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DIREITO ELEITORAL APOSTILA (2015)

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Rua: T-28, N.1.443 Setor Bueno. Cep:74.210-040 Goiânia-Go.SAC:62-3956-6900 E-mail: atendimento@redejuris.com 
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DIREITO ELEITORAL 
REDE JURIS 
 
 
 
 
 
 
 
Profº. Kheyder Loyola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INFORMAÇÕES ESSENCIAIS 
 
Bibliografia: 
 Verifiquem se no corpo do edital faz referências às obras, manuais, códigos 
comentados. É de extrema importância a leitura referida como norte orientador; 
entretanto, se assim silenciar, deve o candidato ater-se às seguintes leis: 
 Lei 4737/74 Código Eleitoral; 
 LC 64/90, Lei das Inexigibilidades; 
 Lei 9504/97 (Lei das Eleições); 
 Lei 6091/74 (trata dos transportes no dia da eleição e alguns crimes); 
 Lei 9096/95 (Lei dos Partidos Políticos) e 
 Resoluções Temporárias e Permanentes do TSE. 
 Para uma primeira fase de concurso, conhecer a legislação seca (letra expressa da 
lei) é essencial, deixando a teoria (doutrina) para um segundo momento dissertativo, 
quando puder emanar outras informações e melhor explicitá-las. 
 A título informativo, após vários anos analisando provas anteriores, verificamos a 
preferência dos Examinadores para a Lei 9504/97 (lei das Eleições) constituindo 70% das 
provas de concursos públicos; LC64/90 constituindo 10%; do seu conteúdo e, 10% da 
prova, para as demais matérias contempladas no edital. Conhecendo dessa estrutura, 
passamos a desenvolver esse livro para melhor servir o candidato, o orientando a respeito 
do tema em questão. 
 O candidato sem orientação logo se deixaria levar pela tentação de iniciar os estudos 
pelo código eleitoral, quando nele pouco se apega para os exames. Isto não o faz 
desmerecedor de crédito. Estudá-lo é importante, mas na sua proporção. 
Necessário também se faz o estudo das resoluções, conforme descriminado abaixo: 
 Resoluções definitivas ou permanentes 
 Trata-se de resoluções expedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral-TSE, para 
regulamentar os temas de Direito Eleitoral. 
 Para exemplificar temos as resoluções19.406/95 que trata dos partidos político; 
21.841/04 elenca as das peças de prestação de contas dos partidos políticos, 
21.538/03 título, transferência deste;21.975/04, multa eleitoral.Essas são as 
principais resoluções. 
 Importe lembrar que as resoluções são validas para todas as eleições, não estando 
restrita à determinada eleição, por isso seu estudo é importante. 
 Resoluções temporárias: São resoluções expedidas pelo TSE em sessões 
administrativas para determinada eleição até o dia 05/03 do ano da eleição, 
conforme dispõe o artigo 105 da lei 9.504/97. 
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, 
atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer 
sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções 
necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os 
delegados ou representantes dos partidos políticos. 
 
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§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral publicará o código orçamentário para o 
recolhimento das multas eleitorais ao Fundo Partidário, mediante documento de 
arrecadação correspondente. 
§ 2º Havendo substituição da UFIR por outro índice oficial, o Tribunal Superior 
Eleitoral procederá à alteração dos valores estabelecidos nesta Lei pelo novo 
índice. 
§ 3o Serão aplicáveis ao pleito eleitoral imediatamente seguinte apenas as 
resoluções publicadas até a data referida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 
2009) 
A diferença entre uma e outra resolução é que definitiva vale para todas as 
eleições já as resoluções temporária vale apenas para uma determinada eleição. 
Importante se faz o estudo dessas resoluções, haja vista que complementam o 
nosso código eleitoral. Para quem prestar concursos em época de eleição é valido 
ler a resolução temporária expedida naquele ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO ELEITORAL 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 Conceito 
 É o ramo do Direito Público que visa regular o exercício da soberania popular. Estuda, 
basicamente, as regras atinentes às eleições, disciplinando as capacidades eleitorais (ativa 
e passivamente) e o seu sistema de acesso ao mandato eletivo, as eleições e o regime 
democrático. A raiz do direito eleitoral é a Constituição Federal, ao falar de direitos 
políticos temos que lembrar que existem duas vertentes, quais sejam: 
 Capacidade ativa; 
 Capacidade passiva. 
 A capacidade ativa diz respeito ao voto, mas precisamente o exercício de votar, já a 
capacidade passiva é o direito de ser votado, de receber o voto do eleitor. 
1.2 Fontes 
1.2.1 Diretas ou primárias 
a) A Constituição Federal 
 Quanto à organização e à competência da Justiça Eleitoral, a Constituição Federal 
exige lei complementar. Entretanto, enquanto esta não for editada pelo legislativo, o 
Código Eleitoral (que tem força de lei eleitoral) o fará às vezes (art.121, CF). 
Atenção: princípio da anualidade, da antinomia eleitoral ou casuísmo do bem (art. 16 da 
CF). 
 Quando se verifica o art.14 da CF nota um capítulo inteiro sobre direitos políticos. Estes 
direitos políticos tem suas duas vertentes (capacidade ativa e passiva, ou seja votar e ser 
votado). 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e 
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
 Para ter capacidade ativa (ius sufragi) é preciso ser eleitor. Para ser eleitor é preciso 
ser cidadão. E para ser cidadão é preciso votar. Veja que é um círculo de premissas que 
recaem no mesmo ponto. Agora, para ter capacidade passiva, é preciso ser candidato. E 
para ser candidato é preciso ser eleitor e, portanto, cidadão. 
Atenção: Para ser presidente da república é necessário ter capacidade passiva (ser 
votado). Esta capacidade se dá com 35 anos completos. Assim, além de ser um eleitor 
(capacidade ativa), é, portanto, um cidadão. O próprio art.1º da CF dispõe sobre os 
princípios fundamentais, dos quais a cidadania é integrante no inciso II. Desta forma, para 
ter capacidade ativa ou passiva há de ser antes um cidadão. 
b) As leis eleitorais de competência privativa da União (art. 22, I, da CF). 
 
 
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 Excepcionalmente, a União pode delegar aos Estados ou ao Distrito Federal a função 
legislativa no que se refere à matéria eleitoral específica (reservando para si matéria de 
conteúdo geral), desde que por meio de lei complementar. 
 Atenção: não podem veicular matéria eleitoral: medida provisória e lei delegada 
(arts. 62, § 1º, I, a, e 68, § 1º, II, ambos da CF) 
c) As resoluções do TSE (arts. 1º, parágrafo único, 23, IX, e 30, XVII, todos do CE). Essas 
resoluções têm força de lei ordinária (art. 276, i, CE c.c art. 121, § 4º, I, CF), o que dá 
ensejo à interposição de recurso especial em caso de descumprimento. 
 
1.2.2 Indiretas ou secundárias 
a) Doutrina. 
b) Jurisprudência. 
c) Os estatutos dos partidospolíticos devidamente registrados no TSE (cláusula de reserva 
partidária). 
1.3 Legislação aplicável 
 Código Eleitoral – Lei nº 4.737/1965. Foi recepcionado pela Constituição Federal de 
1988, em parte, como espécie normativa de lei complementar. 
 Lei das Inelegibilidades – LC nº 64/1990. 
 Lei dos Partidos Políticos – Lei nº 9.096/1995. 
 Lei Geral das Eleições – Lei nº 9.504/1997, alterada pela Lei nº 11.300/2006. 
 Lei 6091/74 que trata dos transportes no dia da eleição e alguns crimes. 
 Resoluções temporárias e permanentes do TSE. 
1.4 Eficácia territorial da norma eleitoral 
 Segundo o art. 22, I, da CF, a norma eleitoral é federal, portanto privativa da União, 
tendo vigência em todo o Território Nacional e, excepcionalmente, fora do Território 
Nacional quando das eleições presidenciais. Nesse caso, o brasileiro que se encontre fora 
de seu país pode ir à Embaixada e votar. 
1.5 Eficácia temporal da norma eleitoral 
 A lei eleitoral entra em vigor na data de sua publicação, entretanto não pode ser 
aplicada às eleições que ocorrerem nos 12 meses subsequentes. Estabelece o art. 16 da 
Constituição: 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na 
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 
um ano da data de sua vigência. 
1.6 Fases do Direito Eleitoral 
 São quatro as fases do processo eleitoral: 
a ) Alistamento:Previsto no artigo nos artigos 42 a 81 do Código Eleitoral e na Resolução 
21.538/03 do TSE. Trata-se da qualificação e inscrição do eleitor, quem não estiver 
alistado não vota. Esse alistamento se dá pela RAE Requerimento de Alistamento Eleitoral 
e è ato personalíssimo; 
b) Votação:Uma das fases mais importantes, a Justiça Eleitoral se organiza para a votação, 
todas as regulamentações são desenvolvidas para que a eleição seja perfeita, sem fraudes, 
para que seja afastada a captação ilícita de sufrágio e para que o eleitor sinta-se seguro. 
 
