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Nutrição Animal Prática – Importância da Fibra na alimentação das diferentes espécies animais

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Nutrição Animal Prática – Aula 7 (05/05/16)
Importância da Fibra na alimentação das diferentes espécies animais.
Disponibilizam carboidratos estruturais para o processo de fermentação. 
Parede celular vegetal
Processo de liberação de energia mais lento.
Substrato energético menos eficiente que absorção proximal da glicose. 
A fibra fornece energia, mas é um processo lento. 
Fibra em Coelhos – Lagomorfos
Mantém o correto funcionamento do trato digestivo, rápida passagem e apresenta baixa digestibilidade da fibra de 12 a 30%.
No coelho nós temos o ceco funcional – a câmara fermentativa. Eles são cecofuncionais e no ceco habitam bactérias e microrganismos em geral. O alimento permanece pouco tempo ali dentro e isso se refere à rápida passagem e por tanto menos tempo para sofrer ação das bactérias e isso causa a baixa digestibilidade. 
Adaptação Fisiológica: chega uma partícula de alimento volumoso e ali dentro tem um grupo de bactérias que tem atividade fermentativa na parte mais fácil de ser digerida do alimento, que é a pectina, e por ser um processo rápido a pectina vai ser absorvida em maior quantidade. Toda vez que o substrato que se fermenta é composto por fibras péctinicas, existe um estímulo para se produzir o Ácido Butírico. 
Quando a bactéria cresce e gera o substrato, ela gera proteínas microbianas e também vitaminas do complexo B e libera minerais que estavam em conformação que estavam indisponíveis de serem digeridos e o principal desses macrominerais é o P (fósforo).
O coelho produz dois tipos excretas: as fezes duras que são eliminadas e os cecotrofos que são formados de nutrientes ainda utilizáveis e o movimento peristáltico vai enviar esses nutrientes mais digestíveis de volta para o ceco e as bactérias então conseguem fermentar esse substrato e o conteúdo será eliminado de volta para o intestino grosso e depois os cecotrofos serão eliminados em conjunto com um muco protetor para então serão ingeridos novamente pelo animal. 
E com isso ele consegue consumir a PMic, consome mais vitaminas do complexo B e tem mais ingestão de P. 
Os microorganismos que colonizam o ceco secretam principalmente pectinases e xilanases.
A microbiota que coloniza o IG dos coelhos é caracterizada principalmente por digerir pectina e xilana. 
Fibra em Equinos
São herbívoros e conseguem sobreviver com alimento volumoso. Logo, boa parte dos nutrientes irá vir do processo fermentativo! Muitas vezes o cavalo não consegue gerar produção depois de uma alimentação somente de volumoso. 
Quando o cavalo tem maior demanda por nutrientes, como o cavalo atleta, é necessário recorrer a uma substituição da dieta e muitas vezes se inclui o concentrado e se diminui o volumoso.
A mastigação do animal é maior quando se come um alimento volumoso. Para se consumir 1kg de feno são necessários de 3000 a 3500 movimentos, mas para comer 1kg de concentrado são necessários 800-1200 movimentos. 
O cavalo não tem salivação com estímulo olfatório, visual ou sensitivo, ele só saliva durante a mastigação. 
O estomago do cavalo é simples e pequeno, então a espécie equina consume pouca quantidade no tempo. Isso quer dizer que ele come aos poucos e durante 15h ele se alimenta e produz saliva – com função de umedecer, lubrificar a passagem no esôfago e ainda tem a função tampão que protege dos ácidos. 
O estomago do cavalo tem porção aglandular e glandular. Ele tem uma produção de 24h de HCl na porção glandular.
Quando o consumo da alimentação se torna até 50% de concentrado, nessa situação, o animal vai mastigar menos e produzir menos saliva que tem efeito tampão e esse tamponamento vai diminuir e pode gerar úlceras gástricas. Outro problema é a incidência de pontas de dentes porque a mastigação ajuda no desgaste dos dentes que não param de crescer, então se ela diminui a mastigação também diminui. 
