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•	 Tecidos Epiteliais de Revestimento
	•	Caracterização:
- Células intimamente unidas entre si; células justapostas em grande parte de sua superfície; pouca substância intercelular.
	•	Localização: 
- Revestindo a superfície externa do corpo; revestindo cavidades internas fechadas: pleura, peritônio, pericárdio; revestindo tubos que se comunicam com o meio externo: respiratório, digestório, urogenital.
	•	Disposição das células:
- Única camada: simples (melhor para absorção)
- Várias camadas: estratificado (melhor para proteção)
	•	Característica dos tecidos epiteliais
- Forma das células: variável – Regra geral: a forma do núcleo nas células epiteliais acompanha a forma das células.
- Substância intercelular: pouca, quase restrita ao glicocálix.
- Presença da lâmina basal: matriz extracelular especializada.
- Fibrilas de ancoragem: formadas por colágeno tipo VII que ligam as lâminas basais ao conjuntivo subjacente. Ligam-se ao colágeno tipo I e III do conjuntivo subjacente ou se ancoram nas placas de ancoragem, formadas por colágeno tipo IV e pouco tipo VII.
 - Polaridade das células: possuem um pólo apical (normalmente livre) e um pólo basal (ligado ao conjuntivo subjacente).
- Especialização intracelular: quanto maior a polaridade, mais específica será a célula. Pois terá suas organelas mais bem organizadas, assim maior a atividade metabólica.
Obs. a células mais altas do tecido estratificado são menos nutridas, logo são pouco ativas.
Obs. uma célula cilíndrica é mais especializada que uma célula pavimentosa.
Obs. normalmente os epitélios estratificados são pavimentosos, pois as células são metabolicamente menos ativas e mais facilmente ocorre à difusão nutricional.
- Coesão entre as células: facilitadas por glicocálix, íons Ca²+ e complexo juncional.
	•	Adesão celular
	•	Complexo unitivo ou juncional:
- Zônula de oclusão (ou cinturão) percorre todo o
- Zônula de adesão perímetro celular 
- Desmossomos ou mácula (manchas descontínuas) de adesão
OBS1: Zônula de Oclusão apenas em células epiteliais.
OBS2: Hemidesmossomos não fazem parte do complexo unitivo.
Legenda: ZO: Zona de Oclusão
ZA: Zona de Adesão
D: Desmossomo
	•	Zônula de oclusão
- É específica de tecidos epiteliais.
- Impede o transporte paracelular (através dos espaços juncionais entre as células).
OBS: Paracelular significa paralela a célula.
- As membranas das células adjacentes se unem e se separam.
- Apresenta-se nos pontos de união entre as células. 
- A junção de oclusão impede que as proteínas que ficam na região lateral migrem para a região apical e vice-versa.
Proteínas transmembrana juncionais
- Ocludinas (4 moléculas) Ca2+ independentes
- Claudinas (2 moléculas) – oblitera totalmente
- Proteínas citoplasmáticas da zônula de oclusão: ZO1, ZO2, ZO3.
AF-6 (AFADINA) liga-se a actina 
ZO1, ZO2, ZO3
 Claudinas 1 ponto de união da zônula de oclusão
Obs. quanto maior união entre as células maior a eficiência. 
	•	Zônula de adesão
- Proteínas transmembrana de ligação: CADERINAS – influenciada por íon Ca2+; além de ser CAM homofílica (liga célula a célula).
CAM: molécula de adesão celular
- Os microfilamentos da TRAMA TERMINAL se inserem na placa protéica da zônula de adesão; a trama terminal é formada por: microfilamentos ou filamentos de actina, “espectrina” e filamentos intermediários.
Placa protéica
Trama terminal
Caderinas
Desmossomos
	•	Desmoplaquina I e II – Estão nos desmossomos.
	•	Placoglobina
	•	Placofilina
Placa protéica: Placofilina, Desmoplaquinas I e II, Placoglobina
Desmossomo em fotomicrografia e representação esquemática
Caderinas
Filamentos intermediários
- As Caderinas são compostas por DESMOCOLINA e DESMOGLEÍNA 1e 2, proteínas dependentes de íons Ca2+. 
- Ainda existem proteínas, não sinalizadas na figura, que ligam os filamentos intermediários às placas protéicas dos desmossomos: QUERATOCALMINA e DESMOCALMINA. 
Obs. Pênfigo Vulgar – doença auto-imune; os anticorpos atacam as Caderinas (Desmogleína) dos desmossomos. Ocorre extravasamento de líquido intersticial, formando bolhas no corpo, atinge mucosa e pele. Tratada com imunossupressores e corticóides. Constitui 80% dos casos de Pênfigo.
Pênfigo Foliáceo ou Fogo Selvagem: O indivíduo sintetiza anticorpos contra as CADERINAS dos DESMOSSOMOS logo abaixo da CAMADA CÓRNEA da epiderme. Só dá na epiderme.
Hemidesmossomos
Tonofilamentos
INTEGRINAS
Placa protéica
- As INTEGRINAS ligam a placa protéica à lâmina basal – ligação heterofílica.
Casos clínicos:
	•	Mutação da Claudina 16 – síndrome da perda renal de magnésio, que possui como sintoma uma hipomagnesia (baixo percentual de Mg2+ no sangue).
	•	Defeito ou não sintetiza Nectina 1 – Displasia ectodérmica com fenda lábio-palatino (lábio leporino). Afeta pele, pêlos, unhas e dentes. 
Em estudo:
	•	Defeito ou não sintetiza Nectina 2 – camundongos machos estéreis.
	•	Afadina – deleção – letalidade embrionária em camundongos.
	•	Mutação no gene para sintetizar Placoglobina – Os indivíduos não sintetizam Placoglobina. Ocorre Cardiopatia Ventricular Direita Arritmogênica (CVDA).
 Também apresentam:
	•	cabelo lanoso (wooly hair), pois parece uma lã.
	•	 apresenta queratoderma plantopalmar.
Desmoplaquina – alteração – apresenta CVDA e wooly hair.
Essa doença é denominada de doença de Naxos.
Pesquisa de casa:
Na doença de Naxos apoiam a explicação para a patogênese da CAVD (CVDA). A CAVD é uma doença genética, de caráter familiar, caracterizada por substituição progressiva do miocárdio por tecido fibrogorduroso. Clinicamente manifesta-se por palpitações, síncope, dor torácica atípica e dispneia, em alguns casos, morte súbita como manifestação inicial.
	•	Classificação dos tecidos epiteliais
	•	Simples e estratificado
	•	Células pavimentosas, cúbicas e prismáticas
	•	2 tipos especiais: pseudo-estratificado e de transição
Exemplos:
- Epitélio pavimentoso simples: folheto parietal da cápsula de Bowman; endotélio (reveste vasos sanguíneos); e mesotélios (reveste a pleura, peritônio e pericárdio).
- Epitélio cúbico simples: túbulo contorcido proximal e distal.
- Epitélio prismático simples: duodeno.
- Epitélio pseudo-estratificado: epidídimo.
Esôfago	
- epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado
Papila conjuntiva (projeção do tec. conj. para dentro do epitélio) – aumenta a adesão entre epitélio e conjuntivo; facilita a nutrição das camadas mais superficiais. Sua constituição é de tecido conjuntivo frouxo.
Obs. Crista Epitelial: projeção do epitélio para dentro do conjuntivo.
Obs. a camada basal dos epitélios é sempre mais corada, pois ela tem uma desproporção entre o tamanho do núcleo (maior) e o citoplasma.
Células da camada basal: tronco ou fonte – originam as demais células.
Obs. Histomorfose ou Citomorfose: modificações que as células da camada basal sofrem para originar as outras células do epitélio.
Epidídimo
- epitélio pseudo-estratificado prismático com estereocílios 
Pele
- epitélio estratificado pavimentoso queratinizado 
EPIDERME – epitélio
DERME – tecido conjuntivo frouxo.
Conjuntivo da pele também se projeta – Papila dérmica e Crista epidérmica
Queratina, epitélio, camada papilar da derme, tec. conj. denso não modelado – predomínio de fibras colágenas (acidófilas) nesse último.
Bexiga
- epitélio estratificado de transição 
Vazia – células globosas
Cheia – células pavimentosas
Obs. é comum a binucleação
Obs. se reorganiza com a variação de volume na bexiga. 
	•	Renovação das células epiteliais
	•	Pseudo-estratificado: células basais
	•	Estratificados: células da camada basal
	•	Simples: capacidade mitótica
	•	Metaplasia
- Processo de alteração reversível, em que há mudança de um epitélio adulto em outro epitélio ocorrendo sobre uma determinada condição patológica. Em algumas pessoas a metaplasia pode se diferenciar em neoplasia. É adaptativo.Ex1. em fumantes crônicos o epitélio pseudoestratificado prismático ciliado com células caliciformes se transforma em epitélio estratificado pavimentoso (proteção). É reversível até certo momento.
Ex2. o epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado do esôfago se transforma no epitélio do estômago ou intestino por causa do refluxo contínuo – Esofagite de Barret – Metaplasia intestinal.
Ex3. deficiência crônica de vitamina A – o epitélio dos brônquios e bexiga são substituídos por um epitélio estratificado pavimentoso (epitélio escamoso – metaplasia escamosa).
	•	 Células do Conjuntivo
Introdução:
Todas as variedades de tecido conjuntivo derivam da mesoderme.
diferenciação entre a 3ª e 8ª semana
 
diferenciação
Mesoderma → mesênquima → tecido conjuntivo
OBS: Alguns livros podem trazem que os tecidos conjuntivos são formados indiretamente por mesoderme. Isso ocorre, porque o mesoderme durante a vida embrionária se diferencia em mesênquima. Este por sua vez, é considerado Tecido Conjuntivo embrionário.
Constituição do mesênquima: Células mesenquimais, que originam os diversos tipos de Tecido Conjuntivos (Tecido Cartilaginoso, Tecido Ósseo, Tecido Adiposo, T.C.P.D. e outros).
OBS: A reposição de células do tecido conjuntivo adulto é feito pelas suas próprias células, que dividem para esta finalidade.
Funções:	
- Manutenção estrutural: fibras colágenas e elásticas, produzidas pelo fibroblasto.
- Trocas metabólicas: existem vasos, como capilares, onde o sangue passa lentamente.
- Defesa e proteção: ação dos macrófagos, leucócitos e plasmócitos.
- Reserva energética: células adiposas.
Células:
Fibroblastos, Macrófagos, Plasmócitos, Mastócitos, Pericitos, Adipócitos, Leucócitos.