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c) Apuração: É o ato da contagem dos votos registrados, iniciada a apuração está só 
poderá ser interrompida por motivo de força maior. 
Importante destacar que ainda existe a contagem de cédulas, no caso de indisponibilidade 
do uso urna eletrônica. 
d) Diplomação: É o ato solene em que a Justiça Eleitoral declara quem são os eleitos e 
seus suplentes e entrega a estes um diploma. Ocorre no mês de dezembro. 
Da diplomação cabem duas ações eleitorais, a primeira conhecida como AIME – Ação de 
Impugnação ao Mandato Eletivo, tem prazo de 15 dias e a base legal é o artigo 14 §10 e 
11 da CF. 
E o RCD – Recurso Contra a Diplomação, que tem prazo de 3 dias e a base legal está no 
artigo 262, do Código Eleitoral. A rigor é na fase da Diplomação que encerra a 
competência da justiça Eleitoral. 
1.7 PRINCÍPIOS 
 1.7.1. Princípio da Celeridade 
 Contemplado na CF, este princípio fundamental do cidadão se presta para prestação 
jurisdicional e administrativo. A celeridade importa em eficiência. Uma das demonstrações 
disso é que o processo de execução acabou o processo civil. O art.169 do CE já autoriza após as 
eleições a abertura das urnas para que apresentem, os interessados, impugnações que serão 
decididas de plano: 
 Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados, poderão os 
fiscais e delegados de partido, assim como os candidatos, apresentar 
impugnações que serão decididas de plano pela Junta. 
§ 1º As Juntas decidirão por maioria de votos as impugnações. 
§ 2º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto 
verbalmente ou por escrito, que deverá ser fundamentado no prazo 
de 48 (quarenta e oito) horas para que tenha seguimento. 
§ 3º O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas, 
indicará expressamente eleição a que se refere. 
§ 4º Os recursos serão instruídos de ofício, com certidão da 
decisão recorrida; se interpostos verbalmente, constará também da 
certidão o trecho correspondente do boletim. 
O Recurso imediato como o próprio nome diz é uma medida que deve ser tomada 
naquele momento, podendo ser fundamentado após 48 horas, é o que ocorria quando a 
eleição não era digital, e sim através de cédula manual. Um exemplo é o caso de uma mulher 
foi votar em São Paulo com um título de uma pessoa que contava na época com 140 anos o 
próprio mesário, DE OFÍCIO, apresentou a impugnação, o que levou, inclusive a prisão da 
pessoal por crime eleitoral. 
Art. 170. As impugnações quanto à identidade do eleitor, 
apresentadas no ato da votação, serão resolvidas pelo confronto da 
assinatura tomada no verso da folha individual de votação com a 
existente no anverso; se o eleitor votou em separado, no caso de 
 
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omissão da folha individual na respectiva pasta, confrontando-se a 
assinatura da folha modêlo 2 (dois) com a do título eleitoral. 
Art. 171 Não será admitido recurso contra a apuração, se não tiver 
havido impugnação perante a Junta, no ato apuração, contra as 
nulidades argüidas. 
1.7.2. Princípio Do Aproveitamento do voto 
 Uma eleição não será anulada sem que tenha prova inequívoca da fraude e do 
prejuízo causado na eleição. O art.219 do CE aponta que o juiz atenderá sempre aos fins e 
resultados a que se dirige: 
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos 
fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar 
nulidades sem demonstração de prejuízo.Parágrafo único. A 
declaração de nulidade não poderá ser requerida pela parte que 
lhe deu causa nem a ela aproveitar. 
 Este princípio também é visto no CPC nos arts. 246, 250, 327 e 560, e arts. 565 e 566, 
do CPP. Desta forma, pressupõe a observância do devido processo legal, o contraditório a 
ampla defesa. 
1.7.3. Princípio. Da Responsabilidade Solidária 
 Diz respeito à propaganda eleitoral. O art.241 do CE traz que: 
“Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos 
partidos e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos 
praticados pelos seus candidatos e adeptos.” 
Da mesma forma o art.17 da lei 9.504/97: 
Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a 
responsabilidade dos partidos, ou de seus candidatos, e financiadas 
na forma desta Lei. 
 No que refere ao horário eleitoral gratuito (que na verdade é só no nome), as emissoras 
deixam de receber milhões de reais dos comerciais por serem obrigadas a veicular a 
propaganda eleitoral, daí o fato de não ser gratuito. Entretanto as emissoras se ajustam no IR 
do ano seguinte, por compensação (Lei 9.507/97, art. 99). No final das contas, as emissoras 
nunca perdem. O Dec. 5331/05 que aponta o percentual que pode ser abatido 
Art. 99. As emissoras de rádio e televisão terão direito a compensação 
fiscal pela cedência do horário gratuito previsto nesta Lei. 
Da mesma forma o fez o art. 52 da Lei 9.096/65: 
Art. 52. As emissoras de radio e televisão terão direito a 
compensação fiscal pela cedência do horário gratuito. 
 Na verdade, quem perde com isso não é a União, Estado ou Município (muito menos as 
emissoras), mas toda a sociedade, porque centenas de milhares de reais não são recolhidos 
para os cofrer públicos a título de impostos por faturamento. 
 
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 Responsabilidade solidária é a responsabilidade que tem o partido e o candidato na 
propaganda eleitoral, pelas ofensas, pela administração do dinheiro da campanha, pela 
produçãodo programa. 
 Atenção: O TSE possui entendimento no sentido de que as multas eleitorais, lançadas 
durante as campanhas eleitorais, devem ser pagas pelos candidatos e, subsidiariamente, pelos 
partidos políticos (art. 37, §1º, da Lei 9.504/97): 
Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do 
Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive 
postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, 
passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos 
urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, 
inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, 
faixas e assemelhados.(Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006) 
§ 1º A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto 
no caput deste artigo sujeita o responsável, após a notificação e 
comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a 
multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil 
reais). (Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006) 
§ 2º Em bens particulares, independe da obtenção de licença 
municipal e de autorização da Justiça Eleitoral, a veiculação de 
propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, 
pinturas ou inscrições. 
§ 3º Nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de 
propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora. 
 Neste raciocínio, o Sr. Lula, enquanto candidato, na última campanha foi multado em 
R$ 160.000 por violação do apontado art. 37, por fazer propaganda em bem público 
antecipadamente. O candidato só pode fazer propaganda a partir de 06 de julho (Art. 36): 
 Artigo 36 A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 
de julho do ano da eleição. 
§ 3º A violação do disposto neste artigo sujeitará o responsável pela 
divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio 
conhecimento, o beneficiário, à multa no valor de vinte mil a 
cinqüenta mil UFIR ou equivalente ao custo da propaganda, se este 
for maior. 
Nesse caso quem entra com a ação é o MP, cobrando essa multa. E o valor recebido 
volta para o fundo partidário 
1.7.4. Princípio Da Normalidade das Eleições 
 É a busca da perfeição, da otimização do processo eleitoral. É exercitar o direito 
eleitoral com ética. Evitar com eficácia a fraude, capitação de sufrágio, abuso do poder 
econômico é um ideal a ser perseguido e contemplado no art.14 §9º da CF: 
 
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 Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e 
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos 
da lei, mediante: 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e 
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada 
vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do 
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou 
indireta. 
1.7.5. Princípio da Anualidade ou da anterioridade 
Trata-se de artigo que costuma ser freqüente em provas. Para ter aplicabilidade as 
alterações legislativas eleitorais deverão sê-las publicadas no D.O.U. um ano antes das 
eleições. O art.16 relata que: 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data 
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano 
da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 4, de 1993). 
 Importa afirmar que a lei alteradora que veicular um tema eleitoral deve estar 
publicada no Diário Oficial um ano antes da data da eleição do primeiro turno, que é o 1º 
domingo do mês de Outubro, para ter aplicação no ano da eleição. Também conhecido como 
princípio da anterioridade. 
 Para as eleições do ano de 2008, a data de 05/10/2007 era prazo para que o Congresso 
Nacional publicasse possíveis alterações eleitorais. Naquele ano de 2008, o primeiro turno (1º 
domingo) caiu no dia 05/10/2008. Em 04/10/2007, foi publicada a lei 19.347 que trata do voto 
do eleitor, então veio à dúvida. Esta lei pode ter validade para a eleição de 2008? E a resposta 
foi sim, será valida para a eleição de 2008, visto que respeitou o princípio da anualidade. 
 Atenção: As resoluções eleitorais são atos normativos secundários, não estão sujeitas ao 
crivo do princípio da anualidade. Até o dia 05 de março, do ano das eleições, podem ser 
publicadas resoluções (art.105; §§1º e 2º da lei 9504/97). 
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral expedirá todas 
as instruções necessárias à execução desta Lei, ouvidos previamente, em audiência pública, os 
Delegados dos partidos participantes do pleito. 
§ 1o O Tribunal Superior Eleitoral publicará o código orçamentário para o recolhimento das 
multas eleitorais ao Fundo Partidário, mediante documento de arrecadação correspondente. 
§ 2o Havendo substituição da UFIR por outro índice oficial, o Tribunal Superior Eleitoral 
procederá à alteração dos valores estabelecidos nesta Lei pelo novo índice. 
Somente a lei em sentido estrito e formal, no sentido de ato normativo primário, que passa 
pelo processo legislativo, lei complementar e lei ordinária é que está sujeita ao princípio da 
anualidade. 
 Fato histórico no universo jurídico das resoluções foi no caso de Mira Estrela que tomou 
conta da mídia no ano de 2004. Por conta da ação promovida pelo Promotor Epaminondas, da 
 
