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CENTRO UNIVERSITÁRIO MONTE SERRAT ALINE FERREIRA MARINHO DA SILVA CAROLINA DOS SANTOS FIERRO CLEBERSON CARLOS FERREIRA DA SILVA LUCAS MIGUEL FORCINETTI MARCELO MARTINATTI MATHEUS DA SILVA OLIVEIRA RAYANE ELIZABETH FACINCANI CRÁTONS BRASILIEROS: Conceitos gerais e tectônica atuante no Cráton Amazônico. Santos 2015 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 2 DEFINIÇÕES ........................................................................................................... 4 3 CRÁTONS BRASILEIROS ...................................................................................... 8 3.1 Cráton Amazônico ................................................................................................. 9 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 12 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 13 3 1 INTRODUÇÃO Os primeiros conceitos sobre a existência de porções continentais relativamente estáveis apareceram já no século passado (DANA, 1866; SUESS, 1883 apud BRITO NEVES, 1995), sendo ainda tema de pesquisas e discussões atuais. De acordo com o dicionário geológico do IBGE (1999), crátons são partes da crosta terrestre que se conservaram estáveis e por longos períodos foram pouco deformadas. Tal conceito converge com a definição de Brito Neves (1995) na qual crátons são os tipos crustais continentais mais importantes em termos de expressão territorial, espessura litosférica (tectosfera), volume, estabilidade tectônica, sendo os mais estáveis e os mais duradouros. A partir dessa definição, o presente trabalho tem por objetivo geral, através de levantamento bibliográfico, compreender o que é um cráton e suas características, além das relações e influência entre os processos tectônicos e sua gênese e estabilização. Esses aspectos são abordados no capítulo 2. Existem diversos crátons ao redor da Terra, alguns deles aflorando e outros não expostos à superfície, servindo assim de embasamento. No território brasileiro são reconhecidos o Cráton Amazônico, Cráton São Francisco, Cráton São Luís e Cráton Paraná (também chamado de Paranapanema ou Rio de La Plata), sendo que um estudo mais específico sobre o Cráton Amazônico constitui-se como objetivo específico deste estudo, abordado no capítulo 3 (item 3.1). Localizado no Norte do Brasil, o Cráton Amazônico compreende rochas arqueanas e predominantemente rochas paleoproterozóicas, sendo sua gênese, de acordo com o modelo mobilista, condicionada a ocorrência de sucessivos arcos magmáticos envolvendo a formação de material juvenil e aglutinação de antigos blocos crustais do longo do tempo. 4 2 DEFINIÇÕES Um cráton é uma porção da crosta terrestre que permaneceu estável, sofrendo pouca deformação devido ao seu comportamento de maior rigidez e resistência diante os processos térmicos e tectônicos, por longos períodos (mais de 100 Ma). Formado por núcleos de idade Pré-Cambriana, sobretudo do Arqueano, suas raízes antigas, densas e frias descem até cerca de 400 km de profundidade no manto inferior. (BRITO NEVES, 1995; IBGE, 1999; HASUI et al., 2012). Brito Neves (2011), em seu glossário de geotectônica, ressalta que não há consenso para definição de cráton destacando, porém, algumas características geológicas e geofísicas que são requisitos e devem ser consideradas para que determinada área da crosta possa ser assim classificada: • litosfera continental muito espessa (300-400 Km) com presença de quilhas tectosféricas (Tectospheric Keel)1 e zona de baixa velocidade mal definida; • manto litosférico empobrecido no substrato dos crátons, com flutuação positiva e resistente a deformação; • estabilidade (aproximadamente 100-200 Ma), antiguidade (longo tempo para ser formado) e transitoriedade relativas (transformações dos crátons relacionadas a ciclos geotetônicos); • geralmente porções distantes das áreas de borda de placas (zonas intraplacas) e que apresentam dois estágios estruturais/estratigráficos: embasamento (maciços, escudos, altos estruturais) e coberturas (bacias sedimentares); • petrologia da crosta é composta por minerais resistentes a esforços de cisalhamento. A cratonização é definida como o processo responsável pela formação de um cráton, ou seja, a evolução de áreas crustais instáveis a estáveis, ocorrendo