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Resumo Constitucional Prova 1 - Conceitos . Direito Direito é manifestação do poder. Quem tem o poder, elabora a norma jurídica de acordo com seus interesses. Temos o exemplo da norma jurídica sobre o jogo de basquete, a arbitrariedade da altura da cesta de basquete pode ser fixada de acordo com quem faz a regra. Direito nem sempre se traduz em justiça. A escravidão não está em sentido justo, moral e ético, porém, até 1878, existiam normas jurídicas regulamentando a escravidão. Nem tudo que é norma jurídica se traduz em justiça. A luta da sociedade humana é para o direito expressar o direito coletivo, a soma das vontades coletivas, em um processo e não sob uma verdade absoluta. . Legalidade x Legitimidade Tudo aquilo que é norma jurídica, é legal, e tem característica de legalidade, como a lei que estabelecia a escravidão, votação fechada e etc. Legítimo é aquilo que é legal e que a sociedade concorda que seja norma jurídica: a concordância popular da lei. O desejo da sociedade é para que tudo que seja legal seja legítimo. A luta da sociedade é para o casamento de legalidade e legitimidade, porém há leis em que não há legalidade ou legitimidade absoluta. A legalidade é sempre plena, mas nem sempre existe legitimidade plena. O direito se manifesta através das normas jurídicas, que para serem eficazes, precisam ter coercibilidade, que consiste no resultado sancionário a não cumprimento da norma jurídica, estando inerente à norma jurídica. A norma jurídica possui nexo psicológico, onde é entendido que se alguém não cumpre a norma jurídica, sofrerá uma penalidade. A penalidade é a materialidade da coercitividade. . Força do Direito x Direito da força A força do direito é exatamente o conjunto de normas jurídicas, que têm nexo psicológico e, caso descumprimento, a penalidade. O direito de força significa que ele deve ter um poder repressor. Os leigos acreditam que o poder repressor só existe no Direito Penal, porém por exemplo, alguém bata no meu carro no estacionamento, identificando a pessoa e conversando, ela diz que não me indenizará e eu proponho uma ação e ganho uma causa de indenizar em 5.000 reais os danos causados ao meu carro. Se a pessoa não pagar o valor que o juiz arbitrou na decisão, a eficácia da decisão é feita pela execução da mesma, por meio de penhora. Significando que para o reembolso do prejuízo é necessário o uso da coercibilidade, sendo essencial no Direito. A coercibilidade é a força do Direito. Se alguém entrar com um revólver e ameaça a turma de terminar a aula, estabelecendo uma regra existe uma análise de risco onde se avalia o perigo, já que alguém estabeleceu o Direito da força pelos meios de barbárie e coerção física ou psicológica, inaceitável pela sociedade. O direito deve ser baseado na força do direito e devemos combater o direito da força. O direito constitucional deve se basear na força do direito, como qualquer outra norma jurídica. . Fontes do Direito As fontes do direito são de onde surge o direito. Existem fontes diretas e indiretas. As diretas são aquelas que estão mais próximas da ordem jurídica, da lei e do costume. As indiretas são a doutrina e a jurisprudência. Logo, o direito não sai do abstrato, sai de coisas concretas. a) Lei A fonte concreta mais importante é a Lei. No direito latino/francês a lei é a principal fonte de direito, inclusive no Brasil. No direito constitucional, a lei é a constituição. É aquilo que está normatizado, legislado como lei vigente. b) Costume Já o costume é a prática reiterada de um determinado comportamento, significando que, se repetindo aquela maneira de se comportar, o costume é uma fonte do direito. Os países que se baseiam no costume como principal fonte de direito são os países anglo- saxões, que adotam o direito consuetudinário, ligado ao costume. Como exemplo, a renúncia, que quando alguém renuncia a alguma coisa, não é necessário que a renúncia seja efetivada pelo poder judiciário ou parlamento. No direito brasileiro há costume de que a renuncia é ato unilateral, logo não deve ser efetivado por outro poder, mostrando que há outra fonte direta do Direito também sendo positivado no Brasil, mesmo que em papel secundário. c) Doutrina A doutrina é o método de se contemplar hipóteses que não estão estabelecidas pela lei. A lei estabelece os princípios gerais e a doutrina preenche a lacuna que não é contemplada pela lei. Como, por exemplo, o julgamento dos embargos infringentes pelo STF, pois a lei limitava a algumas hipóteses, mas nada específico a essa situação. Logo, foi avaliado o costume do STF e levantado o que a doutrina diz sobre isso, logo, sendo uma fonte indireta de direito. d) Jurisprudência São as reiteradas decisões dos tribunais que acabam por interpretar uma matéria de uma determinada maneira. Como exemplo a jurisprudência de motoristas que atropelam pessoas em vias expressas, presume-se a inocência do condutor. São decisões do poder judiciário que assessoram a