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APOSTILA 1 INSTALACAO DE APIARIOS (1)

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APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 2 
Volume 1 
 
PREFÁCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE 
APIÁRIO Esta obra tem por objetivo proporcionar a todos os 
interessados em iniciar a criação de abelhas dentro das 
modernas técnicas, proporcionando uma atividade viável, 
mediante escolha de instalações e equipamentos adequados ao 
seu sistema criatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVIO LENGLER – TÉCNICO AGRICOLA - ZOOTECNISTA – MESTRADO 
EM ZOOTECNIA 
Professor Titular do Departamento de Zootecnia – CCR – Universidade 
Federal de Santa Maria, 1974 a 2003. 
RT do Entreposto de Mel de Apiários SINEL 
Fone/fax 0 xx 55 3226.1113/ Celular 99786240 
E-mail: slengler@uol.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
17ª Edição 
 
SANTA MARIA – RS - 2015 
 
V 
SÍLVIO LENGLER 
 3
 
 
ÍNDICE 
PREFÁCIO V 
1- HISTÓRICO DA APICULTURA 3 
1.1- lnício da Apicultura Racional 5 
1.2 - Origem das Abelhas Melliferas Existentes no Brasil 5 
1.3 - A Estagnação da Abelha Européia 6 
2-IMPORTÂNCIA DA APICULTURA 7 
3-MORFOLOGIA E ANATOMIA DA ABELHA 10 
3.1- Cabeça 11 
3.2- Tórax 13 
3.3- Abdômen 16 
3.4- Sistema Digestivo 16 
3.5- Sistema Circulatório 19 
3.6- Sistema Nervoso 20 
3.7- Sistema Respiratório 21 
3.8- Sistema Glandular 21 
3.9- Sistema Reprodutivo 22 
 
4-CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHAS 
4.1 - Trabalho de Rotina das Abelhas Operárias 24 
4.2 - Diferença entre Rainha, Operária e Zangão 26 
 
5 - ESCOLHA DO LOCAL PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIO 
5.1- Fatores Limitantes 27 
5.2- Fatores Não Limitantes 29 
 
6-PLANTAS APÍCOLAS 
6.1 - Plantas Apícolas dos campos 31 
6.2- Plantas Apícolas da mata 32 
6.3- Plantas Apícolas cultivadas 32 
7-INDUMENTÁRIA DO APICULTOR 33 
8 –CENTRIFUGAS 35 
9 - DERRETEDOR DECERA 36 
10 -TANQUES DECANTADORES 37 
11 -CARRETILHA FIXADORA 37 
12-APIÁRIOS COBERTOS E DESCOBERTOS 37 
13-COLMEIAS 38 
14 – CASA DO MEL E ENTREPOSTO DE MEL E CERA DE ABELHAS 43 
15 – POVOAMENTO DE COLMEIAS 44 
16 – FOTOGRAFIAS 45 
17 – BIBLIOGRAFIA 46 
18 – ANEXOS 47-53 
 
 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 4 
 
1. HISTÓRICO DA APICULTURA 
 
 
Preciosos e autênticos documentos históricos, expostos no 
Museu de Berlim, autorizam afirmar que são os Egípcios os 
pioneiros na criação de abelhas. 
Os gregos por sua vez souberam valorizar no comércio e na 
literatura a utilidade do precioso inseto. Em escavações no Golfo 
de Salermo fizeram-se achados valiosos, sob o ponto de vista 
arqueológico, principalmente em relação aos usos e costumes da 
população grega primitiva. 
Várias das ânforas de aproximadamente 2000 anos 
apresentavam-se cheias de mel, em excelentes condições, 
embora bastante açucarado. 
Os gregos, embora guardassem o mel em potes de barro, 
faziam as colméias de palha trançada ou de colmo, em forma de 
sino, como também usavam os romanos. "Do colmo precisamente 
é que veio o nome colméia". 
No ano 558 antes de Cristo a apicultura grega já possuía 
leis, elaboradas em Atenas pelo legislador Solon que havia 
estudado o assunto com os egípcios. 
Dos vestígios encontrados à sombra das antiquíssima pirâmides, 
junto ao túmulo misterioso das petrificadas múmias, se infere que 
o mel foi certamente iguaria apreciada nas lautas mesas de 
Romassés e de Cleópatra. 
 
Tão presente estava o laborioso inseto na história de 5 mil 
anos atrás que perdura ainda hoje no Egito uma dança típica 
chamada "Passo de Abelha". 
 
Quanto a conhecimentos sobre as abelhas, quanto a sexo, 
reprodução e morfologia, os antigos criadores de abelhas 
(egípcios e gregos) tinham noções totalmente errôneas, 
encobriam a sua ignorância, que muito ainda hoje existe, - "É 
segredo de abelhas". 
 
Pensavam que as abelhas nasciam espontaneamente ou 
saiam como narra Virgílio, das entranhas dos touros imolados em 
honra dos Deuses. Também não duvidavam da hipótese de que 
as abelhas não tinham filhos e procuravam, em algumas flores as 
SÍLVIO LENGLER 
 5
sementes que deviam produzir zangões. Colhiam mel já preparado 
em flores especiais que só elas conheciam e que havia na colméia 
um indivíduo único, maior que os outros a que chamavam rei, visto 
ser ele que, indiscutivelmente, imperava sobre todos os seus 
alados súditos. Os zangões eram olhados como insetos estranhos 
associados às abelhas. 
 
Para chegarem a estas conclusões, grandes sábios 
passaram anos e anos 
a estudar os insetos fabricadores de mel e de cera, a dar crédito a 
Plínio, que narra, num dos seus livros que um homem passou 50 
anos - a estudar as abelhas e outro se retirou para o deserto para 
dedicar-se mais profundamente às suas pesquisas sobre as 
abelhas. 
 
Deve-se a Maraldi a construção da primeira colméia de vidro 
que lhe permitiu estudar o modo de construção dos favos, postura 
e armazenamento do mel. 
Descobre-se também, pelo rápido exame dos órgãos sexuais 
que os zangões podiam ser machos, mas nada descobre relativo 
ao mistério da geração das abelhas; trabalhos referentes a essas 
descobertas foram publicados pelo próprio Maraldi, em 1712. 
 
