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Princípios relevantes do comportamento Staats & Staats

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3
Princípios relevantes 
do comportamento
E ste capítulo tem como propósito introduzir os princípios 
experimentais com os quais se interpretam o desenvolvimento e 
a manutenção de aspectos significantes do comportamento humano. 
Porquanto será útil descrever alguns dos experimentos originais 
de laboratório, através dos quais esses princípios foram descobertos, 
deve ser lembrado que cada princípio será apresentado somente 
porque os autores o consideram importante para compreender o 
comportamento humano. N a maioria dos casos, o princípio será 
apresentado acompanhado de um exemplo que descreverá um com­
portamento que pode funcionar de acordo com aquele princípio. 
Jsto será feito para apresentar uma concepção geral de como o 
comportamento humano pode ser aprendido — aplicações mais 
amplas e pormenorizadas dos princípios do comportamento humano 
serão apresentadas em capítulos posteriores. Os princípios apresen­
tados neste capítulo constituem a base do livro.
Visto que os capítulos posteriores deste livro de texto tratam 
de comportamentos humanos complexos, os experimentos citados 
empregam, em geral, sujeitos humanos. Neste capítulo, muitos 
dos experimentos citados utilizaram animais como sujeitos. Como 
este fato indica, a maioria dos princípios deriva de experimentos 
que utilizaram situações e organismos mais simples, ilustrando, 
dessa forma, a continuidade existente entre pesquisa básica e 
suas extensões. Para o leitor, a simplicidade dos experimentos 
com animais permitirá que o princípio ilustrado seja apresentado 
em termos simples.
Condicionamento respondente ou clássico
O primeiro princípio pode ser introduzido através de um exem­
plo de comportamento em uma situação da vida diária. Quase 
toda criança é levada de vez em quando, a um consultório médico 
para receber algum tipo de vacina ou injeção. No decorrer dessas 
visitas podem ser observadas mudanças sistemáticas no comporta-
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
Em: Comportamento humano complexo: uma extensão sistemática 
dos princípios da aprendizagem [por] Arthur W, Staats e 
contribuições de Carolyn Staats. São Paulo, E. P. U., 1973.
Princípios relevantes do comportamento
mento da criança. N a primeira, a criança chora quando a injeç&o 
“ dolorosa” lhe é administrada. Estímulos dolorosos elioiam wite 
tipo de resposta. Nas visitas posteriores, porém, poder-se-á obser­
var que a criança não espera até que a agulha da seringa lhe soja 
apresentada para começar a chorar. N a segunda ou terceira visita, 
poderá ser observado que a criança geme ao ver o médico. So at» 
visitas se prolongam, a criança pode até começar a chorar ao ontrar 
no edifício no qual se encontra o consultório.
Vários aspectos deste exemplo devem ser destacados. Original­
mente, o médico — ou, mais precisamente, o estímulo visual que 
ele constitui — era neutro em relação ao choro. O estímulo doloroso 
representado pela agulha da seringa, por outro lado, invariavelmente 
elicia comportamento de choro. Depois da visão do médico, ter, .sido 
seguida, uma ou mais vezes, pelo estimulo doloroso, o estímulo 
originalmente neutro ~adquire as características de estímulQ_dalo- 
rôso, e a vista do médico ver se elicia comportamento de choro.
E sta seqüência de eventos, ilustra o princípio geral original­
mente denominado ^ondicionam£n£o) e, hoje, freqüentemente refe­
rido como “ condicionamento respondente” ou “ n^dirMrma.Tflf>nt.r> 
clássiç^” . Se um estímulo, originalmente neutro em relação a 
(letêrminada resposta, for vànas vezes pareado com um estímulo 
due elicia aquela r^RpnRta.r n prfipriol pst.lmn In pTPVmTflPinte neutro 
eliciarâ a resposta. Este princípio possui ampla generalidade. M ui­
tos tipos diferentes de comportamento são adquiridos através deste 
processo, e não apenas comportamentos “ negativos” como o de cho­
rar. O princípio de condicionamento clássico é de grande importância, 
como o leitor verá nos próximos capítulos, para se compreender 
como a linguagem é aprendida, como ocorre a comunicação, e como 
se desenvolvem as atitudes.
Com efeito, há muito tempo se reconhecia, de um modo vago, 
que as coisas que ocorrem juntas tendem a se associarem. Uma 
canção que foi tocada repetidamente durante certo período da 
vida de uma pessoa, mais tarde tenderá a provocar as mesmas 
respostas que ocorreram naquela época. Se as respostas eram 
“ agradáveis” , a canção eliciará mais tarde respostas “ agradáveis”
— e o reverso também é verdadeiro. Embora há muito tempo 
reconhecido, o processo de "associação” só recentemente foi siste­
maticamente explorado. As pessoas se contentavam com observa­
ções naturalísticas e interpretaçõe3 subjetivas de que eventos "m en­
tais” intangíveis associavam-se quando ocorriam juntos. Descrições 
sistemáticas e objetivas do processo de associação aguardaram a 
atividade de pesquisadores de laboratório, um dos primeiros dos 
quais foi Ivan P. P avlov. Seus experimentos começaram a mostrar 
como o meio modela ou dá forma ao comportamento de organismos e, 
assim, descortinaram o caminho para se compreender as grandes
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
40 Comportamento Humano Complexo
complexidades do comportamento humano que não podem ser 
explicados com base somcnt€~~êm fatores biológicos.
Como sói acontecer na investigação inicial de uma área, P avlov 
restringiu seu estudo a uma situação simples, na qual o maior número 
possível de fatores estranhos podia ser controlado. Basicamente, 
isto é o que constitui um experimento em qualquer área de estudo. 
Controlando os vários fatores que podiam afetar o comportamento 
de seu animal experimental, nesse caso um cão, Pavlov manipulou 
uma variável e observou seu efeito sobre o comportamento animal. 
E sta variável consistiu em confrontar o cão com dois estímulos do 
meio apresentados contiguamente. U m desses estímulos eliciava 
determinada resposta no início do experimento; o outro não eliciava 
essa resposta» Depois de várias apresentações concomitantes dos 
dois estímulos, o último também passou a eliciar a resposta.
M ais especificamente, o cão estava atado por arreios, em uma 
sala à prova de som. Um estímulo auditivo lhe era apresentado e, 
logo depois, uma pequena porção de pó de carne lhe era colocada 
sobre a língua. O pó de carne, naturalmente, eliciava a resposta 
de salivação. Aparelhos foram utilizados para observar com precisão 
a quantidade de salivação do cão, o tempo de apresentação do 
estímulo auditivo e a quantidade de comida dada ao cão*
O estímulo auditivo e o estímulo alimento foram apresentados 
um após o outro várias vezes. Verificou-se que se o estímulo auditivo 
fosse finalmente apresentado isoladamente, o cão salivaria. A quan­
tidade de saliva provou ser, em parte, função do número de vezes 
que o som foi pareado ao pó de carne. Quanto mais vezes o estí­
mulo auditivo era pareado ao estímulo carne, maior a resposta de 
salivação ao som, até que o animal alcançava o máximo de con­
dicionamento. O intervalo de tempo entre a apresentação do estímu­
lo som e a apresentação do estímulo carne provou também ser uma 
variável importante. Quando o som precedia o pó de carne por 
aproximadamente meio segundo, produzia-se o condicionamento 
mais forte. Intervalos mais longos ou mais curtos decresciam o 
total de condicionamento.
Desde que iremos nos referir várias vezes ao princípio do 
condicionamento respondente, é importante que o leitor aprenda 
os termos próprios para os diferentes aspectos do processo de con­
dicionamento. O estímulo que a princípio não alicia a resposta, 
neste caso o som, é denominado de estímulo condicionado (abrevia-se 
CS). O estímulo que inicialmente elicia a resposta, neste caso o 
pó de carnc, é denominado estímulo incondicionado (abreviasseUCS). 
O processo de condicionamento clássico pode ser esquematizado 
como se vê no diagrama da JFigura 3.1.
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
Princípios relevantes do comportamento 41
q 5 ____ _____ ____________ ___ “ R
som tolhroçAo
&
</ W è È r — .-------------------- :-----------------W
F igura 3.1. O processo de condicionamento clássico ou respon dente. 
C»da vez que o CS é apresentado com o UCS, que já eliciava a R, a ten­
dência para o CS também eliciar a R aumenta. Depois de vários desses 
pareamentos de CS com UCS (tentativas de condicionamento), o CS por 
ei só eliciará a R. O grau em que o CS elicia a R é indicado pela espes­
sura da linha; depois da primeira tentativa, o condicionamento fraco é 
indicado pela linha pontilhada. Depois de várias tentativas, o condicio­
namento mais forte é indicado pela linha contínua. Esta convenção será 
obedecida nas demais figuras do livro.
Os princípios do condicionamento clássico foram validados 
usando-se outros organismos e outros tipos de respostas. Experi­
mentos com sujeitos humanos foram necessários para demonstrar 
que os princípios se aplicam ao homem. Estes experimentos também 
foram os mais simples possíveis e por isso envolveram respostas 
simples que podiam ser facilmente medidas e registradas, Com 
seres humanos, foram condicionados a resposta piscar a um sopro 
de ar, a aceleração do batimento cardíaco a um UCS choque elé­
trico, e muitos outros comportamentos. i
Razran (1939a, 1939b, 1949) realizou vários experimentos que 
mostram o processo de condicionamento em seres humanos de uma 
forma bastante interessante, análoga à dos experimentos origi­
nais de Pavlov, Razran usou diferentes tipos de alimento (tal 
como chá, sanduíches, ou doce) como UCS, do mesmo modo que o 
pó de carne foi usado com os cães de Pavlov. Quando vários tipos 
de estímulos foram apresentados como CSs enquanto os sujeitos 
comiam ou bebiam, verificou-se que mais tarde o CS, por si só 
eliciava a salivação. A quantidade de salivação ao CS foi medida 
colocando-se na boca do sujeito rolos padronizados de algodão 
durante determinado período de tempo que absorviam toda a saliva 
secretada. O algodão era pesado depois desse procedimento, a fim 
de obter-se uma medida da quantidade da saliva.