de maneira gradual desde o Arqueano, com crescente aumento das áreas cratônicas (BRITO NEVES, 1995). São propostos três modelos para explicar esse processo. O primeiro modelo propõe que o manto litosférico constituiria o resíduo da fusão parcial de grandes plumas, no qual peridotitos cratônicos seriam o resíduo sólido deixado 1 Zonas da litosfera continental formada durante o Arqueano extremamente espessas sob os crátons e consideradas, em grande parte, responsáveis pela estabilidade dos mesmos (BRITO NEVES, 2011) 5 pela extração de magmas formados por elevadas percentagens de fusão parcial e altas temperaturas e pressões. O segundo, a acresção e o imbricamento da litosfera oceânica seriam responsáveis pela formação de uma litosfera espessa. Já no terceiro, o espessamento seria resultado da colisão de arcos e continentes. Nesses dois últimos modelos, a fusão parcial ocorreria a temperaturas e pressões mais baixas, seguida pelo transporte dos peridotitos residuais para profundidades maiores (NEVES, 2008). Em orógenos fanerozóicos, o espessamento da litosfera pode resultar em delaminação2 porque o manto litosférico frio pode tornar-se mais denso que a astenosfera. O manto litosférico subjacente aos crátons, de idade arqueana é mais empobrecido em Ca, Al e Fe devido às percentagens mais elevadas de fusão parcial, fazendo com que ele seja menos denso que a o manto sob os oceanos e também menos denso que a astenosfera, independentemente de sua espessura. Dessa maneira, o desenvolvimento de raízes litosféricas profundas deve ter protegido a crosta continental arqueana sobrejacente, dificultando seu envolvimento em eventos orogênicos subsequentes, o que explica sua persistência até os dias atuais. (ALKMIN, 2004; NEVES, 2008). Muitas vezes, as bordas das áreas cratônicas são retrabalhadas em maior ou menor grau pela orogênese. Para muitos, essas áreas são consideradas como pertencentes ao cráton. Ao se considerar os conceitos de tectônica global, elas são tratadas como zonas de antepaís, enquanto que os crátons seriam as regiões plenamente estáveis (PACIULLO, 2006). Os crátons possuem uma série de atributos característicos, como por exemplo, contornos elípticos de diâmetros variáveis; isostasia positiva, com relevo interno relativamente pouco pronunciado; substrato constituído por núcleos arqueanos com adições significativas de materiais paleoproterozóicos, deformados e metamorfizados do Arqueano ao Mesoproterozóico; coberturas hospedadas em aulacógenos, bacias de antepaís e sinéclises, podendo apresentar variados graus de inversão; estruturas positivas, como antéclises, grandes domos e arcos (ALKMIN, 2004). Outro fator importante determinante na definição de um cráton é o baixo fluxo térmico, compreendido entre 30 e 50 mW/m², tendo em vista que o mesmo decresce 2 Delaminação: fenômeno de desacoplamento entre a crosta e o manto superior, ou entrea crosta superior e a inferior, característico de zonas de colisão de placas continentais (IBGE, 1999, p.54). 6 com a idade da placa, que por sua vez, cresce com o tempo geológico. Assim, crátons arqueanos apresentam fluxo de calor menor do que a crosta proterozóica e fanerozóica, uma vez que nessas áreas cratônicas o gradiente geotérmico é mais fraco, de modo que a inclinação da curva de temperatura em função da profundidade é menor que a observada que outras áreas crustais (BRITO NEVES, 1995; ALKMIN, 2004; KEAREY et al., 2014). Além disso, a litosfera de um cráton arqueano se diferencia em espessura e em termos composicionais a de crátons mais jovens. Tal diferenciação composicional tem sua origem nas características do manto arqueano, abaixo dos quais existe um limite químico mais profundo, com peridotitos empobrecidos em componentes basálticos como componentes mantélicos (BRITO NEVES, 1995; BRITO NEVES, 2011). Os crátons de idade Arqueana possuem um embasamento constituído por greenstone belts, suíte Throndjemito-Tonalito-Granodiorito (TTG) e complexos gnáissicos-migmatíticos-granulíticos; sendo esses últimos, na maioria das vezes, produtos de orogenias anteriores envolvendo transformações metamórficas e tectônicas dos dois primeiros (PACIULLO, 2006). Quanto aos conjuntos estruturais-estratigráficos, no que diz respeito às coberturas, são registradas várias fases de evolução podendo existir desde um período pré-plataforma, ou seja, precedendo a união ou individualização do cráton. Constituem-se por depósitos sedimentares e associações vulcanosedimentares que se diferenciam das áreas de exposição do embasamento, variando estruturalmente de não dobradas a moderadamente dobradas (NEVES, 1995; NEVES, 2011). A estratigrafia geral de áreas cratônicas pode ser vista no Quadro 1. Essas características expressas anteriormente demonstram que o conceito de cráton, na verdade, está relacionado à reologia de porções litosféricas diferenciadas, algumas desde o Arqueano, e sua constituição (ALKMIN, 2004). 