Outro sábio surgiu 10 anos depois, tratava-se do francês 
Reamur para saber se existia uma só rainha no enxame, dividia 
um enxame em dois que colocava em colméias distintas, e 
examinava as abelhas, uma por uma, encontrando apenas uma 
rainha numa das frações. Para examinar as abelhas, mergulhava-
se em água, calculando matematicamente o tempo necessário 
para que as mesmas ficassem sem vigor, mas com vida, tendo a 
assombrosa paciência de contar até vinte e sete mil abelhas. O 
enxame que tinha rainha continuava a trabalhar e a progredir, ao 
passo que o outro morria todo em poucas semanas. Logo não 
podia admitir dúvida a conclusão que um enxame sem rainha é um 
enxame perdido. 
Reamur, apesar dos 10 anos que se dedicou às abelhas, 
pouco adiantou as descobertas feitas. Confirmou-se é verdade, 
mas ainda se fez eco de erros, asseverando que as abelhas 
ordinárias eram seres neutros, a abelha não põe ovos diferentes e 
de verdadeiro só anteviu que a abelha mãe necessita de uma 
fecundação apenas para a sua postura de milhares de ovos. 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 6 
Francisco Huber nasceu em Gênova, foi um naturalista de 
renome, embora fosse cego, muito deixou para a apicultura da 
época. Ajudado pela esposa e um criado, mais tarde pelo filho de 
um médico, descobriu que uma rainha tinha que ser fecundada 
para poder reproduzir, o que conseguiu mediante as seguintes 
observações: 
a) colocou uma rainha virgem dentro de uma colmeia 
fechada, após muito tempo a minha continuava estéril; 
b) colocou rainha virgem dentro da colmeia com vários 
zangões, mantendo a colmeia fechada notou que a rainha 
continuava estéril; 
c) por fim observou o vôo nupcial e notou que a rainha - 
voltou com fragmentos de órgãos genitais masculinos. 
Além da fecundação da rainha descobriu o sexo das 
operárias que até então passavam por neutras. 
Estudou uma colmeia e verificou que uma operária iria pôr um ovo, 
agarra-a e a disseca, descobrindo assim pequenos ovários, frágeis, mas 
com ovos. 
1.1 Início da Apicultura Racional 
Em 1851 com a invenção da colmeia mobilista "Standard, 
Langstroth ou Americana", surge uma nova era na apicultura 
universal. Seu inventor foi Lorenzo Langstroth, professor de 
matemática, interessando-se em teologia, formou-se pastor em 
Massachussets nos Estados Unidos da América. 
A colméia de Langstroth possui 10 quadros móveis, automáticosque recebem o nome de "quadros hoffmann". No Brasil, a colméia - 
Langstroth é recomendada como Padrão pelo Ministério da Agricultura, 
Confederação Brasileira de Apicultura, Federações de Apicultura e a 
maioria dos órgãos oficiais de apicultura dos Estados. 
1.2 Origem das Abelhas Melíferas Existentes no Brasil 
São conhecidas como abelhas nativas (naturais do Brasil), 
as abelhas sem ferrão pertencentes ao gênero Melipona e 
Trigona (mandaçaia, mirim, jataí, etc). 
As abelhas do gênero Apis são as que vieram da Europa e 
África, sendo que as primeiras abelhas do gênero Apis vieram do 
porto de Portugal, em 1838, foram trazidas pelo Padre Antônio 
Carneiro Aureliano que embarcou 100 colméias, das quais 
sobreviveram somente sete. 
Estas abelhas eram de espécie mellifera e sub-espécie 
mellifera, conhecida vulgarmente pelo nome de abelha alemã, 
abelha preta ou do reino. 
SÍLVIO LENGLER 
 7
Mais tarde em 1870 o alemão Frederico Augusto Hanemann, 
trouxe para São Leopoldo e Rio Pardo (RS) as abelhas italianas 
( Apis mellifera ligustica ) 
Deve-se a este apicultor o pioneirismo de Apicultura Gaúcha. 
Em 1906, Emilio Schenk trouxe rainhas douradas da Alemanha, 
foram as italianas da variedade aurea. Visitou durante anos os 
agricultores, ensinando-lhes a criar abelhas, em 1920 organizou a 
1a Exposição Estadual de Apicultura. Nesta época transportou 
abelhas até o Rio de Janeiro, via ferroviária. 
1.3 A Estagnação da Abelha Européia 
As abelhas européias alojadas em caixas rústicas, potes de 
barro, cestas de vime, passaram um longo período de privações 
de toda ordem. 
Desenvolvendo-se ao natural, nas matas ou apiário mal 
cuidados passaram as abelhas a uma paulatina e inevitável 
decadência. Expostas às doenças e às intempéries, indefesas 
contra os inimigos naturais, depauperadas por falta de néctar 
devido ao desmatamento de grandes áreas, caíram elas na 
inércia. Outra grande causa que ocasionou a degeneração das 
abelhas foi a falta de introdução, no Brasil de novas raças para 
renovação das existentes. 
Passado quase meio século de introdução de rainhas, surgiu 
o pesquisador 
professor Warwick E. Kerr. Em 1956, partiu para a África com o 
plano de trazer para cá abelhas altamente produtivas, que seriam 
cruzadas com as abelhas aqui existentes. Assim naquele mesmo 
ano trouxe para o Brasil nada menos que 170 rainhas de Apis 
mellifera scutelllata das quais somente 49 foram aceitas em 
núcleos e colméias de Piracicaba - SP. No ano seguinte foi feito 
um experimento comparativo com as italianas e pretas, 45 dias 
após o união do experimento 26 colméias africanas haviam 
enxameado. Migrando e enxameando sucessivamente chegaram 
ao Rio Grande do Sul em 1965. 
A velocidade dessas abelhas em direção norte, através de 
migrações e enxameações contínuas é em torno de 200 
milhas/ano. 
Em 1970 as abelhas africanas se encontravam ao longo da 
Cordilheira dos Andes, em Santa Cruz de La Sierra na Bolívia. 
No Brasil, as abelhas africanas como conseqüência imediata 
ocasionou a desistência quase total do apicultor de idade 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 8 
avançada, mortandade elevada de animais domésticos bem como 
de elevado número de pessoas, acarretou uma diminuição do 
número de colméias o que provocou uma baixa na produção 
nacional de mel, em conseqüência provocou a elevação do preço 
desse produto que até então era comercializado por um valor 
inferior ao do açúcar. 
2. IMPORTÂNCIA DA APICULTURA 
A criação de abelhas apresenta aspectos importantes no 
desenvolvimento da atividade Agropecuária, desde a polinização 
das plantas com conseqüente aumento na produção de frutas e 
sementes bem como na produção de alimentos para o sustento do 
homem do campo. 
2.1 Mel 
O produto de maior importância é o mel, desde a antigüidade 
existem notícias a seu respeito, em desenhos de cavernas, em 
conservação de múmias, em conservação de frutas, carnes e 
outros. 
 A produção mundial de mel é da ordem de 1,2 milhões de toneladas. 
Seis países concentram 50% do total produzido. O mercosul representa 11% 
do total mundial. O maior produtor é a China seguida dos Estados Unidos e 
Argentina. Os principais importadores são a Alemanha, Estados Unidos, 
Japão França e Reino Unido. As compras internacionais estão ao redor de 
300 mil ton/ano.Os três maiores exportadores são a Argentina, China e 
México. O consumo mundial apresenta uma tendência crescente devido a 
maior demanda em alguns mercados tradicionais e a incorporação de novos 
países como Líbano, Arábia Saudita, Oman, Siria e outros apresentam 
importante expansão. O consumo médio mundial é de 220 gr/hab/ano. 
Importadores de mel são geralmente países de alto poder aquisitivo, 
exigentes em qualidade e comprometimento de fornecimento 
Fonte: http:// www.wmdigital.com.br 
Na questão do associativismo encontramos a entidade máxima da apicultura 
mundial que a APIMONDIA. 
A APIMONDIA, Federação Internacional das Associações de Apicultura, com 
sede em Roma, possui mais de 8 milhões de membros filiados, 
representados por 90 países. 
O Brasil é membro dessa Federação através da Confederação 
Brasileira de Apicultura. Por sua vez, a Federação Apícola do Rio Grande do 
Sul - FARGS, que congrega 54 entidades, entre Associações de Apicultores 
e Empresas (fevereiro de 2012) está diretamente filiada a CBA, 
SÍLVIO LENGLER 
 9
 ( www.brasilapicola.com.br ) 
O Brasil é, atualmente,(2012) o 6° maior produtor 
de mel (ficando atrás somente da China, Estados 
Unidos, Argentina, México e Canadá), entretanto, ainda 
existe um grande potencial apícola (flora e clima) não 
explorado e grande possibilidade de se maximizar a 
produção, incrementando o agronegócio apícola. Durante o 
ano de 2011, o Brasil exportou 22.398 toneladas de mel ao 
preço médio de UU$ 3,164/kg 
Fonte: www.embrapa.gov.br www.sebrae.com.br 
 
PRODUÇÃO DE MEL DE ABELHAS EM NÍVEL DE MERCOSUL, 
NACIONAL E ESTADUAL - Toneladas 
 
Nível 
geográfico 
1995 1996 1997 2010 
MERCOSUL* 
Argentina 70.000. 57.000. 70.000. 90.000 
Brasil 34.300 34.900 28.000 50.000 
Uruguai 5.500 5.8000 7.000 
Paraguai 1.348 ---------- -------- 
BRASIL 
Santa 
Catarina* 
8.200 7.000 4000 
Rio Grande do 
Sul 
5.942 4.500 3.800 7.098* 
Paraná * 7.600 6.000 3.600 
São Paulo * 4.500 3.900 4.200 
Minas Gerais * 1.535.857 1.515.189 1.596.634 
Mato Grosso 
do Sul* 
700 300 400 
* PRODUÇÃO DADOS IBGE 
2.2 Geleia Real 
 
A Geleia Real é um alimento originado das glândulas 
hipofaringeanas e mandibulares encontradas na cabeça das 
abelhas jovens, denominadas nutrizes com idade de 4 a 14 dias. É 
um alimento rico em minerais e aminoácidos e é vastamente 
consumido no mundo inteiro. 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 10 
2.3 Larvas de Zangão 
É um produto das abelhas pouco conhecido pelos 
consumidores, brasileiros. Na Europa é conhecido por Apilarnil, na 
Apostila Manejo, Nutrição e Produtos das Abelhas, deste mesmo 
autor, pode-se obter mais informações. 
 
2.4 Cera 
A produção de Cera é realizada em colméias rústicas 
(cortiço, em forma de cesta de palha), sendo coletada quando as 
abelhas começam a colocar mel nos respectivos favos. 
 
2.5 Própolis 
A produção de própolis está tomando-se uma atividade 
economicamente viável uma vez que deste produto se extrai a 
propolina, antibiótico de largo uso. 
 
2.6 Pólen 
Outro alimento importante para as abelhas é o Pólen, fonte 
rica em proteína apresentando influência na secreção de Geléia 
Real pelas abelhas nutrizes. 
 
2.7 Apitoxina ou apina 
A Apitoxina é liberada por ocasião da picada da abelha, 
apresenta na sua composição química a fosfolipase que atua 
sobre o organismo humano coagulando o sangue e afetandoa 
respiração, a histamina provoca queda de pressão arterial, a 
melitina produz toxidez em geral e destrói os globos vermelhos e a 
hialuronidase provoca a infiltração no tecido. 
2.8 Mel de Melato 
 O mel de melato é obtido primordialmente a partir de secreções das 
partes vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores de plantas que 
se encontram sobre elas. Trata-se de um produto muito rico em sais 
minerais, vitaminas e enzimas, embora sendo um mel muito escuro. 
2.9 Pão das abelhas 
 Pão das abelhas é a mistura de pólen, mel e secreções glandulares 
que as abelhas misturam e estocam nas celas dos favos para alimentar as 
SÍLVIO LENGLER 
 11
larvas. Para o consumo humano é muito recomendado, embora não tenha 
tradição no seu uso. 
2.10 Opérculos 
 Os opérculos são as tampinhas das celas ou seja a parte operculada 
dos favos, devem ser mastigados e ingeridos sendo indicado para doenças 
respiratórias. 
2.11 Polinização 
Consiste no transporte do grão de pólen, célula reprodutora 
masculina da flor, da antera para o estigma, permitindo a 
fecundação e conseqüentemente a transformação em fruto. 
Na natureza, concorrem neste transporte o vento, a chuva, a 
gravidade, os pássaros e principalmente as abelhas que 
contribuem com aproximadamente 80%. 
Os EUA anualmente lucram 8 bilhões de dólares com o 
aumento em frutas e sementes com o uso de abelhas. 
Em alguns países mais desenvolvidos, existem firmas 
especializadas em polinização por abelhas e são inúmeros os 
testes científicos, realizados, no mundo inteiro que comprovam a 
eficiência destes insetos no aumento de produtividade de mais de 
50 espécies de vegetais. 
WIESE, num ensaio de polinização em macieiras obteve 54 
frutos em 10 plantas não visitadas por abelhas e 861 em outras 10 
visitadas por estes insetos. 
Na polinização de café, experimento realizado por AMARAL 
na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" de Piracicaba, 
demonstrou um aumento na produção de 14% a 39% quando 
visitado por abelhas. 
Pesquisas em soja realizadas por JULIANO, no Rio Grande 
do Sul, testando (variedade Santa Rosa) obteve um aumento no 
número médio de vagens por pé em 37,95% e peso médio de 
vagens em 40,13% (Anais do 4° Congresso Brasileiro de 
Apicultura). 
3 MORFOLOGIA E ANATOMIA DA ABELHA 
 
A abelha adulta apresenta, caracteristicamente diferenciadas, três 
regiões que formam o corpo: cabeça, tórax e abdomen. 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 12 
 
3.1 Cabeça 
 
Consiste de seis segmentos iniciais. Na abelha adulta 
acham-se de tal forma soldados entre si, que parecem um todo. 
Na cabeça encontram-se os olhos, os ocelos, as antenas e o 
aparelho bucal. 
 