O procedimento de Razran foi esquematizado na Figura 3.2, 
primariamente para ilustrar um refinamento do princípio clássico
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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42 Comportamento Humano Complexo
gt>rid do condicionamento. Nem todas as respostas eli ciadas pelo 
V C S se condicionam ao CS. Somente certas porções do total de 
rexpoBtas tornam-se condicionadas. Por exemplo, o alimento UCS, 
lio experimento, elicia muitas respostas: pegar os alimentos só­
lidos, colocá-los na boca, mastigá-los, salivar, e assim por diante. 
Somente parte desse total de respostas é condicionado ao CS — 
por exemplo, a resposta de salivar no diagrama. O CS nunca eli- 
clará a resposta de mastigar, ou quando isto ocorrer, este condi­
cionamento desaparecerá rapidamente. M uitos experimentos foram 
realizados para determinar precisamente como ocorre o condicio­
namento respondente e que fatores afetam o processo. Para o 
propósito deste livro não são necessários outros pormenores, j
©
C S
F ujijha 3.2. O CS é pareado ao UCS várias vezes. A resposta aparece 
corno tendo duas partes — r„ a parte que é condicionável (por exemplo, 
Halivuçfto), e li, a parte que não é facilmente condicionável (pegar, mas- 
I fgjir, o íiN.sini por diante). A força da associação entre o CS e &r, aumenta 
rom cada tentativa, como é mostrado pelo aumento da espessura da 
linha. A forma da associação entre CS e a ft, por outro lado, aumenta 
muito pouco, como 6 mostrado pela linha não modificada entre os dois.
U C S olimento
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
Princípios relevantes do comportamento 43
Deve-se notar, porém, que um a resposta condicionada podo 
ocorrer com diferente força. A força da resposta onde ser medida 
de vários modos: rifj. resposta; o pprfodo infnrmadiárm
entre a apresentação-do C S -e a ocorrência da rsannsta — ist.o 
a latência da resposta; _ e a freqüência com a qual o organismo 
responde ao CS, pois pode responder em algumas apresentações n 
não~responder em outros. ^ Condicionamento mais forte gera res- 
postg£~tnãj3 injjepRftfi P- fregíioTit.^ n mais n iir f^ .
j
C on d icion a m en to de ordem sup erior
Outros experimentos realizados por Frolov no laboratório de 
Pavlov indicaram que os efeitos dos eventos do meio sobre o com­
portamento são ainda mais acentuados do que aqueles envolvidos 
no condicionamento clássico simples. Frolov verificou que depois 
de se ter produzido condicionamento estável, o CS pode ser usado 
como “ estímulo incondicionado” no condicionamento da resposta 
a um outro estímulo novo. Isto é, ugia resposta, que passou a ser 
eliciada por um estímulo através de condicionamentoT poderia 
fVptÜrLaaL “ i.rfl^fiffiridft” a. nnvo pgfimnln
O experimento original foi realizado com um cão como sujeito, 
usando-se primeiro o som de um metrônomo como C S e pó de carne 
como UCS. Depois de várias tentativas nas quais o pó de carne foi 
pareado com o som do metrônomo, o metrônomo eliciava uma 
forte resposta condicionada de salivação. M ais tarde, um quadri­
látero negro, que não eliciava salivação, foi usado como um novo 
estímulo condicionado e pareado com o metrônomo como U CS. 
Depois de várias tentativas de pareamento, o quadrilátero negro 
passou a elieiar. a resposta de salivação (Hull, 1943, p. 85).
O processo todo, de dois estágios, está no diagrama da Figura 
3.3. A parte A da figura mostra o condicionamento de primeira 
ordem. A parte B mostra o condicionamento de segunda ordem. 
Verificou-se ser difícil estender, numa situação de laboratório, o 
processo além de condicionamento de terceira ordem. Osgood 
(1953) afirma: “ Este processo certamente é muito freqüente na 
aprendizagem humana, especialmente, porém, na "área de "cõmpor- 
tamenfn~ qq 1ingna.g;ptnJj fp Htfíj Nos capítulos seguintes serão 
apresentadas evidências para indicar a maneira pela qual o con­
dicionamento de ordem superior parece se aplicar à aprendizagem 
humana que envolve linguagem.
S u m á rio
Podemos sintetizar os princípios do condicionamento clássico 
ou respondente da seguinte maneira. Sempre que um estímulo que
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44 Comportamento Humano Complexo
1
(
(
® ■
c s--s— --------- —metronomo
U C S alimento
f metrônomo
<
U C S metrdnomo
1 (ontigo C 5 )
C S----- r------------
(
quodrilotero negro
I 'quodrílófero negro
^sotjvoçOo
R
SOttvOÇÔO
R
solivaç&o
P
salkoçtfo
F i g u k a 3.3. Na parte A, o CS, o som de vim metrônomo, é pareado com 
o UCS, alimento. Depois de várias tentativas, a resposta de salivação 
é condicionada de forma estável ao som do metrônomo. Neste ponto, 
como se pode ver na Parte B, o som do metrônomo é usado como UCS, 
pois agora já elicia a resposta de salivação, e é pareado com um novo CS 
— o estímulo visual de um quadrilátero negro. Depois de vários parea- 
mentos do quadrilátero negro com o metrônomo, o novo CS também passa 
a eliciar a resposta condicionada.
elicia uma resposta ocorre contiguamente a um estímulo que não 
a elicia, resulta um aumento na tendência para o novo estímulo 
eliciar aquela resposta. O estímulo que inicialmente eliciará a 
resposta a ser condicionada é denominado UCS. O estímulo que 
é pareado ao U CS , de modo que mais tarde elície a resposta, é 
denominado CS. Algumas respostas se condicionam mais facilmente 
do que outras. Assim,se várias respostas eliciadas por um U CS 
ocorrem em contígüidade com um estímulo, é maior a tendência 
para o estímulo condicionado eliciar algumas respostas do que 
outras.
Quando o CS eliciar estavelmente a resposta condicionada, 
pode-se usar o CS como UCS para colocar resposta sob o controle 
de outro estímulo neutro. Este último processo ê denominado con­
dicionamento de ordem superior, e é muito importante para a 
aprendizagem da linguagem e comunicação humana.
Condicionamento operante ou instrumental
O rwuimo do condicionamento respondente apresentado envolve 
um princípio básico de comportamento que tem grande generali­
dade. Vamos considerar agora um outro princípio que tem a mesma
i
o
INDEX BOOKS GROUPS: Perpetuando impressões!
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Princípios relevantes do comportamento 45
universalidade, pois está envolvido na aquisição de muitos compor­
tamentos diferentes, por muitos organismos diversos.
N a situação de vida diária, freqüentemente sc dá um biscoito 
a uma criança, quando ela começa a resmungar ou a agitar-se, 
com o fim de acalmá-la. O biscoito freqüentemente cumpre este 
objetivo de modo limitado, pois a criança so ocupa durante certo 
tempo em comê-lo ou brincar com ele. No entanto, se se observasse 
sistematicamente o comportamento futuro da criança, poder-se-ia 
ver que ela tende a resmungar e agitar-se mais freqüentemente. 
Isto é, receber o biscoito tende a aumentar, ou fortalecer, a fre­
qüência do tipo de comportamento de manha em ocasiões poste­
riores.
Abstraindo esse exemplo, pode-se afirmar, em geral, que as 
conseqüências que acompanham determinado comportamento afpt,n.m 
a õcõffência~futur& desse comportamento. Algumas consequências, 
in o m in a d a s ^^com peüsas" na linguagem comum, servem para 
fortalecerão comportamento. Embora seja usualmente difícil de- se 
observar este princípio, devido à complexidade da maioria dos 
comportamentos humanos, os resultados são freqüentemente tão 
eloqüentes que mesmo as observações casuais demonstram alguns 
aspectos dessa operação. Assim, pode-se ver, nas tentativas pré- 
-científicas de explicar o comportamento humano, conceitos que 
indicam alguma compreensão desse princípio tal como o de hedo­
nismo. A té muito recentemente, porém, esta compreensão sc encon­
trava pouco desenvolvida, seu significado geral não era percebido, 
e as interpretações do princípio não eram cientificamente acei­
táveis.
Edward L. Tjiorndike foi o primeiro investigador a explorar 
.sistematicamente oprin^ípin H» .QfvnfHmnnnTTinntn iT^ffiimcntal. 
Com base em seus experimentos, Thorndike concluiu que o com- 
pòrtiaisento acompanhado pnr nm pafcgHn Hp “ flftt.jgfflç&n” t.pn<fprjq 
iPocorrer novamente, em comparação com o cnmpnrt.arppnt.n qnp 
não era; áêguido de tal estado. Por outro lado, Thorndike primeiro 
pensou que Ò comportamento seguido de um estado de “ dissatis- 
fação” seria enfraquecido. Os termos “ satisfação” e "dissatisfação” 
em si mesmos nada acrescentam ao âmbito de explicação do prin­
cípio. As observações básicas são que o comportamento 6 mais 
f prte no futuro quando seguido POr qprt.OR esiimiilns, i«t.n fiprt,n.,q 
ocorrências do meio, que na vida quotidiana denominamos *'recom-
B. F. Skinner foi quem exerceu a maior influência enfatizando 
a importância desse princípio, ao estudar sistematicamente seus 
pormenores, e ao fazer aplicações dos resultados ao comportamento 
humano complexo. Skinner e os seus colaboradores desenvolveram 
Aárias técnicas e instrumentos engenhosos para estudar o condi-
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Comportamento Humano Complexo
cioimmento instrumental — ou condicionamento operante, como 
cio prefere denominar o processo. O princípio de reforçamento pode 
ser mais facilmente demonstrado usando-se um desses tipos de 
aparelhos de condicionamento operante. Como em todos os apa­
relhos de experimentação, estes têm o propósito de permitir ao 
experimentador isolar e observar de modo fidedigno o evento que 
interessa, mantendo os fatores não controlados a um nível mínimo. 
