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TUTELA (Art. 1.728 ao art. 1.766, CC) 1. Tutela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar da pessoa do menor e administrar seus bens. Destina-se a suprir a falta do poder familiar e tem nítido caráter assistencial. 2. Art. 1.728 – os filhos menores só são postos em tutela se acontece o falecimento ou a ausência de ambos os pais, ou se ambos decaem do poder familiar. 3. Espécies de tutela - quanto à fonte donde defluem, três são as formas ordinárias de tutela civil: testamentária, legítima e dativa. 3.1. Art. 1.729 e art. 1.730 - regulam a tutela testamentária que atribuem o direito de nomear tutor somente “aos pais em conjunto”. E deve ser feita por documento autêntico; - essa tutela só pode ser exercida por aqueles que detenham o poder familiar, podendo ser considera a nomeação nula. 3.2. Art. 1.731 - a tutela legítima é incumbência dos parentes consanguíneos do menor quando não existir testamento ou documento autêntico registrado por aqueles que detinham o poder familiar. 3.3. Art. 1.732 - a tutela dativa tem caráter subsidiário, ou seja, somente é exercida quando as outras espécies não puderem ser executadas; - um juiz nomeará pessoa estranha à família, idônea e residente no domicilio do menor. 3.4. Art. 1.733 - no caso de irmãos órfãos dar-se-á um só tutor. Pretende-se, com isso, facilitar a administração dos patrimônios e manter juntos os irmãos, em razão dos laços de afetividades que os unem. 3.5. Art. 1.734 -modalidade de tutela regulada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, a respeito de crianças órfãs. 4. Regulamentação da tutela 4.1. Art. 1.735 - descreve aqueles que são incapazes de exercer a tutela, sendo eles, pessoas que não têm a livre administração de seus bens, ou cujos interesses colidam com os do menor, ou que tenham sido condenados por crime de natureza patrimonial e não sejam probas e honestas. 4.2. Art. 1.736 - apesar de ser um cumprimento obrigatório na condição de múnus público, admitem-se algumas escusas, concedidas por justa causa. 4.3. Art.1.737 - os estranhos apenas são obrigados a servir quando não houver no lugar parentes idôneos em condições de serem investidos no cargo; - até o quarto grau na linha colateral e sexto grau na linha reta. 4.4. Art. 1.738 - relata o prazo para que o tutor designado apresente os motivos alegados para declinar de cumprir sua obrigação, ou seja, declarar escusa a qual será analisada pelo juiz. 4.5. Art. 1.739 - é dever do nomeado a tutela, uma vez inadmitida a escusa, assinar o termo de tutela e entrar no exercício da função evitando o desamparo aos interesses do menor. 4.6. Art. 1.744 - é imputado ao magistrado responsabilidade caso venha a negligenciar a respeito do dever de priorizar o interesse do menor, causando-lhe prejuízo. 4.7. Art. 1.745 - resguarda os bens do tutelado, quando este possuir muitos bens e, também, facilitar a legalidade da tutela para aqueles tutelados de baixa renda, que não possuem bens. 5. Exercício da tutela 5.1. Art. 1.740 -obriga-se ao tutor a assistência material, à direção moral e a educação, além da assistência alimentar. Podendo opor-se a opinião de terceiros. 5.2. Art. 1.741, art. 1.747 e art. 1.748 - a administração atribuída ao tutor implica conservação e gestão dos bens do menor, sendo de sua responsabilidade a representação em todos os atos da vida civil; - é obrigação do tutor a representação no âmbito pessoal e patrimonial; - é responsabilidade do juiz a inspeção da probidade dos atos. 5.3. Art. 1.749 - elenca os atos que o tutor não pode praticar, nem mesmo com autorização judicial, sob pena de nulidade. 5.4. Art. 1.742 - o juiz tem autoridade para nomear um protutor para fiscalização dos atos do tutor. 5.5. Art. 1.743 - a inovação constitui exceção ao princípio da indivisibilidade e da indelegabilidade do poder tutelar, pois permite a delegação parcial da tutela a pessoas físicas ou jurídicas, nas hipóteses específicas. A aprovação judicial é indispensável. 5.6. Art. 1.750 - a alienação de imóveis só será exercida mediante vantagem, ao menor, e autorização judicial. 6. Responsabilidade e remuneração do tutor 6.1. Art. 1.751 - em casos de debito do tutelado, o tutor deve declinar, não podendo exercer o direito de cobrança enquanto estiver na tutoria. 6.2. Art. 1.752 - em caso de dolo ou culpa responde o tutor pelos prejuízos causados ao menor; - o tutor tem direito de ser ressarcido pelos gastos no exercício da tutela; - responde o tutor pelos atos ilícitos do seu tutelado. 6.3. Art. 1.753 - o tutor deve conservar em seu poder somente o dinheiro necessário para acudir as despesas essenciais do tutelado, sendo impedido de utilizá-lo em proveito próprio. 6.4. Art. 1.754 - enquanto a tutela vigorar, os valores bancários só poderão ser retirados, pelo tutor, mediante ordem do juiz. 7. Prestação de contas (art. 1.755 ao art. 1.762) - o tutor é obrigado a apresentar balanços anuais e a prestar contas em juízo, sob forma contábil, de dois em dois anos; - no caso de morte do tutor, aos seus herdeiros ou representantes caberá a responsabilidade pela apresentação das contas; - a omissão quanto à apresentação das contas poderá ensejar a destituição do tutor; - as despesas com a prestação de contas serão pagas pelo tutelado, incluem-se também os gastos com a criação e educação. 8. Cessação da tutela (art. 1.763 ao art. 1.766) - cessa-se a tutela com a maioridade ou emancipação do tutelado; - a tutela pode cessar-se, mesmo o tutelado sendo menor, por hipóteses de cessação da função do tutor o qual é obrigado a tutelar no máximo por dois anos; - o tutor poderá ser destituído por negligencia, prevaricação ou incurso em incapacidade.
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