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Memória humana

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George de Souza Alves 
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MEMÓRIA HUMANA
Prof. Ronny Machado de Moraes
Bases Biológicas do Comportamento I
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
“Somos aquilo que lembramos e também aquilo que resolvemos esquecer”.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
As memórias são codificadas por neurônios, armazenadas em redes neurais e evocadas por estas mesmas redes ou outras. São moduladas pelas emoções, pelo nível de consciência e estados de humor.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Memória 
	
“Tudo no cérebro funciona através da memória. Caminhamos, falamos e nos comunicamos, porque nos lembramos de fazê-lo. O cérebro manda secretar um ou outro neuro-transmissor ou hormônio quando estamos tristes ou alegres, ou quando sentimos medo ou prazer, porque se recorda em fazê-lo”. 
Isquierdo, I. 
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Memória
A memória consiste em um conjunto de procedimentos que permite manipular e compreender o mundo, levando em conta o contexto atual e as experiências individuais. Estes procedimentos envolvem mecanismos de codificação, retenção e recuperação. 
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Memória
O termo memória refere-se ao processo pelo qual ADQUIRIMOS, CONSERVAMOS e EVOCAMOS informação. 
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Memória Excepcional
 Memória Deficiente: Amnésia ou perda grave de memória.
 Tipos de Memória Deficiente: 
 (a) Amnésia Anterógrada: Dificuldade que uma pessoa apresenta para lembrar-se de eventos ocorridos a partir de um fato que aconteceu num dado momento, porém tendo lembrança completa de eventos que ocorreram antes deste evento. 
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Memória Excepcional
(b) Amnésia Retrógrada: Neste caso as pessoas perdem sua memória intencional para eventos anteriores a seja qual for o trauma que induz à perda de memória.
(c) Amnésia Infantil: Incapacidade que quase todas as pessoas apresentam para evocar eventos ocorridos quando eram muito jovens. Em geral, uma pessoa pode lembrar pouco ou nada o que aconteceu antes da idade aproximada de 5 anos.
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Memória Excepcional 
Memória Notável ou Mnemonista: Capacidade de memória extraordinariamente aguçada. Em geral, baseada no uso de uma técnica especial para a intensificação da memória.
Pessoas mnemonistas normalmente evocam sua memória devido a um raro fenômeno psicológico denominado “sinestesia”, no qual elas experimentam sensações em uma modalidade sensorial diferente do sentido que era fisicamente estimulado. (sýn=ação conjunta, aísthesis= sensação e ía=qualidade). 
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Memória Excepcional 
Os pesquisadores estudam os pacientes com amnésia em parte para obter insight sobre o funcionamento da memória, comparando, por exemplo, memória temporária com memória de curto prazo, processos de memória procedural versus declarativa e memória explícita versus memória implícita.
Os estudos com mnemonistas mostraram o valor da imaginação na memória para informações concretas, bem como a importância de descobrir ou formar conexões significativas entre os itens a serem lembrados;
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Modelos de Memória
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
O Primeiro Modelo:
	Em 1965, Nancy Waugh e Donald Norman propuseram um modelo distinguindo duas estruturas de memórias:
Memória primária: nela são mantidas as informações temporárias comumente em uso.
Memória secundária: nela são mantidas permanentemente as informações ou, no mínimo, por um longo período de tempo. 
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Modelos de Memória
O Modelo Tradicional:
Em 1968, Richard Atkinson e Richard Shiffin apresentaram um metáfora alternativa que conceituava a memória em termos de três armazenamentos de memória: (1) armazenamento sensorial, (2) armazenamento de curto prazo e (3) armazenamento de longo prazo.
Eles distinguiam as estruturas que denominavam armazenamentos , das informações armazenadas nas estruturas, às quais denominavam memória .
Atualmente os psicólogos cognitivos descrevem usualmente os três armazenamentos como memória sensorial (MS), memória de curto prazo(MCP) e memória de longo prazo (MLP).
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
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Modelos de Memória – 
O Modelo tradicional
Memória Sensorial (MS): Capaz de estocar quantidades relativamente limitadas de informação por períodos de tempo muito breves. Repositório inicial das muitas informações que, posteriormente ingressam na memória de curto prazo e na memória de longo prazo.
Memória de Curto Prazo (MCP): Capaz de armazenar informações por períodos de tempo um pouco mais longos, mas também de capacidade relativamente limitada.
Memória de Longo Prazo (MLP): Capaz de estocar informações durante períodos de tempo muito longos, talvez até indefinidamente.
19/07/2002
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MEMÓRIA 
SENSORIAL
(MS)
MEMÓRIA DE 
CURTO PRAZO
(MCP)
MEMÓRIA DE
LONGO PRAZO
(MLP) 
 Modelos de Memória –
O Modelo Tradicional
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
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Modelos de Memória –
O Modelo Tradicional 
	Para Atkinson e Shiffin os três armazenamentos não eram estruturas fisiológicas diferentes. 
