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Teorias liguisticas III

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Prévia do material em texto

Governo Federal
Dilma Vana Rousseff
Presidente
 
Ministério da Educação
Aluísio Mercadante
Ministro
 
CAPES
Jorge Almeida Guimarães
Presidente
 
Diretor de Educação a Distância
João Carlos Teatini de Souza Clímaco
 
 
Governo do Estado
Ricardo Vieira Coutinho
Governador
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Marlene Alves Sousa Luna
Reitora
 
Aldo Bezerra Maciel
Vice-Reitor
 
Pró-Reitor de Ensino de Graduação 
Eli Brandão da Silva
 
Coordenação Institucional de Programas Especiais – CIPE
Secretaria de Educação a Distância – SEAD
Eliane de Moura Silva
 
Assessora de EAD
Coord. da Universidade Aberta do Brasil - UAB/UEPB
Cecília Queiroz
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 1 11/04/2012 13:00:42
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL - UEPB
EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Rua Baraúnas, 351 - Bodocongó - Bairro Universitário - Campina Grande-PB - CEP 58429-500
Fone/Fax: (83) 3315-3381 - http://eduepb.uepb.edu.br - email: eduepb@uepb.edu.br
Editora da Universidade 
 Estadual da Paraíba
Diretor
Cidoval Morais de Sousa
Coordenação de Editoração
Arão de Azevedo Souza
Conselho Editorial
Célia Marques Teles - UFBA
Dilma Maria Brito Melo Trovão - UEPB
Djane de Fátima Oliveira - UEPB
Gesinaldo Ataíde Cândido - UFCG
Joviana Quintes Avanci - FIOCRUZ
Rosilda Alves Bezerra - UEPB
Waleska Silveira Lira - UEPB
Universidade Estadual da Paraíba
Marlene Alves Sousa Luna
Reitora
Aldo Bezerra Maciel
Vice-Reitor
Pró-Reitora de Ensino de Graduação 
Eliana Maia Vieira
Coordenação Institucional de Programas Especiais-CIPE 
Secretaria de Educação a Distância – SEAD
Eliane de Moura Silva
Cecília Queiroz
Assessora de EAD
Coordenador de Tecnologia
Ítalo Brito Vilarim
Projeto Gráfico
Arão de Azevêdo Souza
Revisora de Linguagem em EAD
Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)
Revisão Linguística
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Diagramação 
Arão de Azevêdo Souza
Gabriel Granja
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 2 11/04/2012 13:00:42
TEORIAS LINGUÍSTICAS III
Adriana Rodrigues Pereira de Souza 
Fabiene Araújo Batista
Francisca Maria de Mélo
Campina Grande-PB
2012
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 3 11/04/2012 13:00:42
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 4 11/04/2012 13:00:42
Sumário
I Unidade
Formalismo e Funcionalismo Linguístico..............................................7
II Unidade
Funcionalismo Linguístico Norte-Americano......................................23
III Unidade
Funcionalismo Linguístico Europeu: Linguística 
Sistêmico-Funcional e Multimodalidade............................................39
IV Unidade
A fundação da análise do discurso: o projeto audacioso...................61
V Unidade
Os Conceitos da Construção da Maquinaria do Discurso..................87
VI Unidade
As mudanças conceituais da Análise do Discurso............................107
VII Unidade
Os novos horizontes conceituais da Análise do Discurso..................121
VIII Unidade
Chegando à praia da Linguística Aplicada......................................139
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 7
I UNIDADE
Formalismo e 
Funcionalismo Linguístico
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 7 11/04/2012 13:00:42
 8 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Apresentação
Prezado(a) aluno (a),
Queremos iniciar parabenizando vocês que conseguiram 
chegar a este período e já desejar muito sucesso nesta nova 
etapa. É importante ser perseverante e fazer parte da história 
da EAD como sujeito protagonista que encontra novos sen-
tidos e constrói significados para o que até então não era 
conhecido.
Nossa disciplina, Teorias Linguísticas III, contempla no-
vas abordagens da Linguística Funcional para o estudo da 
língua. Na primeira unidade faremos uma breve revisão do 
polo formalista e posteriormente introduziremos o funciona-
lismo linguístico, dedicando a este assunto as três primeiras 
unidades. Posteriormente, nas unidades IV, V, VI e VII serão 
apresentadas para vocês, aprendentes, as fases de desen-
volvimento da Análise do Discurso de linha francesa, na qual 
iremos tratar de discursos, sujeitos, formações discursivas e 
suas análises. E por fim, na unidade VIII, contemplaremos 
noções sobre a ciência Linguística Aplicada.
Logo no início da leitura deste material, vocês irão perce-
ber que iremos analisar textos, ora na perspectiva da Análise 
do Discurso, ora na perspectiva do funcionalismo que se 
desdobrará em outras áreas que são: Linguística Sistêmico-
-funcional e Multimodalidade que representa uma das mais 
atuais áreas de estudos da linguagem.
As atividades apresentadas foram pensadas com o intui-
to de auxiliá-los na leitura do livro-texto, como também as 
sugestões bibliográficas que se encontram no final de cada 
unidade. A proposta é que vocês leiam para pesquisas e 
aprofundamentos nos temas. 
Bom êxito para todos!
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 8 11/04/2012 13:00:43
Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 9
Objetivos
Ao término desta aula esperamos que você:
•	 Revise de forma crítica os estudos linguísticos que compõem o 
Polo Formalista;
•	 Compreenda as ideias gerais que caracterizam o Funcionalismo 
Linguístico e que se contrapoem ao polo formalista;
•	 Reconheça as novas abordagens da língua;
•	 Reflita sobre as novas tendências da Linguística;
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 9 11/04/2012 13:00:43
 10 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Revisando o polo formalista 
dos estudos linguísticos
Vocês lembram que no início do curso, na disciplina Teorias Lin-
guísticas I, estudamos as concepções de língua nas perspectivas de 
grandes linguistas como Saussure e Chomsky? Também lembram que 
comparamos as diferenças de visão da língua desses autores com as de 
Benveniste e Bakhtin? Pois é, com esta reflexão, vamos iniciar nossa 
disciplina compreendendo que a forma de estudar a língua no estrutu-
ralismo representa uma perspectiva de estudo que se enquadra em um 
polo denominado de formalista.
Para revisar ... 
Atividade I
Para representar como a língua é estudada no estruturalismo, podemos 
imaginar a seguinte representação da relação linguagem < língua / fala:
1. Essa imagem se resume no enunciado de Saussure (1988, p. 92): “A língua 
é para nós a linguagem menos a fala”. A partir desta imagem, explique como 
os estudos de Saussure, de cunho estruturalista, abordam língua e fala. 
(se necessário, consulte a III Unidade do livro-texto da disciplina Teorias 
Linguísticas I)
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 10 11/04/2012 13:00:43
Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 11
Para início de conversa ...
Segundo Carvalho (2011, p. 53), “(...) a língua é homogênea 
e social. Se opomos essas características às da fala, podemos 
deduzir que a fala é heterogênea e individual, (...) E assim, 
a homogeneidade e o fato de ter sua existência vinculada 
ao social são determinantes para que a língua seja tomada 
como o objeto de estudo da Linguística. Por ser homogênea, 
ela representa um sistema passível de ser analisado em seus 
elementos, o que não é possível de ser feito com a fala. Por 
ser a realização concreta de cada falante, a fala é marca-
da pela assistematicidade, pela imprevisibilida de, comporta 
uma gama de variação. Portanto, não constitui um objeto de 
estudo confiável..
Pelo menos esta ideia de que a fala “não constitui um objeto de 
estudo confiável” é uma forma de compreensão que caracteriza um 
dos polos das investigaçõeslinguísticas, o polo formalista, representado 
pelos estruturalistas e gerativistas. E mais adiante, vamos constatar que 
esta forma de encarar a fala opõe esses estudos da Linguística aos que 
são contextualizados na perspectiva funcionalista. 
Mas, para entendermos melhor o que caracteriza cada polo, vamos 
nos inteirar mais sobre o polo formalista, este que assim é denominado 
por priorizar a forma ou estrutura, entendendo a língua como sistema 
autônomo, sem influência de fatores externos, ou seja, da situação co-
municativa. Focalizando os aspectos estruturais e formais da sentença. 
Como vimos especificamente na disciplina Teorias Linguísticas I, esta 
ciência apresenta vários momentos que são identificados pelas concep-
ções de língua e linguagem de vários teóricos que marcaram a história 
da Linguística, entre outros ressaltam-se Saussure e Chomsky. E é a par-
tir destes teóricos que podemos delinear dois paradigmas linguísticos 
que marcaram o polo formalista.: behaviorismo e cognitivismo 
Atividade II
1. Faça pesquisa em livros didáticos de Língua Portuguesa e retire duas 
atividades que apresentam influência do estruturalismo no ensino de língua 
materna e elabore um texto comentário sobre estas atividades e justifique sua 
análise com citações retiradas deste texto ou de artigo científico (acadêmico) 
pesquisados em sites, anais de congressos ou livros acadêmicos. Socialize 
seus textos no AVA, de acordo com as orientações do professor. (Não esqueça 
de informar a fonte das citações).
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 11 11/04/2012 13:00:43
 12 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Continuando nossa revisão...
Estruturalismo (Behaviorismo) – Segundo Marcuschi (2008, p. 30),
O quadro epistemológico saussuriano vigorou para 
além de meados do século XX, inclusive na Amé-
rica do Norte, onde paralelamente se instalara a 
perspectiva bloomfieldiana, similar à de Saussure, 
o que não ocorria em Leonard Bloomfield (1887 
– 1949), um behaviorismo despretensioso sob o 
ponto de vista epistemológico. Mesmo a contra-
gosto do autor, as propostas saussurianas e suas 
derivadas culminaram num estruturalismo formal.
É importante lembrar aqui que Saussure instaurou uma série de 
dicotomias para definir o objeto da Linguística, destacando-se como 
mais importante para este objetivo a distinção entre langue (visão da 
língua no plano social, convencional) e parole (visão da língua no pla-
no das realizações individuais).
Nesta perspectiva formal, levou-se a ignorar uma série de aspec-
tos hoje considerados centrais na investigação linguística. Em especial, 
ignorou-se quase tudo o que estava ligado à semântica, à pragmática e 
historicidade. Para deixar mais claro o que isto que dizer, ao observar 
o texto do gênero charge de Lila a seguir, retirado dos arquivos do 
Jornal da Paraíba, um estudo da língua, em uma abordagem formal, a 
partir desta charge só levaria em consideração os aspectos formais do 
texto como a sentença “Assista agora os noticiários ...”. Dessa forma, 
o que interessa ao estudo formal em um texto como o exemplificado 
é a regência do verbo “assistia”, o elemento circunstancial “agora”, a 
transitividade verbal e seu objeto, entre outros. Isto considerando os 
estudos formais da língua com base nos pressupostos estruturalistas.
Sendo assim, o contexto e situação comunicativa em que a senten-
Disponível em: http://jornaldaparaiba.globo.com/charges.php?pag=2
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 12 11/04/2012 13:00:43
Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 13
ça foi escrita, os interlocutores e os elementos visuais são ignorados. E 
não precisa entrar em detalhes para dizer o quanto estes outros aspec-
tos são importantes para o sentido do texto, não é mesmo?
Atividade III
1. A partir da leitura da charge de Lila, exposta anteriormente, considerando 
o contexto, a situação comunicativa, os interlocutores, as imagens e a frase 
“Assista agora os noticiários ...”. Produza um texto explicando como se 
constitui o sentido nesta charge.
Uma observação ...
Durante o século XX, pode-se dizer, que o polo formalista divide-se 
em dois momentos marcantes da Linguística , pois o behaviorismo e o 
empirismo predominaram até o final dos anos 50. Já a partir dos anos 
60 começou-se a observar de forma acentuada, cada vez mais, o do-
mínio do cognitivismo. Esta palavra ao ser usada na Linguística remete 
inicialmente ao Chomsky que deu uma grande contribuição ao estudos 
cognitivistas. Mas o que significa mesmo a palavra cognitivismo?
Atividade IV
1. Pesquise no dicionário e na wikipédia o que é cognitivismo linguístico e 
socialize no AVA, de acordo com as orientações do professor.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 13 11/04/2012 13:00:43
 14 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Continuando nossa 
conversa...
Sobre o Cognitivismo – segundo Mélo e Ramos (2009, p. 194), 
a diferença básica entre as duas correntes (estru-
turalimo e cognitivismo) situa-se na tese defendida 
por Chomsky de que o falante tem uma capacida-
de inata para a linguagem – o inatismo. Ou seja, 
todo falante de língua materna domina as regras 
da língua, isto é, tem uma gramática internaliza-
da que lhe permite formular/gerar inúmeras frases, 
por isso o nome de gramática gerativa, como tam-
bém julgar a sua aceitabilidade – o que vem a ser 
a competência linguística.
Mélo e Ramos (op.cit) ainda afirmam que para Chomsky, a compre-
ensão de uma gramática implica a compreensão dessa competência 
linguística em oposição à performance, que se relaciona ao uso efeti-
vo de língua em situações concretas. Em seus estudos, para demons-
trar a transformação da competência linguística para a performance, 
Chomsky usava um esquema de diagrama arbóreo.
Este modelo teórico foi desenvolvido e reformulado diversas vezes 
durante as décadas de 1960 e 1970, tendo sido abandonado na déca-
da de 1990, segundo Kenedy (2008, p. 133), “em favor de uma visão 
que não mais representava estruturas, e sim as derivava”. Em resumo, 
Chomsky busca uma compreensão científica da gramática gerativa (in-
ternalizada) dominada pelo falante, porque, para ele:
a capacidade humana de falar e entender uma lín-
gua (pelo menos), isto é, o comportamento linguís-
tico dos indivíduos, deve ser compreendida como 
o resultado de um dispositivo inato, uma capaci-
dade genética e, portanto, interna ao organismo 
humano (e não completamente determinada pelo 
mundo exterior, como diziam os behavioristas), a 
qual deve estar fincada na biologia do cérebro/
mente da espécie e é destinada a constituir a com-
petência linguística de um falante. Essa disposição 
inata para a competência linguística é o que ficou 
conhecido como faculdade da linguagem.(KENE-
DY, 2008, p. 129)
Mélo e Ramos (2009) ao analisarem as palavras deste autor, con-
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 14 11/04/2012 13:00:43
Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 15
sideram que a linguística gerativa apresenta outros avanços, os quais 
afetam, consequentemente, a ideia de competência linguística e cede 
lugar para um novo foco – o da hipótese de gramática universal, norte-
ada pela teoria de princípios e parâmetros. Esta apresenta duas fases: 
a da regência e da ligação e o programa minimalista. Neste contexto, o 
objetivo é estudar a sintaxe buscando identificar as estruturas sintáticas 
que são comuns entre todas as línguas do mundo. 
Esta ideia parece não ter origem no gerativismo. A preocupação 
com uma gramática universal é interesse da filosofia aristotélica, muito 
antes do surgimento e confirmação da linguística como ciência, mo-
tivada pelo interesse de estudar um esquema universal de linguagemsubjacente a todas as línguas do mundo, retomado pela chamada Gra-
mática de Port Royal1 (1960). 
Apesar das mudanças de foco, que são comuns no quadro evoluti-
vo de todas as ciências e teorias, o gerativismo não abandonou o prin-
cípio básico desta corrente - a tese da faculdade da linguagem como 
parte notável da capacidade mental humana.
Atividade V
1. Produza um texto explicando o que opõe o modelo de análise linguística 
gerativista ao modelo estruturalista/behaviorista e publique no seu blog do 
AVA.
Outra observação ...
Apesar de em alguns tipos de pesquisas linguísticas ainda hoje se 
fundamentarem nos princípios formalistas, o que se justifica, muitas ve-
zes por seus objetivos, há um outro paradigma que se opõe às concep-
ções formalistas que é o funcionalismo.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
1 A Gramática de Port-Royal “Gramática 
geral e razoada contendo os fundamentos 
da arte de falar, explicados de modo cla-
ro e natural”) foi um trabalho pioneiro na 
área da filosofia da linguagem, publicado 
em 1660 por Antoine Arnauld e Claude 
Lancelot. (http://pt.wikipedia.org/wiki/
Gram%C3%A1tica_de_Port-Royal)
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 15 11/04/2012 13:00:43
 16 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
O polo funcionalista 
dos estudos linguísticos
O Funcionalismo representa o polo funcionalista cujo foco de análise 
é a função desempenhada pela forma linguística no contexto de uso 
– contexto este não restrito à escrita, mas incluindo a fala. Nessa pers-
pectiva, a forma linguística é elaborada para atender às necessidades 
comunicativas do falante, cujas intenções podem ser de argumentar, 
descrever, ordenar, pedir, entre outras ações. 
A interferência de fatores externos (já que a comunicação pressu-
põe um locutor e um destinatário, um objetivo comunicativo, um efeito) 
compreende o que Marcuschi (2008) denomina de virada pragmática. 
Logo, o funcionalismo, por entender a língua como prática social, leva 
em conta os princípios da Pragmática, vertente que se volta para o es-
tudo dos atos de fala (locutório, ilocutório, perlocutório) bem como das 
estratégias de proteção da face. Pode-se dizer descontraidamente que 
o funcionalismo possibilita à volta dos aspectos excluídos nos estudos 
da língua, como por exemplo, a fala deixada de lado por Saussure e 
o contexto sócio histórico que foram desconsiderados pelos teóricos 
estruturalistas e cognitivistas.
 
