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EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER E ENTEGA DE COISA FIXADA EM TÍTULO JUDICIAL resumo

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Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER E 
ENTEGA DE COISA FIXADA EM TÍTULO JUDICIAL 
PARTE I – INTRODUÇÃO 
Havendo sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer e de não fazer ainda não transitada 
em julgado, eventual execução provisória dependerá de requerimento expresso do demandante, 
considerando-se que a execução provisória é uma mera faculdade do credor. Com o trânsito em julgado, 
entretanto, parece mais adequado o entendimento de que o juiz pode dar início de ofício ao cumprimento de 
sentença, determinando as medidas executivas que entender necessárias à satisfação do direito do credor, 
em aplicação da regra do impulso oficial. 
 
1. Tutela específica e "resultado prático equivalente" - art. 497, caput. 
Princípio da primazia da tutela específica das obrigações de fazer e de não fazer: deve-se buscar dar ao credor tudo 
aquilo e exatamente aquilo que ele obteria se o devedor tivesse cumprido espontaneamente a obrigação que lhe cabia, 
isto é, tudo aquilo e exatamente aquilo que o credor obteria se não fosse necessário provocar a atividade jurisdicional 
para imposição da ordem. 
 
Embora haja uma prioridade na busca e na concessão da tutela específica, o caput do art. 497 do CPC autoriza que o 
magistrado, à luz do caso concreto, ponderando os valores em jogo, tome providências no sentido de garantir ao credor 
um resultado prático equivalente ao que obteria com a tutela específica ou com o adimplemento voluntário da 
obrigação imposta. Essa via alternativa - que sempre deve ser trilhada como rota subsidiária e excepcional - configura 
exceção legal ao princípio da congruência objetiva, segundo o qual a decisão deve ficar adstrita ao pedido formulado 
pela parte, na medida em que permite ao magistrado desbordar-se dos limites objetivos fixados até mesmo no pedido 
mediato (bem da vida) formulado pelo demandante. 
 
A tutela específica, como se vem dizendo, é um direito subjetivo do credor. 
 
2. Conversão da obrigação em perdas e danos - art. 499. 
A obrigação imposta somente será convertida em prestação pecuniária (i) se o credor optar por esta conversão ou (ii) 
se não for possível a obtenção da tutela específica ou do resultado prático equivalente ao adimplemento voluntário. 
 
Novo paradigma em matéria de cumprimento das obrigações de fazer e de não fazer, transferindo para o credor (não 
mais para o devedor) a opção de converter o seu crédito em prestação pecuniária, salvo nos casos em que a prestação 
da obrigação na forma específica se mostrasse impossível, caso em que a conversão seria determinada pelo magistrado. 
 
2.1. A hipótese de opção do credor. 
OBS. A opção do credor por perdas e danos quando ainda for possível o cumprimento da obrigação. 
O credor pode optar pela conversão da obrigação em prestação pecuniária mesmo que ainda seja possível o 
cumprimento na forma específica. Não há nisso qualquer ofensa ao princípio da menor onerosidade possível, tampouco 
se pode dizer que isso representaria, nos casos em que a obrigação decorre de convenção das partes, uma novação 
objetiva unilateral. Com efeito, embora o credor não possa, em regra, exigir do devedor prestação diversa daquela que 
fora pactuada (interpretação a contrário sensu do art. 3 1 3 do CC), pode-se dizer que, ocorrido o inadimplemento, surge 
para esse credor o direito potestativo de optar entre o seu cumprimento na forma específica ou a sua conversão em 
pecúnia. 
 
É vedado exigir a prestação pecuniária antes de haver o inadimplemento - seja porque inexigível a prestação, seja porque 
a outra parte não é obrigada a prestar coisa diversa - ou exigir um outro fazer ou não fazer, distintos daquele 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
originariamente pactuado ou imposto por lei. Considerando, porém, que a tutela específica é um direito subjetivo do 
credor, sobrevindo o inadimplemento ele pode perfeitamente abrir mão desse direito, optando pela conversão do fazer 
ou não fazer cm prestação pecuniária. 
Obviamente que, conquanto lhe surja essa possibilidade de escolha, a opção há de ser feita dentro dos limites do 
exercício regular de um direito, revelando-se abusivo esse exercício nos casos em que a conversão se fizer apenas com 
espírito emulativo. 
OBS: Casos há, porém, em que essa opção conferida ao credor sofre limitações. Isto se dá quando o direito que lhe fora 
certificado é da categoria dos indisponíveis e ainda é possível a sua realização na forma específica. É o que se dá, por 
exemplo, nos casos em que se busca o ressarcimento de um dano ambiental. 
 