	Eles são, na verdade, constructos hipotéticos, mas que servem como modelos mentais para compreender-se como um fenômeno psicológico, tal como a memória, funciona;
 
19/07/2002
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Modelos de Memória
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
OUTROS MODELOS:
Memória de Trabalho: Este modelo postula que uma fração da memória pode considerada como uma parte especializada da MLP. A memória de trabalho mantém apenas a fração ativada mais recentemente de MLP e transfere esses elementos ativados para dentro e para fora da MCP.
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Modelos de Memória –
Outros modelos
Modelo dos Sistemas Múltiplos de Memória: Este modelo postula que podem existir sistemas de memória separados para organizar e armazenar a informação com um referencial de tempo característico (memória episódica) em comparação à informação que não tem um referencial de tempo específico (memória semântica). 
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
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Estruturas da Memória	
Estruturas da Memória Semântica:
A memória semântica trabalha com conceitos – ideias às quais uma pessoa pode associar várias características e com as quais ela pode conectar várias outras ideias;
A estrutura da memória semântica não é considerada uma estrutura fisiológica real. Por enquanto, ela é uma estrutura hipotética descrita pelos psicólogos cognitivos para descrever uma estrutura cognitiva para organizar conceitos associados, baseada em experiências anteriores;
Em 1969, Allan Collins e Ross Quillian publicaram os resultados de seu estudo referencial que sugeria uma estrutura organizada na hierarquia de categorias;
Em 1974, Edward Smith, Edward Shoben e Lance Rips propuseram um modelo alternativo baseado na comparação de aspectos semânticos.
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MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
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MEMÓRIA DECLARATIVA
MEMÓRIA PROCEDIMENTAL
MEMÓRIA SEMÂNTICA
MEMÓRIA 
EPISÓDICA
APRENDIZADO
MOTOR
CONDICIONAMENTO
Contém informação adquirida de maneira explícita e conscientes de possuir
Contém as informações que não somos conscientes de possuir e que foi adquirida de forma implícita
Contém as informações de fatos e eventos que é independente do contexto em que foi adquirida
Contém as informações de fatos e eventos e eventos particulares de um contexto determinado
Permite a codificação de informações e conhecimentos abstratos sobre o mundo que nos rodeia.
Permite a codificação de informações e relativa a associações e eventos de caráter pessoal.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
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Processos de Memória – 
As três operações
A codificação refere-se ao modo como uma pessoa transforma a entrada de uma informação física e sensorial em uma espécie de representação que pode ser colocada na memória.
O armazenamento refere-se à maneira como a pessoa mantém a informação codificada na memória.
A recuperação refere-se ao modo como a pessoa obtém acesso à informação armazenada na memória.
Estes processos interagem reciprocamente e são interdependentes.
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Armazenamento da Informação – Esquecimento da Informação
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
Segundo a Teoria da Interferência, o esquecimento ocorre porque uma nova informação interfere na antiga e finalmente a desloca, na MCP;
Há pelo menos dois tipos de interferência que aparecem na teoria e na pesquisa psicológica: a interferência retroativa (causada pela atividade que ocorre depois que a pessoa aprende alguma coisa, mas antes de ela ser solicitada a evocar essa coisa) e a interferência proativa (quando o conteúdo interferente atua antes, não depois da aprendizagem do conteúdo a ser lembrado); 
Segundo a Teoria da Deterioração, a informação é esquecida porque desaparece gradualmente, com o passar do tempo, e não porque ela foi deslocada por outra informação. 
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
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Armazenamento da Informação – Transferência da Informação
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
Consolidação: Um método para realizar a transferência da informação no qual deliberadamente presta-se atenção à informação a fim de compreendê-la. Faz-se isto integrando os novos dados aos esquemas já existentes da informação armazenada. Muito utilizado na transferência para a MLP.
Repetição: Método através do qual é feita uma recitação repetida de um item. A repetição pode ser aberta quando a recitação é em voz alta e óbvia a qualquer pessoa que estiver observando, ou oculta quando a recitação é silenciosa e escondida;
Herman Ebbinghauss (1885), apoiado mais tarde por Harry Bahrick e Elizabeth Phelps (1987) observaram que as pessoas tendem a lembrar-se da informação por mais tempo quando a adquirem pela prática distribuída (aprendizagem na qual várias sessões são espaçadas ao longo do tempo) do que na prática aglomerada (com sessões apinhadas, todas juntas). Quanto maior a distribuição das experiências de aprendizagem ao longo do tempo, mais elas as lembravam durante longos períodos de tempo; 
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Recuperação da Informação 
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
Diferenças no Processo Metacognitivo:
De acordo com estudos realizados por diversos pesquisadores, as crianças mais novas carecem não só do conhecimento de estratégias, mas também da tendência a usá-las quando as conhecem;
As crianças mais velhas sabem que, para reter a MCP, precisam repeti-las; as crianças mais novas não;
As crianças com deficiência mental são muito menos prováveis de repetirem espontaneamente do que as de inteligência normal;
Cultura, experiência e demandas ambientais também afetam o uso de estratégias para aumentar a memória. Por exemplo, crianças ocidentais utilizam mais as estratégias de repetição, enquanto que aborígenes australianos são mais adeptos às estratégias mnemônicas da localização espacial e em arranjos de objetos.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Recuperação da Informação
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
Um problema que surge quando se estuda a memória é o de entender porque, às vezes, algumas pessoas têm dificuldade em recuperar a informação;
Os psicólogos cognitivos têm frequentemente dificuldades em encontrar um meio para distinguir entre disponibilidade (informação armazenada permanentemente na MLP) e acessibilidade (grau que se tem acesso à informação disponível). 
