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ÍNDICE 
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 3 
QUEM SOU EU ................................................................................................................... 4 
AFINAL, O QUE É HIPNOSE? ..................................................................................... 5 
TIPOS DE HIPNOSE ............................................................................................................ 6 
MITOS ............................................................................................................................. 6 
UTILIZAÇÃO DA HIPNOSE ........................................................................................ 8 
TORNANDO-SE UM HIPNOTISTA! ........................................................................... 9 
O PRÍNCIPE E O MAGO.....................................................................................................10 
PRIMEIROS PASSOS ....................................................................................................11 
RAPPORT POSTURAL ........................................................................................................12 
POSTURA GLOBAL ............................................................................................................12 
MOVIMENTOS DA CABEÇA ...............................................................................................12 
GESTOS ............................................................................................................................13 
RESPIRAÇÃO .....................................................................................................................13 
COMO DOMINAR O RAPPORT POSTURAL ..........................................................................13 
RAPPORT TONAL ..............................................................................................................13 
SOBRE CONDUZIR.............................................................................................................14 
LOOP HIPNÓTICO ......................................................................................................15 
SIM! SIM! SIM! ...............................................................................................................16 
TESTES DE SUSCETIBILIDADE ...............................................................................17 
DEDOS MAGNÉTICOS ......................................................................................................18 
MÃOS MAGNÉTICAS .........................................................................................................20 
MÃOS COLADAS ...............................................................................................................21 
OLHOS COLADOS .............................................................................................................23 
O TRANSE HIPNÓTICO .............................................................................................25 
INDUÇÕES ....................................................................................................................27 
ESPIRAL ............................................................................................................................27 
INDUÇÃO DE DAVE ELMAN ..............................................................................................28 
APERTO DE MÃO FALSO DE BANDLER ..............................................................................34 
HAND DROP.....................................................................................................................35 
ARM PULL ........................................................................................................................36 
APROFUNDAMENTOS DO TRANSE .......................................................................37 
CONTAGEM ......................................................................................................................37 
ESCADA ............................................................................................................................38 
FRACIONAMENTO DE VOGT.............................................................................................38 
APLICANDO SUGESTÕES .........................................................................................40 
SIGNO-SINAL ................................................................................................................40 
ALGUMAS DICAS DE SUGESTÕES DE ENTRETENIMENTO .............................41 
COLA ................................................................................................................................41 
GAGUEJAR ........................................................................................................................41 
FALAR OUTRO IDIOMA .....................................................................................................41 
PESSOA AO LADO FEDE ....................................................................................................41 
SAPATO CELULAR .............................................................................................................41 
SUGESTÕES TERAPÊUTICAS RÁPIDAS (HYPNOTIC GIFT) ..............................42 
 
 
REMOÇÃO DE DORES ................................................................................................42 
AB-REAÇÃO ..................................................................................................................46 
AUTO HIPNOSE ...........................................................................................................47 
AUTO SUGESTÕES ............................................................................................................48 
DICAS DE LEITURA ....................................................................................................49 
CANAIS NO YOUTUBE ...............................................................................................50 
 
 3 
APRESENTAÇÃO 
Olá, 
Bem-vindo(a) a este curso prático de hipnose, onde você aprenderá os princípios e técnicas 
necessárias para dominar esta ferramenta incrível que lhe acrescentará em todas as áreas 
de sua vida, tanto pessoal quanto profissionalmente. Este é o seu primeiro passo dentro 
deste universo da hipnose, onde tanto existe para explorar, descobrir e desmitificar a seu 
respeito. Como todo assunto estudado, o aprendizado nunca deve parar então, após 
concluir este curso, sugiro que continue seus estudos independentes através de livros 
(indico alguns no final desta apostila) e novos cursos, nos quais você aprofundará seus 
conhecimentos e aprenderá novas técnicas. 
Espero que aproveite o curso e este material, que lhe servirá para futuras consultas e como 
um guia para tirar suas dúvidas. 
AVISO: Após este curso, você correrá o sério risco de querer sair hipnotizando todos à 
sua frente, em qualquer lugar que esteja. Faço minhas as palavras do saudoso Tio Ben: 
 4 
Quem sou eu 
Sou Ton Lucas, natural de Bragança 
Paulista, interior do Estado de São Paulo, 
residindo em Fortaleza-CE desde 1998. Iniciei 
minha carreira profissional a princípio em uma 
área bem diferente da atual: trabalhava como 
Instrutor de Mergulho e de Primeiros Socorros! 
Ao longo da vida, o interesse e fascínio 
pela psicologia sempre me acompanhou, até que 
resolvi deixar de lado as profundezas dos 
oceanos para me dedicar exclusivamente ao 
estudo das profundezas da mente humana. Após retornar de uma temporada de trabalho 
e mergulhos no Estado do RJ, ingressei na faculdade de psicologia. Logo no primeiro 
período da faculdade, houve a oportunidade de umcontato mais próximo com a hipnose, 
área na qual já me interessava em estudar desde criança, ao ver as apresentações do mítico 
Fabio Puentes nos programas de TV. 
Atualmente, após vários cursos de formação e muitos livros estudados, atuo como 
hipnoterapeuta e hipnotista, realizando trabalho com hipnodontia em um consultório 
odontológico e em atendimentos particulares com hipnoterapia para pacientes que buscam 
na Hipnose Clínica e Terapêutica uma excelência na qualidade de vida. Além disso, 
apresento um vlog no YouTube chamado HIPNOTIME, onde exponho vídeos e 
curiosidades sobre hipnose com uma linguagem informal, onde qualquer interessado pelo 
assunto pode compreender, mesmo sem nenhum conhecimento prévio na área. 
Além de acadêmico de psicologia, possuo formações em Hipnose Clínica, 
Hipnoanálise, Street Hypnosis, Instant Hypnosis, Regressão Terapêutica, entre outros. 
Possuo certificados internacionais pelo Atlantic Hypnosis Institute (Sean Michael Andrews) 
e DEHI - Dave Elman Hypnosis Institute, um dos mais renomados institutos de hipnose 
do mundo, presidido por Larry Elman – filho de Dave Elman e maior divulgador de suas 
técnicas atualmente. 
 
 
Para saber mais sobre meu trabalho, acesse: www.tonlucashipnose.com.br 
 
 5 
AFINAL, O QUE É HIPNOSE? 
“A hipnose é um modo natural de se induzir um estado de transe. E todos 
nós temos a habilidade de entrar em transe.” 
(Mestre Ariévlis) 
Quando se ouve a palavra "hipnose", normalmente esta é associada com alguma 
espécie de poder do hipnotizador sobre o hipnotizado, controle da mente e há, 
constantemente, uma aura e misticismo pelo fato desta estar associada a apresentações de 
ilusionismo e filmes que, muitas vezes, exageram e criam um sensacionalismo fictício a 
respeito deste fenômeno que não passa de algo natural que ocorre diariamente com todas 
as pessoas. 
O estado de transe hipnótico é frequentemente comparado ao estado de sono – daí 
vem o termo hypnos = sono – devido ao relaxamento profundo que ele provoca no sujeito 
hipnotizado. Porém, também existem estados hipnóticos em que este relaxamento não 
ocorre, fazendo com que o sujeito permaneça em estado de alerta e com total controle 
sobre sua musculatura. 
A Associação Americana de Psicologia define a hipnose como sendo um 
procedimento durante o qual um profissional de saúde ou pesquisador sugere a um cliente, 
paciente, ou sujeito que vivencie mudanças em sensações, percepções, pensamentos ou 
comportamento. Este contexto é iniciado após um procedimento de indução, em que 
sujeito necessita seguir instruções simples e manter sua atenção e concentração voltada para 
a voz do hipnotista a fim de que as mudanças aconteçam e o sujeito vivencie uma 
experiência na qual terá acesso a novas formas de processamentos e acesso a informações, 
modulação de respostas sensoriais, dentre outras alterações derivadas do funcionamento 
cerebral em estado hipnótico. Quando o sujeito está em transe, acontece de o córtex pré-
frontal, responsável pelo julgamento crítico, reduzir seu funcionamento fazendo com que 
as sugestões dadas pelo hipnotista atinjam diretamente os níveis inconscientes provocando 
mudanças fisiológicas imediatas. 
Existem algumas discussões a respeito da definição exata sobre o que é e o que não 
é hipnose, inclusive algumas teorias que dizem que hipnose se trata de um estado alterado 
de consciência que precisa ser induzido por alguém, chamadas de Teorias de Estado, e 
outras que dizem se tratar apenas de um fenômeno natural em que a atenção fica 
concentrada, chamadas de Teorias de Não Estado. 
 6 
Tipos de hipnose 
Hoje em dia muito se fala em vários tipos e “sobrenomes” para a hipnose que, na 
verdade, é tudo a mesma coisa. O que podemos diferenciar é a forma como abordar as 
induções e sugestões, então temos a Hipnose Clássica ou Direta, tendo como seu principal 
representante Dave Elman (1900 – 1967), terapeuta americano que ficou famoso pelos 
seus métodos de indução e por treinar diversos médicos e dentistas, e a Hipnose 
Ericksoniana ou Indireta, tendo como representante Milton Hyland Erickson (1901 – 
1980), psiquiatra norte americano que nunca se identificou com nenhuma abordagem 
psicoterapêutica da psicologia e se utilizava de sugestões e induções indiretas durante as 
sessões de terapia, pois acreditava que todo ser humano já possui dentro de si os recursos 
necessários para a resolução de seus problemas, e que o terapeuta seria apenas um 
catalisador deste processo. 
MITOS 
“O hipnotismo é uma ciência fascinante. Aos olhos da grande maioria, o 
hipnotista ainda se apresenta como o homem que faz dormir e que impõe a 
sua vontade à vontade dos outros. É o homem que tem força. E uma força 
toda especial, universalmente ambicionada.” 
(Karl Weissmann) 
 
A hipnose ainda é vista pelo senso comum com um certo preconceito, devido a ideias 
erradas a respeito deste fenômeno. Como hipnotista, você também terá como dever 
desmitificar e tirar as dúvidas das pessoas que lhe procurarem. 
A seguir, alguns dos principais mitos
1
: 
 
1. Hipnose é sono? 
Não. Apesar de a maioria dos hipnotistas usar a palavra “durma” e “sono” 
durante o processo, isto são apenas metáforas para que o sujeito entenda que 
deve relaxar profundamente, COMO SE FOSSE dormir. A atividade cerebral 
de uma pessoa hipnotizada é tão alta quanto alguém que se encontra em vigília. 
 