OBS1: Leucócitos não são formados no Tecido Conjuntivo Propriamente Dito (T.C.P.D.), são oriundos da medula óssea, ou seja, são células transitórias (migratórias).
OBS2: Leucócitos que abandonam os capilares podem morrer. As células que podem realizar diapedese são Neutrófilos, Linfócitos, Monócitos, Eosinófilos e Basófilos.
OBS3: Linfócito: Únicos que voltam para a corrente sanguínea.
OBS4: Monócitos: Saem da corrente sanguínea e viram macrófagos no T.C.P.D.
	•	Fibroblastos
- Origem: célula mesenquimal, mais abundantes.
- Síntese dos componentes da matriz extracelular (GAGs, proteoglicanas, glicoproteínas, colágeno e elastina).
- Citoplasma basófilo: rico em ribossomos aderidos ao retículo granular, este produz colágeno – proteína que deve ser exportada.
Obs. células mesenquimais são ricas em polissomos livres, pois estão em processo de formação e diferenciação celular.
- Fibroblastos ativos: associados com fibras colágenas, núcleo claro e oval, nucléolo evidente, prolongamentos e organelas desenvolvidas (REG, Golgi, mitocôndrias).
- Fibroblastos quiescentes (pouca atividade de síntese): Eram também chamados fibrócito (termo em desuso).
- Divisão mitótica: Fator de crescimento (FGF – liga-se a proteoglicana: Sindecana) – atua em fibroblastos estimulando a divisão celular. 
OBS: FGF: Fator de Crescimento de Fibroblasto.
- Miofibroblastos: possuem em seu citoplasma filamentos contráteis, que ao se encurtarem permitem que as bordas da lesão se aproximem, facilitando a cicatrização; são encontrados próximos as bordas de lesão; em seu citoplasma ao M.E. visualiza-se actina, α-actina e miosina.
- Para cicatrização de uma ferida os fibroblastos se proliferam (estimulados pelo FGF) para que haja aumento na produção de matriz de cicatrização.
- Os espaços deixados pelas lesões em tecidos cujas células não são capazes de regenerar (ex. músculo cardíaco) são preenchidos por uma matriz de tecido conjuntivo. 
	•	Macrófagos
- Origem: CFU (unidade formadora de colônia)-GM (granulócito, mastócito)
- Inicialmente o CFU-GM, presente na medula óssea, origina o monócito.
- Derivam de células precursoras da medula óssea que se dividem produzindo os Monócitos que circulam no sangue. Não são residentes, isto é, não são produzidas no tecido conjuntivo.
- Faz parte do Sistema Mononuclear Fagocitário (SFM).
- Movimento ameboide e fagocitose (emitem pseudópodes).
Obs. Histiócitos: São macrófagos fixos, que armazenam a tinta aplicada na tatuagem. Esta tinta é aplicada na derme, pois se fosse aplicada da epiderme suméria rapidamente, pois essa camada está em continua renovação. Aplicação de tinta de tatuagem na epiderme ocorre na tatuagem de rena.
Coloidopexia: tinta armazenada, que fica dentro dos endossomos por toda vida. Quando um macrófago morre, outro macrófago vizinho engloba e mantem a tinta no mesmo lugar por toda vida. Só tendo um jeito de retirar a tatuagem, por meio do laser. 
- Células gigantes multinucleadas (união de células mononucleadas – sincício) tipo corpo estranho. Superfície irregular com expansões citoplasmáticas.
- Citoplasma acidófilo com lisossomos, endossomos, REG e vesículas.
 - Núcleo com indentação (ou chanfradura) e em forma de rim (reniforme). Macrófagos ativados (funcionam quando recebem um sinal).
- Células apresentadoras de antígenos (APCs)
- Células de Küpffer (macrófagos residentes do fígado).
Fração FAB: ligação ao antígeno
Fração FC: que cristaliza
- Para que a bactéria seja fagocitada pelo macrófago é necessário que aquela esteja coberta por Opsoninas (antígeno). A bactéria opsonizada é vista pelo macrófago de maneira diferente. Na membrana dos macrófagos há receptores para a fração FC. A bactéria aderida ao receptor da membrana dos macrófagos é fagocitada.
- Todos os macrófagos têm em sua superfície MHC I e MHC II (Complexo Principal de Histocompatibilidade). Porém, todas nossas células tem MHC I. As moléculas de MHC têm uma parte fixa (igual em todo mundo) e outra variável (diferente de acordo com o genoma). Aplicação em compatibilidade de órgão e tecidos em transplantes. 
- Os macrófagos apresentam o antígeno para o linfócito THelp.
- Através do Processamento de Antígenos, estas células digerem parcialmente as proteínas transformando-as em pequenos polipeptídios que são ligados as moléculas de MHC tipo II. Isso é essencial para a ativação dos linfócitos T que só reconhecem antígenos quando associados às moléculas MHC II, enquanto que as células B reconhecem as moléculas antigênicas diretamente, sem necessidade de qualquer tratamento prévio. Se os linfócitos T interpretar as proteínas como de origem exógena, secreta citocina (mensagem), que ativa os linfócitos B a se transformarem em Linfócitos de memória e outros em plasmócitos. Estes por sua vez, secretam anticorpos IgG, que constitui a resposta primária. Proteínas derivadas de patógenos que estão no interior das células infectadas são digeridas por agregados multicatalíticos de proteases (Proteossomos) até formarem peptídeos menores que são introduzidos nas cisternas do REG, onde se ligam as moléculas de MHC I. Os complexos, moléculas de MHC I e II, são transportadas para superfície celular onde são “examinados” pelos linfócitos T. As células TCD4+ interagem com os complexos peptídicos ligados a MHC II, e as células TCD8+ com os peptídeos ligados a MHC I. 
	•	Plasmócito
- Presente em áreas de inflamação aguda ou crônica.
- Célula ovóide de citoplasma basófilo, rico em RER (síntese proteica), organelas bem desenvolvidas e núcleo excêntrico, cromatina em grumos na periferia.
- Origem: proliferação e diferenciação de linfócitos B.
- São ativados por Citocina (interleucina) secretado pelo Linfócito T.
(contato com antígeno)
Linfócito B virgem linfócito B ativado 	
 (proliferação) Plasmócito – produzem anticorpos
 Clone de linfócitos
 *Células de memória imunológica
*Responsáveis pela resposta imunológica secundária (reação anamnéstica) – se diferenciam mais rapidamente em plasmócitos. 
- Síntese e secreção de anticorpos (imunoglobulinasou gamaglobulinas) IgA, IgD, IgE, IgG (mais comum), IgM – são glicoproteínas de fração gama de proteínas. 
- Toda vez que o Plasmócito é ativado a resposta é Humoral, pois os anticorpos são lançados em humores.
OBS: Humores: Sangue, Líquor, Vítreo, Linfa.
	•	Mastócito
- Origem de precursor da medula óssea.
- Célula globosa de núcleo esférico e central, possui grânulos citoplasmáticos eletrondensos.
- Papel fundamental nas inflamações, reações alérgicas e combate a parasitas.
- Os grânulos dos Mastócitos são metacromáticos devido a alta concentração de radicais ácidos presentes nas GAGs (heparana ou sulfato de condroitina). A METACROMASIA é a propriedade que certas moléculas têm de mudar a cor de certos corantes básicos.
- Receptores para IgE na membrana.
Mediadores primários do processo inflamatório (presentes nos grânulos) ***
	•	Histamina (amina biogênica), produzida pela descarboxilação do aminoácido histidina. Age na musculatura lisa dos vasos provocando relaxamento, logo atua na vasodilatação, o que diminui a pressão no interior dos vasos. A vasodilatação tem como conseqüência a broncoconstricção. A liberação de Bradicinina estimula as terminações nervosas causando dor.
	•	Heparina (GAG sulfatada) é um anticoagulante.
	•	Proteases neutras.
	•	NCF (fator quimioterápico dos neutrófilos → grande atividade fagocitária)
	•	ECF-A (fator quimioterápico dos eosinófilos → fagocita o complexo antígeno/anticorpo)
Mediadores secundários (não existem previamente nos grânulos, são sintetizados quando necessário) ***
	•	Prostaglandinas (PgD2) – estimula a produção de muco.
	•	Tromboxanos (A2, TXA2, TXB2) – causa vasoconstricção de agregação de plaquetas.
	•	Leucotrienos (C4,D4,E4) – causa vasodilatação e broncoconstricção.
Obs. esses 3 são EICOSANÓIDES, produzidos a partir do ácido araquidônico (fosfolipídio de membrana).
Obs. Tríade da inflamação (edema): calor, rubor (vermelhidão) e dor. 
	•	Interleucina (IL-4, IL-5, IL-6) – mediador químico.
	•	Fator ativador de plaqueta (PAF).
	•	Fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) 
- Ligação do antígeno ao complexo IgE/receptor: 
Adenilil ciclase causa liberação de Ca2+, logo ocorre a fusão dos grânulos (degranulação). A descarga de mediadores primários é fulminante. 
Ativação da fosfolipase A2, essa atua sobre fosfolipídios de membrana liberando ácido araquidônico e por sua vez mediadores secundários.
- Reações de hipersensibilidade imediata:
Ocorre dentro de poucos minutos após a penetração do antígeno em indivíduos previamente sensibilizados pelo mesmo antígeno. O mais drástico é o choque anafilático em que há exposição ao antígeno, produção de IgE pelos plasmócitos, IgE liga-se ao mastócito e ocorre a secreção de grânulos pelo mastócito liberando histamina, leucotrienos, ECF-A e heparina. Para reverter os efeitos administra-se anti-histamínico e adrenalina (causa vasoconstricção e broncodilatação).
	•	Pericito
- Origem: células mesenquimais; possui natureza contrátil (miosina, actina e tropomiosina); célula pluripotente; possui características de células musculares lisas e endoteliais. 
- Presente em torno de capilares e vênulas pós-capilares (vênulas pericíticas); possui prolongamentos que envolvem os vasos, podem constringir o capilar, diminuir sua luz e assim controlar o fluxo sanguíneo.
- São envoltos por uma lâmina basal própria que pode fundir com a lâmina basal das células endoteliais. 
- Lesões teciduais – pericitos diferenciam-se para formar células do tecido conjuntivo e dos vasos (podem originar células endoteliais e musculares lisas). 
	•	Leucócitos
Neutrófilos, Linfócitos, Monócitos, Eosinófilos, Basófilos.
Linfócito B x Linfócito T:
A diferenciação das células imunológicas ocorre na medula óssea e no timo que são órgãos linfáticos primários ou centrais.
Nos linfócitos B os receptores de membrana são as imunoglobulinas; estes linfócitos se originam na medula óssea, penetram nos capilares sanguíneos, exceto no timo. Possuem receptores IgM na membrana. Quando são ativados por antígenos proliferam em plasmócitos.