O desempenho da memória depende da acessibilidade da informação a ser lembrada.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Mecanismo de seleção
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
Os mecanismos que selecionam as informações que serão eventualmente armazenadas incluem o hipocampo e a amígdala. 
A lesão bilateral destas duas estruturas do lóbulo temporal não causa a perda de memórias preexistentes (o qual, obviamente, indica que as memórias não se armazenam nelas); mas impede a aquisição de novas memórias.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Mecanismo de seleção
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
O hipocampo intervém no reconhecimento de determinado estímulo, configuração de estímulos, ambiente ou situação, se são novos ou não, e, portanto, se merecem ou não ser memorizados (GRAY, 1982). É evidente que, para isto, o hipocampo deve ser capaz de:
a) distinguir estímulos, combinações de estímulos e ambientes;
b) compará-los com memórias preexistentes, armazenadas no cérebro (não, como vimos, no próprio hipocampo);
c) emitir informação referente à novidade ou não da situação ou do ambiente a outras estruturas (seus sítios de projeção).
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Mecanismo de seleção
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
A ativação do hipocampo por experiências novas e/ou por ambientes novos e/ou por experiências dentro de ambientes novos tem duas conseqüências. 
Por um lado, o hipocampo informa a seus sítios de projeção: amígdala, hipotálamo, secundariamente através do hipotálamo a diversos núcleos talâmicos associativos que se trata realmente de uma experiência ou ambiente novo. 
Por outro lado, através do fórnix, o hipocampo ativa neurônios b-endorfinérgicos localizados no hipotálamo medial basal. 
Estes neurônios, por sua vez, projetam ao septum medial (podendo, assim, fechar um círculo), à amígdala e a outros núcleos vinculados com a modulação dos processos de memória. 
A exposição a estímulos ou ambientes não-novidosos não é seguida de ativação do sistema b-endorfinérgico.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Mecanismo de consolidação
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
As memórias adquiridas em estado de alerta e com certa carga emocional ou afetiva são melhor lembradas que as memórias de fatos inexpressivos ou adquiridas em estado de sonolência. 
Os estados de alerta, afetivos e emocionais se acompanham da liberação de hormônios periféricos e neurotransmissores centrais. 
Várias dessas substâncias afetam a memória. Numerosos experimentos com drogas que liberam, mimetizam ou bloqueiam sua ação demonstraram que as mesmas não atuam durante a aquisição, senão no período imediatamente posterior, afetando a consolidação. 
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA
E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Mecanismo de consolidação
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
A consolidação, mediada, como vimos, em boa parte por mecanismos b-noradrenérgicos na amígdala, é decisiva para estabelecer se uma determinada memória será gravada bem ou mal, e, portanto, se será forte ou fraca, e assim mais ou menos suscetível à perda, deterioração ou alteração no futuro. 
Uma consolidação fraca ou ineficiente causa amnésia anterógrada, como se observa, de fato, em pacientes ou animais com lesão bilateral da amígdala (SQUIRE, 1987). 
Se, à lesão da amígdala, acrescenta-se uma lesão hipocâmpica , ou das projeções de ambas estruturas, o quadro é mais grave. 
O hipocampo é crucial para estabelecer se uma determinada memória é nova e deverá ser logo consolidada (gravada) ou não.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Esquecimento
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
O esquecimento através da extinção ou perda geralmente gradativa de uma memória por sua evocação reiterada sem reforço; ou seja, sem aquele(s) componente(s) que a fizeram marcante quando adquirida: um choque elétrico no caso de um aprendizado aversivo, comida no caso de um aprendizado alimentício, a resposta no caso de um número telefônico, o pagamento no caso de um serviço prestado. 
A simples passagem do tempo é outro fator no esquecimento. Influi mais, claramente, quanto pior tenha sido a gravação original: é mais fácil esquecer um número telefônico de um cinema, aprendido ontem, que um fato marcante da infância. A interferência retrógrada é outro fator.
Não há dúvida que algum grau de esquecimento é necessário para poder ter uma vida útil. É preciso esquecer para poder pensar; para poder fazer generalizações, sem as quais é impossível desenvolver qualquer atividade cognitiva. É difícil conceber a criação sem esquecimento; o esquecimento diferencia a criação da clonagem.
O excesso de esquecimento, a perda real de memórias que não queremos perder, é patológico, denomina-se amnésia, e será analisada mais adiante.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
19/07/2002
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
GEORGE DE SOUZA ALVES
Evocação
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
As memórias se evocam, via de regra, em blocos, como partes de registros ("files"). A primeira palavra de uma canção nos faz lembrar do resto da letra; as primeiras quatro notas da Terceira Sinfonia nos fazem lembrar de toda a Sinfonia e de seu autor.
MEMÓRIA E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
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