O cavalo que consome mais concentrado se alimenta rapidamente e depois não faz mais nada e acaba apresentando distúrbios comportamentais e vícios como a “dança do urso”, alguns animais adultos comem as fezes, morder madeira etc comportamentos estereotipados. 
O cavalo é ceco-cólon funcional porque tem atividade fermentativa em ambos. Quando a fibra chega nessa câmara ela será degradada pela microbiota. O tempo médio de retenção do alimento nos equinos é maior e isso permite que os equinos consigam fermentar hemicelulose, pectina e celulose (mais ou menos). Eles não são tão eficientes quanto os ruminantes na digestão de celulose e por isso digerem menos fibras.
A fibra controla o pH no ceco-cólon, realiza o balanço hídrico (leva água para a câmara fermentativa e hidrata o cólon), fibra de baixa qualidade contém lignina (grupo fenilpropano é hidrofóbico reduzindo a água no lúmen intestinal e predisposição a compactação, consequentemente cólica).
Exigência segundo NRC, mínimo de 1% volumoso do peso dele.
A fração solúvel (conteúdo celular) do alimento volumoso é digerido e absorvido no intestino delgado.
A fibra que chega no ceco-cólon é fermentada.
Tempo de retenção.
Menor eficiência que os ruminantes – porque segura a fibra por menos tempo. 
Laminites – o concentrado é rico em amido e ele passa pelo estômago, chega no ID e vai ser digerido. Mas dependendo da família do amido ele passa dessa fase e acaba indo para o ceco onde as bactérias vão gerar lactato que tem o pH mais baixo e com a fermentação intensa vão fazer com que o pH da câmara diminua e isso faz com que as bactérias morram e liberem as aminas vasoativas que vão para os cascos causando um processo inflamatório – laminite.
Ruminantes
Três grupos distintos:
Pastejadores – Bovinos, ovinos, búfalos.
	Dieta rica em alimento fibroso. Alimentos ricos em parede celular. Estruturas anatômicas mais rígidas e robustas e o omaso é muito maior e tem fibras omasais mais resistentes. 
Intermediários – Caprinos, antílope.
	Oportunistas: comem o que tiver disponível.
Seletivos – Girafa, Dikdik
	Alimento de alta qualidade, rico em conteúdo celular, baixo teor de fibra. – Flor, frutos e folhas de árvores. Tem maior glândula salivar porque escolhe comer nutrientes que fermentam rápido.
	DIFERENÇAS
	PASTEJADORES – NÃO SELETIVOS
	SELETIVOS
	Alto teor de fibra;
	Rico conteúdo celular, alta qualidade da fibra.
	Omaso maior e fibras omasais mais resistentes.
	Omaso menor.
	Ritmo alimentar menor, mas em maior quantidade. 
	Ritmo alimentar maior, mas pouca quantidade. 
FDN efetiva (FDNe)
Relacionada com a capacidade total do alimento em diminuir a fibra sem que altere % de gordura do leite. Existe uma mistura de alimentos que deve ser considerado e a análise que vamos considerar é o FDNe (existe um mínimo).
FDN fisicamente efetiva (FDNfe)
Relacionada às propriedades físicas da fibra (principalmente o tamanho de partícula) que estimula a mastigação. 
A recomendação é não reduzir a fibra ao tamanho menor de 2 centímetros. 
Fibra na dieta de Cães e Gatos
A fibra apresenta efeito diluidor do conteúdo energético. Ainda que eles não tenham mecanismo nenhum para utilização dos AGV pelos animais, a fibra vai ter efeito diluidor do conteúdo energético. Importante para a motilidade e a formação do bolo fecal.
Muito embora cães e gatos não possam digerir diretamente a fibra dietética, certos microrganismos presentes no cólon são capazes.
Fibra da beterraba tem solubilidade baixa e fermentação moderada. 
O trato digestivo dos cães e gatos é muito curto e as células do cólon tem uma taxa renovação muito intensa e obtém os nutrientes que vem a polpa de beterraba como o ácido butírico e então as células ficam mais saudáveis.

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