
Boletim informativo - I Congresso Brasileiro sobre a Qualidade da Madeira
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matéria-prima versus custo adicional de álcali ativo. Confrontando-se os custos economizados com a matéria-prima e os custos adicionais em álcali obtem-se Cr$ 169,56 – Cr$ 252,38 = Cr$ 82,82 que corresponde ao valor final acrescido no processo total de utilização de madeira não- descascada de Eucalyptus grandis, para a obtenção de 1 tonelada de celulose seca não- branqueada. 4.2.9. Economicidade obtida utilizando-se a madeira não-descascada de E. grandis como matéria-prima, com a existência de sistema de recuperação de produtos químicos. Boletim Informativo IPEF, Piracicaba, v.6, n.20, p.D.1 – D.51, Nov.1978. O custo adicional de álcali correspondente à Cr$ 252,38/ton de celulose se reduzirá sensivelmente se for suposta a existência de sistema de recuperação de produtos químicos do licor negro. Considerando-se a média de 90% dos produtos químicos do processo sulfato, a reposição necessária seria de semente 10%. Em função disto o custo adicional de álcalis seria de: 10% de Cr$ 252,38 → Cr$ 25,23 Confrontando-se este custo adicional com a economicidade em matéria-prima, obtém-se uma economia final por tonelada de celulose não-branqueada de: Cr$ 169,56 – Cr$ 25,23 = Cr$ 144,33 5. CONCLUSÃO 5.1. Pinus caribaea var. hondurensis No presente trabalho foram realizados testes de produção de celulose sulfato com Pinus caribaea Mor. var. hondurensis Barr. e Golf. E Eucalyptus grandis Hill ex maiden utilizando-se madeira não-descascada e descascada. Estes testes revelaram que a presença de 21% de casca em peso na madeira não-descascada em comparação com a madeira descascada de P. caribaea var. hondurensis resultaram em: - aumento no consumo de álcali durante os cozimentos; - diminuição no rendimento em celulose por carga de digestor; - nenhuma alteração no conteúdo de rejeitos da celulose; - nenhuma alteração na composição química da celulose; - nenhuma alteração na morfologia das fibras na celulose; - nenhuma alteração no peso específico aparente, porosidade e resistência à dobras da celulose; - aumento da resistência à tração e arrebentamento; - diminuição na resistência da celulose ao rasgo; - diminuição na alvura e, - aumento na opacidade da celulose. Do ponto de vista econômico, ao se utilizar madeira não-descascada para a produção de celulose não-branqueada de Pinus caribaea var. hondurensis comparativamente ao uso da madeira descascada pode-se concluir que: a) Há uma redução de 0,72 m3 de madeira recém-cortada para suprir as necessidades de matéria-prima por tonelada de celulose seca produzida. b) Relativamente ao custo da madeira, há uma economia de Cr$ 219,25 por tonelada seca de celulose obtida quando se utiliza a madeira não-descascada. c) O consumo de 1% a mais de álcali na produção de celulose de madeira não- descascada trouxe um acréscimo de Cr$ 392,34 nos gastos com reagentes químicos por tonelada de celulose seca, sem recuperação de produtos químicos e Cr$ 39,23 com recuperação de produtos químicos. Boletim Informativo IPEF, Piracicaba, v.6, n.20, p.D.1 – D.51, Nov.1978. d) Computadas a redução no custo da matéria-prima e o custo adicional em reagentes químicos, para obtenção de 1 tonelada de celulose seca de madeira não-descascada, observou-se um acréscimo de Cr$ 173,09 quando comparada com o custo final quando se utiliza madeira descascada, e sem sistema de recuperação. Com sistema de recuperação produtos químicos há uma economicidade de Cr$ 180,02, ao se utilizar madeira não-descascada. 5.2. Eucalyptus grandis A presença de 11% de casca em peso na madeira não-descascada em comparação com a madeira descascada de E. grandis resultou em: - aumento no consumo de álcali durante os cozimentos; - diminuição no rendimento em celulose por carga de digestor; - nenhuma alteração no conteúdo de rejeitos da celulose; - aumento no teor de cinzas da celulose; - nenhuma alteração na morfologia das fibras na celulose; - nenhuma alteração no peso específico aparente e resistência à tração de celulose; - aumento da porosidade, resistência a dobras, resistência ao rasgo e resistência ao arrebentamento da celulose; - diminuição na alvura e, - aumento na opacidade da celulose. Para a celulose branqueada de E. grandis obtida da madeira não-descascada houve: - nenhuma alteração no rendimento de branqueamento; - nenhuma alteração na composição química da celulose; - diminuição na alvura; - aumento na opacidade da celulose e, - nenhuma alteração de viscosidade da celulose. Ao se utilizar madeira não-descascada de E. grandis, comparativamente ao uso da madeira descascada, pode-se concluir que: a) Há uma redução de 0,30m3 de madeira recém-cortada nas necessidades de matéria-prima por tonelada de celulose produzida. b) Com relação ao custo da madeira, há uma economia de Cr$ 169,56 por tonelada seca de celulose obtida quando se utiliza a madeira não-descascada. c) O acréscimo de 1% a mais de álcali ativo na produção de celulose de madeira não-descascada, trouxe um acréscimo de Cr$ 252,38 nos gastos com reagentes químicos por tonelada de celulose seca, sem recuperação produtos químicos. d) Computadas a redução no custo da matéria-prima e o custo adicional em reagentes químicos, da obtenção de 1 tonelada de celulose seca de madeira não- descascada, observou-se um acréscimo de Cr$ 82,82 quando comparado com o custo final do uso da madeira descascada. Com sistema de recuperação de produtos químicos, há uma economicidade de Cr$ 144,33 ao se utilizar madeira não-descascada. Boletim Informativo IPEF, Piracicaba, v.6, n.20, p.D.1 – D.51, Nov.1978. 6. LITERATURA CITADA AUCHTER, R.J., 1973. Effect of bark Content on Pulp Properties. In: 58th Annual TAPPI meeting, Chigago, 8p. AUCHTER, R.J. e R.A. HORN, 1973. Economics of Kraft Pulping of Unbarked Wood. Paper Trade Journal 6(25): 38-39. BARRICHELO, L.E.G. e J.O. BRITO, 1976. A madeira das Espécies de Eucalipto como Matéria-Prima para a Indústria de Celulose e Papel. Brasília, PRODEPEF. 145p. (PNUD/FAO/IBDF/BRA-45, Série Divulgação no 13). BARRICHELO, L.E.G. e J.O. BRITO, 1978. Instruções para Coleta de Amostras de Madeira Destinadas a ensaios de Produção de Celulose. 7p. mimiografado BROWNING, B.L., 1963. The Chemistry of Wood. New York, Interscience Publishers, 689p. BROWN, K.J., 1956. Effect of Bark in the Sulphate Pulping of a Northern Oak Mixture. TAPPI. Atlanta, 39(6): 443-48. 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