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Apostila para 1ª fase - OAB

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DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA
I. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
Empresário é toda pessoa, natural ou jurídica, que profissionalmente exerce uma atividade
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços (art. 966, caput,
CC), cabendo destacar que são espécies de empresários admitidas no direito brasileiro: o
empresário individual, a sociedade empresária e a empresa individual de responsabilidade
limitada – Eireli1.
Os sócios e os administradores, juridicamente, não se enquadram no conceito jurídico de
empresário estabelecido pelo art. 966 do Código Civil. Tratam-se, em verdade, de funções
societárias em que os sócios devem ser visto como empreendedores ou investidores – porque
destinam parcela de seu patrimônio para o financiamento de determinada atividade
econômica, buscando retirar desta o maior retorno financeiro possível – e os administradores,
enquanto mandatários – porque recebem o poder de administrar uma sociedade, seja esta
simples ou empresária2.
Uma importante distinção introdutória em matéria de direito empresarial é a que se refere às
sociedades, simples ou empresárias:
Sociedade Empresária Sociedade Simples
Regra Geral:
Objeto Social (art. 982, caput) Art. 966, caput Art. 966, p. único
Exceções:
1. A Lei (art. 982, p. único) S/A, sempre Cooperativa, sempre
2. O Registro (art. 984) Rural, facultativo Rural, facultativo
É importante considerar, acerca da capacidade para os atos da vida empresarial:
Capacidade
Para ser empresário individual Para ser sócio em sociedade empresária
Regra geral 18 anos completos, Regra geral 18 anos completos, ou
1 Dica 1, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
2 Dica 2, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
ou por um dos casos
de emancipação. 
(Art. 972, CC)
por um dos casos de
emancipação. 
(Art. 104, I, CC)
Incapazes Não podem ser
empresários, mas
podem continuar o
exercício da empresa,
a depender de prévia
decisão judicial.
(Art. 974, CC)
Incapazes Podem ser sócios,
desde que: sejam
devidamente
representados ou
assistidos; não sejam
administradores; e
tenham
responsabilidade
limitada.
(Art. 974, §3º, CC)
Impedidos Estão proibidos, mas
acaso venham a se
envolver em atividade
própria de
empresário,
responderão pelas
obrigações
contraídas.
(Art. 973, CC)
Impedidos Podem ser sócios,
desde que: não sejam
administradores; e
tenham
responsabilidade
limitada.
Empresário
casado
Poderão alienar ou
gravar de ônus reais
os imóveis relativos
ao patrimônio da
empresa sem
necessitar de outorga
conjugal.
(Art. 978, CC)
Sociedade entre 
cônjuges
Regra geral, é possível.
Porém, não podem ser
sócios numa mesma
sociedade contratual,
cônjuges casados pelo
regime da separação
obrigatória ou da
comunhão universal.
(art. 977, CC)
O Contrato de trespasse é o contrato que tem por objeto a alienação de estabelecimentos
empresariais. Acerca do trespasse é válido mencionar:
Contrato de Trespasse
Requisitos de validade O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou
arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos
quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição
do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro
Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa
oficial (art. 1.144, CC). Se ao alienante não restarem bens
suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação
do estabelecimento depende do pagamento de todos os
credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou
tácito, em trinta dias a partir de sua notificação (art. 1.145,
CC).
Sucessão empresarial O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento
dos débitos anteriores à transferência, desde que
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir,
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos
outros, da data do vencimento (art. 1.146, CC).
Proibição de concorrência Não havendo autorização expressa, o alienante do
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente,
nos cinco anos subsequentes à transferência. No caso de
arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição
persistirá durante o prazo do contrato (art. 1.147, CC).
Sub-rogação contratual Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-
rogação do adquirente nos contratos estipulados para
exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter
pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa
dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa
causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do
alienante (art. 1.148, CC).
Cessão de créditos A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento
transferido produzirá efeito em relação aos respectivos
devedores, desde o momento da publicação da transferência,
mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao
cedente (art. 1.149, CC).
Sobre os livros empresariais, frise-se:
Livros Empresariais
Livros obrigatórios: a lei impõe a sua escrituração
Comum todo empresário deve escriturar
Especiais apenas os empresários que se
encontrem em determinadas situações
devem escriturá-los, além do livro
comum
Livros facultativos: o empresário escritura quando facilitar a escrituração do
livro obrigatório ou o gerenciamento da atividade
Atualmente, o livro obrigatório comum é o Livro Diário. Todo e qualquer empresário deve
mantê-lo, independentemente do tamanho e do tipo jurídico, por força de lei. Apesar disto,
atualmente, o Código Civil admite a sua substituição por fichas quando a escrituração for
mecanizada ou eletrônica. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização
do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações
relativas ao exercício da empresa.
Requisitos de Escrituração dos Livros Empresariais
Intrínsecos Conteúdo Art. 1.183,
CC
A escrituração será feita em idioma e
moeda corrente nacionais e em forma
contábil, por ordem cronológica de dia,
mês e ano, sem intervalos em branco,
nem entrelinhas, borrões, rasuras,
emendas ou transportes para as
margens.
Extrínseco
s
Formalidad
e
Art. 1.181,
CC
Salvo disposição especial de lei, os
livros obrigatórios e, se for o caso, as
fichas, antes de postos em uso, devem
ser autenticados no Registro Público de
Empresas Mercantis.
Art. 1.182,
CC
Sem prejuízo do disposto no art. 1.174,
a escrituração ficará sob a
responsabilidade de contabilista
legalmente habilitado, salvo se nenhum
houver na localidade.
Exibição dos livros empresariais
1. Judicial
a) Total Art. 1.191, CC O juiz só poderá autorizar a
exibição integral dos livros e
papéis de escrituração quando
necessária para resolver questões
relativas a sucessão, comunhão
ou sociedade, administração ou
gestão à conta de outrem, ou em
caso de falência.
b) Parcial (...) §1º, CC O juiz ou tribunal que conhecer
de medida cautelar ou de ação
pode, a requerimento ou de
ofício, ordenar que os livros de
qualquer das partes, ou de ambas,
sejam examinados na presença do
empresário ou da sociedade
empresária a que pertencerem, ou
de pessoas por estes nomeadas,
para deles se extrair o que
interessar à questão.
2. Administrativa Art. 1.193, CC As restrições estabelecidas neste
Capítuloao exame da
escrituração, em parte ou por
inteiro, não se aplicam às
autoridades fazendárias, no
exercício da fiscalização do
pagamento de impostos, nos
termos estritos das respectivas
leis especiais.
Súmulas do STF, em matéria de livros empresariais: a) Súmula 260: “O exame de livros
comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os litigantes”; b) Súmula 390: “A
exibição judicial de livros comerciais pode ser requerida como medida preventiva”; e c) Súmula
439: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais,
limitado o exame aos pontos objeto da investigação”.
Existem três espécies de nome empresarial: a) firma individual; b) firma social e c)
denominação social. A firma individual é espécie de nome empresarial exclusiva para o
empresário individual. Já firma social e denominação social são espécies de nome empresarial
a serem utilizadas por sociedades, simples ou empresárias, e pela empresa individual de
responsabilidade limitada. Adotam firma: o empresário individual, a sociedade em nome
coletivo e a sociedade em comandita simples. Adotam denominação: a sociedade simples, a
sociedade anônima e a sociedade cooperativa. Podem utilizar firma ou denominação: a
sociedade em comandita por ações, a sociedade limitada e a empresa individual de
responsabilidade limitada. Por último, haja vista se tratar de sociedade despersonificada, a
sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação.
II. TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO
O direito brasileiro regulamenta nove espécies de sociedades: a) sociedade em comum
(antigamente denominada sociedade de fato ou sociedade irregular); b) sociedade em conta de
participação; c) sociedade simples; d) sociedade em nome coletivo; e) sociedade em comandita
simples; f) sociedade limitada; g) sociedade anônima; h) sociedade em comandita por ações; e i)
sociedade cooperativa. As diferenças entre tais sociedades se baseiam no princípio da tipicidade
societária, que tem como fatores determinantes: a) personalidade jurídica; b) ato constitutivo;
c) divisão do capital social; d) responsabilidade social.