Atividade VI
1. Considerando que os fatores externos interferem no uso da língua, já 
que a comunicação pressupõe um locutor e um destinatário, um objetivo 
comunicativo, um efeito, elabore um texto resposta, explicando como os fatores 
externos aos elementos linguísticos interferem no sentido da seguinte charge.
Disponível em: http://jornaldaparaiba.globo.com/upload_arquivos/05072011235530.jpg
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 16 11/04/2012 13:00:44
Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 17
Continuando 
nossa conversa ...
Os estudos realizados dentro do polo funcionalista se opõem total-
mente ao estruturalismo e gerativismo, pois segundo Cunha (2008, p. 
157) o funcionalismo é uma corrente linguística que “se preocupa em 
estudar a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os diferen-
tes contextos comunicativos em que elas são usadas” além de conceber 
a linguagem como instrumento de interação social, 
alinhando-se, assim, à tendência que analisa a re-
lação entre linguagem e sociedade. Seu interesse 
de investigação linguística vai além da estrutura 
gramatical, buscando na situação comunicativa – 
que envolve os interlocutores, seus propósitos e o 
contexto discursivo – a motivação para os fatos da 
língua..
 
Para Cunha (2008, p.158), 
na análise de cunho funcionalista, os enunciados 
e os textos são relacionados às funções que eles 
desempenham na comunicação interpessoal. Ou 
seja, o funcionalismo procura essencialmente tra-
balhar com dados reais de fala ou escrita retirados 
de contextos efetivos de comunicação, evitando li-
dar com frases inventadas, dissociadas de sua fun-
ção no ato da comunicação.
Os estudos funcionalistas divergem dos gerativistas quando estes afir-
mam que a existência dos universais linguísticos2 derivam de uma heran-
ça genética comum à espécie humana, pois para aqueles “é a universa-
lidade dos usos a que a linguagem serve nas sociedades humanas que 
explica a existência dos universais linguísticos” (CUNHA, 2008). 
Outra divergência entre funcionalistas e gerativistas é quanto ao 
processo de aquisição da linguagem. Enquanto os gerativistas por um 
lado explicam a aquisição como uma capacidade humana específica 
para a aprendizagem da língua, por outro lado, os funcionalistas ten-
dem a explicar esse processo como desenvolvimento das necessidades 
e habilidades comunicativas da criança na sociedade. 
A criança é dotada de uma capacidade cognitiva 
rica que torna possível a aprendizagem da lingua-
gem, assim como outros tipos de aprendizagem. É 
com base nos dados linguísticos a que é exposta 
em situação de interação com os membros de sua 
comunidade de fala que a criança constrói a gra-
mática da sua língua. (CUNHA, 2008, p.158).
2 Cunha (2008) esclarece que em sentido 
estrito, “universal linguístico” é um termo 
designativo de uma propriedade que todas 
as línguas têm (por exemplo, todas as lín-
guas têm elementos que são foneticamente 
vogais). Mais recentemente, admite-se que 
os universais linguísticos não são absolu-
tos, mas uma questão de grau de tendência, 
de modo que refletem uma propriedade que 
se manifesta na maioria das línguas.
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 17 11/04/2012 13:00:44
 18 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Por fim, nos estudos funcionalistas, ainda segundo Cunha, “língua 
não constitui um conhecimento autônomo, independente do compor-
tamento social, ao contrário, reflete uma adaptação, pelo falante, às 
diferentes situações comunicativas.”.
Atividade VII
1. Elabore um resumo sobre as principais divergências entre os estudos 
realizados dentro do polo funcionalista com o estruturalismo e o gerativismo.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Continuando ...
 
O modelo de estudo funcionalista de análise linguística caracte-
riza-se por duas propostas básicas, primeiramente a de que a língua 
desempenha funções que são externas ao sistema linguístico em si; se-
gundo que as funções externas influenciam a organização interna do 
sistema linguístico. Dessa forma, a língua reflete uma adaptação, pelo 
falante, às diferentes situações comunicativas. Diante disto, os estu-
dos funcionalistas são organizados em dois grupos: o funcionalismo 
europeu que pode ser representado pelos linguista Michael Halliday 
e o holandês Simon Dik enquanto o funcionalismo norte-americano é 
representado pelos trabalhos Givón, Sandra Thompson, Paul Hopper 
e Thompson. Nas unidades seguintes iremos conhecer as principais 
ideias introdutórias de cada grupo funcionalista.
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 18 11/04/2012 13:00:44
Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 19
 
Atividade VIII
De acordo com a leitura sobre os princípios que norteiam os polos formalista 
e funcionalista, preencha o quadro a seguir com as principais divergências 
apresentadas entre ambos.
COMPARAÇÃO DOS FOCOS NA VISÃO DA 
LINGUÍSTICA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
LINGUÍSTICA “ESTRUTURAL” LINGUÍSTICA “FUNCIONAL”
As novas tendências 
da Linguística
Cada momento é importante para o desenvolvimento da ciência da 
linguagem. No entanto, ao se tratar de estudos científicos da lingua-
gem, ainda hoje são realizadas pesquisas que seguem cada um destes 
paradigmas, dependendodo objeto de estudo e do intuito das pes-
quisas. Por exemplo, para estudos descritivos com intuito de elaborar 
gramáticas normativas de dialetos falados em países sem língua oficial, 
recorre-se aos fundamentos do estruturalismo; para os estudos sobre 
aquisição da linguagem, seja de uma segunda língua ou de língua 
materna desenvolvem-se as linhas de pesquisa que encontram funda-
mentos no cognitivismo; e por fim, para pesquisas que focam o estudo 
da língua contextualizada sociohistoricamente, como as variações lin-
guísticas , segue-se os princípios funcionalistas.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Teorias liguisticas III 26.02.2012.indd 19 11/04/2012 13:00:44
 20 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
No entanto, a linguagem tem se desenvolvido a ponto destas pers-
pectivas teóricas não serem suficientes para analisar outras modalida-
des de linguagem, além da verbal. Dessa forma, a Linguística se mostra 
uma ciência “limitada” para explicar estes outros novos elementos. 
Neste contexto, surge a necessidade da Linguística recorrer aos ou-
tros campos de estudo, que no século XX, a partir dos anos 1950 – 
1960, pode-se citar algumas denominações de caráter eminentemen-
te interdisciplinares do tipo: Linguística-de-texto, Análise do discurso, 
Análise da conversação, Sociolinguística, Psicolinguística e entre outras 
cabe citar a Linguística Aplicada
Recentemente, com a influência dos estudos linguísticos da Linguís-
tica Sistêmico-Funcional, outras abordagens são dadas aos estudos da 
língua, observando sua natureza intrínseca com outras linguagens visu-
ais, as linguagens das cores, entre outras. Criando um campo de estudo 
de olho nas multimodalidades presentes em um texto que são interliga-
das, representando sentidos constituídos sóciosemioticamente. Dá-se 
este foco aos estudos linguísticos de gêneros textuais que apresentam 
várias semioses, como é comum aos gêneros digitais que circulam na 
internet. Dessa forma, estudaremos nas próximas unidades os pressu-
postos da Análise do discurso de linha francesa e noções introdutórias 
sobre a os estudos da multimodalidade e o ensino de língua materna. 
Leitura recomendada
Manual de Linguística: Mario Eduardo Martelotta 
Gênero: Linguistica 
Editora: CONTEXTO
Sinopse: Este ‘Manual de linguística’ - pensado e elaborado para alu-
nos de letras, linguística e áreas afins - a obra apresenta princípios e 
conceitos básicos de várias correntes da linguística moderna, conci-
lia informações de caráter tradicional, dialoga com outros manuais e 
aponta tendências. Além disso, estimula o leitor a navegar nos rumos 
do funcionamento da linguagem através de uma abordagem instigante.
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Resumo
O polo formalista ignora uma série de aspectos hoje considerados 
centrais na investigação linguística. Em especial, quase tudo o que esta-
va ligado à semântica, à pragmática e historicidade. O modelo de estu-
do funcionalista de análise linguística caracteriza-se por duas propostas 
básicas, primeiramente a de que a língua desempenha funções que são 
externas ao sistema linguístico em si; segundo que as funções externas 
influenciam a organização interna do sistema linguístico. Além disso, 
a linguagem tem se desenvolvido a ponto destas perspectivas teóricas 
não serem suficientes para analisar outras modalidades de linguagem, 
além da verbal. Dessa forma, a Linguística se mostra uma ciência “limi-
tada” para explicar estes outros novos elementos.
Autoavaliação
Para sistematizar o que você aprendeu nesta unidade, comente a citação 
a seguir, explicando o que você entendeu, como também elaborando 
questionamentos sobre o assunto que podem ser socializados em chat com 
colegas e professora. Assim, segundo Cunha (2008, p. 157), o funcionalismo é 
uma corrente linguística que
(...)se preocupa em estudar a relação entre a estru-
tura gramatical das línguas e os diferentes contex-
tos comunicativos em que elas são usadas” além 
de conceber “a linguagem como instrumento de 
interação social, alinhando-se, assim, à tendência 
que analisa a relação entre linguagem e socieda-
de. Seu interesse de investigação linguística vai 
além da estrutura gramatical, buscando na situa-
ção comunicativa – que envolve os interlocutores, 
seus propósitos e o contexto discursivo – a motiva-
ção para os fatos da língua.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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Referências
CARVALHO, Eneida Oliveira Dornellas de. Teorias Linguisticas 1. 
Campina Grande: EDUEPB, 2011.178 p.
CUNHA, Maria Angélica Furtado da. Funcionalismo In: MARTELOTTA, 
Mário Eduardo (Org.). Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 
2008.
KENEDY, Eduardo. Gerativismo. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo 
(Org.). Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 
São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
 MÉLO, Francisca Maria de. E RAMOS, Marta Anaísa Bezerra. Sintaxe 
e Ensino: velhos dilemas, novos olhares. In: ARANHA, S. D. G.; 
PEREIRA, T. M. A.; ALMEIDA, M. L. L. (Orgs.). Gêneros e Linguagens: 
diálogos abertos. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2009.
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II UNIDADE
Funcionalismo Linguístico 
Norte-Americano
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Apresentação
Na aula anterior estudamos algumas ideias que norteiam 
os estudos realizados no polo funcionalista versus as que nor-
teiam o polo funcionalista da Linguística. Nesta aula vamos 
continuar os estudos centrando-se na Linguística Funcional 
que visa analisar a língua a partir de uma gramática dinâmi-
ca, que estuda uma língua que está em constante mutação, 
pois em virtude do surgimento de novas expressões ou da 
adequação de algumas já existentes, faz-se necessário que 
a gramática se adapte a esse ritmo de uma língua viva.
Sendo assim, faremos nesta unidade uma análise e des-
crição funcionalista de fenômenos sintáticos, realizados no 
discurso oral ou escrito, bem como refletiremos sobre os 
principais paradigmas teóricos da linguística funcional nor-
te-americana, com ênfase especial nos fenômenos da gra-
maticalização e da iconicidade.
Esta é uma unidade que exigirá de você muita aplicação 
no trato com as atividades propostas, pois as mesmas cum-
prem a função de auxiliar a fixação do conteúdo que está 
sendo estudado. Portanto, faz-se necessária muita disciplina 
e empenho.
Bons estudos!
 