1 Em meu vlog HIPNOTIME, tenho um vídeo em que falo sobre alguns mitos. Procure no YouTube 
por “HipnoTime #V – 5 Mitos sobre Hipnose” 
 
 7 
2. Na hipnose, eu perco a consciência? 
Não. Durante a hipnose as pessoas estão conscientes do que está acontecendo 
no meio ambiente em torno, e com a atenção concentrada no hipnotista e na sua 
voz. 
 
3. Hipnose é considerada uma técnica esotérica? 
Não. Hipnose é um fenômeno neurofisiológico legítimo, onde o funcionamento 
do cérebro possui características muito especiais. Tais características, únicas, 
podem ser verificadas por alterações em eletroencefalograma no decorrer de todo 
estado hipnótico e visivelmente por manifestações não presentes em outros estados 
de consciência, como rigidez muscular completa, anestesia, hipermnésia (reforço 
da memória) e determinados tipos de alterações de percepção. A hipnoterapia usa 
as vantagens de trabalhar com o cérebro neste estado para ajudar as pessoas. 
 
4. Todos são hipnotizáveis? 
Sim, todos. Considerando que a hipnose ocorre na vida diária, todas as pessoas 
são hipnotizáveis em algum momento, em alguma situação e em certas 
circunstâncias. Porém, existem pessoas que são naturalmente mais sensíveis do 
que outras. 
 
5. Existe pessoas que não podem ser hipnotizadas? 
Sim. Sujeitos com transtornos mentais psicóticos e epiléticos devem ser evitadas. 
Isto não significa que não possam ser hipnotizados, porém exige habilidades mais 
avançadas do hipnotista, que não serão abordadas neste curso. 
 
6. Uma pessoa pode “não voltar” do transe? 
Voltar de onde? O sujeito não vai para lugar nenhum! Não existe nenhum relato 
de alguém que ficou preso no transe e nunca mais saiu. 
 
7. Segredos podem ser revelados? 
Durante o transe, a mente possui um mecanismo de vigilância que preserva a 
integridade do sujeito e não permite que seja revelado algo que ele não esteja 
disposto a falar durante a sessão. 
 8 
UTILIZAÇÃO DA HIPNOSE 
 
A hipnose é uma ferramenta que pode ser empregada em infinitas áreas da vida 
cotidiana, até mesmo para quem não tem interesse em se profissionalizar no assunto. Por 
se tratar de uma comunicação aprimorada, ela pode ser usada em vendas, apresentação deseminários, palestras, etc. 
Para quem se interessa na parte de entretenimento, ela é bastante utilizada por 
mágicos em suas apresentações para incorporar um elemento a mais ao show, em que a 
plateia participa de forma ativa e pode ter a chance de experienciar um fenômeno mental 
totalmente real e ainda se beneficiar disso, caso o hipnotista dê um “presente hipnótico” 
ao final da apresentação. Alberto Dell’Isola fala sobre as apresentações de palco em seu 
livro “Mentes Fantásticas”, de 2014: “A grande mídia televisiva jamais teria interesse em 
abordar o tema hipnose caso os shows não existissem. Após o show, o hipnotista terá a 
oportunidade de apresentar as outras aplicações da hipnose, como por exemplo na inibição 
da dor ou como ferramenta psicoterápica.” 
Há também quem goste de fazer demonstrações de hipnose nas ruas, na modalidade 
conhecida como Street Hypnosis, em que pessoas desconhecidas são abordadas 
aleatoriamente e, com o devido consentimento, são hipnotizadas e surpreendem-se com o 
próprio poder de suas mentes. 
Para aprender técnicas de rapport rápido, induções rápidas e instantâneas e rotinas 
aplicadas para hipnose de rua, sugiro que procure um curso específico. 
Agora, sem dúvida alguma, as áreas em que a hipnose é aplicada com resultados 
incríveis e surpreendentes, são nas abordagens clínica, médica e terapêutica. Os conselhos 
de Psicologia, Medicina, Odontologia e Fisioterapia reconhecem a hipnose como 
ferramenta de auxílio em procedimentos. Vale ressaltar que hipnose em si não é uma 
terapia! Na psicologia, ela é usada em qualquer abordagem psicoterápica como uma 
catalisadora de processos, os quais sem ela demorariam bem mais tempo para se 
resolverem. 
Para saber mais sobre hipnose clínica e hipnoterapia, procure um curso de 
formação na área. 
Na medicina, odontologia e fisioterapia, ela pode ser utilizada para diversos fins, tais 
como: 
 
 
 9 
a) Alívio de dores, produzindo analgesia ou anestesia; 
b) Nos diferentes setores da clínica e cirurgia, notadamente em obstetrícia; 
c) Como tranquilização para o alívio dos estados de ansiedade a apreensão, 
qualquer que seja a sua causa; 
d) Em qualquer condição na qual a psicoterapia possa ser útil; 
e) No controle de alguns hábitos (ex.: tabagismo e alcoolismo); 
f) Auxílio no emagrecimento; 
g) Experimentalmente em qualquer pesquisa, no campo psicológico e/ou 
neurofisiológico, e outros. 
 
TORNANDO-SE UM HIPNOTISTA! 
“Conheci um homem que não acreditava em magia até descobrir que ele 
próprio era um mago.” 
(Augusto Branco) 
 
Para que você se torne um bom hipnotista, seja atuando em qualquer área, tenha 
sempre algo em mente: hipnose não é infalível! 
Por se tratar de um fenômeno psíquico, é de extrema importância que o sujeito se 
envolva ativamente no processo e o hipnotista esteja seguro do que vai fazer, caso contrário 
se tornará mais difícil que algo aconteça. Seja numa apresentação de palco, demonstração 
na rua ou na clínica, é importante que o hipnotista saiba contornar uma situação que não 
saiu como o esperado e reverter para que se obtenha sucesso. Vários fatores podem 
contribuir para a “falha”: fatores ambientais, falta de concentração do sujeito, falta de 
confiança no hipnotista, estado emocional do sujeito naquele momento, dentre outros. 
Para isso, é necessário que se conheça e domine várias técnicas, pois a indução que é eficaz 
para uma pessoa pode não surtir nenhum efeito em outra, e vice-versa. Quando se tem 
apenas um martelo na mão, todo problema em sua frente será visto como prego, e as coisas 
não são bem assim. Tenha sempre um conjunto de ferramentas à sua disposição! 
Em minha experiência nos caminhos da hipnose, houve algo que aprendi e que fez 
toda a diferença em minhas apresentações e atendimentos: vestir sempre a roupa do mago! 
Esta metáfora reproduzida no livro “A Estrutura da Magia – Um Livro sobre Linguagem e 
Terapia”, de Richard Bandler e John Grinder, extraído originalmente de “The Magus”, de 
 10 
John Fowles, me foi apresentada por Alberto Dell’Isola e desde então a utilizo para 
aumentar a auto confiança e fazer com que a magia da hipnose aconteça: 
O Príncipe e o Mago 
 
Era uma vez um jovem príncipe, que acreditava em tudo, exceto em três coisas. Não 
acreditava em princesas, não acreditava em ilhas, não acreditava em Deus. Seu pai, o rei, 
disse-lhe que tais coisas não existiam. Como não havia princesas ou ilhas nos domínios de 
seu pai, e nenhum sinal de Deus, o príncipe acreditou no pai. 
Um dia, porém, o príncipe fugiu do palácio e dirigiu-se ao país vizinho. Lá, para seu 
espanto, viu ilhas por toda a costa, e nessas ilhas viu criaturas estranhas e perturbadoras, às 
quais não se atreveu a dar nome. Quando estava procurando um barco, um homem vestido 
de noite dele se aproximou na beira da praia. 
- Estas ilhas são de verdade? – perguntou o jovem príncipe. 
- Claro que são ilhas verdadeiras – disse o homem vestido de noite. 
- E aquelas estranhas e perturbadoras criaturas? 
- São todas autênticas e genuínas princesas. 
- Então, também Deus deve existir! – bradou o príncipe. 
- Eu sou Deus – replicou o homem vestido de noite, com uma reverência. O jovem 
príncipe retornou a casa tão depressa quanto pôde. 
- Então, estais de volta – disse o pai, o rei. 
- Vi ilhas, vi princesas, vi Deus – disse o príncipe num tom reprovador. 
O rei não se abalou. 
- Não existem ilhas de verdade, nem princesas de verdade, nem um Deus de verdade. 
- Eu os vi! 
- Diga-me como Deus estava vestido. 
- Deus estava todo vestido de noite. 
- As mangas de sua túnica estavam arregaçadas? 
- O príncipe lembrou-se que estavam. O rei sorriu. 
- Isso é o uniforme de um mago. Você foi enganado. 
Com isso, o príncipe retornou ao país vizinho e foi para a mesma praia, onde mais 
uma vez encontrou o homem todo vestido de noite. 
- Meu pai, o rei, contou-me quem és – disse o príncipe indignado. – Tu me enganaste 
da última vez, mas não o farás novamente. Agora sei que estas não são ilhas de verdade, 
nem aquelas criaturas são princesas de verdade, porque tu és um mago. 
 11 
O homem da praia sorriu. 
- És tu que estás enganado, meu rapaz. No reino de teu pai existem muitas ilhas e 
muitas princesas. Mas tu estás sob o encanto de teu pai, logo não podes vê-las. 
O príncipe, cabisbaixo, voltou para casa. Quando viu o pai, fitou-o nos olhos. 
- Pai, é verdade que tu não és um rei de verdade, mas apenas um mago? 
O rei sorriu e arregaçou as mangas. 
- Sim, meu filho, sou apenas um mago. 
- Então o homem da praia era Deus. 
- O homem da outra praia era outro mago. 
- Tenho de saber a verdade, a verdade além da magia. 
- Não há verdade além da magia – disse o rei. 
O príncipe ficou profundamente triste. 
- Eu me matarei – disse ele. 
O rei, pela magia, fez a morte aparecer. A morte ficou junto à porta e acenou para o 
príncipe. O príncipe estremeceu. Lembrou-se das ilhas belas mas irreais e das princesas 
belas mas irreais. 
- Muito bem – disse ele – eu aguento com isto. 
- Vê, meu filho – disse o rei – tu, também, agora começas a ser um mago. 
 
