da lei penal. Ex.: É crime trazer consigo documento particular. Considera-
se documento particular todos aqueles tratados em outros artigos já previstos no 
próprio código.
• Extratividade = Ultratividade e Retroatividade → quando a Lei sofre modificações 
diz-se que a Lei é extrativa, é a extratividade da Lei que ora se movimento 
retroagindo, ora permanecendo válida mesmo após ter sido revogada. A ultratividade 
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da Lei diz quando a Lei mesmo revogada se aplica a fatos ocorridos anteriormente. E 
a Retroatividade é quando Lei nova surge retroagindo para alcançar o fato ocorrido 
anteriormente. Portanto, estas situações ocorrem quando depois da ocorrência de 
determinados fatos Leis diferentes surgem
→ Retroatividade da Lei Benigna
→ Ultratividade da Lei mais Benigna
→ Novatio Legis Incriminadora
→ Abolitio Criminis
→ Novatio Legis in Pejus
→ Novatio Legis in Melius
 Retroatividade quando a Lei retroage para beneficiar.
 Ultratividade quando a Lei posterior prejudica o réu ficará prevalecendo a lei anterior. 
 A retroatividade é o fenômeno pelo qual a norma jurídica é aplicável antes do início 
de sua vigência. E a ultratividade é a aplicação dela mesmo após a sua revogação.
 Art. 2º - Ninguém poderá ser punido por fato que lei posterior deixar de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. § Único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitado em julgado. A retroatividade aplica-se mesmo que o fato já esteja julgado, 
mesmo com sentença condenatória. Se o reú já esteja cumprindo a sua pena e surge 
uma lei que o favoreça reduzindo sua pena, a este poderá ser aplicado esta nova lei 
mais benéfica. 
 Extratividade é a capacidade que a Lei tem de retroagir para atingir um fato ou 
ainda mesmo revogada continuar sendo aplicada.
 Novatio Legis Incriminadora : Abolitio Criminis. → Nova Lei que cria tipo penal : 
Exclusão do crime → A Lei nova descaracteriza situações que antes era previsto 
como crime. A Lei nova afasta conduta que antes era previsto como crime.
•
 Novatio Legisl em Pejus : Novatio Legis In Melius. → É quando a nova Lei é 
prejudicial ao agente e não pode ser aplicada. Decorre do princípio da reserva legal.
 Abolitio Criminilis → se aplica a qualquer tempo antes de terminada a execução da 
pena, atinge todos os efeitos do crime; pessoa voltará a condição de primário, bom 
antecedentes, só não afasta conseqüências de ordem civil.
 Novatio Legis In Melius → Aplica-se o princípio da irretroatividade da lei. Se várias 
Leis surgirem em meio a um processo judicial será aplicada a Lei mais benéfica, a 
mais benévola.
 Quando Lei Excepcional, a de prazo determinado, esta permanece prevalecendo 
até mesmo após a sua revogação. → Art. 3º - C.P. → A lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.
→ Teorias do Tempo do Crime :
1. Atividade.
2. Resultado.
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3. Mista.
→ Várias situações surgem e torna-se necessário se determinar o tempo para os efeitos 
penais. O crime se considera onde o resultado dele se consumar.
→ O tempo do crime vai determinar a competência, a anistia, a prescrição, entre outros.
→ Essas teorias são resultados da doutrina penal. A teoria Penal estuda e apresenta 
estas três teorias para explicar tempo do crime.
Ex.: Uma pessoa com 17 anos e 11 meses : Imputável ou não ? Se o tempo do crime, ou 
o fato ocorrido foi quando ele ainda não tinha 18 anos ele será considerado ininputável.
→ Atividade → Momento do crime ou da conduta. Ação ou omissão.
→ Resultado → Afirma que o tempo do crime é quando ele se consumou. Quando 
ocorre o resultado. (no crime de homicídio : a morte)
→ Mista → Considera o tempo do crime tanto o momento da conduta quanto o 
resultado.
 Encontra-se no artigo 4º da Lei Penal estabelecendo como a teoria da atividade : 
Art. 4º CP → Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. 
→ Lei Penal no Espaço.
1. Territorialidade
2. Nacionalidade
3. Proteção
4. Competência Universal
5. Representação
• Com relação a Lei Penal no espaço destina-se a determinar os conflitos das Leis 
entre os países diferentes e a sua aplicação.
• Em princípio a territorialidade é aplicada na Lei Penal Brasileira. Aplica-se aos fatos 
ocorridos dentro do território brasileiro.
• Territorialidade → A Lei é aplicável nos fatos ocorridos num determinado País, no 
Brasil, Lei Penal Nacional.
• Nacionalidade → A Lei aplicada deve ser a lei de origem do autor do fato, não se 
considerando o local onde tenha ocorrido o fato → leve em conta a nacionalidade do 
agente.
• Proteção → Aplica-se a Lei do País ao fato que atinge um bem jurídico nacional. Sem 
levar em conta a nacionalidade ou o local onde foi aplicado. Ex.: Um estrangeiro 
falsifica a moeda nacional, este crime será julgado pelas leis brasileiras.
• Competência Universal → O autor de um crime deve ser julgado e punido pela Lei 
do País onde for encontrado. 
• Representação → Aplica-se a Lei do País quando por deficiência legislativa ou 
desinteresse de outro que devia reprimir o crime este não o faz dizendo respeito aos 
crimes cometidos em aeronaves ou embarcações.
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→ Art. 5º - CP → Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízos de convenções, tratados e 
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Todo crime 
praticado no território nacional deve ser apurado e punido segundo a Lei brasileira, sem 
desconsiderar os tratados internacionais, convenções e princípios gerais. Basicamente é 
a aplicação ao princípio de territorialidade.
• Conceito de Território para aplicação da Lei Brasileira : Território em sentido 
material abrange o solo e o subsolo sem interrupção e com limites reconhecidos, as 
águas interiores, o mar territorial, a plataforma continental e o espaço aéreo.
• Lei 8.617 → Art. 2º - Estende-se ao mar territorial ao espaço aéreo sobrejacente, e 
ao solo e sub - solo.
• Mar, toda a área do subsolo do mar territorial e o espaço aéreo sobrejacente. 
• Mar territorial → 12 milhas marítimas a dentro do oceano considerando como território 
brasileiro. Manteve-se as 200 milhas brasileiras somente para efeitos econômicos.
• Em auto mar a Lei aplicável é a bandeira, desde que não alcance também o mar 
territorial de outro país ou espaço aéreo.
• Para determinar este espaço aéreo existem também três teorias :
→ 1. Teoria absoluta liberdade do ar : todo espaço aéreo não deve ser de domínio de 
nenhum país, devendo ser usado por todos os países.
→ 2. Soberania até os prédio mais elevados ou ao alcance das baterias anti – aéreas.
→ 3. Teoria sobre a soberania coluna atmosférica sobre o país sobrejacente : uma linha 
imaginária sobre as 12 milhas. É a teoria aplicada pelo Direito Brasileiro. 
→ Exceções as Teorias : Extraterritorialidade
→ Art. 5º, §1º → Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do 
governo brasileiroonde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto mar.
→ Art. 7º, caput : Ficam sujeitos à lei brasileira embora cometidos no estrangeiro : 
extraterritorialidade incondicionada → porque não prevê a Lei nenhuma condição para 
que sejam punidos pela Lei Brasileira : I – Os crimes : a) contra a vida ou a liberdade do 
Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estados, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a 
administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for 
brasileiro ou domiciliado no Brasil.