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Objetivos
Ao término desta aula esperamos que você:
•	 Compreenda em que consiste os estudos funcionalistas;
•	 Enxergue o processo de gramaticalização em usos reais da lín-
gua portuguesa;
•	 Entenda o princípio da iconicidade;
•	 Saiba aplicar a linguística funcional na prática docente.
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Continuando nossa conversa 
sobre funcionalismo 
linguístico...
Focalizado na análise do uso real da língua e entendendo a gra-
mática como sendo algo dinâmico, o funcionalismo parte da tese de 
que as formas linguísticas acomodam-se as necessidades dos falantes.
Você pode está se perguntando onde e como surgiu a teoria funcio-
nalista. É possível afirmar que os estudos funcionalistas surgiram com 
a Escola de Praga, a qual possui uma nítida preocupação em entenderfunção como sendo o cerne da reflexão, ou seja, une o estrutural e o 
funcional enxergando a dinâmica que permeia todo o constante desen-
volvimento da linguagem. Desta feita, ao funcionalismo interessa os fins 
a que servem as unidades linguísticas; se ocupa, pois, das funções dos 
meios linguísticos de expressão.
Nos trabalhos da Escola Linguística de Praga, os termos função e 
funcional são muito empregados. Na tradição gramatical, entende-se 
por função o papel de uma palavra numa proposição; para o funcio-
nalismo, função refere-se à relação existente entre os elementos linguís-
ticos, bem como a finalidade deles. O termo funcional, por outro lado, 
é entendido, na teoria funcionalista, como estando atrelado à compe-
tência comunicativa.
A perspectiva funcionalista de análise dos fenômenos linguísticos 
tem se constituído importante paradigma para estudos que buscam o 
conhecimento de fenômenos inerentes ao uso real da língua, incluído 
aspectos evidentes como a variação, a mudança, a emergência das 
funções e a organicidade das formas que as realizam.
Ocorre que, para criar novos rótulos, o falante não inventa arbi-
trariamente sequências novas de sons, mas tende fortemente a utilizar 
material já existente na língua, estendendo o sentido de palavras ou 
criando palavras novas.
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Atividade I
Reflita e escreva algumas hipóteses que expliquem a seguinte afirmação: 
Durante muito tempo houve uma resistência dos funcionalistas para estudar 
o texto escrito.
Atividade II
Leia o texto a seguir para responder a questão 01:
Novo dicionário escolar reconhece termos como ‘periguete’ e ‘tuitar’
‘Aurélio Júnior’ tem lançamento na Bienal do Livro do Rio. 
Edição também traz novo significado para a palavra ‘ficar’.
Lançada na Bienal do Livro, que acontece no Rio até dia 11 de 
setembro, a nova edição escolar do dicionário “Aurélio” tem como no-
vidade a inclusão das palavras “periguete”, “tuitar” e outras expressões 
que circulam nas bocas das novas gerações entre seus 30 mil verbetes.
Segundo definição do “Aurélio Júnior”, “periguete” significa “moça 
ou mulher que, não tendo namorado, demonstra interesse por qualquer 
um”, enquanto “tuitar” é definido como “postar ou acompanhar algo 
postado no Twitter”.
 “O uso é o que habilita uma palavra a entrar para o dicionário”, 
diz a Valéria Zelik, responsável pela edição do manual. “A língua tem 
muitas nuances, e o dicionário é um reflexo disso, não o contrário”, 
afirma a editora.
Ela também cita os termos bullying, blog e deletar entre os verbe-
tes integrados recentemente, além do verbo “ficar”, que ganhou novo 
significado: “trocar carinhos por período curto, mas sem compromisso 
de namoro”.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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Outra modificação nos verbetes foi a reintegração do termo “pre-
sidenta” ao manual escolar. “A solicitação da Dilma Rousseff aflorou 
o uso desse feminino, que tem uma carga ideológica, é um feminino 
feminista”, diz a editora. (FONTE: G1 – 02 / 09 / 2011)
1. Justifique como a teoria funcionalista enxerga o aportuguesamento e as 
derivações da palavra “twitter”, bem como as transformações semânticas 
pelas quais algumas palavras passaram, conforme explícito no texto acima.
2. Comente a importância da Escola de Praga para o desenvolvimento dos 
estudos funcionalistas, e, além disso, discorra sobre a concepção de 
função e funcional para as perspectivas estruturalista e funcionalista.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Voltando ao assunto...
Qual será a concepção de língua defendida pelo funcionalismo?
Uma visão funcionalista da linguagem entende que a língua ocorre 
sempre em um contexto e é sensível a ele, é sempre comunicativa e é 
projetada para a comunicação. Portanto, o funcionalismo assenta que 
a língua é usada a serviço das intenções dos falantes e é da organiza-
ção dessas metas que surge a ação discursiva.
O interesse de analisar a língua de um ponto de vista funcional 
também está presente no grupo holandês, do qual se destaca a gramá-
tica de Dik, que se centraliza no êxito dos falantes ao se comunicarem, 
pois, para ele, o que mais importa é como o sujeito recebe a ação, ou 
seja, uma interação mais voltada para o ouvinte.
O Funcionalismo norte-americano, de acordo com Martelotta e 
Areas (2003), a linguística norte-americana surge a partir de uma ten-
dência formalista atrelada aos estudos gerativistas que ocorre paralela-
mente ao desenvolvimento de estudos de cunho funcionalista como os 
trabalhos de Franz Boas, as pesquisas etnolinguísticas de Sapir e Wrorf 
e os importantes trabalhos de Bolinger, Kuno, Del Himes, Labov e muito 
outros etno- e sociolinguistas.
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No entanto, o funcionalismo se fortaleceu nos Estados Unidos na 
década de 70, a partir dos estudos dos seus principais representantes 
que são Sandra Thompson, Paul Hopper e Talmy Givón. Nesta vertente 
do funcionalismo, os estudos sobre a língua observam-na “do ponto 
de vista do contexto linguístico e da situação de uso”. (MARTELOTTA, 
2003, p.23). Para melhor esclarecimento sobre esta forma de estudo 
da língua, Silva (2005, p. 50) afirma que
o Funcionalismo comporta estudos que ressaltam a 
dinamicidade da gramática, levando em conta que 
as formas linguísticas se acomodam às necessida-
des informacionais dos falantes. Qualquer aborda-
gem que se pretenda funcionalista deve considerar, 
basicamente, a verificação de como a língua é usa-
da nos processos comunicativos.
Nesta perspectiva de estudo da língua, 
a sintaxe é uma estrutura em constante mutação 
em consequência das vicissitudes do discurso. Ou 
seja, a sintaxe tem a forma que tem em razão das 
estratégias de organização da informação empre-
gadas pelos falantes no momento de interação 
discursiva. Dessa maneira, para compreender o 
fenômeno sintático, seria preciso estudar a língua 
em uso, em seus contextos discursivos específicos, 
pois é nesse espaço que a gramática é constituída. 
(MARTELOTTA E AREAS, 2003, p. 23-24). 
Dentre os princípios que dão sustentáculo ao modelo funcionalis-
ta, merece destaque a concepção teórica de Gramaticalização, que 
explica fenômenos de mudança no interior da língua, e o princípio da 
iconicidade, que consiste em motivações externas que levam à escolha 
de determinada estrutura linguística.
Atividade III
1. Produza um texto comparando as concepções de língua do polo formalista 
coma as do polo funcionalista, a partir das citações a seguir:
Segundo Carvalho (2011, p. 53), o formalismo concebe que “(...) 
a língua é homogênea e social. Se opomos essas características às da 
fala, podemos deduzir que a fala é heterogênea e individual, (...)”
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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Segundo Martelotta e Areas (2003, p. 23-24), “para compreender 
o fenômeno sintático, seria preciso estudar a língua em uso, em seus 
contextos discursivos específicos, pois é nesse espaço que a gramática 
é constituída.” 
02. Observe e analise a charge:
Comente, a partir das concepções de Dik, o mal entendido ocorrido levando em 
consideração a premissa de que a comunicação deve está centrada no ouvinte.
Entendendo a 
Gramaticalização
É impossível estudar gramaticalização sem fazer referência à pro-
posta de Givón, pois, para ele, ela é o processo pelo qual itens e cons-
truções gramaticais passa, em determinados contextoslinguísticos, a 
servir a funções gramaticais e, uma vez gramaticalizados, continuam a 
desenvolver novas funções gramaticais. 
A gramaticalização consiste na ideia de que a gramática não está 
pronta, tendo em vista a fluidez dos elementos (a mesma palavra ora 
pode ser substantivo, ora adjetivo); considera a mobilidade que as pa-
lavras têm, sobretudo em situações informais do uso da língua.
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Quanto mais gramaticalizado o termo, mais fixo é, por exemplo, a 
palavra “tá” chama a atenção do ouvinte e nem sempre se configura 
numa pergunta retórica, ou seja, está se desgramaticalizando, ou está 
se descursivizando (sai da gramática e vai para o discurso)3.
Para Givón (1991)
A gramaticalização pode ser vista na diacronia, 
mas do ponto de vista cognitivo ela é um processo 
instantâneo que envolve um ato mental pelo qual 
uma relação de similaridade é reconhecida e ex-
plorada: por exemplo, pode-se dar a um item pri-
mitivamente lexical um uso gramatical em um novo 
contexto, e nesse mesmo momento ele se gramati-
caliza. (apud CHRISTIANO, SILVA e HORA, 2004, 
p. 19)
Vamos entender o que Givón nos diz através de um exemplo de 
gramaticalização com o verbo “ir”:
Ex. 01 - ... quando ele vai atrás ele vê apenas um gato ... ele pega o 