2.2. A hipótese de impossibilidade de tutela específica ou resultado prático equivalente. 
OBS: A impossibilidade de cumprimento da prestação, nos casos em que ela decorre de negócio jurídico, a depender 
da situação, pode ser causa de invalidação ou mesmo de resolução do negócio. 
Aferir, se o objeto de uma prestação é, ou não, possível é requisito para que se possa afirmar a validade da própria 
obrigação. 
Se a impossibilidade decorre de fato alheio à vontade e à conduta do devedor (caso fortuito ou força maior, por 
exemplo), ela dá causa à extinção da obrigação, sem que se possa falar em perdas e danos. 
 
a) Imputabilidade da impossibilidade ao devedor. 
A impossibilidade de realização da prestação na forma específica deve ser imputável ao devedor. Essa imputabilidade 
tanto pode decorrer de inadimplemento culposo do devedor (imputabilidade subjetiva) quanto pode decorrer de uma 
imposição normativa, independentemente de o devedor ter concorrido com culpa para o inadimplemento 
(imputabilidade objetiva). Se o fazer ou o não fazer tornou-se impossível sem que para isso tivesse concorrido a vontade 
ou a conduta (comissiva ou omissiva) do devedor, resolve-se a obrigação, em regra, sem que se possa falar em perdas e 
danos. 
 
 b) Impossibilidade absoluta. 
O credor, de uma maneira geral, somente pode ser compelido a aceitar a conversão da obrigação em prestação 
pecuniária nos casos em que um fato superveniente tornar absolutamente impossível o seu cumprimento na forma 
específica, isto é, quando a obrigação não puder ser cumprida pelo devedor nem por qualquer outra pessoa - é o que 
muitos doutrinadores chamam de impossibilidade objetiva. A impossibilidade absoluta se distingue da relativa (ou 
subjetiva), na medida em que, neste último caso, a prestação se toma impossível apenas para a pessoa do devedor. É 
absoluta, quando se tratar de obrigação fungível. 
 
 c) Impossibilidade superveniente. 
Deve-se constatar se a impossibilidade é originária ou superveniente, isto é, se desde a constituição do vínculo o 
objeto já era impossível ou se assim se tornou posteriormente. 
O que pode levar a obrigação de fazer ou de não fazer a ser convertida em prestação pecuniária é a impossibilidade 
superveniente de seu cumprimento. Se desde o seu nascedouro o seu objeto já era impossível, o ato jurídico que deu 
causa à obrigação é nulo e, por isso, não há que ser imposto ao réu o cumprimento da prestação. Obviamente que, 
neste último caso (obrigação decorrente de negócio nulo por impossibilidade originária), pode o réu ser condenado ao 
pagamento de indenização por conta de dano que, por dolo ou culpa, tenha causado à outra parte. Deve-se atentar, 
porém, para o fato de que não necessariamente essa indenização equivalerá à expressão pecuniária da própria 
obrigação cujo objeto era impossível. 
 
2.3. A instauração de liquidação incidental e execução de obrigação de pagar quantia. 
Sendo infungível a obrigação de fazer e não funcionando a pressão psicológica imputada pela aplicação da multa, a única 
saída ao exequente será a conversão da execução de fazer em execução por quantiacerta, devendo-se liquidar de forma 
incidente o valor das perdas e danos, somado ao valor da multa, quando esta existir (art. 816 do Novo CPC). 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
 