3.1.1 Olhos Compostos 
 
Estão localizados nos dois lados da cabeça. Cada olho 
composto é formado por milhares de omatídeos. 
 
Cada omatídeo é formado por células especiais de forma 
hexagonal e que se ligam, cada sete omatídeos, por um filete 
nervoso. 
 
São conjuntos de olhos interligados que enxergam em todas 
as direções. 
 
As facetas dos omatídeos são recobertas por pequeníssimos 
pêlos que protegem contra poeira e respingos de água. Os olhos 
compostos são fixos mas devido a enorme quantidade de 
omatídeos enxergam qualquer objeto em movimento ao seu redor. 
 
Os olhos do apicultor, por exemplo, ao piscarem chamam a 
atenção das abelhas motivando maior número de ferroadas no 
rosto. 
 
O número de omatídeos varia nas três castas: no zangão - 
13.000, na rainha 3.000 e nas operárias 6.300. 
As abelhas enxergam a cor amarela, verde azulada, azul e o 
ultravioleta. 
 
3.1.2 Ocelos ou Olhos Simples 
Estão localizados na pane frontal da cabeça e são em 
número de três. Servem para enxergar perto, dentro das colméias 
e o interior das flores. 
SÍLVIO LENGLER 
 13
 
3.1.3 Antenas 
As antenas são em número de duas, localizam-se 
frontalmente na parte mediana da cabeça. 
Dividem-se em 3 partes: 
 
a- Escapo, segmento de ligação à cabeça; 
b- Pedicelo, segmento intermediário; 
c- Flagelo, extremidade da antena formada por l0 segmentos na 
rainha e operária e 11 no zangão. 
 
No flagelo estão localizados os órgãos do olfato, tato e 
audição. 
As abelhas dispõem de cavidades olfativas localizadas no 
flagelo, sendo no zangão em número de 30.000, nas operárias de 
3.600 a 6.000 e na rainha de 2.500 a 3.000. 
 
O tato provavelmente seja realizado através dos pêlos 
existentes nas antenas. Os pêlos apresentam em sua base células 
sensoriais ligadas ao sistema nervoso. 
 
Cortando-se 9 segmentos da antena que apresentam as 
cavidades olfativas, a abelha fica simplesmente impossibilitada de 
orientar-se- É claro que a orientação da abelha é baseada 
principalmente no olfato. A flexibilidade das antenas é muito 
grande o que permite captar e identificar cheiros e objetos. 
 
3.1.4 Aparelho Bucal 
 
A peça principal do aparelho bucal é a língua. Está 
circundada pelos palpos labiais e as mandíbulas. 
 
O comprimento da língua varia de 4,5 a 8,5 mm dependendo 
da raça ou da linhagem da abelha. . 
 
Para selecionar as abelhas através do comprimento da 
língua usa-se um aparelho chamado glossômetro. 
 
As abelhas com língua mais comprida conseguem retirar o 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 14 
néctar de flores com nectários mais profundos, o que resulta em 
maior coleta de néctar, logo, maior será a produção. 
 
 
Os palpos labiais auxiliam e protegem a língua. As mandíbulas são 
de estrutura forte e servem para mastigar, preparar e moldar a cera 
produzida pelas glândulas cerígenas. 
 
3.2 Tórax 
 
A abelha possui seis patas, sendo três de cada lado, formando pares, 
localizando-se um par em cada segmento. 
 
3.2.1 Patas 
 
No protórax encontram-se as patas dianteiras, no mesotórax 
as patas medianas e no metatórax as patas posteriores. 
 
Cada pata é formada por 6 segmentos, conhecidos como: 
 
1.coxa, 
2.trocanter, 
3.fêmur, 
4.tíbia, 
5.tarso 
6. pretarso . 
Na tíbia se encontra a corbícula ou cesta,(a), 
No tarso se encontram longos pêlos e no pretarso se 
encontra o estrigilo conforme (Figura 1). 
 
 
SÍLVIO LENGLER 
 15
FIGURA 1 
 
 
3.2.1.1 Coxa 
 
É o primeiro segmento da pata. Liga-se diretamente ao 
tórax, varia de forma e tamanho em cada par de pernas. 
 
3.2.1.2 Trocanter 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 16 
É o segundo segmento, apresenta forma e tamanho 
diferente para cada par de pernas. Liga a coxa ao fêmur e permite 
a flexibilidade da perna. 
 
3.2.1.3 Fêmur 
 
É o terceiro segmento e também o mais longo. Em sua 
extremidade forma o que podemos chamar de joelho. É um 
prolongamento entre trocanter e o joelho. 
 
 
3.2.1.4 Tíbia 
 
É o quarto segmento. Tem comprimento e espessura 
variáveis em cada um dos três pares de pernas. 
 
No ápice ou extremidade da tíbia das patas posteriores das 
operárias encontra-se uma espécie de cavidade circundada; é a 
corbícula ou cesta onde as abelhas depositam e transportam o 
pólen das flores para a colméia (Figura 1 - A). 
 
3.2.1.5 Tarso 
 
É o quinto e penúltimo segmento, formado de cinco partes, 
uma inicial, maior, e quatro menores. Na primeira peça, a maior 
encontra-se uma série de longos pêlos, espécie de escova (nas 
patas medianas) que servem para a coleta e retenção do pólen na 
corbícula. 
3.2.1.6 Pretarso 
 
É o último segmento da perna. É denominado também, de 
pé da abelha ou estrigilo, é articulado ao tarso e possui músculos 
fibrosos que permitem exercer várias atividades, como segurar 
pequenos objetos, efetuar limpeza das antenas, etc. 
 
SÍLVIO LENGLER 
 17
3.2.2 Asas 
 
As abelhas possuem dois pares de asas, um paranterior e 
outro posterior. As asas anteriores estão articuladas ao mesotórax 
e as posteriores ao metatórax, sendo o par anterior maior que o 
posterior. 
 
As nervuras encontradas nas asas dão-lhe maior resistência, 
atuam como se fossem varetas de sustentação, além de permitir a 
passagem da hemolinfa (sangue da abelha). 
 
A disposição das nervuras não é uniforme, varia de raça para raça, servindo 
para a sua diferenciação, classificação e identificação (Figura 2). 
3.3 Abdomen 
 
O das operárias e rainha apresenta sete anéis e o zangão 
oito, estão ligados entre si por membranas e músculos que 
permitem a facilidade de movimento. Em cada segmento 
encontram-se orifícios respiratórios (espiráculos)que se abrem em 
traquéias abdominais. 
3.4 Sistema Digestivo 
 
Formado pelo canal alimentar (Figura 3) não serve somente 
para a digestão dos alimentos e conseqüente nutrição dos tecidos, 
como também para transportar néctar da flor à colméia. 
 
 
 
 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 18 
 
SÍLVIO LENGLER 
 19
3.4.1 Boca 
 
A função da boca consiste na apreensão dos alimentos, 
tendo como principal órgão a língua. 
 
3.4.2 Faringe 
 
A faringe estende-se ao longo da cabeça, conduz o alimento 
da boca ao esôfago. 
 
3.4.3 Esôfago 
 
O esôfago é um longo canal que se estende por todo tórax, 
levando o alimento à vesícula melífera. 
 
3.4.4 Vesícula Melífera, Papo ou Falso Estômago 
 
Este órgão não possui função digestiva, serve para 
transportar o néctar das flores para a colméia aonde será 
transformada em mel. Serve também para transportar água ou 
mesmo mel no caso de pilhagem (abelhas roubam mel de outra 
colméia). Encontra-se na entrada do abdômen (Figura 3 – 4) 
 
3.4.5 Proventrículo 
 
Trata-se de uma pequena secção que fica entre o papo e o 
ventrículo. A função do proventrículo nas abelhas é a de regular a 
entrada do alimento do papo para o ventrículo e reter no papo o 
néctar que será aproveitado pela colônia ou regurgitado no favo 
(Figuras 3 - 5). 
 
3.4.6 Ventrículo 
 
O ventrículo é o estômago funcional das abelhas (Figura 3 - 
6) constitui uma grande parte do canal alimentar sua superfície 
apresenta constrições transversais que formam numerosas 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 20 
dobras. O ventrículo é responsável pela digestão do alimento 
(proteínas), porém somente no intestino delgado ocorrerá a 
assimilação dos nutrientes. 
 
3.4.7 Intestino Delgado 
 
O intestino delgado é responsável pela absorção dos 
nutrientes que serão distribuídos, através da hemolinfa, aos 
tecidos. 
 
3.4.8 Reto, Intestino Grosso ou Ampola Retal 
 
No reto ficam depositados os excrementos (detritos 
alimentares) para serem eliminados pelo ânus (Figura 3 - 9). 
Encontram-se nesta parte do sistema digestivo algumas estruturas 
denominadas papilas retais, que desidratam esses detritos, 
compensando assim a perda de água pela abelha na respiração. 
 
3.5 Sistema Circulatório 
 
O sangue que percorre o corpo da abelha, não o faz através 
de um sistema fechado de vasos, veias e capilares, como 
acontece nos vertebrados. 
 
O sistema circulatório é composto por um coração pulsátil 
(Figura 3 - A) e por outros órgãos que auxiliam nessa função, tais 
como: diafragma dorsal (Figura 3 - B) e ventral (Figura 3 - C), um 
grande vaso sangüíneo (aorta) e dois pequenos vasos conduzem 
o sangue para as antenas. 
Na abelha adulta o coração se apresenta com forma 
alongada, estando colocado sob o teto do e ligado também ao 
diafragma dorsal. O coração tem paredes formadas por músculos 
e apresenta 5 pares de aberturas chamadas óstias. Essas 
aberturas agem como válvulas e funcionam da seguinte maneira: 
- quando o coração se dilata elas se abrem e o sangue penetra 
através delas, para o interior do órgão. Em seguida o coração se 
contrai e as óstias se fecham, evitando a volta do sangue, e então 
este é lançado adiante para o vaso aorta. 
SÍLVIO LENGLER 
 21
 
Os diafragmas dorsal e ventral são os responsáveis pela 
circulação dentro do e pelo envio do sangue da cabeça e do tórax 
para o abdomen. 
 