manutenção do direito. - Direito Público x Direito Privado A doutrina diz que essa divisão não faz mais sentido, é um conceito envelhecido. Todas as vezes que o Estado faz parte da relação jurídica, é autor ou réu, estamos diante de direito público. Quando o Estado não faz parte da relação jurídica, temos o direito privado. O direito constitucional é um direito público. Por exemplo, uma sentença de pensão alimentícia, o Estado é o interveniente dessa relação jurídica, logo, é uma relação do Direito Privado. I) Direito Público . Direito Constitucional O principal ramo do direito público é o Direito Constitucional. Ele é a moldura da relação jurídica, estabelecendo regras comportamentais e princípios para os diversos ramos do Direito. Estabelece o que pode e não pode na ordem jurídica. O DC evoluiu na história da sociedade humana de maneira intensa, começando na Carta Constitucional Americana, grande passo de formulação teórica e prática da sociedade norte americana. A partir disso, temos outro marco com a Constituição Francesa. Não há como ter um estado democrático sem o direito constitucional. É um marco importante na civilização dos países. O DC é um direito público já que quem garante a constituição é o Estado, que organiza a sociedade, estabelecendo normas, poder judiciário, legislativo e etc. É, eminentemente, um direito público. A constituição organiza a sociedade, estabelece direitos e deveres da cidadania, estrutura o poder executivo, legislativo e judiciário, estabelece a ordem econômica, estabelece os conceitos do MP, e estabelece os princípios gerais da sociedade. É um direito eminentemente político. Ele tem influência nos outros ramos do direito, pois ele estabelece os princípios que devem ser observados por esses outros ramos do direito, interferindo nos mesmos. . Direito Penal O direito penal é outro ramo do direito público, pois ele faz parte do aparelho do Estado. Quem denuncia a prática de ilicitudes é o Estado. Há uma tendência no mundo fazer uma parte do direito penal como privado, como no Brasil, como por exemplo, lesões de pequenas gravidades, ficam na dependência da vítima fazer a denúncia ou não. Essa definição vem dos EUA, permitindo que as partes negociem a situação, quando é de teor pouco ofensivo. O direito penal é eminentemente público e excepcionalmente, privado. O direito constitucional interfere intensamente o direito penal, estabelecendo limites ao aparelho do estado em punir as pessoas, pois a sociedade humana só será democrática com muita repressão. O DP é um direito em plena evolução onde se há a preocupação de se tornar cada vez menos repressor e sim com um caráter de reintegrar o condenado à sociedade, de maneira pacífica. O autor da ação é sempre oMP. O DC interfere também, por exemplo, com o tribunal do júri e o habeas corpus, que também são instrumentos do DP. Há também, duplo grau de jurisdição, possibilitando a pessoa ser julgada por pelo menos dois julgamentos para caracterizar sua culpa. Outro instrumento é a presunção da inocência, que significa que até que se prove o contrário, o indivíduo é inocente. Não se presume a culpa. A sociedade tem uma compreensão muito difícil do direito penal. Ela acha que o direito penal existe para tirar a liberdade das pessoas, e há um certo prazer da sociedade para prender as pessoas. Mas esse não é seu objetivo, que tem como meta proteger a sociedade e recuperar as pessoas do conflito social. . Direito Administrativo O Direto Administrativo é um ramo do direito público, pois o estado faz parte da relação jurídica, sendo comprando bens ou organizando o aparelho do estado. É um ramo eminentemente público. Isso se dá, pois, todas as vezes que o Estado compra um bem ou contrata um serviço, ele utiliza-se do direito administrativo, fazendo parte da relação jurídica. Quando por exemplo o estado comprou as cadeiras da faculdade, foi aberta uma licitação para tal, logo, parte do processo do direito administrativo. Por exemplo, o professor como agente público, está sujeito ao administrativo do Estado. O direito constitucional tem extrema influência no DA, estabelecendo uma série de princípios para o DA, sendo o mais importante, que estabelece que todo cidadão pode fazer tudo, só não pode fazer o que a lei o proíbe. No DA só se pode fazer aquilo que o Direito Administrativo autoriza. . Direito Processual Outro ramo do Direito Público é o Direito Processual. Ele é aquele direito que ensina, regulamenta como se requerer em juízo o direito de seu cliente. Ele estabelece os procedimentos para se ir ao judiciário e receber dele as decisões que regulamentem o direito do seu cliente. Alguns dizem que ele não faz parte do direito privado pois o Estado não faz parte do Direito Público, mas o professor discorda porque ele é extremamente importante na construção dos requerimentos e funcionamentos em juízo para reclamar o interesse do cliente. Nele, temos dois ramos, o Direito Processual Civil e o Direito Processual Penal. O Código civil tem seu próprio