Personalidade jurídica
Classificação Critério Exemplos
Sociedade personificada Com personalidade jurídica Regra geral (art. 44, CC)
Sociedade
despersonificada
Sem personalidade jurídica Sociedade em comum e
sociedade em conta de
participação
Registro:
Sociedade empresária Junta Comercial
Sociedade simples Cartório de Pessoa Jurídica
Exceções da soc. simples: Sociedade cooperativa Junta Comercial
Sociedade de advogados OAB
Ato constitutivo
Contrato social Estatuto social
Regra geral (art. 981, CC) Sociedade anônima, sociedade em comandita
por ações e sociedade cooperativa
1. Há dois níveis de relações jurídicas: a)
relação jurídica sócio-sociedade e b) relação
jurídica sócio-sócio
1. Há apenas um nível de relação jurídica: a
relação sócio-sociedade
2. Há, de algum modo, responsabilidade
solidária entre os sócios (art. 1.052, CC)
2. Regra geral, não se fala em
responsabilidade solidária entre os sócios
3. Há possibilidade de restrição à sociedade
entre cônjuges, a depender do regime de
bens (art. 977, CC)
3. Não há possibilidade de restrição à
sociedade entre cônjuges, a depender do
regime de bens
4. Há possibilidade de constituição do
Conselho Fiscal, enquanto órgão social
4. Há obrigatoriedade de constituição do
Conselho Fiscal, enquanto órgão social
5. As deliberações sociais podem ocorrer 5. As deliberações sociais só poderão ocorrer
mediante assembleia ou reunião de sócios,
dispensada a convocação destes quando
todos os sócios comparecerem ou se
declararem, por escrito, cientes do local, data,
hora e ordem do dia (art. 1.072, CC)
mediante assembleia, sendo necessária a
convocação de sócios, não havendo hipótese
de dispensa de convocação.
Divisão do capital social
Quotas Ações
Regra geral Sociedade anônima e sociedade em
comandita por ações
Semelhanças: a) Representam um modo de divisão do
capital social;
b) Asseguram ao titular o status, a posição, a
função de sócio;
c) Gozam da característica da unidade e, em
razão disto, não se misturam.
Diferenças:
Não podem ser negociadas no Mercado de
Valores Mobiliários (Bolsa de valores).
Podem ser negociadas no Mercado de
Valores Mobiliários (Bolsa de valores).
A cessão de quotas depende de alteração no
ato constitutivo societário.
A cessão de ações independe de alteração
no ato constitutivo societário.
Admite-se o fracionamento de quotas por
ocasião de sua transferência.
Não se admite o fracionamento de ações,
nem mesmo por ocasião de sua
transferência.
Responsabilidade dos sócios
Absolut
a
Não há comunicação patrimonial
entre os sócios e a sociedade, do
que decorre a responsabilidade
limitada.
Todos os sócios na
Ltda., na S/A e na
sociedade em
comandita por ações.
O sócio comanditário,
na sociedade em
comandita simples e
o sócio participante,
na sociedade em
conta de
Autonomia
Patrimonial
participação.
Relativa Há comunicação patrimonial
entre os sócios e a sociedade, do
que decorre a responsabilidade
subsidiária, que pode ser:
solidária e ilimitada, quando os
sócios puderem perder todo o
seu patrimônio pessoal por
obrigações da sociedade.
Caso de todos os
sócios na sociedade
em comum, em nome
coletivo e cooperativa
limitada; o sócio
ostensivo, na
sociedade em conta
de participação e o
sócio comanditado
na sociedade em
comandita simples.
limitada, quando os sócios
puderem perder bens pessoais
na proporção em que participem
das perdas sociais.
Caso de todos os
sócios na sociedade
simples pura e na
cooperativa ilimitada.
Acerca da desconsideração da personalidade jurídica (art. 50, CC), é cabível mencionar que: a)
trata-se da retirada episódica e momentânea dos efeitos da personificação – não há dissolução
da sociedade – com o objetivo de alcançar a personalidade e o patrimônio de sócios ou de
administradores; b) é ato do juiz – somente a autoridade judicial tem competência para
determinar; c) não pode ser declarada de ofício – precisa ser requerida pelo interessado ou pelo
Ministério Público quando couber intervir no processo; d) necessitar atender cumulativamente
aos seguintes requisitos: i) a personificação da sociedade – se a sociedade não tem
personalidade jurídica, não haverá o que desconsiderar; ii) a utilização indevida da pessoa
jurídica caracterizada pelo desvio de finalidade (fraude ou abuso de direito, relacionados à
autonomia patrimonial) ou pela confusão patrimonial; e iii) a imputação do ato à pessoa jurídica –
se o ato já for de responsabilidade de sócios ou de administradores, não há necessidade de
desconsideração.
A sociedade em comum é a sociedade sem personalidade jurídica, constituída mediante um
contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a responsabilidade dos sócios é
subsidiária, solidária e ilimitada, excluído do benefício de ordem aquele sócio que, investido na
condição de administrador, contratou pela sociedade3. A sociedade em contato de
participação é a sociedade sem personalidade jurídica, constituída mediante um contrato
3 Dica 60, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
social, cujo capital social é dividido em quotas e nela há duas espécies de sócios: (i) o sócio
ostensivo, que tem responsabilidade ilimitada e (ii) o sóciooculto ou participante, que não
responde perante terceiros, respondendo nos termos do contrato social apenas perante o
sócio ostensivo4.
A sociedade em nome coletivo é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante
um contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a responsabilidade dos sócios,
necessariamente pessoas naturais, é subsidiária, solidária e ilimitada pelas obrigações sociais.
Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou
por convenção unânime posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um5. A sociedade
em comandita simples é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um
contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e nela há duas espécies de sócios: (i) o
sócio comanditado, necessariamente pessoa natural, com responsabilidade subsidiária,
solidária e ilimitada; e (ii) o sócio comanditário, obrigados somente pelo valor de sua quota. Em
tal sociedade, o contrato social deve discriminar os sócios comanditados e os sócios
comanditários6.
A sociedade em comandita por ações é a sociedade com personalidade jurídica, constituída
mediante um estatuto social, cujo capital social é dividido em ações e nela há duas figuras
jurídicas: (i) o acionista, cuja responsabilidade é idêntica a do acionista da sociedade anônima;
e (ii) o acionista diretor, com responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada, não por ser
acionista, mas por ter assumindo a direção (a responsabilidade é pelos atos de gestão) da
referida sociedade, mantendo tal perfil de responsabilidade por até dois anos após a sua
destituição ou exoneração7. A sociedade cooperativa é a sociedade com personalidade jurídica,
constituída mediante um estatuto social, cujo capital social, se houver, será dividido em quotas,
e a responsabilidade dos sócios cooperados será subsidiária, podendo responder todos, de
maneira solidária ou de maneira limitada, a depender do perfil de responsabilidade
patrimonial. Trata-se de sociedade que tem no mutualismo da relação jurídica sócio-sociedade
uma de suas características essenciais8.
4 Dica 61, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
5 Dica 62, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
6 Dica 63, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
7 Dica 67, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
8 Dica 68, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
A sociedade simples, sociedade voltada ao exercício de atividades econômicas sem caráter
empresarial, é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um contrato
social, cujo capital social é dividido em quotas e a responsabilidade dos sócios, regra geral, é
subsidiária, porém limitada pelas obrigações. A sociedade simples é considerada pura quando
constituída com as regras de seu próprio tipo ou impura quando constituída com as normas de
algum outro tipo, vedada a utilização dos tipos relativos às sociedades por ações9.
Em qualquer tipo de sociedade, o sócio que ingressa responde pelas obrigações sociais
anteriores à sua entrada e o sócio que se retira continua a responder por até dois anos,
contados da sua saída, pelas obrigações sociais anteriores, cabendo destacar que, no caso de
cessão da participação societária (cessão de quotas ou de ações), haverá responsabilidade
solidária entre o cedente e o cessionário. Não se pode deixar de notar que a expressão
obrigações sociais não significa que os sócios estarão sempre obrigados a responderem por
dívidas da sociedade, mas sim obrigações segundo perfil de responsabilidade patrimonial
definido para o tipo escolhido para a constituição societária10.
III. SOCIEDADE LIMITADA
A sociedade limitada é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um 
contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a responsabilidade dos sócios é 
restrita ao valor das quotas subscritas; porém, todos os sócios respondem solidariamente pela 
integralização do capital social. Deste modo, em tal sociedade, a responsabilidade limitada 
surgirá para todos os sócios a partir do advento da integralização do capital social. Até este 
momento, é possível que os sócios venham a perder bem pessoais por débitos sociais, no 
limite que faltar para a integralização do capital social11.