 
PARTE II - PROCEDIMENTO 
1. As medias coercitivas - execução indireta - Art. 536, §1º e Art. 538. 
Prevê o art. 536, § 1.º, do Novo CPC que o juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exequente, determinar as medidas 
necessárias para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, enumerando 
exemplificativamente a aplicação de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas ou coisas, 
desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. 
A doutrina é tranquila no entendimento de que o rol de formas executivas previsto pelo dispositivo legal é 
exemplificativo, o que é corroborado pela utilização da expressão “tais como” antes da descrição específica das formas 
executivas constantes do texto legal. Essa interpretação é a única possível à luz da preocupação em municiar o juiz de 
todos os instrumentos necessários para que a tutela específica ou o resultado prático equivalente sejam efetivamente 
obtidos no caso concreto. 
Esse amplo poder concedido ao juiz na execução da obrigação de fazer e não fazer evidentemente não é irrestrito ou 
incondicionado, cabendo na aplicação das medidas executivas sempre levar o juiz em consideração o princípio da 
razoabilidade e da menor onerosidade ao executado (art. 805 do Novo CPC). Ainda que a efetivação da tutela seja 
desejada pelo sistema e o juiz tenha liberdade em sua atuação prática para que isso ocorra, é natural que as medidas 
não sejam adotadas sem preocupação com as garantias básicas do executado. 
 
1.1. O princípio dispositivo e as medidas coercitivas - o poder geral de efetivação. 
É possível a substituição de uma medida indireta por uma sub-rogatória, e vice-versa, bem como, e obviamente, uma 
indireta por outra, ou uma sub-rogatória por outra. É possível, ainda, a cumulação posterior de medidas, sejam elas sub-
rogatórias ou indiretas, ou a cessação d e uma delas, s e já haviam sido impostas e m cumulação. Essa possibilidade 
decorre do próprio poder geral de efetivação, previsto no art. 537 do CPC. 
Apesar de referir-se unicamente à possibilidade de alteração da multa, o dispositivo deve ser interpretado de forma 
ampla, para abranger também toda e qualquer medida coercitiva, seja ela direta ou indireta. 
Na verdade, e como se disse, essa é uma decorrência lógica do próprio poder geral de efetivação, na medida em que, 
se o juiz pode, de oficio ou a requerimento, adotar as medidas de apoio necessárias à obtenção da tutela específica ou 
do resultado prático equivalente ao do adimplemento, é certo que aí se inclui, por identidade de razão, o poder de 
modificar a medida adotada nos casos em que ela se mostrar insuficiente ou excessiva. Afinal, pensar que, uma vez 
imposta a medida, ela seria inalterável mesmo quando se mostrasse ineficaz, é esquecer-se do objetivo final desse 
dispositivo, que consiste em garantir o direito fundamental à tutela executiva. 
A alteração da medida de coerção deve ser devidamente justificada pelo magistrado e, sempre que possível, deve 
submeter-se ao contraditório das partes, a fim de que elas opinem sobre a conveniência e possibilidade da mudança. 
 
Não se pode dizer que a possibilidade de alteração posterior da medida de apoio representa ofensa à coisa julgada 
material, ou mesmo que configura uma exceção a essa imutabilidade. Quando o magistrado julga procedente o pedido 
formulado pela parte, impondo ao adversário um fazer ou não fazer, fica desde já autorizado a tomar todas as 
providências cabíveis para tomá-lo efetivo, podendo, inclusive, alterá-las posteriormente, se isso for necessário. Assim, 
essa alteração das medidas de efetivação não implica alteração da norma jurídica individualizada contida no comando 
decisório. Não se pode alterar o fazer ou não fazer impostos, mas nada impede que se alterem as medidas de apoio à 
sua efetivação. 
 
1.2. A precariedade da decisão que institui medida coercitiva. 
Apesar da possibilidade de alteração posterior da providência, parece-nos que isso não descaracteriza a decisão, que 
continuará sendo uma sentença de prestação (condenatória). Isto porque não há substituição da sentença, mas apenas 
da medida anteriormente imposta, ainda que essa medida pudesse, se prevista originariamente, alterar a própria 
natureza da sentença. Essa é, porém, uma discussão mais acadêmica que propriamente prática, já que o que importa 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
mesmo não é a natureza da decisão proferida - tampouco se essa natureza é, ou não, passível de alteração posterior -, 
mas a eficácia da medida adotada pelo magistrado n o intuito de obter o bem da vida certificado e m favor de uma das 
partes. 
Sempre será condenatória a sentença, ao menos no sentido adotado por Didier: sentença que reconheça e imponha o 
cumprimento de uma prestação. 
 