A Figura 3.4 mostra o desenho de uma câmara de condicionamento 
operante para ratos. O aparelho foi construído de modo que um 
tipo de comportamento, o de pressionar uma barra que se projeta 
na câmara, possa ser observado isoladamente de outros compor-
Fíoura 3.4. Uma câmara de condicionamento operante para ratos. A 
bftrr« ohIí locnlizada abaixo das luzes, no centro do painel, e o alimen- 
tiidor lnciiliuwso no canto abaixo, à direita. Ás luzes e o mecanismo de 
aprencntttç&o do alimento são operados por equipamento programado 
automático e as respostas de pressão à barra são automaticamente re­
gistradas.
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Princípios relevantes do comportamento 47
tamentos. D e acordo com o princípio de reforçamento, a resposta 
de pressão à barra deveria ser fortalecida, se seguida de determi­
nadas conseqüências. O alimento é uma dessas conseqüências para 
um animal faminto. Assim, se for dado um pouco de comida a um 
rato faminto, depois que ele pressionar a barra, esta resposta deveria 
ocorrer mais freqüentemente; deveria tornar-se uma resposta mais 
forte, comparada com outras respostas que pudessem ser emitidas 
pelo animal nesta situação.
Esta predição em relação à resposta de pressão à barra foi 
experimentalmente confirmada muitas vezes. 0 princípio também 
se mantém para outras respostas que são tratadas da mesma ma­
neira. Tudo o que se requer para fortalecer uma resposta em um 
aparelho de condicionamento operante, é acompanhar a resposta 
com um objeto estímulo apropriado. A Figura 3.5 apresenta um 
gráfico do fortalecimento de uma resposta reforçada na situação 
descrita. Um dispositivo automático ligado à barra produz tais 
gráficos, denominados "registros acumulados” , por registrarem o 
número de vezes que a barra é pressionada. Conforme o tempo 
passa, uma linha é registrada horizontalmente, da esquerda para 
a direita. Cada vez que a barra é pressionada, a linha avança um 
pouco para cima. Assim, quando a Hnha dirige-se bruscamente para 
cima, significa que o animal está pressionando a barra muito rapi­
damente. Quando a linha se move somente na direção horizontal, 
significa que o animal simplesmente não está pressionando a barra. 
Isto é, a força da resposta pode ser vista na inclinação da linha.
Tempo em minutos
F igura 3.5. Registro acumulado de uma situação de aquisição de um 
operante (adaptada de Skinner, 1938, p. 68).
Este gráfico mostra que a resposta de pressão à barra eTa no prin­
cípio fraca, mas tornou-se forte à medida que foi reforçada, tal como 
é previsto pelo princípio de reforçamento. Questões sobre por 
que certos estímulos são reforçadores são às vezes levantadas. A
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48 Comportamento Humano Complexo
fisiologia do princípio de reforçamento é problema importante, que 
está sendo investigado por numerosos pesquisadores na área da 
psicologia fisiológica, embora o que se conhece no presente seja 
ainda incompleto. A compreensão das bases fisiológicas do refor­
çamento deveria contribuir eventualmente para melhor compreensão 
do comportamento. No entanto, como já foi pormenorizadamente 
discutido por outros autores (Sidman, 1960a; Skinner, 1953), as 
leis podem Ber usadas para prever e controlar o comportamento 
humano, sem referências aos eventos fisiológicos envolvidos.
Reforçamento negativo e comportamento de fuga
S & -
A té este ponto, somente foram discutidos os estímulos cuja 
apresentação fortalece o comportamento que acompanham. Tais 
éãfim u lq ^ ão denominados reforçadores positivos e são simbolizados 
p°rá5 *+^ Existemoutros estímulos cuja remoção fortalece o com- 
portãffiento. T5Sè?_^p^enom inftrirta rpforçadores negativos e são 
simbolizados po^ p ”3 ^ Deve-se notar que esta definição de rêfor- 
çador negativo não corresponde exatamente à definição de Thorn- 
dike de um estado de “ dissatisfação” . Reforçadores negativos não 
são melhor definidos como estímulos que diminuem ocorrências 
futuras do comportamento a que se seguem, embora, como será 
mostrado, tenham também essa função. E fácil confundir estas 
duas possíveis operações, mesmo no nível da observação. Contudo, 
o princípio do reforçamento negativo pode ser ilustrado da seguinte 
maneira. Se um rato for colocado numa câmara de Skinner, na 
qual o piso esteja eletrificado, de modo que receba continuamente 
choque, e se a pressão à barra desligar o choque durante um certo 
tempo, o rato logo aumentará sua freqüência de pressão à barra. 
Este tipo de comportamento pode ser denominado comportamento 
de fuga, pois o comportamento produz uma fuga (ou a remoção) 
do choque elétrico.
Existem numerosos exemplos da ação de reforçadores negativos 
na vida diária. Por exemplo, em um lugar barulhento, a resposta 
de colocar as mãos nos ouvidos é fortalecida pela eliminação (ou 
diminuição) do estímulo sonoro aversivo. Embora fiquemos ten­
tados a dizer que isto ocorre porque sabemos que o som será dimi­
nuído se taparmos as orelhas, esta análise é incorreta. Tapamos 
as orelhas porque no passado esta ação foi fortalecida pela remoção 
do estímulo sonoro. .á-tn/mbém devido a nossa expe­
riência passada que “ sabemos” — podem osrelatar que esta 
ação produzirá realmente » ™ *~r ^ i í fcfm111 n
Fazemos muitas coisãs~que"no passado tiveram o efeito dç nos 
livrar de estímulos aversivo s. Aprendemos a procurar a sombra
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Princípios relevantes do comportamento 49
quando o sol está quente, reforçados pela redução do calor. Um 
esposo desempenha uma tarefa em casa que termina (remove) a 
birra de sua esposa. Um estudante estuda muito quando este com­
portamento é reforçado pela diminuição de seu “ pensamento” de­
sagradável a respeito da prova.
A apresentação de estímulos aversivos
A operação que descrevemos refere-se à remoção de certos 
estímulos (que na vida diária seriam denominados “ dolorosos” , 
“ desagradáveis” ou “ aversivos” ) contingentes ao desempenho de 
determinadas respostas. Um estimulo mie, quando removido, fnr- 
talece uma resposta é denominado reforcador negativo. Este mesmo 
Rsf.írmilõr pnrfrm. pode t ambém afetar n ^nmpnrt.amento através 
dê outra operaçao, a npprfl.p.5.n njrrp.x#n,tfir n-pstfmnlo._Isto é .
Se^ Ò C Õ ir e F ^ Ü m ã fftgpnst..« " ^ » ^ T y ip q n h n d n — .p i l n «a p ^ g y y i f q r^ O ( f c s s e 
tipo de estímulo, que neste c o n t.e x t.n denominaremos estímulo aver- 
swo, ã"fêsposta náo ocorrerá tão frequentemente por certo tempo, 
Trti põdiftrá ^ r fiõmplfitament.« suprimida. Esta operação se aproxima 
müí£õ”Hãquilo que na vida quotidiana se denomina punição. Uma 
análise mais pormenorizada desse processo será apresentada mais 
adiante.
Um ponto merece ser aqui explicitado. Q_jnesmo estímulo 
“ doloroso", para u s a r a palavra comum, pode funcionar tanto como 
rpfnrrador negativo (cuja remoçãcP?ortalece o comportamento), 
como estímulo aversivo (cuia apresentação enfraque^ n p.ompnr- 
tamentoj! Os termos reforçador negativo e estímulo aversivo serão 
considerados como sinônimos, embora dgya ser lembrado que o
Reforçamento e ajustamento
De um ponto de vista evolucionista, é eminentemente razoável 
que as conseqüências negativas e positivas do comportamento 
moldem o comportamento futuro. Se os organismos não funcio­
nassem de acordo com o princípio do reforçamento, é difícil ver 
como poderiam sobreviver. Organismos, por exemplo, cujo com­
portamento foi fortalecido por conseqüências injuriosas (reforçado- 
res negativos) logo morreriam, e sua espécie desapareceria.
e, irfffijqi.ia.ndo é removido depois de um comportamento.
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50 Comportamento Humano Complexo
Outras variáveis no condicionamento operante
M uitos experimentos foram realizados para determinar os efei­
tos de vários fatores envolvidos no princípio de reforçamento, tais 
como o tipo de reforço, o tempo entre a resposta e o reforço, a 
facilidade da resposta. Para a previsão e o controle precisos do 
comportamento, é importante ter conhecimento pormenorizado dos 
efeitos de todas essas variáveis. Para o propósito deste livro, con­
tudo, em que somente o princípio fundamental constitui o centro 
de interesse, deveria ser enfatizado que, para ter o maior efeito 
possível, o reforço deve seguir imediatamente a resposta" O re­
forçamento positivo de uma nota J.U em um exame pàréce reforçar 
mais o comportamento de estudar envolvido, quanto mais rapida­
mente esse resultado for comunicado ao aluno.
Interpretações errôneas dos efeitos do reforçamento
A importância do princípio de reforçamento na modelagem do 
comportamento não é geralmente apreciada. A o invés de utilizar­
mos o princípio na nossa linguagem diária, tentamos, tipicamente, 
explicar o comportamento supondo como eventos determinantes, 
estados internos subjetivos que nunca foram observados. Dizemos 
que um cão treinado senta-se porque “ quer’* uma porção de comida 
ou porque “ sabe” que, ee o fizer, obterá a porção. Mas não espe­
cificamos as condições antecedentes do comportamento, e nossas 
afirmações são assim desprovidas de valor explicativo. Podet££=ia 
dizer, em vez disso, aue o cão senta porque este t i p o de c o m p o r - 
t a.mpnt.n fm nr» p ^ ado fortalecid<Zjpoi^-&r sido . acompanhado de 
reforçadores -(alimento^.
