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Resumo PROJETO DE PESQUISA EM HISTORIA

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BARROS, José D’Assunção. O Projeto de Pesquisa em História: da escolha do tema ao quadro teórico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/132685968/O-Projeto-de-Pesquisa-em-Historia#download> Acesso em 30 mai 2013. 
Projeto de Pesquisa: Funções e Estrutura Fundamental
Para iniciar um projeto de pesquisa é necessário primeiramente delimitar o tema o qual se pretende pesquisar, ou seja, estabelecer aquilo que se pretende investigar. Além disso, em qualquer pesquisa, é mister um planejamento minucioso, onde cada etapa da pesquisa deve ser considerada. Para isso um Projeto de Pesquisa é fundamental. Esse projeto, por outro lado deve também ter certa flexibilidade, pois deve prever possíveis mudanças durante o projeto, retardamento ou antecipação de etapas, entre outras coisas. Segundo Barros, isso poderia supor que o projeto é algo inútil, e que o melhor seria iniciar a pesquisa sem planejamento. Isso pode ser observado nos estudantes de pós-graduação que se questionam se não seria melhor começar a escrever a dissertação e conforme a necessidade realizar os experimentos, pesquisas, entrevistas e outros procedimentos. Muitos desses estudantes julgam que o projeto de pesquisa é somente uma espécie de seleção para os cursos de pós-graduação. Por outro lado, fora da academia o projeto de pesquisa é solicitado para que se avalie a capacidade de retorno em qualquer espécie. Os professores universitários também devem registar suas pesquisas desenvolvidas junto ao trabalho docente. Em todos esses casos poderia se pressupor que o projeto de pesquisa não passa de mera formalidade. No entanto, o projeto de pesquisa possui uma função muito mais abrangente. Além de ter um caráter norteador, também proporciona ao pesquisador otimização do tempo, além de selecionar possíveis procedimentos a serem utilizados na pesquisa. Para melhor exemplificar, Barros esquematiza as principais funções de um projeto de pesquisa, desde a função burocrática até as mais técnicas.
Item curricular: para aceitação em programas de pós-graduação;
Carta de intenções: exibição da proposta investigativa para instituição acadêmica; 
Direcionador de pesquisa;
Roteiro de trabalho;
Instrumento para elaboração de ideias;
Instrumento de diálogo científico e acadêmico;
Retrato de pesquisa em andamento (dissertações de mestrado).
O projeto de pesquisa, portanto é de suma importância para que o pesquisador tenha direcionamento e planejamento, mesmo que o roteiro seja alterado por uma eventual nova descoberta.
Ainda neste capítulo, Barros apresenta a estrutura de um projeto de pesquisa. Essa estrutura serve tanto para satisfazer as necessidades burocráticas, quanto para esclarecimento do pesquisador. Assim um projeto de pesquisa deve ter:
Identificação do autor: informações acadêmicas relevantes o autor da pesquisa.
Introdução: Delimitação temática ou do problema.
Justificativa: explicar a relevância da pesquisa, quais contribuições ela poderá fazer para sua área do conhecimento.
Objetivos: explicitar o que se pretende alcançar com a pesquisa.
Quadro teórico: definir as teorias a serem utilizado na pesquisa.
Hipóteses: Problemas levantados de acordo com as teorias; possibilidades de resolução do problema.
Fontes e metodologia: procedimentos, materiais e técnicas a serem utilizadas.
Bibliografia: recursos teóricos.
Cronograma. 
Um aspecto que deve ficar bem claro é a distinção entre o projeto de pesquisa e a pesquisa em si. O projeto é a proposta de realizar algo, enquanto a pesquisa é o desenvolvimento e conclusão dessa proposta. Além disso, na elaboração do texto para a proposta deve-se utilizar o tempo verbal futuro na linguagem, visto que é uma proposta e ainda serão realizados os procedimentos. Já para a pesquisa utiliza-se o passado (algo já realizado). Fragmentos do projeto podem ser utilizados na pesquisa, desde que a linguagem seja adaptada para tal.