A sociedade limitada se encontra regulamentada nos arts. 1.052 a 1.087, do Código Civil. No
silêncio do contrato social, reger-se-á supletivamente pelas normas da sociedade simples.
Porém, o contrato social pode adotar as normas de S/A, em matéria supletiva.
Acerca das quotas, em sociedade limitada, é importante lembrar:
Das Quotas
Do valor das quotas Podem ter valores iguais ou desiguais no mesmo capital
social.
Contribuição p/ o cap. Pode ocorrer em dinheiro, em crédito ou em bens. Não se
9 Dica 69, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
10 Dica 70, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
11 Dica 65, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa
autoria, publicado pela Editora Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.
social admite contribuição em serviços na sociedade limitada.
Contribuição em crédito O sócio que contribui com créditos responde pela solvência 
do devedor.
Contribuição em bens O sócio que contribui com bens responde pela evicção.
Todos os sócios respondem solidariamente por cinco anos
pela exata estimação do valor dos bens.
Cessão de quotas Cabe ao contrato social regulamentar. No silêncio do contrato
é possível haver cessão de quota entre sócios, independente
da audiência dos demais e para terceiros, desde que não
haja oposição de mais de um quarto do capital social.
Vale ressaltar, sobre a administração na sociedade limitada:
Administração
Quem pode ser nomeado? Pessoa, sócio ou não (princípio da hetero-organicidade)
Ato de nomeação No contrato social ou em ato separado
Deliberação sobre 
administração
Maioria absoluta (mais da metade do capital social)
Designação de administrador 
não-sócio
Unanimidade dos sócios, caso o capital social não 
esteja integralizado, ou 2/3 dos sócios, após a 
integralização
Destituição de sócio nomeado 
no contrato social
2/3 do capital social, salvo disposição contratual diversa
Procedimento de investidura de 
administrador nomeado em ato 
separado
O administrador deve, em 30 dias, assinar o termo de 
posse no livro de atas da administração, sob pena de se
tornar sem efeito. Nos 10 dias seguintes ao da 
investidura, deve requerer sua averbação no registro 
competente.
Atribuições do administrador No silêncio do contrato, podem praticar todos os atos 
pertinentes à gestão da sociedade. A oneração ou venda
de bens imóveis, se não fizer parte do objeto social, 
depende de deliberação dos sócios. Privativamente, são
os administradores que assinam em nome da 
sociedade.
Deveresdo administrador Diligência: O administrador da sociedade deverá ter, 
no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência 
que todo homem ativo e probo costuma empregar na 
administração de seus próprios negócios.
Lealdade: Ao administrador é vedado fazer-se 
substituir no exercício de suas funções, sendo-lhe 
facultado, nos limites de seus poderes, constituir 
mandatários da sociedade, especificados no 
instrumento os atos e operações que poderão praticar.
Informar: Os administradores são obrigados a prestar 
aos sócios contas justificadas de sua administração, e 
apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o 
balanço patrimonial e o de resultado econômico.
Responsabilidade pelos atos de 
gestão da sociedade
Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores,
exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato 
constitutivo. Os administradores respondem 
solidariamente perante a sociedade e os terceiros 
prejudicados, por culpa no desempenho de suas 
funções.
Acerca do conselho fiscal na sociedade limitada, tem-se o seguinte:
Conselho fiscal
Quem pode ser Sócio ou não sócio (princípio da hetero-organicidade)
Requisitos Capacidade civil plena. Não pode ser nomeado quem está
impedido de ser administrador, os membros dos demais
órgãos da sociedade, ou de sociedade por ela controlada,
empregados de quaisquer delas ou dos administradores,
cônjuge ou parente até o terceiro grau.
Número de conselheiros Mínimo de três conselheiros, podendo o contrato social
fixar um número maior. Devem ser eleitos titulares e
respectivos suplentes. Sócios minoritários com 20% do
capital social tem o direito de eleger, em separado, um dos
membros e o respectivo suplente.
Investidura no cargo Assinatura do termo de posse, no livro de atas e pareceres
do conselho fiscal, em 30 dias da nomeação, sob pena de
se tornar sem efeito.
Competência Examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis
da sociedade e o estado da caixa e da carteira, devendo
os administradores ou liquidantes prestar-lhes as
informações solicitadas; Lavrar no livro de atas e
pareceres do conselho fiscal o resultado dos exames dos
livros e papéis da sociedade; Exarar no mesmo livro e
apresentar à assembleia anual dos sócios parecer sobre
os negócios e as operações sociais do exercício em que
servirem, tomando por base o balanço patrimonial e o de
resultado econômico; Denunciar os erros, fraudes ou
crimes que descobrirem, sugerindo providências úteis à
sociedade; Convocar a assembleia dos sócios se a
diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação
anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes;
praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os
atos anteriormente descritos, tendo em vista as
disposições especiais reguladoras da liquidação. Outras
atribuições poderão ser previstas no contrato social.
Constituição e
funcionamento
Na sociedade limitada, o conselho fiscal é órgão facultativo
(não é necessário trazê-lo, sempre, no contrato social), de
funcionamento facultativo (ainda que haja previsão no
contrato social, o conselho fiscal funcionará a depender de
deliberação dos sócios, na assembleia anual).
No que se refere às deliberações sociais, não se pode deixar de notar:
Deliberações sociais
Modos de deliberação Assembleia ou reunião, a depender de previsão do contrato
social. É obrigatória a realização de assembleia sempre 
que houver mais de dez sócios. Dispensa-se assembleia 
por deliberação escrita assinada por todos os sócios.
Legitimidade p/ convocação Administradores, regra geral. Porém podem ser, também, 
convocadas por sócio, quando os administradores 
retardarem a convocação, por mais de sessenta dias, da 
assembleia anual, ou por titulares de mais de um quinto do
capital, quando não atendido, no prazo de oito dias, pedido
de convocação fundamentado, com indicação das 
matérias a serem tratadas; ou pelo conselho fiscal, se 
houver, se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua 
convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves
e urgentes.
Procedimento p/ convocação O anúncio de convocação da assembleia de sócios será 
publicado – na imprensa oficial da União ou do Estado, 
conforme o local da sede, e em jornal de grande circulação
– por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data 
da primeira inserção e a da realização da assembleia, o 
prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e 
de cinco dias, para as posteriores.
Quóruns de instalação: A assembleia dos sócios instala-se com a 
presença, em primeira convocação, de titulares de no 
mínimo três quartos do capital social, e, em segunda, com 
qualquer número.
de deliberação: regra geral – 3/4 do capital social, para 
assuntos que repercutem na função de sócio (modificação 
do contrato social, incorporação de sociedades, por ex.); 
maioria absoluta, para os assuntos que repercutem na 
função de administrador (remuneração, nomeação, 
destituição etc.); maioria simples – maioria de votos dos 
presentes, para os demais assuntos.
Representação p/ procuração O sócio pode ser representado na assembleia por outro 
sócio, ou por advogado, mediante outorga de mandato 
com especificação dos atos autorizados, devendo o 
instrumento ser levado a registro, juntamente com a ata.
Assembleia anual A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma 
vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao término do 
exercício social, com o objetivo de: a) tomar as contas dos 
administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e 
o de resultado econômico; b) designar administradores, 
quando for o caso; c) tratar de qualquer outro assunto 
constante da ordem do dia e d) instituir o conselho fiscal e 
eleger os seus conselheiros.
Assembleias especiais No decorrer do exercício financeiro, pode ocorrer a 
realização de assembleias especiais para tratar de 
qualquer outro assunto de interesse dos sócios (aumento 
do capital social, exclusão de sócios, por ex.). Aplica-se a 
estas assembleias, os mesmos critérios de legitimidade e 
do procedimento para convocação, quóruns e 
representação por procuração.
Sobre as modificações do capital social, na sociedade limitada:
Modificações do capital social
Aumento – requisitos 
(Art. 1.081, CC)
a) integralização do capital social;
b) assembleia que delibera o aumento;
c) direito de preferência dos sócios (30 dias, na 
proporção que já participam do capital) que pode ser 
negociado nos mesmos moldes da cessão de quotas;
d) subscrição integral do aumento;
e) assembleia que aprova o aumento; e
f) alteração no ato constitutivo.
Redução por perdas irreparáveis
(Art. 1.083, CC)
Necessita da integralização do capital social. A redução 
ocorrerá com a diminuição proporcional do valor 
nominal das quotas, tornando-se efetiva a partir da 
averbação, na Junta, da ata da assembleia que a tenha
aprovado.
