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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Enfermagem Profª Thalyne Yurí e Larissa Wanderley Fev/2013 Enfermagem Cirúrgica Tubos, Sondas e Drenos Enfermagem Clínica Cirúrgica • Introdução: Utilizados rotineiramente no pré , trans e pós operatório; Requer conhecimento pelo profissional envolvido; Função de atender a necessidade específica do paciente; Ex: hidratação, drenagem, eliminação e etc.; Uso frequente no ambiente hospitalar variando com tipos e características; A escolha do dispositivo deve ser orientada : Indicação clínica, via de acesso, finalidade propedêutica ou terapêutica e custo; Enfermagem Clínica Cirúrgica • Tipos e características dos Tubos, Sondas e Drenos As primeiras referências ao uso de drenos são atribuídas a Hipócrates, e, ao longo da história a nomes como: Abraham Louis Levin (sonda nasogástrica), August Nelaton (sonda vesical de alívio), Charles Bingham Penrose (dreno de Penrose), Hans Kehr (dreno de Kehr), Frederic Eugene Basil Foley (sonda vesical de demora). Enfermagem Clínica Cirúrgica • Tipos e características dos Tubos, Sondas e Drenos Drenos são materiais colocados no interior de uma ferida ou cavidade, com objetivo de permitir a saída de fluidos ou ar que estão ou podem estar ali presentes, evitando o acúmulo de líquido; Retira seromas, hematomas, pus, linfa, material necrótico(regiões que não há possibilidade de limpeza repetidas), secreções do TGI; Os catéteres são tubos de diversos materiais e calibres com funções variadas; Agem por gravitação, capilaridade ou sucção; Variam em formato, tamanho e material. Enfermagem Clínica Cirúrgica 1. Classificação quanto ao material: a) Borracha Podem ser rígidos, laminares ou tubulares Tubulares e rígidos drenam por gravitação Laminares drenam por capilaridade Apresentam como vantagens sobre os de polietileno, o fato de serem mais macios e maleáveis, reduzindo a chance de lesão de estruturas intra-abdominais, Como inconvenientes, por terem uma superfície mais irregular, são mais sujeitos à colonização bacteriana e infecção peridreno. Enfermagem Clínica Cirúrgica b) Polietileno Material plástico pouco irritante Rígidos e fenestras – Drenado por sucção ou gravitação Vários formatos: Retos, em “J”, cauda de porco e Malecot Enfermagem Clínica Cirúrgica c) Silicone são tubos de material radiopaco, menos rígido que o polietileno e menos sujeito a contaminação bacteriana que o látex; Vários formatos d) Teflon Reduz incidência de flebite Permite maior tempo de permanência do catéter na veia Enfermagem Clínica Cirúrgica d) Vialon É um composto de poliuretano; Menor poder antigênico e trombogênico permitindo maior tempo de permanência no vaso sem induzir tromboflebite. Enfermagem Clínica Cirúrgica 2. Classificação quanto à forma de ação a) Capilaridade A saída de secreções se dá através da superfície externa do dreno. Não havendo passagem de líquidos pela sua luz; Ex: Dreno de Penrose Enfermagem Clínica Cirúrgica b) Gravitação Colocados dentro de uma cavidade; Usado para drenagens abdominais e torácicas; Enfermagem Clínica Cirúrgica Técnica curativo de dreno Enfermagem Clínica Cirúrgica c) Sucção Utilizados em casos que se prevê acúmulo de líquidos ou uso prolongado; Exs. Mastectomia radical, Tireoidectomia Possui múltiplas fenestrações e sua extremidade externa é conectado a um reservatório; Cria-se pressão negativa no interior da ferida sendo esta ocluída; Tipos de drenos: Portovac e Blake Enfermagem Clínica Cirúrgica 3. Classificação quanto à estrutura básica a) Laminares Mais conhecidos são os Drenos de Penrose; Apresentam 03(três) larguras: mais estreito, intermediário e