Nos linfócitos T os receptores são moléculas protéicas denominadas TCR. Seus precursores se originam na medula óssea, penetram os capilares e são retidos no timo, onde proliferam e diferenciam em linfócitos T. No timo, os linfócitos T se diferenciam em T HELPER (auxiliador) – auxiliam linfócitos B a diferenciar em plasmócitos; T SUPRESSORES – inibem a resposta humoral e celular e apressam o término da resposta imunitária; T CITOTÓXICO (ou citolítico) – agem diretamente sobre as células estranhas e infectadas por vírus por 2 mecanismos: produção de PERFORINAS que abrem orifícios na membrana plasmática e induzem o rompimento dos lisossomos para que aconteça apoptose.
T HELPER são mortas pelo retrovírus HIV – paralisia do sistema imunitário – suscetível ao ataque de microorganismos.
Quando estimulados por antígenos as células B e T proliferam passando por diversos ciclos mitóticos, processo denominado EXPANSÃO CLONAL. 
	•	Adipócito
- Síntese e armazenamento de triglicerídeos (gordura neutra); produz LEPTINA responsável por inibir a fome. 
- Funções: reserva energética, proteção contra choque mecânicos e age como isolamento térmico.
Obesidade → hipertrófica: aumento de volume dos adipócitos, geralmente em adultos.
 → hiperplásica: aumento do número de adipócitos, geralmente crianças. 
- Variações morfológicas:
	Unilocular – uma só gota de triglicerídeo, núcleo periférico e achatado, coloração amarela.
	Multilocular – várias gotas de triglicerídeos, núcleo redondo e central, coloração parda e muitas mitocôndrias, encontrado apenas durante a vida embrionária e em animais que hibernam.
Obs. coalescência – fusão das gotas de gordura. 		
Obs. quilomícrons são formados pelas células epiteliais do intestino delgado a partir dos nutrientes absorvidos. São constituídos por 90% de triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios e proteínas. Ao deixarem as células epiteliais penetram na circulação linfática e depois na sanguínea onde são distribuídas para o corpo. Nos capilares sanguíneos, devido à ação da enzima LIPASE PROTÉICA produzida pelas células adiposas, ocorre a hidrolise dos quilomícrons com liberação de seus componentes, ácidos graxos e glicerol, que se difundem para o citoplasma das células adiposas, onde se recombinam para novas moléculas de triglicerídeos que são então depositadas. As células adiposas podem sintetizar ácidos graxos e glicerol a partir da glicose, acelerado pela insulina. A hidrolise dos triglicerídeos é desencadeada pela noradrenalina, liberada pelas terminações pós-ganglionares dos neurônios do sistema simpático, no tecido adiposo e captado por receptores da membrana dos adipócitos que ativam a LIPASE SENSÍVEL A, liberando ácidos graxos e glicerol que se difundem para os capilares do tecido adiposo. Os ácidos graxos ligam-se a parte hidrofóbica da albumina no plasma e o glicerol é captado no fígado e reaproveitado.
 
	•	 Tecido Conjuntivo
	•	Caracterização:
- Diferentes tipos de células; abundante material extracelular sintetizado pelas próprias células.
	•	Material extracelular:
- Parte com estrutura microscópica definida: são as fibras do conjuntivo.
- Matriz extracelular ou substância fundamental amorfa (SFA): gel viscoso composto de GAGs, proteoglicanos e glicoproteínas adesivas. 
	•	Fibras do tecido conjuntivo
- As fibras do tecido conjuntivo são formadas por proteínas que se polimerizam formando estruturas muito alongadas. São relacionadas em 3 grupos: Colágenos, Reticulares e Elásticas. Sendo que são formados 2 sistemas:
	•	Sistema colágeno: composto por fibras colágenas e fibras reticulares, ou seja, fibras que possuem em sua constituição grandes quantidades da proteína COLÁGENO.
	•	Sistema elástico: composto por fibras elásticas, fibras oxitalâmicas e fibras elaunínicas (estágios de formação das fibras elásticas), ou seja, possui em sua constituição a proteína ELASTÍNA.
Colágeno (ou proteína colágeno)
- Glicoproteínafibrosa e estrutural; corresponde a 30% do total de proteínas do corpo humano.
- Pode ser sintetizado por diferentes tipos de células como: fibroblastos, condroblastos, osteoblastos, odontoblastos, músculo liso, células endoteliais e células de Schwann. De acordo com sua estrutura e função o colágeno pode ser classificado em grupos:
	•	Colágenos que formam fibrilas: tipo I (constitui 90% do total de colágeno do corpo humano), tipo II, tipo III, tipo V e tipo XI.
	•	Colágenos associados a fibrilas (se ligam aqueles que formam fibrilas e os ligam a outros componentes da matriz): tipo IX (se associa ao tipo II) e tipo XII (se associa ao tipo I).
	•	Colágenos que formam uma rede: tipo IV.
	•	Colágeno de ancoragem: tipo VII liga a lâmina basal às estruturas do conjuntivo subjacente. 
- A mácula de colágeno é formada por 3 cadeias polipeptídicas enroladas em hélice e cada uma é uma cadeia alfa. Cada cadeia alfa tem 1050aa (pode variar de 600-3.000aa). Uma molécula de colágeno é um TROPOCOLÁGENO. A variação de um tipo de colágeno para outro é devido a sequência de aminoácidos das cadeias alfa. (já foram descritas 25 cadeias polipeptídicas de aa).
- Numa sequência da proteína colágena há uma repetição preferencial em cada cadeia alfa: Gly – X – Y – Gly – X – Y – Gly – X – Y
Gly: glicina; menor aminoácido existente; permite a formação de hélice; 1/3 dos aa.
X: prolina (normalmente) Y: hidroxiprolina (normalmente)
- Síntese de colágeno:
	•	No núcleo formam-se os RNAs mensageiros para cada tipo de cadeia alfa. Nos ribossomos aderidos a membrana do REG ocorre a síntese das cadeias polipeptídicas que ao entrarem nas cisternas do retículo formam o PROCOLÁGENO.
	•	À medida que a cadeia entra no REG ocorre a hidroxilação das cadeias da prolina e a hidroxilação da lisina. Duas enzimas atuam nesse processo: Prolina hidroxilase (tem como cofator a vitamina C e o Fe2+) e a Lisina hidroxilase.
	•	Outra modificação pós-tradução é a glicosilação da hidroxilisina. Diferentes graus de colágenos possuem diferentes graus de glicosilação, porém todos eles possuem galactose ou glicosil galactose ligados à hidrolisina.
	•	Cada cadeia alfa é sintetizada com dois peptídeos de registro ou propeptídeos em cada extremidade da cadeia. Os peptídeos de registro orientam a união das 3 cadeias alfa para formar uma molécula precursora: PROCOLÁGENO. O procolágeno é uma molécula mais longa, solúvel e não se agrega o que impede que essa molécula se polimerize formando fibrilas no interior das células.
	•	As moléculas de procolágeno chegam ao Golgi e podem sofrer ou não mais modificações pós-tradução. Adição de hidratos de carbono ao peptídeo de registro → Glicosilação terminal.
	•	O procolágeno é transportado em vesículas desde o Golgi até a membrana plasmática onde é exocitado (exocitose constitutiva) para a matriz extracelular. Esse processo é dependente dos microtúbulos e há atuação da CINESINA.
	•	No meio extracelular os peptídeos de registro são removidos por proteases específicas chamadas de Procolágeno peptidases que formam o Tropocolágeno, esse pode se polimerizar para formar fibrilas de colágeno (I, II, III, V, XI).
Obs. os resíduos de hidroxiprolina formam pontes de hidrogênio entre as cadeias alfa o que contribui para estabilizar a tríplice hélice do tropocolágeno.
Obs. quem envia o sinal para que sejam retirados os peptídeos de registro é o Golgi. Exceto os colágenos do tipo I, II, III, V, XI todos os outros permanecem com os peptídeos de registro (permanecem como procolágeno) não sofrendo polimerização. 
Fibrila: polimerização de tropocolágenos do tipo I, II, III, V, XI; possui estriações transversais. 
Região Lacunar: faixa escura, pois existem mais radicais químicos livres que podem aderir ao material.
Região de Sobreposição: faixas claras possuem menos radicais químicos livres.
Obs. Estriação transversal das fibras de colágeno ao M.E. é conseqüência da polimerização de tropocolágenos. 
Fibra: agregado de fibrilas envolvidas por proteoglicanas e glicoproteínas; colágeno tipo I e III.
Feixe: união de várias fibras; apenas o colágeno tipo I é capaz de formar feixes.
Figura do livro Junqueira e Carneiro que evidência as fibrilas, fibras e feixes do colágeno. 
Obs. a estrutura fibrilar é reforçada pela formação de ligações covalentes entre as moléculas de tropocolágeno. Esse processo é catalisado pela enzima Lizil-oxidase, que também atua no espaço extracelular.
- Os colágenos que se associam as fibrilas pertencem a uma classe que recebe o nome de FACIT (colágeno associado a fibrilas com tripla hélice interrompida) – apresentam segmentos curtos não helicoidais que são regiões mais flexíveis que podem se dobrar com mais facilidade, favorecendo as ligações com outros colágenos (fibrilas) e com outras moléculas. 
- Existem outras ligações que fortalecem ainda mais o colágeno: LIGAÇÕES CRUZADAS entre resíduos de lisina. Podem ser intermoleculares para assim aumentar a resistência às forças tensoras. Há, também, ligações intermoleculares e intramoleculares (tornam o colágeno mais estável) – ligações realizadas pela enzima Lisil-oxidase. 	
Casos clínicos: Defeitos no processo de formação de colágeno:
	•	Ausência de vitamina C – como é uma coenzima da prolina hidroxilase, não há atuação dessa enzima e conseqüente não ocorre formação de hidroxiprolina. Por isso não são formadas pontes de hidrogênio entre as cadeias alfa, o que gera instabilidade na molécula. A molécula é considerada defeituosa sendo destruída internamente a célula, causando o ESCORBUTO. Há sangramento na gengiva e perda dos dentes. A renovação do colágeno ocorre em todos os órgãos, porém, em diferentes tempos. Como os vasos sanguíneos e o ligamento periodontal têm o menor tempo de renovação, nota-se esse quadro em um primeiro momento.
	•	Osteogênese imperfeita (ossos de cristal) – defeito na síntese de colágeno tipo I. O paciente, além de fraturas espontâneas, pode haver perda de audição e insuficiência cardíaca.