Introdução e delimitação do tema
Existem dois tipos de introdução para um projeto: um onde não há uma exigência ou necessidade de “delimitação do tema” ou “exposição do problema” de forma separada. Neste caso, o problema deve ser apresentado de forma detalhada na introdução do projeto. Assim ela pode ser um primeiro capitulo e o pesquisador pode aprofundar-se e apresentar a tese. No entanto, quando existe necessidade de delimitação do tema separadamente, a introdução pode constituir-se de um breve resumo do conteúdo da pesquisa. Para submeter trabalhos à comunidade acadêmica é mias interessante este último tipo de introdução, pois faz o avaliador se interessar pelo projeto mesmo que este não tenha tempo hábil de ler o trabalho por completo. Uma introdução bem feita é um diferencial para seleção de bolsas de pós-graduação, pois não corre o risco de o projeto ser mal interpretado ou mesmo “mal lido”. Assim uma introdução de resumo deve conter todos os aspectos da pesquisa de forma resumida e assim motivar o avaliador a querer conhecer a pesquisa de forma mais aprofundada. Uma introdução de pesquisa em História deve ter: tema com suas especificações mais fundamentais (incluindo recorte temático e espacial), as fontes principais, algumas indicações metodológicas e teóricas, alguns aspectos associados à justificativa e á viabilidade da pesquisa. Isto tudo de forma resumida, com no máximo dois parágrafos para cada item descrito. 
A escolha de um tema para pesquisa em história mostra-se diretamente interferida por alguns fatores combinados: o interesse do pesquisador, a relevância atribuída pelo próprio autor ao tema cogitado, a viabilidade da investigação, a originalidade envolvida. De posse desse conhecimento também cabe ao pesquisador avaliar a relevância dessa pesquisa e a contribuição que ela pode trazer para determinada área do conhecimento. O tema deve ter relevância para o tempo em que se realiza o estudo. Para se escolher uma temática, o pesquisador também deve considerar as implicações éticas e políticas de sua pesquisa. Assim, mesmo que o autor não tome consciência dessas influências sobre ele, é necessário saber que elas possuem grande valor no momento da seleção do tema. Além desses fatores, outra influência que o pesquisador absorve é das próprias metodologias existentes naquele campo do conhecimento. No caso da História, até o final do século XIX o modelo de pesquisa se limitava à mera descrição dos fatos, ou seja, a história era meramente uma narrativa linear dos acontecimentos. A partir do século XX, com o advento das teorias marxistas, a história ganhou um caráter de problematização. Assim, a história deixava de ser descritiva e passava a ser analítica e problematizada. Deste ponto em diante o “problema” passou a ser um recorte que delimitaria o tema. Neste novo parâmetro, levantar questões é fundamental para a pesquisa se despir das vestes de uma história descritiva. Um aspecto importante desse novo modo de pesquisar é que a história também passou a ser vista de várias perspectivas: visão do povo, das elites e de outros segmentos da sociedade. A história, portanto adquiriu várias possiblidades de pesquisa acerca do mesmo fato. É importante saber que todas essas coisas – metodológicas, histórico-sociais, anseios da sociedade e do próprio pesquisador – exercem influência sobre a pesquisa e o seu desenvolvimento. Por outro lado, se o autor tiver uma temática bem definida é necessário que ele busque uma instituição, orientadores e outros apoios que garantam que a pesquisa seja desenvolvida conforme o planejamento. Porém, acreditar que ela possa ser desenvolvida sem nenhuma das influencias descritas, segundo Barros, é “uma quimera” (BARROS, 2005. p. 33).
O próximo aspecto a ser tratado é sobre o envolvimento do autor da pesquisa com o tema. Seria desconfortável e pouco produtivo se o pesquisador não tivesse interesse ao que ele se propõe a pesquisar. Muitos pesquisadores almejando o grau de mestrado ou doutorado acabam se submetendo às linhas de pesquisa existentes na instituição e não raro alguns deles sem o menor interesse na área.Além disso, também se deve ter preocupação com a relevância da pesquisa. Que contribuições ela pode trazer para a comunidade? Que alcance ela tem? É difícil classificar uma pesquisa como irrelevante adotando critérios pessoais, mas o pesquisador deve escolher um tema de seu interesse e que também possua relevância. O próximo ponto que o autor deve cuidar é o da viabilidade da pesquisa: recursos materiais, o acesso a esses recursos, recursos financeiros entre outras coisas. Isto deve ser considerado, pois pode prejudicar a pesquisa caso não se possa ter acesso à informações ou materiais necessários para a realização da mesma. Ainda é preciso deter a atenção para outro fato: a busca pelo ineditismo, ou seja, na pesquisa de um tema nunca trabalhado. O autor diz que é necessária essa diferenciação das pesquisas já feitas, pois não faria sentido pesquisar algo que já fora pesquisado. Porém com o aumento no número de teses e dissertações é cada vez mais difícil conseguir um trabalhar um tema inédito. A saída seria então ter um diferencial em relação à visão do tema tratado, da metodologia empregada, da abordagem teórica ou mesmo das fontes utilizadas. Por fim se tem a especificidade do tema. Pesquisadores inexperientes tem o hábito de encontrar temas gerais, mas os experientes sabem da importância do tema sofrer um recorte adequado. 