gato ... entra no carro e vai embora... (corpus D&G/Natal)
Ex. 02 - bem, a minha opinião sobe o namoro é que está muito avan-
çado, porque esses rapazes de hoje não pensa do amanhã que vai ser. 
(corpus D&G/Natal).
Você conseguiu enxergar o processo de gramaticalização nesses 
exemplos? Veja bem, o verbo ir acumula as funções de verbo pleno 
(exemplo 01) e auxiliar (exemplo 02), conforme haja o deslocamento 
espacial ou temporal.
Atividade IV
01. Baseado nos exemplos abaixo, comente o processo de gramaticalização 
pelo qual passa a palavra onde:
Ex. 01 - ... no banheiro nós vamos encontrar uma prateleira ... onde 
fica os utensílios pessoais ... (corpus D&G/Natal)
Ex. 02 - ... depois disso ... teve a noite onde foi escolhido o grupo de 
cinco pessoas mais ou menos ... (corpus D&G/Natal)
Ex. 03 - ... eu acho que ao invés das pessoas sair na rua ... pedindo 
para ... ser implantado a pena de morte no Brasil ... deveria estar lutan-
do por outras ... por outros métodos ... outros objetivos ... de melhores 
condições de vida ... de melhor educação para os seus filhos ... onde 
as pessoas poderiam viver num país bom ... certo? (corpus D&G/Natal)
3 Em suma, a teoria da gramaticalização 
tenta explicar as trajetórias de mudança 
linguística.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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02. O verbo ir, nos textos abaixo, apresenta níveis de gramaticalização que, 
numa trajetória unidirecional, vai de um status menos gramatical para um mais 
gramatical. Segundo Furtado da Cunha e Silva (2007, p. 68), “esta trajetória 
associa-se à abstratização (ou metaforização) progressiva do sentido de ir, que 
segue a escala espaço>tempo (ou concreto>abstrato)”. Explique como se dá 
esse processo em cada um dos exemplos abaixo:
Ex. 01
Parto do princípio de que tenho de ser rápida 
na vida. Porque, se eu não fizer agora, outra 
pessoa vai fazer. (Veja – outubro de 2010)
Ex. 02
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Disponível em: http://vmulher5.
vila.to/interacao/thumb/83/
claudia-leitte-divulgacao-83-16-
thumb-280.jpg
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O princípio da iconicidade
Sabe aqueles assuntos sobre os quais é impossível falar sem tocar 
no nome de alguém? Pois bem, é impossível falar sobre iconicidade sem 
citar mais uma vez Givón, grande defensor da existência de motivação 
icônica na gramática, que enxerga na sintaxe das línguas naturais um 
princípio icônico, o qual entende que há uma motivação na formação 
da estrutura sintática. E o que seria isso? O princípio da iconicidade 
compreende a forma linguística como consequência do conteúdo, ou 
seja, há uma motivação que determina essa forma4.
Para Givón (1995) Um organismo pode desenvol-
ver um sistema de processamento de informações 
usando exatamente as mesmas unidades de codi-
ficação, mas codificando funções totalmente dife-
rentes. Assim, teríamos uma forma desempenhando 
mais de uma função. O mais comum, no entanto, é 
a ocorrência de uma modificação estrutural para o 
desempenho de uma função nova, mas similar. As-
sim, é possível que ocorram pequenas divergências 
na relação forma/função, passando uma forma a 
exercer duas funções, como é o caso do “aparelho 
fonador”, eventualmente, também, podem ocorrer 
de as duas estruturas divergirem (duas formas para 
uma função). (apud SILVA, 2005).
Para Givón, três subprincípios favorecem a efetivação do fenômeno 
icônico: o da quantidade, o da proximidade e o da ordenação linear.
Para o subprincípio da quantidade, o que determina a quantidade 
é o valor que o sujeito dá a uma informação, bem como o caráter de 
novidade e de imprevisibilidade dela. Ou seja, quanto mais complexo 
o pensamento, mais complexo o enunciado.
Ex.: ... um motorista dele ... nesse tempo ele ... num era ... num era 
um motorista dele não ... era do hotel ... porque ele ficou sem motorista 
... (corpus D&G/Natal) 
O “não” que foi substituído por “num” sofreu um enfraquecimento 
fonético e, por conta disso, houve a repetição da negação com vistas 
à enfatizá-la.
O subprincípio da proximidade entende que é mais fácil associar 
entidades mentais se estas apresentarem proximidade no instante da 
codificação.
Ex.: Há pouco tempo atrás, dois bárbaros assassinatos, o da atriz 
Daniela Perez e o da menina que foi queimada pelos sequestradores 
ressuscitou a polêmica da pena de morte. (corpus D&G/Natal)
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
4 A centralidade do caráter icônico da língua 
leva à compreensão de que a estrutura é 
consequência das circunstâncias discursi-
vas e de seus contextos de produção.
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 34 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Vê-se, pois que a introdução de um aposto (dois bárbaros assassi-
natos) entre o sujeito e o verbo enfraquece a integração entre sujeito e 
predicado no plano do conteúdo, o que resulta da falta de concordân-
cia verbal.
Por fim, o subprincípio da ordenação linear afirma que existe uma 
correlação entre a sequenciação temporal e a ordem de ocorrência dos 
eventos descritos.
Ex.: ... o pai dela tava ... tava tomando banho ... o gato apareceu 
na ... na janela lá do ... do ... do banheiro ... ele tava tomando banho 
na banheira ... ele pulou dentro e rasgou o ... o ... o pai dela todinho 
num matou não ... só fez arranhar né? ... depois ele pegou um co de 
vassoura ... meteu no gato e o gato foi embora ... (corpus D&G/Natal)
Nesta caso, você percebe facilmente que a apresentação dos even-
tos narrados obedece à ordem cronológica e lógica em que ocorrem 
as ações.
Atividade V
Comente os subprincípios da iconicidade baseado nos exemplos abaixo:
Ex. 01 - ... a nova regente ... ela não tava sabendo ...reger direito... a 
regente do coral ... tava errando lá um monte de coisas ... né? (corpus 
D&G/Natal)
Ex. 02 - ... e teve uma pessoa que chegou pra mim e perguntou ... 
“Gerson, você aceita ficar no grupo e tudo” ... num sei que ... eu disse 
...não ... num aceito não ... (corpus D&G/Natal)
Ex. 03 - ... tudo eu faço ... sabe? ... tem isso comigo não ... (corpus 
D&G/Natal)
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 35
Concluindo 
nossa conversa ...
A Linguística Funcional comporta estudos que concebem a gramá-
tica como algo dinâmico, levando em conta que as formas linguísticas 
acomodam-se às necessidades informacionais dos falantes. Desta feita, 
o que caracteriza o funcionalismo é a tentativa de conhecimento da lín-
gua, não atribuindo um papel secundário às formas, mas valorizando e 
analisando seus aspectos múltiplos, que se manifestam a partir do uso. 
Leituras recomendadas
Função e dinâmica das línguas: a linguística 
funcional - Andre Martinez - Objetiva apre-
sentar uma avaliação empírico-dedutiva da 
linguística.
Linguística funcional: teoria e prática - Ma-
ria Angélica Furtado da Cunha; Mariange-
la Rios de Oliveira & Mário Eduardo Mar-
telotta (Orgs.)
É um empreendimento dos integrantes do Grupo de Estudos “Dis-
curso & Gramática” (D&G), que congrega pesquisadores de 5 grandes 
Universidades: 1) Estadual do Rio de Janeiro, 2) Federal do Estado do 
Rio de Janeiro, 3) Federal do Rio de Janeiro, 4) Federal do Rio Grande 
do Norte e 5) Federal Fluminense.
A gramática funcional - Maria Helena de 
Moura Neves
A gramática funcional é uma gramática do uso - ela busca, essen-
cialmente, verificar como se processa a comunicação em uma determi-
nada língua, e, para isso, não assume como tarefa descrever a língua 
enquanto sistema autônomo.
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Gramática de usos do português - Maria 
Helena de Moura Neves
 A ‘Gramática de Usos do Português’ 
é uma obra que, diferentemente do que 
se faz tradicionalmente entre nós, parte da observação dos usos real-
mente ocorrentes no Brasil, para, refletindo sobre eles, oferecer uma 
organização que sistematize esses usos. 
Resumo
O funcionalismo se preocupa com os fenômenos inerentes ao uso 
real da língua, não desprezando as formas, mas valorizando e anali-
sando seus aspectos múltiplos que se manifestam a partir do uso. A 
perspectiva funcionalista entende que o centro da gramática é a se-
mântica, pois o significado é quem domina a sintaxe; a língua tem a 
sintaxe para atingir determinado conhecimento. Portanto, a perspectiva 
funcionalista focaliza seus estudos em uma língua viva, vulnerável a 
mudanças que na verdade são adaptações feitas em virtude das inten-
ções do falante.
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 37
Autoavaliação
Tendo em vista o processo de gramaticalização do verbo ir e suas motivações 
de ordem cognitiva, pragmática e discursiva, escreva um comentário, por fim, 
sobre a citação a seguir, acerca das contribuições dos estudos funcionalistas 
sobre gramaticalização para o ensino de língua portuguesa:
É preciso expor ao aluno um conhecimento diversifi-
cado da realidade linguística brasileira, ajustando o 
ensino de português a essa realidade. Cabe à escola 
desenvolver atividades eu, contemplando a variação 
linguística, observada em textos reais, levem o aluno 
a perceber a adequação de determinados usos em 
determinadas situações, ou seja, a língua em uso”. 
(FURTADO DA CUNHA & SILVA, 2007, p. 80).
Referências
CHRISTIANO, M. Elizabeth A.; SILVA Camilo Rosa; HORA, Dermeval da 
(Orgs.). Funcionalismo e gramaticalização: teoria, análise, ensino. João Pessoa: 
Idéia, 2004.
CUNHA, Maria Angélica Furtado da, Mariangela Rios de Oliveira & Mário 
Eduardo Martelotta (orgs.). Linguística funcional: teoria e prática. Rio de 
Janeiro: DP&A/ Faperj, 2003. 