PRIMEIROS PASSOS 
Rapport 
“Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que 
você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. É a capacidade 
de ir totalmente do seu mapa do mundo para o mapa do mundo dele. É a 
essência da comunicação bem-sucedida.” 
(Anthony Robbins) 
 
Com quem você se sente mais confortável ao conversar, com alguém completamente 
diferente de você ou com alguém que parece lhe compreender, movimenta-se de forma 
parecida, usa o mesmo tom de voz, vocabulário e parece sentir exatamente o quevocê está 
sentindo naquele momento? Acredito que seja a segunda opção! 
 12 
Estabelecer rapport é justamente esse ato de fazer com que a outra pessoa se sinta 
segura com o hipnotista pois, sem isso, dificilmente ela se entregará ao processo de forma 
eficaz. Para isso acontecer, nos dispomos de algumas técnicas valiosas: 
 
Rapport postural 
* Retirado do livro “Os Segredos da Hipnose Conversacional”, de Luiz Souza. 
 
Primeiramente você vai espelhar (copiar) os movimentos do corpo, de forma muito 
sutil. Fazendo isso você estará “acompanhando” a pessoa. Você vai observar e sincronizar 
os seguintes aspectos: 
 
Postura global 
 
 De pé ou sentado; 
 Peito aberto ou ombros caídos; 
 Encolhido ou “espaçoso”. 
 
Tome cuidado para não parecer uma caricatura. Se você fizer os movimentos de 
forma brusca, a outra pessoa pode perceber e achar que você a está desrespeitando. 
Quando a outra pessoa mudar a posição, você pode esperar por um tempo antes de 
sincronizar. Uma boa forma de observar os movimentos das outras pessoas é usar a sua 
visão periférica. 
 
Movimentos da cabeça 
 
Agora que você está habituado a movimentar a postura global, você fará o mesmo 
com os movimentos da cabeça. Se a pessoa tende a ficar com a cabeça inclinada, sincronize. 
Se ela costuma fazer movimentos para o lado enquanto fala, faça o mesmo. Se ela fica com 
a cabeça parada meio de lado, copie. Acompanhe! 
 13 
Gestos 
 
Chegou a hora de espelharmos os gestos. Se a pessoa mantém os braços quase 
parados, faça o mesmo. Se ela gesticula fazendo movimentos bem abertos, sincronize. 
Observe os gestos, eles são longos ou curtos? 
 
Respiração 
 
Observe a respiração do seu interlocutor, ela é alta (no peito) ou profunda (na 
barriga)? 
 
Como dominar o rapport postural 
 
Depois de cumprir cada item da lista, você poderá combinar dois itens de cada vez 
para treinar, por exemplo: Postura Global e Movimentos da Cabeça. Exercite isso até 
dominar todos os itens da lista. 
Depois que você se tornar um especialista em Rapport postural, poderá passar para 
o Rapport Tonal... 
 
Rapport tonal 
 
Outra coisa que você deverá espelhar é a voz do seu interlocutor. São quatro itens 
para observar e espelhar durante a conversa. São estes os aspectos da voz: 
 
• Tom de voz: a pessoa fala alto ou baixo? 
• Velocidade da voz: a pessoa fala rápido ou devagar? 
• Profundidade da voz: ela respira fundo antes de falar? 
• Ritmo da fala: ela fala mecanicamente ou quase cantando? 
 
 
 14 
Sobre conduzir 
 
Depois de estabelecer rapport, você poderá mudar seus movimentos e vai perceber 
que o seu interlocutor irá segui-lo. Isso mesmo, num nível inconsciente, você estará 
conduzindo a outra pessoa e ela vai espelhar você. Não é incrível? 
 
Acompanhe-o e, em seu tempo, conduza-o de acordo com seu ritmo. 
 
Toque não sexual 
“Não é novidade alguma dizer que utilizamos de nossos cinco sentidos para 
compreender o mundo a nossa volta. No entanto, frequentemente usamos apenas dois 
desses sentidos: a visão e a audição. O tato, olfação e gustação são frequentemente 
esquecidos – apesar de também serem importantes em nosso dia-a-dia. 
O que poucos percebem é que a importância do tato vai bem além da mera 
identificação de pessoas e objetos. Pesquisas indicam que até mesmo o mais leve toque no 
braço de outra pessoa pode ser lucrativo, tornar as pessoas mais solícitas ou até mesmo 
tornar as pessoas mais propensas a responder a um chato questionário de uma pesquisa. 
[...]” (DELL’ISOLA, 2014) 
Para utilizarmos este conhecimento a nosso favor e melhorar o estabelecimento do 
rapport, é recomendado que, ao iniciar a conversa com o sujeito ou abordar um 
desconhecido na rua, se aplique um leve toque com dois dedos em seu pulso, cotovelo ou 
ombro. Isto faz com que o sujeito, inconscientemente, se abra melhor às suas ideias e 
colabore melhor com o processo hipnótico. 
 
Pré-Talk 
 
Pré-talk ou Conversa Prévia é o momento em que você irá preparar seu sujeito para 
o processo hipnótico, fazendo com que ele crie um contexto mental adequado e gere a 
expectativa de que ele será hipnotizado. Neste ponto, é importante que você explique 
rapidamente sobre o que é a hipnose e fale sobre alguns dos mitos mais comuns que possa 
causar algum receio. Falar que ele não perderá o controle, não fará nada que seja contra 
 15 
sua vontade (apesar de sabermos que isso é possível em algum nível, JAMAIS REVELE 
isso aos seus sujeitos, pois você quer hipnotiza-lo, e não ensinar sobre hipnose!), não 
revelará segredos e nem ficará hipnotizado para sempre geralmente são o suficiente para 
tranquilizar e aumentar a receptividade do sujeito. Durante o pré-talk é o momento em 
que você deve mostrar que realmente entende do assunto, domina todas as técnicas 
necessárias e que vai hipnotizá-lo com segurança, pois isso já faz parte de seu cotidiano. 
Também deixe explícito que a experiência a qual ele passará será inesquecível e trará 
benefícios a ele. Igor Ledochowski ensina que é importante termos sempre um 
pensamento em mente: “queremos proporcionar algo PARA o sujeito, e não queremos 
algo DELE.” 
Se mesmo depois de ter tudo esclarecido, o sujeito demonstrar que realmente não 
deseja passar pela experiência, não insista. Lembre-se que você está usando sua roupa do 
mago! 
 
LOOP HIPNÓTICO 
James Tripp, em seu artigo “Hypnosis Beyond the Trance Myth”, fala sobre o loop 
hipnótico, um mecanismo fundamental no fenômeno hipnótico. Ele se trata de um loop 
perpétuo que ocorre naturalmente no processo cognitivo, e como hipnotista você deve 
aproveitar isso e usar para levar o sujeito até a realidade alterada que deseja que ele entre, 
seja em um contexto de entretenimento ou na clínica. 
O loop é composto por 4 elementos: CRENÇA, IMAGINAÇÃO, FISIOLOGIA 
(na verdade, é neurofisiologia) e EXPERIÊNCIA. E ainda existe um outro elemento 
fundamental para alimentar o loop: EXPECTATIVA. Quando se gera a expectativa de 
CRENÇA
IMAGINAÇÃO
FISIOLOGIA
EXPERIÊNCIA
 16 
que algo diferente vai acontecer, conseguimos catalisar os processos e torna-los mais fortes 
no momento em que os fenômenos acontecerem. 
Levando em consideração que hipnose não se trata de CONTROLE mental, e sim 
de INFLUÊNCIA mental, podemos inserir o sujeito nesse loop em qualquer um dos 4 
pontos. Por exemplo, quando fazemos a rotina da mão colada e damos a sugestão de que 
estamos passando uma cola muito forte entre seus dedos, estimulamos sua imaginação e 
nos utilizamos do fator fisiológico que naturalmente mantém as mãos presas devido à 
posição em que se encontram. Consequentemente, o sujeito vive uma experiência de que 
as mãos estão realmente coladas e aumenta sua crença de aquilo que está acontecendo é 
real. Esse ciclo se repete durante todo o processo e devemos manter o sujeito sempre 
dentro deste loop para que as experiências sejam ainda melhores. 
 
SIM! SIM! SIM! 
* Retirado do livro “Mentes Fantásticas”, de Alberto Dell’Isola. 
 
Em hipnose, é importante que o sujeito tenha engajamento e conformidade em 
relação aos comandos que você irá dirigir ao sujeito. Uma das formas de se conseguir isso 
é por meio de algo conhecido como “yes set”. Em português, seria algo como “conjunto 
de sim”. 
O princípio por trás do “yes set” é bem simples. Você faz perguntas óbvias cuja 
resposta certamente será um “sim”. Além disso, pode simplesmente dar pequenos 
comandos. Ao obedece-los, ela está automaticamente dizendo um “sim” aos seus 
comandos. O ideal é que, antes de qualquer teste de suscetibilidade, o sujeito já tenha tido 
“sim” ou obedecido a algum de seus comandospor no mínimo quatro vezes. 
Esse é o motivo pelo qual os hipnotistas geralmente iniciam a hipnose pedindo para 
os sujeitos deixarem os pés juntos no chão (primeiro sim), juntarem as mãos (segundo sim), 
esticarem os braços (terceiro sim) e assim por diante. Quando estou hipnotizando alguém, 
frequentemente peço para o sujeito mudar de lugar: “Venha para cá”. Esse costuma ser o 
primeiro dos meus “sim”. 
 