→ O parágrafo 2º → Trata-se de extraterritorialidade condicionada, porque determina 
as condições para aplicação da Lei : §2º - Nos casos do Inciso II, a aplicação da lei 
brasileira depende do concurso das seguintes condições : a) entrar o agente em território 
nacional; b) ser fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime 
incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não Ter sido o 
agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não Ter sido o agente 
perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a 
lei mais favorável.
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→ PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO :
 A sentença condenatória estrangeira para efeitos reicindência, não exigirá maiores 
formalidades, bastando que seja apresentada ao Juiz uma certidão traduzida. Para 
efeitos civis, esta sentença penal estrangeira terá de ser homologada pelo STF.
 Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada quando idênticas.
 No caso da pena : se forem da mesma espécie elas se compensam e se forem de 
espécies diferentes servem para amenizar. Não pode haver 2 penas para o mesmo 
crime.
→ O LUGAR DO CRIME → aplica-se as mesmas teorias da atividade, do resultado ou 
da mista.
→ Art. 6º - CP → Considera-se praticado o crime lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado . Adotou a teoria mista ou da biovidade. 
• INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL → a busca pelo sentido das palavras. Usa-se de 
vários recursos a fim de que se encontre o verdadeiro sentido da Lei. Existem critérios 
para se interpretar as Leis. 
→ Antes do Iluminismo a interpretação das leis eram feita de acordo com o 
entendimento de cada um, sem critérios, sem princípios, ensejando arbítrio dos 
julgadores. A partir desta fase do Iluminismo foram desenvolvendo sistemas de 
interpretação.
→ Interpretação é buscar o verdadeiro sentido da lei → o intérprete é o mediador entre o 
que está escrito na Lei e a vontade dela → existem ciências que cuidam da interpretação 
→ hermenêutica ou exegese, ciências ou métodos que se preocupam com a 
interpretação das Leis.
→ Hermenêuta ou Exegeta → Pessoas que estudam a interpretação da leis.
→ Espécies → Quanto ao sujeito : autêntica, doutrinária, judicial e jurisprudencial. 
 Quanto ao sujeito que realiza a interpretação : 
 Autêntica : Realizada pelo próprio órgão de elaboração da lei. A própria Lei dá a 
interpretação, somente a Lei ou quem a realiza pode realizar a interpretação. Ex.: 
quando a Lei conceitua o que é funcionário público, quando conceitua o que é réu 
reincidente, quando conceitua o que é casa para efeitos penais → trata-se de 
interpretação autêntica contextual → conceitos textuais → quando está na própria Lei.
 Doutrinária : Feita pelos doutores, pelos jurisconcultos, é a mais simples, são as 
obras que interpretam as Leis, os códigos. Ex.: Paulo Dourado Gusmão, Paulo Náder, 
Damásio, Sérgio Cavalieri Filho, entre outros.
 Judicial : É a interpretação elaborada pelos juizes quando da aplicação da ao caso 
concreto.
 Jurisprudencial : É a emanada dos tribunais através de suas decisões constantes 
sob determinado assunto legal. Quando os tribunais apreciando um determinado 
tema e decidem de uma mesma forma a questão reiteradas vezes , passam a 
constituir as súmulas. As decisões do tribunais de forma constante sobre determinado 
tema.
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→ A única interpretação que possui caráter obrigatório é a autêntica, a que emana do 
texto da Lei. As demais não possuem efeito vinculante, as posições do supremo através 
de súmulas não possuem ainda caráter obrigatório.
 Quanto ao meio empregado : 
 Gramatical : É feita através de recurso do próprio vernáculo, da própria função 
gramatical, do sentido gramatical da palavra. Muitas palavras no Direito penal podem 
ter sentidos diferentes. Ex.: Invenção : Inventar é criar alguma coisa, e em direito 
penal, invenção é achar. , Citação : citar é mencionar alguém, em direito penal, tem o 
sentido de comunicar para responder, Fútil : Insignificante, em vão, em direito penal, 
motivo fútil é a desproporção entre a provocação e a reação, tornando o crime muito 
mais grave.
 Interpretação Lógica : É feito recorrendo-se ao sistema do código, o que pretende o 
legislador regular com àquela Lei, o conjunto da norma instituída. Ex.: Artigos que 
definem as formas qualificadas. É necessário se analisar todo o conteúdo anterior ao 
capítulo. Art. 223 → Se dá violência resulta lesão corporal de natureza grave : Pena 
— reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. O artigo lido separadamente não tem 
significado. Mas este artigo vai se referir a todos os demais dispositivos : Art. 224 – 
Presume-se a violência, se a vítima : a) não é maior de 14 (catorze) anos; b) é 
alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância; c) não pode, por 
qualquer outra causa, oferecer resistência.
 Teleológica : Visa o fim pretendido pela Lei. Muitas das vezes quando não se 
consegue interpretar pelo meio gramatical ou lógico, torna-se necessário identificar o 
que o legislador quis ao constituir uma determinada norma → Vis – legis : O fim. 
Busca-se até mesmo a exposição de motivos do legislador.
 Quanto ao Resultado : 
 Declarativa : Ocorre quando o texto da Lei não é ampliado e nem restringido 
buscando-se apenas o significado oculto do termo ou expressão utilizado pela Lei. 
Em várias passagens o C.P. afirma que : quando o crime é praticado por duas ou 
mais pessoas.. Duas ou mais pessoas são várias pessoas ? Em princípio duas 
pessoas são várias pessoas, mas no Direito Penal não o é, quando a lei diz duas 
pessoas ela diz expressamente duas pessoas, portanto, entende-se que várias 
pessoas serão mais de 3 pessoas.
 Restritiva : Ocorre quando tem que se reduzir o alcance da Lei para encontrar o seu 
exato sentido. Tem várias disposições no Código Penal que generalizam e outros 
dispositivos tratam destas normas generalizadas pelo C.P. 
→ Ex.: Art. 332 : (tráfico de influência, abrangente, geral.)
Art. 357, exploração de prestígio → especifica alguns tipos de funcionário 
público.
Art. 28, Inciso II → não diz que tipo de embriaguez (alcoólatra, patalógico, 
fortuita) – é abrangente, geral.
Art. 26 → Define como ininputável o doente mental. A embriaguez do Art. 
28 pode-se deduzir àquela que não decorre de condições patalógicas.
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 Extensiva : Ocorre quandose precisa ampliar o sentido ou o alcance da Lei. Ex.: 
Bigamia → Poligamia : O CP condena pelo crime de bigamia, assim o sendo, deduz-
se que também o fará no caso de Poligamia. Art. 235 — Contrair alguém, sendo 
casado, novo casamento. A Lei não fala em poligamia. 
• Interpretação Progressiva → As transformações sociais, políticas, científicas para 
obter o alcance da Lei. Ex.: o perigo de vida em 1940 tinha um alcance, nos dias 
atuais é menor e mais raro. Doença mental, conceitos de honra, sedução.
• Interpretação Analógica : Parte de algumas situações definidas para alcançar a 
generalidade, para alcançar situações semelhantes. Ex.: Art. 121 → Matar alguém : 
Inciso I : mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
Inciso III → com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. 
