Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Estadual de Londrina Centro de Cieˆncias Exatas Departamento de F´ısica Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II De´bora Rodrigues Fabiana Alvino Gustavo Roger Mateus Silva Disciplina: 2FIS022 – Laborato´rio de F´ısica Geral II Docente: Prof. Edson Laureto Londrina-PR, 26 de maio de 2014. Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II 1 Resumo O objetivo do experimento foi determinar a curva caracter´ıstica dos seguintes elementos: resistor, laˆmpada e pilha. No caso da pilha, ale´m de sua curva caraceter´ıstica mediu-se sua forc¸a eletromotriz e a resisteˆncia interna. 2 Indroduc¸a˜o Em 1827 um f´ısico alema˜o chamado Georg Simon Ohm formulou uma lei que permite cal- cular a intensidade de corrente ele´trica em circuitos. Ohm comparou a intensidade de corrente ele´trica que se desloca atrave´s do fio com o fluxo da a´gua ao longo de um tubo, em um depo´sito situado a maior altura, chegando ate´ outro situado a uma altura inferior. Pore´m, tratando-se de circuitos reais montados, seus elementos constituintes possuem uma resisteˆncia interna as- sociada. Essa resisteˆncia e´ em geral desprezada, pois seu valor, da ordem de frac¸o˜es de Ohm, e´ frequentemente menor que a dos circuitos em si. Sendo a resisteˆncia interna uma propriedade de cada elemento, ela deve ser vis´ıvel em sua curva caracter´ıstica. Tratando-se da forc¸a eletromotriz presente em alguns elementos, segundo Talita A. Anjos, graduada em F´ısica, ”O f´ısico italiano Alexandre Volta, no ano de 1796, construiu o gerador ele´trico, capaz de produzir cargas ele´tricas cont´ınuas em um considera´vel intervalo de tempo. ’Essa construc¸a˜o de Volta levou os f´ısicos a formularem um novo conceito para uma nova grandeza f´ısica, da qual chamaram forc¸a eletromotriz.’ E o termo forc¸a eletromotriz e´ usado por “tradic¸a˜o” para descrever a diferenc¸a de potencial produzida por uma fonte de tensa˜o, embora na˜o se trate de uma forc¸a”1. 3 Fundamentac¸a˜o Teo´rica 3.1 Curva Caracter´ıstica Denomina-se curva caracter´ıstica de um elemento a relac¸a˜o entre a corrente i que foi estabelecida e a respectiva diferenc¸a de potencial ou tensa˜o aplicada aos terminais. Para levantar a curva caracter´ıstica do elemento x mede-se diretamente a tensa˜o nos terminais desse elemento atrave´s de um volt´ımetro, e´ necessa´rio tambe´m conhecer a corrente no elemento x, colocamos em se´rie um amper´ımetro para a medida da corrente i. Variando a tensa˜o aplicada ao circuito tem-se um conjunto de pares de pontos (v e i) cujo gra´fico e respectiva equac¸a˜o de parametrizac¸a˜o fornecem a curva caracter´ıstica, dependendo do elemento a curva caracter´ıstica e´ parametrizada em func¸a˜o de alguma varia´vel pro´pria do elemento. 1[?] Departamento de F´ısica 2 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II A Figura 1 abaixo mostra a curva caracter´ıstica de um elemento resistivo linear, ou seja, um elemento cuja resisteˆncia e´ constante. Figura 1: Curva Caracter´ıstica Linear Um elemento deste tipo possui curva que pode ser representada analiticamente por uma equac¸a˜o (1): V = mi+ b, (1) onde a constante m tem dimensa˜o de resisteˆncia e b tem dimensa˜o de tensa˜o. Contudo, existem muitos elementos de circuitos que sa˜o resistivos, mas na˜o sa˜o descritos por equac¸o˜es alge´bricas lineares. Estes elementos tambe´m obedecem a equac¸a˜o ??: V = Ri, (2) mas R pode ser uma func¸a˜o complicada de V, de i e ainda de outros paraˆmetros externos, tais como temperatura pressa˜o e luminosidade. Os circuitos que conte´m um ou mais elementos na˜o lineares sa˜o mais dif´ıceis de resolver analiticamente do que circuitos que consistem inteiramente de elementos lineares. A Figura 2 abaixo mostra a curva caracter´ıstica de um diodo a va´cuo. Figura 2: Curva Caracter´ıstica na˜o Linear 3.2 Forc¸a Eletromotriz e Resisteˆncia Interna O gerador ideal e´ um gerador capaz de fornecer a`s cargas ele´tricas que o atravessam toda a energia gerada. A tensa˜o ele´trica medida entre seus polos leva o nome de