2. A multa coercitiva. 
A multa é uma medida coercitiva que pode ser imposta, de oficio57 ou a requerimento, no intuito de compelir alguém 
ao cumprimento de urna prestação. Por ser uma medida coercitiva indireta, a multa está relacionada com as decisões 
mandamentais. Ela é, talvez, a principal, porque mais difundida, medida de coerção indireta, mas não é a única. 
 
2.1. Caráter coercitivo - nem punitivo, nem indenizatório. 
Isso significa que o seu valor reverterá à parte adversária, mas não a título de perdas e danos. O seu valor pode, por isso 
mesmo, cumular-se às perdas e danos. A multa tem caráter acessório: ela existe para coagir, para convencer o devedor 
a cumprir a prestação. 
Justamente por isso, não pode ser irrisória, devendo ser fixada num valor tal que possa gerar no íntimo do devedor o 
temor do descumprimento. Também por ser coercitiva, a priori ela não tem teto, não tem Limite, não tem valor 
prelimitado. Se fosse punitiva, teria, como ocorre com a cláusula penal. 
Embora não exista, a princípio, um limite máximo para a multa, é possível que, no caso concreto, quando a medida se 
mostrar desproporcional em relação ao bem da vida que com ela se pretende resguardar, o seu montante seja adequado 
a parâmetros razoáveis6. Cabe, pois, ao magistrado esse controle, foi o que já decidiu o STJ. 
 
2.2. O limite da multa nos Juizados Especiais. 
O enunciado n. 132 do XXVI Encontro Nacional dos Juizados Especiais (que incorpora a redação do enunciado n.0 25), 
em sua primeira parte, determina que "A multa cominatória não fica limitada ao valor de 40 salários mínimos, embora 
deva ser razoavelmente fixada pelo Juiz, obedecendo ao valor da obrigação principal, mais perdas e danos, atendidas as 
condições econômicas do devedor. ( ... )". 
Esta parece ser, efetivamente, a orientação correta. Embora a multa coercitiva configure um meio, um instrumento de 
viabilização da tutela jurisdicional, parece possível que o seu montante ultrapasse o teto fixado para as causas que 
tramitam perante aquele microssistema. Assim o é porque, sendo uma técnica de coerção psicológica do devedor, a sua 
limitação prévia a um determinado teto poderia levar à sua ineficácia como instrumento de efetivação da decisão 
judicial, na medida em que esse teto não viesse a gerar no devedor o temor necessário para levá-lo ao cumprimento 
forçado. 
Não bastasse isso, a prévia limitação a um teto tolheria o magistrado dos juizados especiais quanto ao exercício de um 
poder que é inerente ao seu ofício jurisdicional: o poder geral de efetivação. 
Vale ressaltar ainda que, mesmo ultrapassando o valor de alçada, a execução do montante pecuniário caberia ao própriojuizado, por força do inciso I do § 1° do art. 3° da Lei Federal n. 9.099/ 1995. 
 
2.3. Periodicidade da multa. 
Apesar de ser muito comum a utilização da multa diária, deve-se ver que a periodicidade de sua incidência nem sempre 
será essa. Pode ser, mas a multa também pode ser horária, semanal, mensal, anual ou até mesmo fixa. O caso concreto 
é que vai dizer. 
Vale salientar que, em virtude do seu caráter acessório, a multa diária imposta para evitar um ilícito instantâneo deixaria 
de incidir na exata medida em que, descumprida a ordem judicial, não mais fosse viável a obtenção da tutela específica. 
Realizada a conduta que se queria evitar, a multa diária incidirá apenas uma vez (é dizer, um dia), em função da sua 
incidência automática decorrente do descumprimento. A partir daí, considerando que o objetivo da multa é forçar o 
cumprimento de uma obrigação, a medida não deverá incidir nos dias subsequentes, porque já não mais será possível 
o cumprimento, na forma específica, da prestação que se pretendia ver satisfeita (no exemplo dado, um não fazer). 
Mostrando-se insuficiente ou excessiva a multa periódica imposta ao devedor, é possível ao magistrado, de ofício ou a 
requerimento da parte interessada, alterar a periodicidade da sua incidência, por exemplo, fazer que deixe de ser mensal 
para ser diária. 
 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
2.4. O terceiro como destinatário da multa. 
Se a multa é uma técnica de efetivação da tutela jurisdicional e se o magistrado tem autorização legal (calcada num 
direito fundamental constitucionalmente assegurado) para impor qualquer medida que se mostre necessária à obtenção 
da tutela específica ou do resultado prático equivalente ao adimplemento decerto que a imposição de multa a terceiro 
não pode ser excluída, a priori, do rol de providências que podem ser adotadas pelo juiz. 
 