FURTADO DA CUNHA, Maria Angélica; RIOS DE OLIVEIRA. Mariangela; 
MARTELOTTA, Mário Eduardo. (Orgs.) Linguística funcional: teoria e prática. 
Rio de Janeiro: DP&A/ FAPERJ, 2003.
FURTADO DA CUNHA, Maria Angélica; TAVARES, Maria Alice (Orgs.). 
Funcionalismo e ensino de gramática. Natal: EDUFRN, 2007.
MARTINEZ, André. Função e dinâmica das línguas: a linguística funcional. São 
Paulo: Almedina, 1995.
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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 38 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática funcional. São Paulo: Martins 
Fontes, 1997.
_____. A gramática: história, teoria e análise, ensino. São Paulo: UNESP, 2002.
_____. A gramática funcional. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
_____. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
_____. Texto e gramática. São Paulo: Contexto, 2006.
SILVA, Camilo Rosa. Iconicidade no uso do conector mas: um estudo 
funcionalista. In: M. Elizabeth A. Christiano, Camilo Rosa Silva e Dermeval 
da Hora (orgs.). Funcionalismo e gramaticalização: teoria, análise, ensino. João 
Pessoa: Idéia, 2004.
_____. Mas tem um porém...: mapeamento funcionalista da oposição e seus 
conectores em editoriais jornalísticos. (Tese de Doutorado). João Pessoa: 
UFPB, 2005.
_____; CHRISTIANO, Maria Elizabeth A.; HORA, Dermeval da. (Orgs.) 
Linguística e práticas pedagógicas. Santa Maria: Pallotti, 2006
_____. Ensino de Português: demandas teóricas e práticas. João Pessoa: 
Idéia, 2007.
TAVARES, Maria Alice. A gramaticalização de e, aí, daí, e então: estratificação/
variação e mudança no domínio funcional da sequenciação retroativo-
propulsora de informações – um estudo sociofuncionalista. (Tese de 
Doutorado). Florianópolis: UFSC, 2003. 
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 39
III UNIDADE
Funcionalismo Linguístico Europeu: 
Linguística Sistêmico-Funcional e 
Multimodalidade
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 40 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Apresentação
Esta é a nossa terceira unidade, nosso terceiro momento de 
discussão sobre as ideias funcionalistas. Na primeira unidade, 
você deve lembrar que há dois grupos de autores que estudam 
o funcionalismo e que representam duas perspectivas: a do 
funcionalismo norte-americano e a do funcionalismo europeu. 
Como se pode observar, na segunda unidade foram apresen-
tadas noções gerais sobre os estudos de Givón. Sendo assim, 
serão discutidas, nesta terceira unidade, algumas ideias que 
caracterizam os estudos da linguística sistêmico-funcional que 
tem como principal representante M.A.K. Halliday.
Apesar da linguística sistêmico-funcional representar uma 
outra perspectiva, esta campartilha das mesmas ideias gerais 
do funcionalismo norte-americano como a forma de estudar 
a língua em uso e a concepção de linguagem, além das 
duas visões convergirem a respeito da oposição ao estudo 
formalista da língua. 
A linguística sistêmico-funcional (LSF) tem sido recorrida 
como suporte epistemológico para teorias como a Multimo-
dalidade e a Análise de Discurso Crítica, pois ambas encon-
tram na LSF um suporte epistemológico para uma análise 
linguística que insira o contexto cultural e a situação comu-
nicativa ao estudar os mais diversos textos.
A apresentação destes estudos, ainda de forma superfi-
cial, se faz necessária, haja vista a sua importância para fu-
turas pesquisas que foquem tanto o estudo da língua como 
também o ensino da mesma, pois, estes conhecimentos, na 
nossa visão, são de suma importância para compreender e 
explicar o uso da língua, portanto corraboram para o ensino 
de língua materna mais significativo.
Com este intuito, o material foi elaborado de forma refle-
xiva, com exercícios de análises de textos para que você pos-
sa praticar o que aprender sobre a LSF e Multimodalidade.
Bom estudo para você!!
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 41
Objetivos
Ao término desta aula esperamos quevocê:
•	 Compreenda o que é Linguística Sistêmico-Funcional (LSF);
•	 Reconheça as principais ideias sobre língua e linguagem que 
norteiam a Linguística Sistêmico-Funcional (LSF);
•	 Entenda o que é multimodalidade;
•	 Identifique as diferentes linguagens em textos multimodais.
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 42 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Para reiniciar 
nossa conversa ...
Os funcionalistas de Praga enfatizaram o caráter multifuncional da 
linguagem. Segundo Martelotta (2008, p. 31), vários linguistas tiveram 
a preocupação de compreender as funções da linguagem, motivados 
por inquietações do tipo 
se a linguagem possui diferentes funções, associa-
das a comportamentos enraizados na vida social 
que transcendem a mera transmissão de informa-
ções, como delimitar essas funções? Vários cien-
tistas tentaram responder a essa pergunta, como 
o psicólogo alemão Karl Buhler e linguistas como 
Ramon Jakobson e, mais recentemente, M.A.K. 
Halliday.
No Brasil, os estudos linguísticos que seguem os pressupostos do 
funcionalismo europeu têm se acentuado, entre estes autores, cada vez 
mais na corrente funcionalista do inglês Michael A. K. Halliday. Sua 
teoria é denominada de Linguística Sistêmico-Funcional (LSF).
O Funcionalismo Europeu, de acordo com Cunha (2008), apesar 
do funcionalismo linguístico se contrapor fortemente ao estruturalismo 
linguístico, ele surge como movimento particular no estruturalismo, ten-
do sua origem no Circulo de Praga, fundado em 1926 pelo linguísta 
tcheco Vilém Mathesius que realizou as primeiras análises na linha fun-
cionalista, focalizando a função das unidades linguísticas da fonologia 
e sintaxe. 
Jan Firbas, seguindo a tradição da Escola de Praga, em 1960 cria 
“um modelo da estrutura informacional da sentença que buscava ana-
lisar sentenças efetivamente enunciadas para determinar sua função 
comunicativa” (CUNHA, 2008, p. 161), sendo assim, as informações 
de uma sentença dividem-se em duas: tema que é a informação já co-
nhecida pelo interlocutor, ou seja, representa a informação dada e que 
tem menor grau de dinamismo comunicativo; e a outra denominada 
de rema que corresponde à informação nova que apresenta um maior 
grau de dinamismo comunicativo. Dessa forma, as partes da sentença 
que tem o menor grau de dinamismo comunicativo, o tema, vem no 
início da sentença, enquanto as que tem maior dinamismo, o rema, 
vêm no final.
Exemplo: 
1. “Políticos de cidade do cariri ficam de fora de eleição 2012.”.
Folha do Cariri, novembro de 2011, p.4.
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 43
Neste contexto, “Políticos de cidade do cariri” é o tema e “ficam de 
fora de eleição” é o rema. Dessa forma, como já mencionado anterior-
mente, há uma tendência geral de que as partes que contêm o menor 
grau de dinamismo comunicativo tendem a vir no início da sentença, 
enquanto as partes com maior dinamismo tendem a vir no final.
Moura Neves (2001, pp. 68-69) traz mais pistas para podermos 
reconhecer a organização do tema e do rema nas sentenças, sendo o 
tema “aquilo que está sob mira na organização da estrutura, a entidade 
sobre a qual se faz o comentário”. Este comentário é o rema . Ainda 
segundo Moura Neves, 
enquanto no nível da frase a análise revela uma 
organização em tema/rema, no nível do texto o 
que se vai relacionando são segmentos organiza-
dos entre o que é dado (apresentado pelo falante 
como recuperável no texto ou na situação) e o que 
é novo (não-recuperável) no sistema da informa-
ção, compondo-se por meio de grupos tonais e de 
focos, uma estrutura de informação.
Para praticarmos um pouco este conhecimento, vamos fazer a ati-
vidade a seguir.
Atividade I
1. Leia as sentenças e identifique no nível da frase as partes que correspondem 
o tema e o rema. Justifique sua resposta.
a) “Queimadas se prepara para as comemorações dos seus 50 anos.” (Folha 
do Cariri, 2011)
b) “Saúde mapeia casos de dengue e elabora plano de combate na Paraíba.” 
(http://g1.globo.com/paraiba/noticia/2011) 
c) “Ator da Record é expulso de voo em Belo Horizonte”. (http://www.folha.
uol.com.br)
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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 44 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
O que é Linguística 
Sistêmico-Funcional (LSF)?
Assim como as outras correntes funcionalistas, a LSF se opõe aos 
estudos formais de cunho mentalista, pois “seu foco de interesse é o 
uso da língua como forma de interação entre falantes”. Esse modelo 
“espelha-se numa teoria da língua enquanto escolha. É um modo de 
olhar a língua como ela é usada.” (CUNHA E SOUZA, 2007, p.19). 
De acordo com estas autoras, a LSF objetiva “compreender e descre-
ver a linguagem em funcionamento como um sistema de comunicação 
humana”. Esta sua concepção de linguagem tem dado suporte teóri-
co-metodológico para outras teorias como a da Análise de Discurso 
Crítica (de linha anglo-americana), possibilitando analisar através da 
linguagem verbal as funções da linguagem nas situações comunicativas 
reais, vivenciadas pelos interlocutores e como funcionam as relações 
de poder existentes em uma determinada cultura e em um determina-
do contexto, através das escolhas de sistemas linguísticos utilizados na 
comunicação. 
Na LSF, a análise da linguagem é sempre feita considerando dois 
contextos, um funcionando dentro do outro: contexto cultural e contexto 
situacional. Como está representado na figura a seguir:
Níveis de estratificação na perspectiva da GSF 
(HALLIDAY apud MEURER, 2006, p. 167).
O contexto cultural é a soma de todos os significa-
dos possíveis de fazerem sentido em uma cultura 