Ambos os diafragmas pulsam e são constituídos por uma 
membrana muito fina que tem comunicações com a cavidade 
abdominal. A pulsação ventral dirige o sangue que vem do tórax 
para o sinus ventral (espaço entre a parede do corpo e o 
diafragma ventral). 
 
O diafragma dorsal trabalha na direção oposta, dirigindo o 
sangue do abdômen para o tórax. 
 
O sangue das abelhas que é quase incolor é conhecido pelo 
nome de hemolinfa, contém corpúsculos brancos nucleados que 
são chamados hemócitos. 
 
Esses glóbulos têm a função de fagocitose, isto é, englobar 
hematócitos e destruir bactérias. 
 
A principal função da hemolinfa é transportar alimentos que 
tenham sido absorvidos no intestino delgado e levá-los aos tecidos 
do corpo e também conduzir os detritos aos órgãos de excreção. 
 
3.6 Sistema Nervoso 
 
3.6.1 Cérebro 
O cérebro abrange quase toda a porção anterior da cabeça 
deste órgão partem nervos que vão aos olhos e antenas. 
 
3.6.2 Gânglio Subesofageano 
 
Encontram-se logo abaixo do esôfago e liga-se ao cérebro 
através de suas porções laterais, partem deste órgão, nervos ao 
aparelho bucal. 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 22 
3.6.3 Cadeia Nervosa Ventral 
 
A cadeia nervosa ventral percorre quase todo o corpo do 
inseto (tórax e abdômen), encontramos uma cadeia nervosa que 
consiste de sete pares de gânglios. 
 
3.7 Sistema Respiratório 
 
As abelhas não têm um órgão central especializado para a 
respiração. O oxigênio é conduzido da atmosfera diretamente aos 
tecidos, entrando para o interior do animal através de orifícios 
existentes na parede do corpo (espiráculos), passando através de 
um sistema de bombas de ar e tubos ramificados (traquéias). 
 
Após passa aos sacos de ar traqueais, em seguida às 
traqueíolas, estas apresentam suas extremidades abertas e 
entram em contato com uma pequena parte do plasma do sangue 
circulante. Assim o oxigênio trazido se dissolve no sangue e fica 
então em condições de ser aproveitado pelas células do corpo. 
 
O gás carbônico resultante dos processos de oxidações é 
removido pelos espiráculos. 
 
3.8 Sistema Glandular 
 
Na cabeça encontramos várias glândulas, sendo as mais 
importantes as hipofaringeanas e mandibulares, responsáveis pela 
secreção da geléia real e também as salivares que produzem a 
saliva que possui na sua composição a enzima invertase 
responsável pela reação química do mel, isto, é, transforma a 
sacarose do néctar em glicose mais frutose. 
 
No tórax tem outro par de glândulas salivares com a mesma 
função das anteriores, pois, sua secreção, é conduzida para o 
duto daquelas primeiras. 
 
No abdômen também se localizam algumas glândulas 
importantes, que são: de cera, de cheiro e do ferrão. 
 
SÍLVIO LENGLER 
 23
As glândulas de cera se encontram aos pares na superfície 
interna do ventre, um total de 4 pares responsáveis pela secreção 
da cera. 
As glândulas de cheiro produz uma substância responsável 
pela distinção das companheiras, assim cada enxame tem seu 
cheiro característico. O macho não possui a glândula de cheiro por 
isso ele tem livre acesso a qualquer colméia. 
 
O ferrão apresenta duas glândulas: ácida e básica, a 
primeira produz a substância que é injetada pelo ferrão e a 
segunda produz uma secreção que serve para encobrir os ovos 
com uma camada aderente ou protetora, está presente na rainha. 
 
No abdômen existem ainda as glândulas desconhecidas, que 
produzem nove antibióticos, responsáveis pela resistência das 
abelhas às doenças. 
 
A glândula "corporaallata" produz o hormônio juvenil, 
assim chamado porque produz maior quantidade dessa substância 
na fase larval da abelha. 
 
Existem trabalhos que demonstram que essa substância 
está relacionada com o controle de crescimento da larva. 
 
No inseto adulto ela assume funções relacionadas ao 
controle do metabolismo geral. 
 
3.9 Sistema Reprodutivo 
 
O aparelho reprodutivo da rainha consta de dois ovários, 
tendo cada um, um feixe de mais ou menos 150 túbulos chamados 
ovaríolos. 
 
Na parte basal dos ovaríolos abrem-se os ovidutos laterais 
que são largos e curtos que se ligam à vagina. 
 
Fazendo parte do aparelho reprodutor da rainha existe ainda 
a espermateca que é um saco esférico onde os espermatozóides 
ficam depositados durante toda a vida da rainha fecundada. Os 
espermatozóides que são lançados no oviduto por ocasião da 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 24 
cópula, migram para a espermateca. Admite-se que isso ocorra 
devido à atração química que é exercida pela secreção de um par 
de glândulas tubulares que se apresentam dobradas sobre a 
superfície dorsal da espermateca. Na rainha fecundada os 
ovaríolos aumentam em diâmetro e os ovários se tornam muito 
grandes, ocupando uma grande parte do abdômen. 
 
O ferrão da rainha além de órgão de defesa, também 
funciona como ovopositor. 
 
O aparelho reprodutor masculino é composto de dois 
testículos, nos quais encontramos feixes de túbulos enrolados 
onde os espermatozóides são produzidos e amadurecidos. Em 
seguida aparecem duas vesículas seminais que são estruturas em 
forma de salsicha e que aumentam de tamanho à medida que 
recebem os espermatozóides provenientes dos testículos durante 
o amadurecimento do zangão. Os vasos deferentes em número de 
dois ligam os testículos às vesículas seminais. As paredes dessas 
vesículas se apresentam constituídas por um tecido glandular, o 
qual vai produzir a secreção seminal. 
Existem também as chamadas glândulas de muco, em forma 
de clava, que correspondem a um acessório do aparelho 
reprodutor masculino. 
O ducto ejaculatório por onde os espermatozóides passam 
no momento da cópula, é um tubo longo e fino que se estende 
desde a região anterior do pênis até o local onde as glândulas de 
muco se unem. 
O pênis também conhecido por órgão intromitente ou 
endofalo é responsável pela eliminação do sêmen no trato genital 
feminino. 
 
Um zangão possui, em média, 1,7 mm cúbicos de sêmen, 11 
milhões de espermatozóides, aproximadamente. 
 
O zangão se toma maduro sexualmente, isto é, apto para 
reprodução aos 8 a 12 dias de idade. 
 
 
SÍLVIO LENGLER 
 25
 
4. CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHAS 
 
A rainha vive em média 02 anos, podendo alcançar 5 anos, 
dependendo do seu peso corporal. Quanto maior for o peso da 
rainha, maior serão os ovários, conseqüentemente maior número 
de ovaríolos possui, logo maior número de óvulos pode produzir, 
também maior será a espermateca, assim a rainha, pode 
desempenhar a sua função com maior intensidade. 
 
A operária vive em média 38 a 42 dias no nosso clima e até 
6 meses em clima com inverno prolongado ou período de 
inatividade. 
 
O zangão vive até 80 dias, quando a florada for boa ou 
houver abundância de alimento na colméia, conforme o critério 
das operarias. 
 
Ciclo Evolutivo das Três Castas 
 OVO LARVA PUPA ADULTO 
RAINHA 3 5,5 7,5 15-16 
OPERÁRIA 3 6,0 12 21 
ZANGÃO 3 6,5 14,5 24 (em dias) 
 
4.1 Trabalho de Rotina das Abelhas Operárias 
 
Do primeiro ao terceiro dia - são abelhas faxineiras 
destinadas à limpeza da colmeia, suas ruas, depósitos de mel e 
células para a postura de ovos que originarão operarias, zangão 
ou rainha. 
 
Do quarto ao décimo quarto dia de vida, desempenham a 
sua mais importante tarefa: preparar e cuidar da alimentação das 
larvas, motivo pelo qual são balizadas de abelhas nutrizes. No 
preparo do alimento das larvas ingerem o mel, pólen e água e 
após importantes transformações químicas naturais, efetuadas em 
glândulas específicas, o alimento é regorgitado para os fundos das 
células com as larvas carentes de alimento. 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 26 
 
Do décimo quarto ao vigésimo primeiro dia, são batizadas de 
abelhas diretoras ou engenheiras, por ser o período em que 
dedicam à produção de cera e à construção dos favos. A cera é 
produzida através de glândulas específicas especiais em número 
de oito, localizadas na pane inferior do abdômen das operárias. 
 
Aos vinte dias também defendem a família da invasão de 
inimigos, vigiando a entrada do alvado da colméia. 
 
 
Do vigésimo primeiro dia até o final de sua existência, apenas 38 a 
42 dias, na dependência do clima e trabalho, as abelhas se 
lançam aos campos, em busca do néctar, para deposita-lo nos 
favos. 
 
Além do néctar, as abelhas nesta idade também coletam 
pólen, resinas e transportam água para o interior da colméia, são 
chamadas campeiras. 
 
Fora das atividades de rotina, como campeiras, as abelhas 
realizam vôos de reconhecimento da colméia já no quarto dia e 
buscam água quando necessário. 
 
Vivem menos tempo na primavera, verão e outono, e mais 
no inverno, por falta de atividade. 
 
Pertencem ao sexo feminino, mas possuem os órgãos de 
reprodução atrofiados por terem nascido num berço pequeno 
(células operárias) e ausência de rações com geléia real após o 
terceiro dia de vida larvária. 
Em casos de extrema motivação, na falta de rainha, 
conseguem pôr ovos não fecundados (óvulos), só nascendo 
zangões. 
Alguns pesquisadores observaram zangões acasalando com 
operárias. 
Encontramos citações no livro Apicultura de P.Jean-Prost 
que o pesquisador RUTTNER, em 1977, observou operárias 
pondo ovos normalmente. 
 