2.5. A multa coercitiva e a multa por contempt of court. 
Multa coercitiva - compelir o devedor ao cumprimento de uma obrigação em favor do credor. 
Multa por contempt of court - punir o sujeito que atenta contra a dignidade da justiça. 
Se a multa é prevista no provimento judicial com o objetivo de obter o cumprimento do comando decisório, inegável é 
o seu caráter coercitivo. Por isso mesmo, acaso descumprida a obrigação principal, nada impede que além da multa 
(que visa a forçar o cumprimento), a sanção por prática de ato atentatório à dignidade da justiça (que visa a punir a 
desobediência já praticada). 
 
 2.6. A execução sobre o valor da multa. 
 2.6.1. Aplicabilidade do regime do pagamento de quantia, no que couber (536, §4º). Deverá 
seguir o rito próprio da execução por quantia certa. 
 2.6.2. Fluência da contagem a partir da intimação pessoal do destinatário - enunciado 410 do 
STJ: A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança de multa pelo 
descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. 
 2.6.3. A multa e a boa-fé do exequente: supressio na execução. 
Supressio é a perda de uma situação jurídica de vantagem, pelo não exercício em certo lapso de tempo tal que gere no 
sujeito passivo a expectativa legítima de que a situação jurídica não seria mais exercida, o exercício tardio seria, 
portanto, contrário à boa-fé e abusivo; a surrectio é exatamente a situação jurídica ativa, que surge para o antigo sujeito 
passivo, de não mais submeter-se à antiga posição de vantagem pertencente ao credor omisso. 
O princípio da boa-fé processual, implica a proibição do abuso do direito e a possibilidade de ocorrência da supressio, 
figura, aliás, que é corolário da vedação ao abuso. 
Ao não exercer a pretensão pecuniária em lapso de tempo razoável, deixando que o valor da multa aumente 
consideravelmente, o autor comporta-se abusivamente, violando o princípio da boa-fé. Esse ilícito processual implica a 
perda do direito ao valor da multa (supressio), respectivamente ao período de tempo considerado pelo órgão 
jurisdicional como determinante para a configuração do abuso do direito. Trata-se, pois, de mais um ilícito processual 
caducificante. 
 
3. A prisão civil "por dívida". 
A prisão civil é outra forma tradicionalmente lembrada de execução indireta, mas essa forma de pressão psicológica 
está restrita ao devedor de alimentos, que sabidamente não tem uma obrigação de fazer ou não fazer, mas de pagar 
quantia certa. 
Parcela da doutrina defende que na interpretação do art. 5.º, LXVII, da CF – que excepciona a prisão civil por dívida – 
não há vedação para a prisão civil como meio de coerção psicológica, considerando-se que, ao qualificar a espécie de 
prisão civil que estaria proibida, a Constituição Federal não vedou expressamente outras espécies de prisão civil. Para 
fundamentar esse entendimento, o termo “dívida” utilizado no dispositivo constitucional deve ser entendido como 
“obrigação de pagar quantia certa”, de forma que a prisão civil poderia ser utilizada como forma de pressão psicológica 
no adimplemento de outras espécies de obrigação, como a de fazer e não fazer. 
A tese é rejeitada por parcela considerável da doutrina, que interpreta o termo “dívida” constante do texto 
constitucional como inadimplemento de qualquer espécie de obrigação, inclusive de fazer e não fazer57, tese 
corroborada pelo recente posicionamento do Supremo Tribunal Federal de que não cabe prisão civil do depositário 
infiel. Interessante notar que alguns doutrinadores, apesar de concordarem com a interpretação mais ampla dada ao 
termo “dívida” – qualquer espécie de obrigação –, entendem que a Constituição Federal veda a prisão que tem origem 
em dívida, ou seja, estabelecida para cumprimento de liame obrigacional, não afetando a multa prevista para o 
cumprimento de ordem judicial, que não tem caráter obrigacional, derivando do imperium estatal. 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
Salvo na hipótese de dívida alimentar inescusável, a tese da prisão civil como forma de execução indireta não vem sendo 
aceita na praxe forense, o que tem levado alguns juízes a determinar a prisão em flagrante do devedor pelo crime de 
desobediência, forma de prisão-sanção que não se confunde com a execução indireta. Registre-se, entretanto, que o 
Superior Tribunal de Justiça tem entendimento pacificado de que não cabe ao juízo cível a decretação dessa prisão, 
devendo oficiar o Ministério Público para que tome as providências devidas. 
Interessante lembrar que já houve tentativa de incluir em texto legal a prisão civil como forma de contempt of court, 
com a inclusão de um § 2.º ao revogado art. 14 do CPC/1973, que determinaria a prisão civil da parte que reiterasse o 
descumprimento de ordem judicial por não mais do que 30 dias. A tentativa foi frustrada e a Lei 10.358/2001 incluiu no 
sistema somente a multa de até 20% do valor da causa na hipótese de ato atentatório à dignidade da justiça, sanção 
mantida no 77, § 2º, do Novo CPC. 
 