Ainda de forma mais contundente, pode-se dizer que um "problema de pesquisa" satisfaz a uma questão que está potencialmente dentro de um tema, deliberar acerca dessa questão é precisamente o grande objetivo da pesquisa. O "problema" tem na maioria das vezes um sentido interrogativo, porém na maioria dos casos não está escrito explicitamente de forma interrogativa. O tema, por outro lado, não precisa um problema único. Ele pode ser perpassado por um "campo de problemas" ou por uma problemática que se desdobra em duas ou três indagações mais específicas.
Uma demarcação apropriada do período histórico que será analisado é um ponto fundamental para o pesquisador. A escolha de um recorte qualquer de tempo historiográfico não deve, por outro lado, ser feita de qualquer forma, ou seja, obedecer a um número específico (dez, cem, ou mil), mas sim deve satisfazer um problema ou a uma temática que será estudada. É o problema que define o recorte, e não qualquer coisa como uma dezena de anos escolhida a partir de critérios comemorativos. Tampouco tem sentido deixar que uma tese em História mostre-se aprisionada pelos recortes meramente governamentais ou mesmo espaciais. 
Revisão Bibliográfica
Não se pode iniciar uma pesquisa científica ou acadêmica do nada, mas a partir de questionamentos e ponderações já levantadas em leituras ou mesmo pesquisas já feitas. Sempre que um pesquisador se propuser a pesquisar determinado tema é necessário que ele verifique se existe uma bibliografia adequada para a execução do projeto. A ideia de uma Revisão Bibliográfica é enunciar alguns dos "interlocutores" com os quais você travará o seu diálogo historiográfico e científico. Estes interlocutores constituirão parte da riqueza de seu trabalho, e não convém negligenciá-los. 
A Revisão Bibliográfica não deve citar os livros necessários para a execução da sua pesquisa, mas sim dialogar com alguns itens das bibliografias existentes consideradas fundamentais, seja para neles se apoiar, seja para criticá-los. O pesquisador precisa mostrar o seu posicionamento em relação ao tema da pesquisa, além de mostrar que está ciente da bibliografia existente. É importante a presença de obras, periódicos e outros materiais incluindo os mais recentes porque indica que o pesquisador está alerta para as questões que estão sendo discutidas na sua área e em torno da sua temática. Embora uma bibliografia alicerçada em bons livros seja fundamental, é mister estar atento para o fato de que as grandes polêmicas do momento e as últimas descobertas não chegam aos livros com a mesma velocidade com que chegam aos periódicos especializados. Vale a pena também dispensar uma atenção aos periódicos já antigos, pois eles trazem um retrato das grandes polêmicas que foram estabelecidas no passado, e que mais tarde ganharam as páginas dos livros para serem mais desenvolvidas. 
Por outro lado é mister estabelecer uma Revisão Bibliográfica coerente com a pesquisa. Pode-se subdividi-la em itens relativos aos aspectos ou tipos de obras comentadas. Esta subdivisão em itens, por outro lado, pode ser apenas implícita - isto é, não pontuada necessariamente por subtítulos -, correspondendo a uma sequência lógica de blocos de parágrafos conforme os assuntos que vão sendo discutidos. Existem muitas maneiras de produzir uma Revisão Bibliográfica organizada e coesa. Agrupamento por âmbitos teóricos, agrupamentos por afinidade ou mesmo uma divisão por gêneros bibliográficos, primeiro mencionando os livros propriamente ditos e depois os periódicos. Estas e muitas outras maneiras de organizar a Revisão Bibliográfica são igualmente válidas. O que importa é estabelecer um padrão de organização. 