 ELEMENTOS DE INTERPRETAÇÃO → Pode-se recorrer a vários elementos para se 
buscar o sentido da Lei, a vontade da Lei : sistemático, rubrica, legislação 
comparada, conceitos extras jurídicos, história da Lei.
1. Sistemático → Lógico, buscar dentro do sistema da Lei, na forma da Lei. A lei é 
dividida em Títulos, Capítulos, Seções, parágrafos. A forma de interpretação 
sistemática recorre-se a este sistema.
2. Rubrica : Nome do delito : é importante a rubrica para entender o alcance do tipo 
penal. Ex.; Art. 152 — Abusar da condição de sócio ou empregado de 
estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, 
subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranhos o seu conteúdo. Fala em 
suprimir correspondência : pela rubrica o crime só será tipificado para 
correspondência comercial. Para correspondência particular temos o Art. 153 — 
Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de 
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação 
possa produzir dano a outrem.
3. Legislação Comparada : Exame da legislação da Lei pátria com a de outros países 
que a influenciaram possibilitando melhor interpretação do feito legal. Ex.: O código 
civil brasileiro possui muita influência do código civil francês. O código de processo 
Civil foi muito influenciado pelo Código Civil Alemão.
4. Extras Jurídicos : Podem ser científicos, filosóficos, políticos, técnicos e que serão 
utilizados para descobrir a vontade exata da Lei. Ex.: O conceito de veneno : química. 
O conceito de doente Mental : Psiquiatria. O conceito de asfixia : pela medicina.
5. História da Lei : Todos os elementos que foram usados no processo de elaboração 
da lei para levar o interprete desde o processo de sua elaboração, justificativas, 
emendas, material legislativo.
→ Toda lei de maior alcance vem acompanhada de justificativas ou exposições de 
motivo. No ante – projeto segue sempre com tais exposições e submetidos a votação e 
as alterações do texto original. Estas servem de auxílio na interpretação da lei.
CONCEITO DE CRIME → Não há no código nenhuma conceituação de crime, ao 
elaborar o código penal preferiu o legislador que esse encargo ficasse para a doutrina. 
Os doutrinadores resolveram estabelecer critérios. Não há como se definir de uma única 
maneira o crime e passou a ser definido pelo seu aspecto externo, ou seja, o efeito que o 
crime externamente apresenta, denominando-se como conceito formal e analisando a 
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natureza do fenômeno decorrente do crime, a natureza do bem jurídico afetado, 
estabeleceram um conceito que denominaram conceito material, e partindo dos 
elementos que se compõem o crime partiram para um conceito que foi denominado 
analítico..
→ Aspecto Formal → Pode o crime ser definido como toda ação ou omissão proibida 
pela Lei sob ameaça de sanção. Este conceito é um conceito superficial
→ Conceito Material → É aquele que busca definir o crime tendo em vista o bem 
protegido pela Lei. A conduta humana que lesa ou expõe a perigo um bem jurídico 
protegido pela Lei Penal.
→ Conceito Analítico → Baseado nos elementos que se compõem o crime, em 
princípio conceituava-se o crime como toda conduta anti – jurídica, típica, culpável e 
punível. Com evolução do estudo do direito e tendo em vista outras teorias a respeito da 
ação, esse conceito foi se modificando, porque chegaram a conclusão de que alguns 
desses elementos em princípio não eram realmente elementos, mas sim, questões que 
estavam ligadas ao crime mas que não chegavam a alterar a essência do crime. Ex.: O 
elemento punível : para o doutrinador não existiria crime sem punibilidade, no entanto, 
várias situações existem em que o crime ocorre e não há possibilidade de aplicar a 
pulnibilidade.
 Punibilidade : Várias situações se apresentam em que o crime ocorre, contudo, não 
haverá possibilidade de se atribuir uma sanção : Ex.: Um crime de furto praticado por 
um filho contra o pai. Art.181 – É isento de pena quem comete qualquer dos crimes 
previstos neste título, em prejuízo : I – do cônjuge, na constância da sociedade 
conjugal; II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, 
seja civil ou natural. Portanto, embora neste caso o crime de furto estaria tipificado, 
perfeito, a conduta anti – jurídica, prevista no artigo 155, só que não vai se aplicar a 
pena porque existe uma escusa absolutória prevista no art. 181.
 Causas de extinção da punibilidade : Existem várias situações além dessas em 
que o crime se apresenta perfeito e a pena não é aplicável, são as causas de 
extinção da punibilidade : Art. 107 : Extingue-se a punibilidade : I – pela morte do 
agente; II – pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais 
considera crime o fato como criminoso; IV – pela prescrição, decadência ou 
perempção; V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes 
de ação privada; VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei admite; VII – 
pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes, definidos no 
capítulos I, II, e III do Título VI da parte especial deste código; (...). 
→ Punibilidade, portanto, não é elemento do crime é um pressuposto da aplicação da 
pena. A possibilidade de aplicar-se a pena.
→ Culpável → Culpabilidade → A culpabilidade dizia-se também que era elemento do 
crime, tal como, na punibilidade, em várias situações o crime se aperfeiçoa com todos os 
seus elementos e a culpabilidade afasta o juízo de reprovação, e portanto, não estará o 
autor da ação a sanção penal. Ex.: São várias as situações previstas no Código, uma 
delas é a coação moral irresistível, quando uma pessoa pratica uma conduta mediante 
uma coação moral irresistível ela não está praticando a conduta livremente, estará com 
sua vontade viciada. Ela pratica a conduta com todas as suas conseqüências só que não 
poderá ser submetida a sanção penal em razão do vício que incide sobre sua vontade. 
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→ Conclusão : Punibilidade e culpabilidade não poderão ser tidas como elementos 
do crime, ficando o conceito na sua forma analítica como sendo o fato sendo o fato 
típico e anti – jurídico.
→ Definição de culpabilidade : A culpabilidade consiste na reprovabilidade ou 
sensurabilidade de conduta, é um juízo de reprovação. Juízo de reprovação sobre o 
comportamento do indivíduo.
CARACTERÍSTICAS DO CRIME → Para que exista um crime é necessário que o 
indivíduo pratique uma conduta (ação ou omissão), sendo necessário que a conduta seja 
típica, ou seja, que esteja descritacomo infração penal na lei. E por fim, tem que ser anti 
– jurídica, que é contrário ao direito, não estando amparada por causa excludente de 
antijurisdicidade. Ex.: Causas de exclusão de ilicitude : Art. 23 do CP : Não há crime 
quando o agente pratica o fato : I – em estado de necessidade; II – em legítima defesa; III 
– em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito.
→ As características do crime sob o aspecto analítico são a tipicidade e a anti – 
jurisdicidade.
→ Tipicidade é quando há uma adequação perfeita entre um fato concreto e a 
descrição contida na Lei. Ex.: Expor ou abandonar recém – nascido para ocultar desonra 
própria. A conduta para ser típica ela tem que se enquadrar perfeitamente na descrição 
da lei.
→ Fato Típico → É o comportamento humano (positivo ou negativo) que em regra 
provoca um resultado e é previsto como infração penal. Comportamento humano, ação 
ou omissão que em regra provoca um resultado e que está descrito na lei. Nem sempre 
um crime produz resultado, por ex., um crime de tentativa de homicídio ele não produz 
resultado e não deixa de ser crime. Em regra o fato típico produz resultado mas não é 
indispensável esse resultado para a existência do crime. 