	•	Síndrome de Ehlers-Danlos – é um grupo de mais de 10 distúrbios hereditários no tecido conjuntivo caracterizado por anomalias na pele, ligamentos e órgãos internos.
EDS tipo IV – falha na transcrição e tradução do colágeno III e a formação de fibras reticulares é prejudicada. O indivíduo acaba tendo ruptura da parede das artérias e do intestino podendo causar morte. 
Fibras reticulares
- Formadas por colágeno tipo III, associado à glicoproteínas e proteoglicanas.
- Sua demonstração é realizada através da impregnação pela prata e pela técnica P.A.S. (são P.A.S. positivo devido à alta concentração de radicais glicídicos a elas associados), no M.O., ao M.E. exibem estriação transversal.
- Constituem a sustentação das células dos órgãos hematopoiéticos (baço, fígado, linfonodos), das células musculares e das células dos órgãos como fígado, rins e glândulas endócrinas.
Fibras elásticas
- Principal componente: proteína estrutural ELASTINA (não é uma glicoproteína).
- Apenas dois tipos de células podem sintetizar: fibroblastos e células musculares dos vasos sanguíneos; são delgadas e sem estriações ao M.E.
- Não possui hidroxilisina, pouca hidroxiprolina e não é glicosilada.
- Constituição:
	•	Microfibrila (periférica) – glicoproteínas das quais a mais importante é a FIBRILINA, esta forma o arcabouço necessário para deposição de elastina.
	•	Componente amorfo interno – elastina.
Achava-se que as outras fibras do sistema elástico eram independentes. Sabe-se hoje que ela auxilia na formação dos diferentes níveis de elastina.
 1º estágio: fibras oxitalâmicas – formada somente por microfibrilas. Em dois lugares do corpo aparecem como oxitalâmicas (é interrompido no estágio de formação oxitalâmica) no processo ciliar (mantém o cristalino no lugar) e na derme (liga a lâmina basal às fibras elásticas). 
2º estágio: fibras elaunínicas – formada por microfibrilas, possui pouca elastina. São encontradas nas glândulas sudoríparas e na derme.
3º estágio:fibras elásticas – formada por microfibrila e elastina. Componente mais numeroso do sistema elástico. A elastina é rica em glicina e lisina e contém dois aminoácidos incomuns a desmosina e a isodesmosina, formados por ligações covalentes entre 4 resíduos de lisina.
Casos clínicos:
	•	Síndrome de Marfan – mutação no gene responsável pela codificação da FIBRILINA I do cromossomo 15. Possui um defeito nas fibras elásticas que causa hiperextensão nas articulações e deslocamento do globo ocular. Geralmente morrem por dilatação e ruptura da aorta. São indivíduos altos, mãos e pés grandes e queixo para frente. 
	•	Aracnodactilia contractual congênita – mutação no gene responsável pela codificação da FIBRILINA II do cromossomo 5, afeta o sistema esquelético. 
	•	Tecido Cartilaginoso
	•	Características:
- É formada por células chamadas condrócitos, que são separados por uma abundante matriz extracelular especializada, rígida e flexível.
- Não possui vasos sanguíneos, linfáticos ou nervos.
- A nutrição se dá através da matriz por difusão da célula ao lado.
- Possui resistência à compressão.
- Crescimento acelerado por Testosterona e Tiroxina
- Crescimento reduzido por Cortizona
	•	Estrutura da matriz:
Cartilagem hialina e cartilagem fibrosa: colágeno + proteoglicanas + glicoproteínas adesivas.
Cartilagem elástica: colágeno + proteoglicanas + glicoproteínas adesivas + ELASTINA. 
Cartilagem hialina
- É a mais comum, forma o primeiro esqueleto do embrião; encontrado na parede da fossa nasal, traquéia, brônquios, extremidade ventral das costelas, superfícies articulares dos ossos e disco epifisário.
- Colágeno da matriz – fibrilas de colágeno do tipo II; proteoglicana – AGRECANA (GAG); glicoproteína adesiva – CONDRONECTINA (liga a Integrina a componentes da matriz). ***
Obs. Agregado de agrecana – o ácido hialurônico carrega até 200 moléculas de agrecana e interage com o colágeno do tipo II, formando a matriz extracelular. As GAGs têm carga negativa o que atrai cátions (principalmente Na+) e com isso a água também é atraída, tornando esse tecido hidratado facilitando a nutrição através de difusão em solvatação e permitindo a cartilagem suportar forças de compressão. A proteína de ligação presente é a hialaderida.
- Entre a diáfise e a epífise dos ossos longos observa-se o disco epifisário de cartilagem hialina que é responsável pelo crescimento longitudinal.
- Distribuição heterogênea dos componentes da matriz: 
O condrócito ocupa locais da matriz chamados de Lacunas – área muito corada pela hematoxilina (é, portanto basófila).
Imediatamente ao redor da lacuna existe a Cápsula Pericelular – área muito corada; é basófila, pois tem mais proteoglicana e menos colágeno; fornece proteção mecânica; é metacromática (capacidade de modificar a cor do corante aplicado – comum em componentes que apresentam muito radical sulfato) e P.A.S. positivo (grande quantidade de açúcar). Na cápsula podem-se encontrar pequenas quantidades de colágeno tipo IX, X e XI (acredita-se que o tipo X proporciona suporte ao condrócito).
Área mais clara (pouco corada) em torno da cápsula – Matriz Territorial – possui mais proteoglicana do que o colágeno. A quantidade de proteoglicana é inferior à cápsula.
Área mais “branca” – Matriz Interterritorial – possui mais colágeno (acidófilo → eosina) e menos proteoglicana.
Condrócito são redondos e estão no interior.
Condroblastos são ovalados e estão na periferia; sintetiza colágeno e proteoglicana. 
Obs. condrócito → lacuna → cápsula pericelular → matriz territorial → matriz interterritorial. 
A cartilagem é revestida por um tecido conjuntivo denso – Pericôndrio
Pericôndrio: 
→ Fibroso (superficial) – fibras colágenas tipo I e fibroblasto; coloração vermelha com H.E.
→ Celular (próximo a cartilagem) – células condrogênicas; originam as células (condroblastos) da cartilagem.
As funções do pericôndrio são: nutrição, crescimento da cartilagem e retirada de refugos metabolismoólicos. O crescimento da cartilagem, a partir do pericôndrio, pode acontecer em qualquer momento da vida da cartilagem, já que ela é APOSICIONAL; já o crescimento INTERSTICIAL acontece através da divisão mitótica dos condrócitos pré-existentes, não acontece em cartilagens maduras e para quando a matriz fica muito rígida. 
Grupo isógino – origem da divisão mitótica de um mesmo condrócito possui mais de um condrócito dentro de uma cápsula pericelular.
Cartilagem elástica
- Diferença morfológica é a maior quantidade de células comparada à hialina, além da menor quantidade de matriz sendo que essa apresenta elastina.
- A técnica de WEIGHERT (evidencia as fibras elásticas) é especial para a diferenciação dos dois tipos de cartilagens (hialina e elástica).
- É encontrada no pavilhão auditivo, trompa de Eustáquio, epiglote e cartilagem cuneiforme da laringe. 
- Inclui além das fibras de colágeno uma abundante rede de fibras elásticas contínuas com as do pericôndrio. A presença de elastina confere a este tipo de cartilagem uma cor amarela, quando examinada a fresco.
-Pode estar presente isoladamente ou formar uma peça cartilaginosa junto com a cartilagem hialina. A cartilagem é menos sujeita a processos de degeneração que a hialina.
Cartilagem fibrosa
- Considerado um tecido com características intermediárias entre o tecido conjuntivo denso e a cartilagem hialina.
- Não possui pericôndrio, tem sempre associado um tecido conjuntivo denso para sua nutrição.
- Os condrócitos se dispõem em fileiras; possui lacunas.
- Tem alta concentração na matriz extracelular de colágeno tipo I e pouca quantidade de proteoglicanas, quase restritas a região da cápsula.
- Encontrada no disco intervertebral, sínfise púbica e discos articulares.
Cartilagem x degeneração
- É um tipo de tecido sujeito fortemente à degeneração, principalmente a cartilagem hialina que pode até mesmo passar por um processo de calcificação. É uma condição natural e vem geralmente acompanhada do envelhecimento do indivíduo. 
Cartilagem x regeneração
- O tecido cartilaginoso não se regenera totalmente, mas acontece melhor em crianças. Se a lesão for muito grande há substituição do tecido lesado por pericôndrio, substituindo a cartilagem por um tecido conjuntivo denso (cicatriz).
Casos clínicos:
	•	Condroplasia metafisária de Schimidt – mutação do gene que sintetiza o colágeno tipo X; causa encurtamento dos membros e curvatura das pernas.
	•	Síndrome de Alport – problema no colágeno tipo IV.
	•	Mutação no gene que sintetiza o colágeno tipo II – causa diversas condrodisplasias.
OBS: Condrodisplasia: patologia, anormalidade no desenvolvimento das cartilagens nos ossos longos.
	•	Síndrome de Stickler tipo I (cerca de 75% dos casos): causada por mutações no gene COL2A1, localizado no cromossomo 12q13, que codifica fibras colágenas tipo II. Sintomas: perda auditiva, face plana, miopia intensa, micrognatia (mandíbula subdimensionada), fissura palatina, comprometimento articular, deslocamento de retina.
Obs. artrite é uma inflamação na articulação, o tipo mais comum de artrite em pessoas idosas é a artrite óssea que afeta principalmente a cartilagem. A artrite óssea aparece quando a cartilagem começa a desgastar. Em alguns casos toda a cartilagem pode se desgastar, fazendo com que os ossos entrem em atrito onde antes havia proteção.
ARTROLIVE® - medicamento a base de sulfato de glicosamina e sulfato de condroitina é um medicamento cuja ação principal se faz sobre a cartilagem que reveste as articulações. O uso por períodos superiores a 3 semanas demonstrou ação regeneradora da cartilagem trazendo como conseqüências indiretas a diminuição da dor e da limitação dos movimentos, comuns a patologias que acometem a cartilagem. 
	•	Tecido ósseo e ossificação
	•	Componentes da matriz óssea:
- Minerais (65%) – Ca2+ (na forma de fosfato de cálcio, possui concentração normal no sangue de 10mg%) promove rigidez; matéria orgânica* (20%); água (15%). 
*- Colágeno tipo I (85%) Osteonectina → ligada a Integrina* - Glicoproteínas (5%) Osteocalcina glicoproteínas adesivas
* - Proteoglicanas (10%) Osteopontina
Obs. o HCl e o HNO3 atuam desmineralizando o osso tornando-o flexível.