particular. No contexto de cultura, falantes e ouvintes 
usam a linguagem em contextos específicos, imedia-
tos, conhecidos na LSF como contexto de situação. A 
combinação dos dois tipos de contexto resulta em se-
melhanças e diferenças entre um texto e outro, entre 
um gênero e outro. (CUNHA E SOUZA, 2007, p.20).
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 45
Dessa forma, assim como as autoras exemplificam em seu livro, 
“uma interação em que se realiza uma compra de cereais não é a mes-
ma em uma cidade do interior e em uma capital, por exemplo; uma 
interação mediada pelo gênero palestra é diferente daquela em que 
acontece o gênero sermão.”.
Para esclarecer melhor este termo sistêmico-funcional, Cunha e 
Souza (2007, p.20) definem que “o termo sistêmica refere-se às redes 
de sistemas de linguagem”; isto significa que ao interagirmos, fazemos 
escolhas de sistemas linguísticos esta escolha pode ser de forma cons-
ciente ou não. E mesmo quando as escolhas são inconscientes, estas 
são influenciadas pelo contexto no qual são usadas. 
Para as autoras, Já “o termo funcional refere-se às funções da lin-
guagem, que usamos para produzir significados.”. Para a LSF: 
a língua se organiza em torno de duas possibilida-
des alternativas: a cadeia (o sintagma) e a escolha 
(o paradigma); uma gramática sistêmica é, sobre-
tudo, paradigmática, isto é, considera as unidades 
sintagmáticas apenas como realizações linguísticas 
e as relações paradigmáticas como o nível profun-
do e abstrato da linguagem. (CUNHA e SOUZA, 
2007, p.20).
Este conceito de relações paradigmáticas vem da teoria de Saussure 
quando este criou a dicotomia sintagma e paradigma. 
As relações paradigmáticas querem “dizer que quando um elemen-
to linguístico é utilizado na língua, automaticamente, os outros ele-
mentos que poderiam igualmente ocupar esse espaço, estão excluídos” 
(Carvalho, 2011, p. 59). Por exemplo, eu falo um enunciado: O aluno 
estudou. Quando eu escolhousar o verbo estudou, eu excluo outros 
verbos que poderia usar, como: pesquisou, leu, analisou entre tantas 
outras possibilidades. 
Atividade II
1. Disserte sobre as concepções de língua e linguagem que subjazem a 
Linguística Sistêmico-funcional.
2. Na LSF, qual a relação entre os termos sistêmico e funcional com sintagma 
e paradigma? dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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 46 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Continuando nossa conversa ...
O uso do termo funcional também tem relação com as metafun-
ções da linguagem elaboradas por Halliday: metafunção ideacional, 
matafunção interpessoal e matafunção textual. De acordo com Dias 
(2009, p. 56), “a linguagem, pela perspectiva da Gramática Sistêmico-
-Funcional (GSF) é utilizada para construir significados ideacionais, in-
terpessoais e textuais.”. 
Atividade III
1. A partir da leitura sobre o que é linguística sistêmico-funcional, elabore uma 
síntese sobre o que seja Linguistica Sistêmico-Funcional e poste no AVA em 
fórum de discussão aberto pela (o) professor (a).
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
Continuando 
nossa conversa ...
Thompson (1996), fundamentado em Halliday 
(1994), afirma que as pessoas utilizam a língua 
para representar seus mundos: externo (ações, ati-
vidades físicas) e interno (emoções, sentimentos, 
pensamentos dentre outros), ou seja, a língua é a 
maneira como percebemos, experienciamos e re-
presentamos o mundo.(DIAS, 2009, p. 56)
Dessa forma, para uma melhor compreensão, apresentam-se as 
metafunções no quadro a seguir, elaborado a partir dos exemplos de 
Cunha e Souza (2007, p. 22):
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 47
METAFUNÇÕES DE HALLIDAY
IDEACIONAL / REPRE-
SENTACIONAL
INTERPESSOAL/ INTERA-
TIVO
TEXTUAL/ COMPOSICIO-
NAL
“Representa/constrói os 
significados de nossa 
experiência, tanto do 
mundo exterior (social) 
quanto no mundo interior 
(psicológico)” (CUNHA 
E SOUZA, 2007, p.22) 
através do sistema de 
transitividade. No exemplo 
a seguir os verbos e os 
termos associados a eles 
se combinam para formar 
o perfil de alguém.
“Representa a interação e 
os papéis assumidos pelos 
participantes mediante o 
sistema de modo (indicati-
vo, imperativo e estruturas 
interrogativas) e modali-
dade (auxiliares modais, 
elementos modalizado-
res)” (CUNHA E SOUZA, 
2007, p.22) . 
“Está ligada ao fluxo de 
informação e organiza 
a textualização por meio 
do sistema temático.” 
(CUNHA E SOUZA, 
2007, p.22). No caso do 
exemplo abaixo, ilustra os 
mecanismos de coesão 
com a retomada do termo 
“gatinhos”
Exemplo: “Diogo é paulis-
tano, tem 40 anos e mora 
em Veneza (...) ” (Veja, 
jun. 2003)
Exemplo: “Afinal, existe 
coisa mais fantástica do 
que segurar na mão do 
gato, olhar nos olhos dele 
e dizer eu te amo? (Toda-
teen, ago. 2003)
Exemplo: “Tudo o que 
você precisa saber para 
deixar os gatinhos loucos 
por seus lábios e pedindo 
bis. Por falar em gatos, a 
revista está cheia deles” 
(Todateen, mai.. 2003)
Em cada enunciado, essas três funções ocorrem simultaneamente e 
é possível verificar esta realização simultânea na oração que é a unida-
de básica para análise léxico-gramatical na LSF. Isto ocorre porque as 
diferentes redes sistêmicas, ligando-se às diferentes funções da lingua-
gem, codificam diferentes espécies de significados. 
Atividade IV
De acordo com Cunha e Souza (2007, p.22), a FUNÇÃO INTERPESSOAL/
INTERATIVO de Halliday “Representa a interação e os papéis assumidos pelos 
participantes mediante o sistema de modo (indicativo, imperativo e estruturas 
interrogativas) e modalidade (auxiliares modais, elementos modalizadores)” 
1.Com base nesta citação, leia o anúncio a seguir e identifique os papéis 
assumidos pelos participantes desta interação (quem são os interlocutores) 
e retire do texto os elementos linguísticos que justificam a metafunção 
interpessoal. 
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 48 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Fonte: Leite & Derivados. Ano XVI – N 98 maio/junho 
2007. (revista)
Atividade V
1. Faça pesquisa de um artigo científico (acadêmico) em sites, anais de 
congressos ou livros acadêmicos sobre a Linguística Sitêmico-Funcional e as 
Metafunções de Halliday. Leia o artigo e prepare slides para apresentação 
das principais ideias do texto. Socialize seus slides no AVA, de acordo com as 
orientações do professor. (Não esqueça de informar a fonte).
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 49
Quanto à Multimodalidade ...
Neste mundo em que vivemos, de constante transformação, os es-
tudos da linguagem tornam-se cada vez mais importantes; é pela lin-
guagem que é expressa toda forma de opinião, de informação e de 
ideologia.
Na cultura ocidental, a linguagem verbal tem sido considerada o 
modo dominante de comunicação, com a escrita tendo o status mais 
alto do que a fala e os outros modos semióticos, como ilustrações, 
fotos, grafites, considerados apenas como suportes ilustrativos. Con-
tudo, com o surgimento da televisão e outras tecnologias nos meios 
de comunicação e com a profusão de imagens em jornais, revistas, 
propaganda, a tese da dominância da linguagem verbal ficou abalada.
A utilização da modalidade visual na prática de 
escrita da sociedade da informação tem propor-
cionado mudanças nas formas e nas características 
dos textos. Ao compararmos textos científicos publi-
cados em décadas atrás com os textos da mesma 
esfera publicados atualmente, podemos observar a 
inserção mais significativa de imagens como gráfi-
cos, pizzas e figuras, de uma maneira geral, nestes 
textos. Na mídia televisiva, impressa e computacio-
nal este fenômeno ocorre mais acentuadamente, 
o texto passa a ser produzido fazendo-se uso de 
várias semioses visuais, auditivas e de movimentos. 
A observação de que a imagem está cada vez mais 
dividindo com o verbal a função composicional 
dos textos, de forma que a exclusão da imagem 
compromete o sentido do mesmo, evidencia o que 
se denomina de textos multimodais. ( MÉLO, 2009, 
p.1544)
Assim, os textos multimodais podem ser compreendidos como 
aqueles que empregam duas ou mais modalidades semióticas em sua 
composição (palavras e imagens, por exemplo), daí resultando a noção 
de multimodalidade. Observa-se que
Existem novas regras semióticas para a construção 
de textos com imagens. Os desenhos e as figuras 
com valor apenas ilustrativos foram deixados para 
trás. O uso da imagem segue outra direção. Agora, 
os recursos multimodais tomam parte da composi-
ção do sentido do texto. A informação passa a ser 
transmitida por diferentes modos semióticos. Em 
outros tempos, os livros eram a fonte exclusiva de 
todo o conhecimento. Hoje disputam espaço com 
outros recursos tecnológicos e visuais, como os li-
vros eletrônicos e a Internet. (VIEIRA, 2007, p.10)
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 50 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Entre muitos textos que circulam na sociedade, a bula de remédio 
é um dos exemplos mais clássicos das multimodalidades de linguagens 
que compõem um só texto, como podemos observar a seguir o uso da 
linguagem verbal, da linguagem matemática nas tabelas e a linguagem 
visual no modo de preparar. Ambas linguagens compõem uma unidade 
de sentido que as tornam interdependentes na composição textual.
Apesar de o texto visual apresentar a mesma informação que o texto 
verbal, observa-se que através dasimagens de como dissolver o me-
dicamento a informação é passada e absorvida de forma mais rápida, 
embora elas se complementem. 
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 51
 