Redução por capital excessivo
(Art. 1.084, CC)
A redução ocorrerá restituindo-se parte do valor das 
quotas aos sócios, ou dispensando-se as prestações 
ainda devidas, com diminuição proporcional, em ambos
os casos, do valor nominal das quotas. Para tanto, os 
credores quirografários anteriores não podem 
apresentar oposição, no prazo de noventa dias. A 
redução somente se tornará eficaz se não for 
impugnada, ou se provado o pagamento da dívida ou o 
depósito judicial do respectivo valor, devendo ser 
realizada a respectiva averbação perante a Junta.
Acerca da resolução da sociedade limitada em relação a um sócio, é importante saber:
Resolução da sociedade limitada em relação a um sócio
Morte A morte do sócio determina a liquidação de quotas, salvo se 
houver disposição diversa no contrato social; se os demais 
sócios optarem pela dissolução; ou se, por acordo com os 
herdeiros,regular-se a substituição do sócio falecido.
Direito de retirada O sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo 
indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com 
antecedência mínima de sessenta dias – nos trinta dias 
seguintes à notificação, os demais sócios podem optar pela 
dissolução da sociedade; se de prazo determinado, provando 
judicialmente justa causa. Além desta hipótese, quando 
houver modificação do contrato, fusão da sociedade, 
incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que 
dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias 
subsequentes à assembleia.
Exclusão do sócio 
remisso
Sócio remisso é aquele que não integraliza as suas 
contribuições para o capital social, no prazo de trinta dias 
seguintes ao da notificação pela sociedade. Tal sócio responde
pelos prejuízos decorrentes da demora, mas aos demais 
sócios podem preferir, no lugar da indenização: a) a exclusão 
do sócio remisso; b) a redução ao capital efetivamente 
realizado; ou c) tomar para si ou transferir para terceiros as 
quotas do remisso, excluindo-o.
Exclusão de pleno direito Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado
falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada ou 
penhorada a pedido de credor.
Exclusão judicial Pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa 
da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento
de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade 
superveniente.
Exclusão extrajudicial Quando a maioria dos sócios, representativa de mais da 
metade do capital social, entender que um ou mais sócios 
estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude 
de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da 
sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que 
prevista neste a exclusão por justa causa. A exclusão 
somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia 
especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em
tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício 
do direito de defesa.
Sobre as causas de dissolução na sociedade limitada:
Causas de dissolução
De pleno direito O vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem 
oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em 
que se prorrogará por tempo indeterminado;
O consenso unânime dos sócios;
A deliberação dos sócios, por três quartos do capital social (nas 
demais sociedades, basta a maioria absoluta), na sociedade de prazo
indeterminado;
A falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento 
e oitenta dias, podendo, neste prazo, o sócio remanescente requerer 
a transformação do registro de sociedade para empresário individual 
ou para EIRELI;
A extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar;
Outras causas poderão ser previstas no contrato social.
Por decisão 
judicial
Anulação da constituição da sociedade;
Exaurimento do fim social;
Inexequibilidade do fim social;
Falência.
IV. SOCIEDADE ANÔNIMA
Para a constituição de uma sociedade anônima, faz-se necessário o atendimento de requisitos
preliminares, além de formalidades complementares:
Constituição da sociedade anônima
Requisitos preliminares Subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de
todas as ações em que se divide o capital social
fixado no estatuto;
Realização, como entrada, de 10% (dez por cento),
no mínimo, do preço de emissão das ações
subscritas em dinheiro, podendo lei especial exigir
um maior valor; e
Depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro
estabelecimento bancário autorizado pela
Comissão de Valores Mobiliários, da parte do
capital realizado em dinheiro.
Formalidades complementares Arquivamento dos documentos relativos à constituição da
companhia na Junta Comercial;
Publicação dos atos constitutivos na imprensa oficial do
local da sede da companhia, em 30 dias; e
Arquivamento de um exemplar do diário oficial que
publicou os atos constitutivos na Junta Comercial.
Um aspecto marcante no âmbito da Lei nº 6.404/76 é a distinção entre sociedade anônima
aberta e fechada:
Distinção
Sociedade anônima aberta Sociedade anônima fechada
Tem registro perante a CVM Não tem registro perante a CVM
Ações podem ser negociadas em bolsa Ações não podem ser negociadas em bolsa
Ações negociáveis após pagamento de 30%
do preço de emissão
Estatuto pode restringir a circulação de
ações, desde que não impeça a negociação
ou que sujeite o acionista à aprovação de
órgãos da companhia
Conselho de administração obrigatório Conselho de administração facultativo
Não pode emitir partes beneficiárias Pode emitir partes beneficiárias
Ações preferenciais poderão ser de uma ou
mais classes
Ações ordinárias poderão ser de uma ou mais
classes
A Lei nº 6.404/76 apresenta algumas classificações acerca das ações sempre lembradas:
Classificação de ações
Ações cartulares Ações cuja companhia emite certificado. Prova-se a sua propriedade a
partir dos livros da companhia.
Ações escriturais Ações cuja companhia não emite títulos, sendo mantidas em contas 
depósito, em instituição financeira autorizada pela CVM.
Ações ordinárias Ações que asseguram “direitos ordinários” aos acionistas: os direitos 
essenciais (previstos no art. 109), o direito de voto (não é direito 
essencial) e os expressos no estatuto.
Ações 
preferenciais
Ações que asseguram vantagens patrimoniais aos acionistas 
(prioridade na distribuição de dividendos, prioridade no reembolso do 
capital, preferências acumuladas), às custas de direitos não 
essenciais, como o direito de voto, que poderá ser restrito ou 
suprimido.
Ações de fruição Ações que servem para substituir ações ordinárias ou preferenciais 
que vieram a ser amortizadas (A amortização, que pode ser 
integral ou parcial e abranger a todas as classes ou uma só 
delas, consiste na distribuição aos acionistas, a título de 
antecipação e sem redução do capital social, de quantias que 
lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia).
Ações golden 
share
Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada 
ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva 
do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir 
os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às 
deliberações da assembleia-geral nas matérias que especificar.
Outro tema sempre lembrado nos mais diversos concursos públicos é o referente aos valores
mobiliários:
Valores mobiliários
Conceito Títulos emitidos por sociedades anônimas com o objetivo de
captação de recursos, assegurando-se aos titulares direitos em face
da companhia emissora. São previstos no art. 2º, da Lei nº 6.385/76.
Neste sentido, ações são valores mobiliários que asseguram, ao seu
titular, direitos de sócio.
Partes beneficiárias Previstas nos arts. 46 a 51, da Lei nº 6.404/76. Asseguram ao titular
o direito de participar nos lucros da companhia, mesmo sem dar ao
seu titular o status de sócio. Somente S/A fechada pode emitir e, em
razão disto, não se pode mais considerá-las como valores
mobiliários.
Debêntures Previstas nos arts. 52 a 74, da Lei nº 6.404/76. Asseguram ao titular
– denominado debenturista – direito de crédito, sendo considerado,
inclusive, como uma modalidade de título executivo extrajudicial (art.
585, I, CPC), nos termos constantes da escritura de emissão.
Bônus de
subscrição
Previstos nos arts. 75 a 79, da Lei nº 6.404/76. Asseguram ao titular
o direito de preferência na subscrição de novas ações. Somente
podem emití-los companhias que tenham capital autorizado no
estatuto (art. 168). Tais títulos devem ser emitidos no limite do capital
autorizado.
Sobre debêntures, existem dois pontos que as bancas examinadoras em geral que formam o
novo regime jurídico das debêntures, estabelecidopelas novas redações dadas aos arts. 55 e
59, da Lei nº 6.404/76:
Novo regime jurídico das debêntures
Vencimento Não precisa ser um dia certo; pode ser condicionado à
inadimplência da obrigação de pagar juros e dissolução da
companhia, dentre outras.
Amortização A amortização de debêntures da mesma série deve ser feita
mediante rateio.
Resgate O resgate parcial de debêntures da mesma série deve ser
feito: a) mediante sorteio; ou b) se as debêntures estiverem
cotadas por preço inferior ao valor nominal, por compra no
mercado organizado de valores mobiliários, observadas as
regras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
Aquisição das próprias
debêntures
É facultado à companhia adquirir debêntures de sua emissão:
a) por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o fato
constar do relatório da administração e das demonstrações
financeiras; ou b) por valor superior ao nominal, desde que
observe as regras expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários.