Um a recompensa, ou reforço, é freqüentemente denominada 
um objetivo, e podemos cometer o erro de concluir que um objetivo 
futuro determina o comportamento do organismo, em outras pa­
lavras, que o objetivo tem uma força que atrai o comportamento 
para alcançá-lo. Entretanto, algo que ainda não ocorreu não pode 
determinar algo que ocorre antes do tempo. Este erro não é come­
tido quando constatamos que o que determina o comportamento 
presente de um organismo não é uma ocorrência futura (ou objetivo) 
mas o fato daquele comportamento ter sido fortalecido por refor- 
çadores passados.
Um experimento simples pode ser usado como analogia. Se 
um rato for colocado numa pista que se bifurca em dois caminhos 
Hupiirudos, o ne for reforçado com uma pequena porção de alimento 
cada vez que escolher o caminho da direita, o animal, assim que 
for colocado na pista, irá logo para a direita. Seria incorreto dizer
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Princípios relevantes do comportamento 51
que o objetivo alimento determina o comportamento quando o 
animal percorre a pista e o caminho em direção à direita. O ali­
mento pode ou não estar lá; até um gato pode estar lá e ò rato 
ainda continuará a percorrer o caminho à direita. Pode-se dizer 
qúe o rato percorre o caminho da direita porque no passado este 
tipo de comportamento foi fortalecido por ter sido seguido de estí­
mulos reforçadores.
Ao cometer o erro de considerar a natureza do comportamento 
como “ proposital” , geralmente não chegamos a compreender deter­
minados tipos de comportamentos. Por exemplo, uma pessoa faz 
algo que resulta em dano próprio, em caso extremo, “ sacrifica-se 
por uma causa” . Consideramos anormal este comportamento pois, 
embora a conseqüência final seja a morte, a pessoa continua a 
se comportar. Quando se vê que a conseqüência não determina 
0 comportamento que á precede, então este tipo de comportamento 
auto-destrutivo torna-sè compreensível. Deve ser a história passada(}e reforçamento do indivíduo que explica este comportamento in­
tensamente forte — isto é, o reforçamento passado explicaria o 
defender certos princípios. O fato de que desta vez tal ação culmine 
com a morte é irrelevante como determinante do comportamento.
U m a das razões que nos dificultam considerar que nosso com­
portamento resulta de condições do passado é que muitas vezes 
passamos por uma cadeia de respostas de “ pensamento” (respostas 
verbais) antes de fazer algo, e pensar refere-se a eventos futuros. 
Estas respostas de pensamento que ocorrem no presente podem 
mediar o que finalmente fazemos. Por exemplo, um estudante 
pode, uma noite, ler no jornal que no cinema próximo passa um 
excelente filme. Passa então por uma cadeia de respostas verbais 
envolvendo quão remota está a próxima prova na escola, quão 
adiantado ele se encontra em relação à matéria dada, e assim por 
diante. Esta cadeia de respostas, por sua vez, pode mediar tanto 
o ir ao cinema quanto o ficar em casa e estudar. Pareceria insu­
ficiente, neste exemplo, dizer que ele vai ao cinema porque quer 
(supondo que vá), que vai porque decidiu ir, ou mesmo que o pró­
ximo filme ou prova determinam seu comportamento. _Ô “ querer 
ir” ou “ íW iriir ir” pnHp t^Tnhém aer fionsidfíraHo fínmo seqüências 
de comportamentos que também foram determinados pela história 
passada do indivíduo. Assim, determinantes passados podem expfi­
car os comportamentosde querer e decidir, bem como o de ir ao cine­
ma ^ Por essa razão devemos nos preocupar com a maneira pela 
qual a experiência passada do indivíduo afeta seus comportamentos 
de decidir ou raciocinar, e também com a maneira pela qual este» 
tipos de comportamentos medeiam outros comportamentos. Estes 
tópicos serão discutidos pormenorizadamente mais adiante neste 
livro.
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52 Comportamento Humano Complexo
Naturalmente, a introspecção de uma pessoa sobre a natureza 
das suas respostas de “ raciocínio” não satisfaz o critério de uma 
ciência; as observações devem ser públicas e replicáveis. A fim 
de estudar as características desses processos implícitos, devem-se 
usar outros sujeitos, e deve-se especificar as características desses 
processos através de estudos de observação de ocorrências antece­
dentes do meio e do conseqüente comportamento manifesto. Um 
método experimental apropriado para o estudo de tais processos 
implícitos será apresentado na última parte, que trata de variáveis 
intervenientes.
Sumário
O princípio de reforçamento tem grande generalidade e desem­
penha um papel dos mais significativos na modelagem do compor­
tamento humano. O princípio pode ser apresentado desta forma 
simples: Quando certos estímulos são apresentados imediatamente 
após um determinado comportamento, aumentam a probabilidade 
do comportamento ocorrer novamente no futuro. Estímulos que 
têm esta função são denominados reforçadores positivos, 8 R+. Outros 
estímulos aumentam a probabilidade do comportamento ocorrer 
novamente quando sua remoção se segue imediatamente a esse 
comportamento. Estes estímulos são denominados reforçadores ne­
gativos, S*~.
Reforçamento condicionado
Nossos exemplos até este ponto se limitaram a estímulos natu­
ralmente reforçadores, cujos efeitos reforçadores não foram adqui­
ridos. Estímulos como estes afetam o comportamento do organismo 
na primeira vez que são aplicados. JJma ampla variedade de estí­
mulos, porém, adquirem propriedades reforcadoras no curso da 
experiência do organismo. Esfe3"i efuixadareg-arprendidos são talvez 
de maior importância do que os naturais na modelagem do comporta­
mento dos seres humanos. Reforeadorea-aprendidos são denominados 
reforçadores condicionados ou secundários, j ^ ra—distingui-los—dos 
reforçftdores primários ou incõndícion adosTau^.rrforcam desde-o 
início. " "
Pelo menos depois da primeira infância, comumente se observa 
que coíhjvh tais como a apresentação de alimento e água ou a remoção 
dtí eatímuloK dolorosos (todos reforçadores primários), parecem tor­
nar-se cada voz menos importantes na modelagem do comportamento 
humano. À medida que a criança cresce, os pistfmiilos de natureza
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Princípios relevantes do comportamento 53
snr.ial ganham maior proeminência: a maneira pela qual outras 
pessoas nos respondem com sorrisos, carrancas, ou comportamento 
afetuoso; as coisas que nos dizem, tais como elogios, críticas, comen­
tários derrogatórios; recompensas sociais que nos são apresentadas, 
tais como dinheiro, graus, honrarias. Estas são apenas algumas das 
conseqüências importantes que afetam acentuadamente o compor­
tamento que acompanham.
Tradicionalmente, coisas como afeição e aprovação social eram 
consideradas intangíveis, e não eram submetidas a um estudo cien­
tífico objetivo. N o entanto, agora possuímos princípios experimen­
talmente derivados que parecem explicar com grande profundidade 
de compreensão o valor reforçador dos estímulos sociais. A expli­
cação para o desenvolvimento das “ recompensas sociais” parece 
residir no princípio de reforçamento condicionado.
O princípio de reforçamento condicionado refere-se a operações 
através das quais um estímulo pode adquirir propriedades reforça- 
doras. Experimentalmente o princípio pode ser facilmente demons­
trado. Descrevemos na seção anterior como um animal pode ser 
operantemente condicionado a pressionar a barra em uma câmara 
de condicionamento operante, através da utilizàção de pelotas de 
alimento como reforço primário. Vamos supor agora que o aciona­
mento do mecanismo de alimentação produz um clique perceptível 
cada vez que uma pelota de alimento é liberada, e que o clique, 
como estímulo, não tem valor reforçador para o animal, a princípio. 
Observamos que, depois do clique preceder o aparecimento do 
alimento várias vezes, toma-se por si um estímulo reforçador. Isto 
é, o clique sozinho agora fortalece o comportamento. Por exemplo, 
um novo comportamento do rato, como o de erguer-se nas patas 
traseiras, pode ser condicionado apresentando-se apenas o clique 
depois do comportamento ocorrer. Foi experimentalmente demons­
trado por Zimmerman (1957) que, em condições apropriadas, um 
reforçador condicionado reterá seu valor reforçador durante muito 
tempo depois de ter deixado de ser pareado ao reforço primário.
Assim, o. princípio geral do reforçamento ponrfirirnmdn pndp
s e r fn rm illfl-d n da. g g g n i n f a m a n n k ra - nrr> nc-ifm nlrt q im n á » to m p r n -
priedades reforçadoras passará a ter essas nrnpripda.dF.fl se for rppp-
u m ratrxrçaAnr 0 p r i n c í p i o C o lo -
rãrio é verdadeiro Jpara osreforçad ores negativos condicionados. 
Um estímulo neutro que é pareado com um reforçador negativo 
primário adquire valor de reforçador negativo. Por exemplo, um 
rato pode ser colocado em uma câmara de condicionamento ope­
rante que tem um piso que pode ser eletrificado. Um a cigarra pode 
soar cada vez que o animal receber um choque através do piso 
eletrificado. O choque elétrico é um reforço primário negativo; 
sua remoção fortalecerá qualquer resposta que o anteceder. Por­
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54 Comportamento Humano Complexo
tanto, depois íle vários pareamentos de cigarra e choque, verifica-se 
quo a remoção do estímulo cigarra também fortalece o comporta­
mento. Isto é, se a cigarra fosse ligada à barra da câmara de modo 
quo a resposta à barra desligasse a cigarra, o animal poderia ser 
condicionado a pressionar a barra somente com este reforçamento 
(veja Miller, 1948a).
Estímulos aversivos condicionados
Deve-se notar que a mesma operação — pareamento de um 
estímulo neutro com um estímuloreforçador negativo — modifica 
o estímulo neutro, que passará a funcionar como estímulo aversivo 
condicionado bem como reforçador negativo condicionado. Assim, 
na situação experimental acima descrita, a cigarra torna-se também 
um estímulo aversivo para o rato. Sempre que a cigarra for apre­
sentada, enfraquecerá qualquer comportamento em desenvolvimento, 
e também atuará como reforçador negativo e fortalecerá qualquer 
comportamento que resultar na sua remoção.