largo. b) Tubulares Maioria dos drenos e catéteres; Drenagem por gravitação; Podem ser de Polietileno, Silicone ou Látex; Pode-se usar um tubular dentro de um laminar. Enfermagem Clínica Cirúrgica 4. Classificação quanto ao Calibre Os tubos têm seu calibre correspondente à numeração em French (Fr), de forma crescente; 6Fr 8Fr 1oFr 12Fr 14Fr 16Fr 18Fr 20Fr 22Fr 24Fr 6mm 8mm 10mm 12mm 14mm 16mm 18mm 20mm 22mm 24mm Os catéteres, principalmente para uso intravenoso, têm sua medida em Gauge (G), de forma decrescente ; 10G 12G 14G 16G 18G 20G 22G 24G 3,4mm 2,8mm 2,1mm 1,7mm 1,3mm 1,1mm 0,8mm 0,7mm Enfermagem Clínica Cirúrgica Catéteres - Seleção e Cuidados de Enfermagem Devem ter diâmetro grande o suficiente para drenar o líquido encontrado na cavidade, vencendo sua viscosidade; O fluxo dos líquidos por um tubo obedece a lei de Poiseuille - Diretamente proporcional ao diâmetro do catéter e à altura da coluna e inversamente proporcional à viscosidade do material e comprimento do dreno; Deve ser suficientemente rígido para não obstruir por uma simples dobra, porém não pode acarretar desconforto para o paciente ou dano aos tecidos ao seu redor; Ao término da inserção do catéter deve-se fixar na pele e instalar o equipo ou reservatório(tipo bolsa) para drenagem de secreção; Enfermagem Clínica Cirúrgica Catéteres - Seleção e Cuidados de Enfermagem Cuidados na manipulação : - Evitar deslocamento do catéter; - Lavagem das mãos; - Uso de luvas e máscaras; - Desinfecção das conexões e/ou transfusos com álcool 70%; - Cuidados ao preparar medicamentos e no transporte (Cubas, bandejas,...); - Preservação da permeabilidade - Não “lavar” a via com água destilada - Hemólise Enfermagem Clínica Cirúrgica 5. Classificação quanto ao uso Intravenosos Procedimento largamente realizado em ambiente hospitalar; Maioria é siliconado; Variando em comprimentos e calibres; Podem ser : - Catéter de inserção periférica - Catéter de inserção central Enfermagem Clínica Cirúrgica Catéteres do Aparelho Digestivo Utilizados no esôfago e estômago, intestino delgado, vias biliares, reto e sigmóide. Esôfago e Estômago • Indicação: descompressão gástrica, remoção de resíduos, semi oclusão ou oclusão intestinal. • Tubos de borracha tipo LEVIN são menos irritantes, porém também utiliza-se os de polietileno; • Tamanhos mais utilizados 16Fr, 18Fr e 20Fr. Enfermagem Clínica Cirúrgica Intestino Delgado são usados para descompressão do delgado proximal em presença de uma obstrução. Enfermagem Clínica Cirúrgica Vias biliares Drenos de Kehr conhecidos como Tubos em “ T “; Podem ser de borracha ou plásticos; São colocados nas vias biliares extra-hepáticas para drenagem externa, descompressão e, às vezes, como prótese modeladora após uma anastomose biliar. Enfermagem Clínica Cirúrgica Reto e Sigmóide Tubos de polietileno são utilizados para evacuação de conteúdo líquido ou gases da porção distal do cólon, em caso de obstrução parcial ou total; Utilizados para introdução de substâncias– Contrastes, Lavagens, Medicamentos. Enfermagem Clínica Cirúrgica Cavidade Abdominal Podem ser utilizados : Penrose ou drenos tubulares de polietileno; Escolha desses drenos se faz pelo volumeesperado de secreção, tempo de permanência na cavidade, necessidade de infusão de líquidos ou drogas, risco de erosão de alças e/ou vasos; Urinários Classificados em Alívio - Sonda Uretral Demora - Sonda Folley Enfermagem Clínica Cirúrgica Urológicos Malecot: Fornece drenagem da bexiga ou dos. rins. O cateter pode também ser inserido na uretra para esvaziar a bexiga, com as asas que prendem no lugar e o tubo atuando para manter a uretra aberta. Ajuda na eliminação de cálculos. Enfermagem