Atividade VI
1. Leia o texto a propaganda do MEC e em seguida analise as linguagens 
presentes na composição deste texto, explicando como elas constroem o 
sentido do mesmo. 
Fonte: http://elypaschoalick.blogspot.com/2011
_02_13_archive.html
Continuando 
nossa conversa ...
Você deve está se perguntando como surgiu o interesse pelos textos 
multimodais, não é? Pois bem, a proposta de analisar textos multimo-
dais surgiu pela observação de que as imagens estão cada vez mais 
evidentes no discurso contemporâneo.
De acordo com a perspectiva multimodal, não é possível ler tex-
tos de maneira eficiente considerando somente a linguagem escrita, 
pois esta consiste apenas em um elemento representativo que coexiste 
com uma série de outros, como a diagramação da página (layout), o 
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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 52 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
formato e a cor (ou cores) das letras, o uso de imagens e todo tipo de 
informação advinda de quaisquer meios semióticos que estão presentes 
no texto.
Nesse contexto, surge então a Gramática do Design Visual de Kress 
e van Leeuwen, elaborada em 1996, como ferramenta crítico – analí-
tica que tem o intuito de sanar algumas dificuldades em analisar siste-
maticamente estruturas visuais e outros códigos semióticos.
Em suma, respaldados na linguística sistêmico-fun-
cional de Halliday, Kress e van Leeuwen propõem 
uma análise visual de natureza essencialmente fun-
cionalista, ao visualizarem estruturas gramaticais 
em imagens que igualmente representam o mun-
do de maneira concreta ou abstrata (metafunção 
ideacional/representacional), constroem relações 
sócio-interacionais (metafunção interpessoal/inte-
racional), e constituem relações de significado a 
partir do papel desempenhado pelos seus elemen-
tos internos (metafunção composicional/textual). 
(ALMEIDA, 2008, p. 10)
Sendo assim, a Gramática do Design Visual de Kress e van Leeuwen 
objetiva a conscientização das imagens não como veículos neutros e 
desprovidos de seu contexto social, político e cultural, mas enquanto 
códigos dotados de significado potencial, carregados de estruturas sin-
táticas próprias. Para Kress, et al (1995, p.1-2),“[...] hoje é impossível 
ler textos de maneira eficiente considerando somente a linguagem es-
crita: ela existe como um elemento de representação num texto que é 
sempre multimodal, e deve ser lida em conjunto com todos os outros 
modos semióticos[...]”. 
 