Durante a infância e a meninice existe ampla oportunidade 
para ocorrer o pareamento sistemático de vários tipos de estímulos 
•sociais com reforços primários. Q_infante é completamente indefeso 
durante longo período de tempo, no qual a apresentação de todos 
og reforços primários positivos e a remoção de todos os reforços 
negativos são acompanhadas por estímulos sociais — a v isão, o 
som, ó tato, e assim por diante, de pais, irmãos, parentes, e amigos. 
A través do pareamento aesses estímulos, originalmente neutros; 
com reforços primários, os estímulos sociais tornam-se reforçadores 
por si próprios.
N a primeira apresentação, a visão ou o som de outros seres 
humanos não têm valor reforçador, mas passam a ser reforçadores 
muito poderosos. Pode-se observar com freqüência, por exemplo, 
que muitos bebês desenvolvem um comportamento muito forte de 
“ buscar atenção” , e pode-se observá-los, em certas ocasiões, pedirem 
coin exigência aos pais que “ Olhem para mim” . Como este com­
portamento foi amplamente observado, sugeriram os primeiros pes­
quisadores que em cada um de nós existe uma “ necessidade inata” 
de atenção. Quando se compreende, porém, que os estímulos de 
alguém oltmmlo para nós ou nos ouvindo tornam-se reforçadores 
através <la operação do princípio de reforçamento condicionado, a 
inferência dc uma “ necessidade inata” toma-se um conceito des-
JEstímulos sociais como reforçadores
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princípios relevantes do comportamento
necessário. Pode-se Hizay gnp ■*»»• A reforçado r '
pòrque na nossa história passada bm w R«tlm»lnw fõram fp resentadoB 
junto cojõZxfJojrcos primários. A m&e eatá "p rwt&ndo atenç&o” à 
criança quando a alimenta, remove-The um alfinete inoonlortivêl, 
quando a agasalha, ê assim por riiftntj py e ift “ aten-
cão” com r e f o r c a m a n f o primÁrin. Assim, a “ atancAo^dfl ouEriP 
pessoas torna-se U_m reformador senundArin nu m ndiftinnftdo muftn 
forte*- Observa-se então que o comportamento seguido pela atenç&o 
âe outros (que “ obtém atenção” ) é fortalecido. Ê interessante 
notar neste contexto que a frase "dar atenção a " tanto pode sig­
nificar tomar conta de uma pessoa, quanto “ prestar atenção” a ela.
Imagine-se, porém, uma criança para quem a atenção foi sem­
pre acompanhada da apresentação de estímulos avcrsivos, em outras ( 
palavras, a punição era apresentada cada vez que outras pessoas 
lhe davam atenção. Mais tarde o comportamento dessa criança 
não seria fortalecido pela “ atenção” . E la provavelmente não teria 
uma Tesposta forte para dizer “ Olhe para mim” . Ao contrário, o j 
comportamento dessa criança seria reforçado pela remoção da ^
atenção, porquanto atenção para ela seria um reforçador negativo 
condicionado. A atenção funcionaria também como estímulo aver- 
sivo, enfraquecendo algumas ações da criança quando fosse apre­
sentada. Naturalmente, esta história de experiência tem pouca 
probabilidade de ocorrer, pelo menos, não de uma maneira tão 
radical. A não ser que seja dado ao infante certo número de refor- 
çadores primários positivos pelos pais, ele não sobreviverá, pois 
não pode obtê-los por si mesmo. 0 mais usual é a presença de outros 
ser pareada tanto com reforçadores positivos quanto com negativos, 
embora o seja mais freqüentemente com os primeiros. Devido a 
essa dualidade da PTtppriênfiia. a atenção dns outros torna-se tanto 
tilii lefoicadui puailiVO quanto negativo. Isto é. na historia pftÃSflHlT 
cm indivíduo, ser olhado quando aquele qur olha” está sorrindo, 
assentindo, e^assim por diante, foi acompanhado de reforçadores 
^positivos, ta is como boaa (tülsas para comer e beber, palavras de 
elogio, e outros reforçadores condicionados. Por nut.rrt lflrifl qimmfft 
“ aqu^'7füe~~oltia” estava aborrecido, gritando, zangado, e assim 
por diante, geralmente estavam presenEes" estímulos aversivos.
Assim, embora o simples ser'"olhado geralmente torne-se um 
reforçador positivo condicionado, a “ aprovação social” geralmente 
torna-se um reforçador positivo ainda mais forte, e a “ não apro­
vação social” um reforçador negativo forte. Envolvido nesse de­
senvolvimento se encontra o processo de discriminação, que mais 
adiante será descrito em pormenores.
Desde que os reforçadores positivos são comumente dispensados 
na presença de outros, as pessoas em geral se tornam fortes refor­
çadores positivos. O que foi denominado “ instinto gregário” no
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Comportamento Humano
homem, buem como em muitos dos animais inferiores, pode s£r 
explicado dessa maneira. Naturalmente, como ocorre em todos os 
exemplos até agora discutidos, cada pessoa tem uma história di­
ferente de reforçamento na presença de outras pessoas. Por esta 
razão, diferenças individuais deveriam ser esperadas quanto ao ser 
"gregário” , isto é, quanto ao grau em que a presença geral de outras 
pessoas é reforçadora.
Respostas vocais de outras pessoas são estímulos auditivos 
que também se tornam reforçadores positivos ou negativos muito 
fortes, porque são pareadas sistematicamente com eventos refor­
çadores. Isto ê, afirmações como "V ocê é um bom menino” , "Você 
fez um bom trabalho” , Você é muito inteligente” , são tipicamente 
acompanhadas de reforçamento positivo. Por outro lado, estímulos 
verbais como "Você foi muito ruim” , "V ocê está agindo como um 
tolo” , "V ou lhe dar um soco no nariz” , tendem a ser seguidos de 
estímulos aversivos.
Outros reforçadores condicionados são também muito impor­
tantes na modelagem do comportamento. O termo fichas (tokens) foi 
aplicado a uma classe deles. Exemplos dessa classe são dinheiro, graus, 
diplomas e medalhas. O dinheiro é talvez o mais ÍTnprn*.H.nt.A Hpnt.ro 
eles. Embora o dinheiro não tenha para a criança n o v a m a i o r 
valor reformador jdo que outro qualquer objeto comparáveL^adoitire 
valor Tftfffrçador à qup a-enança rrpsnn, pnrque é constan­
temente pareado _com outros reforços positivos. Felizmente, para o 
, educador, as notas escolares são também usualmente pareadas com
)s\) reforços positivos, tanto aprovação social de vários tipos quanto
f ^ reforços primários. Em alguns círculos, porém, boas notas escolares
' podem não ser pareadas com reforços positivos. Para indivíduos
com este tipo de história, não se deveria esperar que boas notas 
tivessem valor reforçador positivo.
Outra classe de tokens se desenvolve como reforços negativos 
condicionados a estímulos aversivos condicionados. N a maioria dos 
casos, por exemplo, notas más são pareadas com estímulos aversivos 
o tornam-se reforços negativos condicionados. 0 mesmo ocorre com 
contas vencidas, multas de trânsito, e assim por diante.
Problem a* n o uso de reforçadores negativos
<|ue as propriedades do reforçamento negativo também 
“ afetam ” a pessoa que aplica os estímulos aversivos, deve-se ter 
presente os possíveis efeitos colaterais do seu uso. Por exemplo,
Fichas como reforçadores condicionados
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Princípios relevantes do comportamento 57
uni adulto que aplica freqüentemente estimulação aversiva a uma 
criança, na tentativa de manipular seu comportamento, deve chegar 
a cònstatar que, assim procedendo, se torna umreforçador negativo 
condicionado. Cada vez que o adulto pune a criança, ele mesmo 
adquire, até certo ponto, valor de reforçamento negativo (ou pelo 
menos se enfraquece como reforçador positivo), Se o adulto faz 
isso muito constantemente, pode-se tornar um poderoso reforçador 
negativo condicionado. Verificar-se-á então que a sua remoção da 
presença da criança é reforçadora. Em outros termos, os compor­
tamentos da criança que a removem do adulto são fortalecidos, 
às vezes, até o ponto da criança evitar completamente o adulto, 
em outras palavras, “ fugir dele” .
O mesmo princípio geral é verdadeiro para qualquer situação 
que envolve reforçadores negativos. Um pai pode estar ansioso 
para treinar seu filho a desempenhar certa habilidade — jogar 
tênis, por exemplo. Entretanto, se o pai é impaciente e censura o 
filho, critica-o severamente, e em geral usa profusamente desses 
estímulos verbais como estímulos aversivos condicionados ou re­
forçadores negativos, verifica-se logo que o filho pode evitar intei­
ramente a situação de treinamento. A própria situação pode tornar-se, 
assim, um forte reforçador negativo condicionado. Então, a não ser 
que o pai deseje aplicar estímulos aversivos ainda mais fortes para 
evitar a sithação, do que aqueles que ocorrem na situação, o treina­
mento será interrompido. Pode-se esperar que os mesmos princípios 
sejam aplicados a qualquer interação humana, inclusive à situação 
educacional.
Por essa razão, o uso de estímulos aversivos no treinamento 
de uma criança é complexo. Em bora o uso da punição possa ter 
resultados instantâneos, ao suprimir o comportamento indesejável, 
e assim fortalecer o uso que os pais fazem de tais métodos, pode 
ocorrer, em conseqüência, que o adulto se torne no futuro um refor­
çador positivo menos efetivo, e ache mais difícil treinar a criança. 
Isto é, parte do valor de reforçamento positivo que o adulto adquiriu 
terá se exaurido. Isto não significa, como se discutirá mais adiante, 
que os estímulos aversivos não tenham lugar no treinamento da 
criança. No entanto, o adulto que os administra deve estar ciente 
da problemática aprendizagem que resulta de suá aplicação.