SÍLVIO LENGLER 
 27
 
4.2 Diferença entre Rainha, Operária e Zangão 
 
Tanto a rainha como operária podem originar de um mesmo 
ovo, o que difere é a alimentação. 
 
O ovo eclode ao terceiro dia, recebendo, a larva, geléia real 
do 4° até o 6° dia; se suspender esse alimento após 72 horas e 
continuar a alimentação à base de mel e pólen, dentro de quinze 
dias nascerá uma operária, completando um total de 21 dias. 
Contudo se no 6° dia em diante continuar recebendo geleia real 
até a fase de operculação da cela (8° dia), dentro de mais 7 a 8 
dias, nascerá uma rainha, completando assim um total de 15 a 16 
dias. 
A glândula de cheiro produz uma substância responsável 
pela distinção das A rainha quando nasce é denominada princesa 
estando apta para receber o macho após o 4° dia de vida. 
Após a manifestação do cio, inúmeros zangões se 
aproximam, de regiões distantes, e ficam junto à princesa 
aguardando a realização do vôo nupcial. 
 
Alguma centenas de zangões participam do vôo nupcial e 
somente 7 a 8 zangões realizam a fecundação, morrendo logo 
após enquanto a rainha volta a colméia e no dia seguinte inicia a 
postura dos ovos. 
 
A operária também é do sexo feminino, mas apresenta os 
órgãos genitais atrofiados e em condições excepcionais pode pôr 
ovos não fecundados (óvulos) dos quais nascem somente 
zangões. 
 
O zangão é o amante da boa vida, grande apreciador dos 
recheados e apetitosos favos de mel e nada faz a não ser esperar 
pelo vôo nupcial de alguma princesa. Não possui órgãos de 
trabalho, são privilegiados por um super-olfato que lhes permite 
descobrir uma rainha virgem num raio de dez quilômetros. O vôo 
nupcial proporciona uma disputa eliminatória entre os cortejadores 
da rainha virgem, prevalecendo sempre a lei do mais forte. Após 
vencer o amor da jovem rainha, o que é um grande privilégio, 
deixa sua vida em holocausto a esse inimitável ato de amor. 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 28 
 
Por incrível que pareça,sempre tem avô mas não tem pai, 
porque nasce de um ovo não fecundado. 
 
É um típico exemplo de reprodução por partenogênese. 
 
 
5 ESCOLHA DO LOCAL PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIO 
 
Na instalação de um apiário alguns fatores devem ser 
considerados, sendo uns limitantes e outros não limitantes. 
 
 
5.1 Fatores Limitantes 
 
5.1.1 Presença de Água 
A água é requisito importante, deve ser limpa, corrente, 
potável e de preferência ao natural. 
Se não houver água ao natural, será preciso canalizá-la 
deixando-a correr ou borrifar em cima de um monte de pedras que 
as abelhas irão lamber com muito gosto, quando sedentos. Se a 
distância for grande, um barril com torneira e uma tábua inclinada 
resolvem precariamente o problema. 
A água tem importância fundamental no desenvolvimento de 
uma colméia, tanto serve como alimento como para diluir o 
alimento e proporcionar condições intrínsecas favoráveis à 
colméia (regula a umidade e temperatura interna da colméia). 
5.1.2 Pastagem Apícola 
O néctar é a matéria prima, do qual depende diretamente a 
produção de mel e da cera. 
As abelhas dominam bem uma área de 3 a 5 quilômetros, 
quanto mais próxima, porém a fonte, mais rápido o transporte e 
maior o rendimento. 
O reconhecimento da pastagem apícola de um determinado 
local pode ser feito mediante a identificação das plantas pelo 
nome comum comparando com calendários apícolas ou estudo 
através da APIBOTÂNICA, que consiste em avaliar a florada 
apícola através do uso de colméias. 
SÍLVIO LENGLER 
 29
Usando-se cinco colmeias com população integral, devem 
produzir, em condições normais, 25Kg de mel durante um período 
de doze meses, nesse caso podem aumentar o número de 
colméias. 
Caso a produção não atinja esse valor, representa que o 
local apresenta problemas, o que representa inviabilidade para 
exploração racional de um apiário. 
 
5.1.3 Número de Colméias 
 
O número de colméias deve ser proporcional à capacidade 
aquisitiva do apicultor e à capacidade nectarífera da vegetação. 
 
Os apiários apresentam geralmente 20 a 30 colméias, isso 
varia conforme o tipo de vegetação e tamanho da área. 
 
Para tomar viável as visitas, devido ao alto custo do 
transporte, no mínimo o apiário deve possuir 10 colméias. 
 
Toma-se vantajoso distribuir 30 colméias em 3 apiários do 
que em 1 só, porque se determinada região sofre influência 
acentuada do clima, podendo causar frustração na safra, todas as 
colméias sofrerão, o que não ocorrerá se a distribuição das 
colméias for bem programada, em regiões distintas, e apiários 
diversos. 
 
5.1.4 Topografia 
 
Para facilitar o transporte das colméias, melgueiras e mel, o 
apiário deve ser instalado em local de fácil acesso, isto é, na parte 
mais baixa do morro, o que facilita o trabalho das abelhas 
operarias. 
 
Deve-se evitar instalar apiário próximo a banhados ou locais 
muito úmidos. 
 
Preferencialmente a topografia deve ser inclinada, e se 
possível para o norte, também o solo deve ser bem drenado. 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 30 
5.2 Fatores não Limitantes 
 
Esses fatores não apresentam influência muito grande no 
desenvolvimento das colméias, mas é importante respeitá-los 
porque a longo prazo podem afetar a produção de mel. 
 
5.2.1 Proteção Contra Ventos Frios e Fortes 
 
Principalmente no Rio Grande do Sul as colméias devem ser 
protegidas contra os ventos frios porque aumenta o gasto de 
energia pelas abelhas para manter a temperatura interna da 
colméia o que representa maior consumo de alimento. 
Assim, ao sul e leste do apiário deve haver uma barreira 
natural ou apicultor pode plantar árvores melíferas. 
 
5.2.2 Fácil Acesso 
 
Preferencialmente o acesso ao apiário deve ser de tal modo 
que se possa penetrar no mesmo com veículo de transporte, 
assim facilita o manejo e os trabalhos serão executados com 
maior facilidade e rapidez. 
 
5.2.3 Distribuição das Colméias 
 
Muitos apicultores distribuem suas colmeias em 
agrupamentos em linha, outros preferem coloca-las bastante 
distante e esparsas pelos potreiros e pomares. 
 
Tanto faz esparsas a esmo ou simetricamente agrupadas, 
mas devem ser conservadas levantadas do solo pelo menos 40,0 
centímetros. 
 
5.2.4 Afastamento de Casas e Ruas 
Para segurança das pessoas e animais, a nova técnica é 
arredar o apiário no mínimo 100 metros de casas, ruas e 
instalações de animais domésticos. 
 
5.2.5 Raio de Ação das Abelhas e Distância entre Apiários 
Como o raio de ação das abelhas é ao redor de 3 
quilômetros, os apiários devem ficar afastados entre si em igual 
distância ao raio de ação das campeiras, para evitar competição 
SÍLVIO LENGLER 
 31
muito acentuada, provocando inflação de coleta e saturação do 
ambiente. 
 
5.2.6 Padronização das Colmeias 
Para facilitar o manejo as colmeias de um mesmo apiário 
devem ser padronizadas, isto é, apresentar as mesmas medidas 
(mesmo modelo). 
 
5.2.7 Presença de Sol 
Quanto maior for o número de horas de exposição das 
colméias ao sol durante o dia, mais facilmente as abelhas 
manterão equilibrada a temperatura intema da colméia, 
principalmente em dias frios. Para isso acontecer as colméias 
devem ficar com o alvado orientado para o norte, cuja frente deve 
possuir pouca vegetação. 
 
5.2.8 Cerca de Proteção 
A cerca de arame só é usada quando o apiário fica dentro de 
um porteiro junto com bovinos e eqüinos, servindo como proteção 
para evitar o tombamento das colmeias. 
 
5.2.9 Qualidade do Mel a ser Produzido 
Para o principiante na criação de abelhas é importante 
instalar o apiário em regiões que se possa produzir mel de boa 
qualidade, assim poderá comercializar o produto com facilidade. 
Nas regiões aonde predomina a planta fumo “brabo” que 
ocorre nas encostas de morros de lavouras abandonadas, produz-
se mel amargo e de difícil comercialização. O apicultor que 
realizar a tipificação do mel (tipos diferentes, exemplos: eucalipto, 
flores dos campos, silvestre, angico, citrus, vassoura, etc.) terá 
maior facilidade na comercialização do mesmo. 
 
5.2.10 Registro na Associação de Apicultores 
Todo apicultor deve registrar seu apiário na Associação de 
Apicultores, assim poderá usufruir de diversas vantagens: troca de 
cera bruta por cera alveolada, aquisição de equipamentos a 
custos menores, participação na feira-do-mel e cursos de 
reciclagem. 
 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 32 
 
 
6. PLANTAS APÍCOLAS 
As plantas apícolas são classificadas em nectaríferas (produzem 
só néctar), poliníferas que produzem só pólen e nectaríferas-
poliníferas (produzem néctar e pólen). 
As nectaríferas-poliníferas dividem-se em dois sub grupos: 
a- plantas que apresentam nectários florais, produzem néctar nas 
sépalas, pétalas ou nos próprios nectários, representa 98% das 
plantas existentes na natureza; b- plantas que apresentam 
nectários não florais (nectário extra floral), o néctar é produzido 
nas folhas, brotos e caules novos, representa 2% das plantas da 
natureza. 
Outra classificação (geográfica) 
1- dos campos; 2- da mata e 3- cultivada. 
 