Competência para
deliberar a emissão
A deliberação sobre emissão de debêntures é da
competência privativa da assembleia geral
extraordinária.
Deliberação da emissão na
S/A aberta
O conselho de administração pode deliberar sobre a emissão
de debêntures não conversíveis em ações, salvo disposição
estatutária em contrário. O estatuto da companhia aberta
poderá autorizar o conselho de administração a, dentro dos
limites do capital autorizado, deliberar sobre a emissão de
debêntures conversíveis em ações.
Delegação de competência
para deliberar
 A assembleia geral pode delegar ao conselho de
administração a deliberação sobre as condições de
vencimento, amortização ou resgate; pagamento de juros,
participação nos lucros e prêmio de reembolso; colocação e o
tipo de debêntures e sobre a oportunidade da emissão.
Acerca das deliberações sociais das sociedades anônimas, é importante saber:
Deliberações sociais
Modos de deliberação Assembleia. Não há possibilidade de reunião nem de
dispensar a convocação de assembleia, mediante
deliberação por escrito.
Legitimidade p/ convocação Administradores, regra geral. Se houver, cabe ao conselho 
de administração convocar; do contrário, os diretores 
convocam. Porém podem ser, também, convocadas por 
acionista, quando os administradores retardarem a 
convocação, por mais de sessenta dias, da assembleia 
anual, ou por titulares de mais de cinco por cento do 
capital, quando não atendido, no prazo de oito dias, pedido
de convocação fundamentado, com indicação das 
matérias a serem tratadas; ou pelo conselho fiscal, se 
houver, se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua 
convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves
e urgentes.
Procedimento p/ convocação O anúncio de convocação da assembleia de sócios será 
publicado – na imprensa oficial da União ou do Estado, 
conforme o local da sede, e em jornal de grande circulação
– por três vezes, ao menos, devendo mediar, para a 
companhia fechada, entre a data da primeira inserção e a 
da realização da assembleia, o prazo mínimo de oito dias, 
para a primeira convocação, e de cinco dias, para a 
segunda convocação, e, para a companhia aberta, entre a 
data da primeira inserção e a da realização da assembleia,
o prazo mínimo de quinze dias, para a primeira 
convocação, e de cinco dias, para a segunda convocação.
Quóruns de instalação: A assembleia geral instala-se com a 
presença, em primeira convocação, de titulares de no 
mínimo um quarto do capital social, e, em segunda, com 
qualquer número. Para a reforma do estatuto, a AGE 
instala-se com a presença, em primeira convocação, de 
titulares de no mínimo dois terços do capital social, e, em 
segunda, com qualquer número.
de deliberação: As deliberações serão tomadas, regra 
geral, por maioria absoluta de votos, não se computando 
os votos em branco.
Representação p/ procuração O acionista pode ser representado na assembleia-
geral por procurador constituído há menos de 1 (um) 
ano, que seja acionista, administrador da companhia 
ou advogado; na companhia aberta, o procurador 
pode, ainda, ser instituição financeira, cabendo ao 
administrador de fundos de investimento representar 
os condôminos.
Ainda sobre as deliberações de sociedade anônima, não se pode confundir a Assembleia Geral
Ordinária (AGO) com a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que, apesar de se submeterem
ao regramento jurídico acima exposto, apresentam características peculiares:
Espécies de Assembleia geral dos acionistas
Assembleia Geral Ordinária Assembleia Geral Extraordinária
Obrigatória Eventual
Anual Depende do interesse dos acionistas
Ocorrerá nos quatro meses seguintes ao fim
do exercício financeiro anterior
Poderá ocorrer mais de uma por ano, na
mesma data, inclusive, da AGO
Delibera assuntos de competência exclusiva:
- a eleição, a remuneração e a recondução
dos administradores;
- a aprovação das contas dos
administradores;
- a aprovação dos balanços sociais e da
destinação dos lucros;
- a eleição dos membros e o funcionamento
do conselho fiscal.
Delibera assuntos por exclusão: aquilo que
não for deliberado em AGO, deverá ser
deliberado via AGE, por exemplo, assuntos
que impliquem a reforma do estatuto ou a
emissão de debêntures.
A sociedade anônima é a única sociedade no direito brasileiro que admite o chamado regime
dual de administração, podendo funcionar com até dois órgãos administrativos de maneira
harmônica: a diretoria e o conselho de administração.
Órgão de administração
Diretoria Conselho de administração
Obrigatório – o estatuto deve sempre trazer; Facultativo, regra geral;
Obrigatório, na S/A aberta, S/A com capital
autorizado ou sociedade de economia mista.
Representativo – cabem aos diretores
representar a sociedade judicial e
extrajudicial, ativa e passivamente.
Deliberativo – o conselho de administração
deve fixar as normas gerais de
funcionamento da companhia.
Será composta de, no mínimo, dois diretores,
sendo possível o estatuto fixar número maior.
Será composto de, no mínimo, três diretores,
sendo possível o estatuto fixar número maior.
Até um terço dos membros poderão cumular
cargos, sendo eleito, ao mesmo tempo, como
diretores da companhia.
Regras gerais sobre administração na S/A
Quem pode ser nomeado Pessoa natural, acionista ou não, devendo os diretores residirem
no Brasil (princípio da hetero-organicidade). O conselheiro de
administração que residir no exterior deve nomear procurador no
Brasil, com poderes para receber citação, mediante procuração
com prazo de validade de, no mínimo, três anos após o término
do mandato de conselheiro.
Investidura no cargo Os conselheiros e diretores serão investidos nos seus
cargos mediante assinatura de termo de posse no livro de
atas do conselho de administração ou da diretoria,
conforme o caso. Se o termo não for assinado nos 30
(trinta) dias seguintes à nomeação, esta tornar-se-á sem
efeito, salvo justificação aceita pelo órgão da
administração para o qual tiver sido eleito.
Vacância do cargo No caso de vacância do cargo de conselheiro, salvo
disposição em contrário do estatuto, o substituto será
nomeado pelos conselheiros remanescentes e servirá até
a primeira assembleia geral. Se ocorrer vacância da
maioria dos cargos, a assembleia geral será convocada
para proceder a nova eleição. O substituto eleito para
preencher cargo vago completará o prazo de gestão do
substituído.
Dever de diligência O administrador da companhia deve empregar, no
exercício de suas funções, o cuidado e diligência que
todo homem ativo e probo costuma empregar na
administração dos seus próprios negócios.Dever de lealdade O administrador deve servir com lealdade à companhia e
manter reserva sobre os seus negócios, sendo-lhe
vedado: a) usar, em benefício próprio ou de outrem, com
ou sem prejuízo para a companhia, as oportunidades
comerciais de que tenha conhecimento em razão do
exercício de seu cargo; b) omitir-se no exercício ou
proteção de direitos da companhia ou, visando à
obtenção de vantagens, para si ou para outrem, deixar de
aproveitar oportunidades de negócio de interesse da
companhia; c) adquirir, para revender com lucro, bem ou
direito que sabe necessário à companhia, ou que esta
tencione adquirir.
Cumpre, ademais, ao administrador de companhia
aberta, guardar sigilo sobre qualquer informação que
ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do
mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de
modo ponderável na cotação de valores mobiliários,
sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para
si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda
de valores mobiliários.
Dever de informar O administrador de companhia aberta deve declarar, ao
firmar o termo de posse, o número de ações, bônus de
subscrição, opções de compra de ações e debêntures
conversíveis em ações, de emissão da companhia e de
sociedades controladas ou do mesmo grupo, de que seja
titular.
Responsabilidades O administrador não é pessoalmente responsável pelas
obrigações que contrair em nome da sociedade e em
virtude de ato regular de gestão; responde, porém,
civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:
a) dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou
dolo; b) com violação da lei ou do estatuto. Os
administradores são solidariamente responsáveis pelos
prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos
deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento
normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais
deveres não caibam a todos eles. Na companhia aberta,
a responsabilidade ficará restrita, regra geral, aos
administradores que, por disposição do estatuto, tenham
atribuição específica de dar cumprimento àqueles
deveres. O administrador não é responsável por atos
ilícitos de outros administradores, salvo se com eles for
conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles
tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua
prática. Exime-se de responsabilidade o administrador
dissidente que faça consignar sua divergência em ata de
reunião do órgão de administração ou, não sendo
possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão
da administração, no conselho fiscal, se em
funcionamento, ou à assembleia geral.