7 Quadro 1 - Estratigrafia geral de áreas cratônicas. Fonte: Paciullo, 2006. 8 3 CRÁTONS BRASILEIROS Os crátons brasileiros são constituídos pelas regiões que não foram afetadas pelo ciclo tectônico Brasiliano/Pan-Africano (PACIULLO, 2006). Eles eram paleo- continentes, resultantes da fragmentação do Supercontinente Rodínia (início do Neoproterozóico), os quais constituem os crátons São Francisco, São Luís, Amazônico e Paraná (também chamado de Paranapanema ou Rio de La Plata). Os dois primeiros possuem extensões na África e o último, com pequena área exposta no Uruguai, está oculto sob a Bacia do Paraná (Figura 1) (HASUI, et al., 2012). Figura 1 – Compartimentação geotectônica do ciclo Brasiliano-Panafricano, com os crátons representados na cor rosa. Fonte: Hasui et al., 2012. Tendo em vista a complexidade de cada cráton, a seguir, será dada ênfase apenas para o Cráton Amazônico. 9 3.1 CRÁTON AMAZÔNICO O Cráton Amazônico é uma entidade geotectônica que teve comportamento estável no Neoproterozoico, sendo composto por pequenas porções de rochas arqueanas e predominantemente paleoproterozoicas, que estão expostas na região norte do Brasil. Representa uma das maiores e menos conhecidas áreas pré- cambrianas do mundo, sendo uma das principais unidades tectônicas da América do Sul, com 5.600.000 km2 de área. Dois modelos são atribuídos à gênese do Cráton Amazônico, esses modelos são o fixista e o mobilista, (BRAUN, 1974 apud SOUZA et al., 2005; ALMEIDA et al., 1976 apud SOUZA et al., 2005; ALMEIDA, 1978 apud SOUZA et al., 2005; HASUI, 2012). Baseado na ausência de episódios compressivos e orogenéticos, o modelo fixista de retrabalhamento crustal considera apenas a ocorrência de manifestações tectônicas distensivas com reativações plataformais e consequente fraturamento, vulcanismo e granitogênese anorogênica (GIBBS e BARRON, 1983 apud SOUZA et al., 2005; AMARAL, 1984 apud SOUZA et al., 2005; SANTOS e LOGUERCIO, 1984 apud SOUZA et al., 2005; LSSLER e LIMA, 1987 apud SOUZA et al., 2005). O modelo mobilista é fundamentado em dados isotópicos, e propõe que durante o Arqueano, Paleoproterozoico e Mesoproterozóico teriam ocorridos sucessões de arcos magmáticos envolvendo a formação de material juvenil e aglutinação de fragmentos crustais derivados do manto, onde se desenvolveram cinturões orogênicos (TASSINARI e MACAMBIRA, 1999 apud GALÉ, 2012; TASSINARI et al., 2000 apud GALÉ, 2012; SANTOS et al., 2000 apud GALÉ, 2012; RUIZ, 2005 apud GALÉ, 2012 e SOUZA et al., 2005). Utilizando-se dessa linha mobilista, vários autores fizeram diferentes propostas de compartimentação regional do Cráton Amazônico (Figura 2). Uma das primeiras propostas de compartimentação foi apresentada por Susczynski (1970), que reconheceu, com base nos poucos dados geológicos existentes na época, faixas paralelas (direção NW) diferenciadas em sua constituição litológica e evolução. Mas foi através de centenas de datações de K-Ar e algumas de Rb-Sr que Amaral (1974) apud Hasui (2012) embasou de forma mais ampla o processo de compartimentação geotectônica do Cráton Amazônico. 10 Figura 2 - Propostas de compartimentação do Cráton Amazônico. (A): modelo de Cordani et al. (1979). (B): modelo de Tassinari e Macambira (2004), elaborado com datações multimodos. (C): modelo de Santos (2003a), precursor de (D), que é o de Santos et al. (2008), baseado em datações U-Pb e Pb-Pb, e dados geológicos. Nesses modelos foi admitida a extensão dos compartimentos de um ao outro lado da Bacia do Amazonas; em (B) e (D), estão traçadas as conexões sob essa bacia. Fonte: Hasui et al., 2012. Segundo Souza et al. (2005) conforme a obtenção de dados geológicos e geoquímicos mais precisos, e avaliação de dados bibliográficos, foi possível reconhecer o domínio orogênico denominado Arco Magmático Juruena de idade U- Pb 1,85 a 1,75Ga, como parte de um arco colisional acrescionário ao Continente Atlântica, o que contribuiu para dar mais suporte ao modelo mobilista. 