P rin cíp ios S -R envolvidos n o reforça m en to con dicion ado
Algum as das variáveis na aquisição de reforçadores condicio­
nados são semelhantes às envolvidas na aprendizagem de qualquer 
associação entre um estímulo e uma resposta, por exemplo, o número 
de vezes que o estímulo a ser condicionado é pareado com o estímulo
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58 Comportamento Humano Complexb
reforçador, o intervalo de tempo entre os estímulos, e assim por 
diante. Foi afirmado (HulI, 1943; M owrer, 1960a; Osgood, 1953) 
que um estímulo passa a ser reforçador condicionado quando for 
condicionado, de modo respondente, a eliciar parte da mesma res­
posta que outro estímulo reforçador elicia em base incondicionada.
A Figura 3.1 pode ser mencionada como exemplo. Um som é 
apresentado ao cão, seguido pela apresentação do pó de carne. O 
pó de carne elicia a resposta de salivação. Depois de vários desses 
pareamentos, também o som passa a eliciar a resposta de salivação. 
Desde que o som, o CS, agora elicia a resposta dc salivação e talvez 
outras respostas, através desse processo de condicionamento clás­
sico, sugere-se que o CS se tom e um reforçador condicionado 
(veja M owrer, 1960b, p. 8). Isto é, espera-se que qualquer res­
posta do animal acompanhada da apresentação do estímulo som 
seja fortalecida.
O mesmo ocorre com õs reforçadores negativos condicionados. 
Estímulos aversivos, tais como choques elétricos, eliciam determi­
nados respondentes no organismo; por exemplo, modificações no 
batimento cardíaco e alteração do GSR. Para usar os termos da 
linguagem comum, essas respostas poderiam ser denominadas de 
respostas de “ dor" ou de “ medo” . Desde que sejam respostas a 
estímulos aversivos, podem ser denominadas respostas aversivas. 
Quando estímulos aversivos são pareados com estímulos neutros 
(CSs), os estímulos neutros passarão a eliciar respostas aversivas, 
de acordo com os princípios do condicionamento clássico. D e acordo 
com esta concepção de reforçadores condicionados, é este processo 
que empresta aos estímulos neutros a função de reforçadores ne­
gativos condicionados, bem como a de estímulos aversivos condi­
cionados. Assim, a apresentação desses estímulos enfraquecerá o 
comportamento que está ocorrendo, indicando sua função de estí­
mulos aversivos condicionados. Além disso, funcionarão como re­
forçadores negativos condicionados, desde que sua remoção forta­
leça qualquer resposta que preceda a remoção. Essas respostas 
“ aversivas", quando condicionadas, foram denominadas “ ansiedade" 
ou “ respostas de ansiedade” (Dollard e Miller, 1950; Mowrer, 
1950; Osgood, 1953).
D eve ser destacado que, embora se possa considerar que os 
reforçadores positivos e negativos condicionados sejam formados 
com base em condicionamento respondente, nem todo o condicio­
namento respondente levaria à formação de reforçadores condicio­
nado». Existem alguns estímulos que não são reforçadores positivos 
e nem negativos, mas que, entretanto, são estímulos incondieiona- 
doH pura alguma resposta. Assim, o estímulo luz eliciará uma res­
posta pupilar no organismo. A luz, entretanto, pode não ser um 
estímulo reforçador. Por conseguinte, embora um estímulo neutro,
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Princípios relevantes do comportamento 59
quando pareado com a luz, passe a eliciar a resposta pupilar, o 
estímulo neutro não se tom ará, por esse processo, um reforçador 
condicionado.
Valor reforçador condicionado adquirido 
de outros reforçadores condicionados
Deve-se ainda apresentar um outro ponto relativo ao reforça- 
mento condicionado, que decorre da seção anterior. Qualquer estí­
mulo que adquiriu valor reforçador (é um reforçador condicio­
nado) pode partilhar este valor reforçador com outro estímulo 
com o qual for pareado. Hull afirma, por exemplo, que o “ refor­
çamento secundário pode ser adquirido por um estímulo, através 
de associações com um reforçador secundário previamente esta­
belecido . . (1943, p. 97). Como exemplo, sorrir pode adquirir
valor reforçador por ocorrer quando reforçadores primários po­
sitivos são apresentados à criança. Mais tarde, porém, deter­
minadas palavras adquirem valor reforçador positivo por ocorrerem 
quando as pessoas estão sorrindo. Ê em parte devido à ampla 
extensão desse tipo de aprendizagem que a experiência do indivíduo 
é tão importante. A experiência do indivíduo não somente modela 
diretamente suas respostas, mas também determina quê estlmuloã 
serão efetivos para continuar a táoqelar sua resposta. ’
Sumário
A maioria das ocorrências que fortalece nosso comportamento 
como adultos são reforços sociais que adquiriram suas propriedades 
reforçadoras de outros reforçadores. 0 princípio geral subjacente a 
este fenômeno é o de que qualquer estímulo neutro que for pareado 
com um estímulo que tem valor reforçador, através de pareamentos 
repetidos, adquire valor reforçador. N a história de um indivíduo, 
com seu longo período de incapacidade e dependência na infância 
e meninice, existe ampla oportunidade para vários tipos de estí­
mulos sociais adquirirem valor reforçador. OrdinariampntP!- os 
yuintes estímulos sociais se tornam fortes reiorçadores pObttivos: j 
fttSTTrftõ. isto é. rT estímulo_visual dtj alümSur ulliaiidu uai a HÓ5~õu I 
"respondendo M nnssn rfunpnrtftmento; aprnvai?.ã.nr tal mmn n astí- Y 
visnal dp ressoas sorrindo nara nós e assentindo; aprovação / 
verfcal; sob a forma de yM o^ tinoja^e^p.alavraa_elogiosas pronun- 
ciádãs para nós: afeição, respostas físicas ou verbais de "cannfio’ ’, > 
abraços,"batidasnas costas, aconchego, e seus correspondentes ver- j 
bais; tokens, ta is como dinheiro, honras, medalhas, boas notas; a / 
própria presença de outras pessoas; aprovação do grupo, tais como- 
aplausos, alegria do grupo, atenção do "grupo.
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W) Comportamento Humano Complexo
Ordinariamente, por serem p areados com estimulação aversiva. 
oh HQftumtes estímulos sociais se tom am fortes reformadores nega­
tivos condicionados e estímulos aversivos condicionados: desapro- 
v açftfl, otTõ estímulo visual de pess^sT f r endo carranca para aós; 
(leg^n^ov^gâò vcrbal, taia como o estimulo auditivo de várias pala­
vras de depreciação; tons rudes, ameaças, críticas: toJcênf negativo^, 
8ob~2T fòT m a~ tfeT iü ^ s^ ^ de^trinsitÕ; j^ g a p jo v s ^
grupo, tais como silêncio, va ia, interrupções, apartes,
Estes são alguns exemplos de estímulos que adquirem valor 
reforçador e são muito importantes na modelagem do comporta­
mento humano; naturalmente eles não abrangem sistematicamente 
todos os estímulos sociais que determinam posso comportamento.
Um outro ponto foi discutido. Um estímulo tornarse refor­
çador condicionado ou estímulo aversivo condicionado quando 
elicia uma porção das mesmas respostas que são eliciadas pelo 
estímulo reforçador com o qual é pareado.
Extinção
Ressaltou-se que uma resposta que é acompanhada de um 
estímulo reforçador positivo tende a ocorrer no futuro. Boa parte 
da adaptabilidade dos organismos vivos parece resultar da ação 
desse princípio. Se, numa situação particular, uma resposta for 
habitualmente acompanhada por um estímulo reforçador e outra 
resposta não o for, verificar-se-á que a primeira resposta torna-se
relativamente mais freqüente.
(■
N a realidade, duas coisas ocorrem neste exemplo. Uma res­
posta aumenta sua freqüência devido ao reforçamento. Ao mesmo 
tempo, a outra resposta diminui a freqüência em que ocorre por 
não ser reforçada. Isto significa que, sempre que uma resposta 
instrumental condicionada for emitida continuamente, sem ser 
acompanhada de reforçamento, a freqüência com que ocorre de­
cresce. O processo de enfraquecimento de uma resposta, que deixa 
de ner acompanhada de reforçamento, é denominado extinção.
No princípio deste capítulo sugerimos, através de um exemplo 
ilustrativo, que uma mãe poderia inadvertidamente desenvolver 
um filho manhoso e impertinente, dando-lhe biscoito toda vez que 
ele apreHentasse esse tipo de comportamento. Por outro lado, a ex- 
tinçAo deHNa resposta, até sua força originai, ocorreria se a mãe 
deixanso de dar biscoito ou qualquer outro reforçamento à criança, 
quando chIii bc mostrasse manhosa e impertinente.
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Princípios relevantes do comportamento 61
Os efeitos da extinção podem ser mostrados facilmente em uma 
câmara de condicionamento operante. No início do procedimento 
de extinção, quando a resposta de pressão à barra deixa de ser 
acompanhada de reforçador, o animal pode, a princípio, pressionar 
a barra um tanto mais rapidamente. No entanto, cada ocorrência 
não reforçada diminui a probabilidade da resposta; a freqüência 
de pressão à barra diminui e finalmente estaciona, ou alcança o 
nível de pré-condicíonamento.
O mesmo procedimento de extinção deveria ocorrer quando a 
resposta foi condicionada sob a ação de um reforço negativo. 
Assim, quando a resposta não mais for eficaz na remoção do refor­
çador negativo, o comportamento enfraquece até o nível do pré- 
-condicionamento.
Extinção rio condicionamento clássico
Respostas adquiridas através de condicionamento respondente 
também se extinguem de maneira análoga à extinção que ocorre 
no condicionamento operante. E xtinção Hp uma rPHpnstfl. nnnHiqin- 
nada de manoira elAnnirjt npnrm qimnrin n CS for apresentado sem 
ser acompanhado pelo UCS. O CS, por um certo tempo, continuará 
a~eliciar a_respostaT mas cada tentativa não reforçada (ausência 
t^fiT UCS) enfraquecerá a associação C S-R .