f.e.m., forc¸a eletromotriz, e sera´ representada por �. A pilha, por exemplo, na˜o e´ um gerador ideal, isto e´, que gere uma tensa˜o constante. Ela e´ constitu´ıda de partes condutoras e isolantes, e por mais perfeita que seja sempre apresenta resisteˆncia interna. Departamento de F´ısica 3 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II Um volt´ımetro ideal seria aquele que tem resisteˆncia infinita, ou seja, na˜o retira corrente do circuito acoplado. Contudo o medidor real utilizado em laborato´rio possui resisteˆncia finita embora muito grande [da ordem de MΩ(mega ohm)]. O amper´ımetro, por sua vez, para ser ideal deveria ter resisteˆncia nula, o que tambe´m na˜o ocorre em amper´ımetros reais. As resisteˆncias destes medidores assim como as das pilhas sa˜o denominadas resisteˆncias internas e geralmente passam despercebidas, mas em certas situac¸o˜es devem ser consideradas e corrigidas, sendo a resisteˆncia interna uma caracter´ıstica de cada elemento (devendo ser vis´ıvel em sua curva). 4 Detalhes Experimentais 4.1 Relac¸a˜o de Materiais • 2 Mult´ımetros digitais 1. Usado como Ohmı´metro/Volt´ımetro: ET-1110 2. Usado como Amper´ımentro: MIC 2200A • 1 Pilha de 1,5V (valor nominal) • 1 Suporte para pilha • 1 Resistor varia´vel • 1 Proto-board • 1 Fonte de tensa˜o vara´vel de 0 a 15 Volts • 1 Laˆmpada de 12V (valor nominal) • 2 Resistores de 1kΩ e 18Ω • Cabos e Fios de ligac¸a˜o Departamento de F´ısica 4 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II 4.2 Montagem Experimental Primeiramente, medimos a forc¸a eletromotriz de uma pilha atrave´s do seguinte circuito (Figura 3) Figura 3: Circuito Forc¸a Eletromotriz. Posteriormente, atrave´s do circuito, coletamos pares de tensa˜o ou DDP- diferenc¸a de tensa˜o (V) e corrente (I). Com a chave fechada, variando a resisteˆncia, obtivemos a curva caracter´ıstica da pilha (Figura 4). Figura 4: Circuito para medida Rb e Curva Caracter´ıstica da Pilha. Departamento de F´ısica 5 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II Tambe´m foram medidas as resisteˆncias internas de outros elementos, tais como resistor (Figura 5) e laˆmpada (Figura 6). Figura 5: Circuito para medida Rb e Curva Caracter´ıstica do Resistor. Figura 6: Circuito para medida Rb e Curva Caracter´ıstica da Laˆmpada. Departamento de F´ısica 6 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II 5 Resultados A partir dos resultados medidos e calculados obtivemos as tabelas e gra´ficos abaixo: 5.1 Pilha I´ndice Vm(V) ± σ (V) i(mA) ± σ(mA) 1 1.574 ± 0.0079 0.0634 ± 0.000507 2 1.591 ± 0.0080 0.0333 ± 0.000267 3 1.599 ± 0.0080 0.0210 ± 0.000168 4 1.603 ± 0.0080 0.0160 ± 0.000128 5 1.606 ± 0.0080 0.0119 ± 0.000095 6 1.608 ± 0.0080 0.0103 ± 0.000082 7 1.609 ± 0.0080 0.0090 ± 0.000072 8 1.610 ± 0.0081 0.0082 ± 0.000065 9 1.611 ± 0.0081 0.0073 ± 0.000058 10 1.612 ± 0.0081 0.0059 ± 0.000047 Tabela 1: Resultados para a Curva Caracter´ıstica da Pilha 5.2 Laˆmpada e Resistor A partir dos resultados medidos e calculados obtivemos as tabelas Laˆmpada U(V) ± σ(V) i(A) ± σ(A) 1.70 ± 0.0085 0.04 ± 0.0004 3.79 ± 0.0190 0.06 ± 0.0006 5.73 ± 0.0287 0.07 ± 0.0007 7.73 ± 0.0387 0.08 ± 0.0008 9.70 ± 0.0485 0.09 ± 0.0009 11.67 ± 0.0584 0.11 ± 0.0011 13.68 ± 0.0684 0.12 ± 0.0012 15.59 ± 0.0780 0.13 ± 0.0013 17.49 ± 0.0875 0.14 ± 0.0014 19.58 ± 0.0979 0.15 ± 0.0015 Tabela 2: Resultados para a Curva Caracter´ıstica da Laˆmpada Departamento de F´ısica 7 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II Resistor (1kΩ U(V) ± σ(V) i(mA) ± σ(mA) 0.98 ± 0.0049 1.0 ± 0.008 1.92 ± 0.0096 1.9 ± 0.0152 2.89 ± 0.0145 2.9 ± 0.0232 3.85 ± 0.0193 3.8 ± 0.0304 4.93 ± 0.0247 4.9± 0.0392 5.82 ± 0.0291 5.8 ± 0.0464 6.84 ± 0.0342 6.8 ± 0.0544 7.83 ± 0.0392 7.8 ± 0.0624 8.86 ± 0.0443 8.8 ± 0.0704 9.84 ± 0.0492 9.8 ± 0.0784 Tabela 3: Resultados para a Curva Caracter´ıstica do Resistor Figura 7: Curva Caracter´ıstica da Pilha Departamento de F´ısica 8 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II Figura 8: Curva Caracter´ıstica da Laˆmpada Figura 9: Curva Caracter´ıstica do Resistor Departamento de F´ısica 