Acerca do conselho fiscal na sociedade anônima, é importante saber:
Conselho fiscal
Quem pode ser Sócio ou não sócio (princípio da hetero-organicidade)
Requisitos Não basta a capacidade civil plena, necessitando de
capacidade técnica, a ser comprovada: a) por diploma de
curso universitário; ou b) exercido função de administrador
ou de conselheiro fiscal em outra sociedade, no prazo
mínimo de três anos. Não pode ser nomeado quem está
impedido de ser administrador, os membros dos demais
órgãos da sociedade, ou de sociedade por ela controlada,
empregados de quaisquer delas ou dos administradores,
cônjuge ou parente até o terceiro grau.
Número de conselheiros Mínimo de três conselheiros, máximo de cinco
conselheiros, nos termos da lei. Devem ser eleitos titulares
e respectivos suplentes. Os titulares de ações
preferenciais sem direito a voto, ou com voto restrito,
terão direito de eleger, em votação em separado, 1
(um) membro e respectivo suplente; igual direito
terão os acionistas minoritários, desde que
representem, em conjunto, dez por cento ou mais
das ações com direito a voto.
Competência Fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos
dos administradores e verificar o cumprimento dos
seus deveres legais e estatutários; Opinar sobre o
relatório anual da administração, fazendo constar do
seu parecer as informações complementares que
julgar necessárias ou úteis à deliberação da
assembleia geral; Opinar sobre as propostas dos
órgãos da administração, a serem submetidas à
assembleia geral, relativas a modificação do capital
social, emissão de debêntures ou bônus de
subscrição, planos de investimento ou orçamentos de
capital, distribuição de dividendos, transformação,
incorporação, fusão ou cisão; Denunciar, por
qualquer de seus membros, aos órgãos de
administração e, se estes não tomarem as
providências necessárias para a proteção dos
interesses da companhia, à assembleia geral, os
erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir
providências úteis à companhia; Convocar a
assembleia geral ordinária, se os órgãos da
administração retardarem por mais de 1 (um) mês
essa convocação, e a extraordinária, sempre que
ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na
agenda das assembleias as matérias que
considerarem necessárias; Analisar, ao menos
trimestralmente, o balancete e demais
demonstrações financeiras elaboradas
periodicamente pela companhia; Examinar as
demonstrações financeiras do exercício social e
sobre elas opinar; Exercer essas atribuições, durante
a liquidação, tendo em vista as disposições especiais
que a regulam.
Constituição e
funcionamento
Na sociedade anônima, o conselho fiscal é órgão
obrigatório (é necessário trazê-lo, sempre, no estatuto
social), porém de funcionamento facultativo (o conselho
fiscal funcionará a depender de deliberação dos sócios, na
AGO). Nas sociedades de economia mista, entretanto, o
conselho de fiscal é órgão obrigatório de funcionamento
permanente.
V. TÍTULOS DE CRÉDITO
Um dos temas essenciais, em matéria de títulos de crédito, nos mais diversos concursos
públicos, reside exatamente na diferença de tratamento jurídico entre o regime cambial previsto
no Código Civil e o das leis especiais (das quais se destacam a LUG – o anexo I do Decreto
57663/66, a Lei nº 5.474/68 e a Lei nº 7.357/85):
Regime jurídico cambiário
Temas Código Civil Leis Especiais
Cláusula proibitiva de endosso Considera-se não escrita Considera-se escrita
Aval parcial É vedado É válido
Responsabilidade pelo endosso O endossante não responde,
regra geral
O endossante responde,
regra geral
Assim, por exemplo:
Em matéria de títulos de crédito, assinale a alternativa correta.
a) É vedado o aval parcial. (o item deve ser considerado correto, na medida em que, não
indicando um título em espécie, a sua interpretação deve ser dada pelo Código Civil).
Sobre o direito cambiário, assinale a alternativa correta.
a) Na nota promissória, é vedado o aval parcial (o item deve ser considerado incorreto, na
medida em que, indicando um título em espécie, a sua interpretação deve ser dada pelas Leis
Especiais).
Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste
Código. É o que dispõe o art. 903, do Código Civil. Deste modo, é importante saber em que
medida se pode aplicar e que funções o Código Civil têm em matéria de títulos de crédito:
de outorga conjugal para a
validade do aval.
Civil, nestes termos, equipara
aval e fiança.
atípicos quanto para títulos
de crédito típicos, conforme
orientação predominante na
doutrina.
Prever o tratamento jurídico
do aval póstumo.
O aval posterior ao
vencimento produz os
mesmos efeitos do
anteriormente dado. (art.
900, CC)
Aplicado aos títulos de
crédito atípicos e, também,
para a letra de câmbio, a nota
promissória e o cheque, em
vista da inexistência de
norma expressapara esses
títulos. A duplicata tem norma
expressa (art. 12, parágrafo
único, Lei nº 5.474/68), de
idêntico teor.
No que tange às obrigações cambiais, destacam-se, como preferência das bancas
examinadoras em geral: o aceite, o endosso, o aval, o vencimento e a sistemática de prescrição.
Aceite
Conceito Obrigação cambial realizada pelo sacado que tem a função de
transformá-lo no devedor principal do título de crédito.
Aceite na letra de câmbio Na letra, o aceite é considerado facultativo haja vista que o
sacado não precisa apresentar motivo legal para a recusa.
Aceite na duplicata Na duplicata, o aceite é considerado obrigatório (para a recusa
precisa motivo legal, por ex. divergência de preço e prazo,
avaria, não recebimento ou vícios), nos termos do art. 9º, da Lei
nº 5.474/68, ou presumido (sendo possível executar uma
duplicata sem aceite desde que haja protesto por falta de
pagamento e comprovante de entrega de mercadorias), nos
termos do art. 15, II, da Lei nº 5.474/68.
Aceite no cheque No cheque, o aceite é considerado inexistente, sendo certo que,
apesar de o banco assumir a função de sacado, a Lei nº
7.357/85 não admite a realização de aceite.
Recusa do aceite A recusa do aceite somente pode ser comprovada mediante um
protesto: o protesto por falta de aceite. O protesto do título, em
face da recusa do aceite, determinará o seu vencimento
antecipado (em vez de o vencimento ocorre na data prevista no
título, considerar-se-á vencido na data do protesto).
Aceite parcial Pode ser limitativo ou quantitativo (quando realizada alteração
no valor de responsabilidade do aceitante) ou modificativo
(quando disser respeito a outro fato, por exemplo, alteração na
praça de pagamento). O aceitante responde nos termos do seu
aceite. Se ocorrer o protesto para comprová-lo, entendido como
recusa parcial, ocorrerá o vencimento antecipado, podendo
serem os demais coobrigados acionados para o pagamento do
título, na data do protesto.
Cláusula “sem aceite” Cláusula inserida pelo sacador destinada a evitar o vencimento
antecipado do título. Com esta cláusula, mesmo que haja o
protesto para comprovar a recusa do aceite, o título não poderá
ser cobrado antes do vencimento previsto na cártula.
Aceite epistolar É a possibilidade que se tem de manifestar o aceite por escrito,
em documento apartado (uma correspondência comercial, por
ex.). Trata-se da única obrigação cambial admitida fora do título
(uma exceção ao princípio da cartularidade).
Endosso
Conceito Obrigação cambial realizada pelo credor do título de crédito
relativa à transferência do título. O beneficiário ou tomador
sempre será, quando for o caso, o primeiro endossante.
Endosso translativo É o endosso “regra geral”. Nesta modalidade, transfere-se o título
e o crédito, tornando-se o endossante mais um obrigado ao
pagamento.
Endosso mandato Espécie de “endosso impróprio”, em que somente o título é
transferido, continuando o endossante como credor; trata-se de
endosso realizado para fins de cobrança – o endossatário procura
o devedor para cobrá-lo e, após, presta contas ao endossante.
Endosso caução Espécie de “endosso impróprio”, em que somente o título é
transferido, continuando o endossante como credor; trata-se de
endosso realizado para fins de garantia – alguém, credor de um
título de crédito, que vai assumir uma obrigação contratual e
precisa de garantias ao cumprimento do contrato.
Endosso fiduciário Trata-se da possibilidade de alienação fiduciária em garantia de
um título de crédito. Previsto no art. 66-B, §3º, da Lei nº 4.728/65.