	•	Células:
	•	Células osteoprogenitoras (ou osteogênicas)
Originadas pelas células mesenquimais; são capazes de originar qualquer outro tipo de células ósseas; encontradas no periósteo e endósteo (na camada celular).
	•	Osteoblastos
Origem: a partir das células osteoprogenitoras; sintetizam compostos orgânicos da matriz; possui organelas bem desenvolvidas; está disposta na superfície (lado a lado). Osteócito: transforma-se depois que a matriz se mineraliza. Osteóide: parte orgânica da matriz óssea ou pré-osso (antes da calcificação), imediatamente em contato com os osteoblastos.
	•	Osteócito
Células achatadas com menos organelas e cromatina compactada (inativa); a matriz em torno dos osteócitos está calcificada e impermeável; os osteócitos ficam dentro das lacunas de onde irradiam os canalículos onde estão os prolongamentos dos osteócitos, existe uma contiguidade com outros osteócitos; realiza manutenção da matriz; cada lacuna é ocupada por somente um osteócito (diferente do tec. cartilaginoso).
Obs. se os osteócitos morrem a matriz se degenera.
Ossificação endocondral: ocorre a morte da cartilagem e posterior substituição por tecido ósseo. Não é transformação de tecido cartilaginoso por ósseo, sim uma substituição.
OBS1: O crescimento ósseo é influenciado pela genética e alimentação.
OBS2: Incompatibilidade de idade cronológica e da idade óssea. Ocorre quando há o fechamento mais cedo do disco epifisário.
Ossificação Intramembranosa: Ocorre quando o mesênquima origina diretamente tecido ósseo, sem que antes tenha originado tecido cartilaginoso.
	•	Células de revestimento ósseo
Osteoblastos sem muita atividade ficam na superfície como um epitélio, já em tecido adulto; reversível.
	•	Osteoclasto
Célula responsável pela renovação do osso (desmineralização) age destruindo a matriz com função antagônica ao osteoblasto; é multinucleada (monócitos se unem para formar os osteoclastos); possui microvilos para aumentar a superfície de contato; origem do CFU-GM.
OBS: Os osteoclastos podem possuir até 50 núcleos, enquanto que os osteoblastos e osteócitos só possuem 1 núcleo.
PTH (paratormônio) age na membrana Osteoblastos estimula Expressão de receptores para OPG-L (ligante osteoprotegerina) – realiza fusão dos pré-osteoclastos para formar os osteoclastos.
Lacuna de Howship – local onde fica o osteoclasto; a liberação de íons H+ ativa a fosfatase ácida resistente ao tartarato (responsável pela quebra do Ca3(PO4)2); colagenases (metaloproteases) desmontam o colágeno (tipo I) e o Ca2+ fica livre para ser mandado para o sangue; gelatinases fazem a digestão de glicoproteínas adesivas. 
Mecanismo:
- PTH → osteoblastos → OPG-L → fusão dos pré-osteoclastos → osteoclastos 
- Nesse momento o osteoblasto produz fator estimulador de osteoclastos para essa célula. 
- Indivíduos com alta concentração de PTH possuem alta atividade e alto número de osteoclastos, logo ocorre destruição óssea o que aumenta a concentração de Ca2+ no sangue.
- Reação que ocorre nos osteoclastos quando estão em atividade:
Anidrase
Carbônica
- O íon H+ destrói a matriz por acidificação porque a fosfatase ácida será liberada pelo osteoclasto. Ocorre quebra do Ca3(PO4)2. O Ca2+ e o PO43- separados estarão livres e vão para o sangue. Paralelamente o osteoclasto libera colagenase e gelatinase, estes destroem as partes orgânicas e minerais.
- Pressão: destruição óssea (osteoclastos)
- Tração: produção óssea (osteoblastos) aparelho ortodôntico
OBS1: Em idosos com osteoporose, normalmente ocorre à fratura do tecido ósseo e posteriormente ocorre a queda.
OBS2: O estrogênio é uma proteção para o tecido ósseo e miocárdio. Assim quando a mulher entra na menopausa aumenta o risco de infarto do miocárdio tanto quando o homem.
	•	Revestimento da superfície:
	•	Periósteo (tecido conjuntivo frouxo)
Camada fibrosa (mais superficial): colágeno
Camada celular (mais profunda): fibroblastos ou células progenitoras
Obs. as fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso.
	•	Endósteo (tecido conjuntivo denso)
Células osteogênicas; revestimento de canais: Havers e Volkman (conduzem vasos e nervos); revestem cavidades do osso esponjoso, o canal medular, canais de Havers e Volkman; no osso compacto há quatro sistemas de osteócitos: concêntricos (Havers), circunferencial interno e externo (esse está abaixo do periósteo e é mais desenvolvido que o interno) e o intermediário; em ossos esponjosos existem apenas osteócitos desorganizados. 
	•	Variedades de tecido ósseo:
	•	Classificação histológica
Tecido ósseo imaturo ou primário – no adulto está próximo ás suturas do crânio, nos alvéolos dentários (gonfoses) e pontos de inserção dos tendões. As fibras estão dispostas sem organização definida, possui poucos minerais (maior permeabilidade aos raios-X) e maior número de osteócitos, é substituído pelo tec. secundário. 
Tecido ósseo maduro, secundário ou lamelas – osso compacto (mais resistente); osso esponjoso. Fibras organizadas em lamelas concêntricas (Havers) ou paralelas. As lacunas estão, em geral, entre as lamelas. Em cada lamela as fibras são paralelas, nas diáfises as lamelas se organizam em arranjos típicos, constituindo os sistemas de Havers, os circunferenciais e os intermediários. 
	•	Classificação macroscópica
Osso compacto/cortical; Osso esponjoso/medular.
Obs. ossos longos x ossos curtos:
Epífise possui no seu interior Medula Óssea Vermelha, que é responsável pela produção dos elementos figurados do sangue. Corresponde a 3% do corpo do adulto. Já a Medula Óssea Amarela se encontra na diáfise é possui gordura e não produz elementos figurados do sangue.
Diáfise dos ossos longos – lamelas organizadas formando sistemas de Havers (osteônios); sistemas circunferenciais interno e externo; sistemas intermediários. Canal medular/cavidades do osso esponjoso – medula óssea vermelha (hematógena), a punção pede ser feita no esterno, crista ilíaca e epífise se ossos longos. 
	•	Formação do tecido:
	•	Ossificação intramembranosa (direta – tec. embrionário → osso)
Ossos do crânio: parietal, frontal, partes do occipital, do temporal, da maxila e da mandíbula. Periósteo/endósteo – partes da membrana que não sofre ossificação. Fontanela. Ocorre dentro de uma membrana de tecido mesenquimal.
	•	Ossificação endocondral (indireta – tec. embrionário → cartilagem → osso)
Côndilo e sínfise da mandíbula, parte da base do crânio. Molde de cartilagem hialina (substituição). Em ossos longos: centro primário de ossificação → na diáfise; centro secundário de ossificação → nas epífises. 
Obs. o GH (hormônio do crescimento) não atua diretamente nos ossos.
GH → estimula hepatócitos → somatomedinas → estimula o disco epifisário → a cartilagem cresce e substitui pelo osso. 
Casos clínicos:
Nanismo hipofisário
Nanismo acondroplásico – a cartilagem não de diferencia 
Nanismo constitucional – genético
- Tecido cartilaginoso remanescente:
Cartilagem articular e cartilagem epifisária.
- Regiões do disco epifisário:
Zona de repouso – condrócitos de modo homogêneo/cartilagem hialina não modificada 
Zona de cartilagem seriada – condrócitos alinhados em pilhas/multiplicação
Zona de cartilagem hipertrófica – maior volume de condrócitos, glicogênio e lipídios
Zona de cartilagem calcificada – a matriz se calcificada e os condrócitos morrem
Zona de erosão – não há mais cartilagem
Zona de ossificação
Obs. espículas ósseas: parte central – cartilagem calcificada com osteoblastos e osteócitos; parte superficial – tecido ósseo primário.
 
	•	Efeitos hormonais no o tecido ósseo:
	•	Paratormônio (PTH)
Age nos osteoblastos; inibe a formação de matriz; estimula reabsorção (liberação de CSF-1 e OPG-L) 
Hiperparatireoidismo– maior reabsorção óssea 
- maior [Ca2+] no sangue → problemas renais 
- menor [Ca2+] nos ossos → ossos frágeis Osteomalácea
Hipoparatireoidismo – menor reabsorção óssea
- menor [Ca2+] no sangue → tetania* e problemas de coagulação
- maior [Ca2+] nos ossos → hipermineralização óssea Osteopetrose
* tratamento: relaxante muscular e reposição de Ca2+.
	•	Calcitonina 
Atua nos osteoclastos inibindo a reabsorção óssea (inibe a saída de Ca2+ do osso); produzido pela célula C.
	•	Hormônio do crescimento (GH)
Estimula o fígado a produzir somatomedinas → crescimento ósseo e proliferação dos discos epifisários, atua indiretamente sobre estes. 
Criança: deficiência – nanismo produção excessiva – gigantismo 
Adulto: produção excessiva – acromegalia (espessamento ósseo de extremidades)
	•	Triiodotironina (T3) – Tetraiodotironina ou Tiroxina (T4)
Aumenta a taxa de crescimento nos jovens e facilitam o processo mental; hipotireoidismo: cretinismo (retardo mental e nanismo) e ganho de peso; hipertireoidismo: nervosismo, taquicardia e perda de peso.
	•	Estrógeno
Estimula formação de matriz óssea.
Obs. Osteoporose – diminuição da massa óssea por baixa produção de estrógeno, podendo estar associado ao aumento da reabsorção. Surgimento de pontos de rarefação óssea, isso é, osso quebradiço.
Obs. Osteopetrose – defeito na atividade de osteoclastos, o que causa deficiência na reabsorção, logo há uma super produção de osso provocando rigidez óssea e tornando o osso quebradiço.
Obs. a fratura óssea em múltiplos pedaços é denominada cominutiva. 
	•	Efeitos nutricionais sobre o tecido ósseo
	•	Vitamina D e íon Ca2+
A vitamina D promove absorção intestinal de Ca2+. Há uma sinalização no DNA nuclear para aumentar a transcrição de RNAm que produz a proteína transportadora de Ca2+ através da membrana das células epiteliais do intestino. 
Hipovitaminose D: crianças – raquitismo (má-formação óssea). A matriz não se calcifica normalmente. As espículas ósseas se deformam, os ossos não crescem normalmente e as extremidades ósseas se deformam. Adulto – osteomalácea. Calcificação deficiente da matriz óssea recém formada, o osso fica flexível e existe risco de fratura. 