Deve-se ter sempre em mente a distinção entre "fontes" e "bibliografia" propriamente dita. A fonte histórica é aquilo que coloca o historiador diretamente em contato com o seu problema. Ela é precisamente o material através do qual o historiador examina ou analisa uma sociedade humana no tempo. De modo bem distinto, a bibliografia propriamente dita constitui o conjunto daquelas outras obras com as quais dialogamos, seja para nelas nos apoiar-nos ou para nelas buscarmos contrastes. Não são obras que funcionam como material direto para o estudo do tema. São obras escritas por outros autores que refletiram sobre o mesmo tema que tomamos para estudo, ou que contém desenvolvimentos teóricos importantes para o nosso trabalho.
Justificativa e objetivos
Existe uma diferença bastante significativa entre justificativa e objetivo. O objetivo te a ver com as finalidades pretendidas com a pesquisa. Já justificar o projeto é convencer da importância de sua realização, da sua relevância acadêmica e social, da viabilidade, da pertinência do tema proposto. Pode-se começar por mostrar como a pesquisa proposta trará um benefício efetivo para a sociedade. São comuns as argumentações de que tal ou qual tema favorecerá a elaboração de uma maior conscientização social acerca de determinado problema de importância reconhecida. Defender a relevância social de um tema é, portanto conectá-lo com a sua presumível importância para a sociedade que está em torno, evitando que a atividade científica permaneça isolada pelos muros da Academia ou que se torne mero exercício de erudição. Quanto ao "quesito originalidade", que pode vir a se constituir em excelente justificativa para um tema Ser original, como dizíamos, nem sempre implica em partir de um recorte temático inteiramente novo, pois a originalidade pode estar presente em qualquer uma das muitas dimensões da Pesquisa, desde as fontes utilizadas até a maneira de trabalhar estas fontes, e desde as conexões teóricas estabelecidas até as interpretações propostas. A "viabilidade", por fim, é fator fundamental para justificar uma pesquisa. Deve-se convencer aos leitores de um projeto que a pesquisa proposta é viável, isto é, que poderá ser concretizada efetivamente. 
Com relação aos objetivos, eles são exibidos sob a forma de aforismos que se iniciam com verbos na forma de infinitivo (encontrar, estabelecer, elucidar, etc.). Trata-se de um capítulo resumido, logo não convém sugerir muitos objetivos. Existe até uma convergência à eliminação deste nos projetos mais sintetizados, mas frequentemente ainda é destacado um capítulo "Objetivos" nos projetos de pesquisa que são produzidos para o âmbito acadêmico. Por vezes faz-se uma distinção entre os "objetivos gerais" e os "objetivos específicos", mas esta distinção não precisa aparecer necessariamente explicitada no texto sob a forma de dois grupos listados de objetivos.
Quadro teórico
Na elaboração de uma pesquisa é comum confundir teoria e metodologia. Isso ocorre por que muitas vezeselas realmente parecem ser a mesma coisa, por isso é mister o pesquisador ter em mente de forma clara a distinção entre as duas. A teoria remete a generalizações, ainda que estas generalizações se destinem a serem aplicadas em um objeto especifico ou a um estudo de caso delimitado pela pesquisa. Já a metodologia tem a ver com um determinado modo de executar algo de se movimentar sistematicamente em torno do tema definido pelo pesquisador. Percebe-se, assim, que teoria e metodologia podem e devem estar fortemente interligadas, porém isto não implica em confundir estes dois campos, que devem aparecer bem delimitados no projeto.