→ Fato Anti – Jurídico → É o que contraria o ordenamento jurídico. Qualquer fato que 
contraria o ordenamento, a lei. A anti – jurisdicidade sob o aspecto penal é a 
contrariedade entre o fato típico praticado e o ordenamento jurídico. O fato típico só 
encontramos na Lei Penal.
REQUISITOS, ELEMENTOS E CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME
• Requisitos Genéricos do crime são a tipicidade e a anti – jurisdicidade.
• Requisitos específicos do crime são os elementos, elementares ou circunstanciais.
→ Elementos Objetivos : Descrição Objetivo : A descrição objetiva do tipo.
→ Elementos → O verbo constitui o elementos principal de qualquer tipo penal, porque 
ele descreve a conduta, tanto positiva, quanto negativa, é o núcleo do tipo porque é nele 
que se está a determinação do comportamento do autor. 
→ Além do verbo são considerados também considerados elementos do tipo as partes 
que integram a relação jurídica, o sujeito ativo que é o autor, aquele que realiza o 
comportamento, e sujeito passivo que é o titular do bem jurídico violado pelo 
comportamento.
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• Existem outros elementos que se apresentam junto ao crime que são denominados : 
elementos subjetivos e normativos.
→ Subjetivos → Consistem exatamente na motivação, podem ser o dolo, através do 
comportamento visando um fim, ou dolo eventual que quando o indivíduo age embora 
não querendo o resultado age no sentido de obtê-lo.
→ Normativos → São elementos que não estão diretamente declarados no tipo penal, 
mas quer dizer do fim que levou aquele indivíduo a praticar aquele comportamento. Ex.: 
Quando uma pessoa rapta uma pessoa para praticar fim, atos sexual, ato libidinoso, ele 
comete um determinado crime, e quando o faz para obter vantagem econômica o crime já 
passa a ser de seqüestro ou cárcere privado de acordo com sua natureza.
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME → São dados que estão à volta do crime. Dados que 
circundam o crime, aqueles que estão agregados a figura típica fundamental do crime, 
que tem a finalidade de aumentar ou diminuir, suas conseqüências jurídicas 
principalmente no que se refere a pena.
→ Circunstâncias agravantes e atenuantes : Circunstâncias agravantes são aquelas que 
interferem para elevar a pena e atenuantes as que tornam a pena atenuada, reduzidas. 
→ Todo crime praticado por pessoa menor de 21 anos ou maior de 70 pode ser 
atenuada. A reincidência é uma circunstância agravante do crime a quem já tenha sido 
condenado por outro.
TIPO PENAL → O Tipo Penal é a descrição concreta da conduta proibida, ou seja, do 
conteúdo ou da matéria da norma. Quando se fala em tipo penal é a norma penal 
incriminadora. 
• Conduta Típica : A conduta típica é aquela que se adequa, que se aperfeiçoa a 
descrição da lei, ao dispositivo contido na lei. 
• Elementos do Fato Típico : São elementos do Fato Típico, a conduta, o resultado, 
a relação de causalidade ou nexo causal e tipicidade. Para que uma fato seja 
típico tem de apresentar todos esses elementos: que dá conduta advenha um 
resultado, e por fim a tipicidade.
• Para informar o que seja ação (conduta) no Direito Penal : Teoria Causalista, 
Finalista, Social da ação.
• Causalista ou Naturalista → Só o comportamento humano, quando a pessoa age já 
está tipificando o crime cometido. Nesta teoria não se questiona a motivação do 
crime. Ex.: O indivíduo desfere um soco em outro e a pessoa cai e bate com a cabeça 
num meio fio e vem a falecer. Por esta teoria o crime já estaria tipificado como 
homicídio, ao invés de ser classificado como lesão corporal seguido de morte, que 
são diferentes no que diz respeito as sanções.
• Finalista : É a que questiona no comportamento do indivíduo o resultado por ele 
pretendido. A motivação, é muito mais importante o resultado pretendido pelo indivíduo 
do que a própria conduta. Ex.: uma arma de fogo e um pedaço de pau. Pode um pessoa 
com um pedaço de pau desejar matar uma pessoa e outra com uma arma apenas feri-la.
• Teoria Social : O comportamento social da ação é determinado pela reprovação 
social que a conduta social representa. Ex.: Só irá existir um crime se aquele fato 
receber reprovação social.
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CONDUTA → Segundo a teoria finalista pode-se conceituar conduta como sendo a ação 
ou omissão humana consciente e dirigida a determinada finalidade. Só o homem pode 
praticar conduta criminosa. Pessoa Jurídica não pratica crimes, embora alguns preceitos 
atuais, consideram alguns crimes ambientais àqueles cometidos por pessoa jurídica, que 
estão sujeitos a prestação pecuniária.
→ A conduta para que ela seja elemento do fato típico ela tem que provocar uma 
conseqüência, é necessário que ela produza fatos externos. A conduta exige também um 
ato de vontade dirigida a um fim e a manifestação dessa vontade, e que constituem seus 
elementos.
→ O ato voluntário → para haver conduta é preciso que o ato seja voluntário. Basta que 
o indivíduo haja com voluntariedade. Não configura conduta o ato involuntário. Não 
constitui ato voluntário aquele de corrente de coação física irresistível.
→ Conduta Positiva → Quando o indivíduo age , atua. Ação é igual a comissão. Crime 
Comissivo : crime praticado mediante ação, comportamento positivo. Crime Omissivo : 
é aquele decorrente de uma conduta negativa, de uma omissão. Crime Comissivo por 
omissão : apresenta um resultado decorrente de uma conduta positiva, mas que se 
verificou em razão de abstenção de comportamento. Ex.: A mãe que tem o dever de 
amamentar o filho, se o filho vier a morrer de inanição, a mãe estará cometendo um crime 
comissivo por omissão, ela tinha o dever jurídico de agir e se omitiu da responsabilidade.
• Normalmente a conduta se traduz de uma conduta positiva, é o ato de agir, fazer, 
crimes comissivos (matar, subtrair, causar prejuízos, causar lesão, constranger, 
seduzir); e crimes omissivos são aqueles que o indivíduo age abstendo-se de fazer, de 
um comportamento que lhe era exigido, (omissão de socorro, ocultar, deixar de fazer, 
deixar de comunicar, omitir um dado comportamento.
• Crimes comissivos por omissão, quando o indivíduo se abstêm de um 
comportamento que lhe era exigido e dessa abstenção produz um resultado que 
normalmente advêm de um comportamento positivo, como por ex.: o funcionário da rede 
ferroviária que é responsável por virar a chave que muda as linhasde trem, se por acaso 
ele não o fizer poderá acarretar um grave acidente. Outro exemplo é a mão que deixa o 
filho morrer por inanição, deixando de amamentá-lo. Nesses crimes por comissivos por 
omissão o dever de agir pode decorrer de várias maneiras, várias situações inclusive 
aquelas em que o indivíduo atua como agente garantidor do não resultado, aquele que 
embora não obrigado ou imposto pela lei, ele assume essa posição sem nenhuma 
determinação legal. Ex.: Grupo de escoteiros, o indivíduo responsável por um time de 
futebol amador.
• Não importa em conduta voluntária atos resultantes de atos reflexos (involuntários), e 
não será considerado conduta voluntária. Outros exemplos : sono, hipnose, sob efeito de 
embriaguez completa. Podem ser considerados em alguns casos como casos fortuitos.