6.1 Plantas Apícolas dos campos 
 
Nome comum Período de Florescimento 
Carqueja............................................................... fevereiro e 
março 
Carquejão.................................... .fevereiro, março, junho e agosto 
Vassourinha,Vassoura............................................... março e abril 
Erva santa............................................................ agosto e 
fevereiro 
Grama forquilha.................................................. dezembro a 
março 
 
Maria Mole.............................................................. setembro a 
abril 
 
Guanchuma................................................................março e abril 
 
Araça............................................................ novembro e 
dezembro 
 
Aroeira............................................................... setembro e 
outubro 
 
SÍLVIO LENGLER 
 33
Flor-do-mel.......................................................... março e abril 
 
Alecrim do campo............................................... março e abril 
 
Mata pasto..................... .....................................fevereiro a abril 
Caraguatá........................................................... janeiro e fevereiro 
 
 
6.2 Plantas Apícolas da Mata 
 
Nome comum Período de 
Florescimento 
Angico outubro a 
fevereiro 
Unha-de-gato outubro a 
fevereiro 
Maricá janeiro a 
março 
Rabo de Bujiu novembro a 
fevereiro 
Açoita cavalo novembro a 
janeiro 
Canela setembro a 
novembro 
Ipê Amarelo julho e 
agosto 
Guajuvira setembro a 
dezembro 
Cerejeira e Pitangueira setembro a 
outubro 
Timbó outubro a 
janeiro 
Cambuim janeiro a 
março 
Branquilho dezembro a 
março 
 
6.3 Plantas Apícolas Cultivadas 
Nome Comum Período de Florescimento Néctar 
1..Eucalipto robusta Março a julho 38-
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 34 
45% 
2 Eucalipto citriodora Setembro a fevereiro. 38 - 
45% 
3.Eucalipto tereticomis Abril a setembro 30 - 
40% 
4.Eucalipto rostrata Julho a dezembro 61 - 
81% 
5.Eucalipto saligna Março a setembro 35 – 
40% 
6.Eucalipto viminalis Outubro a novembro ---------
- 
7. Eucalipto alba Fevereiro a abril 35-
45% 
8. Eucalito torelliana Setembro a fevereiro 40 –
53% 
9. Margaridão ou fiorde maio Maio a junho 21- 
28% 
10. Ligustro Dezembro -------
- 
11.Cinamomo Novembro 28 –
35% 
12Trevobranco Setembro a novembro 24% 
13.Trigo sarraceno Outubro a abril ---------
-- 
14. Girassol Outubro a janeiro -----
-- 
15.Citrus Agosto a outubro -----
-- 
16.Astrapeia Março a agosto -------
-- 
17.UvaJapão Novembro e dezembro -----
-- 
18.Milho (pólen) Novembro e dezembro -----
-- 
19. Soja Janeiro e fevereiro -----
-- 
 
Ocorrem variações acentuadas, no período de florescimento, 
de uma região para outra, em climas diferentes, altitudes e entre 
variedades. 
SÍLVIO LENGLER 
 35
1. Eucalipto robusta: desenvolve bem em solos úmidos, 
alagadiços, arenosos e salgados, utilidades para postes e 
lenha. 
2. Eucalipto citriodora: (perfumado) cultivar em solos férteis, é 
sensível ao frio intenso, como utilidades para construção 
naval, carrocerias, dormentes, assoalhos e postes para 
cercas. 
3. Eucalipto tereticornis: cultivar em solos úmidos e arenosos, 
resiste a baixa temperatura, usado para móveis, postes e 
dormentes. 
4. Eucalipto rostrata: cultivar em solos ricos, secos, úmidos e 
arenosos, serve para postes e dormentes. 
8. Eucalipto torelliana: cultivar em solos férteis, não alagados, tem 
utilidade para móveis maciços naturais ( fibras espiraladas 
mostram belos desenhos), não é sugador como as demais 
variedades, porque suas raízes penetram no solo de forma 
oblíqua. Assim pode se plantar junto a lavouras, à beira de 
estradas e em jardins, sem prejuízos. Quem desejar formar novos 
potreiros, pode antes, arborizar a área de forma esparsa com 
Eucalipto torelliana, sem prejuízo para as pastagens, terá sombra 
para os animais, flores para as abelhas, ar mais puro, 
embelezamento e futuramente madeira. 
 
7 INDUMENTÁRJA DO APICULTOR 
Entende-se por indumentária do apicultor todo o 
equipamento de proteção para trabalhar na revisão de colméias. 
 São considerados equipamentos essenciais para o manejo de 
abelhas, o fumegador e a máscara, sem esse material não é 
possível revisar colméias. 
O fumegador é o aparelho mais importante no trato direto com as 
abelhas, é recomendado o uso do fumegador grande de fole 
(modelo SC - Brasil ou FC.). 
O fumegador de fole, foi inventado por Moses Quimby em 1870, e 
mais tarde aperfeiçoado por Root. 
O fumegador de fole é composto de duas partes, um fole e uma 
fornalha provido de grelha e as tábuas de fole são acionadas por 
uma mola de aço, pregada por dentro com elasticidade e pressão 
reguladas para manter aberto o fole. 
A caneca ou fornalha do fumegador deve ser de cobre ou 
zinco costurado ou revirado nas juntas e não apenas estanhado, 
porquanto a solda branca não resiste a elevada e permanente 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 36 
temperatura. 
A fumaça deve ser constante e suave e não muito quente, caso 
contrário poderá irritar as abelhas. 
A máscara apresenta proteção integral e perfeita da cabeça, é 
hoje requisito absolutamente necessário para manipulação 
tranqüila das colméias africanizadas. 
Máscaras com diferentes tipos de material foram confeccionadas; 
com visores de filó, de vidro ou telas plásticas e metálicas. A 
máscara de pano com visor integral de tela metálica é sem dúvida 
o melhor de todos; não proporciona calor no rosto, não adere às 
faces, não perde a forma e não dificulta a visão. A faixa superior 
(pano com 12,0 cm de largura por 90,0 cm de comprimento) se 
prende ao chapéu de palha ou de vime por meio de uma costura,e 
a outra parte é presa ao visor ou faixa de tela metálica. 
A faixa inferior (pano com 30 cm de largura por 90 cm de 
comprimento) é costurado a parte superior à tela metálica e a 
inferior possui um cadarço elástico que se ajusta ao pescoço por 
cima do colarinho da blusa ou macacão, fechando por completo e 
com segurança o trânsito de qualquer abelha. 
Entre as duas faixas de pano fica o visor ou faixa de tela metálica, 
com 15cm de altura na frente (centro visual) morrendo até 6 
centímetros para o lado oposto. 
São considerados acessórios ou equipamentos de 
complementação: luvas, macacão, botas e formão de apicultor. 
As luvas podem ser de borracha, couro ou napa, as primeiras 
apresentam pouca durabilidade mas não atrapalham o manuseio 
dos quadros as de couro são de grande durabilidade mas 
grosseiras e difícil o manuseio dos quadros com mel e as de napa 
são boas tanto para o manuseio como a sua durabilidade. 
O macacão deve ser de brim grosseiro para proteger contra as 
picadas das abelhas, devendo ser de cor azul ou verde atam ou 
amarelo. 
Deve-se confeccionar em peça única, as medidas serão de acordo 
com o manequim do apicultor, recomenda-se deixá-lo bastante 
folgado, para facilitar os movimentos. 
A bainha das pernas devem serguarnecidas de cordão de elástico 
para justa-las por cima dos canos das botas, mangas compridas, 
até os pulsos, com punhos de bainha elástica, para se fechar 
sobre as luvas fecho de zíper metálico (reco) da cintura até o 
pescoço, incluindo a gola; gola alta fechada, para receber por fora 
o elástico da parte inferior da máscara. 
SÍLVIO LENGLER 
 37
Há macacões acinturados providos de quatro bolsos, para 
ferramentas e pequenos objetos, como também guarnecidos de 
largo cinturão de lona ou couro, tipo cartucheira, com ajustes para 
as ferramentas apícolas mais necessárias. 
Ninguém mais se arrisque a manipular apiários com pés descalças 
ou sapatos decotados, o bombardeio sobre as meias é certo, 
sendo o trabalho prejudicado desde o início. 
A melhor proteção para trabalhar com segurança, tranqüilidade e 
comodidade é o uso de botas de borracha, cor branca. Podendo 
ser de couro, mas de cor clara, assim reduz o ataque das abelhas. 
As botas pretas são condenáveis porque irritam as abelhas, e 
aquecem os pés do apicultor em dias de sol forte. 
O formão de apicultor é utilizado para desgrudar as peças da 
colméia, separar e regular os quadros, raspar própolis acumulada 
nas paredes e tampa. Pode ser substituído, perfeitamente por um 
facão com o qual se fazem todos os trabalhos acima 
mencionados, como também roçar ao redor da colméia. 
 
8 CENTRIFUGAS 
 
Centrífugas ou extratores de mel são aparelhos destinados a fazer 
a coleta do mel, sem prejuízo dos favos que depois de esvaziados 
poderão ser devolvidos às colméias, para receberem nova carga, 
se houver abundante fluxo de néctar na região. Retirado os 
opérculos, os favos são colocados na máquina, cuja rotação 
obriga a saída do mel, expelido pela força centrífuga e jogado 
contra as paredes internas da tina, e pela gravidade escorre para 
o fundo da centrífuga, finalmente saindo através de uma abertura 
no fundo e na lateral. As centrifugas são de dois tipos: facial e 
radial. 
Na centrífuga facial os favos a serem desmelados se colocam em 
posições tangencial ao plano cilíndrico, chama-se também 
desmeleira reversível, porque necessita operar em dois 
movimentos, para esvaziar primeiro uma face do favo e depois a 
outra. Não é nem cômoda nem prática, por exigir movimento de 
retrocesso ou mudança do favo. Acresce a isto o inconveniente de 
quebrar com facilidade os favos, que se desagregam, quando 
vazios de um lado e cheios de outro, por receberem demasiada 
compressão sobre os septos (membranas que dividem os 
alvéolos). 
Na centrífuga radial a centrifugação é muito mais rápida e 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 38 
eficiente, os quadros de favos são colocados no raio do círculo de 
rotação. Usando o mesmo princípio da força de propulsão, expele 
simultaneamente o mel das duas faces, num só movimento 
irreversível ou seja num só sentido de rotação, não havendo 
necessidade de virar os quadros. Os quadros devem ser dispostos 
com a parte (lombo) voltada para a periferia do tambor e a parte 
inferior voltada para o eixo central. Isto facilitará o escoamento 
bilateral, uniforme, sem desequilíbrio de peso e, 
consequentemente, sem desagregação ou ruptura dos favos. 
Quanto ao número de quadros a serem rodados, na centrífuga, 
depende da sua capacidade, cuja lotação varia de 4, 8,16, 48 ou 
120 favos, conforme as exigências do apiário. 
 