 
 17 
TESTES DE SUSCETIBILIDADE 
 
Depois de você estar de posse de sua roupa do mago, ter estabelecido um rapport 
com seu sujeito e feito um pré-talk adequado, está na hora de começar o processo hipnótico 
propriamente dito. O primeiro passo é aconselhável que se teste a suscetibilidade de seu 
sujeito, e existem algumas técnicas para isso, que detalharei em seguida. Tenha em mente 
que caso seu sujeito não passe no primeiro teste ou em nenhum consecutivo, isso não 
significa que ele não pode ou não tem capacidade de ser hipnotizado, talvez o contexto em 
que vocês se encontram não seja o mais adequado naquele momento, pois existem pessoas 
que não se sentem à vontade na frente de outras ou em determinados tipos de locais. Deixe 
isso esclarecido para que ele não saia com uma falsa crença limitante. 
 
IMPORTANTE: Jamais fale ao seu sujeito que irá fazer um “teste” com ele, pois 
existem pessoas que não se dão bem com esta palavra e se colocam de modo como se 
corressem o risco de serem reprovadas. Já outras pessoas se sentem desafiadas ao 
perceberem que estão sendo testadas, e isso não é bom. Um termo que gosto muito de 
utilizar é exercício (ou brincadeira) de imaginação e concentração, pois isso já o coloca 
dentro do loop. 
 
DICA: Quando estiver executando qualquer rotina que envolva a perda de controle 
de alguma parte do corpo (colar as mãos, colar os olhos, braço rígido, etc.), se refira ao 
membro de forma distanciada e dissociada, de modo que o sujeito assimile que não tem 
mais o controle sobre ele. Por exemplo: invés de dizer “SUAS mãos estão ficando coladas”, 
diga “ESTAS mãos estão ficando coladas”, pois quando se diz que as mãos são dele, 
significa que ele tem o controle sobre elas, e isso pode levar à falha da rotina. 
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Dedos Magnéticos 
 
Peça ao sujeito que estique os dois braços, conforme a foto, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
em seguida, peça que junte as mãos e entrelace os dedos bem firmes [é importante 
que os dedos fiquem bem juntos e firmes] ... 
 
 
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Dobre os braços... 
 
 
Agora, peça que o sujeito estique os dois dedos indicadores formando um espaço de 
aproximadamente 2cm e se concentre neste espaço, enquanto dispara a sugestão de que, 
em algum momento, esses dedos irão se tocar, como se possuíssem 2 ímãs se atraindo. Dê 
a sugestão sincronizada e no tempo correto, pois o elemento fisiológico fará com que os 
dedos se toquem rapidamente, e a rotina pode perder a efetividade caso isso aconteça antes 
de você falar o que vai acontecer. 
 
 
 20 
OBS: esta rotina também pode ser utilizada com a sugestão de que existe um 
parafuso entre os dedos e, quanto mais você aperta, mais os dedos se juntam. Para fechar, 
a fisiologia sempre ajuda, mas se você sugerir que agora vai abrir o parafuso e os dedos se 
abrirem, o sujeito já está respondendo a comandos puramente hipnóticos e provavelmente 
já se encontra em transe. 
 
Mãos magnéticas 
 
Peça ao sujeito que estique os braços com as palmas das mãos viradas para dentro, 
como a imagem abaixo: 
 
Diga que imagine dois ímãs em suas mãos, um positivo de um lado e um negativo 
em outro, e dispare sugestões de que esses ímãs vão ganhando cada vez mais força e as 
mãos vão se aproximando involuntariamente cada vez mais e, em algum momento, elas se 
tocarão. Estimule a imaginação sempre. 
 
 
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Mãos Coladas 
 
Este teste é bastante utilizado por hipnotistas de palco e em apresentações de TV 
para testar coletivamente o público antes de chamar os mais suscetíveis para participar da 
apresentação. Por possuir um elemento fisiológico forte devido a posição inicial das mãos 
e braços, ela se torna bem eficaz para que o sujeito entre no loop. 
 
Peça ao sujeito para entrelaçar os dedos das duas mãos, manter os braços esticados, 
e fixar o olhar em um ponto determinado, conforme a foto abaixo: 
 
 
 
Diga que irá passar entre os dedos uma cola bem forte de secagem instantânea, como 
uma Super Bonder e irá fazer uma contagem de 1 a 10 e, somente no 10, ele irá tentar 
soltar as mãos e não vai conseguir. Utilize o script abaixo como guia: 
 
“Muito bem, agora farei uma contagem de 1 a 10 e, somente no 10, você irá tentar 
soltar as mãos e não vai conseguir, pois a cola estará completamente seca e esses dedos 
completamente colados. 1... eu vou passando a cola... 2... ainda mais cola... 3... quanto 
mais eu conto, mais colado fica... 4... completamente colados... 5 e a cola vai secando cada 
vez mais e esses dedos já estão cada vez mais colados... 6... 7... a cola já está completamente 
 22 
seca e os dedos já estão colados... 8... completamente colados... 9... se imagine tentando 
soltar e não conseguindo, e quanto mais força faz, mais colado fica... 10! TENTA 
SOLTAR E NÃO CONSEGUE! TENTA SOLTAR E NÃO CONSEGUE! QUANTO 
MAIS FORÇA FAZ, MAIS COLADO FICA!” 
 
Quando o sujeito afirmar que as mãos estão mesmo coladas, solte-as hora que quiser, 
dizendo que vai fazer uma contagem de 1 a 3 e, no 3, elas se soltam. 
 
DICA: Se perceber que o sujeito está soltando as mãos, mande-o parar e pergunte 
se está difícil (provavelmente ele dirá que sim), então reafirme que essa dificuldade é devido 
a cola e faça a contagem de 1 a 3 para soltar. Isso o faz crer que realmente colou e só soltou 
devido a seu comando, realimentando o loop hipnótico. 
 
Existe uma outra forma de colar as mãos em que a fisiologia atua bem menos na 
sugestão, portanto se as mãos colarem nesta posição, certamente o sujeito já se encontra 
em transe. Segue o roteiro: 
 
Peça ao sujeito que estique as mãos, entrelace os dedos e fixe o olhar num ponto 
determinado, como na foto abaixo: 
 
 
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Diga que irá passar entre os dedos uma cola bem forte de secagem instantânea, como 
uma Super Bonder e irá fazer uma contagem de 1 a 10 e, somente no 10, ele irá tentar 
soltar as mãos e não vai conseguir. Utilize o script abaixo como guia: 
 
“Muito bem, agora farei uma contagem de 1 a 10 e, somente no 10, você irá tentar 
soltar as mãos e não vai conseguir, pois a cola estará completamente seca e esses dedos 
completamente colados. 1... eu vou passando a cola... 2... ainda mais cola... 3... quanto 
mais eu conto, mais colado fica... 4... completamente colados... 5 e a cola vai secando cada 
vez mais e esses dedos já estão cada vez mais colados... 6... 7... a cola já está completamente 
seca e os dedos já estão colados... 8... completamente colados... 9... se imagine tentando 
soltar e não conseguindo, e quanto mais força faz, mais colado fica... 10! TENTA 
SOLTAR E NÃO CONSEGUE! TENTA SOLTAR E NÃO CONSEGUE! QUANTO 
MAIS FORÇA FAZ, MAIS COLADO FICA!” 
 
Quando o sujeito afirmar que as mãos estão mesmo coladas, solte-as hora que quiser, 
dizendo que vai fazer uma contagem de 1 a 3 e, no 3, elas se soltam. 
Olhos colados 
 
Peça ao sujeito que esfregue os dedos indicadores e polegares de ambas as mãos e 
sinta-os esquentar, como na foto abaixo: 
 
 
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No momento em que sentir os dedos quentes, peça para que feche os olhos, esfregue 
os dedos sobre as pálpebras e mantenha-os fechados. Neste momento, diga “esqueci de 
lhe dizer, mas em seus dedos havia uma cola muitopoderosa e você acabou de passar em 
seus olhos, e agora eles estão completamente colados” (se já tiver feito a rotina da mão 
colada anteriormente, pode dizer que é a mesma cola que estava nas mãos). Enquanto diz 
a frase, levante as sobrancelhas do sujeito com seus dedos, como na figura: 
 
 
 
Continue alimentando a sugestão dizendo “TENTA ABRIR OS OLHOS, MAS 
NÃO CONSEGUE! QUANTO MAIS FORÇA FAZ, MAIS COLADO FICA!” 
 
Quando você perceber que o sujeito está fazendo uma força além do comum para 
abrir os olhos e não consegue, faça uma contagem de 1 a 3 e, no 3, diga que pode abrir. 
 