Por exemplo, uma criança que foi amedrontada pelo apareci­
mento súbito de um cão latindo pode ser condicionada a chorar à 
vista de um cão. No entanto, se a visão de um cão, o CS, ocorrer 
várias vezes sem a repetição do UCS, o latido súbito, a resposta 
de chorar se extinguirá.
Nas discussões seguintes dos princípios de a q u is içã o e modi­
ficação de resposta por condicionamento respondente (clássico) ou 
operante (instrumental), exemplos de condicionamento poderão ser 
descritos sem maiores diferenciações, embora alguns psicólogos 
façam distinção clara entre esses dois tipos de condicionamento 
(Holland e Skinner, 1961; Keller e Schoenfeld, 1950). Isto será 
feito visando-se maior clareza, e porque, em geral, os princípios 
são os mesmos, tanto para o condicionamento respondente quanto 
para o operante.
Resistência à extinção e extensão do condicionamento
Ao se discutir o condicionamento respondente, afirmou-se que 
o número de tentativas de condicionamento está relacionado com
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Comportamento Humano Complexo
Reforçador condicionado e extinção
Descrevemos a maneira pela qual são desenvolvidos os estí­
mulos reforçadores condicionados de acordo com os princípios de 
condicionamento clássico. Desde que isto ocorre, pode-se esperar 
que os reforçadores condicionados também possam ser “ desapren­
didos” , ou melhor, extintos. Este processo efetivamente ocorre. 
Embora um estímulo neutro adquira valor reforçador quando 
acompanha um estímulo reforçador, suas propriedades reforçadoras 
são em parte extintas quando é apresentado ao organismo sem o 
suporte do estímulo reforçador. A extinção completa não ocorre, 
é claro, somente com uma apresentação não reforçada.
O prnpria/ia/^ rpfnrparWaq Hft nm rpfnrÇftfW rr>n~
djcionado resistem à extinção depende de vários fatores. Por exem- 
pio, assim como o número de vezes que uma resposta ocorre e é 
reforçada determina, em parte,'a resistência da resposta à exlínção, 
o número de vezes flileTo estimulo neutrô~foFpSfeado cõnT ò estl- 
mulo reforçador determina, em páK e,”a valor
reforçador de um estímulo se extingue. Se o número de pareamentos 
foi grande,, o reforçador condicionado pode resistir m uitolí extinção.
Sumário - 0~ Ç -
Depois de uma resposta ser fortifia i da através rin condiciona­
mento, as tentativas não reforçadas a enfraquecerão. O processo 
de enfraquecimento de uma resposta através do não reforçaménto 
? denominado extinção. ~Tsto ocorre tanto no condicionamento ope- 
r á n ^ ^ u ã n t õ ^ lQ~cT ^ S ÍC O . Â e x t incã.O J lO c o n d i c io n a m e n t o o p e r a n t e 
ocorfë'quando a resposta não for seguida de um estímulo reforçador. 
No c jj^ lc lõ ^ m ^ nío fespondente verifica-se a extinção quando-o 
CS o c o r r e e não é seguido de UCS.
A resistência à extinção depende de quão fortemente a resposta 
for condicionada. Assim, em geral, quanto maior o número de ten­
tativas reforçadas maior é essa resistência.
Quando um organismo foi continuamente reforçado por apre­
sentar uma determinada resposta, a cessação do reforçamento para 
Ü88H resposta geralmente produz comportamento inadaptado que 
j)ode ser descrito como "emocional” .
ü enfraquecimento de uma resposta através da extinção não 
é o mcamo que o enfraquecimento de uma resposta através do “ es­
quecimento“ . Quando não ocorrem tentativas não reforçadas, as 
rcKpo.HtíiH condicionadas são retidas com a mesma força por longos 
perfodoH de tempo.
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Princípios relevantes do comportamento 65
Quando uma resposta é punida, pode também ser enfraquecida. 
Este, porém, é um processodiverso da extinção. A inda outros 
fatores, tais como os fatores motivacionais e a fadiga, podem estar 
envolvidos no enfraquecimento de uma resposta, e estes processos 
também diferem da extinção.
A aquisição de reforçadores condicionados ocorre da mesma 
maneira que o condicionamento clássico de uma resposta, e o pro­
cesso de extinção do valor de reforçamento condicionado parece 
seguir os princípios de extinção das respostas condicionadas de 
maneira clássica.
Esquemas de reforçamento
Em uma situação de aprendizagem, o esquema de tentativas 
reforçadas e não reforçadas é um fator importante para manter a força 
da resposta. N a vida diária geralmente ocorre que uma determi­
nada, resposta é reforçada em algumas ocasiões e não em outras. 
Ãs vezes pescamos uma série de peixes no nosso riacho favorito. 
Outras vezes não pescamos nada. Foi verificado (Ferster e Skinner, 
1957) que um amplo número de diversos esquemas de reforçamento 
tem efeitos sistemáticos sobre a emissão de respostas e as caracte­
rísticas da resposta no processo de extinção.
A importância dos esquemas de reforçamento pode ser ilustrada 
considerando-se dois ratos com diferentes histórias de reforçamento. 
Digamos que cada rato foi colocado isoladamente em uma câmara 
de condicionamento operante e que cada uma das primeiras cinqüen­
ta respostas de pressão à barra foram reforçadas cada vez com uma 
pelota de alimento. Neste ponto, contudo, os dois animais pas­
saram a ser tratados de forma diferente. Ambos receberam mais 
cinqüenta reforços, mas o rato A foi reforçado somente a cada 
duas respostas, enquanto o rato B permaneceu no esquema de 
100 por cento de reforçamento. Quando novamente colocados na 
situação experimental, o rato A foi reforçado a cada três respostas, 
enquanto o rato B continuava a receber reforço “ contínuo” . D i­
gamos que o rato A alcançou um ponto no qual recebia reforço 
somente depois de cada vinte respostas, enquanto que o rato B 
continuou a receber reforço após cada resposta. Note-se que o nú­
mero total de reforços foi, porém, mantido o mesmo para os dois 
animais.
Depois dessa diferença na história passada de reforçamento 
para o comportamento em estudo, tornam-se evidentes amplas 
diferenças no comportamento dos animais. O rato A , o animal 
interminantemente reforçado, mostra uma respflsta rrrQíXo mais 
forte, medída pela freqüência de pressões à ±>arra._ Trabalha müi to 
e pressiona a barra rapidamente e com persistência. O rato . B,
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m Comportamento Humano Complexo
Dor sua ve* é. “ ambicioso”-^ - Trabalha mais ou menos na
mMfhá frcíciüência-q11^ a.prftRentott~no primeiro diatkv seu rppTTi- 
«íohamento.
A tf T*1 ^'«^t 08 aPÍmais não mais forem reforçados
pelos eeu9 _$8foíÇ°s, ° rato A será muito mais "perseverante”-d o 
oue o B Ainda,-P-*^ & ma s^ -"Bmnfiionar*, Quando as ten- 
tstlvftsdê^ extínçãoíoreiia iniciadas» exibirá a emocionalidade típica 
da extinç&o. p ression ará a barra mais rapidamente por um curto 
período de tempo, t^rderá a barra, e assim por diante, mas des­
continuará rapidamente o pressionar a barra. O rato A , por outro 
lado não m ostrará comportamento “ emocional” e continuará a 
trabalhar m u ito , pressionando a barra durante um número muito 
maior de respostas J1ã ° reforçadas.
Os termos “ t r ^ a l h a muito” , “ perseverante” e “ emocional” 
foram propositalme^te utilizados nesta discussão. O leitor pode 
n ã o se in teressar particularmente por fatores subjacentes à fre­
qüência e à resiste*10^ & extinção de uma resposta de pressão à 
barra, mas provav^mente está interessado em conhecer se orga­
nismos (especialmente humanos) trabalham muito, são perseverantes 
ou se e m o c io n a m em face da não recompensa. Os esquemas de 
rof^Y-f.prv.or.f ^ são extremamente importantes para desenvolver e 
manter emento persistente e vigoroso em todos"os orga-
ni?m ^ n n f l v i seiesHKÜmãnos. "QüãnJÕ 'dizemos que uma 
f ^ t^ ^ ^ H fu Jmibiciosa, m otivadaJt e ã j^ a ^ s j^ E o r g í^ te , 
K êfalm enteja^ ref6T^ Q S^-£ üinportam enta quc é forte cm termos 
Iw v íg o r e d a freqüência com que ocorre, e em termos de sua resis- 
tênçíár-X eSmjeáfi. ^0T exemplo, desejamos saber por que alguns 
alunos e s t u d a d , ou> como dizemos, estão "interessados” pela escola, 
enquanto outros n&°- Portanto, princípios relativos ao vigor e à 
Ho comportamento são extremamente importantes para 
a nosea co m p re e n sã o do comportamento humano.
Temos o mesino interesse pelo que denominamos comporta­
mento “ emocional'’- N a terminologia diária, quando uma pessoa 
n&o é m*is reforçada por alguma coisa e apresenta comportamento 
“ perturbado” ou “ emocional” , que não é adaptativo, pode-se dizer 
que ela está "frustrada” . Vê-se no exemplo dos ratos que o rato A 
“ tolera a frustraç»0” mais do que o animal que é continuamente 
reforçado. Repeti**108» esses termos são usados intencionalmente 
porque estamos interessados no por que algumas crianças “ frustram- 
-ae” diante do insiiee8so e outras continuam a apresentar respostas 
ajustadas» Itteemo Que não sejam sempre reforçadas ou que a recom­
pensa seja muito retardada. Em termos de senso comum, descreve- 
-se c o m o •'emocionalmente madura” uma criança que continua a 
trabalhar em face de objetivos muito retardados ou que não apre­
senta comportamento “ emocional” desajustado ao confrontar-se com
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Princípios relevantes do comportamento m
o insucesso. Quase todos tiveram contatos com peaeoa* que "nfto 
conseguiam suportar" nem mesmo casos triviais de não reforça* 
mento ou de reforçamento retardado. Por exemplo, algumas peaeoM 
apresentam comportamento emocional fora do comum quando per­
dem um jogo, enquanto muitas outras, na mesma sítuaçfto, agem 
como se o evento fosse sem importância. Estes são os tipos de 
comportamento nos quais estamos interessados, e sugere-se que te­
nham suas origens na história de reforçamento passada do indivíduo.