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pacata cidade de Mira Estrela, tendo como objeto o questionamento do número de 
vereadores (13) para uma cidade de 10.000 eleitores, por violação do art.29, inc.IV, “a” da CF, 
a demanda chegou para análise do STF (RE197917), por via de exceção, “incedenter tantum” 
buscando a inconstitucionalidade da lei orgânica que violava os limites do princípio da 
proporcionalidade (13 vereadores quando o número mínimo eram 9). No STF, o já aposentado 
Ministro Maurício Correia acolheu o pedido, determinando a redução para o número mínimo 
de 9 vereadores, cumprindo o critério constitucional. Entretanto, por ser controle difuso, o 
caso precisava de eficácia erga omnes, foi quando encaminhou o caso para o TSE para que este 
tribunal orientasse, POR RESOLUÇÃO. Com isso, adveio a resolução 21702/04 do TSE 
apresentando uma tabela que acabou impondo a todas as cidades brasileiras suas adequações. 
Desta forma, pensado na redução de quatro cadeiras na câmara municipal de Mira Estrela, o 
Promotor Epaminondas acabou diminuindo 10.000 em todo o país. 
 
Tabela do TSE para orientação dos candidatos sobre a Resolução 21702: 
Nº DE HABITANTES DO 
MUNICÍPIO 
Nº DE 
VEREADORES 
té 47.619 09 (nove) 
de 47.620 até 
95.238 
10 (dez) 
de 95.239 até 
142.857 
11 (onze) 
de 142.858 até 
190.476 
12 (doze) 
de 190.477 até 
238.095 
13 (treze) 
de 238.096 até 
285.714 
14 (catorze) 
de 285.715 até 
333.333 
15 (quinze) 
de 333.334 até 
380.952 
16 (dezesseis) 
de 380.953 até 
428.571 
17 (dezessete) 
de 428.572 até 
476.190 
18 (dezoito) 
de 476.191 até 
523.809 
19 (dezenove) 
de 523.810 até 
571.428 
20 (vinte) 
de 571.429 até 
1.000.000 
21 (vinte e um) 
Nº DE HABITANTES Nº DE 
 
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DO MUNICÍPIO VEREADORES 
de 1.000.001 até 
1.121.952 
33 (trinta e três) 
de 1.121.953 até 
1.243.903 
34 (trintae 
quatro) 
de 1.243.904 até 
1.365.854 
35 (trinta e cinco) 
de 1.365.855 até 
1.487.805 
36 (trinta e seis) 
de 1.487.806 até 
1.609.756 
37 (trinta e sete) 
de 1.609.757 até 
1.731.707 
38 (trinta e oito) 
de 1.731.708 até 
1.853.658 
39 (trinta e nove) 
de 1.853.659 até 
1.975.609 
40 (quarenta) 
de 1.975.610 até 
4.999.999 
41 (quarenta e 
um) 
Nº DE HABITANTES 
DO MUNICÍPIO 
Nº DE 
VEREADORES 
de 5.000.000 até 
5.119.047 
42 (quarenta e 
dois) 
de 5.119.048 até 
5.238.094 
43 (quarenta e 
três) 
de 5.238.095 até 
5.357.141 
44 (quarenta e 
quatro) 
de 5.357.142 até 
5.476.188 
45 (quarenta e 
cinco) 
de 5.476.189 até 
5.595.235 
46 (quarenta e 
seis) 
de 5.595.236 até 
5.714.282 
47 (quarenta e 
sete) 
de 5.714.283 até 
5.833.329 
48 (quarenta e 
oito) 
de 5.833.330 até 
5.952.376 
49 (quarenta e 
nove) 
de 5.952.377 até 
6.071.423 
50 (cinqüenta) 
de 6.071.424 até 
6.190.470 
51 (cinqüenta e 
um) 
 
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de 6.190.471 até 
6.309.517 
52 (cinqüenta e 
dois) 
de 6.309.518 até 
6.428.564 
53 (cinqüenta e 
três) 
de 6.428.565 até 
6.547.611 
54 (cinqüenta e 
quatro) 
Acima de 6.547.612 55 (cinqüenta e 
cinco) 
 
ATENÇÃO: O TSE entende que só a lei material se submete ao princípio da anuidade 
(ex.art.14, e 14, §3º). Crimes eleitorais, resoluções e lei formal não se sujeitam. Desta 
forma, com este posicionamento, acaba por mitigar o princípio da anualidade. 
 Para encerrar o princípio da anualidade verificamos o exemplo de Fernando Gabeira, 
foi convidado no Programa do Jô Soares, e durante sua entrevista fez campanha 
antecipada. O MP entrou com uma representação contra a Rede Globo de Televisão, para 
pagar multa ou franquear o horário para outros candidatos. Essa caso ilustra a segurança 
jurídica elencada no artigo 16 da CF. 
2. REGIMES DE GOVERNO 
2.1. Noção 
 Regime de Governo indica o grau de participação do povo nos destinos de um Estado. 
2.2. Espécies 
 Democracia (na acepção da palavra, significa Governo do povo). 
Característica: todo poder emana da vontade popular. 
 Autocracia ou regime não-democrático. 
 Características Não prevalência da vontade popular 
 
 -Uma pessoa tem todos os poderes do Estado, de maneira 
ilimitada e absoluta. 
 -Não há Estado de Direito. 
 
 
 
 
 
2.3 Democracia – espécies 
2.3.1 Direta 
 O próprio povo delibera em Assembleia, sem necessidade de representantes 
(democracia que sobrevive apenas em pequenos povoados). 
2.3.2 Semidireta 
 Forma de democracia adotada pela nossa Constituição (art. 1º), ou seja, agregamos 
instrumentos que permitem a deliberação direta do povo e outros que exigem que a 
soberania popular seja exercida por representantes eleitos. 
2.3.3 Indireta ou representativa 
 
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 Toda deliberação é feita por meio de representantes, escolhidos livremente pelo 
povo. 
2.4 Sufrágio 
 Sufrágio é o direito de participar da formação da vontade política do Estado, que pode 
ser: 
a) universal, irrestrito ou cosmopolita: é o direito de votar (direito político) atribuído a 
todos os nacionais de um país que possuem capacidade civil, sem restrições de qualquer 
natureza (classe social, sexo, religião etc.); 
b) restrito (qualificativo): é o direito de voto atribuído às pessoas que preenchem 
determinados requisitos, por exemplo, percepção de renda mensal mínima de cinco mil 
reais. Pode ser: 
 censitário: restrição vinculada à capacidade econômica do indivíduo; 
 capacitário: restrição vinculada à capacidade intelectual ou grau de formação do 
indivíduo; 
 sexista: restrição que afeta um dos sexos. 
 Um exemplo de sufrágio restrito, são os estrangeiros, um argentino que vive no 
Brasil, trabalha só é obrigado a votar se for naturalizado, caso contrario não vota. O 
conscrito (quem esta cumprindo serviço militar obrigatório) não vota. A ideia de que o 
conscrito não vota vem desde a constituição imperial de 1824, na época não se usava a 
denominação conscrito, mas sim Praças que eram os soldados do imperador. 
2.5 Voto 
 É um dos meios pelos quais o direito de sufrágio é exercido. Características (arts. 14, 
caput, e 60, § 4º, II, da CF): 
 
1ª) Personalíssimo: não pode ser exercido por procuração (mandato). 
2ª) Direto: o próprio povo é quem escolhe seus representantes. 
Atenção: voto indireto é exceção (art. 81, § 1º, da CF). 
3ª) Secreto: o conteúdo do voto não pode ser acessível a outras pessoas. 
4ª) Obrigatório: exige-se a presença física da pessoa. 
Atenção: pode ser alterado, não é cláusula pétrea.1 
5ª) Livre: expressão da vontade política sem constrangimento. 
6ª) Periódico: direito de todos cidadãos de poder trocar seus governantes  inerente 
à democracia. 
7ª) Universal: é o direito de votar de todos os nacionais de um país, sem restrições. 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto 
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
 
1“Art. 60. (...). § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (...) II – o voto direto, 
secreto, universal e periódico;” 
 