Clínica Cirúrgica Urológicos Duplo J: Utilizado para livre drenagem de urina do rim até a bexiga. Uma extremidade do J ancora-se na pelve renal e a outra extremidade curva-se no interior da bexiga. O catéter pode produzir graus variáveis de desconforto, incluindo polaciúria, urgência urinária, sangramento urinário, dor lombar e dor em baixo ventre. Enfermagem Clínica Cirúrgica Catéteres Centrais São cateteres cuja a ponta se localiza numa veia de grosso calibre. A inserção do cateter pode ser por punção de veia jugular, subclávia, axilar ou femural. Também podem ser puncionada por uma veia braquial, e instalado um "cateter central de inserção periférica". Estes cateteres podem ser classificados quanto: •ao tempo de uso(curta permanência, longa permanência); •tipo de material usado (silicone, poliuretano,etc); •tipo de implantação (não tunelizado, percutâneo, tunelizado); •pela presença ou não de válvulas ; •pelo número de lúmens e vias. Enfermagem Clínica Cirúrgica Catéteres Centrais 1.Classificação de acordo com local de inserção • Catéter percutâneo inserido na veia subclávia ou jugular (não tunelado) • Catéter inserido perifericamente • Catéter de longa permanência (semi-implantável tunelado) • Catéter totalmente implantável Enfermagem Clínica Cirúrgica 1. Catéter percutâneo inserido na veia subclávia ou jugular (não tunelado): Acesso bastante utilizado ambiente hospitalar; Indicados : Grandes cirurgias, Dificuldades de acesso venoso, Pacientes graves; Riscos : Pneumotórax Hemotórax Enfermagem Clínica Cirúrgica Enfermagem Clínica Cirúrgica 2. Catéter inserido perifericamente: Inserido na veia basílica ou cefálica, pouco acima ou abaixo da prega cubital avançando até a veia cava, com a ajuda do próprio fluxo sangüíneo ; Enfermeiro habilitado pode realizar o procedimento – Alta complexidade; Resolução COFEN n.o 258/2001; Riscos : Oclusão, flebite, mau posicionamento, sepse, trombose, infecção local, ruptura, embolização e dificuldade de remoção do cateter; Redução dos riscos de Hemotórax e Pneumotórax; Requer veias calibrosas e íntegras , vigilância rigorosa do dispositivo e radiografia para localização da ponta do catéter. Enfermagem Clínica Cirúrgica 2. Catéter inserido perifericamente: Riscos : - Flebite mecânica e Infecciosa / Menor risco de Flebite Química - Trombose Venosa - Embolia - Arritmias Enfermagem Clínica Cirúrgica 3. Catéter de longa permanência (semi-implantável tunelado) Catéter de Broviac; Indicados para pacientes com indicação de tempo prolongado com acesso; Administrado HV, Medicamentos, NPT, Hemoderivados dentre outros; Vários calibres; Mono, Duplo ou Triplo Lumen; Extensão possui anel de Dracon - Maturação; Implantado cirurgicamente; Amplamente utilizados em Transplante de medula (TMO); Enfermagem Clínica Cirúrgica 4. Catéter Totalmente Implantável Outra opção de catéter de longa permanência; Implantado cirurgicamente; Conhecidos com Porth a cath; Constituído do Catéter e Reservatório. Este fica localizado no tecido subcutâneo; Usado agulha especial para punção do reservatório – Tipo Hubber Enfermagem Clínica Cirúrgica Indicado principalmente para pacientes em tratamento com quimioterápicos; Melhora qualidade de vida, conforto, segurança e comodidade; A punção é realizada pelo Enfermeiro É utilizado AGULHA DE HUBBER . Anteriormente é realizado uma antissepsia da pele com Clorexidina alcoolica ou PVPI tópico. Punção num ângulo de 90º; Agulha pode ser mantida por até 07 dias; Curativos: - Apenas após a inserção no CC e na internação a cada 48h; - No dia a dia não é necessário devido estar no subcutâneo; - Pode utilizar Gaze, Micropore ou curativo transparente. Enfermagem Clínica Cirúrgica