9 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II 6 Discusso˜es Inicialmente coletamos a forc¸a eletromotriz da fonte (pilha) atrave´s do volt´ımetro, assim pudemos observar que ela corresponde a tensa˜o medida no circuito pelo aparelho, de acordo com a equac¸a˜o a seguir: �−RBi−Rvi = 0 como Rv >> RB �−Rvi = 0 enta˜o, � = Rvi = VB (Vt e´ a tensa˜o medida pelo volt´ımetro) A ana´lise da Figura ?? na pa´gina ?? e Tabela ?? na pa´gina ??, nos permitiu observar que a pilha se trata de um elemento resistivo que e´ descrito por uma equac¸a˜o alge´brica linear, ou seja, esse elemento obedece a primeira lei de Ohm (Equac¸a˜o ??). Fechando a chave do circuito na Figura II, obtivemos a curva caracter´ıstica da pilha, pois fechando o circuito conseguimos medir a intensidade de corrente que passa pelo amper´ımetro, contudo o valor de R deve ser nulo para termos somente a corrente fornecida pela pilha. Isso se reduz a` seguinte equac¸a˜o: �−RBiB − (R+Ra)i = 0, ou seja, �−RBiB = (R+Ra)i = Vm (3) Foi desprezado a corrente passada pelo interior do volt´ımetro, sendo assim iB ≈ i, enta˜o temos: R = �− Vm i (4) Para este ca´lculo obtivemos a forc¸a eletromotriz com o circuito aberto, e os outros ele- mentos com circuito fechado. Paraˆmetros encontrados para a pilha: Y = 1, 61− 0, 87x V = 1, 61− 0, 87i onde �=1,61V e RB = 0, 87Ω Utilizando o mesmo circuito, pore´m variando a resistencia R recolhemos 10 (dez) pontos de Vm e i, sendo assim, construimos o Gra´fico ??, cujo aspecto e´ de um elemento resistivo linear, devido a isso podemos considerar o resistor sendo um “elemento ohmico”. Paraˆmetros para o resistor: Y = 103i no qual RB = 10 3Ω Retirando o resistor R e inserindo a laˆmpada no circuito representado na Figura ?? na pa´gina ??, e variando a voltagem aplicada pela fonte de tensa˜o obtivemos outros 10 (dez) pares de Vm e i, construindo assim o Gra´fico da figura ?? . Atrave´s da ana´lise dos paraˆmetros e desconsiderando o ajuste feito pelo software utilizado observamos que esta laˆmpada na˜o corresponde a um elemento resistivo linear ou ohmico. Posteriormente a todas as ana´lises avaliamos os desvios na determinac¸a˜o de RB, a partir da propagac¸a˜o das grandezas utilizadas, sendo este desvio relativamente grande se conside- rarmos os valores de RB. Quanto aos outros elementos, somente foram calculados os desvios padro˜es, pois na˜o foi realizada nenhuma operac¸a˜o com os dados. Departamento de F´ısica 10 Experimentos Ba´sicos com Circuitos Ele´tricos em C.C Parte II 7 Conclusa˜o Observando os paraˆmetros dos gra´ficos obtidos, notamos que o resistor e´ o elemento que “mais respeita” a Lei de Ohm (Equac¸a˜o ??), pois a diferenc¸a entre os valores teo´ricos e experimentais e´ muito pequena. A curva da pilha (Gra´fico ??) apresentou certa linearidade, embora este objeto apresente uma resisteˆncia interna. Isso se explica observando o ajuste do gra´fico. O valor do paraˆmetro para � ficou bem pro´ximo ao medido com o mult´ımetro, e para a resisteˆncia interna RB obtivemos um valor que e´ relativamente baixo. Logo, a tensa˜o da pilha na˜o seria alterada significativamente por RB, caso fosse utilizada em um circuito. Ja´ a laˆmpada, que deveria apresentar uma curva na˜o-linear, ficou muito pro´xima da line- aridade, embora os cinco primeiros pontos aparentem uma curva (Gra´fico ??). Conclu´ımos, enta˜o, a partir dos dados e das curvas caracter´ısticas de cada elemento, que existem propriedades intr´ınsecas para cada um deles em relac¸a˜o a` Lei de Ohm, e isso determinara´ o seu comportamento num circuito. Refereˆncias [Mundo Educac¸a˜o] Mundo Educac¸a˜o. Forc¸a Eletromotriz, dispon´ıvel online em: http://www.mundoeducacao.com/fisica/forca-eletromotriz-forca-contraeletromotriz.htm, acesso em 13/03/2014 [Halliday, Resnick e Walker] Halliday, Resnick e Walker. Fundamentos da F´ısica, Editora LTC, Rio de Janeiro, 8a ed., 2010. [Info Escola] Info Escola. Geradores Ele´tricos, dispon´ıvel online em: http://www.infoescola.com/fisica/geradoreseletricos/, acesso em 13/03/2014 Departamento de F´ısica 11
Compartilhar