OBJETO JURÍDICO
→ Para que exista crime é necessário que algum bem jurídico seja atingido por ele. É 
tudo aquilo contra o que se dirija a conduta criminosa. E o objeto do delito pode ser 
classificado como objeto material e objeto jurídico.
→ O objeto jurídico consiste num bem ou interesse protegido pela lei. Bem é tudo o 
que interessa ao homem, tudo que satisfaz a necessidade do homem e o interesse é o 
valor que este bem tem para o homem. Esse bem não precisa ser só de natureza 
material, pode ser de ordem moral, espiritual. Ex.: No crime de lesão corporal o objeto é a 
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integridade física, no crime de homicídio é a vida. No crime de furto é o patrimônio, no 
crime de roubo é o patrimônio e a integridade física lesada.
→ Nosso código é composto de vários títulos, capítulos, etc. e a ordem dos mesmos são 
determinadas em função dos objetos jurídicos do crime, de acordo com a gravidade, a 
importância. Ex. O crime que abre a parte especial é justamente o crime contra a vida, 
que o bem maior.
→ Objeto material do crime é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta 
criminosa. (Ex.: A coisa alheia no crime de furto, no homicídio é a pessoa humana, lesão 
corporal é a pessoa.
→ Exame de corpo e delito, é tudo aquilo que está relacionado ao crime e que pode 
servir de prova sobre a existência do crime. Ex.: Roupas, objetos, natureza dos 
ferimentos, instrumentos usados na pratica do crime. 
SUJEITOS DO CRIME
• Sujeito Ativo do crime é a pessoa que pratica a conduta descrita na lei. Só pode ser 
o homem autor de crime; só o homem pode ser sujeito ativo de crime. Impossível 
portanto, que pessoas jurídicas ou entes que não sejam humanos sejam sujeitos ativos 
de crime. O homem pode praticar e normalmente age desse jeito, o crime é praticado por 
uma só pessoa. Mas nada impede que, várias pessoas, duas ou mais pessoas se 
reunam para praticar crimes, inclusive existem crimes em que a pluralidade de sujeitos 
ativos é indispensável, é elemento do tipo, como por ex.: no crime de rixa, no crime de 
bando ou quadrilha. Sempre quando o crime é praticado por várias pessoas, ou duas ou 
mais pessoas praticam um crime diz-se que são co-autores ou participes. Num crime de 
furto, com 3 pessoas, por ex., ingressem numa casa, estes são co-autores do crime. Se 2 
deles entram na casa e 1 fica de fora vigiando, então os 2 que invadiram são co-autores 
e o que não invadiu mas participa da conduta criminosa, ele é participe, e sua 
responsabilidade é igual a do co-autor.
→ Capacidade geral para praticar crime existe em todos os homens, é toda pessoa 
natural independente de sua idade, capacidade psíquica. Obviamente que posterior ao 
crime é que irá se apurar se o agente é ininputável ou não.
→ Várias denominações recebem o sujeito ativo, e essa denominações mudam de 
acordo com a evolução do fato até o julgamento final ou até mesmo quando ele se 
encontra condenado e cumprindo pena : o sujeito ativo de um crime é o agente que 
praticou o crime, depois que o ocorre o crime ele passa a condição de indiciado. Iniciada 
a ação penal com o oferecimento da denúncia pelo promotor, o sujeito passa a 
denunciado; recebida a denúncia, e começando a ação passa a ser denominado acusado 
ou réu, podendo levar essa designação até ao final do processo, e após a sentença vem 
as denominações : sentenciado, condenado, e depois, caso recorra da sentença, 
apelante ou apelado, após a decisão definitiva, recluso se condenado ou detento.
→ Na linguagem jurídica não se refere ao denunciado como criminoso. Na linguagem 
jurídica estes termos delinqüente, criminoso, assassino, não estão corretos.
→ Capacidade Penal do Sujeito Ativo : traduz-se num conjunto de condições que se 
exige para que uma pessoa possa tornar-se titular de Direitos e Obrigações no Direito 
Penal.
→ Incapacidade Penal : é aquela de corrente por atos praticados por entes inanimados 
e por animais, não existindo capacidade penal também por parte dos mortos, mesmo as 
pessoas jurídicas, ainda que existam nos crimes ambientais uma sanção prevista a 
pessoa jurídica, mas por ser a sanção de natureza pecuniária alguns doutrinadores não a 
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entendem como sanção penal, portanto, em princípio pessoa jurídica não pode ser sujeito 
ativo em crime.
→ Segundo a doutrina existem alguns crimes que exigem alguma qualidade especial do 
sujeito ativo e podem ser denominados de crimes próprios e de mão própria. Então em 
princípio os crimes são comuns, qualquer pessoas pode praticá-los, mas alguns crimes 
exige uma determinada qualidade do sujeito ativo, e dependendo dessa qualidade os 
crimes são próprios ou de mão própria. 
→ O Crime Próprio é quando ele pode ser praticado por determinada categoria de 
pessoa Ex.: O crime de infanticídio, que é : Art. 123 : Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. Notificação de doença 
compulsória, “Deixar o médico de comunicar”, Funcionário Público no crime de peculato, 
“apropiar-se o funcionário público...”, somente o funcionário público pode praticar este 
crime previsto no artigo descrito.
→ O Crime de Mão Própria são aqueles que somente podem ser praticados por 
determinada pessoa, a pessoa tem que ser determinada, ela não pode pedir que outra 
venha agir em seu nome. Ex.: Prestar testemunho falso, o médico que dá atestado falso, 
o perito que elabora um laudo pericial falso. 
• Sujeito Passivo é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta 
criminosa. O que sofre as conseqüências do fato criminoso. O sujeito passivo não precisa 
ser necessariamente uma única pessoa, podendo ser cometido contra duas ou mais 
pessoas. (Ex.: assalto a bancos, assalto a um estabelecimento comercial). O roubo 
quando resulta em morte : latrocínio, que no caso é um crime só.
→ Qualquer infração ocorrida ofende os interesses do Estado, porque ele é o principal 
agente garantidor da segurança e da paz pública. O estado é sujeito passivo constante 
dos crimes. Mas não impede que em determinados crimes não o Estado figure como 
Sujeito Passivo Eventual, quando um bem jurídico seu protegido pela lei é violado.
 Crime Vago : Porque não há determinado o sujeito passivo. Diz que o sujeito passivo 
é a coletividade. (Ex.: Ato obsceno, crimes contra o respeito aos mortos, violar 
sepultura, vilipêndio do cadáver, o necrófilo. 
Existem alguns crimes também que exigem uma qualidade especial do sujeito passivo, 
como por ex., os crimes de estupro só pode ser praticado contra mulher, o crime de 
rapto, só pode ser praticado contra mulher, o crime contra recém nascido só pode 
ser praticado contra recém nascido.
→ A pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo do crime, mas pode ser sujeito passivo de 
alguns crimes.Pode a pessoa jurídica ser sujeito passivo de crime contra a honra, pode-
se praticar crime de difamação contra pessoa jurídica. Está previsto, por ex., na lei de 
Imprensa a possibilidade de se praticar crime contra a pessoa jurídica.
TIPO SUBJETIVO E OBJETIVO
→ Tipos Objetivos é o composto de elementos objetivos, portanto, na descrição do tipo 
penal : ele contêm a descrição da conduta que normalmente vem através de um verbo, 
tem-se o sujeito ativo, passivo, objeto material e outros elementos que naquela hipótese 
são exigidos. Ex.: Não existe nenhuma condição especial, ou seja, “matar alguém”, não 
há descrição especial para conduta.