9 DERRETEDOR DE CERA 
O aparelho cômodo e econômico para derreter favos velhos é o 
derretedor solar, que, consta de uma caixa de madeira, de fundo 
duplo, forrada por dentro com folha de zinco, ou guarnecida de 
uma forma de lata retirável. É coberto com uma tampa dupla, isto 
é, de dois vidros planos paralelos. Exposto ao calor solar de 
forma inclinada com desconto proporcional à posição e à marcha 
do sol, facilita duas coisas ao mesmo tempo: a incidência vertical 
dos raios do sol e o escoamento espontâneo da cera derretida, 
que, passando por uma peneira de tela fina, vai cair coada em um 
recipiente com água. Outro aparelho com a mesma finalidade, 
porém ainda mais eficiente é a autoclave que funciona a vapor. 
Consta de um tambor de latão ou ferro com parede dupla na qual 
se encontra água fervendo, na parte superior logo abaixo da 
tampa há um bico pelo qual sai o vapor que derrete a cera (favos) 
que se encontra no interior do tambor. Na pane inferior do tambor 
há um bico afunilado que leva a cera derretida para o exterior, a 
qual cai dentro de recipiente com água. Comparado com o 
processo anterior, este último é mais eficiente e rápido, porém 
mais caro porque gasta energia calorífica oriunda de combustão 
da lenha ou gás. 
 
 
 
10 TANQUES DE CANTADORES 
Decantação é uma operação pela qual o mel se limpa e se 
purifica, separando-se das impurezas por simples e natural 
processo de suspensão ou sedimentação por gravidade. 
SÍLVIO LENGLER 
 39
Depositado o mel em um tanque ou mais recipientes 
comunicantes, para repouso temporário, os corpos menos densos 
do que o líquido flutuam, formando um colarinho de espuma com 
partículas de pólen, pedacinhos de cera, larvas ou abelhas 
mortas, detritos facilmente retiráveis por meio de uma 
espumadeira. 
Livre assim das impurezas, o mel estará em condições de ser 
retirado para envasamento ou para uma filtragem mais perfeita, 
clarificação mais rigorosa ou pasteurização. 
 
11 CARRETILHA FIXADORA 
Instrumento muito simples, mas indispensável para quem 
usa cera alveolada e reforço de arame nos quadros. Muito 
parecida com carretilha de cortar massas de empadas e pastéis, 
difere na extremidade da lâmina circular para apicultura a 
carretilha apresenta uma roda dentada com uma fenda ou ranhura 
também circular, destinada a conter e segurar o fio de arame, 
sobre o qual desliza, comprimindo-o contra a folha de cera. 
Umedecida com água a tábua-suporle, estende-se sobre ela a 
folha de cera alveolada. Sobre esta deita-se o quadro com os 
arames à vista, aquecida em água quente a carretilha, é preciso 
ajustá-la sobre o arame, que lhe serve de guia, introduzindo-o no 
rasgo da roldana dentada. 
 
12 APIÁROS COBERTOS E DESCOBERTOS 
 
Apiário coberto mais usado é o de perímetro retangular, 
podendo o comprimento variar de acordo com o número de 
colméias que receberá. Consiste na construção de um galpão, 
cujo pé direito deverá ter 1,90 metros de altura, o comprimento, 
conforme o número de colméias que receberá, e, largura no 
mínimo 2,O metros. 
O telhado poderá ser de uma só água ou de duas águas, de zinco, 
telha ou capim santa-fé. 
O piso deve ser de chão batido, não se recomenda fazer de 
concreto devido ao frio. 
As laterais e oitão do galpão podem permanecer aberto, caso 
forem fechadas aumentará a segurança das colméias contra o 
roubo e ficarão mais protegidas contra as intempéries. 
As colméias devem ficar afastadas do solo em 40 centímetros e 
uma da outra, no mínimo, 1,O metro. A distribuição das colméias 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 40 
pode ser em fila simples e central ou para melhor aproveitamento 
da área construída, em fila dupla com corredor no centro. 
Para facilitar o manejo, as colméias devem descansar sobre 
estrados individuais. 
O apiário coberto apresenta uma desvantagem que é o alto custo 
da sua implantação, todavia, quem possui a madeira na sua 
propriedade, haverá uma considerável redução nas despesas. 
O apiário descoberto apresenta as colméias distribuídas numa 
determinada área, sendo que cada colméia recebe cobertura 
individual, a qual pode ser de duas águas, de zinco, cimento ou 
madeira. O tamanho do telhado deve ser um pouco maior que a 
colméia, 70 cm x 60 cm. 
O afastamento das colméias do solo e entre colméias deve ser 
igual ao anterior. Já a distribuição das colméias no apiário pode 
ser ao acaso ou em filas. 
 
Os apiários ainda podem ser fixos oumigratórios. Os primeiros 
são aqueles cujas colméias permanecem no mesmo lugar e os 
últimos são aqueles cujas colméias são levadas para as diferentes 
regiões aonde há flores apícolas. 
 
Os apiários migratórios desempenham dupla função: coleta de mel 
e polinização das flores, há países aonde os fruticultores alugam 
as colméias para polinizar os seus pomares, assim os apicultores 
conseguem renda dupla. 
 
 
13 COLMÉIAS 
 
As habitações das abelhas podem ser divididas em três 
categorias: 
a- Alojamentos naturais (ocos de paus, fendas de pedra, oco de 
cupim, etc.); 
 
b- Caixas rústicas; . 
 
c- Colméias racionais ou mobilistas. 
Os alojamentos naturais nem sempre satisfazem as necessidades 
biológicas das abelhas impedindo o seu desenvolvimento normal e 
provocando constante enxameações que contribuem 
desastrosamente para a saturação das áreas melíferas. 
SÍLVIO LENGLER 
 41
 
As caixas rústicas são ainda usadas no Brasil e em alguns países, 
não representam o avanço da tecnologia, mas sim uma 
necessidade que ainda hoje causa grandes prejuízos, já que 
grande parte de nossos apiários é constituída de caixotes, sem 
forma nem dimensões certas, tudo rústico, errado, parecendo 
verdadeiras favelas apícolas. 
Podem ser mais baratas, porque constituem-se de simples 
caixotes, mas a economia não compensa, ela é fictícia e 
prejudicial à apicultura, considerando-se o grande número de 
inconvenientes que apresentam. Seu uso devia ser abandonado 
pelos apicultores. 
 
As colméias mobilistas sofreram modificações durante os últimos 
séculos,foram inventados inúmeros modelos. 
Em 1851, Lorenzo Langstroth inventou a colméia mobilista de dez 
quadros, denominada LANGSTROTH, STANDARD ou 
AMERICANA, universalmente usada nos dias de hoje. 
Em princípio de 1900, Emílio Schenk inventou, no Rio Grande do 
Sul, a colméia denominada SCHENK de 15 quadros, sendo nos 
dias de hoje pouco usada, no nosso meio. 
As colméias mobilistas ou racionais que mais se destacaram e 
ainda hoje são usadas em muitas partes do país e no exterior, são 
as seguintes: 
 Nacionais: Colméia Schenk, Paulistinha, Schirmer e Curtinaz; 
 Intemacionais: Langstroth, Americana ou Standard, Dadant, 
Jumbo, Zander, Müller, Alexander e outras. 
A colméia Langstroth, como os demais sistemas mobilistas é 
constituída: 
1°- um fundo reversível ou não; 
2°- um ninho com dez quadros; 
3°- uma ou duas melgueiras com dez quadros cada uma; 
4°- uma tampa. 
Na construção de qualquer modelo de colméia mobilista para 
facilitar o manejo e o perfeito desenvolvimento das abelhas deve-
se ter o cuidado de obedecer o espaço abelha, conforme figura 4. 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 42 
 A madeira que se usa para construção de colméias pode ser o cedro, 
canjerana, timbaúva, açoita cavalo ou canela. 
Para maior conservação da madeira recomenda-se pintar exterior com uma 
"mão" de igol ou lajol e após seco duas "mãos" com tinta óleo azul, verde ou 
amarelo. 
Pode-se também cozinhar as colmeias durante 5 minutos numa solução de 
20 litros de querosene misturado com 4kg de cera de abelha ou parafina, 
deixa-se secar e após pode ser usado como caixa isca ou povoar com 
abelhas. 
As dimensões que iremos descrever em seguida referem-se às medidas 
internas.(cm) 
 Schirmer Schenk Curtinaz Langstroth 
 
 
Ninho 
 
 
 Altura 
 Largura 
Compriment
o 
 
 
29,5 
33.0 
44,0 
 
30,6 
26,0 
55,0 
 
28,7 
41,0 
41,0 
 
24,0 
37,0 
46,5 
Mel-
gueira 
 
 Altura 
 
 
14,7 
 
15,3 
 
 
14,5 
 
 
14,2 
Nº Qua- 
dros 
no 
ninho 
 
 
 
 
 
12 
 
 
15 
 
 
11 
 
 
10 
Nº Qua- 
dros 
melgueira 
 
 
8 
 
 
11 
 
 
8 
 
 
10 
Para confecção dos quadros de melgueira utiliza-se sarrafos de 
SÍLVIO LENGLER 
 43
40mm de largura por 8 mm de espessura, observando-se o “espaço” 
abelha conforme foi visto na figura 4. 
 Para quadro de ninho SCHENK OU SCHIRMER, usa-se sarrafos 
de 25 mm de largura por 8 mm de espessura, observando-se, também o 
“espaço” abelha. 
 Para descrição do quadro do ninho da colmeia Langstroth encontra-
se na FIGURA 5. Ref. 13 
 