	•	Vitamina C
Hipovitaminose C: escorbuto. A carência de vitamina C dificulta a síntese de colágeno e, com isso, prejudica a síntese de matriz óssea, o que causa retardo no crescimento.
	•	A Tetraciclina se deposita com maior afinidade sobre a matriz óssea recém-formada. É um antibiótico que possibilita analisar a velocidade de formação óssea, importante para análises de doenças relacionadas ao crescimento. 
	•	Após a remoção do Ca2+ os ossos ficam intactos, porém, muito flexíveis.
	•	A remoção da fração orgânica (ex. por incineração) torna o osso muito quebradiço.
	•	Ossos longos: epífise – osso esponjoso e fina camada de osso compacto. Diáfise – quase totalmente compacto; osso esponjoso delimita o canal medular.
	•	Ossos curtos: centro – esponjoso; parte cortical – compacto.
	•	Ossos chatos: (crânio) possui duas camadas de osso compacto – tábuas internas e externas. Esponjoso – separa as duas tábuas. Diplöe (no crânio).
	•	Cada sistema de Havers é constituído por um cilindro longo, paralelo à diáfise, por 4 a 20 lamelas. No centro existe um canal de Havers, revestido por endósteo, que contém vasos e nervos. Esses canais se comunicam entre si com a cavidade medular e com a superfície externa do osso pelos canais de Volkman, esse não possui lamelas concêntricas.
	•	Os sistemas circunferenciais são constituídos de lamelas paralelas, formando duas faixas: uma voltada para interna do osso (canal medular) e outra externa, para o periósteo. Os intermediários são lamelas dos sistemas de Havers irregulares (triangulares). Entre os circunferenciais. Restos de sistemas de Havers que foram parcialmente destruídos durante o crescimento do osso.
	•	Fraturas ósseas: lesão de vasos → destruição da matriz → morte celular → remoção por macrófagos → periósteo e endósteo se proliferam → aumento no número de células progenitoras → tecido ósseo imaturo → calo ósseo → trações e pressões.
	•	Intercâmbio de Ca2+: há dois mecanismos – físico: transferência de Ca2+ dos cristais de hidroxiapatita, Ca10(PO4)6(OH)2, das lamelas mais jovens e pouco calcificadas para o líquido intersticial. Ação mais lenta: paratormônio estimula os osteoclastos.
Obs. a concentração de PO43- não aumenta, pois o paratormônio estimula sua excreção renal.
	•	Tumores: benignos – condromas/osteomas malignos – condrossarcomas/osteossarcomas
Ocorre mais em jovens e nas extremidades do fêmur, tíbia e úmero.
	•	Tecido Sanguíneo
É uma variedade de tecido conjuntivo líquido.
Tecido conjuntivo do sangue: Hematopoiético.
Tipos de tecido hematopoiético mieloide: na medula óssea.
 Linfoide: nos órgãos linfoides.
Obs.: órgãos linfoides: baço, timo, linfonodos, tonsilas, TLAM (Tecido Linfoide Associado as Mucosas).
Sangue (7%/Kg): Sangue corresponde a 7% do peso corporal do indivíduo adulto. 
Parte do sangue Líquida: Plasma sanguíneo.
 Sólida: Elementos figurados.
Parte líquida – plasma (55%) → água (91%); proteínas (7%) e o restante é constituído por lipídios, hormônios, gases...
Elementos figurados (45%)
- Proteína mais abundante no sangue é a albumina, essa é produzida pelos hepatócitos (fígado) e é responsável pela pressão oncótica.
Obs1. alcoolismo crônico → álcool destrói hepatócitos (substituição por colágeno). Obs2: desnutrição crônica → não ingestão de proteínas; insuficiência renal (edema renal) → albuminúria (presença de albumina na urina). Todos esses fatores levam a uma diminuição na taxa de albumina no sangue (hipoalbuminemia), o que leva a uma diminuição da pressão osmótica do sangue, logo o retorno de líquido dos tecidos para o sangue é prejudicado e causa acúmulo de líquido nos tecidos (EDEMA).
Obs. Ascite – edema abdominal Anasarca – edema generalizado
Tipos de anticoagulante: heparina, citrato de sódio; EDTA ( Ácido Etileno Diamino Tetraacético), um quelante de íons Ca2+, ele se combina com cálcio, forma um sal de cálcio que se precipita e se torna insolúvel e indisponível para coagulação, assim o sangue não coagula.
Obs.: Ca2+: co-fator da cascata de coagulação.
Soro: É o plasma sem fibrinogênio.
O que é possível estudar no plasma?
- A concentração dos íons.
- A concentração das proteínas do sangue.
O que é possível estudar no soro?
- Não é possível dosar a concentração de Ca2+, devido à coagulação.
- O soro é utilizado principalmente para estudar a quantidade de anticorpos, processo denominado de sorologia.
Quando se pesquisa as quantidades de anticorpos, está pesquisando o Ig (Imunoglobulina). Existem 5 isotipos (IgG, IgE, IgA, IgM e IgD), sendo que o IgG é a forma mais comum, cerca de 80%.
Células do Sangue
	•	Hemácias
- Forma bicôncava; possui função de transporte de gases; tem como precursores: eritroblastos → reticulócitos → eritrócito.
- Tempo de vida: em média 120 dias. Quantidade normal no sangue: mulher – 4,5 milhões/mm³ de sangue; homem – 5,5 milhões/mm³ (L) de sangue. 
- Hemocaterese: Quando o sangue circula nos capilares, um capilar normal tem 7 a 9 micrômetros de diâmetro. Uma hemácia tem 7-9 micrômetros de diâmetro. Assim elas passam em fila nos capilares. Ao passar pelos capilares as hemácias esbarram nas paredes desses capilares, ao atritar contra essa parede a hemácia vai perdendo moléculas de ácido siálico (ou ácido neuramínico). Ao perder moléculas de ácido siálico, fica exposto na sua superfície moléculas de galactose. Quando a hemácia passa pelo baço o macrófago reconhece pelo alto número de galactose na superfície, assim ele a sequestra e a destrói. O grupo heme é quebrado (o ferro é jogado no sangue e é transportado pela proteína transferrina ou siderofilina até a medula óssea paraser reaproveitado). Os aminoácidos restantes vão ser convertidos em bilirrubina. O hepatócito pega a bilirrubina e a conjuga com o ácido glicurônico (no retículo endoplasmático liso) através da enzima glicuronil transferase. Aí essa bilirrubina conjugada é secretada pela bile. 
- Hemopoiese: as hemácias são substituídas por outras.
- Macrocitose e microcitose: hemácias em grande e pequeno tamanho, respectivamente. 
- Policitemia: aumento do número de hemácias devido à patologia na medula óssea vermelha. Poliglobulia número elevado de hemácias. Pancitopenia é a redução geral das células do sangue. 
- A molécula de hemoglobina: a hemoglobina é uma proteína conjugada.
Fe2+ ← heme + globina → aminoácido → protoporfirina IX → bilirrubina → excreção 
 Radical prostético
Cada molécula de hemoglobina está ligada a 4 moléculas de ferro. O Fe3+ não se liga ao oxigênio.
Obs. enzima do citosol da hemácia NADH meta-hemoglobina redutase (meta-Hb) converte Fe3+ em Fe2+. Meta-hemoglobina (HbA1 Fe3+): não tem capacidade de transportar O2. Hb – O2: oxi-hemoglobina; Hb – CO2: carbo-hemoglobina; Hb – CO: carboxi-hemoglobina (ligação de alta estabilidade).
Obs: Cianose: Possui mais de 5 g de hemoglobina relacionado com o CO2.
Obs: O feijão tem muita proteína, assim ajuda a formar na hemoglobina apenas no radical proteico globulina, não no radical prostético Heme, pois o ferro do feijão é tipo Fe3+. O Fe2+ está apenas presente no reino animal, ou seja, pode-se adquirir através da carne. Outra forma de obter Fe2+ na alimentação é fazer o feijão ou outro alimento em panela de ferro, pois durante o preparo solta Fe2+ da panela no alimento.
Obs.: O Fe2+ é melhor absorvido em meio ácido, assim a vitamina C aumenta a absorção de Fe2+.
- Tipos de Hemoglobina:
HbA1 (97% na vida adulta) – α2β2 
HbA2 (2% na vida adulta) – α2δ2 Obs: δ letra grega delta.
HbF (1% na vida adulta) – α2γ2 (hemoglobina da vida embrionária – fetal).
Obs. durante a vida fetal a HbF é a única existente (100%). É mais sensível a absorção de O2. Após o nascimento esta variedade cai para 1% e duas outras hemoglobinas passam a ser sintetizadas. Isso se deve ao fato de que antes de nascer, os genes para as cadeias β e δ estavam inativos e após o nascimento eles são expressos. 
Obs. a maior parte do CO2 é transportado na forma de íons bicarbonato (HCO3-), a reação ocorre, na hemácia, de modo que:
CO2 + H2O → H2CO3 ↔ H+ + HCO3- sofre ação da Banda 3 (HCO3- ↔ Cl-) 
 Anidrase carbônica une-se a Hb → Hb+
HCO3- alcaliniza o meio, sendo responsável pelo tampão no sangue que mantém o sangue com pH entre 7,3 e 7,4.
- Causas das anemias:
Destruição excessiva de hemácias.
Diminuição da produção de hemácias.
Obs: Anemia por deficiência de ingestão de Fe2+ leva a diminuição na produção de hemácias, acarretando na Anemia Ferropriva.
- Anemia falciforme (Siclemia):
Hemácias em forma de foice. A HbA1 tem 1 aminoácido trocado de 146 aa na cadeia β (α2βS2), o ácido glutâmico, 6º aminoácido a partir da extremidade N terminal, é trocado pela valina. As hemácias duram apenas 20 dias. 
- Um indivíduo hígido (saudável) com uma massa de 70 Kg possui em média 2400 g de massa eritrocitária circulante. Para manter essa massa constante o corpo produz e destrói 20 g/dia.
- Éritron: conjunto de células maduras (corrente sanguínea) e imaturas (medula óssea) que originam as hemácias.
Obs. Eritroblastose fetal ou Doença hemolítica Peri-natal (DHPN) – presença de eritroblastos (células imaturas) no sangue. 
- Icterícia: impregnação de bilirrubina nos tecidos, ficando com a pele amarelada.
Tratamento: fototerapia, com lâmpada fria, para não causar danos ao bebê.
Um indivíduo que habita altas altitudes, sua medula óssea intensifica a produção de sangue. Se o mesmo indivíduo tiver problema no coração, poderá ter uma parada cardíaca, devido ao aumento de sangue (hiperpolemia), sobrecarregando o coração. 