→ Tipos Subjetivos → Alguns crimes contêm os elementos denominados normativos e 
se referem a situações que exigem certa valoração especial do agente, porque além dos 
elementos objetivos normais contêm ainda elementos que exigem essa auferição, essa 
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valoração por parte do agente, em vários crimes as palavras “injustamente”, 
“indevidamente”. Além da conduta objetiva e necessário que a pessoa saiba que aquela 
conduta é indevida, é injusta. Ex.: Devassar indevidamente correspondência alheia. É 
indispensável para a realização desse crime que a pessoa saiba que ela está 
devassando indevidamente a correspondência do outro.
→ Além dessa carga subjetiva de elementos normativos e do dolo e da culpa que em 
todo crime tem que existir, ou seja, qualquer conduta tem que estar coberta do dolo ou da 
culpa para que ela seja considerada relevante. Alguns crimes exigem uma especial 
finalidade no atuar do agente, para que o crime se aperfeiçoe, costuma se dizer que são 
os elementos subjetivos do injusto. Ex.: Art. 219 do CP : Raptar mulher honesta mediante 
violência, grave ameaça ou fraude, para fim libidinoso. 
→ Além de elementos subjetivos normal que é o dolo e culpa,. exige essas especiais 
finalidades → elementos subjetivos do injusto.
INFRAÇÃO PENAL
→ O Direito Penal estabelece exatamente na sua parte especial, os tipos penais que 
descreve as infrações penais: no código penal, cuida-se de um tipo de infração penal que 
são exatamente os crimes, mas existem outros tipos de infração penal : contravenção 
penal. (Ex.: o jogo, portar armas, dirigir sem habilitação). Não se pode afirmar que 
contravenção penal é delito, que alguém está praticando crime de contravenção penal, 
pois, são inteiramente diferentes. Infração Penal é o gênero, e a espécie é o crime ou 
delito e contravenção Penal. 
→ Infração Penal é : podem ser : crime ou delito e contravenção penal; não existem 
diferenças de conceitos entre crime e contravenção penal porque ambas as condutas 
constituem uma ameaça ou violação do direito a uma pessoa.
→ A única coisa que as difere e a sanção penal, para determinados crimes as sanções 
penais para o crime são mais rigorosas do que para as contravenções penais. Não há, 
portanto, conceitualmente nenhuma distinção entre crime e contravenção a não quanto a 
gravidade dela e a natureza da sanção penal.
→ Contravenção penal são as que violam bem jurídico de menor valoração, e são 
apenados de maneira menos rigorosa que aos crimes.
→ Aos crimes normalmente são dirigidas as sanções que consistem em pena : 
Reclusão, detenção e multa. Sendo que a multa será sempre cumulativa ou substitutiva. 
Não há crime nenhum em que a sanção penal consista unicamente em multa, não há 
nenhuma previsão na lei em que o crime cuja a sanção seja tão somente a pena de 
multa, pena pecuniária. No entanto, em várias situações encontra-se a sanção de pena 
de reclusão e multa. Existem algumas hipóteses em que o juiz pode substituir a pena de 
reclusão. Ex. Art. 155, §2º - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel : (...) §2º 
- Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a 
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a 
pena de multa.
→ Todas as penas inferiores a 6 meses o juiz pode substituir a pena privativa de 
liberdade por multa. 
→ Na contravenção penal : a sanção poderá ser prisão simples e/ou multa. Não há pena 
de reclusão ou de detenção para as contravenções penais. As contravenções penais 
também são conhecidas como crime anão, crime pequeno
CRIME INSTANTÂNEO E CRIME PERMANENTE
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→ Crime instantâneo é aquele que uma vez consumado está encerrado. (Ex.: Lesão 
corporal, homicídio, furto, roubo). Não há necessidade do resultado ter que ocorrer 
concomitantemente com a conduta, a instantaneidade não é a de que a conduta 
praticada o resultado venha logo sem seguida, quando se consumar ele estará 
encerrado, não irá se prolongar, como por ex.: uma pessoa atira na outra, não é 
necessário que ela morra no momento do tiro, pode vir a morrer depois. A grande maioria 
dos crimes que exigem resultado são considerados crimes instantâneos.
→ Crime Permanente é aquele que a consumação se alonga no tempo, a consumação 
se protai no tempo, se estende, continua Ex.: Extorsão mediante seqüestro, desde o 
momento em que a pessoa foi tirado de sua liberdade o crime já se consumou e vai se 
prolongando até o término do caso ou com a recuperação da liberdade ou solução do 
caso; outro exemplo violação de domicílio, desde o instante que a pessoa ingressa em 
casa alheia e desde o instante que é pedido para que ela saia, enquanto este fato não 
ocorrer o crime está se consumando.
→ Esta distinção entre crime permanente e instantâneo é importante porque é ela que 
vai determinar quando o autor do crime está em situação de flagrante delito. 
CRIMES SIMPLES E COMPLEXO
→ Crime Simples é aquele em que o tipo penal é único e ofende apenas a um bem 
jurídico. A maioria dos crimes são dessa origem. (Ex.: matar alguém, caluniar, difamar, 
injuriar)
→ Crimes Complexos são aqueles que contêm dois ou mais tipos numa única figura 
penal, ou então numa só figura típica consta um tipo simples acrescido de fatos ou 
circunstâncias que em si mesmo não são típicos. Ex. crimes de roubo (subtrair coisa 
alheia, mediante violência que é lesão corporal, e ameaça que é constrangimento legal, o 
crime de estupro; é constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, para 
manter conjunção carnal, essa conjunção em si é o fato que não constitui tipo penal, mas 
praticado mediante violência ou grave ameaça é um crime complexo.
→ CRIMES COMISSIVOS → são aqueles praticados através uma conduta positiva, 
através de um atuar, fazer. São a grande maioria dos crimes previsto no CP. Ex.: 
Homicídio, Furto, Roubo, todos os crimes que o verbo, o comando do tipo, determina 
uma ação positiva.
CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS
→ Crimes Omissivos Próprios ou Omissivos Puros são aqueles que têm sua 
descrição objetiva com uma conduta negativa. Não fazendo o que a lei determina. É 
exatamente uma abstenção de comportamento que manda que o indivíduo aja. 
Transgressão do dever de agir. Ex.: Quando o tipo penal tem um verbo : Ocultar, Deixar, 
Omitir.
→ Cremes Omissivos Impróprios São aqueles em que a omissão consistem na 
transgressão do dever jurídico de impedir o resultado. Nesse tipo de crime a omissão 
decorre do dever jurídico de agir para impedir o resultado. O médico tem o dever jurídico 
de atender, de prestar assistência. Outro exemplo é o de “agente garantidor” é o sujeito 
que tem por obrigação evitar o resultado.
DO RESULTADO JURÍDICO E NATURALÍSTICO
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→ O resultado naturalístico é aquele que produz uma modificação nomundo externo. 
Ex.: Um furto, um roubo, um homicídio, lesão corporal, o resultado produziu uma 
modificação. 
→ Existem crimes que não prescindem de resultado naturalístico, que não há 
necessidade dessa modificação externa para que o resultado se verifique e o crime se 
consuma. Como o fato típico depende do resultado a lei deve de se adequar e a doutrina 
criou o resultado jurídico que consiste justamente na ameaça ao bem jurídico. 