 
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O TRANSE HIPNÓTICO 
 
Você já esteve assistindo a um filme e se desligou de tudo que acontecia ao seu redor? 
E, enquanto assistia a esse filme, sentiu mudanças fisiológicas ocorrendo, como suar frio, 
taquicardia ou se emocionar com a estória? Se suas respostas a essas perguntas foram 
positivas, você já vivenciou um estado natural de transe! 
Quando fazemos uma indução formal, nosso objetivo é levar o sujeito a este estado 
de consciência para que possamos aplicar as sugestões sem a interferência do fator crítico, 
fazendo com que a aceitação das mesmas seja mais intensa pela mente inconsciente do 
hipnotizado. Seja para fins de entretenimento ou terapêutico, é importante que o hipnotista 
ou hipnoterapeuta saiba reconhecer quando o sujeito se encontra realmente em transe e 
não está assumindo algum comportamento apenas para “agradar”. 
A escala Lecron – Bordeaux, classifica os níveis de transe em Hipnoidal, Leve, 
Médio e Profundo ou Sonambúlico. Abaixo, segue uma tabela com estes diferentes 
estágios e suas respectivas mudanças fisiológicas: 
 
 
 
HIPNOIDAL
•Relaxamento Físico
•Aparente sonolência
•Tremor das pálpebras
•Fechamento dos olhos
•Relaxamento mental e letargia mental parcial
•Membros pesados
LEVE
•Catalepsia ocular
•Catalepsia parcial dos membros
•Inibição de pequenos grupos musculares
•Respiração mais lenta e mais profunda
•Lassidão acentuada (pouca inclinação a se mover, pensar, agir)
•Contrações espasmódicas da boca e do maxilar durante a indução
•Rapport entre o sujeito e o operador
•Simples sugestões pós-hipnóticas
•Contrações oculares ao despertar
•Mudanças de personalidade
•Sensação de peso no corpo inteiro
•Sensação de alheamento parcial
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Dentro desse esquema tem de se levar em conta as variantes das reações 
individuais, pois algumas pessoas apresentam sintomas do transe profundo já no transe 
leve, ou podem deixar de apresentar em qualquer uma das fases. 
 
MÉDIO
•O paciente reconhece estar no transe, e sente, embora não o descreva
•Inibição muscular completa
•Amnésia parcial
•Anestesia de luva (da mão)
•Ilusões cinestéticas
•Ilusões do gosto
•Alucinações olfativas
•Hiperacuidade das condições atmosféricas
•Catalepsia geral dos membros e do corpo inteiro
PROFUNDO OU SONAMBÚLICO
•O paciente pode abrir os olhos sem afetar o transe
•Olhar fixo, esgaseado e pupilas dilatadas
•Sonambulismo
•Amnésia completa
•Amnésia pós-hipnótica sistematizada
•Anestesia completa
•Anestesia pós-hipnótica
•Sugestões pós-hipnóticas bizarras
•Movimentos descontrolados do globo ocular, movimentos descoordenados
•Sensações de leveza, estar flutuando, inchando e alheamento
•Rigidez e inibição nos movimentos
•O desaparecimento e a aproximação da voz do operador.
•Controle das funções orgânicas, pulsação do coração, pressão sanguínea, digestão,
etc.
•Hipermnésia (lembrar coisas esquecidas)
•Regressão de idade
•Alucinações visuais positivas pós-hipnóticas
•Alucinações visuais negativas pós-hipnóticas
•Alucinações auditivas positivas pós-hipnóticas
•Alucinações auditivas negativas pós-hipnóticas
•Estimulação de sonhos (em transe ou pós hipnoticamente no sono normal)
•Hiperestesias
•Sensações cromáticas (cores)
•Condição de estupor inibindo todas as atividades espontâneas. Pode sugerir-se o
sonambulismo para esse efeito.
 27 
INDUÇÕES 
“Qualquer estado singular de atenção altamente focalizada é de fato um 
transe.” 
(Stephen Paul Adler) 
 
Aqui, vamos ver como fazer a aplicação de algumas das induções que eu 
particularmente gosto de utilizar e tem se mostrado bastante eficazes. Lembre-se que antes 
de qualquer indução é de extrema importância que você já tenha estabelecido rapport 
adequadamente com o sujeito a ser hipnotizado. 
 
Espiral 
 
Esta indução é bastante conhecida no Brasil devido a seu uso por Fabio Puentes nos 
programas de TV. Se trata de uma fixação ocular e pode ser seguida de uma quebra de 
padrão. 
 
Se coloque diante do sujeito, estique a ponta de seu dedo indicador a uma distância 
de aproximadamente 50cm e peça para que se concentre apenas nela... 
 
Enquanto gira o dedo em forma de espiral, vá aproximando lentamente do rosto do 
sujeito, enquanto dispara as sugestões: 
 
 28 
“Apenas com o olhar, sem mover a cabeça, observe o dedo girando em forma de 
espiral... Enquanto ele se aproxima, seus olhos vão ficando cansados... pesados... cada vez 
mais pesados... A vontade de piscar vai aumentando e o sono é bem profundo...” 
 
Quando perceber que a vista do sujeito está desfocada e o pestanejamento estiver 
eminente, cubra seus olhos e dê o comando “DURMA!”. 
 
 
Indução de Dave Elman 
* Roteiro retirado do livro Mentes Fantásticas, de Alberto Dell’Isola. 
 
[Essa rotina deve ser realizada com o sujeito assentado] 
 
Por favor, assente-se nessa cadeira. 
 
[Após ele assentar-se] 
 
Muito bem. Agora, descanse seus braços e suas mãos sobre suas coxas. 
 
[Oriente o sujeito para ficar na posição indicada na foto abaixo. Essa rotina envolverá 
alguns toques no pulso, ombro e testa do sujeito. Lembre-se de alertá-lo quanto a isso] 
 29 
 
 
 
Inspire profundamente e segure o ar... 
 
[aguarde cerca de dois segundos] 
 
Isso... Enquanto solta o ar, feche os olhos e relaxe. Eu quero que você relaxe todos 
os pequenos músculos e nervos e em torno de seus olhos. Eu quero que você relaxe-os a 
ponto de que, enquanto o relaxamento continuar, eles simplesmente mantenham-se 
fechados... Quando achar que seu relaxamento já chegou a esse ponto, faça um pequeno 
teste e verifique que seus olhos realmente não abrem devido a todo esse relaxamento... 
 
[Aguarde a testagem. Se o sujeito abrir os olhos, não se preocupe. Basta que você 
reaja normalmente e diga] 
 
Muito bem. Você se lembra quando eu disse que hipnose é um processo 
inteiramente consciente? Você quis abrir seus olhos e eles se abriram. Agora, quero que 
você faça um teste diferente. No primeiro teste, você os testou para ver se eles abririam. 
Agora, quero que você realize um segundo teste, um teste de que eles não vão funcionar. 
E no momento em que você tiver certeza que eles não abrirão, prove para si mesmo que 
você é capaz de tentar e não abri-los. Tente mais uma vez e prove para si mesmo que eles 
não abrirão. 
 
 30 
[Alguns sujeitos abrirão os olhos ainda mais uma vez. Nesse caso, você pode 
simplesmente encaixar outra rotina de indução completamente diferente. Após verificar 
uma tentativa frustrada de abrir os olhos (geralmente ela é caracterizada pelo levantar das 
sobrancelhas ou vibração das pálpebras), faça uma pausa de cerca de dois segundos e 
continue] 
Muito bom. Não precisa mais testar... e relaxe-os novamente... E permita que todo o 
relaxamento que seus olhos estão sentindo vá em direção a pontas dos seus pés... Como 
uma onda bem quente de relaxamento... Muito bom... Em instantes, vou pedir para você 
abrir seus olhos... e fechá-los novamente... Quando fechá-los novamente,você entrará em 
um relaxamento dez vezes maior do que o que você está sentindo agora... 
 
[Antes de dar o comando para o sujeito abrir os olhos, coloque sua mão com a palma 
aberta e os dedos cerrados, tapando o olhar do sujeito. Ao tapar o olhar do sujeito, você 
dificulta o sujeito a ajustar o foco do olhar, favorecendo o relaxamento. Além disso, você 
evita que o sujeito se distraia com algo da sala. Enquanto o sujeito mantiver os olhos 
abertos, continue tapando sua visão com a palma da sua mão. Veja na figura abaixo] 
 
 
 
Abra os olhos... 
 
[Aguarde dois segundos] 
 
Feche os olhos novamente... e dez vezes mais relaxado... Bom... 
 31 
Em instantes, vou pedir para você abrir seus olhos mais uma vez... e fechá-los 
novamente... Quando fechá-los novamente, você entrará em um relaxamento duas vezes 
maior do que o que você está sentindo agora... 
 
[Antes de dar o comando para o sujeito abrir os olhos tape novamente o olhar do 
sujeito.] 
Abra os olhos... 
 
[Aguarde dois segundos] 
 
Feche os olhos novamente... e duas vezes mais relaxado... Bom... 
Em instantes, vou pedir para você abrir seus olhos mais uma vez... e fechá-los 
novamente... Quando fechá-los novamente, você entrará em um relaxamento ainda mais 
profundo do que o que você está sentindo agora... 
[Antes de dar o comando para o sujeito abrir os olhos tape novamente o olhar do 
sujeito.] 
Abra os olhos... 
 
[Aguarde dois segundos] 
 
Feche os olhos novamente... ainda mais profundo, ainda mais relaxado... Isso... 
Escute apenas o som da minha voz... E o som da minha voz permite que você 
aprofunde ainda mais... Ainda mais profundo e mais relaxado... Talvez, você esteja 
escutando algum outro som, pessoas conversando, carros passando ou até mesmo uma 
sirene de polícia ou ambulância... Não importa... Nenhum desses barulhos vai lhe 
incomodar ou atrapalhar... Na verdade, qualquer outro barulho que você ouvir vai apenas 
lhe auxiliar a relaxar ainda mais... Cada vez mais profundo, cada vez mais relaxado... Muito 
bom... Daqui a pouco, pegarei esse braço pelo pulso. 
 
[toque levemente o pulso do sujeito enquanto avisa sobre o toque] 
 
Se você tiver seguido corretamente todas as instruções, esse braço vai estar muito 
mole e relaxado... Pegarei esse braço pelo pulso e o levantarei alguns centímetros e o 
soltarei... e quando eu fizer isso, você entrará em um estado de relaxamento dez vezes 
ainda maior do que esse. 
 32 
 
[Sempre avise ao sujeito quando você estiver prestes a tocá-lo. Além de elevar a 
expectativa gerada, você evita que o sujeito se assuste e perca o foco na indução. Levante o 
pulso do sujeito, conforme a figura abaixo] 
 
 
 
[Pegue o pulso do sujeito. Após pegar o pulso do sujeito, balance-o levemente, de 
forma avaliar o relaxamento do pulso. Alguns sujeitos não relaxam o braço, deixando-o 
muito rígido. Suponha que o braço do sujeito esteja tenso. Nesse caso, balance-o levemente 
e dê o comando] 
 
Mais relaxado... Ainda mais relaxado... Ainda mais... 
 