- Crenação (plasmólise): perda de água que ocorre quando em meio hipertônico.
- Hemólise (plasmoptiase): ganho de água com ruptura da célula que ocorre quando em meio hipotônico.
Leucócitos
- Quantidade normal no sangue: 5.000 a 10.000/mm³ (L) de sangue.
- Granulócitos: possuem grânulos específicos/secundários no citoplasma e com núcleo irregular.
- Agranulócitos: não possuem grânulos específicos/secundários no citoplasma e com núcleo mais regular.
- Quantidade normal:
Neutrófilo (granulócito) – 60% a 70%; Linfócito (agranulócito) – 20% a 30%; Monócito (agranulócito) – 3% a 10%; Eosinófilo (granulócito) – 2% a 3%; Basófilo (granulócito) – 0,1% a 1%. 
Obs. Leucocitose – aumento do número de leucócitos; Leucopenia – diminuição do número de leucócitos; Leucemia – aumento excessivo do número de leucócitos.
- Existem três tipos de grânulos:
Azurófilo (ou primário) – pode existir em todos os leucócitos; Específico (ou secundário) – existe apenas nos granulócitos; Terciário – existe apenas no neutrófilo. 
	•	Neutrófilo
- Núcleo multilobulado (3 a 5 lóbulos). Possui cromatina sexual (cromossomo X condensado) em forma de raquete (fenótipo feminino).
 - Grânulos azurófilos: fosfatase ácida (pode ser considerado um lisossomo típico), hidrolases e peroxidases. Dica: f-a-hi-pe.
- Grânulos específicos: fosfatase alcalina, colagenase, lisozima e lactoferrina (se liga ao ferro o tornando indisponível para a bactéria que morre pela deficiência desse nutriente, pois é fundamental para seu metabolismo). Dica: f-al-co-li-la.
- Grânulos terciários (apenas no neutrófilo): gelatinase e catepsina. Dica: ge-ca. 
Obs. as enzimas dos grânulos têm alto poder bactericida.
Obs. o granulo azurófilo para de ser produzido quando o específico começa a produzir.
- No sangue circulante são esféricos e não fagocitam, se ativados (por macrófagos) tornam-se amebóides e fagocitam.
- Primeira linha de defesa do organismo contra bactérias.
Os neutrófilos e os eosinófilos realizam uma explosão metabólica, aumentando o consumo de O2.
- Explosão respiratória: tem alto poder oxidativo, o que auxilia a destruição de bactérias. (ânion superóxido) (Peróxido de Hidrogênio) (Ác. Hipocloroso)
O2 NADPH oxidase ·O2- + H2O superóxido dismutase H2O2 +Cl2 mieloperoxidase HClO 
Obs.: Essas três espécies reativas de oxigênio atacam as bactérias, pois são bactericidas.
Obs.: Nem sempre os leucócitos vencem a batalha contra as bactérias, quando isso acontece se utiliza os antibióticos.
	•	Eosinófilo
- Núcleo bilobulado (em halteres). 
- Grânulos específicos – volumosos. Possui centros cristalinos dentro dos grânulos; o REG e o Golgi são pouco desenvolvidos:
Internum: proteína básica principal (MBP) – rica em arginina, o que confere a acidofilia do grânulo. A proteína básica principal é o componente predominante do centro cristalino do grânulo eosinófilo – destrói a membrana do parasita – libera histamina por mecanismo dependente de Ca2+.
Externum: fosfatase ácida, peroxidase, aril-sulfatase e histaminase. Dica: fa-p-ar-his
- Limita o processo inflamatório liberando histaminase, que diminui a vasodilatação, e peroxidase, que destroem os leucotrienos. 
- Fagocitam complexos Ag/Ac que aparecem nas alergias e atuam contra parasitas.
- Sua produção é deprimida por corticoesteróides.
	•	Basófilo
- Possuem origem diferente dos mastócitos.
- Núcleo grande, grânulos citoplasmáticos eletrondensos e metacromáticos.
- Possuem receptores para IgE.
- Produzem mediadores:
Mediadores primários – histamina, heparina, proteases neutras, NCF e ECF.
Mediadores secundários – tromboxanos, prostaglandinas e leucotrienos. 
- O aumento do numero de basófilos no sangue é raro e denomina-se basofilia. Esta pode ocorrer devido a uma doença hematológica, como por exemplo, a leucemia. Pode também estar associada ao hipotireoidismo ou a doença renal.
	•	Monócito
- Núcleo ovóide, forma de rim (reniforme) e excêntrico; cromatina menos compactada.
- Citoplasma basófilo, com grânulos azurófilos finos; pertence ao SMF(Sistema Mononuclear Fagocitário).
- Tempo de vida no sangue de 8h às 12h
- Sofrem diapedese → macrófago.
	•	Linfócito
- Linfócitos pequenos: mais abundantes, possuem núcleo esférico, cromatina bem compactada, citoplasma escasso com basofilia discreta.
B: tem na superfície Ig (SIg – imunoglobulina de superfície) → IgD e IgM.
T: tem na superfície moléculas de CD (grupo de diferenciação, do inglês, cluster differentiation) e TCR (receptor de células T, do inglês, tall receptor).
Null cells (células nulas): não tem CD ou SIg na superfície.
Obs.: Célula nula célula NK – Killer, assassina.
 célula tronco 
Linfócitos B – produzidos na medula óssea vermelha; produzem anticorpos e guardam memória imunológica. 
Obs.: B vem de Bolsa de Fabricios, pois são produzidos nesta bolsa em aves. Em seres humanos deveria ser Linfócitos MO, pois já saem prontos da medula óssea.
Linfócitos T – combatem vírus, células transplantadas e cancerosas; produzida na medula óssea vermelha; sofrem maturação no timo desenvolvendo CD e TCR. Podem ser denominados Helper (ou auxiliar ou TCD4+), citotóxico (ou citolítico ou TCD8+), supressor e de memória imunológica.
Obs.: T vem de Timo, pois sofre maturação deste órgão.
- Reação Anamnéstica: é uma resposta secundária, no qual o linfócito T desencadeia.
	•	Plaquetas
- Quantidade normal no sangue: 150.000 a 300.000/mm³ (L) de sangue.
- Origem da medula óssea vermelha da qual se diferencia em megacariócito, o qual produz as plaquetas.
- Plaquetocitose e Plaquetopenia (As plaquetas não se soltam do citoplasma de megacariócitos)
- Hialômero: porção periférica na qual existem microtúbulos (podem emitir pseudópodes), filamentos de actina e miosina.
- Granulômero (cronômero): porção central na qual existem mitocôndrias, REG, Golgi e grânulos – depósito de glicogênio. Grânulos α: fibrinogênio, fatores de coagulação, tromboplastina, fatores de crescimento de plaquetas (PGF). Grânulos δ: (corpos densos) – cálcio, ADP, ATP, e serotonina (5-HT → hidroxitriptamina – causa vasoconstricção). Grânulos λ: (lisossomos) – enzimas hidrolíticas que digerem o coágulo.
- Trombocitemia essencial: Doença rara caracterizada pela produção descontrolada de plaquetas. Pode ser fatal.
Ca2+ (cofator)
Ca2+ (cofator)
 Fibrinogênio Fibrina
	•	Tecido nervoso
	•	Introdução:
Ectoderme → neuroectoderme → sistema nervoso central encéfalo, medula
 periférico nervos, gânglios
	•	Nervo – feixe de prolongamentos de neurônios envolvidos por tec. conjuntivo.
	•	Gânglio – aglomerados de neurônios fora do SNC. Podem estar no interior de órgãos (parassimpático) ou lateralmente na coluna vertebral (simpático). No SNC é chamado de núcleo.
	•	Neurônios
É a principal célula do tecido nervoso. São células terminalmente diferenciadas, encontra-se no período G0 da interfase, ou seja, atingiu grau máximo de especialização celular, não consegue se dividir (não sofre mitose). Porém, os neurônios têm suas organelas renovadas pelos lisossomos que participam da autofagia (destruição de organelas velhas).
- O transporte anterógrado de vesículas é feito por microtúbulo e mediado por quinesina.
- O transporte retrógrado de vesículas é feito por microtúbulo e mediado por Dineína citoplasmática. 
	•	Componentes: corpo celular, dendritos e axônio
Corpo celular ou pericário 
- Centro metabólico; recepção e integração.
- Possui núcleo esférico e pouco corado. 
- Grânulos de lipofuscina → esse é um pigmento de envelhecimento celular. Quanto mais velho é o neurônio, maior é a quantidade de grânulos de lipofuscina. Armazenam restos da digestão celular das organelas velhas. Nas células musculares estriadas cardíacas, que também são terminalmente diferenciadas, esses grânulos também podem ser encontrados. 
Obs.: Esses grânulos prejudicam a função do neurônio? Não existem estudos nesse sentido.
- Corpúsculo de Nissl (ou substância tigróide) → série de manchas azul-arroxeadas encontradas no citoplasma do neurônio. Ao M.E. são áreas de grande concentração de REG e polissomos livres, ao M.O. são manchas basófilas. 
Dendrito
- Aumentam a superfície celular.
- Normalmente não são envolvidas por mielina.
Axônio
- Condução de impulsos; nasce do cone de implantação; pobre em organelas.
- Telodendro: ramificações das extremidades dos axônios, local onde se estabelece o contato com outras células, onde acontecem as sinapses. 
- Podem ou não serem envolvidos pela bainha de mielina. No SNC a bainha de mielina é originada pelo oligodendrócito e no SNP pelas células de Schwann.
	•	Tipos:
Multipolares – têm vários prolongamentos e são encontrados, por exemplo, na medula espinhal (são motores ou eferentes).
Bipolares – apresentam dois prolongamentos e são encontrados na mucosa olfatória, sistema visual e auditivo (são sensitivos ou aferentes). 
Pseudo-unipolares – inicialmente emite apenas um prolongamento, mas se ramifica em dois. São encontrados nos gânglios espinhais (são sensitivos ou aferentes).
	•	Função:
Os neurônios podem ser motores (eferentes), sensoriais (aferentes) ou interneurônios, este último é um neurônio de associação que fazem a conexão com outros neurônios. 
	•	Motores: Conduzem impulsos do SNC para as células-alvo.
	•	Sensitivos: Recebem estímulos tanto do meio externo quanto do meio interno, transmitindo esses impulsos em direção ao SNC para processamento.
	•	Interneurônios (Associativo, de Integração) (nem sempre está presente): Atuam como conectores entre neurônios em uma cadeia ou tipicamente entre neurônios sensitivos e neurônios motores dentro do SNC, assim formado o Arco Reflexo.