O do quadro teórico com a revisão bibliográfica é organizar um cenário das diversas maneiras como tem sido tratado o tema (ou um balanço da questão), para depois chegar à sua maneira específica, à combinação precisa de perspectivas e conceitos que você desenvolveu de maneira singular para o seu tratamento do tema. É importante que o pesquisador adquira a personalidade e a firmeza intelectuais requeridas para encontrar a linha que mais se aproxime do seu tema e ao caráter da sua pesquisa. É necessário lembrar que a adesão teórica a uma linha única não é obrigatória. É possível combinar várias abordagens teóricas, desde que compatíveis, ou utilizar livremente conceitos oriundos de matrizes diversas, contanto que de maneira coerente e fazendo as adaptações necessárias. Porém, se o pesquisador optar por assumir uma linha única, deve mostrar domínio sobre fundamentos, com os seus desdobramentos e com as variações e subcorrentes pertinentes a esta linha. O pesquisador deve ser livre para compor o seu quadro teórico da maneira que achar mais adequada, contanto que haja coerência nas suas escolhas. Assim, é possível combinar autores diversos, utilizando um conceito importante deste, uma abordagem proposta de outro, e assim por diante. Por outro lado, deve-se ter cuidado para não utilizar pontos de vista conflitantes.
Hipóteses
“A hipótese é na verdade um recurso de que se vale o raciocínio humano diante da necessidade de superar o impasse produzido pela formulação de um problema e diante do interesse em adquirir um conhecimento que ainda não se tem”. Primeiramente, é mister saber que todas as hipóteses são provisórias. Elas são estabelecidas na tentativa de acelerar a descoberta uma solução possível ao problema, e foram submetidas em seguida a um processo de verificação que buscou comprová-las ou rejeitá-las. Rejeitada, uma hipótese cede lugar a outra mais plausível, que será submetida também a um processo de verificação. Deste modo, a formulação de uma hipótese não inclui uma garantia de verdade. Nesta mesma linha, deve ser considerado que a Hipótese não é uma evidência, mas sim uma suposição. Assim ela é mais do que uma conjectura, já que está ligada à ideia de que pode ser submetida a um processo de verificação, onde se poderá comprovar ou refutar a sua veridicidade. Cabe ainda distinguir a hipótese de definição. Esta não afirma nem nega nada, mas apenas procura dar exatidão do significado daquilo que se fala. A hipótese, é provisória longe de ser uma proposição evidente por si mesma, pode ou não ser verdadeira - e que, dentro de uma elaboração científica, deve ser necessariamente submetida a verificação e demonstração. O autor lista algumas funções da hipótese na pesquisa: 
Dar direção à pesquisa
Restringir o campo da pesquisa
Propor uma possível solução para o problema investigado
Desencadear inferência e ser ponto de partida para discussões
Preencher lacunas do conhecimento
Permitir aplicabilidade adaptada para outras pesquisas
Organizar ou unificar conhecimentos já adquiridos
Se não existem fontes e metodologias adequadas para comprovar a hipótese, ela será inútil, pois não superará o status de conjectura. A hipótese deve estar de acordo com a proposta da pesquisa para não ter caráter irrelevante o não parecer que o recorte temático foi mal elaborado. Assim, as hipóteses devem desencadear discussões e inferências necessárias ao andamento da pesquisa. Esta formação de uma série articulada de enunciados, onde cada um vai antecedendo a outros de maneira lógica e encadeada, consiste no que se designa demonstração. As hipóteses propostas pela história não levam a uma evidência que se impõe. Elas permanecem em coerência com os dados e à análise elaborada, mas não chegam ao nível de comprovação que se torna possível nas ciências naturais e exatas. Porém, pode-se comprovar a ocorrência de determinado acontecimento, recuperando os dados objetivos de um determinado acontecimento. Por outro lado, não há escolher como melhor entre duas interpretações históricas diferentes sobre o mesmo conjunto de dados, considerando que as duas sejam explicações defensáveis. A maioria dos historiadores rejeita esta possibilidade, e alguns a aceitam apenas como preenchimento temporário de vazios no projeto. Mas dificilmente um pesquisador, faria um trabalho historiográfico que tivesse por hipótese uma teoria não fundamentada em fontes. Uma hipótese bem formulada deve atender a algumas características, são elas: 
Provisória
Declarativa
Concisa 
Logicamente coerente
Clara
Conceitualmente exata 
Relevante
Teoricamente articulada 
Pertinente 
Plausível 
Verificável 
Não são poucas as qualidades estabelecidas para uma hipótese bem articulada. Primeiramente pondera-se a necessidade de que a hipótese seja diretamente ligada ao problema ou à problematização da pesquisa. Contudo, deve-se ressalvar que, embora a hipótese inclua o problema em uma de suas dimensões, ela não deve simplesmente repeti-lo, mas estabelecer essa relação de interdependência entre os dois.

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