[quando estiver relaxado suficientemente, diga] 
 
Isso. 
 
[Após verificar que o pulso está realmente mole, aguarde cerca de dois segundos e 
solte-o. É importante que você tenha controle sobre o local onde a mão cairá. O ideal é 
que a mão do sujeito caia sobre o braço da poltrona ou sobre suas coxas. O impacto da 
queda é um importante recurso fisiológico dessa rotina. Logo após o impacto da mão sobre 
o braço da poltrona ou sua coxa, diga] 
 
 33 
Dez vezes mais relaxado... Muito bom... Você está indo muito bem... Agora que seu 
corpo já está completamente relaxado, é hora de relaxarmos sua mente também. Em 
instantes, lhe pedirei para realizar, em voz alta, uma contagem de 100 até 1, de trás para 
frente... Permita que à cada número dito, você aprofunde ainda mais no seu relaxamento 
mental... Quando eu disser o número “98”, ou até mesmo antes, permita que esses 
números simplesmente desapareçam da sua mente... Comece a imaginar como isso 
acontecerá... e você conseguirá fazer isso... Agora, comece a contagem de trás para frente, 
bem lentamente, iniciando pelo número 100. 
 
[Aguarde que o sujeito diga o número 100 em voz alta. Após ouvir o número 100, 
diga] 
 
Muito bom... Dobre esse relaxamento mental... 
 
[Aguarde que o sujeito diga o número 99] 
 
Dobre seu relaxamento. Prepare-se para que os números desapareçam... 
 
[Aguarde que o sujeito diga o número 98] 
 
Permita que os números simplesmente sumam da sua mente... Muito bem... 
Eles já sumiram completamente? 
 
[Aguarde a confirmação do sujeito. Caso ele responda negativamente, simplesmente 
retome o processo de relaxamento e os comandos para o desaparecimento dos números. 
Após o sujeito confirmar que os números desapareceram (geralmente, apenas consentem 
com a cabeça mas também podem responder verbalmente, com tom de voz mais baixo)] 
 
Muito bem... Como você seguiu corretamente todas as instruções, elas estão 
entrando diretamente em seu inconsciente. 
 
[faça o aprofundamento, se necessário. Nos tempos de Elman, essa rotina era muito 
utilizada para induzir anestesias, já que os sujeitos entravam em transe muito 
profundamente]. 
 
 34 
Aperto de mão falso de Bandler 
 
Esta é uma indução por quebra de padrão, em que o hipnotista simula um aperto de 
mão, porém interrompe o ritual e inicia a indução. 
 
Comece perguntando se o sujeito é canhoto ou destro (a resposta não faz a menor 
importância, porém gera uma expectativa). Quando ele responder, simule que vá apertar 
a mão dele e pergunte: “posso pegar esta mão?” e pegue-a, elevando-a acima da linha dos 
olhos, como na figura abaixo: 
 
Diga: “olhe para esta mão, olhe para as linhas e fixe num ponto” (isto serve para 
afunilar a atenção do sujeito). 
Dê um leve empurrão na mão do sujeito em direção ao próprio rosto e diga “quanto 
mais esta mão vai se aproximando de seu rosto, a vista vai mudando o foco e você vai 
 35 
relaxando cada vez mais... no momento em que essa mão tocar seu rosto, durma 
profundamente”. No momento em que a mão tocar rosto, dê o comando “DURMA!”. 
 
Hand Drop 
 
Esta é uma das mais utilizadas induções de choque, por conseguir levar o sujeito a 
um transe profundo de forma muito rápida. Esta rotina é recomendada que se faça com o 
sujeito sentado! 
 
Primeiro, se coloque à frente do sujeito e peça-o que coloque uma das mãos sobre a 
sua, como mostra a figura abaixo: 
 36 
Peça-o que olhe fixamente para seus olhos e pressione sua mão para baixo com 
bastante força. Estimule-o a colocar mais força ainda. No momento em que perceber que 
os olhos do sujeito estão vidrados, ele estiver fazendo muita força e concentrado, retire sua 
mão de forma brusca e diga “DURMA!”. 
 
Dica: caso o sujeito tenha mais força que você, invés de pedi-lo para colocar a mão 
sobre a sua, peça que coloque apenas dois ou três dedos. 
 
Arm Pull 
 
Arm Pull é a indução instantânea de choque mais famosa, e uma das mais utilizadas 
por Sean Michael Andrews, conhecido como o hipnotista mais rápido do mundo. 
 
Esta indução é melhor quando feita com o sujeito em pé à sua frente. 
 
Segure a mão do sujeito como um aperto de mão normal e, com a outra, apoie em 
sua nuca, como mostra a figura: 
 
 
 
 37 
Peça para que o sujeito junte os pés e mantenha-os bem firmes ao chão (este 
comando é importantíssimo, pois facilita na perda do equilíbrio, proporcionando o choque 
e faz com que ele não caia no chão e se machuque), olhe fixamente para seus olhos e que 
relaxe o braço (você pode dar algumas balançadasleves para ajudar no relaxamento). No 
momento que perceber os olhos vidrados e a atenção focada, dê um LEVE puxão no braço 
e diga “DURMA!”. Ampare a cabeça do sujeito em um de seus ombros. 
 
Nota: Esta indução, vista de fora, aparenta ser bastante agressiva devido ao puxão no 
braço e a forma que os sujeitos costumam cair para frente, mas isto não passa de impressão, 
pois o puxão no braço deve ser feito de forma leve, e a mão na nuca serve apenas para 
amparar a cabeça durante a vinda para frente, e não para puxá-la, como parece. 
 
APROFUNDAMENTOS DO TRANSE 
 
Após o processo de indução, independente da forma utilizada, é necessário que se 
estabilize o estado de seu sujeito e o faça ter uma experiência mais intensa. Para isso, logo 
após o sujeito entrar em transe, comece imediatamente alguma rotina de aprofundamento. 
 
Nota: Na indução de Dave Elman, o aprofundamento não é tão necessário, pois na 
própria rotina de indução já está incluída várias testagens e aprofundamentos. 
 
Contagem 
 
Logo após a indução, diga que fará uma contagem de 1 a 5 e, no 5, o sono será 10 
vezes mais profundo: 
 
“1... relaxando cada vez mais... 2... descendo e aprofundando.... 3... afundando ainda 
mais... 4... 10 vezes mais profundo e relaxado... 5... relaxe 10 vezes mais! 
 
 
 38 
Escada 
 
Este aprofundamento é bastante utilizado na clínica, antes de se iniciar as sugestões 
terapêuticas. 
Com o sujeito em transe, peça-o que se imagine no topo de uma escada de 10 de 
degraus. Diga que irá fazer uma contagem de 1 a 10 e, a cada contagem, peça que se 
imagine descendo um dos degraus e que vá se aprofundando no transe a cada degrau 
descido: 
 
“1... desça o primeiro degrau e comece a relaxar mais... 2... indo cada vez mais 
fundo... 3... mais um degrau... 4... completamente relaxado... 5... quanto mais desce, mais 
profundo vai... 6... ainda mais profundo... 7... descendo mais um degrau... 8... você está 
chegando em nível profundo... 9... quando descer este último degrau, relaxe 20 vezes 
mais... 10!” 
 
Uma variação deste aprofundamento envolve uma escada rolante, em que você 
sugestiona que o sujeito se encontra no topo de uma escada rolante muito longa e que 
quanto mais os degraus vão descendo, mais ele vai se aprofundando nesse estado de 
relaxamento. Uma contagem de 1 a 10 também pode ser feita. 
 
Fracionamento de Vogt 
 
Este método foi criado pelo hipnotista alemão Oskar Vogt, no final do século XIX. 
Ele consiste em fazer uma contagem de aprofundamento, porém, quando estiver chegando 
ao final, retorna a números menores e recomeça a contagem. Isto faz com que o sujeito 
retorne a estados menos profundos e depois acesse um estado mais profundo do que estava 
quando a contagem volta ao ponto em que parou. Por exemplo: 
 
“1... seu corpo está completamente relaxado... todos os músculos estão soltos e 
moles... 2... mais e mais profundo... a cada número, você vai aprofundando em dez vez o 
estado anterior... 3... aprofundando ainda mais... Cada vez mais longe do estado anterior, 
mais e mais relaxado... 4... indo cada vez mais fundo... 4... a cada contagem, o sono é ainda 
mais profundo... 2... ainda mais profundo... Você continua indo cada vez mais fundo... 3... 
 39 
completamente profundo e relaxando ainda mais... 4... Dez vezes mais profundo... e cada 
vez mais relaxado... 5... A cada inspiração, você aprofunda mais e mais nesse estado... 
Inspire... expire... 6... dez vezes mais profundo... 3... cada vez mais profundo... 4... dez 
vezes mais profundo...” 
 
Estas são apenas algumas das infinitas formas de se gerar um estado mais profundo 
de transe, use sua imaginação e crie metáforas que auxiliem no processo. Mas e se você fez 
rapport, um bom pré-talk, induziu ao transe e, na hora de aprofundar, não lhe vem nada 
complexo em mente? Calma, não se desespere! Aqui, as coisas mais simples tendem a 
funcionar perfeitamente. Você pode dizer apenas “quanto mais relaxa, mais se sente bem... 
e quanto mais se sente bem, mais relaxa... quanto mais relaxa, mais se sente bem...” e assim 
sucessivamente, criando um loop de feedback e aprofundando da mesma forma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda está complicado? Então simplificarei ainda mais! Se a intenção é aprofundar 
o transe, então por que não usar esta sugestão direta? Após o “durma”, diga apenas “mais 
profundo, mais profundo, mais profundo...” e está feito! 
 