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Importe ressaltar que quando a Constituição fala em “valor igual” o legislador quis 
dizer que todo o voto é igual, independente de quem esta votando, qual seu 
salário, cargo, cada cidadão tem direito a um voto de igual valor não existe um 
peso maior ou menor para cada um. É o caso da expressão americana ‘ one man 
one vote” (um homem um voto) expressão esta que foi criada na década de 60 
com movimento dos direitos civis dos negros. O voto igual é uma conquista dos 
direitos políticos. 
 Voto igual é diferente de voto inigualitário, este último era adotado pela 
Constituição Imperial, 1824, em que existia o voto familiar, tal voto consistia em o 
chefe de família (pai) votava por ele, pela esposa e por seus filhos, então quanto 
maior o número de filhos, maior a quantidade de votos. 
Hoje existem em nossa constituição um caso de voto indireto.É o disposto no 
artigo 81 § 1º: 
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da 
República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última 
vaga. 
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período 
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias 
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 
 
 No caso de Presidente e Vice Presidente da republica renunciarem ao cargo 
nos últimos dois anos de mandato, haverá uma eleição indireta feita pelo Congresso 
Nacional que deverá eleger alguém da Câmara ou do Senado. 
2.6 INSTRUMENTOS DE DEMOCRACIA DIRETA ADOTADOS PELO BRASIL 
2.6.1 Plebiscito 
 É uma consulta prévia, em que os cidadãos demonstram sua posição sobre 
determinadas questões administrativas ou legislativas, nunca sobre matéria judicial. 
 No Brasil já tivemos referendo para consultar o povo sobre qual o regime era o 
preferido o Presidencialismo ou o Parlamentarismo. 
Atenção:pergunta-se primeiro e faz se depois. 
 Competência para convocação: exclusiva do Congresso Nacional quando as 
questões forem de interesse nacional (art. 49, XV, da CF). 
2.6.2 Referendo 
 É uma forma de manifestação popular, em que o cidadão aprova ou rejeita um ato 
governamental já manifestado. 
O último referendo realizado no Brasil foi em 2005 para consultar população sobre a 
comercialização da arma de fogo e munição. No caso do referendo a lei esta pronta e o 
povo é chamado a dizer se aprova ou não aquela lei. 
 
Atenção: primeiro se faz, depois se pergunta. 
 Ocorre quando uma emenda constitucional ou um projeto de lei aprovado pelo 
Poder Legislativo é submetido à aprovação ou rejeição dos eleitores antes de entrar em 
vigor. 
 
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 Diferença entre plebiscito e referendo: o plebiscito tem por objeto a consulta 
popular a um tema que ainda não foi formalizado em projeto de lei; o referendo 
diz respeito a um momento posterior, é uma consulta popular sobre um tema que 
já faz parte de um projeto de lei ou de uma lei cuja eficácia encontra-se suspensa. 
Ex.: em 1993, foi realizado um referendo em que se perguntava à população qual sistema 
de Governo deveria ser adotado: Monarquia ou República e Presidencialismo ou 
Parlamentarismo. 
 
Atenção: Referendo e plebiscito: 
a) A iniciativa da proposta deve partir de um terço de Deputados Federais ou de um 
terço de Senadores. 
b) É manifestada por decreto legislativo. 
c) Aprovação por maioria simples: mais da metade dos presentes à sessão. 
d) Para ser iniciada a votação: exige-se a presença de mais da metade de todos os 
parlamentares da Casa legiferante. 
 
2.6.3. Outros instrumentos de democracia 
a) Iniciativa popular (arts. 14, III, 27, § 4º, 29, XIII, e 61, § 2º, da CF e Lei 9.709/98). 
Trata-se de um direito coletivo de petição. 
Requisitos: 
a.1) Subscrição de 1% do eleitorado nacional. 
a.2) Distribuído em pelo menos cinco Estados. 
a.3) Não menos de 0,3 % do eleitorado de cada um dos Estados. 
Vejamos o que dispõe o artigo 13 da Lei 9.709/98: 
Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos 
Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído 
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de 
cada um deles. 
§ 1o O projeto de lei de iniciativa popular deverá circunscrever-se a um só assunto. 
§ 2o O projeto de lei de iniciativa popular não poderá ser rejeitado por vício de forma, 
cabendo à Câmara dos Deputados, por seu órgão competente, providenciar a correção 
de eventuais impropriedades de técnica legislativa ou de redação. Atenção: 
 deverá limitar-se a um só assunto. 
 não poderá ser rejeitado por vício de forma. 
 José Afonso da Silva admite a iniciativa popular também para projeto de 
emenda à Constituição Federal. 
 iniciativa popular é cabível também nos Estados e Municípios. 
 
b) Ação popular. 
c) Organização/participação de partido político. 
d) Ação de impugnação de mandato. 
3. ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
3.1 Arts. 9º da Resolução do TSE nº 21.538/2003 e 42 do CE 
 
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 Alistamento eleitoral consiste na qualificação e inscrição do indivíduo perante a 
Justiça Eleitoral e se materializa mediante o título de eleitor. 
 É a capacidade eleitoral ativa (direito público político subjetivo ativo). 
 
3.2 Inscrição eleitoral (art. 2º da Resolução do TSE nº 21.538/2003) 
 É efetivada a requerimento do interessado e não de ofício pela Justiça Eleitoral. 
 Não se admite o requerimento de inscrição eleitoral ou transferência nos 150 dias 
que antecedem as eleições (art. 91, da Lei nº 9.504/97 – revogação tácita do art. 
67 do CE). 
Atenção: é crime eleitoral a inserção de declaração falsa em documento público ou 
particular (art. 350 do CE). 
 
3.2.1 Requerimento de inscrição 
É submetido à apreciação do Juiz Eleitoral, que, em 48 horas, poderá: 
 
1) deferi-lo (poderá recorrer qualquer delegado de partido) 
2) indeferi-lo (poderá recorrer o alistando) 
3) convertê-lo em diligências. 
 
 
 
 
3.2.2 Momento de formalização do pedido de inscrição 
 O alistando escolhe um local de sua preferência entre aqueles relativos à sua Zona 
Eleitoral. 
3.2.3 Prazo de alistamento (art. 8º do CE) 
 Para o brasileiro nato: vai até 19 anos (parágrafo único do art. 8º do CE). 
A Constituição fala que aos 18 anos o voto é obrigatório e o nosso código eleitoral 
diz que se o brasileiro não se alistar até os 19 anos pagará multa. 
Parece contraditório a principio, todavia, o que o CE nos diz é que caso o cidadão 
nato complete 18 anos em ano que não tenha eleição ele não é obrigado a votar. 
Entretanto se completar 18 anos em ano eleitoral deverá tirar o título. Lembrado 
que deverá ser respeitada a regra dos 150 dias antes da eleição para requerer o 
título. O artigo 91, da Lei nº 9.504/97 estabelece esse prazo para evitar fraudes. 
 Para o brasileiro naturalizado: é de até um ano após a aquisição da nacionalidade 
brasileira, devendo respeitar também os 150 dias que antecedem a eleição 
3.2.4 Alistamento dos índios 
 
O MP pode recorrer tanto da 
decisão que defere quanto da 
que indefere. 
Qualificação 
 
Inscrição 
Alistamento 
O alistando passa à 
condição de 
cidadão 
 
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O índio pode se alistar (Lei nº 6.001/1974), desde que: 
1º) seja capaz de exprimir-se na língua nacional; 
2º) seja portador de documento, podendo ser o registro administrativo na FUNAI. 
Importante destacar que existem 3 tipos de índio: 
 O índio não integrado considerado inimputável esse não vota e também não é 
votado; 
 Índio semi-integrado se for alfabetizado poderá votar; 
 Índio integrado, já não é considerado absolutamente incapaz, pelo contrário esse 
índio será plenamente imputável. 
3.3 O alistamento e o voto (art. 14, § 1º, I e II, da CF) 
3.3.1 Votos obrigatórios 
Para os brasileiros que têm entre 18 e 70 anos de idade, de ambos os sexos, salvo o 
analfabeto. Exceção: 
1 - Justificação fora do domicilio, domicilio é a comarca. Se estiver fora de sua comarca 
poderá justificar seu voto. 
2 – Pagamento da multa O eleitor deixa de votar e de justificar sua ausência então pagará 
multa. 
3 – Justificativa por acidentes Caso fortuito ou força maior, enchente, doença. 
4 – Voto do deficiente que esta internado No caso de deficiente físico, mental, o TSE 
permite que um parente traga o atestado médico e o deficiente tenha isenção 
permanente já que existem duas formas: 
1ª Pode em toda eleição justificar; 
2ª Apresentar atestado médico na zona eleitoral e pedir a isenção permanente. 
3.3.2 Votos facultativos 
a) para o analfabeto; 
b) para os que têm entre 16 e 18 anos (até a data do pleito); 
c) para os que têm mais de 70 anos; 
d) para os inválidos; (art. 6º do, CE). 
e) para os que se encontrem fora do País (art. 6º do, CE). 
 Para o analfabeto o voto e o alistamento são facultativos, contudo, se vier a ser 
eleitor (tirou o título) o voto continua sendo facultativo. Sobre este tema cabe citar um 
exemplo emblemático. 
Um vereador analfabeto foi eleito, e tentou se reeleger ocorre que durante a análise do 
pedido de reeleição o Juiz verificou que ele era analfabeto e indeferiu a candidatura. O 
então Vereador não conformadocom a decisão decidiu recorrer ao TRE, que por sua vez 
manteve a decisão, então esse recorreu ao TSE que indeferiu e expediu a súmula 15. 
Súmula 15 O exercício de cargo eletivo não é circunstância 
suficiente para, em recurso especial, determinar-se a reforma de 
decisão mediante a qual o candidato foi considerado analfabeto. 
 Entendeu o TSE que não há direito adquirido ao analfabetismo, principalmente se ele 
é vereador, visto que deveria conhecer a CF. 
3.3.3 Estão isentos do voto (apenas) 
a) os enfermos; 
b) os que se encontrarem fora de seu domicílio; 
 