Passa a Lei a satisfazer-se simplesmente com a ameaça ao bem jurídico para que o 
resultado se aperfeiçoe.
→ O resultado naturalístico pode ser físico, fisiológico e psicológico. 
1. Físico : Furto, Roubo, Dano.
2. Fisiológico : Lesão, Morte.
3. Psicológico : É o medo no crime de ameaça, é o sentimento moral nos crimes contra 
a honra.
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES QUANTO AO RESULTADO
1. Materiais : Quando para a sua consumação a lei exige a verificação do resultado 
pretendido pelo agente, que consiste na lesão do bem. Todos em que o agente visa o 
resultado esse resultado advém. Ex.: Homicídio, Roubo, Furto, Aborto.
2. Formais : É aquele que, embora exigindo a lei a vontade do agente se dirija a 
produção do resultado, que é a lesão do bem, não é necessário para a consumação 
que esse resultado se verifique. Ex.: Crime de ameaça, a pessoa ameaçada de 
morte. Crime de corrupção passiva : Art. 317 : “solicitar ou receber, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumí-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”
3. Mera Conduta : É aquele sem resultado, o tipo objetivo não descreve resultado e 
nem é necessário ocorrer. Satisfaz nesse caso a Lei com a simples conduta. Ex.: 
Crimes de invasão de domicílio, Prática Obscena, Crime de 
→ Outra forma de classificação de crime quanto o resultado é o Crime de dano e de 
Perigo.
CRIME DE DANO → ë aquele que se consuma com a efetiva lesão do bem jurídico 
visado. Ex.: O homicídio, a morte, Lesão corporal a lesão, no crime de furto a coisa 
subtraída.
CRIME DE PERIGO → Ocorre quando o crime se consuma com a simples situação de 
perigo criado para o bem jurídico. O bem jurídico ameaçado de sofrer uma lesão. Ex. : 
Não ... Subdividem-se em individual e comum.
CRIME DE PERIGO INDIVIDUAL → É quando essa ameaça da de lesão é dirigida a uma 
pessoa ou a um número de pessoas ou grupo determinadas. Ex.: Art. 130 à 136.
CRIME DE PERIGO COMUM → É quando visam o interesse jurídico de pessoas 
indeterminadas. Ex.: A partir do Art. 250.
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RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
→ Nexo Causal → É o terceiro elemento do fato típico; para compreendermos o que 
seja nexo causal devemos partir do comportamento humano, da conduta, decorrente dela 
o resultado. Nexo causal é a relação que existe entre a conduta e o resultado. É o liame 
que liga a conduta ao resultado.
→ Quando ocorre um fato a primeira coisa que se deve saber é a causa do fato, mas a 
causa não é o motivo, mas o que provocou o resultado. Por Ex.: Se uma pessoa é 
encontrada morta, temos de identificar o que provocou a morte e a partir dessa a 
identificação passa a investigação de quem produziu àquela causa, o autor do crime.
→ Causa é a ligação que existe entre um fato numa sucessão de acontecimentos que 
pode ser entendida pelo homem. Várias teorias existem a respeito para determinar-se 
“causa” :
1. Teoria da causalidade adequada : Por essa teoria entende-se que causa é toda 
condição mais adequada para produzir o resultado.
2. Teoria da Eficiência : Causa é a condição mais eficaz na produção do evento.
3. Teoria da relevância jurídica : É tudo o que concorre para o evento ajustado à figura 
penal ou adequado ao tipo.
4. Teoria da equivalência das condições : Todas as condições que concorrem para o 
evento são causas deste. Essa teoria da equivalência das condições é a mesma da 
teoria da conditio sine Qua nom.
→ O nosso C.P. (Código Penal) adotou a teoria da equivalência das condições. Conditio 
Sine Qua Nom. Art. 13 : “O resultado de que depende a existência do crime somente é 
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o 
resultado não teria ocorrido. Adotando-se, portanto, a teoria da “conditio sine qua nom” , 
teríamos que, tudo o que contribuiu para o resultado deve ser considerado causa dele.
→ Análise do elemento subjetivo : Elemento subjetivo — o dolo ou culpa — quando 
esses elementos se interrompem, pode-se chamar de interrupção do nexo causal. Ex.: 
Um indivíduo deseja matar uma pessoa, procura por um amigo que consciente da 
vontade do indivíduo o ajuda de alguma forma a obter a arma que será usada no crime. 
Nesse caso, há cumplicidade. Diferente seria se esse mesmo indivíduo procurasse uma 
loja e nela adquire o instrumento causador do crime, neste caso, o vendedor não 
concorre para o evento e seu resultado. Diz-se que é causa do evento quando não se 
pode tirar determinada situação sem prejuízo para o resultado final do fato.
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Absolutamente independente pré – existente Art. 13, caput.
Em relação a conduta do su- concomitante
jeito.
superveniente
CAUSA : Relativamente independente
Em relação a conduta do su-
Jeito. Pré – existente Resultado
Concomitante imputável,
Art.13, caput
Superveniente Art.13, §1º
 
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→ Aprimorando-se a teoria da conditio sine qua nom ficou estabelecido que as causas 
anteriores somente serão consideradas quando cobertas dos elementos subjetivos dolo 
ou culpa. O raciocínio que se faz é hipotético, excluindo-se aquilo que não é 
indispensável para produzir o resultado, aquilo que puder ser eliminado não é 
considerado “causa de”.
→ Causa e com causa → A com causa dentro desse processo onde concorrem várias 
causas, a com causa é a que preponderaria sobre as demais. No direito atual não existe 
causa que prepondere sobre a outra, todas que concorrem são consideradas com a 
mesma importância.
→ Numa primeira análise do art. 13, o resultado que depende a existência do crime 
somente é imputável a quem der a causa, disso decorre que essa relação de causalidade 
só existe nos crimes materiais, nos crimes que dependem de resultado. Se não existir o 
resultado naturalístico não irá existir uma relação entre a causa e o efeito.
→ Nos crimes formais e de mera conduta, com a simples conduta já fica estabelecido a 
causalidade. Portanto, a causa é o comportamento humano. Ex.: Quando uma pessoa 
ofende alguém ou pratica um ato obsceno, basta que a pessoa atue, a causalidade é o 
comportamento.
→ Nos crimes omissivos próprios, ou puros, não existe relação de causalidade, porque 
da omissão não resulta nenhum resultado. A causa dos crimes omissivos estão 
exatamente, quando o indivíduo tinha de agir e não o fez, uma simples abstenção de 
comportamento do indivíduo a causa já decorre. A lei exige um comportamento positivo, 
no momento em que o indivíduo não o cumpre, a causalidade já está determinada.
→ O § 2º do art. 13 estabelece o seguinte : A omissão é penalmente relevante quando o 
o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem : 
a) tenha por lei ou obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, 
assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, 
criou o risco da ocorrência do resultado. Todas essas hipóteses cuidam dos crimes 
comissivos por omissão. Ex.: A mãe, o pai, o tutor, o curador, pessoas que tem o dever 
jurídico de cuidar dos filhos, dos tutelados, etc. Bem como, nas hipóteses do agente 
garantidor.