Obs. a maioria dos corpos neuronais está situado no SNC que é protegido pelas meninges e pelo líquor, uma vez que o corpo do neurônio não deve ser lesado, pois isso provocaria a morte no neurônio. 
Obs.: Gliose: Células da glia (astrócitos) se proliferam e ocupam os espaços antes preenchidos por neurônios que morreram ou foram danificados.
Obs. gânglios nervosos são acúmulos de neurônios fora do SNC. Gânglios cerebroespinhais (sensitivos) ligado às raízes posteriores dos nervos espinhais e alguns cranianos; são pseudo-unipolares. Gânglios do SNA: ligados aos neurônios simpáticos e parassimpáticos. 
Obs. O SNA é a parte do sistema nervoso que é vegetativo. O SNC somático é o que realiza movimento (sistema nervoso de relação com o ambiente).
Obs. Neurópilo – grupo de dendritos, axônios e células gliais em meio a um núcleo. 
Obs. Núcleo – agregado de neurônios no SNC. 
	•	Sinapse
Ponto de contato entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora (célula muscular estriada esquelética, célula muscular lisa ou glândulas).
placa motora mediador: noradrenalina mediador: acetilcolina e noradrenalina
mediador: acetilcolina
Obs. assim como os mediadores, as enzimas que degradam os mediadores (ex. acetilcolinesterase) são sintetizadas pelo próprio neurônio.
Tipos
Química – o estímulo é transmitido por intermédio de neurotransmissores (mensageiros ou ligantes). Podem ser classificadas como: axo-dendrítica; axo-somática (terminal axonal sobre o soma de um neurônio); axo-axônicas; dendro-dendríticas; placa motora; células glandulares.
Elétrica – não possui um mediador químico, são impulsos elétricos através do fluxo iônico permitido pela junção comunicante (membranas muito próximas). Não são encontrados no homem. Este tipo de estímulo é existente em anfíbios e peixes.
- Excitatórias: liberação de um neurotransmissor que vai excitar a célula que está recebendo o estímulo, ex. placa motora.
- Inibitórias: liberação de neurotransmissores que inibem outro neurônio para que ele não excite a célula, é do tipo axo-axônica. O mediador é o ácido-γ-aminobutírico (GABA).
- Fenda sináptica: local onde as vesículas de neurotransmissoressão liberadas. 
	•	Transmissão do impulso
A despolarização da membrana pré-sináptica induz a breve abertura dos canais de Ca²+. O influxo de Ca²+, proveniente do meio extracelular, promove a exocitose das vesículas sinápticas com liberação de neurotransmissor. O neurotransmissor interage com os receptores (receptores protéicos específicos para o determinado tipo de neurotransmissor) e promove a despolarização da membrana pós-sináptica. O neurotransmissor é metabolizado rapidamente na fenda sináptica por sua enzima especifica de degradação. Por exemplo, a noradrenalina é oxidada pela monoamina-oxidase. Isso faz com que o efeito da noradrenalina não seja contínuo na membrana pós-sináptica. Algumas vezes a enzima de degradação não existe e, nesse caso, acontece que os receptores desse neurotransmissor são internalizados para que a ação seja cessada. 
Obs. substância curarizante (derivado do curare) – bloqueio de receptores de membrana pós-sináptica que impede a transmissão do impulso nas sinapses até o encéfalo. 
Obs. nas sinapses o sentido de propagação não se inverte, pois existem receptores apenas na membrana pós-sináptica.
Obs. sinapse colinérgica – mediador: acetilcolina (enzima de degradação: acetilcolinesterase); sinapse adrenérgica – mediador: noradrenalina (enzima de degradação: monoamina-oxidase), a adrenalina não é mediador.
Casos clínicos:
Mal de Parkinson: diminuição de dopamina (mediador) pelos neurônios da substância negra do encéfalo.
Miastenia grave: doença auto-imune, o indivíduo produz anticorpos contra os receptores de acetilcolina.
Coréia de Huntington: É uma condição hereditária que se torna evidente nas terceira e quarta décadas de vida. Inicialmente esta condição afeta apenas as articulações, porém mais tarde ela é responsável por quadros de disfunção motora e demência. Considera-se que seja causada pela perda de neurônios do SNC que produzem o neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico). O advento da demência é considerado como estando relacionado à perda de células secretoras de acetilcolina.
Síndrome de Guillain-Barré: Doença imunoimediata relacionada a desmielinização de neurônios.
	•	Células da Glia (neuróglia)
- Presentes no SNC; tem função de proteção, nutrição e defesa; podem se multiplicar.
- Não geram impulsos; não forma sinapses.
Obs. Pedicelo – terminações na superfície de vasos das glias; são os prolongamentos que captam nutrientes do sangue e transferem para o neurônio, pois os prolongamentos dos neurônios não desempenham papel de nutrição. 
Tipos
	•	Astrócito:
Possuem pés vasculares: prolongamentos que transferem moléculas e íons do sangue para os neurônios. Elimina excessos de K+ e neurotransmissores no meio extracelular. Atua como barreira entra o sangue e os neurônios – barreira hematoencefálica. Ligam os neurônios aos capilares sanguíneos e a pia-máter. São de maior tamanho entre as células gliais. 
Fibroso – encontrado predominantemente na sustância branca; menos ramificado, prolongamentos mais finos.
Protoplasmático – encontrado predominantemente na sustância cinzenta. 
Obs. quando os neurônios morrem, seus restos são fagocitados e as células gliais tomam os espaços antes ocupados por neurônios (processo denominado Gliose), também ocorre em pessoas que sofreram acidente vascular encefálico, o local perde a função integradora (sistema nervoso). 
Obs. os astrócitos possuem filamentos gliais (proteína ácida fibrilar glial) uma característica que distingue de outras células.
	•	Oligodendrócito:
Possui poucos prolongamentos e é a de menor tamanho entre as células gliais. 
Substância cinzenta: próximos aos corpos celulares; são células satélites do neurônio (quando ligado ao neurônio). 
Substância branca: no SNC produzem a mielina.
Mielina – isolante elétrico; faz com que o estímulo seja transportado de modo “saltatório”, o que proporciona maior rapidez na transmissão do impulso nervoso. A mielina é predominantemente lipídica e se enrola na membrana axonal do neurônio. É rica em fosfolipídios, principalmente a esfingomielina.
Nodo de Ranvier – regiões sem mielina, onde os neurônios são sensíveis a estímulos. Único ponto do axônio onde pode acontecer a despolarização que possibilita o estímulo saltatório. 
	•	Micróglia:
Pertence ao SMF; possui aspecto espinhoso. Participa do processo de inflamação e reparação do SNC; são células fagocitárias. 
	•	Células ependimárias (não são células gliais)
 Possui um arranjo epitelial (semelhante a um revestimento, porém não são células epiteliais); reveste e protege cavidades do SNC: ventrículos laterais, III ventrículo e IV ventrículo. Secreta líquor.
	•	Fibras nervosas
Axônio + bainha envoltória. São prolongamentos dos neurônios que formam feixes (SNC) e nervos (SNP). 
Bainha de mielina: superposição de membranas (lipídios). 
Obs. Esclerose múltipla – degeneração e perda progressiva da bainha de mielina.
- Fibras mielínicas: bainha de mielina; nódulos de Ranvier; resposta rápida; condução saltatória. 
SNP – internódulo → uma célula de Schwann; nódulo de Ranvier → sem mielina, cobertos por prolongamentos de células de Schwann.
SNC – nódulos não são envolvidos por oligodendrócitos (não fazem isolamento) e sim por outras células da glia. 
- Fibras amielínicas: não existe nódulo de Ranvier; resposta lenta, condução contínua.
SNP – uma célula de Schwann envolve várias fibras.
SNC – axônios isolados por prolongamentos de células da glia.
	•	Nervos
SNP: fibras → feixes (envolvidos pelo perineuro) → nervos.
Comunicam o SNC com os órgãos periféricos; podem ser aferentes (sensitivo), eferentes (motor) ou mistos. 
Envolto por tecido conjuntivo – Epineuro: envolve o todo o nervo (axônio), tecido conjuntivo denso. Perineuro: envolve conjunto de axônios (fascículo), tecido conjuntivo denso. Endoneuro: envolve conjunto de fascículos, tecido conjuntivo frouxo. 
	•	Sistema nervoso autônomo (SNA)
Controle da musculatura lisa, ritmo cardíaco e secreção de certas glândulas; sofre influência do SNC. É uma rede de dois tipos de neurônios: o primeiro localizado no SNC, seu axônio entra em comunicação sináptica com o segundo neurônio, que está localizado no gânglio autônomo ou no interior de um órgão. As fibras nervosas que ligam o primeiro neurônio ao segundo são pré-ganglionares e as que partem do segundo neurônio para os efetores são pós-ganglionares.
É dividido em simpático, parassimpático e entérico (este apenas para o tubo digestório).
Caminho do impulso: neurônios do SNC → neurônios em gânglios do SNA ou diretamente no órgão (SNP) → fibras pós-ganglionares.
Sinapses pré-ganglionares têm como mediador a acetilcolina. Sinapses pós-ganglionares: simpático – noradrenalina; parassimpático – acetilcolina. 
	•	SNA simpático (divisão toracolombar do SNA):
Primeiro neurônio: medula espinhal. Fibras pré: raiz anterior (ventral) dos nervos espinais.
Segundo neurônio: em gânglios de cadeia simpática ou órgãos. Mediador químico nas sinapses pós-ganglionares: noradrenalina.
	•	SNA parassimpático (divisão craniossacral do SNA): 
Primeiro neurônio: encéfalo e porção sacral da medula espinhal. Fibras pré: nervos cranianos (III, VII, IX, X) e nervos sacrais.
Segundo neurônio: em gânglios parassimpáticos dentro dos órgãos. Mediador químico nas sinapses pós-ganglionares: acetilcolina.
	•	Substância branca e cinzenta do SNC
- Substância branca (central): fibras mielínicas, oligodendrócitos, astrócitos (predomina o fibroso), e células da micróglia.
 - Substância cinzenta (periferia, córtex): corpos de neurônios, fibras amielínicas, poucas mielínicas, oligodendrócitos, astrócitos (predomina o protoplasmático) e micróglia.
Cerebelo → substancia cinzenta é central – camada molecular; camada de células de Pürkinge (neurônio encontrados apenas no cerebelo); camada granulosa. 
	•	Degeneração e regeneração
Os neurônios não são capazes de se dividir, mas seus prolongamentos dentro de certos limites podem regenerar-se devido à atividade sintética dos respectivos pericários.

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