Endosso do
cruzamento
O cruzamento de um cheque é a aposição de dois traços
paralelos no anverso do título, com objetivo de evitar o seu
pagamento na “boca do caixa”, somente sendo pago mediante
crédito em conta. O cruzamento pode ser geral – quando não
houver indicação do banco a receber o cheque cruzado – ou
especial – quando houver tal indicação.
Endosso em preto Endosso em que o endossante indica a pessoa do endossatário.
Para ser renegociado, haverá a necessidade de um novo endosso
(em preto ou em branco).
Endosso em branco Endosso em que o endossante não indica a pessoa do
endossatário. Para ser renegociado, o portador poderá fazê-lo: a)
por simples tradição; b) transformando o endosso em branco em
endosso em preto, inserindo o próprio nome ou com o nome do
novo credor; ou c) realizando um novo endosso (em preto ou em
branco).
Endosso tardio Endosso realizado após o vencimento, porém antes da realização
do protesto ou da expiração do prazo de protesto. Tem o mesmo
efeito do endosso realizado antes do vencimento.
Endosso póstumo Endosso realizado após o vencimento e a realização do protesto
ou da expiração do prazo de protesto. Tem o efeito de cessão civil
ou ordinária de créditos.
Cláusula “sem
garantia”
Cláusula inserida pelo endossante que o exime da obrigação de
pagar o título de crédito endossado. Na ausência desta cláusula,
o endossante se torna um obrigado secundário ao pagamento.
Cláusula “proibitiva de
novo endosso”
Cláusula inserida pelo endossante que o exime da obrigação de
pagar o título a quem a letra for posteriormente endossada.
Diferente da cláusula “sem garantia”, com a “proibitiva de novo
endosso”, o endossante ainda responde perante o endossatário.
Modos de circulação dos títulos
À ordem Endosso (é a regra geral).
Não à ordem Cessão civil ou ordinária de créditos.
Ao portador Mera tradição. Salvo autorização de lei especial, é nula a emissão ao
portador.
Nominativos Alteração nos registros do devedor. As ações são o único exemplo.
Distinção: Endosso x Cessão de crédito
Critérios Endosso Cessão de crédito
Cláusula de emissão À ordem Não à ordem
Forma Simples assinatura no verso do
título de crédito
É necessária notificação do
devedor
Efeitos O devedor não pode, regra
geral, opor exceções pessoais
O devedor pode, regra geral opor
exceções pessoais
Responsabilidades O endossante, regra geral, se
obriga pelo pagamento do título
O cedente, regra geral, não se
obriga pelo pagamento do título
Aval
Conceito Obrigação cambial relacionada à garantia. Com o aval, garante-se uma
outra obrigação prevista no título de crédito.
Aval em preto Considera-se aval em preto aquele em que o avalista indica o avalizado.
Aval em branco Considera-se aval em branco aquele em que o avalista não indica o
avalizado. No aval em branco, garante-se o título, regra geral, na
pessoa do obrigado principal. Na letra, o aval em branco garante o
sacador.
Avais
simultâneos
Ocorre quando dois ou mais avalistas garantem a obrigação de um
mesmo avalizado. Avais em branco e superpostos consideram-se
simultâneos e não sucessivos (Súmula nº 189, do STF). Há relação de
solidariedade civil entre os avalistas simultâneos.
Avais sucessivos Ocorre quando um segundo avalista vem a dar aval à obrigação de
outro avalista. É a figura do “aval do aval”. É necessária a realização de
um aval em preto para a sua configuração. Há relação de
subsidiariedade entre os avalistas sucessivos.
Responsabilidade O avalista responde da mesma forma que o avalizado. Responder da
mesma forma significa assumir o mesmo tipo de obrigação (principal ou
secundária). A obrigação do avalista se mantém ainda que a obrigação
do avalizado seja declarada nula.
Distinção entre aval e fiança
Aval Fiança
Obrigação cambial Obrigação contratual
Obrigação autônoma Obrigação acessória
Solidariedade entre avalista e avalizado Subsidiariedade entre fiador e afiançado
Inexiste benefício de ordem Existe benefício de ordem
Vencimento
À vistaO vencimento ocorre no ato de apresentação do título
ao devedor. Define-se pela expressão “à vista”, no
próprio título, ou pela ausência de data de vencimento.
O cheque só admite vencimento à vista (art. 32, da Lei
nº 7.357/85).
A dia certo O vencimento ocorre no dia, mês e ano,
expressamente mencionado no título. A duplicata
somente admite vencimento à vista e a dia certo (art.
2º, §1º, III, da Lei nº 5.474/68).
A termo certo de data O vencimento ocorre “a tantos dias” da data de
emissão do título de crédito. Diferente da modalidade
de vencimento “a dia certo”, na medida em que,
enquanto nesta, há um dia fixo mencionado como
vencimento, na modalidade “a tempo certo”, faz-se
necessária a contagem do lapso temporal previsto
para se chegar ao vencimento. Somente possível na
letra de câmbio e na nota promissória.
A termo certo de vista O vencimento ocorre “a tantos dias” do visto. Na letra
de câmbio, o visto é implementado pelo aceite. Na
nota promissória, o visto é implementado por uma
nova assinatura do sacador. Somente possível na letra
de câmbio e na nota promissória.
Prazo de apresentação em geral A lei prescreve para as modalidades de vencimento à
vista. Regra geral, é de 1 ano a contar da emissão. O
sacador pode aumentar ou reduzir tal prazo, além de
estipular uma data a partir da qual iniciará a contagem
do prazo de apresentação. Os endossantes somente
podem reduzir tal prazo. Utilizado na letra de câmbio,
na nota promissória e na duplicata.
Prazo de apresentação no cheque O prazo de apresentação será de 30 ou de 60 dias, a
depender da praça de pagamento; 30 dias para
cheque de mesma praça e 60 dias para cheque de
praça distinta. Não há possibilidade de alteração de
tais prazos pelo sacador ou pelos endossantes.
Vencimento extraordinário São situações em que se antecipa o vencimento
inicialmente previsto no título: a recusa do aceite; o
aceite parcial; a falência do obrigado principal, se
empresário; a decretação de insolvência civil se não
empresário; ou a decretação da liquidação
extrajudicial, se instituição financeira.
Obrigados cambiários LC, DUP CH, NP
Principal Aceitante Sacador
Secundários Sacador e endossantes Endossantes
Sistemática de prescrição
Prazos Devedor Início da contagem
3 anos para os títulos de crédito
em espécie; 6 meses para o
Obrigado principal Data do vencimento
cheque
1 ano para os títulos de crédito
em espécie; 6 meses para o
cheque
Obrigado secundário Protesto em tempo hábil (1 dia útil
para LC, NP; 30 dias para DUP;
30 ou 60 dias para o CH, a contar
do vencimento)
6 meses para os títulos de
crédito em espécie; 1 ano para a
duplicata
Regresso Pagamento
Por conta da sistemática de prescrição é que se diz: o protesto é cambialmente necessário para
a cobrança do obrigado secundário; porém, é cambialmente facultativo para a cobrança do
obrigado principal. Assim, por exemplo, para se cobrar o endossante (ou o seu avalista) de uma
nota promissória, o protesto é necessário; porém, não necessita de protesto a cobrança do
aceitante (ou o seu avalista) de uma letra de câmbio.
Protesto na Lei nº 9.492/97
Conceito É o ato formal e solene que tem por finalidade comprovar a
apresentação de um título executivo ou documento comprobatório
de dívida e/ou o descumprimento de uma obrigação cambiária.
Lugar do protesto O lugar do protesto deve ser a praça de pagamento prevista no
título e, na ausência desta informação, o lugar do protesto deve
ser considerado o domicílio do obrigado principal do título. No
cheque, porém, o portador pode escolher protestá-lo na praça de
pagamento indicada ou no domicílio do emitente.
Prazo p/ lavrar protesto 3 dias úteis, a contar do recebimento do título pelo cartório.
Considera-se dia útil, o dia em que ocorra expediente bancário
para o público, ou aquele em que o expediente bancário obedecer
ao horário normal.
Desistência É ato do apresentante do título que pode, antes da lavratura do
protesto, evitar que o mesmo seja realizado. Para tanto, faz mister
o pagamento das taxas e demais emolumentos cartorários.
Sustação É um ato judicial, requerido pelo devedor do título, em sede de
ação cautelar, visando impedir que o protesto, porque indevido,
seja lavrado. A decisão liminar deve ser conseguida dentro do
prazo de 3 dias úteis que o cartório tem para lavrar o protesto,
sob pena de perder o seu objeto.