processo, assim como o penal. O direito processual regula como e com que mecanismos requerer ao poder judiciário. Embora tenha dois ramos, é objetivo de todo direito de ter seu próprio método processual. Cada direito quer ter seu próprio direito processual, para ter suas garantias específicas e melhorar sua eficiência. É conveniente, pois, como o caso do habeas corpus, temos o direito, que é o de ir e vir, que é garantido pelo habeas corpus, mecanismo processual para garantir sua manutenção. . Direito Internacional Público Como o nome caracteriza, o DIPu vai estudar as relações internacionais, os tratados internacionais e como as relações jurídicas entre Estados soberanos ocorrem. Então ele estuda as relações entre países, tratados, convenções internacionais, como funcionam os organismos internacionais, a ONU, a OEA e etc. O DIPu estuda os tratados e convenções internacionais. O direito internacional público vive um período de transformação, pois estamos vivendo a crise do Estado Nacional, onde ele está desaparecendo, para se criarem as comunidades Européias, Americanas, e etc. O DIPu é fundamental para a defesa da sociedade, da paz e do humanismo. O DC interfere no DP, DA, DPro e no DIPu, pois é a constituição que estabelece, no caso do DIPu, o rito para assinar um tratado internacional, pois esse tratado só produzirá efeitos no Brasil quando o congresso aceita o tratado, só terá eficácia jurídica se isso ocorrer. II) Direito Privado . Direito Civil O DCiv é ramo do direito privado, pois o estado não é interveniente, e nele se estudam os direitos das negociações, sucessões, direitos reais, de família entre outros. O direito civil estuda uma ampla área da ordem jurídica de um país. É o principal ramo da área privada, o Estado não faz parte da ordem jurídica e o DC interfere no DCiv. Ele é inspirado no Direito Romano e é extremamente importante, estudando todas as relações jurídicas entre particulares. O DC interfere no DCiv estabelecendo alguns princípios sobre ele. O Ato Jurídico Perfeito, por exemplo, assim como a Res Judicata (coisa julgada) e o Direito Adquirido. Esses institutos são importantes e protegidos pelo DC. . Direito Comercial O Direito Comercial é um ramo do direito civil. É um ramo extremamente importante que o código comercial vigente está bastante ultrapassado e precisa ser atualizado. Temos leis esparsas que fazem parte do código comercial que precisam ser organizadas através de um novo código comercial. O código comercial brasileiro é um código ultrapassado. Um código é a organicidade da lei daquela matéria. O civil, por exemplo, organiza as leis do direito civil. Estão incorporadas as leis em seus capítulos e livros. É fácil ver a legalidade do direito civil, pois a legalidade está descrita em seu código. Porém o código comercial está tão desatualizado por leis que foram criadas descontinuamente e perde seu caráter consultivo como pleno, necessitando que seja revisto. São estudadas no direito comercial as sociedades comerciais, a insolvência e a recuperação comerciais das empresas. Como uma empresa fica sem condições de continuar suas operações e como restabelecê-las. São estudadas as formas de crédito, porem com o advento de formas diferentes de crédito, surge uma atemporalidade entre o código e a realidade. É um direito privado, pois o estado não faz parte da relação jurídica. . Direito do Trabalho Alguns consideram o DT como direito público, e não como privado. O professor defende que o DT é privado porque o Estado não faz parte da relação jurídica. As pessoas confundem um direito muito regulado pelo Estado como direito público, porém, não é. O DC tem muita influência no DT, mas não faz parte da relação jurídica, ele protege muito o DT. Isso se dá, na opinião do professor, por uma razão óbvia de que, por exemplo, se colocarmos um trabalhador em situação de escolha, ele sempre troca seu trabalho por um prato de comida. Por isso, o DC interfere no DT, mas o Estado não faz parte da relação jurídica, só protege o trabalhador em suas normas. A constituição interfere de maneira intensa no DT, definindo a jornada de trabalho (que, no Brasil, constitui o chamado 3x8, definindo que o dia deve ter 8h de trabalho, lazer e descanso), o salário mínimo (ninguém pode ganhar menos do que aquele valor fixado por uma lei federal, mas a Constituição possibilita que os estados tenham uma lei estadual para que o salário mínimo daquele estado tenha salário mínimo maior que o estabelecido, quando existir possibilidade financeira e política.) . Direito Internacional Privado O Direito Internacional Público (DIPu) estuda relações jurídicas entre Estados soberanos independentes. Já o DIPr estuda relações jurídicas entre empresas, pessoas jurídicas e pessoas físicas em países diferentes. Por exemplo, uma brasileira casa com um búlgaro e têm um filho, para depois se separar. O DIPr é quem regulamenta os direitos e deveres nessa relação entre países diferentes.
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