4. A defesa do devedor. 
Em que pese inexistir dispositivo expresso no regramento, essa é uma conclusão a que se pode chegar a partir da análise 
do texto legal à luz da Constituição. 
Em sua defesa, o réu/executado somente poderá trazer defesas de mérito quando fundadas em fatos supervenientes 
ao trânsito em julgado, sob pena ele ofensa à coisa julgada material. A única matéria relativa à fase de conhecimento 
que pode ser arguida é a falta ou a nulidade de citação, visto que se revela como vício transrescisório. Além disso, poderá 
arguir defesas processuais, relacionadas à fase de efetivação, inclusive aqueles referentes às medidas de apoio adotadas 
pelo magistrado. 
Essas defesas deverão ser trazidas por meio de petição simples a ser acostada aos próprios autos do processo. O seu 
oferecimento, seguindo o trilho do queocorre com a impugnação à execução das decisões que impõem obrigação de 
pagar quantia, não suspende o curso da fase de execução, admitindo-se, porém, que o magistrado atribua esse efeito 
quando presentes os pressupostos para tanto. 
Nada obsta que, para evitar tumulto processual, mormente nos casos em que a defesa exigir dilação probatória, o juiz 
determine a sua autuação em apartado, o que não significará, em absoluto, que ela dará ensejo a processo novo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
 
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER E 
ENTREGAR COISA FIXADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
Por se tratar de execuções fundadas em título executivo extrajudicial, a atividade executiva, nesses casos, exige, 
necessariamente, a deflagração de um processo autônomo de execução. A depender, no entanto, da natureza da 
prestação - fazer, não fazer ou entrega de coisa distinta de dinheiro, o procedimento executivo tende a variar. 
 
1. Fase voluntária. 
 1.1. Citação do devedor para satisfazer a prestação no prazo assinalado, sob pena de aplicação das 
medidas do 536, §1º. 
O executado é citado para cumprir sua obrigação no prazo estabelecido pelo título executivo, e na ausência de indicação 
de prazo no título, caberá ao juiz tal fixação, devendo levar em consideração a complexidade do ato a ser praticado (art. 
815 do Novo CPC). 
 
1.2. Fixação de honorários advocatícios até 10% sobre o valor da causa. 
 1.3. Fluência de prazo para embargos a contar 15 dias da juntada do mandado. 
Após a citação, o exequente tem três posturas a adotar: cumprir a obrigação no prazo fixado pelo título ou pelo juiz, 
satisfazendo o direito do credor e levando a execução à sua extinção normal, salvo a cobrança de honorários e custas 
processuais; embargar a execução em 15 dias, ou, ainda, não fazer uma coisa nem outra, permanecendo inerte. 
Adotando uma das duas últimas posturas, tem início a segunda fase do procedimento, que é a fase de execução forçada. 
 
2. Fase executiva. 
 2.1. Se a obrigação é fungível. Que admitem a realização por terceiro. 
 a) O credor poderá escolher que terceiro promova a prestação devida. 
A requerimento do exequente o juiz autorizará que aquele a satisfaça à custa do executado, sendo nesse caso necessário 
que o exequente adiante as quantias previstas na proposta que o juiz tiver aprovado, depois da oitiva das partes - art. 
817 do CPC. 
 a.1) Indicação do credor e apresentação de proposta. 
 a.2) Oitiva do executado. 
 a.3) Decisão do juiz, autorizando ou negando a realização da prestação. 
 