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c) os funcionários civis e militares em serviço no dia das eleições. 
3.3.4 Não podem alistar-se 
a) os menores de 16 anos; 
b) os que não saibam exprimir-se na língua nacional: art. 5º, II, do CE; 
c) os estrangeiros: art. 14, § 2º, da CF; 
d) durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos: art. 14, § 2º, da CF; 
e) os que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos políticos: art. 5º, 
III, do CE, como por exemplo, os condenados criminalmente. 
3.4 Transferência eleitoral 
A transferência eleitoral é facultativa e, para tanto, o eleitor dever comprovar os 
seguintes requisitos: 
a) Estar quite com a Justiça Eleitoral. 
b) Haver transcorrido pelo menos um ano da inscrição ou última modificação. 
c) Declarar residência mínima de três meses no novo domicílio. 
Atenção: As alíneas b e c não se aplicam aos servidores públicos removidos ou 
transferidos nem aos familiares que os acompanham. 
 O requerimento de transferência será publicado: na Imprensa Oficial: quando for capital 
de Estado: 
 Os interessados podem impugná-lo em cartório  e nas demais localidades em cartório 
no prazo de 10 dias. 
 
Atenção: das decisões de transferência cabe recurso para o TRE, no prazo de três dias. 
3.5 Domicílio eleitoral (art. 42, par. ún., do CE) 
3.5.1 Conceito 
 É o lugar da residência ou moradia onde o interessado tem vínculos (políticos, sociais, 
patrimoniais, negócios). Trata-se de um conceito bem amplo, diverso do Código Civil. É, 
em regra, a cidade em que mora o eleitor. 
3.5.2 Mais de um domicílio 
 Será considerado domicílio eleitoral qualquer um deles. 
3.5.3 Regra do art. 70 do CC2 
 Inaplicável para o Direito Eleitoral (Acs do TSE nº 16.397/2000 e nº 18.124/2000). 
 
3.6. Circunscrições eleitorais 
 Correspondem a cada uma das unidades da Federação (26 Estados-membros e o 
Distrito Federal). 
Atenção: A circunscrição eleitoral para eleições presidenciais é o País. 
3.6.2 Zonas Eleitorais 
 Podem abranger um ou mais Municípios, não obstante haver mais de uma Zona 
Eleitoral em Municípios grandes (ver arts. 23, VIII, e 30, IX do CE). 
3.6.3 Seções Eleitorais (art. 117 do CE) 
 
2 Art. 70 do CC. “Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo 
definitivo”. 
 
 
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 É a fração de uma Zona Eleitoral. 
 Local onde os eleitores votam. 
 Cabe ao Juiz responsável pela Zona Eleitoral dividi-la em seções (art. 35, X, do CE). 
 Cada seção é composta de uma mesa receptora de votos, composta de quatro 
mesários nomeados pelo Juiz Eleitoral (art. 120 do CE), sendo: 
a) Presidente da Seção; 
b) 1º Mesário; 
c) 2º Mesário; 
d) Secretário. 
3.6.4 Mínimo de eleitores em cada seção eleitoral 
 Capital: 50 eleitores (art. 117 do CE) 
 Interior: 50 eleitores(art. 117 do CE) 
3.6.5 Máximo de eleitores em cada Seção Eleitoral (Resolução do TSE nº 20.105/1998): 
 Capital: 500 eleitores. 
 Interior: 400 eleitores. 
 Mais de 50 eleitores cegos: poderá ser instalada Seção especial. 
 Mais de 50 eleitores presos provisoriamente: poderá ser instalada Seção 
especial. Isso só é possível: 1) se a Seção já estiver instalada 2) e os presos 
tiverem requerido a regular transferência. 
Atenção: a condição de preso não retira do indivíduo sua capacidade eleitoral ativa, 
todavia, se estiver cumprindo pena, não poderá votar, em razão de se encontrar com 
seus direitos políticos suspensos. 
3.7 Justificativa da ausência 
 Eleitor que se encontra no exterior: o prazo para justificar é de 30 dias, contados 
da data do seu retorno ao País. 
Atenção! O voto no exterior é possível: somente para os cargos de Presidente e Vice 
Presidente da República (arts. 225 a 233 do CE). 
 Eleitor que se encontra no Brasil pode justificar o voto de duas maneiras: 
a) no próprio dia da eleição; 
B) caso não faça a justificativa no dia da eleição: tem 60 dias para justificar sua ausência. 
Atenção: Aos eleitores em trânsito no território nacional é igualmente assegurado o 
direito de voto nas eleições para Presidente e Vice Presidente da República, em urnas 
especialmente instaladas nas capitais dos Estados e na forma regulamentada pelo 
Tribunal Superior Eleitoral (art. 233-A, CE). 
3.8 Sanções para quem não vota e não justifica 
Estão previstas no Código Eleitoral; são elas: 
1ª) impossibilidade de tirar passaporte; 
2ª) impossibilidade de prestar concursos públicos; 
3ª) não recebimento de salário, se se tratar de servidor público; 
4ª) pagamento de multa. 
3.9 Cancelamento (exclusão) de título eleitoral 
As causas de cancelamento estão no art. 71 do CE. São elas: 
 
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- infração aos artigos 5º (causas de inalistabilidade) e 42 (qualificação e inscrição do 
eleitor); 
- a suspensão ou perda dos direitos políticos; 
- a pluralidade de inscrição; 
- o falecimento do eleitor; 
 
- deixar de votar e 3 eleições consecutivas. 
O eleitor que: 
não votar por 3 eleições consecutivas deverá ter sua inscrição cancelada 
(Resolução TSE 
ou não pagar a multa n. 21.538/2003) 
ou não se justificar no prazo de 60 dias 
 
 
 
Atenção: cancelamento da inscrição por morte do eleitor: veja Acórdão nº 649 do TSE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo de Exclusão (art. 71, § 1º, do CE) 
 Caberá 
recurso no prazo 
de 3 dias para o 
TRE: 
1) pelo excluído; 
2) por delegado 
de partido; 
3) pelo MP. 
7 
INÍCIO 
 
1) Ex officio pelo Juiz 
Eleitoral. 
2) A requerimento do MP. 
3) A requerimento de 
delegado de partido. 
4) A requerimento de 
qualquer eleitor. 
 
1 
 
Autuação da petição 
ou representação com 
os documentos. 
2 
Publicação de edital 
com prazo de 10 dias 
para ciência dos 
interessados. 
3 Interessados 
poderão contestar 
dentro de 5 dias. 
4 
 O Juiz concederá 
dilação probatória de 5 
a 10 dias, se requerida. 
5 
 O Juiz decidirá 
no prazo de 5 
dias. 
6 
 
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 A Perda dos direitos políticos é a privação definitiva ou sem prazo, das capacidades 
ativa e passiva. Já a Suspensão é a privação temporária da capacidade ativa e passiva. 
Art. 15 CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará 
nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do 
art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
É vedada a cassação dos direitos políticos, já a cassação do mandato eletivo é possível. A 
exemplo o deputado que não tiver decoro parlamentar terá seus mandato cassado, mas 
não terá seus direitos políticos cassados. Todavia, quem tem o mandato cassado surte 
efeitos nos seus direitos políticos, por ex. José Dirceu é inelegível, porque a inelegibilidade 
decorre da cassação do mandato. 
 4. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE 
 Trata-se da capacidade eleitoral passiva ou direito público político subjetivo passivo. 
 
ATENÇÃO 
 as condições de elegibilidade podem ser disciplinadas por lei ordinária. 
 as condições de inelegibilidade só podem ser disciplinadas por lei 
complementar. 
 Art. 14, § 3º, da CF 
 
1) Nacionalidade brasileira. 
a) Brasileiro nato (cargos privativos – art. 12, § 
3º, da CF). 
b) Brasileiro naturalizado. 
2) Pleno exercício dos direitos políticos. 
3) Alistamento eleitoral. 
4) Domicílio eleitoral na circunscrição. pelo menos 1 ano antes da eleição. 
5) Filiação partidária. pelo menos 1 ano antes da eleição. 
6) Idade mínima: 
a) Presidente e Vice-Presidente da 
República e Senador (35 anos). 
b) Governador e Vice-Governador de Estado 
ou do Distrito Federal (30 anos). 
c) Deputado (Federal, Distrital ou Estadual), 
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz (21 anos). 
d) Vereador (18 anos). 
a idade mínima deve estar completa no dia da 
posse (art. 11, § 2º, da Lei nº 9.504/1997). 
 Existe ainda as condições infraconstitucionais que estão previstas na Lei 9.504/97, 
artigo 11 e resolução sobre registro de candidatos do TSE. 
 