11 Segundo Santos (2003) a CPRM (Serviço Geológico do Brasil) vem desenvolvendo um amplo programa geocronológico no Cráton Amazônico (Figura 3). Esse programa esta centrado em análises Sm-Nd e U-Pb SHRIMP. Os principais avanços ocorridos dentro desse programa são: - registro de terrenos transamazônicos (extensão da Província Transamazonas) na parte norte da Província Carajás, que teve sua área reduzida; - presença de terrenos tipo TTG com idade arqueana na parte noroeste do Domínio Iriri-Xingu; - novo entendimento da Província Sunsás como o produto de um ciclo orogênico convergente de longa duração, composto de quatro orogêneses principais, com idades desde 1,45 até 1,00 Ga. Figura 3 - Distribuição de pontos com análises geocronológicas (U-Pb, Pb-Pb por evaporação e Sm-Nd) no Cráton Amazônico. Fonte: Santos, 2003. 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo do cráton dentro do contexto geotectônico possui papel fundamental no entendimento da evolução geológica da Terra devido às suas características já definidas anteriormente, proporcionando, ao longo de bilhões de anos, o registro e a preservação dessa história. Dada a sua importância, o cráton e seus processos de formação são temas intensamente discutidos por diversos autores, gerando modelos diversificados para explicação de sua origem, fruto de linhas de pesquisa por vezes antagônicas, como é o caso dos modelos fixistas e mobilistas. Dessa forma, os crátons inseridos em território nacional proporcionam a compreensãoda história evolutiva regional. Em função de sua complexidade, no presente trabalho foi abordado apenas o Cráton Amazônico, por representar uma das maiores e menos conhecidas áreas pré-cambrianas do mundo. O estudo do Cráton Amazônico também apresenta divergentes modelos de gênese, sendo mais aceito o modelo mobilista por ser o mais contemporâneo e ter maior embasamento geológico. Isso originou inúmeras propostas para sua compartimentação regional e essa variedade se deve, principalmente, à evolução dos métodos geocronológicos que propiciou avanços e novas descobertas a respeito desse cráton. Por fim, o estudo dos crátons consiste em uma importante ferramenta no entendimento geotectônico global e regional, possibilitando aos geólogos contar a história evolutiva desde bilhões a milhões de anos atrás até os dias atuais. 13 REFERÊNCIAS ALKMIN, F. F. O que faz de um cráton um cráton? O Cráton do São Francisco e as revelações almeidianas ao delimita-lo. In: MANTESSO-NETO, V. et al. Geologia do Continente Sul-Americano: Evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São Paulo: Beca, 2004, p. 17-35. BRITO NEVES, B. B. Crátons e faixas móveis. Boletim IG-USP, Série didática, São Paulo, n. 7, nov. 1995, p. 1-187. BRITO NEVES, B. B. Glossário de geotectônica. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. 256 p. GALÉ, M. G. O Depósito do Papagaio, Alteração Hidrotermal, Regime de Fluidos, Geoquímica e Idade, Província Aurífera De Alta Floresta - MT. Dissertação de Mestrado – Mestrado em Geociências; Área de Concentração: Metalogênese, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá - MT, 2012. 87 p. HASUI, Y. et al. (Orgs.). Geologia do Brasil. São Paulo: Beca, 2012. 900 p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Glossário Geológico. Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro: IBGE, 1999, 214 p. KEAREY, P.; KLEPEIS, K.A; VINE, F. J.; Tradução Daniel Françoso de Godoy, Peter Christian Hackspacher. Tectônica Global. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. 436p. NEVES, S. P. O Arqueano: Geologia e Regimes Tectônicos. In:________. Dinâmica do manto e deformação continental: uma introdução à geotectônica. 2. ed. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2008, cap. 9, p. 115-126. PACIULLO, F. V. P. Conceitos Básicos. Geologia do Brasil: Um resumo. Notas de aula, 2006. 21 p. SANTOS, J. O. S. Geotectônica dos Escudos das Guianas e Brasil-Central. In: BIZZI, L. 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