Reservatório tem o centro siliconado; Podem ser Polissulfona , Titâneo ou Silicone; Enfermagem Clínica Cirúrgica Riscos: - Migração do circuito; - Ruptura do circuito; - Acotovelamento; - Rotação do PORT; - Trombose venosa Atenção!!!! Nos cuidados de Enfermagem com Catéteres Enfermagem Clínica Cirúrgica Flebotomia - É a cateterização venosa profunda por dissecção Introdução de um catéter fino siliconado; Utilizado : Veias basílicas, Cubital Mediana , Basilar ou Femoral. Indicação: Mensuração PVC; Coleta sangue; Administrar drogas; Terapêutica prolongada; Reposição volêmica rápida. Durabilidade: Em torno de 05 dias Cuidados de Enfermagem: Local de inserção; Fixação Perviabilidade Sangramentos Sinais flogísticos Curativos Enfermagem Clínica Cirúrgica Tubos de traqueostomia Abertura cirúrgica feita na parede anterior da traquéia, como objetivo de facilitar a ventilação. Pode ser temporária ou definitiva É indicada nos casos de pacientes com: Obstrução por tumor de laringe, Com edema pós cirurgia de cabeça e pescoço Necessidade de ventilação mecânica por tempo prolongado, Remover secreções traqueobrônquicas ou prevenir aspiração de secreções gástricas em pacientes com incompetência da laringe Enfermagem Clínica Cirúrgica Tubos de traqueostomia – CUIDADOS Aspirar as vias aéreas com freqüência com técnica asséptica; Manter o ar inalado umidificado; Manter ao lado do paciente outro tubo de traqueostomia, dilatador traqueal e equipamento para aspiração, que será utilizado no caso de obstrução; Fazer o curativo do estoma utilizando técnica asséptica; Verificar se a cânula está no local adequado após o curativo do estoma. Amarra-la no pescoço com fita macia e presa firmemente, para evitar que se solte com movimentos do paciente ou tosse Estar atento às possíveis formas de comunicação com o paciente traqueostomizado, para atendê-lo em suas necessidades. Enfermagem Clínica Cirúrgica Aspiração das vias aéreas Finalidades: Retirar fluídos das vias aéreas superiores do cliente, melhorando sua respiração evitando a broncoaspiração. Material Necessário: - 01 Par de luvas estéril; - 02 gazes estéril - 01 sonda de aspiração; - 01 máscara descartável padrão; - 01 óculos protetor; - 03 ampolas de (10ml) água destilada ou SF a 09% - 01 seringa de 10ml - 01 bandeja - Estetoscópio Enfermagem Clínica Cirúrgica Aspiração das vias aéreas Pré - Execução: - Preparar o material; - Avaliar o tamanho da sonda de aspiração; - Lavar as mãos; Execução: - Identificar-se; Checar o leito e o nome do cliente; - Auscutar o cliente e orientá-lo quanto ao procedimento; - Posicionar o cliente (decúbito elevado); - Abrir o material a ser utilizado; - Colocar óculos protetor, máscara e luvas; - Conectar a sonda de aspiração ao látex- Ligar o aspirador com a mão não dominante; Enfermagem Clínica Cirúrgica Aspiração das vias aéreas Execução (cont): - Com a mão não dominante, segurar o látex; - Com a mão dominante, introduzir a sonda de aspiração na cavidade traqueal, nasal e posteriormente oral, mantendo o látex pinçado - Soltar a pinça e retirar a sonda lentamente; - Dar um intervalo entre uma aspiração e outra; - Repetir o processo até a limpeza total, avaliando condição respiratória do cliente; - Aspirar água destilada para limpeza da extensão; Enfermagem Clínica Cirúrgica Aspiração das vias aéreas Pós Execução: - Retirar a sonda, as luvas, máscara e óculos; - Desligar o aspirador; - Deixar o cliente confortável e com a campainha ao seu alcance; - Manter o ambiente limpo e em ordem. - Desprezar o material utilizado no expurgo; - Lavar as mãos; - Realizar as anotações necessárias; Obrigada!!!
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