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Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o 
registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 5 de julho 
do ano em que se realizarem as eleições. 
 Existe conceito e requisitos para o registro. É importante saber que os 
candidatos são escolhidos em uma convenção. As convenções, segundo o artigo 8ª da Lei 
9.504/97, ocorrem entre os dias 10 e 30 de junho do ano das eleições.Terminadas as 
convenções os documentos serão levados a registro na Justiça Eleitoral, que irá analisar as 
condições de elegibilidade. Importante destacar quais são os cargos privativos de 
brasileiros natos, conforme disposto no artigo 12 § 3º CF: 
3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa. 
 Há dois casos de brasileiros natos que vêm pelo voto popular, quais sejam: presidente 
e vice presidente da republica. Essa é uma condição de elegibilidade que é aferida pela 
Justiça Eleitoral. 
 Os demais cargos como governador, senador, vereador. Prefeito pode ser candidato o 
brasileiro nato ou o naturalizado. 
 A constituição impõe cargos privativos por uma questão de soberania e preservação 
da ordem. 
Quanto ao disposto no art. 14, § 3º, II: 
II – O Pleno exercício dos direitos políticos 
 A expressão do inciso II é muito ampla, todavia para limitar ou adequar essa 
expressão a jurisprudência do TSE acabou adaptando o inciso II ao artigo 71 do Código 
Eleitoral. 
Art. 71. São causas de cancelamento: 
I - a infração dos artigos 5º e 42; 
II - a suspensão ou perda dos direitos políticos; 
III - a pluralidade de inscrição; 
IV - o falecimento do eleitos; 
V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas 
Vejamos agora o disposto no art. 14, § 3º, III: III – Alistamento Eleitoral: 
 É o momento no qual o cidadão é qualificado perante a justiça eleitoral, e recebe um 
número de inscrição (número do título de eleitor) para vinculá-lo a uma Zona Eleitoral que 
é o local da votação. Vejamos o que dispõe o artigo 42 do CE: 
 
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Art. 42 . O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição 
do eleitor. Parágrafo único. Para efeito da inscrição, é domicilio 
eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, 
verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicilio 
qualquer delas. O Alistamento eleitoral é uma condição básica para 
qualquer pessoa se candidatar. Trata-se de condição de 
elegibilidade e também uma condição de cidadania sobre a ótica 
do Direito Eleitoral. Ser cidadão eleitoral é ser regularmente 
inscrito, ter o título. Inclusive, para ajuizar ação popular deve o 
autor comprovar que esta quite com a justiça eleitoral. Essa 
legitimidade ativa é aferida e verificada pelo título e sua regular 
inscrição. As regras sobre o alistamento estão previstas na 
Resolução do TSE 21538 de 2003, na qual existe a possibilidade do 
TSE determinar que os TRE’s façam uma revisão do eleitorado. Essa 
revisão é feita para evitar fraudes, pois existem municípios em que 
o número de eleitores está se equiparando ao número da 
população. Ocorre que muitos eleitores não fazem o 
Requerimento de Alistamento Eleitoral – RAE aonde residem, mas 
sim aonde cabos eleitorais solicitam. Acontece em muitos 
municípios de centenas de eleitores terem o mesmo endereço 
residencial. Isso acontece porque no momento em que é feito o 
RAE o eleitor apenas declara sob as penas do artigo 350 do CE que 
reside naquele local, ele não comprova, como através de uma 
conta. Se a Justiça Eleitoral perceber o erro chamará o eleitor para 
efetuar uma revisão munido de comprovante de residência, 
identidade e CPF. No caso de não comparecimento o título é 
cancelado. Este é um ato pessoal. 
Quanto ao disposto no art. 14, § 3º, IV: 
IV – O domicilio eleitoral na circunscrição; 
 Para fins eleitorais considera-se domicilio apenas o local de residência ou moradia. 
Adota-se a regra do § único do artigo 42 do CE, que considera apenas o aspecto físico. No 
Brasil tivemos algumas impugnações famosas de candidatos sobre esse dispositivo. Um 
dos casos foi o do atual Presidente do Senado José Sarney. Sarney foi Senador pelo 
Amapá, mas, fora acusado de não morar na cidade do Macapá, tendo em vista que a sua 
cidade e seus laços estão no Maranhão. Esse é apenas um dos diversos casos de 
impugnação de candidatura o que levou a Justiça Eleitoral entender que é necessário que 
o eleitor demonstre vínculos com a cidade, esse vínculo pode ser de ordem profissional, 
social que são os centros sociais, vínculos negociais...Deve –se comprovar algum tipo de 
vínculo com a cidade. O prazo de domicilio eleitoral é de pelo menos um ano no local, a 
contar retroativamente do primeiro domingo de outubro do ano da eleição art. 9º da Lei 
9.504/97. 
Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir 
domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo 
 
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menos, um ano antes do pleito e estar com a filiação deferida pelo 
partido no mesmo prazo. 
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após 
o prazo 
estipulado no caput, será considerada, para efeito de filiação 
partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem. 
Quanto ao disposto no art. 14, § 3º, VI: 
V – Idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidenteda República e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
 Importante destacar que o candidato deve ter a idade mínima na data da posse, 
conforme disposto no art. 11, § 2º da Lei 9.504/97: 
Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o 
registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 5 de julho 
do ano em que se realizarem as eleições.§ 2º A idade mínima 
constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade 
é verificada tendo por referência a data da posse. 
 Desta feita, o candidato pode concorrer a Presidência por exemplo com 34 anos, 
todavia, deverá na data da posse, caso eleito, ter 35 anos. 
4.1 Elegibilidade de Magistrados membros do Tribunal de Contas e Ministério Público 
 Magistrados e membros do Tribunal de Contas não podem manter qualquer 
participação político-partidária quando do exercício de suas funções. Os magistrados, 
membros dos tribunais de contas e os do Ministério Público devem afastar-se 
definitivamente de suas funções para serem candidatos. Afastar-se definitivamente será 
pedir exoneração, se não tiver tempo para se aposentar. 
 Uma exceção a essa regra é o caso do Promotor paulista Fernando Capez que foi eleito 
deputado estadual. Capaz ingressou no Ministério Público antes da promulgação de nossa 
atual constituição então optou por invocar o disposto no artigo 29 §3º da ADCT, ou seja, 
pode exercer plenamente seus direitos políticos, pode advogar, ser candidato. Todavia os 
candidatos que tomaram posse após a promulgação da constituição de 1988 não poderão 
invocar esses direitos 
Art. 29 - Enquanto não aprovadas as leis complementares relativas ao Ministério Público e 
à Advocacia-Geral da União, o Ministério Público Federal, a Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, as Procuradorias e Departamentos 
Jurídicos de autarquias federais com representação própria e os membros das 
Procuradorias das Universidades fundacionais públicas continuarão a exercer suas 
atividades na área das respectivas atribuições.§ 3º - Poderá optar pelo regime anterior, no 
que respeita às garantias e vantagens, o membro do Ministério Público admitido antes da 
promulgação da Constituição, observando-se, quanto às vedações, a situação jurídica na 
data desta Para filiação partidária, exige-se: 
 
 
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prévia aposentadoria 6 meses desincompatibilização 
ou exoneração antes da eleição 
 
 
Atenção! Quanto aos membros do MP, a EC nº 45/2005 impôs as mesmas condições 
estabelecidas aos Magistrados e membros do Tribunal de Contas (TSE, Consulta nº 
1.154/DF, j. em 4.1.2005, concluiu que todos os membros do MP estão sujeitos a essa 
restrição, mesmo aqueles que ingressaram na carreira antes da emenda), entretanto vale 
lembrar que essa orientação não é vinculante. 
 