• Quando duas ou mais causas concorrempara o resultado, sendo necessário a 
análise partir de uma das causas. Ex.: Um indivíduo próximo a morte por ingestão de 
veneno, mas em meio ao fato um outro indivíduo desfere sobre ele vários tiros. Trata-se, 
portanto, de uma causa absolutamente independente e pré-existente a conduta do 
agente. Nesse caso a situação do agente responderá pelo resultado, e o que deu o 
veneno responderá por tentativa de homicídio; a causa determinante da morte foram os 
tiros, o que consumou o fato. Houve nesse caso a antecipação do resultado; mudou o 
tempo ou a forma com que o crime ocorreu.
• Absolutamente independente são aqueles que estão absolutamente sem relação com 
a conduta do sujeito, e relativamente são aqueles que decorrem, que estão ligados a 
conduta do sujeito de forma relativa. Ex.: Um indivíduo é ferido com um golpe de faca na 
cabeça, é levado para o hospital, e atendido. Fica internado, e por um infortúnio o teto 
desaba sobre ele e vem a morrer.
• Exemplo de conduta pré – existente absolutamente independente da conduta do 
sujeito : João dispara sobre José um tiro, e este vem a falecer posteriormente, não em 
conseqüência do tiro, mas em razão da ingestão de veneno que fora dado como causa 
morte.
• Exemplo de causa concomitantemente (ao mesmo tempo) absolutamente 
independente : José fere João no mesmo momento em que o sujeito morrer 
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exclusivamente de colapso cardíaco, não tendo o disparo contribuído em nada para a 
morte do indivíduo.
→ Quando a causa é absolutamente independente da conduta do sujeito o problema é 
resolvido pelo caput do art. 13 : Há exclusão da causalidade de corrente da conduta, nos 
exemplos a causa da morte não tem ligação alguma com o comportamento do agente, 
em face disso ele não responde pelo resultado morte, mas sim, pelos atos praticados 
antes de sua produção; se a causa pré – existente, concomitante ou superveniente, 
produz por si mesmo o resultado, não se ligando de forma alguma com a conduta em 
relação ao evento, ela é uma não causa, uma não causa do resultado.
→ Exemplo de causa pré – existente relativamente independente em relação a 
conduta do sujeito : João golpeia José que é hemofílico, que vem a falecer em 
conseqüência dos ferimentos a par da contribuição da sua particular condição fisiológica; 
o estado anterior do sujeito, pré – existente, é o que determinou a causa morte.
→ Exemplo de causa concomitante relativamente independente : João desfere um 
tiro em José no exato instante em que José sofre um colapso cardíaco, ficando provado 
que a lesão contribuiu para o êxito do resultado.
→ Causa superveniente relativamente independente : Num trecho do percurso, um 
ônibus acaba colidindo com um poste depois de deixar os passageiros, um deles, já fora 
do ônibus e ileso sofre com a queda de um fio de alta tensão provocando-lhe a morte 
com a descarga elétrica. Aplica-se o §1º do art. 13 : A superveniência de causa 
relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; 
os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. No caso se o motorista 
tivesse agido com culpa e provocado qualquer lesão ao passageiro enquanto estes 
estivessem dentro do ônibus responderia pela morte, contudo, neste caso, os 
passageiros já haviam deixado o ônibus ilesos, portanto, não respondendo pela causa 
morte.
 Damásio : Nos dois primeiros exemplos as causas hemofilia e colapso cardíaco não 
excluem a linha de desdobramento físico desenvolvido pelas ações; de modo que os 
agentes respondem pelo resultado morte. Não é para ser aplicado o caput do art. 13 uma 
vez que trata, a contrario senso, das causas absolutamente independentes, naqueles 
exemplos não se pode dizer que as causas de forma exclusiva produziram o resultado. 
No terceiro caso o agente não responde pela morte do passageiro, mas somente pelos 
atos anteriores se previstos como infração penal; e aí que se aplica o disposto no § 1º do 
art.13, vez-se que as causas pré – existentes e concomitantes quando relativamente 
independentes não excluem do resultado; as causas supervenientes quando 
absolutamente independentes faz com que a ação anterior não seja “conditio sine 
qua nom” do resultado. Por ilação do próprio art. 13, caput, quando relativamente 
independente, sendo que por si só produziu resultado, exclui a imputação, respondendo o 
agente pela prática dos atos anteriores.
• Quando a causa superveniente decorre de desdobramento físico necessário ou não : 
o indivíduo sofre uma lesão na rua e é conduzido para um hospital; lá tem de submeter a 
uma cirurgia para reparação; sofre na cirurgia um choque anafilático e morrer. Nesse 
caso o agente irá responder pelo resultado morte, porque a cirurgia era necessária para 
corrigir o ferimento decorrente da agressão. Há uma ligação imediata ao fato.
CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO
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→ CONSUMAÇÃO : O crime consumado ocorre quando todos os elementos descritos 
no tipo foram satisfeitos, quando nele reúnem todos os elementos de sua definição legal 
(art. 14, I, do C.P.). Ex.: No crime de homicídio ele consuma com a morte, no crime de 
estelionato com o prejuízo à outrem, nos crimes de mera conduta com a prática da ação 
proibida.
→ Ocorre também que existem alguns crimes que a conseqüência extrapola o que seria 
necessário para o crime se consumar; isto significa exaurimento do crime, ou seja, o 
crime produz o seus efeitos além daquele necessário para a sua consumação. Ex.: o 
crime do art. 159 do C.P. se consuma com o seqüestro da vítima, a obtenção eventual do 
resgate é mero exaurimento de um crime que já estava consumado. O crime de 
corrupção passiva — quando o funcionário público solicita alguma vantagem para praticar 
ato no exercício da função — quando o funcionário faz a solicitação, o crime já está 
consumado; o recebimento da vantagem é exaurimento do crime. São aqueles crimes 
acompanhados dos verbos solicitar, exigir, etc.
→ O momento consumativo varia de crime para crime : nos crimes permanentes a 
consumação começa quando a pessoa é tirada de sua liberdade e vai até o momento em 
que a pessoa é posta em liberdade. Nos crimes materiais é por produção do efeito 
naturalístico; nos crimes formais com a prática da conduta, nos crimes culposos com o 
resultado, nos crimes omissivos eles se consumam quando a pessoa deixa de agir.
→ Crimes Habituais → Crimes habituais são os que exigem habitualidade, com 
reiteração seguida da conduta; como no crime de exercício ilegal da medicina ou no 
crime de manutenção de casa de prostituição.
• TENTATIVA : O crime percorre um caminho, as etapas ou as fases do crime são 
denominadas iter criminis, que se divide em duas fases : interna e externa.
• Fase interna : Cogitação
• Fase Externa : Atos preparatórios, atos de execução e consumação.
→ Cogitação → O autor do crime não chega a produzir nada materialmente com relação 
ao crime; cogitar é imaginar, pensar. Esta fase é ininputável. Apenas a cogitação quando 
exteriorizada, como no caso da ameaça pode ser considerada punível.
→ Atos Preparatórios → Quando a pessoa inicia a reunião das condições e dos meios 
para a prática do crime. Também os atos preparatórios, em princípio, não são puníveis. 
Os atos preparatórios são considerados equívocos, não concludentes, não claros sobre a 
finalidade da ação.
→ Atos de Execução → Os atos de execução é quando o autor inicia o ataque ao bem 
jurídico protegido pela lei; esse ataque ao bem jurídico não precisa ser direto, basta ser 
colocado em perigo o bem jurídico para que seja considerado ato de execução. A 
tentativa

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