PADRONIZAÇÃO DAS COLMEIAS 
 
 Na apicultura brasileira, a exemplo de outros países, não podemos 
fugir à regra e necessitamos padronizar o sistema de colmeias e os seus 
acessórios para simplificar a aquisição, permitir a implantação de 
indústrias para produzir equipamentos por preço mais acessíveis e permitir 
a exploração da apicultura de forma mais industrial. 
 A colmeia Langstroth é a mais difundida em todo o mundo e reune 
todas as características que fazem dela a mais indicada para as condições 
brasileiras. Foi 
padronizada pela Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) e também 
pela Federação Apícola do Rio Grande do Sul, sendo considerada padrão 
pela maioria das Associações de Apicultores do País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 44 
 FIGURA 5 
 
SÍLVIO LENGLER 
 45
 
CASAS DO MEL E ENTREPOSTOS DE MEL E CERA DE ABELHAS 
São estabelecimentos com inspeção dos produtos das abelhas, podendo ser: 
1. Serviço de Inspeção Municipal (SIM)– Para comércio dos produtos das 
abelhas em âmbito municipal. 
 2. Coordenadoria de Inspeção dos Produtos de Origem Animal, (CISPOA)- 
comércio dos produtos das abelhas, entre Municípios, mas dentro do mesmo Estado. 
 3. Serviço de Inspeção Federal – (SIF) – para comércio de produtos das 
abelhas entre Estados da União e exportação. 
CASA DO MEL (CISPOA) – Definição: Entende-se Casa do Mel, o estabelecimento 
destinado ao beneficiamento, industrialização e classificação de mel e seus derivados, 
oriundos de produção própria ou associados. 
CASA DO MEL (SIF) – Definição: É o estabelecimento destinado a produção, 
extração, classificação estocagem e industrialização do mel, cera e outros produtos 
das abelhas, limitado à produção das colmeias do seu proprietário que deverá ser 
combatível com a sua capacidade instalada. 
ENTRE POSTO DE MEL E CERA DE ABELHAS, (CISPOA) – Entende-se por 
entreposto de mel e cera de abelhas, o estabelecimento destinado ao recebimento, 
classificação e industrialização do mel e seus derivados, oriundo de vários 
estabelecimentos. 
ENTREPOSTO DE MEL E CERA DE ABELHAS (SIF) – Estabelecimento destinado 
ao recebimento, classificação do mel, cera de abelhas e demais produtos apícolas. 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 46 
POVOAMENTO DE COLMEIAS 
 Amaneira mais econômica de povoar as colmeias é através da captura dos 
enxames nômades (abelhas existentes na natureza). 
 Através do uso de caça enxames pode-se capturar as abelhas que se encontram 
em revoadas, em enxames , nos diferentes locais. Caça enxames são colmeias novas, 
velhas ou caixas de papelão ou mesmo caixas de maçã, nas quais se coloca duas ou 
lâminas de cera alveolada bem nova e cheirosa, as quais serão colocadas em locais 
adequados. São considerados locais adequados aonde passam enxames, por exemplo, 
barrancos, periferia de capoeiras e florestas, encostas de morros, enfim locais 
tranqüilos e com muito sol. 
 Após habitados os caça enxames, deve-se proporcionar condições para o 
perfeito e rápido desenvolvimento das abelhas (Figura 8) que consiste em completar a 
colmeia (caça enxames) com cera laminada e fornecer alimentação estimulante em 
alimentador de cobertura (2 litros de açúcar invertido de 2 em 2 dias até completar os 
favos do ninho). O açúcar invertido é preparado da seguinte maneira: mistura-se 5 kg 
de açúcar com 1,7 litros de água e adiciona-se 5 gramas de ácido tartárico e ferve-se 
em fogo baixo por 20 a 25 minutos, deixa-se esfriar e estará pronto para serusado. 
 Outro modo de povoar colmeias consiste em coletar os enxames que se 
encontram pendurados em galhos ou forquilhas de árvores, para isso é necessário 
pulverizar as abelhas com água e em seguida sacudir o galho que elas caiam dentro da 
colmeia, balde, lata ou saco, devendo-se colocar um pouco de água no balde, assim as 
abelhas não levantam vôo quando coletadas (Figura 9 e 10). 
 Após coletado, o enxame deve receber complementação com quadros 
laminados, se possível um ou dois quadros de cria que serão retirados de outra 
colmeia e fornecer alimentação artificial (açúcar invertido). 
 Também pode-se povoar com enxames que passam voando, sendo sua 
recuperação mediante barulho, isto é, batendo latas ou caixas, mas para isso devemos 
usar máscara porque as abelhas podem baixar e ao mesmo tempo agredir. Também 
pode-se jogar água ou terra no enxame, isso também poderá proporcionar a descida do 
enxame. 
 Ainda, pode-se povoar colmeias através da retirada do enxame do seu 
“habitat natura” (troncos de árvores, abas de casas, etc.). 
 Exemplificando: para retirar um enxames de abelhas de um tronco de árvore 
deve-se fumegar o local de entrada, após corta-se a árvores e se necessário tomba-se a 
mesma.Uma vez aberto o tronco, processa-se a retirada dos favos, separando o mel da 
cria, o primeiro coloca-se em latas ou baldes e o segundo coloca-se nos quadros de 
ninho devidamente amarrado e na mesma posição que estava na árvore. 
 Após enxertado todos os quadros de cria nos quadros de ninho,procede-se a 
procura da rainha, uma vez encontrada deve-se cortar um par de asas, para evitar a 
fuga, e, em seguida coloca-se na colmeia. 
 Após colocado os favos de cria e a rainha, a colmeia deve ser tampada só 
deixando aberto o alvado aonde se coloca uma tela excluidora para evitar a fuga da 
rainha ou fornecer alimento artificial (açúcar invertido), em alimentador bandeja. 
 Assim a colmeia deve ficar em repouso por dois ou três dias para depois ser 
transportado para o local definitivo, naturalmente a noite e desde que seja para fora do 
raio de ação das abelhas. Todos trabalhos executados com abelhas, deve-se usar o 
equipamento de segurança. 
SÍLVIO LENGLER 
 47
 
 
 
 
 
 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 48 
BIBLIOGRAFIA 
 
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 RS, 1983, 485p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÍLVIO LENGLER 
 49
ANEXO 01 
 
Exportações Brasileiras de 
Mel Natural - Jan/Dez 
 
(por estados) 
Em mil dólares - FOB 
 Ano 1.998 1.999 2.000 2.001 2002 * 
Total 54,0 120,1 331,1 2.809,4 2.536,1 
Santa Catarina - - 262,5 2.042,3 1.060,5 
São Paulo 46,8 32,5 39,1 249,6 1.010,4 
Ceará - - - 236,9 360,2 
Paraná 4,1 3,3 0,2 146,5 72,4 
Minas Gerais - - 8,9 50,2 31,3 
Espírito Santo - - - 60,9 - 
Pará - - 10,0 - 
Não Declarado (95) 2,4 0,6 10,3 17,0 1,2 
Rio Grande do Sul - 49,8 0,1 0,2 - 
Bahia - 33,8 - - - 
Outros 0,7 - 0,0 5,7 - 
* Janeiro a Abril. 
Fonte: SECEX – Sistema ALICE 
Elaboração: MA/SPA/DEAGRI 
Importações Brasileiras de Mel Natural - 
Jan/Dez 
 
( por países de origem) 
Em mil dólares FOB 
 Ano 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2002 * 
Total 5517,8 4970,1 3295,9 4452,6 2504,4 559,6 413,3 31,4 
Uruguai 3058,8 3087,3 1819,7 1989,5 1611,2 209,8 173,1 0,0 
Argentina 2398,0 1793,3 1427,5 2416,9 887,9 348,0 239,4 30,6 
EUA 13,8 21,2 6,3 6,1 4,3 0,0 0,7 0,8 
China 0,0 0,0 0,1 10,1 0,0 0,0 0,0 0,0 
Outros 47,1 68,3 42,3 30,0 1,0 1,8 0,1 0,0 
* Dados de janeiro a abril. 
Fonte: SECEX - Sistema ALICE 
Elaboração: MA/SPA/DEAGRI 
Observação: Preço de referência, UU$ 1,15 a UU$ 1,40/kg de mel, na exportação. 
 
 
 
ANEXO 02 
APICULTURA - PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS 
 50 
EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE MEL – TONELADAS- Jan-Dez 
 
 1.998 1.999 2.000 2.001 2008 2009 2010 2011 
Total 16,7 18,6 268,9 2.488,7 18.271 25.987 18.632 
22.398 
 
FONTE:: SECEX - Sistema ALICE – SEBRAE/UAGRO 
ANEXO 03 
Importações Brasileiras de Mel Natural - Jan/Dez ( Toneladas- por países origem) 
 Ano 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2001* 
Uruguai 2905,6 1810,2 1159,3 1376,7 1412,6 153,4 161,8 
Argentina 1318,6 684,2 492,5 1 034,2 406,9 133,5 90,7 
China 0,0 0,0 0,2 9,1 0,0 0,0 0,0 
EUA 4,0 4,7 1,6 1,3 1,0 0,0 1,5 
Outros 28,4 32,8 11,3 7,4 0,2 0,3 0,0 
Total 4256,6 2531,8 1664,9 2428,8 1820,7 287,2 254,0 
Fonte: SECEX - Sistema ALICE Elaboração: MA/SPA/DEAGRI 
ANEXO 04 
Importações Brasileiras de Mel Natural - Jan/Dez 
 Por estados ( em mil dólares -FOB) 
 
 Ano 1.998 1.999 2.000 2.001 
Total 4.452,6 2.504,4 559,6 413,3 
Rio Grande do 
Sul 
 
1.918,3 
 980,9 169,9 153,3 
Rio de Janeiro 591,2 313,0 162,2 98,1 
São Paulo 797,6 624,3 138,6 70,8 
Paraná 546,8 268,5 88,9 39,9 
Espírito Santo 1,8 - - 31,4 
Ceará 58,4 150,6 - 19,7 
Pernambuco 122,3 79,8

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