 
MAIS SE 
SENTE BEM
MAIS RELAXA
MAIS 
PROFUNDO
 40 
APLICANDO SUGESTÕES 
 
Quando o sujeito se encontrar em transe, pode-se dizer que ele está pronto para 
receber as sugestões do hipnotista, sejam elas terapêuticas ou não-terapêuticas (de 
entretenimento). Dependendo do contexto, você poderá utilizar de formas diretas ou 
indiretas de aplicar as sugestões. As formas indiretas, derivadas de Milton Erickson, 
normalmente são mais utilizadas clinicamente durante sessões de terapia que tem a hipnose 
como ferramenta. As sugestões diretas, ao estilo Dave Elman, são as mais usadas por 
hipnotistas de palco e rua, e também bastante usadas terapeuticamente. Vale ressaltar que 
uma não concorre com a outra, e ambas podem ser utilizadas concomitantemente, seja em 
apresentações ou em terapia. 
Para que o sujeito aceite melhor uma determinada sugestão, é importante que se crie 
um contexto dentro do transe antes de aplicar a sugestão. Por exemplo: se você quer sugerir 
que existe uma nuvem de mosquitos em volta da cabeça da pessoa, primeiro diga que ele 
está andando em meio a uma floresta, onde é normal a ocorrência de mosquitos. Este tipo 
de contextualização serve para qualquer tipo de sugestão. 
 
SIGNO-SINAL 
 
Quando um sujeito já está em transe, você pode tirá-lo e, facilmente, fazê-lo retornar 
ao estado instalando um signo-sinal, através de uma sugestão pós-hipnótica. Para fazer isso 
é muito simples, bastando você criar um sinal, gesto ou toque que o fará acessar o estado 
de transe imediatamente, e dizer isso em forma de sugestão durante o transe. Por exemplo: 
“quando eu, apenas eu, puxar a sua orelha direita, você entrará em transe imediatamente.” 
e, no momento em que o sujeito estiver acordado, basta que você dê uma puxada na orelha 
direita e pronto, ele entrará em transe novamente. 
 
Importante: na instalação do signo-sinal, é extremamente importante que você diga 
“quando APENAS EU, falar (ou fazer) tal coisa, você entrará em transe”, pois imagine que 
você instale um signo-sinal de que toda vez que ele ouvir o próprio nome entrará em transe 
e você esqueça de remover a sugestão. Pode acontecer de um amigo o chamar no meio da 
rua e ele entrar em transe, o colocando em sério risco. 
 
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ALGUMAS DICAS DE SUGESTÕES DE ENTRETENIMENTO 
 
Cola 
 
É sempre divertido usar a sugestão de existe uma cola muito poderosa para deixar o 
sujeito colado em qualquer lugar: no chão, na cadeira, a mão colada na parede, etc. Use 
sua criatividade. 
 
Gaguejar 
 
O sujeito só consegue falar gaguejando, e quanto mais ele tenta falar normal, mais 
gagueja. Pode usar esta mesma ideia para o sujeito falar apenas cantando. 
 
Falar outro idioma 
 
Diga que a partir deste momento, ele não consegue mais falar português, apenas em 
outro idioma (japonês, chinês, alemão, marciano, etc.). Se tiver outro sujeito participando, 
coloque-o para ser o intérprete ou para eles conversarem nesse outro idioma. 
 
Pessoa ao lado fede 
 
Diga que a pessoa que está ao seu lado está fedendo muito e é insuportável ficar 
próximo. Peça para essa pessoa se aproximar do sujeito e tentar abraça-lo e se divirta com 
as reações. 
 
Sapato celular 
 
Contextualizeque o sujeito está aguardando a ligação de alguém que ele gostaria 
muito de conversar naquele momento e que, quando você disser a palavra “hipnose” (ou 
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qualquer outra), ele irá atender o próprio sapato, como se fosse um celular e irá conversar 
com essa pessoa. 
 
Estas são apenas algumas das infinitas possibilidades de rotinas de entretenimento a 
serem usadas. Use sua criatividade e imaginação para elaborar sua própria apresentação, 
mas lembre-se: use sempre do BOM SENSO e ÉTICA em suas sugestões, nunca exponha 
ninguém ao ridículo e nem a algo perigoso, pois o sucesso de suas próximas apresentações 
dependerá de como seu público o enxergar. 
SUGESTÕES TERAPÊUTICAS RÁPIDAS (HYPNOTIC GIFT) 
 
Após a finalização de uma demonstração de hipnose, é interessante que o sujeito, 
principal responsável pelo ato, seja beneficiado de alguma forma e carregue este benefício 
consigo. Claro que você não fará uma sessão completa de terapia, mas pode ajuda-lo dando 
sugestões simples que o farão muito bem. 
Uma que eu gosto muito de usar, principalmente quando faço demonstrações de 
rua, é pedir para o participante, ainda em transe, mentalizar uma meta a qual deseja muito 
alcançar, e então que se imagine com aquela meta já realizada, como se estivesse no futuro, 
se sentindo muito bem e feliz. Então dou algumas sugestões de acordar do transe se 
sentindo muito bem, realizado e usando toda a capacidade mental para enfrentar todos os 
obstáculos do cotidiano. 
Estes, conhecidos internacionalmente por “hypnotic gifts”, são roteiros que fazem 
com que a pessoa sinta na prática o bem estar provocado pela hipnose, os encoraja de 
procurar uma hipnoterapia caso haja necessidade e os incentiva a participar mais vezes de 
demonstrações como essas. 
 
REMOÇÃO DE DORES 
 
A dor é uma sensação fisiológica que, apesar de incômoda, é extremamente 
necessária e de alto valor adaptativo, pois é ela que nos indica quando algo está errado em 
nosso organismo e, sem ela, qualquer lesão ou inflamação nos passaria despercebida 
fazendo com que não procurássemos solução para a ameaça iminente e a situação se 
agravasse. Diante disso, a partir do momento que se sabe o agente etiológico da dor e se 
tem a solução para o problema, ela passa a ser um desconforto desnecessário e a fim de 
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interrompê-la a hipnose vem como uma alternativa completamente natural para que essa 
sensação desapareça sem a necessidade de qualquer substância química. Então, antes de 
utilizar a técnica descrita abaixo, analise se esta atitude não trará prejuízos futuros à pessoa. 
 
* Roteiro retirado do livro “Mentes Fantásticas”, de Alberto Dell’Isola 
 
[Ao contrário dos procedimentos anteriores, esse roteiro se inicia antes mesmo da indução 
propriamente dita. Antes da indução ao transe, peça para o sujeito classificar sua dor por 
meio de três variáveis: forma, cor e intensidade. No exemplo a seguir, suponha que o 
sujeito tenha uma queixa em relação a uma forte dor de cabeça] 
 
Onde dói? 
 
[Espere que o sujeito aponte para a área dolorida] 
 
Dentre as formas geométricas que você conhece, qual delas mais se assemelha ao formato 
dessa dor? 
 
[Alguns sujeitos podem ser um pouco relutantes a dar esse tipo de informação. No entanto, 
ainda que ele conheça poucas figuras geométricas, é essencial que ele indique alguma figura 
geométrica. Suponha que ele responda que sua dor se assemelha a um quadrado] 
 
Imagine que você possui uma escala de cores que mostrem todas as diversas dores que 
você já sentiu na vida. Qual seria a cor referente à dor máxima e qual cor indicaria ausência 
de dor? 
 
[Frequentemente, a cor mais utilizada para indicar o máximo e o mínimo de dor são as 
cores vermelha e branca, respectivamente. No entanto, isso não importa tanto assim. O 
importante é identificarmos a escala de cores a ser utilizada pelo sujeito. Suponha que ele 
indique a cor vermelha como o valor máximo e a branca como mínimo] 
Ótimo! Agora, em uma escala de um a dez, onde o um se refere a um leve incomodo e o 
dez a maior dor que você já experimentou, qual o valor da dor que você sente nesse 
momento? 
 
[Suponha que o sujeito responda que sua dor tem valor igual a seis] 
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Na sua escala de cores, qual seria a cor referente a dor que você sente agora? 
 
[Suponha que o sujeito responda que a cor é alaranjada. Geralmente, os sujeitos irão 
escolher alguma cor intermediária da escala criada anteriormente. No entanto, isso não 
importa tanto assim: alguns sujeitos escolhem cores completamente aleatórias e isso não 
compromete em nada o processo de dissociação. O importante é criar uma representação 
visual para a dor do sujeito. Em nosso exemplo, trata-se de uma dor no formato de um 
quadrado, de cor alaranjada e intensidade igual a seis.] 
 
[Realize a indução. Se a dor for razoavelmente tolerável ou tratar-se da gravação de um 
roteiro de auto hipnose, utilize-se de alguma indução que se baseie em visualizações 
agradáveis. Esses roteiros costumam favorecer a desatenção em relação a dor. No entanto, 
em contexto clínico, podem surgir dores fortíssimas como queimaduras que irão requerer 
alguma indução rápida. Alguns sujeitos mais resistentes podem requerer o uso de rotinas 
de aprofundamento do transe. Nesses casos, realize a rotina de aprofundamento mais 
adequada ao roteiro escolhido pela indução. Após a indução e o eventual aprofundamento, 
siga com o procedimento para controlar a dor] 
 
Visualize aquele quadrado alaranjado nessa região da sua cabeça. 
 
[aponte para a região onde o sujeito identificou a dor] 
 
Esse quadrado alaranjado possui um número seis estampado em seu exterior. Imagine esse 
quadrado sofrendo uma lenta metamorfose, até transformar-se em um triângulo amarelo. 
Esse triângulo é menor que o quadrado e possui o número cinco estampado em seu 
exterior. 
 