4.2 Elegibilidade dos militares federais ou estaduais 
 
 Os militares não podem filiar-se a partidos políticos enquanto em serviço ativo 
(veja arts. 142, § 3º, V, e 42, § 1º, da CF). 
 Militares com mais de 10 anos de serviço na data da eleição devem afastar-se 
provisoriamente. Trata-se da chamada agregação (inatividade provisória de um 
militar sem que ele deixe de pertencer aos quadros das Forças Armadas). Isso deve 
se dar 3 meses antes da eleição e, caso o militar não seja eleito, voltará ao serviço. 
 Militares com menos de 10 anos de serviço na data da eleição deve afastar-se 3 
meses antes da eleição (art. 14, § 8º, II, CF e art. 98, CE). 
4.3 Comunicações das filiações partidárias à Justiça Eleitoral 
 Tais comunicações devem ser feitas na segunda semana dos meses de abril e outubro 
(veja art. 19 da Lei nº 9.096/1995). 
Atenção: Súmula nº 20 do TSE: a falta de nome do filiado ao partido na lista por este 
encaminhada à Justiça Eleitoral, nos termos do art. 19 da Lei nº 9.096/1995, pode ser 
suprida por outros elementos de prova de oportuna filiação. 
 Todo futuro candidato deve estar filiado, ou seja, vinculado a um partido político. A 
filiação segue o princípio da unicidade, só pode ser filiado a um partido político. Uma 
espécie de “monogamia partidária”. 
 De acordo com o artigo 16 da lei 9096/1995 só pode filiar-se a partido eleitor que estiver 
no pleno gozo de seus direitos políticos. O prazo mínimo de filiação é de um ano antes da 
data da eleição, desde que no mesmo partido, se ficou 6 meses no partido X e 6 meses no 
Y esse prazo não é somado. O artigo 20 da lei 9096/1995 diz que: 
Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu 
estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos 
nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.Parágrafo 
único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do 
partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser 
alterados no ano da eleição. 
 Então é necessário lembrar que o prazo estabelecido em lei é de um ano antes da 
eleição, todavia, pode ser estabelecido prazo superior pelos partidos políticos. 
 4.3.1. Desfiliação 
 
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 O artigo 21 aponta que para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao 
órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito. Se decorridos dois 
dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos. Se 
estiver filiado ao partido PSDB (por exemplo) e ser eleitor da 3ª zona eleitoral, deve comunicar 
ao referido partido que não tem mais intenção de filiação, com cópia dessa comunicação ao 
juiz eleitoral. Passados dois dias, estará extinto o vínculo. A lei 9.096/95 no seu art. 22, pú, 
dispõe sobre dupla filiação. No Brasil todo candidato deve estar filiados a partido político: 
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária 
verifica-se nos casos de: 
I – morte; 
II – perda dos direitos políticos; 
III – expulsão; 
IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação 
obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da decisão. 
Parágrafo único. Quem se filia a outro partido deve fazer 
comunicação ao partido e ao juiz de sua respectiva Zona Eleitoral, 
para cancelar sua filiação; se não o fizer no dia imediato ao da nova 
filiação, fica configurada a dupla filiação, sendo ambas consideradas 
nulas para todos os efeitos. 
 A condição de elegibilidade e a filiação partidária está no art. 14, §3º, inc V da CF, e é 
condição para que alguém possa ser candidato. Se estiver em um partido, deverá manter-se 
por 1 ano nele para que possa mudar. Caso não tome essa providência terá dupla filiação e 
será considerada nula e tornando inelegível tornando o candidato incapacitado para sua 
candidatura. Quando decidir cancelar sua filiação deverá comunicar o partido em que estava 
filiado e também o Juiz da Zona Eleitoral. 
4.4 Circunscrição eleitoral 
4.4.1 Legislação aplicável 
 Lei nº 9.504/1997: art. 9º 
 CE: art. 86 
A circunscrição nas: 
 eleições presidenciais é o País; 
 eleições federais e estaduais é o Estado; 
 eleições municipais é o Município. 
 Conclui-se, portanto, que o tipo de núcleo utilizado no Brasil é o circunscricional, que, 
por sua vez, é contrário ao tipo de núcleo distrital. 
 
 
 
 
 
 
 
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4.5 Sistemas de representação 
 
Cargos 
 
Sistema eleitoral 
 Presidente da República e Vice-Presidente (art. 
77, § 2º, da CF); 
 
 Governador e Vice-Governador (art. 28 da CF); Majoritário 
 Governador do Distrito Federal e Vice-
Governador (art. 32, § 2º, da CF); 
 
 Prefeito e Vice-Prefeito (art. 29, I e II, da CF); 
 Senadores (art. 46 da CF). 
 Deputados Federais (art. 45 da CF); Proporcional 
 Deputados Estaduais (art. 27 da CF); 
 Deputados Distritais (art. 32, § 3º, da CF); 
 Vereadores (art. 29, IV, da CF). 
 
4.5.1 Espécies de sistema de representação 
a) Majoritário: é eleito o candidato mais votado, podendo ser: 
a.1) por maioria absoluta (dois turnos): 
 Caso nenhum candidato alcance maioria absoluta (mais da metade) de 
todos os votos válidos, far-se-á nova eleição (segundo turno), concorrendo 
para esta os dois candidatos mais votados no primeiro turno. 
 
Atenção: esse sistema é aplicado às eleições para Presidente da República, Governador 
de Estado ou do Distrito Federal e Prefeito, nos Municípios com mais de 200.000 
eleitores. 
a.2) por maioria simples ou relativa (um único turno): 
 Ganha a eleição o candidato que obtiver maioria simples nas eleições, 
mesmo recebendo um único voto a mais que o segundo candidato mais 
votado. 
Aplica-se às eleições para: 
 Senador; 
 Prefeito, nos Municípios com menos de 200.000 eleitores. 
b) Proporcional (arts. 5º da Lei nº 9.504/1997 e 109 do CE): 
Nesse sistema, o que interessa é a votação em partido ou coligação e não apenas o 
candidato. 
 Como funciona o sistema proporcional: 
 
1ª operação: determinar o número de votos válidos: 
 
 
 
2ª operação: determinar o quociente eleitoral: 
 
ELEITORES 
COMPARECENTES 
VOTOS EM 
BRANCO 
VOTOS 
NULOS 
VOTOS 
VÁLIDOS 
 
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Atenção! Despreza-se a fração, se igual ou inferior a 0,5 (ex.: fazendo-se a operação 
matemática, se o quociente eleitoral for 3.855,3, será considerado 3.855), arredondando 
a para 1, se superior (ex.: fazendo se a operação matemática, se o quociente eleitoral for 
3.855,8, será considerado 3.856). 
3ª operação: determinar o quociente partidário: 
 
 
 
Atenção: 
 despreza-se a fração qualquer que seja (ex.: 5,8 é igual a 5). 
 partido que não atinge o quociente eleitoral não elege qualquer Deputado 
ou Vereador. 
 
4ª operação: distribuir as sobras de lugares não preenchidos pelo quociente partidário 
(técnica de maior média partidária): 
 
 
 
 
 
Atenção: ao partido de maior média, atribui-se a primeira sobra. 
5ª operação: caso haja outra sobra, repete-se a fórmula acima, entretanto o partido 
beneficiado terá o número de lugares obtidos aumentado com a primeira sobra. 
Persistindo o número de sobras, prosseguem os cálculos até que todas as vagas sejam 
distribuídas. 
6ª operação: critérios de desempate: 
 Empate na média entre dois ou mais partidos ou coligações: considerar-se-á o 
partido ou coligação com maior votação. 
 Empate na média e no número de votos: considerar-se-á o número de votos 
nominais. 
7ª operação: a ordem de votação interna de cada partido dar-se-á da seguinte forma: as 
vagas serão distribuídas pelos candidatos mais votados. 
5. REGISTRO DOS CANDIDATOS 
5.1 ESCOLHA DOS CANDIDATOS 
 Os partidos devem estar registrados na circunscrição do pleito caso queiram lançar 
candidatos. 
VOTOS 
VÁLIDOS  
N. DE 
CADEIRAS 
QUOCIENTE 
ELEITORAL 
QUOCIENTE 
ELEITORAL  N. DE VOTOS DE CADA PARTIDO 
QUOCIENTE 
PARTIDÁRIO 
VOTAÇÃO DE CADA 
PARTIDO 
 
N. DE LUGARES 
OBTIDOS DE CADA 
PARTIDO 
 1 
MÉDIA 
PARTIDÁRIA 
 
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Atenção: não se admite no Brasil a possibilidade de candidaturas avulsas. 
 Os candidatos são escolhidos pelos próprios partidos políticos dentre aqueles que 
estão filiados; 
 A escolha é feita dentro do partido por convenção entre os dias 10 e 30 de junho. 
5.2 Registro 
 A resolução nº 22717 trata do registro de candidatos, e todo candidato para ser 
aceito na Justiça Eleitoral precisa ser registrado. 
 O registro deve ser formalizado até as 19 horas do dia 5 de julho do ano em que se 
realizarem as eleições (veja art. 11 da Lei nº 9.504/1997 – o candidato não registrado tem 
48 horas para efetivar o registro de seu pedido). 
5.3 Eleições proporcionais (Deputado e Vereador) 
 Cada partido poderá registrar até 150% do número de lugares a preencher. 
 As coligações podem registrar até o dobro dos lugares a preencher. 
Atenção 1: Nas unidades da Federação em que a população elege até 20 Deputados 
Federais, valem as seguintes regras: 
1ª) Cada partido poderá registrar até o dobro das vagas a preencher. 
2ª) Havendo coligações, estas poderão registrar até o dobro das vagas a preencher e mais 
50%. 
Atenção 2: reserva de vagas para ambos os sexos: mínimo de 30% e máximo de 70%, 
logo, se o partido ou coligação registra dez Deputados, sete têm que ser de um sexo e os 
outros três do sexo oposto (art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/1997 c/c com o art. 9º da 
Resolução do TSE nº 20.993/1992). 
 
 Deputados Federais e Estaduais são registrados no TRE do Estado pelo qual 
concorrem. 
 Vereadores: são registrados junto ao Juiz Eleitoral da respectiva circunscrição. 
5.4 Eleições majoritárias 
 Presidente e Vice-Presidente da República: são registrados no TSE. 
 