Qualquer que seja o sujeito responsável pela apresentação da proposta do terceiro em juízo, a aprovação de seus termos 
dependerá da oitiva das partes, em respeito ao contraditório (art. 817, parágrafo único, do Novo CPC). Nesse momento, 
caberá ao exequente, no prazo de 5 dias após aprovada a proposta do terceiro, exercer o seu direito de preferência, nos 
termos do art. 820, parágrafo único, do Novo CPC. A decisão que decide pela rejeição, aprovação ou pelo direito de 
preferência do exequente tem natureza interlocutória, sendo recorrível por agravo de instrumento. Sendo acolhida a 
proposta de terceiro, caberá ao exequente depositar em juízo a quantia prevista, havendo doutrina minoritária que 
critica o texto legal e entende cabível que o juiz determine que o pagamento seja adiantado pelo executado, inclusive 
com a aplicação de astreintes. 
 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
 a.4) Intimação do juiz para que o executado deposite o valor da proposta, sob pena de 
multa. 
 a.5) Adiantamento pelo credor do valor da proposta, em caso de resistência do 
executado. 
 a.6) Conversão da execução em perdas e danos, de acordo com o art. 513 e ss. 
Aplicam-se ao procedimento executivo da execução fundada em título extrajudicial (i) a ideia de que a tutela específica 
é um direito subjetivo do credor, (ii) os limites da opção pela conversão em perdas e danos, (iii) as considerações sobre 
o tipo de impossibilidade que é capaz de gerar essa conversão e (iv) o procedimento do incidente cognitivo destinado à 
apuração do valor da indenização nesses casos. 
Quanto ao procedimento para apuração do valor da indenização, uma vez encerrado e certificado o montante 
indenizatório, a sua execução deverá ser buscada segundo as regras do cumprimento de sentença, art. 513 do CPC. 
 
b) O credor poderá pedir a conversão em perdas e danos. 
Somente se poderá falar em conversão da obrigação de fazer ou de não fazer em indenização por perdas e danos em 
duas hipóteses: (i) se o credor optar por isso ou (ii) se se tornar impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado 
prático equivalente. 
 
 2.2. Se a obrigação é infungível: art. 536. Não admitem a realização por terceiro; são personalíssimas. 
Sendo infungível a obrigação de fazer e não funcionando a pressão psicológica imputada pela aplicação da multa, a única 
saída ao exequente será a conversão da execução de fazer em execução por quantia certa, devendo-se liquidar de forma 
incidente o valor das perdas e danos, somado ao valor da multa, quando esta existir (art. 816 do Novo CPC). A apuração 
do valor se dará no próprio processo por meio de uma mera fase procedimental de liquidação – que dependendo do 
caso concreto seu desenvolvimento será sob a forma de artigos ou arbitramento –, seguindo-se a execução pelo 
procedimento do cumprimento de sentença. Será dispensada a liquidação se houver no caso concreto a previsão 
contratual de multa de natureza compensatória (cláusula penal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
 
 
 
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE DAR COISA FIXADA EM 
TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
Por se tratar de execução fundada em título executivo extrajudicial, ela se opera necessariamente por meio de processo 
autônomo. 
 
1. Fase inicial. 
 1.1. Para entrega de coisa certa. 
A petição inicial deverá preencher os requisitos do art. 319 do Novo CPC, naquilo que for aplicável ao processo de 
execução, devendo sempre estar acompanhada do título executivo. 
 
 1.1.1. Citação para cumprir a obrigação em 15 dias. Art. 806 
 1.1.2. Começa da juntada do mandado o prazo de 15 dias para apresentar embargos à 
execução. Art. 915. 
 