Atividade VII
1. Explique o sentido da charge a seguir, considerando o seu contexto social, 
político, cultural, como também a relação entre a linguagem escrita e outras 
linguagens presentes no texto? 
dica. utilize o bloco 
de anotações para 
responder as atividades!
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 53
Fonte: http://www.blogdaresenhageral.com.br/v1/2011/11/10/page/2/
Continuando 
nossa conversa ...
O texto da atividade anterior é um exemplo de que a língua é a 
maneira como percebemos, experienciamos e representamos o mundo, 
pois através deste texto podemos compreender uma denúncia política, 
social, cultural e econômica que são experienciadas por nós cotidiana-
mente no mundo em que vivemos. Os personagens são representantes 
(função ideacional) da maioria dos brasileiros. Desta forma, este texto 
tem uma função social. 
Neste contexto Dionísio (2005, p.161) defende a 
noção de gêneros textuais segundo a perspectiva 
de Bazerman (2005, 2006) de que gêneros textu-
ais são ações sociais, ou seja, gêneros “não são 
apenas formas”, mas “frames de ações sociais” e 
a mesma autora converge com a idéia de que as 
ações sociais são fenômenos multimodais, sendo 
assim a mesma afirma que: Se as ações sociais 
são fenômenos multimodais, consequentemente, 
os gêneros textuais falados e escritos são também 
multimodais porque, quando falamos ou escreve-
mos um texto, estamos usando no mínimo dois mo-
dos de representação: palavras e gestos, palavras 
e entonações, palavras e imagens, palavras e tipo-
gráficas, palavras e sorrisos, palavras e animações, 
etc. (MÉLO, 2009, p. 1545)
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 54 SEAD/UEPB I Teorias Linguisticas III
Se quando falamos ou escrevemos um texto, usamos no mínimo 
dois modos de representação, então podemos chegar a conclusão de 
que todo texto é multimodal. No entanto, é perceptível que a lingua-
gem visual tem ocupado traços marcantes na composição dos textos 
que circulam na sociedade da informação. Isto ocorre devido à carac-
terização desta sociedade pela sua constante necessidade de agilidade 
na veiculação da informação. Isto faz com que
[...] a imagem conquista maior espaço por ela 
transmitir mais informações de maneira mais rápi-
da que a escrita, esta é uma condição de produ-
ção dos textos multimodais, consequentemente a 
linguística também desperta o interesse pelo fenô-
meno da multimodalidade e a mesma para com-
preender os textos da sociedade contemporânea 
recorre às outras teorias, pois, como Marcuschi 
(2004, p.66 ) afirma, ao tratar dos gêneros emer-
gentes que surgem com a nova tecnologia, que “ 
[...] a linguística tal como está definida hoje não 
serve a esses propósitos. 
Consequentemente, a linguística recorre à sócio semiótica e à aná-
lise do discurso para respaldar-se de forma mais satisfatória para ob-
servar e interpretar este novo texto. 
(...) Uma vez que a análise do discurso se concen-
tra no texto linguisticamente realizado, o enfoque 
multimodal visa transpor esse nível de análise e 
pretende compreender os diferentes modos de re-
presentação que entra no texto com a mesma pre-
cisão com que se faz a análise do texto linguístico. 
(VIEIRA, 2007, p.10)
Dessa forma, entre outros autores, Maroun (2007) para analisar 
textos multimodais lança mão de quatro autores para constituir as ca-
tegorias de análise de seu estudo: Kress e Van Leeuwen (participantes e 
composição espacial do significado: o dado e o novo, a categoria das 
cores), Fairclough (transitividade, intertextualidade e a interdiscursivida-
de) e Thompson (racionalização). 
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Teorias LinguisticasIII I SEAD/UEPB 55
Atividade VIII
Segundo Maroun (2007, p. 81),
O principal objetivo do livro didático de Português 
é contribuir para o ensino de língua materna, “com 
uma abordagem que tem como propósito desen-
volver e expandir a competência comunicativa dos 
usuários da língua, de modo a lhes garantir o em-
prego da Língua Portuguesa em diversas situações 
de comunicação, produzindo e compreendendo 
textos que interagem com eles, cotidianamente, em 
situações diversas de interação sociocomunicativa” 
(PCN, 1999). Nesse sentido, o ensino de língua 
materna deve ser, antes de mais nada, o ensino de 
uma forma específica de (inter) agir, e não apenas 
de um conjunto de informações sobre a língua.
 
1. Reflita sobre a citação anterior, observe a atividade a seguir e analise por escrito 
a modalidade visual presente, levando em consideração os seguintes aspectos:
• Os participantes dela;
• A composição espacial (o dado e o novo, a categoria das cores);
• A interdiscursividade presente (ou seja, que outro discurso está presente 
neste discurso publicitário);
• O aspecto gramatical evidenciado;
• A intencionalidade. 
Fonte: Atividade extraída da página 265 do livro Português: ensino médio – 2º ano, coordenado por

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