Suscitação de dúvida É ato do tabelião que pode consultar o juízo competente toda vez
que houver necessidade de dirimir dúvidas sobre a possibilidade,
ou não, de se lavrar um protesto.
Cancelamento Caso ocorra o pagamento, o cancelamento do protesto deve ser
feito com a apresentação do título protesto. Na impossibilidade de
apresentação do título, o cancelamento pode ser feito mediante
carta de anuência assinada pelo credor. Se o motivo do
cancelamento do protesto não for o pagamento do título, haverá a
necessidade de decisão judicial.
Impedimentos de pagamento do cheque
Contra-ordem Sustação
Art. 35, Lei nº 7.357/85 Art. 36, Lei nº 7.357/85
Revogação Oposição
Ato exclusivo do emitente Ato do emitente ou portador legitimado
Efeitos após o fim do prazo de apresentação Efeitos durante o prazo de apresentação
Modalidades de cheque
Espécies Função Fund. Legal
Visado Trata-se de assinatura lançada no título pelo banco
sacado. O visto, no cheque, tem a função de garantir o
seu pagamento, dentro do prazo de apresentação,
sem que se liberem os demais obrigados, na medida
em que, com o visto, o sacado se obriga a debitar da
conta do emitente a quantia indicada e reservá-la para
o pagamento do cheque.
Art. 7º
Cruzado O cruzamento, no cheque, é a aposição de dois traços
paralelos no anverso do título e tem o objetivo de
evitar o pagamento na “boca do caixa”, devendo
ocorrer o depósito em conta. O cruzamento pode ser
geral (quando não se indica, entre os traços, o banco
destinado a receber o cheque cruzado) ou especial
(quando o banco é indicado). O cruzamento geral
pode ser transformado em cruzamento especial, mas
o inverso não é verdadeiro.
Arts. 44 e 45
P/ creditar em conta Cheque em que se proíbe o pagamento em dinheiro,
só podendo o sacado proceder a lançamento contábil
(crédito em conta, transferência ou compensação). É
Art. 46
necessário o endosso para o pagamento, a menos
que o beneficiário seja o titular da conta de depósito.
Marcado Trata-se do cheque em que o banco sacado manifesta
o aceite, tornando-se obrigado pelo pagamento do
título. Modalidade não admitida na Lei nº 7.357/85.
Art. 6º
Administrativo Trata-se do cheque emitido contra o próprio banco
sacador, ou seja, o banco assume, ao mesmo tempo,
posição de sacador e de sacado. Não pode ser
emitido ao portador.
Art. 9º, III
Súmulas em matéria de títulos de crédito:
1. No STJ:
Súmula 26: o avalista do título de crédito, vinculado a contrato de mútuo, também responde
pelas obrigações pactuadas quando no contrato figurar como devedor solidário.
Súmula 60: é nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário, vinculado ao
mutuante, no exclusivo interesse deste.
Súmula 258: a nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
Súmula 299: é admissível ação monitória fundada em cheque prescrito.
Súmula 370: Caracteriza-se dano moral a apresentação do cheque pós-datado.
Súmula 385: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização
por dano moral, quando pré-existente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento
do protesto.
Súmula 388: a simples devolução indevida decheque caracteriza dano moral.
2. No STF:
Súmula 189: avais em brancos e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
Súmula 387: a cambial emitida ou aceita com omissões ou em branco pode ser completada
pelo credor de boa-fé, antes da cobrança ou do protesto.
Súmula 521: o foro competente para conhecer o delito de estelionato, na emissão de cheque
sem provisão de fundos é o da praça de pagamento.
Súmula 600: cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não
apresentado o cheque no prazo legal, ainda que não prescrita a ação executiva.
VI. FALÊNCIAS
Atos de insolvência jurídica – art. 94, Lei nº 11.101/05
Impontualidade injustificada Obrigação líquida materializada em título ou títulos 
executivos protestados, no protesto especial para fins 
falimentares, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 
(quarenta) salários-mínimos na data do pedido de 
falência, não paga, no vencimento, sem relevante 
razão de direito.
Execução frustrada Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes 
dentro do prazo legal.
Atos de falência A prática qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer
parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança
mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o
objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,
negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de
seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem
o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens
suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento
com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou
para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída
anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados
suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com
recursos suficientes para pagar os credores, abandona
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do
local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação
assumida no plano de recuperação judicial.
Legitimados ao requerimento de falência
Ativos O próprio devedor (autofalência); o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro
do devedor ou o inventariante; o cotista ou o acionista do devedor na
forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; qualquer credor. O
credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas
que comprove a regularidade de suas atividades. O credor que não tiver
domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao
pagamento da indenização em face de requerimento doloso de falência.
Não é possível requerimento de falência pelo Ministério Público, nem
pela Fazenda Pública.
Passivos Regra geral, o empresário individual, a sociedade empresária e a empresa
individual de responsabilidade limitada. Não empresários sujeitos ao processo
falimentar: a) o espólio do empresário (art. 96, §1º); b) a sociedade de trabalho
temporário (art. 16, Lei nº 6.019/74); c) o sócio de responsabilidade ilimitada
(art. 81). Empresários excluídos do regime falimentar (art. 2º): empresas
públicas, sociedades de economia mista, instituições financeiras, operadoras de
plano de saúde, seguradoras e entidades legalmente equiparadas.
Mecanismos de resposta do réu
Contestação Deve ser apresentada no prazo de 10 dias, a contar da 
citação.
Depósito elisivo Depósito realizado pelo devedor, no prazo da 
contestação, alternativa ou cumulativamente com esta, no
valor correspondente ao total do crédito, acrescido 
de correção monetária, juros e honorários 
advocatícios, hipótese em que a falência não será 
decretada e, caso julgado procedente o pedido de 
falência, o juiz ordenará o levantamento do valor 
pelo autor. Só pode ser realizado quando o pedido 
de falência for baseado na impontualidade 
injustificada ou na execução frustrada.
Pedido de recuperação judicial Apresentado, no prazo da contestação, alternativa ou 
cumulativamente com esta, acaso deferido, tem a função 
de obstar o prosseguimento do pedido de falência.
Procedimento de verificação e de habilitação de crédito
Habilitação Realizada pelo credor, no prazo de 15 dias contados da
publicação do 1º edital, que concorda com sua
classificação e valor.
Manifestação de divergência Realizado pelo credor que não concorda com o 1º edital
publicado, visando incluir crédito próprio, alterar crédito
próprio ou de terceiro, ou excluir crédito de terceiro.
Habilitação retardatária As habilitações realizadas sem observância do prazo de 
15 dias serão consideradas retardatárias e, se 
apresentadas antes da homologação do quadro-
geral de credores, serão recebidas como 
impugnação e processadas em ação paralela.
Ação de impugnação de 
crédito
No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação
do 2º edital de credores, o Comitê, qualquer credor,
o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público
podem apresentar ao juiz impugnação, autuada em
separado, contra a relação de credores, apontando
a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se
contra a legitimidade, importância ou classificação
de crédito relacionado.
Ação de retificação do QGC Após a homologação do quadro-geral de credores,
aqueles que não habilitaram seu crédito poderão,
observado, no que couber, o procedimento ordinário
previsto no Código de Processo Civil, requerer ao
juízo da falência ou da recuperação judicial a
retificação do quadro-geral para inclusão do
respectivo crédito.
Ação rescisória de crédito O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor
ou o representante do Ministério Público poderá,
até o encerramento da recuperação judicial ou da
falência, observado, no que couber, o procedimento
ordinário previsto no Código de Processo Civil,
pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação
de qualquer crédito, nos casos de descoberta de
falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial
ou, ainda, documentos ignorados na época do
julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-
geral de credores.
Quadro geral de credores
Ordem legal de 
preferência
I. As despesas cujo pagamento antecipado seja 
indispensável à administração da falência, inclusive na 
hipótese de continuação provisória das atividades, 
serão pagas pelo administrador judicial com os recursos
disponíveis em caixa;
II. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente 
salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à 
decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-
mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja 
disponibilidade em caixa;
III. As restituições em dinheiro;
IV. Créditos Extraconcursais; e
V. Créditos Concursais
Créditos extraconcursais Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos
com precedência sobre os créditos concursais, na ordem a
seguir, os relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus
auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou
decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços
prestados após a decretação da falência;
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do
ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do
processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a
massa falida tenha sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos
praticados durante a recuperação judicial

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