Optando pela apresentação dos embargos à execução, o executado poderá oferecer em depósito a coisa, cumprindo 
assim uma das exigências contidas no art. 919, § 1º, do Novo CPC para a concessão do efeito suspensivo aos embargos. 
Uma vez citado o executado, pode ele adotar uma dessas posturas: (i) cumprir voluntariamente a prestação que lhe é 
exigida, entregando a coisa; nessa hipótese, será lavrado o respectivo termo ou auto de entrega, dando-se por finda a 
execução, salvo se tiver de prosseguir para o pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos (art. 807, CPC), caso 
em que seguirá o rito da execução por quantia, precedido, se for o caso, de incidente cognitivo para liquidação/apuração 
do valor dos frutos ou da indenização; (ii) apresentar embargos de devedor e (iii) permanecer inerte. 
Adotando uma das duas últimas posturas- "ii" ou "iii" -, tem início a segunda fase do procedimento, em que se buscará 
a execução forçada. 
 
 1.2. Para entrega de coisa incerta. 
Coisa incerta não se confunde com coisa fungível. Coisa incerta, assim, deve ser considerada coisa indeterminada – mas 
determinável –, em que a escolha tem a sua importância em razão da diferente qualidade entre os bens que poderão 
ser escolhidos. Exemplificativamente é possível lembrar de uma obrigaçãode entregar um filhote de cachorro 
proveniente da cria de uma cadela específica, quando jamais todos os filhotes serão iguais. Certamente haverá o mais 
dinâmico, o mais magro, o mais belo, o mais alegre, o mais bravo, o mais dengoso, e assim por diante. Aqui, certamente, 
a escolha é fundamental, e aí sim estaremos diante de execução de coisa incerta. 
 
 1.2.1. Escolha da coisa na inicial pelo credor, se a ele couber a escolha. 
O direito de escolha deve estar previsto no próprio título executivo, e, sendo omisso, a escolha caberá ao devedor. 
Quando a escolha couber ao exequente, este deverá indicar o bem já na petição inicial, tornando certa a coisa desde o 
início da demanda, sob “pena” de preclusão. Sendo omissa a petição inicial, a escolha automaticamente é repassada ao 
executado, presumindo-se que o exequente renunciou ao seu direito de escolha. Esse direito de escolha, entretanto, 
retornará ao exequente se o executado, instado a se manifestar sobre a escolha da coisa, deixar de fazê-lo. 
 
 1.2.2. Cabendo ao devedor, deverá, citado, entregá-la em 10 dias. 
É claro que, se entregar ou depositar o bem, estará individualizando a coisa, mas também é possível imaginar a simples 
indicação do executado a respeito do bem, sem entregá-lo ou depositá-lo. Nesse caso, a execução seguirá o rito da 
Resumo de processo civil elaborado por Beatriz Araujo com base na doutrina de Fredier Didier e Daniel Amorim 
 
execução para a entrega de coisa certa, em razão da opção feita pelo executado. No silêncio do executado o direito de 
escolha passará a ser do exequente. 
 
 1.2.4. Exercida a escolha, cabe abertura de contraditório, com possibilidade de instalação de 
incidente cognitivo. 
A escolha da coisa incerta segue norma de direito material, mais precisamente o 
art. 244 do CC, que determina que, nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, o devedor não pode dar a 
pior nem está obrigado a dar a melhor coisa. Tratando-se de bens de diferente qualidade, poderão surgir conflitos 
quanto à escolha feita pela parte contrária, situação resolvida pelo art. 812 do Novo CPC, que determina que qualquer 
das partes poderá, no prazo de 15 dias, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano, ou, se necessário, 
ouvindo perito de sua nomeação. 
Trata-se de incidente cognitivo que pode surgir no curso da execução e que tem por objeto, exclusivamente, a discussão 
acerca da individualização da coisa. 
 
 
2. Execução forçada: poder geral de efetivação. 
Se o executado foi citado, mas não entregou a coisa, seja porque permaneceu inerte, seja porque optou por apresentar 
defesa, tem início então a segunda fase do procedimento da execução para entrega de coisa. Trata-se de fase comum 
às execuções de obrigação de entregar de coisa, seja ela certa ou incerta. 
 
É perfeitamente possível que o magistrado se valha ele qualquer outra medida coercitiva, seja ela direta ou indireta, 
para alcançar o fim almejado pelo credor. Valem aqui as considerações sobre o poder geral de efetivação do juiz, ver 
tópico 1.1 ( O princípio dispositivo e as medidas coercitivas - o poder geral de efetivação) na parte de ‘’execução de 
obrigação de fazer e não fazer e entrega de coisa fixada em título judicial’’.

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