Tipos de esquemas dé reforçamento
Existem muitas maneiras diferentes de variar os esquemas do 
reforcament.of e r.ada tipo de esquema produz efeitos previsíveis 
sobre determinado comportamento. Discutiremos vários tipos prin­
cipais de esquema^
Esquema de rarôo fixa
No exemplo acima citado, o esquema de reforçamento utilizado 
com o rato A pode ser denominado esquema de razão fixa, em outras 
palavras, ele era reforçado depois de cada vinte respostas, a partir 
do último reforço. Os efeitos gerais dos esquemas de razão fixa, 
bem como os pormenores desses esquemas que produzem tais efeitos, 
deveriam ser considerados mais minuciosamente.
Ê importante notar que o rato não foi imediatamente intro­
duzido na razão 1:20. Primeiramente recebeu reforço depois de cada 
resposta, a seguir, depois de duas respostas, de três respostas, e 
assim por diante. Os passos para avançar na razão devem ser bem 
pequenos. ffiinrml ínr rnlnrnAn imediatamente em um esau<>~
ma de razã,o muito alto, sua resposta de pressão à barra será extinta. 
Por exemplo, se o rato A fosse reforçado cinqüenta VéZííS C depüis 
colocado em um esquema fixo de 1 :100, seu comportamento seria 
extinto antes de o esquema poder passar a controlar seu compor­
tamento, como o faria se os passos fossem mais graduais. Isto 
também é verdadeiro para outros esquemas de reforçamento parciais 
ou intermitentes. A fim de se produzir, como no exemplo, um 
animal que trabalhe muito e com perseverança, o organismo deve 
ser intróHngiidn. gratlnM.lLiiHiií.H iLU-jinig^ ama:
Um exame mais demorado do esquema de razão fixa dá uma 
melhor compreensão de alguns dos fatores que produzem o vigor 
das respostas. A freqüência de resposta do animal varia natural­mente, de momento para momento. Algumas vezes pressiona rapi­
damente a barra, às vezes relativamente devagar. N o esquema de 
razão, quanto mais rapidamente o animal pressiona a barra, mais 
imediatamente é reforçado. Portanto, dever-se-ia esperar, de acordo 
com o princípio do comportamento operante, que o responder
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€>e Comportamento Humano Complexo
por fiua 6 mf>nnH “ ambicioso*^- T rabalha mais ou menos na 
mOftma freqüência_qu^ apresenton t io pioneiro d ia -d o sent^ncli- 
cionamento.
^ lém —dissof quando os animais xião mais forem reforçados 
pelos seus esfpxçQs, o rato A será muito mais “ perseverante” , do 
que o B . Ainda. _n rato g- será mais “ fimofiional” . Quando as ten- 
tBTfvãsde extinção forem iniciadas, exibirá a emocionalidade típica 
da extinção. Pressionará a barra mais rapidamente por um curto 
período de tempo, morderá a barra, e assim por diante, mas des­
continuará rapidamente o pressionar a barra. O rato A , por outro 
lado, não mostrará comportamento “ emocional” e continuará a 
trabalhar muito, presáonando a barra durante um número muito 
maior de respostas não reforçadas.
Os termos “ trabalha muito” , “ perseverante” e “ emocional” 
foram propositalmente utilizados nesta discussão. O leitor pode 
não se interessar particularmente por fatores subjacentes à fre­
qüência e à resistência à extinção de uma resposta de pressão à 
barra, mas provavelmente está interessado em conhecer se orga­
nismos (especialmente humanos) trabalham muito, são perseverantes 
ou se emocionam em face da não recompensa. Os esquemas de 
rpfnrça.-mpnt.n R&n extremamente importantes para desenvolver 3 
manter comportamento persistente e vigoroso em todos os orga­
nismos, I ncluindo~Õs seres ^umanosT Quando dizemos quê~~uma 
pessoa 6 interessada, ambiciosa, motivada, tftnaiTe ãssun~DÒr'diante. 
geralmente jxoa.referimoa ^ ^camportamft&io^que é forte, em termos 
do vigor e da freqüência com que ocorre, e em termos de sua re.sis- 
tência~V extiaçÃfi- Por exemplo, desejamos saber por que alguns 
alunos e B t u d a m , ou, como dizemos, estão “ interessados” pela escola, 
enquanto outros não. Portanto, princípios relativos ao vigor e à 
persistência do comportamento são extremamente importantes para 
a nossa compreensão do comportamento humano.
Temos o mesmo interesse pelo que denominamos comporta­
mento “ emocional” . N a terminologia diária, quando uma pessoa 
não é mais reforçada por alguma coisa e apresenta comportamento 
“ perturbado” ou “ emocional” , que não é adaptativo, pode-se dizer 
que ela está “ frustrada” . Vê-se no exemplo dos ratos que o rato A 
“ tolera a frustração” mais do que o animal que é continuamente 
reforçado. Repetimos, esses termos são usados intencionalmente 
porque estamos interessados no por que algumas crianças “ frustram- 
-Hc” diante do insucesso e outras continuam a apresentar respostas 
ajustadas, mesmo que não sejam sempre reforçadas ou que a recom- 
ponHu Hoja muito retardada. Em termos de senso comum, descreve- 
-80 c o m o “ emocionalmente madura” uma criança que continua a 
trabalhar em face de objetivos muito retardados ou que não apre­
senta comportamento “ emocional” desajustado ao confrontar-se com
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Princípios relevantes do comportamento m
o insucesso. Quase todos tiveram contato» com peeeow* que * '^ o 
conseguiam suportar" nem mesmo casos triviais de n lo reforçe- 
mento ou de reforçamento retardado. Por exemplo, algumas poaeoiui 
apresentam comportamento emocional fora do comum quando per­
dem um jogo, enquanto muitas outras, na mesma situaç&n, agem 
como se o evento fosse sem importância. Estes sâo os tipos de 
comportamento nos quais estamos interessados, e sugere-so que te­
nham suas origens na história de reforçamento passada do indivíduo.
Tipos de esquemas de reforçamento
Existem muitas maneiras diferentes de variar os esquemas do 
re fo rça m e n to . a nada t ip o de esquema produz efeitos previsíveis 
sobre determinado comportamento. Discutiremos vários tipos prin­
cipais de esquema.
E squ em a de razão fix a
No exemplo acima citado, o esquema de reforçamento utilizado 
com o rato A pode ser denominado esquema de razão fixa, em outras 
palavras, ele era reforçado depois de cada vinte respostas, a partir 
do último reforço. Os efeitos gerais dos esquemas de razão fixa, 
bem como os pormenores desses esquemas que produzem tais efeitos, 
deveriam ser considerados mais minuciosamente.
Ê importante notar que o rato não foi imediatamente intro­
duzido na razão 1:20. Primeiramente recebeu reforço depois de cada 
resposta, a seguir, depois de duas respostas, de três respostas, e 
assim por diante. Os passos para avançar na razão devem ser bem 
pequenos. Se um frrnrrml fnr"t»nlnng.dn imediatamente em um esque-^ 
ma de razão muito alto r sua resposta de pressão à barra será extinta. 
Por exemplo, se o rato A fosse reforçado cinqüèntâ Vô2res e dèptfis 
colocado em um esquema fixo de 1 :100, seu comportamento seria 
extinto antes de o esquema poder passar a controlar seu compor­
tamento, como o faria se os passos fossem mais graduais. Isto 
também é verdadeiro para outros esquemas de reforçamento parciais 
ou intermitentes. A fim de se produzir, como no exemplo/ um 
animal que trabalhe muito e com perseverança, o organismo deve 
Rgr introduzido grat ln ül mm I h i m..pf < i f a m a r '
Um exame mais demorado do esquema de razão fixa dá uma 
melhor compreensão de alguns dos fatores que produzem o vigor 
das respostas. A freqüência de resposta do animal varia natural­
mente, de momento para momento. Algumas vezes pressiona rapi­
damente a barra, às vezes relativamente devagar. No esquema de 
razão, quanto mais rapidamente o animal pressiona a barra, mais 
imediatamente é reforçado. Portanto, dever-se-ia esperar, de acordo 
com o princípio do comportamento operante, que o responder
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68 Comportamento Humano Complexo
rápido neria 'muito mais fortalecido do que o responder lento. E 
iuto é o que o esquema de razão fixa produz.
Por outro lado, em um esquema de 1 :20, a probabilidade do 
rato ser reforçado por pressionar a barra, logo após a apresentação 
da pelota de alimento, é zero; a primeira resposta após o recebimento 
do reforço nunca é reforçada. Nem a segunda, e assim por diante. 
O reforçamento ocorre somente depois de longo período de respostas. 
O comportamento do animal também reflete essas contingências. 
Depois de um reforçamento, o registro acumulado mostra uma pausa 
do responder. Isto é indicado na Figura 3.6, para uma situação
F i g u r a 3 .6 . Curva acumulada gerada por um pombo em esquema de 
reforçamento em raz&o fixa 1:90 (adaptado de Ferster e Skinner, 1957,
p. 111).
HÍmilar àquela discutida. Este registro foi obtido utilizando-se um 
pombo como animal respondente, uma vez que os princípios dos 
«Aquemau foram mais completamente estudados usando-se este 
organiamo.
Auálogo ao eaqucma de-rasão fixa é o caso, de. operários pAgt>a 
com hanc em unidades, d e-trabalho. Nesse sistema, o operário é 
pago do acordo com q uantas unidades produz: pode receber uma 
determinada quantia de dinheiro a cada dez unidades que completa-T
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Princípios relevantes do comportamento 69
Esquema de intervalo fixo
Este esquema é outío tipo de procedimento de reforçamento 
intermitente. No estudo de laboratório deste esquema de ref orça­
mento, o experimentador, estabelece um tempo limite dentro do 
qual o organismo não é reforçado ao responder. A primeira resposta 
emitida no fim do limite, porém,

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