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 Senadores (1 Senador e 2 Suplentes): são registrados no TRE do Estado pelo qual 
concorrem. 
 Governador e Vice-Governador: são registrados no TRE do Estado pelo qual 
concorrem. 
 Prefeito e Vice-Prefeito: são registrados junto ao Juiz Eleitoral de sua respectiva 
circunscrição. 
5.5 Hipóteses de substituição de candidato 
Pode haver substituição de candidato quando: 
 for declarado inelegível 
 renunciar 
 falecer 
 tiver seu registro indeferido ou cancelado 
 for expulso do partido: o candidato terá que anuir a sua substituição. 
Para todos os casos acima o pedido deve ser feito até 10 dias depois da data do fato ou 
decisão judicial que lhe deu causa 
 
 Nas eleições majoritárias 
Atenção! 
 Nas eleições proporcionais 
5.6 Ação de impugnação ao registro de candidatura (AIRC) 
5.6.1 Legitimidade 
a) Pré-candidato. 
b) Candidato. 
c) Partido político ou coligação (desde que concorra na circunscrição eleitoral). 
d) MP Eleitoral. 
Atenção: o pedido deve conter a especificação das provas, podendo ser arroladas até seis 
testemunhas). 
5.6.2 Prazos 
 Não dependem de intimação, são peremptórios e contínuos, não se suspendem. 
O pedido deve ser apresentado até 60 dias antes das 
eleições (art. 101, §1º, CE) 
O pedido deve ser apresentado até 60 dias antes do 
pleito (art. 56, § 6º, da Lei 9.504/97). 
 
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 Marco inicial (do pedido de registro da candidatura): 
a) Candidato: até 5 de julho. 
b) Partido: até 7 de julho. Marco final: cinco dias corridos da publicação dos editais no: 
a) Diário Oficial, nas capitais; 
b) próprio cartório, no interior. 
 Contestação: sete dias; 
 Alegações finais (prazo comum para as partes): cinco dias. 
 Decisão: o Juiz ou Tribunal decide em três dias. 
 Cabe recurso inominado no prazo de três dias (veja Súmula nº 11 do TSE). 
 Objeto: falta de condição de elegibilidade. 
 Efeito: art. 15 da LC nº 64/1990, com a redação dada pela LC nº 135, de 4-6-2010. 
 Natureza jurídica: é uma ação. 
5.6.3 Competência 
a) Eleição de âmbito nacional (Presidente e Vice): TSE. 
b) Eleição de âmbito estadual (Deputado Federal, Estadual, Distrital, Senador, 
Governador, Vice-Governador): TRE. 
c) Eleição de âmbito municipal: Juiz Eleitoral. 
 
6. DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS 
 Capacidade eleitoral passiva 
 
 Capacidade eleitoral ativa 
 Positivos 
 
Direitos 
políticos 
 
 Inelegibilidade 
 Negativos Privação 
Direito de sufrágio 
 
 
Outros 
 
 Iniciativa popular no processo legislativo 
direitos de Ação popular 
participação Organização/participação de partido político 
 Ação de Impugnação 
 
 Perda 
 
 Suspensão 
 
Absoluta 
Relativa 
 
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6.1 Inelegibilidades 
 São restrições referentes a capacidade de ser eleito. Nos temos os direitos políticos, e 
temos duas capacidades: A capacidade ativa, que é votar, e a capacidade passiva, ius 
honorum, que é ser eleito. O inelegível pode votar. 
 
 Restringem somente a capacidade eleitoral passiva. 
 Somente podem estar previstas na Constituição Federal ou em lei 
complementar federal. 
6.1.1 Espécies 
1ª) Absoluta: alcança todo e qualquer cargo. São inelegíveis: 
 os inalistáveis (art. 14, § 4º, da CF) 
 os analfabetos (veja Súmula nº 15 do TSE e art. 14, § 4º, da CF). 
2ª) Relativa: refere-se apenas a alguns cargos. 
As inelegibilidades relativas subdividem-se em: 
a) inelegibilidade por motivo funcional: 
 Para mesmo cargo executivo (art. 14, § 5º, da CF). 
 Para outros cargos (art. 14, § 6º, da CF): desincompatibilização. 
b) por motivo de parentesco/casamento (art. 14, § 7º, da CF). Trata-se da chamada 
inelegibilidade reflexa. 
A finalidade da norma, nesse caso, é evitar a continuidade familiar no poder. 
 
Atenção: Os parentes e o cônjuge são elegíveis para quaisquer cargos fora da jurisdição 
do respectivo titular do mandato, mesmo que não haja desincompatibilização do Chefe 
do Executivo. 
A desincompatibilização pode ser feita no 1º mandato para permitir que o cônjuge ou 
parente sejam candidatos no seu lugar.Apenas para ilustrar esse é o caso de Rosinha e 
Garotinho. 
Garotinho era governador do estado do rio de Janeiro, renunciou seu cargo para se 
candidatar a Presidência então sua mulher Rosinha veio como candidata a Governadora 
no seu lugar. Segundo o entendimento do TSE isso é permitido, pois cada núcleo familiar 
tem direito a dois mandatos. 
A candidatura de Rosinha não seria possível se Garotinho estivesse em seu 2º mandato 
como governador, pois seria o 3º mandato no núcleo familiar, o que não é permitido. No 
entanto essa regra não se aplica ao Poder Legislativo, apenas ao Poder Executivo.Os 
membros do Poder Legislativo não precisam renunciar a seus mandatos para 
concorrerem à sua própria reeleição, a outros cargos do Legislativo ou a cargos eletivos 
do Poder Executivo. Desta forma, podem candidatar-se a qualquer cargo, sem qualquer 
restrição, a não ser que exerçam determinada função pública e não se desincompatibilize 
a tempo. 
6.2 Privação dos direitos políticos 
 Pode atingir a capacidade eleitoral ativa ou passiva. 
 Espécies de privação dos direitos políticos (art. 15 da CF): 
 
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6.2.1 Perda 
Inc. I: cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado. Dá-se a 
perda em casos de atividades nocivas ao interesse nacional (Lei nº 818/1949). 
Atenção: Segundo José Afonso da Silva, uma vez cancelada a nacionalidade do brasileiro 
naturalizado, este somente poderá readquiri-la por meio de ação rescisória. Por outro 
lado, o indivíduo que perdeu a nacionalidade brasileira através da naturalização 
voluntária, poderá readquiri-la "por decreto do Presidente da República, se estiver 
domiciliado no Brasil”.3 
André Ramos Tavares também entende que a reaquisição, pelo indivíduo, da 
nacionalidade brasileira somente poderá acontecer através da ação rescisória.4 
Vale deixar registrado os termos da RESOLUÇÃO Nº 22.610, de 25.10.2007 - T.S.E. que 
disciplina o processo de perda de cargo eletivo, bem como de justificação de desfiliação 
partidária. 
Essa resolução surgiu, após o Partido Democratas fazer uma consulta ( instituto previsto 
no art. 23 XII do CE) ao TSE, nessa consulta a questão foi: 
Quem se filia a outro partido político após as eleições, sendo eleito, perde o mandato? 
O TSE entendeu que deve o político perder o mandato. O partido Democratas ingressou 
então com o pedido junto ao Presidente da Câmara dos Deputados para declarar a perda do 
mandato dos políticos que lá estavam e que trocaram de partido. O Presidente da Câmara 
entendeu que essa hipótese não esta prevista na CF e nem no regimento interno da Câmara, 
assim sendo não cumpriu a decisão do TSE. 
O que levou o Democratas a impetrar MS no STF, os partidos PPF e PSDB também 
ingressaram com MS no supremo, e após muitas discussões nossa Corte Maior reconheceu o 
MS vinculando seus efeitos a uma regulamentação do TSE sobre a matéria. Que é a resolução 
22.610/2007. 
Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a 
Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em 
decorrência de desfiliação partidária sem justa causa. 
§ 1º - Considera-se justa causa: 
I) incorporação ou fusão do partido; 
II) criação de novo partido; 
III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa 
partidário; 
IV) grave discriminação pessoal. 
§ 2º - Quando o partido político não formular o pedido dentro 
de 30 (trinta) dias da desfiliação, pode fazê-lo, em nome próprio, nos 
 
3
 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2003.p. 332 
4
 TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 560. 
 
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30 (trinta) subseqüentes, quem tenha interesse jurídico ou o 
Ministério Público eleitoral. 
§ 3º - O mandatário que se desfiliou ou pretenda desfiliar-se 
pode pedir a declaração da existência de justa causa, fazendo citar o 
partido, na forma desta Resolução. 
Art. 2º - O Tribunal Superior Eleitoral é competente para 
processar e julgar pedido relativo a mandato federal; nos demais 
casos, é competente o tribunal eleitoral do respectivo estado. 
Art. 3º - Na inicial, expondo o fundamento do pedido, o 
requerente juntará prova documental da desfiliação, podendo arrolar 
testemunhas, até o máximo de 3 (três), e requerer, justificadamente, 
outras provas, inclusive

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