[Se o sujeito escolher uma figura geométrica com muitos lados, como por exemplo um 
hexágono, você pode transformar a figura inicial em alguma figura com menos lados. No 
entanto, muitas vezes, isso não irá acontecer, bastando que o sujeito visualize outras figuras 
geométricas em tamanho menor] 
 
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Veja esse triângulo amarelo. Em determinado momento, ele começa a sofrer uma lenta 
metamorfose e transforma-se em um círculo da cor bege, bem menor que o triângulo. Esse 
círculo possui o número três estampado em seu exterior. 
Veja esse círculo bege. Em determinado momento, ele começa a sofrer mais uma 
transformação. Aos poucos, ele transforma-se em um quadrado cinza e de tamanho bem 
menor que o círculo anterior. Esse quadrado cinza é realmente muito pequeno e possui o 
número dois impresso em seu exterior. 
 
[Observe que não existe problema algum se alguma figura geométrica repetir-se. Além 
disso, é importante ressaltar que não existe realmente muito problema em termos 
escolhido a cor cinza para representar o quadrado. Ainda que a cor cinza não tenha muita 
relação com a cor bege anteriormente apresentada, ela é parecida com a cor que representa 
a dor de menor intensidade: a cor branca. Ainda que essa proximidade não seja essencial, 
é bom quando conseguimos atingi-la.] 
 
Veja esse quadrado cinza. Em determinado momento, ele começa a sofrer mais uma 
transformação. Aos poucos, ele transforma-se em um triângulo branco e de tamanho ainda 
menor, quase imperceptível. Esse triângulo branco é minúsculo e possui o número um 
impresso em seu exterior. Observe atentamente esse triângulo branco. Aos poucos, ele 
começa a ficar transparente... Cada vez mais transparente... e começa a sumir... e vai 
sumindo... até que desaparece. 
 
[Se você quiser, pode estalaros dedos quando disser a palavra “desaparece”. Finalize 
o transe de uma forma compatível com a indução inicial. Após o despertar do sujeito, peça 
que ele avalie a dor em uma escala de um até dez. Devido aos elementos de distração e 
dissociação da dor, provavelmente, ele a avaliará com um valor bem menor. É importante 
ressaltar que o mesmo roteiro também poderá ser utilizado em uma sessão de auto 
hipnose, seja ela verdadeira ou falsa, bastando que, previamente, você já identifique todas 
as figuras geométricas, cores e números a serem utilizados] 
 
 
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AB-REAÇÃO 
 
Para algumas pessoas a hipnose é uma experiência que pode facilitar a associação a 
experiências traumáticas do passado, com revivescência dos traumas passados. Algumas 
vezes pode ocorrer “ab-reação”, que é a expressão de emoções reprimidas. Durante a 
hipnose uma sugestão verbal, extra verbal, tátil, ou uma determinada imagem visualizada 
pode fazer uma associação a algum acontecimento da vida passada do sujeito, brotando 
emoções de medo, dor, temor, raiva, mágoa, etc. 
Este quadro é bem raro de se acontecer, principalmente em apresentações públicas. 
Até mesmo na clínica, onde mais acontece, ainda assim é raro uma ocorrência de ab-reação 
espontânea (existem técnicas em que o próprio terapeuta as provoca a fim do paciente 
vivencia-las durante a terapia). 
Mesmo sendo um evento raro, é uma boa ideia saber o que fazer caso ocorra quando 
você estiver hipnotizando alguém. 
 
1) Mantenha a calma: Se há alguém enlouquecendo na relação, não é uma boa ideia 
que seja você! 
 
2) Não toque no sujeito: em hipótese alguma toque o sujeito ou permita que alguém 
o faça, pois ele estará super sensível a estímulos, e qualquer toque pode ancorar 
este estado. 
 
3) “A cena se enfraquece”: comece a falar, calmamente e com autoridade, que a 
cena está se enfraquecendo e vai sumindo, desaparecendo. Fique atento às 
reações emocionais e perceba as mudanças na fisiologia de quando o sujeito 
estiver mais calmo. 
 
4) “Sinta sua respiração e sinta-se seguro”: dando esta sugestão, você criará um loop 
de feedback baseado na respiração, fazendo com que ele associe a própria 
respiração à sensação de segurança. Também pode ser substituído por “sinta seus 
pés no chão” ou qualquer outro estímulo físico que ele já esteja vivenciando. 
 
5) Amnésia: é comum que o sujeito após uma ab-reação não se lembre direito ou 
não se lembre de nada que ocorreu durante o transe, e não será você quem vai 
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lembra-lo! Após a retirada do transe, apenas pergunte afirmativamente se o 
sujeito está bem, como por exemplo: “está tudo bem, né? Você parece estar 
ótimo, não é mesmo?”. 
 
6) Encerre: após certificar de que o sujeito está bem e tranquilo, apenas agradeça-o 
pela participação e não o hipnotize mais neste dia. Procure não tocar no assunto 
sobre o que aconteceu para não gerar um trauma desnecessário de hipnose. 
 
AUTO HIPNOSE 
“Se formos livres por dentro, nada nos aprisionará por fora” 
(Augusto Cury) 
 
Se, através de um operador, a mente pode se abrir a sugestões, gerando 
tranquilidade, relaxamento e bem estar, por que não fazer isso sozinho? Através da auto 
hipnose, é possível acalmar os nervos, ressignificar questões pessoais, parar de fumar ou 
até mesmo controlar dores, entre outras coisas. 
Vale dizer que a auto hipnose, em muitos casos, não substitui a terapia com um 
hipnoterapeuta, psicólogo ou qualquer outro profissional da saúde. Ela pode ser utilizada 
como ferramenta extra durante o tratamento e fazer com que o paciente possa se sentir 
melhor sem precisar de ninguém próximo. 
O primeiro passo para se iniciar na prática da auto hipnose é buscar um lugar onde 
você não seja incomodado. Sentado ou deitado de modo confortável, procure eliminar 
qualquer distração e relaxe. Está é uma condição inicial ideal para utilizar a técnica, porém 
com o tempo, você poderá realizá-la em qualquer local. 
Então, feche os olhos e relaxe. Imagine/sinta que ondas de relaxamento percorrem 
todo o seu corpo eliminando todas as tensões, a partir de sua cabeça. Esteja conectado a 
sua respiração enquanto as ondas percorrem da cabeça aos pés, relaxando todos os 
músculos de seu corpo. Sinta os músculos de seu corpo se relaxando cada vez mais. 
Algumas outras técnicas podem ser utilizadas, como por exemplo, a fixação do olhar 
em um ponto da parede ou, imaginar-se descendo uma escada ou um elevador num 
enorme edifício cujos andares inferiores conduzem lentamente a um estado de 
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relaxamento e sonolência. O método para a autoindução escolhido por você se torna mais 
eficaz quanto mais você pratica. 
O próximo passo é usar a auto sugestão para aprofundar o estado de relaxamento. 
Fale repetidamente a você mesmo frases do tipo: “estou me sentindo cada vez mais 
relaxado e confortável”, “enquanto respiro, aprofundo mais e mais neste estado”. 
Uma vez que você se sinta completamente relaxado, se encontrará num estado ideal 
de auto hipnose. Você poderá aproveitar este estado particular e sugestivo para se instalar 
um signo sinal, lhe permitindo acessar este estado no momento em que desejar. 
 
Auto Sugestões 
 
Antes de se conduzir ao processo de auto hipnose, é útil que você pense nas sugestões 
que deseja determinar a si mesmo. As sugestões podem ser afirmações simples com o 
propósito de desfazer os danos feitos pelo semeio constante em nossas vidas de 
pensamentos negativos, ou pode ser usado para fazer ajustes psicológicos elevando a auto 
confiança e motivação para ajudá-lo a alcançar as metas que estabeleceu. 
 
O uso efetivo da auto sugestão pode: 
 
 Elevar a autoconfiança e auto estima; 
 Reforçar mentalmente os seus propósitos; 
 Reduzir as tensões; 
 Elevar a motivação; 
 Aliviar dores. 
 
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DICAS DE LEITURA 
 
O HIPNOTISMO – PSICOLOGIA, 
TÉCNICA E APLICAÇÃO 
AUTOR: KARL WEISSMANN 
OS SEGREDOS DA HIPNOSE 
CONVERSACIONAL 
AUTOR: LUIZ SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL BRASILEIRO DE 
HIPNOSE CLÍNICA 
AUTOR: MARLUS VINICIUS COSTA 
FERREIRA 
HIPNOSE NA PRÁTICA CLÍNICA 
AUTOR: MARLUS VINICIUS COSTA 
FERREIRA 
 
MENTES BRILHANTES 
AUTOR: ALBERTO DELL’ISOLA 
MENTES GENIAIS 
AUTOR: ALBERTO DELL’ISOLA 
 50 
CANAIS NO YOUTUBE 
HIPNOTIME – www.youtube.com/tonlucas 
Demonstra como a hipnose pode ser usada em diversos contextos, tanto clínicos quanto 
em entretenimento de forma divertida e interessante, através de vídeos muito bem 
produzidos. 
 
SUPERMEMÓRIA – www.youtube.com/supermemoria 
Atualmente o maior canal do Brasil de vídeos didáticos sobre hipnose, com tutoriais e 
rotinas ensinados por Alberto Dell’Isola. 
 
MESTRE DA HIPNOSE - www.youtube.com/MestredaHipnose 
Assista os ensinamentos dos mestres da hipnose de todo mundo, legendados em português. 
O objetivo do canal é trazer conteúdo inovador e de qualidade sobre hipnose. 
 
WORLD’S FASTEST HYPNOTIST - www.youtube.com/glenelg1 
Apresentado por Sean Michael Andrews, conhecido como o Hipnotista Mais Rápido do 
Mundo, mostra vídeos didáticos retirados de seus cursos ministrados ao redor do mundo 
e rotinas de hipnose de rua. 
 
 
 
MANUAL DE HIPNOTERAPIA 
ERICKSONIANA 
AUTORA: SOFIA BAUER 
 
 
STREET HYPNOSIS SEM SEGREDOS 
AUTOR: MICHAEL ARRUDA 
 
 
 HIPNOSE NÃO EXISTE? 
AUTORES: STEVEN HELLER E TERRY 
LEE STEELE

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